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Atenção biopsicossocial e estigma Filmes: o solita; um estranho no ninho Estigma O diagnóstico psiquiátrico mais estigmatizado: Esquizofrenia (ícone) Depressão (prevalência) Mais suscetíveis: homens, jovens, menor nível socioeconômico e educacional, desempregados. Consulta com um profissional da saúde pode ser uma das experiências mais estigmatizadas que um paciente com transtorno pode passar. Tem um papel central nas baixas taxas de procura por tratamento. Apesar dos avanços na melhor compreensão do substrato biológico dos transtornos mentais, não houve redução nas crenças distorcidas e no distanciamento social. Pode contribuir com o aparecimento/etiologia dos sintomas somáticos, frente à desvalorização dos sintomas psicológicos por normas culturais e sociais. Consequências do estigma: ● Exclusão social; ● Desemprego; ● Menor busca por tratamento; ● Dificuldade com moradia; ● Prejuízo nos relacionamentos; ● Redução da funcionalidade; ● Estresse; Atenção Biopsicossocial Década de 1970: psiquiatria em crise; Grande subjetividade e variabilidade nos diagnósticos psiquiátricos. 1980 ⇒ DSM III ⇒ tentativa de dar mais objetividade aos diagnósticos Diversos autores criticaram o foco excessivo em aspectos biológicos e empíricos em detrimento das ciências humanas George Engel (1977) ⇒ “The need for a new biomedical model: a challenge for biomedicine” → Um novo modelo que incorpora as ciências humanas para entender fenômenos naturais complexos → Doença como a quebra do existir humano “natural” → A “terceira via” entre o reducionismo biológico e o exclusicionismo → Ainda que haja uma essência comum para cada patologia, esta se constitui única, a depender do contexto no qual se apresenta e na forma como interfere na organização psíquica e social do indivíduo e daqueles com quem ele interage Década de 90-20 ● Grande otimismo e esperança nas neurociências para explicar e trazer novos tratamentos ● Decepção com ausência de mecanismos neurobiológicos claros para os transtornos psiquiátricos. ● Grande controvérsia associada ao DSM-5 ● Retorno ao modelo biopsicossocial como forma de combater o reducionismo e organizar o conhecimento dos médicos frente ao paciente Críticas ao modelo: ➔ Sua aplicação pode ser feita de maneira “mecânica” e pouco empática ➔ Pouca integração entre as 3 esferas Pouco equilíbrio entre as 3 esferas. Modelo biopsicossocial 3 esferas de entendimento do sujeito I. Formulação biológica II. Formulação psicológica III. Formulação social A formulação deve incluir os diagnósticos e os planos de tratamento para cada esfera. Formulação psicológica A psicologia é um campo vasto e complexo. Para simplificação e uso na prática médica, pode ser usado alguns aspectos: 1. Fatores predisponentes → temas psicológicos relevantes 2. Fatores precipitantes → estressores psicossociais 3. Consequências psíquicas → padrões cognitivos e emocionais 4. Mecanismos para lidar com estresse → adaptativos/desadaptativos Perspectivas diferentes: ● Psicodinâmica ● Cognitiva ● Comportamental Psicodinâmica: Mecanismos de defesa; Estilos de apego (seguro, ambivalente, evitativo e desorganizado) Mapa de relacionamentos/círculo de vínculos (colocar em circulo as relações da pessoas) Mecanismos de defesa: Primitiva: cisão, dissociação, somatização Mais elaboradas: introjeção, racionalização Maduras: humor, altruísmo, sublimação Formulação social Alguns elementos básicos sobre o contexto social do paciente devem ser coletados: → Contexto familiar e estressores familiares (separações, relações assimétricas, perdas, desavenças etc.). → Grupo de amigos ou pessoas próximas (grupo coeso e confiável pode ser fator de proteção; perda de pessoa próxima pode ser um estressor). → Ambiente social (engloba moradia, status de migrante ou nativo, fases da vida e suas transições etc.). → Educação (nível de escolaridade, dificuldades na escola ou universidade, bullying). → Trabalho (nível de satisfação, carga horária, ambiente e relações de trabalho). → Moradia (dependência de outros, violência doméstica, vizinhança perigosa, falta de moradia ou condições precárias). → Renda. → Acesso aos serviços de saúde (transporte, distância, convênio com planos de saúde). → Problemas legais (envolvimento com o crime, com processos litigiosos). → Outros (guerra, desastres naturais etc.). → Religião
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