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Barreira hematoencefálica: é uma estrutura que tem a função de regular o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central, barrando a entrada de substâncias tóxicas e de hormônios plasmáticos em excesso. Esses hormônios, quando em excesso, são capazes de ativar outros que estão envolvidos na regulação do sistema cardiovascular, levando à disfunção autonômica e ao desequilíbrio da circulação sanguínea. Isso facilita o aparecimento de lesões em órgãos-alvo, podendo comprometer coração, cérebro, rim, entre outros órgãos. ACETILCOLINA: principal neurotransmissor do SN parassimpático: efeitos parassimpáticos, estimulação vagal do coração, função cognitiva. SEROTONINA: controle do humor, sono, sexo, inibe via álgica. DOPAMINA: usualmente inibitória, afeta o comportamento (atenção, emoções), movimentos finos, funções hemodinâmicas. NOREPINEFRINA: usualmente excitatória, afeta humor, atividade global, controle hemodinâmico. ÁCIDO GAMA: inibitória, transmissão nervosa, muscular, controle álgico. ENCEFALINA/ENDORFINA: excitatória, inibe a dor. NEURÔNIO: corpo celular, axônio, bainha de mielina (gerada pela célula de Schan), dentritos ASTRÓCITO: auxilia na geração de ADP GLIA: alta capacidade de replicação e substituição, menor célula do SN. Neurônio aferente ✓ Conduz o impulso nervoso do receptor para o SNC. ✓ Responsável por levar informações da superfície do corpo para o interior. ✓ Relaciona o meio interno com o meio externo. Neurônio eferente ✓ Conduz o impulso nervoso do SNC ao efetuador (músculo ou glândula). ✓ Transmitem mensagens de ação - como sentar, correr, andar, escrever, entre outros Neurônio internuncial ou de associação ✓ Faz a união entre os dois tipos anteriores. ✓ O corpo celular deste está sempre dentro do SNC Proteção do SNC O encéfalo e a medula estão protegidos pelos elementos ósseos (crânio de vértebras), por membranas finas chamadas meninges e pelo líquido cefalorraquidiano (cerebrospinal). DURA MÁTER: camada externa, espessa, dura e fibrosa, protege o tecido do ponto de vista mecânico. ARACNÓIDE: camada intermédia, é mais fina, responsável pela produção do líquido cefalorraquidiano. PIA-MÁTER: camada mais interna, fina, vascularizada. DECUSSAÇÃO PIRAMIDAL: ponto de cruzamento de fibras nervosas no tronco encefálico a medula, invertendo pontos de lesão no corpo. Avaliação do nível de consciência: A cognição é a ponte da consciência com o meio externo. LETARGIA: resposta e movimentos lentos, estimulados com a fala; OBNUBILAÇÃO: afetação discreta da clareza e da vigília. Sonolência, falta de espontaneidade, lentificação. ESTURPOR: estado de inconsciência profunda com desaparecimento da sensibilidade ao meio ambiente e da faculdade de exibir reações motoras. DELIRIUM: hiper/hipoativo/flutuação (estado para proteger capacidade psíquica) COMA: não tem consciência de si mesmo nem do ambiente por períodos prolongados (dias a meses ou, até mesmo, anos); ESTADO VEGETATIVO PERSISTENTE: paciente acordado, mas não consciente, sem função mental cognitiva ou afetiva. NT: não testável ✓ Realizar estímulo que não cause lesão/dor, apenas causar desconforto. ✓ Pressão de leito ungueal, no osso externo, olhos, trapézio. ✓ Justificar resultado (AO 4/ RV NT / RM 6) ✓ Não pedir para fechar a mão, pois é consequência do reflexo, após fechar a mão, pedir para abrir. FLEXÃO NORMAL: se incomoda e tenta retirar do estímulo FLEXÃO ANORMAL: decorticação (perda de córtex, mantém o tronco) EXTENSÃO: lesão no tronco encefálico • 15 pontos: significa que o tronco cerebral e o córtex estão preservados. • Menor ou igual a 8 pontos: considerado estado de coma. • 3 a 1 pontos = indica morte encefálica Avaliação pupilar DIÂMETRO: varia de 1 a 9 mm, em média 3.5mm. midríase (dilatação pupilar/simpática); miose (constrição pupilar/parassimpática), iso e anisocorias (pupila midriática indica alta pic) FORMA: normal - arredondada. anormal - ovoide (sinal de herniação cerebral); “fechadura” (comum em cirurgias de catarata); irregular (traumas de órbita). REAÇÃO À LUZ: foto reagente (normal); fotoparalítica (anormal). Morte encefálica REFLEXO VESTÍBULO CALÓRICO: 60 ml de soro/água gelado ou quente no ouvido. Quando preservado o reflexo, o olhar é desviado para o lado em que foi injetada a solução gelada. REFLEXO DE TOSSE: estimular tosse com sonda/cânula na traqueia, se houver reflexo indica bulbo funcionante. TESTE DE APNEIA: normalmente o último a ser feito pois coloca o paciente em risco. É ofertado o2 total para o paciente, coletado gasometria e sinais vitais. Após, é instalado CN a 5 l/min e aguardar até 10 minutos, coletado gasometria novamente, que demonstra que não foi realizado troca gasosa, pois com a oferta de O2 o bulbo deveria ativar o gatilho respiratório • <55 pco2 (paciente morto) • diferença de 20 mmHg do inicial ao final indica ME. EXAME COMPLEMENTAR: geralmente doppler e eletroencefalograma pois tem menos custo e não precisa tirar o paciente do leito. ✓ A família deve estar ciente do procedimento que será feito e pode acompanhar, ao fechar o protocolo, é constatado o horário da morte. Pressão intracraniana É a pressão exercida pelo crânio sobre o tecido cerebral, fluido cérebro-espinhal e sangue circulante do cérebro. SINAIS E SINTOMAS: cefaleia, náuseas/vômitos, rebaixamento do nível de consciência (às vezes) e podem ter também ter déficit visual progressivo (por comprometimento e edema do n. óptico). e alteração do ritmo respiratório (essa alteração só será vista se o paciente estiver fora dos aparelhos de respiração). TRÍADE DE CUSHING: três parâmetros que definem a PIC (hipertensão, bradipneia e bradicardia) ANISOCORIA: uma pupila diferente da outra em termos de tamanho, então a pupila doente é a que está dilatada, e estará dilatada do lado em que está o problema. Paciente com quadro de HIC e anisocoria = emergência (ir para tomografia, fazer diagnóstico e ir para o centro cirúrgico. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%A2nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido_cerebroespinhal http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido_cerebroespinhal http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro VALOR: 0 a 5 mmHg – PAM ~65 (perfusão órgãos vitais) (reflete a relação entre o conteúdo da caixa craniana e o volume do crânio). PACIENTE EM UTI: 5 a 10 mmHg (máx. 15 mmHg) (só por inserir o cateter já aumenta a pic). PERFUSÃO CEREBRAL: 50 a 70 ml de sangue – 50 a 70 ml de líquor. Para realizar a monitorização da PIC é preciso fazer um procedimento invasivo. A maioria dos monitores de PIC funciona com fibra óptica. Esses monitores podem ser colocados em 3 locais: 1 – Subdural (logo abaixo da dura-máter); 2- Intraparequimatoso (dentro do tecidocerebral); 3 – Intraventricular (dentro do ventrículo). O melhor desses 3 locais é o intraventricular, é o que dá valores mais fidedignos e é o que além de permitir o valor exato da PIC, permite métodos terapêuticos (infusão terapêutica/aspiração do LCR) para melhorar a PIC. Obs.: quando o paciente está em coma, induzido ou não, a pressão de perfusão cerebral deve ser monitorizada. FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL (FSC) O FSC é diferente da capacidade de outros órgãos de manter o seu fluxo sanguíneo. Por quê? Porque o SNC consegue controlar por si próprio o fluxo sanguíneo dentro da caixa craniana (autorregulação cerebral). Por exemplo: paciente com 20/10 de pressão arterial sistêmica e consciente, sem déficit neurológico: a autorregulação está agindo. Os fatores que influenciam essa autorregulação são a pressão arterial sistêmica e as concentrações arteriais de O2 e CO2 (se tem aumento de O2 o cérebro fazvasoconstrição pois entende que não precisa de grande quantidade de sangue, se tem aumento de CO2 o cérebro faz vasodilatação pois entende que precisa de muita troca gasosa). Obs.: lembrar que o SNC é muito mais sensível a variações de CO2 do que de O2. PRESSÃO DE PERFUSÃO CEREBRAL (PPC) Auxílio para corrigir a hipoperfusão para não afetar mais áreas. Este tecido não tolera tempo prolongado sem aporte sanguíneo arterial. Portanto, a troca gasosa com o tecido cerebral tem de ser uniforme, constante, permanente. É a pressão mínima que tem que ter no capilar para jogar o sangue arterial para dentro do tecido cerebral e fazer a troca gasosa necessária, ou seja, é aquela que determina a chegada de O2, glicose e nutrientes ao SNC (mantém o tecido cerebral vivo). A HIC vai lutar contra essa PPC, resultando em déficits e possivelmente em lesões definitivas no SNC. P.P.C. = P.A.M – P.I.C- Valor: 70 – 100 mmHg Paciente com PPC < 50 mmHg indica lesão neurológica irreversível. Paciente com PPC igual a PAM a circulação cerebral cessa. O cérebro pode manter a pressão de perfusão contínua quando: PA sistólica = 50 – 150 mmHg e PIC = < 40 mmHg. É necessário controlar a PAM com drogas para manter um valor de PPC ideal. ✓ Aumentar a osmolaridade para drenar. ✓ Em uma variação aproximada de 50 a 150 mmHg de PAM, o cérebro consegue manter um fluxo sanguíneo cerebral estabilizado. A partir do momento em que a PAM for acima de 150 mmHG ou abaixo de 50mmHg, o cérebro perde a capacidade de autorregulação e não consegue sustentar adequadamente o fluxo sanguíneo cerebral. Ex.: pessoa sofre um acidente e rompe uma artéria femoral, entra em choque hipovolêmico e a pressão cai abaixo de 50 mmHg. Por outro lado, um paciente numa crise hipertensiva acima de 150 mmHg de PAM. Autorregulação metabólica Relembrando - 2 gases influenciam o fluxo sanguíneo cerebral: CO2 (influência maior) – aumento = vasodilatação / queda = vasoconstrição. O2 - aumento = vasoconstrição / queda = vasodilatação Relação PIC/PAM/FSC Diante desses conceitos, sabemos que o que importa é manter a PPC, e isso está intimamente relacionado à PIC e PAM: Se a PIC aumenta e há queda da PAM (ou melhor, da PA sistêmica) teremos queda da PPC. Quando há queda da PPC isso é avisado ao cérebro através da sua autorregulação e há vasodilatação para aumentar o FSC. Quando aumenta o FSC, consequentemente aumenta conteúdo dentro do crânio (mais sangue), culminando em elevação da PIC (HIC). Isso é um ciclo vicioso que precisa ser interrompido o mais rápido possível, se não o paciente irá morrer, tratando a causa da HIC, ou seja, tratar a causa de base (se possível), ex.: tirando o tumor, drenando um hematoma, derivando uma hidrocefalia etc. Cateter DVE Drena em sistema fechado o cérebro em situações de HIC, introduzido até um dos ventrículos cerebrais e ligado ao sistema coletor que também regula a pressão da drenagem. ✓ Volume de drenagem até 50 ml ✓ DVE “sedação”+ Bloq. Neuromuscular ✓ Balanço de Sódio ✓ Decúbito de 30 a 45 graus ✓ Fechar o cateter do DVE durante o transporte ou quando abaixar a cabeceira a zero grau, evitando o risco de drenagem excessiva do liquor; ✓ NÃO há necessidade de medir a PIC no paciente com DVE, pois o limite da PIC já está estabelecido; ✓ Nunca realizar tentativa de desobstrução do sistema. ✓ Em caso de coleta de material para análise laboratorial, fazer a coleta da amostra de LCR no horário do esvaziamento da bolsa coletora, evitando a necessidade de uma nova manipulação do sistema. ✓ Realizar tomografia de crânio em casos de mau funcionamento do sistema. ✓ Manter alinhamento cervical, evitar travesseiro. ✓ Evitar manipulação. ✓ Aspiração apenas nasal ✓ Aumentar a frequência respiratória para abaixar o pcO2 (35 mmHg) ✓ Paciente altamente sedado ✓ RASS ≤ -4 ✓ Controle térmico ✓ Hipotermia em HPIC descontrolada ✓ Monitorização SNC ✓ BIS ✓ Checar o sistema a cada 6 horas. ✓ Em caso de não haver drenagem de LCR, apesar do sistema estar corretamente montado: o ventrículo pode estar colapsado ou o cateter mal posicionado informar o médico plantonista, pois se trata de uma urgência; contactar a NC em seguida. Neurocomplascência É a capacidade do crânio de tolerar aumentos no volume sem um aumento correspondente na pressão intracraniana. Quando a complacência é adequada, um aumento no volume do tecido cerebral, de sangue ou de líquor não produz inicialmente aumento na pressão intracraniana. PRIMEIRO PICO (P1-SITOLE) é a onda de percussão e reflete a pressão arterial transmitida a partir do plexo coroide para o ventrículo cerebral. SEGUNDO PICO (P2- DIÁSTOLE) é relacionado à complacência do tecido cerebral. É variável e apresenta aumento da sua amplitude à medida que a complacência intracraniana diminui; quando ultrapassa o nível da onda P1, sugere queda importante da complacência intracraniana. = TERCEIRO PICO (P3) se associa ao fechamento da válvula aórtica CATETER INTRAPARENQUIMATOSO: instalar cateter em terceiro ventrículo, material delicado. Tratamento Tratar a causa da hipertensão intracraniana. Se o paciente está em coma, com GLASGOW menor ou igual a 8 e tomografia alterada. Deve-se: 1º) MONITORIZAR A PIC E TENTAR MANTER A PPC > 50 MMHG 2º) SE A PIC ESTA > QUE 20 MMHG = HIPERTENSÃO INTRACRANIANA. Se o tratamento da causa base não foi suficiente, deve utilizar as medidas de 1º linha: ✓ Manter o paciente com cabeceira elevada em torno de 30 – 45 graus (para facilitar o retorno venoso para jugular). ✓ Sedação (para diminuir a demanda de O2 e glicose que o cérebro está exigindo) ✓ Manter a PCO2 entre 35 e 38 mmHg (a fisiológica é de 35-45, mas nestes casos tem que manter um pouco abaixo). ✓ Aumentar a saturação de 02 (manter a saturação acima de 90%). ✓ Drenagem do LCR (se tiver o cateter intraventricular – obs.: nunca drenar líquor lombar se o paciente tiver hipertensão intracraniana porque predispõe à herniação, principalmente à herniação das amígdalas). 3º) FAZER NOVA TOMOGRAFIA E SE NECESSÁRIO USA AS INTERVENÇÕES DE 2º LINHA: ✓ Hiperventilação um pouco mais intensa (PCO2 entre 30 e 35 mmHg). ✓ Manitol (é uma substância hiper osmolar, que trafega pelos vasos arteriais puxando líquido do interstício e tentando enxugar o edema. É extremamente potente e não pode ser usado por tempo prologando pois pode dar problema no retorno venoso, e consequentemente diminuir o débito cardíaco). ✓ Barbitúrico (levar o paciente ao coma profundo para evitar o uso de O2 e glicose). 4º) SE NÃO DER CERTO, REPETE A TC E ENTRA COM AS INTERVENÇÕES DE 3º LINHA: ✓ Solução salina hiper osmolar (mesmo efeito que o manitol, só que não tem a mesma agressividade e pode ser usada por mais tempo). ✓ Hiperventilação moderada (para cair ainda mais o CO2 – vasoconstrição). ✓ Craniectomia descompressiva (se a lesão é unilateral).
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