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Wuchereria bancrofti - Filariose

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Wuchereria bancrofti - Filariose 
A Filariose linfática é causada por um nematódeo, Wuchereria bancrofti, que vive nos vasos linfáticos dos 
indivíduos infectados, apresentando diversas manifestações clínicas. Existem indivíduos com esta 
parasitose que nunca desenvolvem sintomas, outros, podem apresentar, no período agudo, febre 
recorrente aguda, astenia, mialgias, fotofobia, quadros urticariformes, pericardite e cefaleia, linfadenite e 
linfagite retrógrada, com ou sem microfilaremia. Na forma crônica, os casos mais graves são de indivíduos 
que apresentam hidrocele, quilúria e elefantíase de membros, mamas e órgãos genitais. Nesses casos, 
em geral, a densidade de microfilária no sangue é muito pequena ou mesmo não detectável. Descrevem-
se, ainda, casos de eosinofilia pulmonar tropical, síndrome que se manifesta por crises paroxísticas de 
asma, com pneumonia intersticial crônica e ligeira febre recorrente. O leucograma registra importante 
eosinofilia. 
Modo de transmissão: Pela picada dos mosquitos transmissores Culex quinquefasciatus infectados com 
larvas de Wuchereria bancrofti na forma L3. Os mosquitos se infectam durante seu repasto sanguíneo em 
uma pessoa infectada. Após um período de mudança de estágio larval no mosquito ele poderá infectar um 
indivíduo sadio durante um novo repasto. No ser humano, as microfilárias têm periodicidade no sangue 
periférico, sendo mais detectadas à noite, entre as 23h e 1h. 
Período de incubação: Manifestações alérgicas podem aparecer um mês após a infecção. As 
microfilárias, em geral, aparecem no sangue periférico de 6 a 12 meses após a infecção com as larvas 
infectantes da W. bancrofti. 
Período de transmissibilidade: Não se transmite de pessoa a pessoa. O ciclo ocorre quando um inseto 
transmissor pica um homem infectado com microfilaremia e a transmite a outro indivíduo, após maturação 
das microfilárias no vetor, que ocorre entre 12 a 14 dias do repasto sanguíneo. A microfilaremia pode 
persistir, aproximadamente, de 5 a 10 anos. 
Diagnóstico: Clínico-epidemiológico, quando há manifestações sugestivas e o indivíduo é oriundo de área 
endêmica. 
Diagnóstico específico: O teste de rotina é feito pela pesquisa da microfilária no sangue periférico, pelo 
método da gota espessa (periodicidade noturna, das 23h a 1h). Pode-se, ainda, pesquisar microfilária no 
líquido ascítico, pleural, sinovial, cefalorraquidiano, urina, expectoração e gânglios, sendo, entretanto, 
restrito a casos específicos. Pela identificação do verme adulto no sistema linfático, genitália ou em outras 
lesões (essa forma de diagnóstico não é realizada como rotina). 
Sorologias: Podem ser realizados os testes de Elisa ou testes imuno-cromatográficos para pesquisa de 
antígenos circulantes. 
Diagnóstico por imagem: Nos homens é indicada a ultra-sonografia da bolsa escrotal; em mulheres, a 
ultra-sonografia da mama ou regiãoinguinal e axilar deve ser avaliada. 
 
Filarideos: Vermes nematódeos que podem viver em diferentes áreas do ser humano. 
- Os filarídeos são helmintos nematódas capazes de parasitar mamíferos, aves anfíbios e repteis; 
- São vermes finos e delicados e suas fêmeas produzem embriões ou microfilárias; 
- Das 10 espécies que são capazes de parasitar seres humanos, três são encontrados no Brasil: 
Wuchereria bancrofti (COBBOLD, 1877) – Asiática; 
Onchocerca volvulus (LEUCKART, 1893) – Africana; 
Mansonella ozzardi (MANSON, 1897) – Americana. 
- Outras espécies de importância médica: 
Mansonella pestans; 
Mansonella streptocerca; 
Loa Loa; 
Dracunculos medinensis; 
Dirofilaria immitis. 
Esse parasito encontra um inseto transmissor que normalmente são mosquitos. 
A filariose linfática é uma doença parasitária de evolução crônica causada por três helmintos, sendo 
também conhecida como bancroftose: 
Wuchereria bancrofti (COBBOLD, 1877); 
Brugia malayi (BUCLEY; EDESON, 1950); 
Brugia tomori (PARTONO, 1977). 
- Parasitose endêmica em várias regiões tropicais e subtropicais; 
- Transmitida por mosquitos dos gêneros Culex, Aedes, Anopheles e Mansonia. 
Culex quinquefasciatus. 
Dessas 3 somente a Wuchereria existe no Brasil. 
Todos esses parasitos possuem predileção pelo clima quente, por isso estão mais em países tropicais e 
subtropicais, dependendo de fatores climáticos já que o ciclo é heteróxeno (Homem hospedeiro definitivo e 
mosquito [Culex quinquefasciatus] hospedeiro intermediário). 
A filariose linfática não tem altas taxas de mortalidade e sim morbidade. 
É um verme cilíndrico (nematódeos), dioicos e apresentam dimorfismo sexual (separação entre sexos com 
a fêmea maior) e finos. 
A doença vai ser por conta da presença dos vermes adultos nos vasos linfáticos e as consequências das 
microfilarias que ficam no pulmão. 
Vermes adultos: 
- Possuem corpo longo e delgado, branco leitoso, opacos, com cutícula lisa e sexos distintos. 
- O macho mede de 3,5 a 4cm de comprimento e 0,1mm de diâmetro, com a extremidade anterior afilada e 
posterior enrolada ventralmente. 
- A fêmea mede de 7 a 10cm de comprimento e 0,3mm de diâmetro, possui órgãos genitais duplos, com 
exceção da vagina, que é única e se exterioriza em uma vulva localizada próximo à extremidade anterior 
do parasito. 
As fêmeas produzem ovos dentro delas e o embrião dentro do ovo vira uma larva que não perde o 
envoltório do ovo que virá a bainha que é uma camada flexível que confere proteção. 
 
 
Microfilárias: 
Microfilárias são as formas de transmissão para os mosquitos, os vermes adultos transam a fêmea 
produzem os ovos, dentro dela mesma o ovo matura e gera as microfilarias que saem de dentro do corpo 
da fêmea pela circulação linfática e cai na sanguínea a partir do ducto torácico, pela corrente é mais fácil 
do mosquito ingerir o sangue de um indivíduo infectado. 
Elas se escondem no pulmão durante o dia nos capilares profundos, pois ali as células imunológicas não 
chegam. 
- Conhecidas como embriões e são eliminadas pelas fêmeas grávidas, saem dos ductos linfáticos do 
hospedeiro e ganham a circulação sanguínea onde se movimentam ativamente; 
- Medem de 250 a 300µm de comprimento e possuem uma membrana de revestimento (bainha) que é 
flexível. 
Ciclo biológico: 
 
A larva vai cair na correte sanguínea ou linfática, concentrando-se mais nos vasos linfáticos da região 
pélvica, o desenvolvimento vai de 8 – 10 meses até chegar na fase adulta. A presença deles prejudica os 
vãos linfáticos. 
A microfilaria é absorvida vai para o estomago do mosquito, depois intestino onde perde a bainha e a larva 
vai seguir para os músculos torácicos, virando larva L1 (salsicha) encolhendo e depois de dias vira L2, 
depois L3 e migra para o aparelho picador dele esperando para ser transmitida. O mosquito funciona como 
um hospedeiro parentêmico (carreador). 
Quanto mais quente mais rápido vai ser o desenvolvimento. 
O habitat desses parasitos sãos os vasos linfáticos, sendo a região entre o encontra da perna e pélvis. 
Normalmente em mulheres pode ser na mama e braços e homem no escroto, sendo raramente isso. 
Durante o período que estão no vaso eles prejudicam o funcionamento deles. 
A filarioso linfática tem um curoso muito longo, demora bastante para o paciente manifestar os sintomas 
porque ocorre pequenas lesões onde ele habita que vai acumulando com os anos e provocando as 
alterações. 
A microfilaria causa eosinofilia pulmonar tropical (EPT). 
Patogenia: 
- A FL se manifesta clinicamente de forma variada e surgem em decorrência da presença no ser humano 
tanto de vermes adultos quanto de microfilárias; 
- Os vermes adultos lesam primariamente o vaso linfático, enquanto as ações das microfilárias são 
extralinfáticas; 
- Entre os fatores que determinam a variedade de manifestações clínicas estão: 
- O estádio do parasito; 
- Resposta imunológica; 
- Número de vermes adultos e sua localização no sistema linfático; 
- Bem como o tratamento prévio com drogas antifilariais. 
Ações mecânicas:Presença do verme dentro do vaso linfático que dilata o vaso que prejudica na 
elasticidade, podendo gerar a linfagiectasia que é a parada do vaso. 
Ação irritativa: Passagem do verme atritando pela parede do verme que lesiona, causa morte de células e 
lingite (inflamação) e linfadenite (inflamação do lifonodo mais próximo). 
Reações inflamatórias: Leva a reações granulomatosas que soma com reações imunológicas no pulmão 
frente as microfilarias. 
Manifestações Agudas: 
Linfagiectasia subclínica: 
- Dilatação de vasos linfáticos. 
Linfagite filarial aguda (LFA): 
- Morte de vermes adultos, espontânea ou devida ao tratamento terapêutico, pode resultar apenas na 
formação subclínica de nódulos granulomatosos. 
- Em outros casos, a morte desses vermes provoca uma linfadenite ou uma linfangite descendente, a 
depender da localização, respectivamente em gânglio ou vasos linfáticos. 
- Podendo ou não, ser acompanhado de sinais gerais como: 
Febre 
Cefaléia 
fraqueza e dor muscular. 
 
 
Linfadenopatia: 
- Causada pelo enfartamento dos gânglios linfáticos comprometidos, os quais formam uma massa palpável 
compacta de superfície irregular; 
- Geralmente é indolor e localiza-se preferencialmente nas regiões inguinal, epitroclear e axilar. 
- A linfadenopatia pode acometer indivíduos de todas as faixas etárias, sendo mais frequente em crianças. 
Síndromes de disfunção linfática: hidrocele e linfedema agudos: 
- Resultam de uma obstrução parcial e temporária do vaso linfático, causada pela reação inflamatória 
desencadeada pela desintegração dos vermes adultos. 
 
Manifestações crônicas: 
- Entre os fatores que favorecem a evolução para a forma crônica estão a resposta inflamatória individual, 
as infecções bacterianas superpostas às partes edemaciadas, além de residência ou permanência em 
áreas endêmicas o que possibilita a reinfecção. 
Linfedema crônico: 
- início insidioso, indolor (exceto: erisipela ou linfangite), frequentemente, é unilateral e, nos casos em que 
é bilateral, há uma assimetria entre os membros; no início, acomete o segmento mais distal do membro 
afetado, com a perda progressiva de seu contorno anatômico (frequentemente atinge os pés e também os 
dedos); 
- a área afetada tem temperatura mais baixa que outras áreas do corpo; o sinal de Stemmer está presente. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico clinicamente é um pouco difícil quando se tem paciente assintomático, só é fácil quando se 
tem linfadenite e linfedema crônica. 
Laboratorialmente se prioriza buscar os antígenos do que dosagem dos anticorpos ou através da 
visualização de microfilarias no sangue (popa digital) por meio do espalhamento grosseiro do sangue (não 
é estiraço) em torno de 22h. Além disso pode fazer o método de Knott onde se utilização mais sangue e o 
de filtração em membrana de policarbonato com coloração. 
Clínico: 
- Anamnese e exame físico; 
Laboratorial Parasitológico: 
- Pesquisa de microfilaria no sangue periférico (22h); 
- Gota espessa; 
- Método de Knott; 
- Filtração em membrana de policarbonato de 5 micra e coloração pelo Giemsa. 
 
É possível fazer ultrassonografia para visualizar os vermes adultos. 
Imagem: 
- Ultrassonografia; 
Laboratorial Imunológico: 
- Pesquisa de antígenos através de ELISA de captura; 
- Testes rápidos (Og4C3); 
Profilaxia: 
- Tratamento de todas a pessoas parasitadas; 
- Combate ao inseto vetor; 
- Melhoria sanitária. 
Tratamento: 
- A DEC, quimicamente conhecida como citrato de Dietilcarbamazina, é um derivado da piperazina 
utilizada atualmente no Brasil, na forma de comprimidos de 50mg da droga ativa. 
- Administração por via oral e apresenta rápida absorção e baixa toxicidade; 
- Exerce uma significante ação contra as formas parasitárias de W. bancrofti. Tem efeito microfilaricida e 
macrofilaricida; 
- O esquema padrão de tratamento com DEC, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
é de 6mg/Kg/dia por 12 dias, podendo-se dividir a dose total diária em três subdoses; 
- Deve-se evitar sua administração em crianças com menos de dois anos de idade, gestantes e nutrizes.

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