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EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE na Execução Fiscal - Documentos Google

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AO JUÍZO DE DIREITO DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CANOAS / 
 RS . 
 Execução número: 000.00000.000.00.0000 
 em face da Ação de Execução movida pela 
 SECRETARIA ESTADUAL DE FAZENDA - SEFAZ, 
 diante dos substratos fáticos e jurídicos que passa a 
 expor: 
 EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
 Em face do Exequente, devidamente qualificado nos 
 autos do processo de execução. 
 1. DOS FATOS 
 Trata-se de execução movida pelo exequente em desfavor do 
 Executado, pelo valor de R$100.000,00 a título de crédito tributário. 
 Entretanto, a execução dispõe de vícios insanáveis, e também a 
 prescrição do crédito tributário, motivando a exceção de pré-executividade. 
 2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 INÉPCIA DA INICIAL - FALHA DA CDA 
 A Lei nº 6.830/1980 ao estabelecer as condições para a cobrança 
 judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública prevê: 
 Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública 
 aquela definida como tributária ou não tributária na 
 Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as 
 alterações posteriores, que estatui normas gerais de 
 direito financeiro para elaboração e controle dos 
 orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos 
 Municípios e do Distrito Federal. 
 (...) 
 § 5º - O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá 
 conter: 
 I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, 
 sempre que conhecido, o domicílio ou residência de 
 um e de outros; 
 II - o valor originário da dívida, bem como o termo 
 inicial e a forma de calcular os juros de mora e 
 demais encargos previstos em lei ou contrato; 
 III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou 
 contratual da dívida; 
 IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida 
 sujeita à atualização monetária, bem como o 
 respectivo fundamento legal e o termo inicial para o 
 cálculo; 
 V - a data e o número da inscrição, no Registro de 
 Dívida Ativa; e 
 VI - o número do processo administrativo ou do 
 auto de infração, se neles estiver apurado o valor da 
 dívida. 
 § 6º - A Certidão de Dívida Ativa conterá os 
 mesmos elementos do Termo de Inscrição e será 
 autenticada pela autoridade competente. 
 Ou seja, a inobservância de qualquer um destes incisos conduz à 
 necessária nulidade da CDA, conforme destaque do Art 203 do CTN: 
 Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no 
 artigo anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da 
 inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade 
 poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição 
 da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo 
 para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada. 
 Note-se que a certidão anexada ao processo carece de prescrição , 
 sendo nula a execução fiscal proposta, conforme precedentes sobre o tema: 
 Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO 
 TRIBUTÁRIO . EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO 
 INTERCORRENTE. PARCIALMENTE 
 RECONHECIDA. TEMAS 566, 567, 568, 569, 570 E 
 571, STJ. RESP 1.340.553/RS. O CRÉDITO 
 TRIBUTÁRIO DAS CDAS NºS 203/2013, 206/2103 
 E 207/201 NÃO SE ENCONTRA PRESCRITO, 
 DIANTE DA SUSPENSÃO DO PRAZO 
 PRESCRICIONAL DECORRENTE DE 
 PARCELAMENTO FIRMADO. PROSSEGUIMENTO 
 DA EXECUÇÃO , QUANTO AOS APONTADOS 
 TÍTULOS. O CRÉDITO TRIBUTÁRIO DA CDA Nº 
 204/2013 FOI OBJETO DE PARCELAMENTO 
 QUANDO JÁ PRESCRITA A PRETENSÃO, 
 IMPONDO-SE A EXTINÇÃO DO FEITO, EM 
 RELAÇÃO AO REFERIDO TÍTULO. APELAÇÃO 
 PARCIALMENTE PROVIDA. (Apelação Cível, Nº 
 50002197020138210111, Primeira Câmara Cível, 
 Tribunal de Justiça do RS, Relator: Newton Luís 
 Medeiros Fabrício, Julgado em: 30-08-2023) 
 EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO 
 FISCAL - NULIDADE PROCESSUAL - AUSÊNCIA 
 DE OPORTUNIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA CDA 
 - INOCORRÊNCIA - INTIMAÇÃO DO EXEQUENTE 
 PARA SE MANIFESTAR SOBRE A PRESENÇA 
 DOS REQUISITOS ESSENCIAIS DA CDA - 
 SILÊNCIO - REJEIÇÃO DA PRELIMINAR - 
 NULIDADE DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - 
 AUSÊNCIA DA FORMA DE CÁLCULO DOS 
 JUROS DE MORA E DA CORREÇÃO MONETÁRIA 
 - OCORRÊNCIA -NULIDADE DA CDA - EXTINÇÃO 
 DA EXECUÇÃO. (...). Constatado que não há na 
 CDA a forma de cálculo e a referência legal para 
 a correção do débito e apuração dos encargos 
 aplicados pelo Município, faltam os requisitos do 
 art. 202, II e III, do CTN e do art. 2º, § 5º, incisos 
 II, III e IV, da Lei n.º 6.830/80, sendo nulo o 
 documento e devendo ser extinta a execução . 
 (TJ-MG - AC: 10521130092211001 MG, Relator: 
 Wagner Wilson, Data de Julgamento: 12/02/0019, 
 Data de Publicação: 21/02/2019, #53307113) 
 #3307113 
 APELAÇÃO CÍVEL - EXECUÇÃO FISCAL - 
 NULIDADE DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - 
 SUPOSTA AUSÊNCIA DO TERMO INCIAL DOS 
 JUROS DE MORA - NÃO OCORRÊNCIA - 
 INDICAÇÃO DE DISPOSITIVOS LEGAIS - 
 PRESCRIÇÃO DE PARTE DO CRÉDITO - 
 RECONHECIMENTO - INTERRUPÇÃO DO PRAZO 
 EM VIRTUDE DE PARCELAMENTO - AUSÊNCIA 
 DE PROVA - EXTRATOS UNILATERAIS - 
 IMPRESTABILIDADE - RECURSO 
 PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A previsão de 
 campo em Certidão de Dívida Ativa, contendo 
 informação de que se aplicam os juros/correção na 
 forma dos artigos 157, 259 e 264 da Lei Municipal 
 n.2.058/95 de Ponte Nova, supre a exigência do 
 art.202,II, doCTN. 2. A mera juntada de extratos 
 unilaterais não serve para comprovar o 
 parcelamento do crédito tributário e, por 
 consequência, interromper a prescrição. (TJMG - 
 Apelação Cível 1.0521.10.018389-1/001, Relator 
 (a): Des.(a) Wagner Wilson , 19ª CÂMARA CÍVEL, 
 julgamento em 04/10/2018, publicação da sumula 
 em 11/10/2018, #33307113) 
 EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - Nulidade da 
 Certidão de Dívida Ativa - Ocorrência - Ausência de 
 liquidez, certeza e exigibilidade - Crédito derivado 
 de multa e juros decorrentes de alteração no CNAE, 
 sem a devida comunicação da alteração da data de 
 recolhimento - Inadmissibilidade - Dever de 
 comunicação da Administração - Precedentes - 
 Recurso improvido. (TJ-SP - APL: 
 00337216520098260506 SP 
 0033721-65.2009.8.26.0506, Relator: Cristina 
 Cotrofe, Data de Julgamento: 13/02/2017, 8ª 
 Câmara de Direito Público, Data de Publicação: 
 13/02/2017, #13307113) 
 APELAÇÃO. EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE. 
 CDA. CUMULAÇÃO DE VÁRIOS EXERCÍCIOS 
 SEM A INDIVIDUALIZAÇÃO DO DÉBITO 1. CDA 
 que engloba vários exercícios sem discriminar 
 os débitos relativos a cada um deles, 
 impossibilita a defesa do executado, pois 
 dificulta a exata compreensão do quantum 
 exequendo . 2. Nos termos do Enunciado nº 07 do 
 STJ, somente nos recursos interpostos contra 
 decisão publicada a partir de 18.03.2016, será 
 possível o arbitramento de honorários 
 sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, 
 do novo CPC. 3. Recurso não provido. (Apelação, 
 Processo nº 0034259-54.2008.822.0001, Tribunal 
 de Justiça do Estado de Rondônia, 1ª Câmara 
 Especial, Relator (a) do Acórdão: Des. Gilberto 
 Barbosa, Data de julgamento: 17/02/2017) (TJ-RO - 
 APL: 00342595420088220001 RO 
 0034259-54.2008.822.0001, Relator: 
 Desembargador Gilberto Barbosa, Data de 
 Publicação: Processo publicado no Diário Oficial em 
 24/02/2017., #53307113) 
 Dessa forma, não preenchidos os requisitos da certeza, liquidez e 
 exigibilidade, não há que se falar em continuidade da execução,devendo ser 
 imediatamente extinta. 
 DA PRESCRIÇÃO 
 Tratam-se de débitos constituídos em 2012 . Assim, considerando 
 tal data como início do prazo prescricional, data em que ocorreu a constituição do 
 crédito tributário em favor da Fazenda Pública, tem-se configurada a prescrição do 
 objeto. 
 Nos termos do artigo 156, inciso V c/c artigo 174 do CTN: 
 "Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
 (...) 
 V - a prescrição e a decadência;" 
 "Art. 174. A ação para a cobrança do crédito 
 tributário prescreve em cinco anos, contados da 
 data da sua constituição definitiva." 
 Com efeito, a prescrição para a Fazenda Pública mover a execução 
 fiscal cabível deveria ocorrer em 05 (cinco) anos contados da sua constituição 
 definitiva até o despacho que ordenar a citação do executado. 
 Todavia, a prescrição ocorreu antes mesmo da movimentação da 
 Administração Pública para promover a sua cobrança, ocorrendo a prescrição, nos 
 termos da súmula 409 do STJ: 
 Súmula 409 - Em execução fiscal, a prescrição 
 ocorrida antes da propositura da ação pode ser 
 decretada de ofício (art. 219, § 5º, do CPC). 
 (Súmula 409, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
 28/10/2009, DJe 24/11/2009, REPDJe 25/11/2009) 
 Assim, considerando que os débitos já se encontram inexigíveis, vez 
 que transcorrido o prazo prescricional, não podem seguir sendo executados. 
 Evidente que se torna, portanto, nula a CDA que embasa a execução fiscal, 
 devendo ser julgada extinta a execução fiscal proposta. 
 DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 
 Pelo que se depreende dos autos, após proposta a ação executiva, 
 o feito permaneceu paralisado por quase 7 anos. 
 Todavia, por tratar-se de cobrança de tributos, não se justifica que o 
 Fisco tenha se mantido inerte por esse longo período, sem diligenciar o andamento 
 do processo, afinal é indubitável o interesse público matéria. 
 Ou seja, caberia à Administração Tributária local ser diligente, por 
 meio dos inúmeros mecanismos previstos na lei processual, para fins da efetiva 
 citação e deslinde do processo, o que, efetivamente, não realizou. 
 Inadmissível pretender que o exequente, após todo esse tempo 
 inerte, possa imputar ao judiciário a demora e a incúria na citação do executado, 
 diligência cabível ao próprio autor da ação. 
 Portanto, é necessário afastar, no caso, a incidência do verbete nº 
 106, da Súmula do C. STJ, posto que, tal enunciado não pode servir de fundamento 
 para que a Fazenda Pública deixe a cargo único do Poder Judiciário a 
 responsabilidade pelo processamento, a exemplo da citação do executado em 
 tempo hábil. 
 Ademais, nem a morosidade cartorária, por exemplo, não pode ser 
 oponível ao contribuinte, como forma de eternizar a exigibilidade e exequibilidade de 
 créditos tributários, conforme precedentes sobre o tema: 
 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO 
 REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL. ICMS. 
 CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSTITUÍDO POR ATO 
 DE FORMALIZAÇÃO PRATICADO PELO 
 CONTRIBUINTE. DCTF. PRAZO PRESCRICIONAL. 
 CONTAGEM. TERMO INICIAL. VENCIMENTO 
 DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. ENTENDIMENTO 
 PACIFICADO NO STJ PELA SISTEMÁTICA DOS 
 RECURSOS REPETITIVOS. 1. Com a entrega da 
 Declaração, seja DCTF, GIA, ou outra dessa 
 natureza, tem-se constituído e reconhecido o crédito 
 tributário, sendo dispensada qualquer outra 
 providência por parte da Fazenda. A partir desse 
 momento, inicia-se o cômputo da prescrição 
 quinquenal em conformidade com o art. 174 do 
 Código Tributário Nacional. (...) Precedente: 
 Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do 
 CPC, e da Resolução STJ 08/2008 - REsp 
 1.120.295/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, 
 DJe 21.5.2010). 3. Agravo regimental não provido. 
 (AgRg no REsp 1316115/MA, Rel. Ministro CASTRO 
 MEIRA, 2ª TURMA, j. em 11/06/2013). 
 TRIBUTÁRIO. ART. 535 DO CPC. OMISSÃO 
 INEXISTÊNCIA. FISCAL. OBRIGAÇÕES 
 TRIBUTÁRIAS INFORMADAS EM DECLARAÇÃO 
 DE RENDIMENTOS. DÉBITO DECLARADO E NÃO 
 PAGO. PRESCRIÇÃO. OCORRÊNCIA. 1. Em se 
 tratando de tributo lançado por homologação, 
 ocorrendo a declaração do contribuinte e na falta de 
 pagamento da exação no vencimento, mostra-se 
 incabível aguardar o decurso do prazo decadencial 
 para o lançamento. Tal declaração elide a 
 necessidade da constituição formal do débito pelo 
 Fisco, podendo este ser imediatamente inscrito em 
 dívida ativa, tornando-se exigível, 
 independentemente de qualquer procedimento 
 administrativo ou de notificação ao contribuinte. (...) 
 5. É cabível a condenação em honorários 
 advocatícios no acolhimento da exceção de 
 pré-executividade. Precedentes. 6. Recurso especial 
 provido. (STJ - 2ª Turma, RESP nº 795.763/PR, 
 Relator Min. Castro Meira, unânime, DJ 
 06/03/2006). 
 Esse entendimento é ressaltado no julgamento do REsp 
 543.913-RO, Primeira Turma do STJ, no voto proferido pelo Ministro Luiz Fux ao 
 destacar: 
 "Após o decurso de determinado tempo, sem a 
 promoção da parte interessada, deve-se estabilizar 
 o conflito pela via da prescrição, impondo segurança 
 jurídica aos litigantes, uma vez que afronta os 
 princípios informadores do sistema tributário a 
 prescrição indefinida." 
 Ademais, importa destacar que a Súmula 106 não pode ser 
 interpretada de forma absoluta, de modo a permitir o que ocorreu nestes autos, que 
 o exequente permaneça indefinida e passivamente no aguardo da movimentação do 
 feito. 
 Pelo contrário, deve o princípio do impulso oficial ser propulsor da 
 garantia constitucional da duração razoável do processo, (art. 5º, LXXVIII, da 
 Constituição Federal). 
 Portanto, evidenciada a prescrição intercorrente no presente caso, é 
 de ser acolhida a presente impugnação com o imediato arquivamento da execução 
 em andamento. 
 DA INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO 
 Nos termos do art. 238 do CPC, a Citação é o ato pelo qual são 
 convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual, 
 indispensável para a validade do processo, conforme leciona a doutrina: 
 " A citação é indispensável para a validade do 
 processo e representa uma condição para 
 concessão da tutela jurisdicional, ressalvadas as 
 hipóteses em que o processo é extinto sem afetação 
 negativa da esfera jurídica do demandado 
 (indeferimento da petição inicial e improcedência 
 liminar). Não se trata de requisito de existência do 
 processo. O processo existe sem a citação: apenas 
 não é válido, acaso desenvolva-se em prejuízo do 
 réu sem a sua participação." (MARINONI, Luiz 
 Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, 
 Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 
 3ª ed . Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 
 239) 
 Trata-se, portanto, de matéria de ordem pública que pode ser 
 alegada em qualquer fase de jurisdição, não ficando ocorrendo a preclusão , 
 conforme leciona Arruda Alvim ao disciplinar sobre a matéria: 
 " o processo sem citação (ou com citação nula 
 somada à revelia) é juridicamente inexistente em 
 relação ao réu , enquanto situação jurídica apta a 
 produzir ou gerar sentença de mérito (salvo os 
 casos de improcedência liminar do pedido - art. 332 
 do CPC/2015). Antes a essencialidade da citação 
 para o desenvolvimento do processo, não há 
 preclusão para a arguição da suafalta ou de sua 
 nulidade, desde que o processo tenha corrido à 
 revelia. Pode tal vício ser alegado inclusive em 
 impugnação ao cumprimento da sentença proferida 
 no processo viciado, ou até mesmo por simples 
 petição, ou, se houver interesse jurídico, em ação 
 própria (ação declaratória de inexistência)" (Novo 
 contencioso Cível no CPC/2015. São Paulo: Editora 
 Revista dos Tribunais, 2016, n.3.1.3, p. 204.) 
 Ocorre que no presente caso, o autor teve conhecimento da 
 presente ação apenas quando teve os seus bens bloqueados. Ou seja, não foi 
 regularmente citado nos termos da lei, não podendo ser aplicado os efeitos da 
 REVELIA. 
 No presente caso, a citação não foi recebida diretamente pelo Réu, 
 correndo indevidamente o processo à revelia, evidenciando a nulidade da citação, 
 conforme precedentes sobre o tema: 
 AÇÃO MONITÓRIA. NEGÓCIOS JURÍDICOS 
 BANCÁRIOS. AÇÃO DE COBRANÇA. 
 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. NULIDADE DA 
 CITAÇÃO. VIOLAÇÃO MANIFESTA DA NORMA 
 JURÍDICA. ART. 966, V, DO CPC. Ação rescisória 
 proposta com base no inciso V, do art. 966, do CPC. 
 Caso em que a firma individual, que se confunde 
 com a sua titular, foi citada por carta AR, na ação de 
 cobrança movida pelo Banco, recebida por terceira 
 pessoa, prosseguindo o feito à revelia, 
 culminando com a sentença de procedência . 
 Citação irregular em afronta manifesta à norma 
 jurídica, cabendo a rescisão da sentença de mérito 
 e a nulidade de todos os atos a partir da citação, 
 inclusive, sendo o caso de julgar procedente a ação 
 monitória. Determinação de retorno dos autos à 
 origem para a renovação do ato citatório e o regular 
 processamento do feito a partir deste. AÇÃO 
 RESCISÓRIA JULGADA PROCEDENTE. 
 UNÂNIME. (TJ; Ação Rescisória, Nº 70079916235, 
 Décima Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça 
 do RS, Relator: Pedro Luiz Pozza, Julgado em: 
 28-03-2019) 
 Desta forma, requer seja reconhecida a nulidade da citação, com 
 retorno do processo ao cômputo do prazo para defesa, tornando sem efeito todos os 
 atos posteriores. 
 DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO - DIREITO AO 
 CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA 
 O artigo 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, que dispõe sobre o 
 processo administrativo fiscal, estabelece claramente: 
 Art. 23. Far-se-á a intimação: 
 (...) 
 II - por via postal, telegráfica ou por qualquer outro 
 meio ou via, com prova de recebimento no 
 domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo ; 
 Ocorre que tal intimação não houve, fato que não fica demonstrado 
 em momento algum do processo administrativo. Tem-se por necessário, portanto, a 
 nulidade do processo administrativo, por ausência de comprovação de notificação 
 válida (com consequente nulidade do título executivo que aparelha a execução fiscal 
 embargada), conforme precedentes sobre o tema: 
 APELAÇÃO COM REMESSA NECESSÁRIA - 
 MANDADO DE SEGURANÇA -ICMS- 
 LANÇAMENTO FUNDAMENTADO EM 
 CRUZAMENTO DE INFORMAÇÕES FORNECIDAS 
 POR ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE 
 CRÉDITO- POSSIBILIDADE CONFERIDA PELO 
 ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº. 105 /2001 - 
 CONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF 
 NO JULGAMENTO DO RE Nº. 601.314/SP - 
 NECESSIDADE DE PRÉVIA INSTAURAÇÃO DE 
 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO OU DE 
 PROCEDIMENTO FISCAL EM CURSO - 
 INEXISTÊNCIA NO PRESENTE CASO - 
 VIOLAÇÃO DO ART. 148 DO CTN , BEM COMO 
 DO ART. 5º , INCISOS LIV E LV DA CF/88 - 
 DIREITO LÍQUIDO E CERTO VIOLADO - 
 RECURSO DESPROVIDO - SENTENÇA 
 RATIFICADA. Consoante entendimento da Suprema 
 Corte lançado por ocasião do julgamento do RE 
 601.314/SP, com reconhecimento da repercussão 
 geral com o Tema 225, a previsão contida no art. 6º 
 da Lei Complementar nº. 105 /2001 é constitucional, 
 de modo que não há irregularidade de lançamento 
 tributário na realização por meio de cruzamento de 
 informações fornecidas por administradoras de 
 cartão de crédito /débito de contribuintes, uma vez 
 que isso não resulta em quebra indevida do sigilo 
 bancário, mas de "transferência do sigilo" das 
 instituições financeiras para a Administração 
 fazendária. Entretanto, para que o lançamento 
 seja considerado legal, nos termos do 
 entendimento superior, imperioso e necessário 
 que tais informações sejam obtidas por meio de 
 procedimento administrativo previamente 
 instaurado ou em procedimento fiscal em curso, 
 garantindo-se o regular exercício do 
 contraditório e da ampla defesa, requisitos estes 
 não observado pelo fisco mato-grossense na 
 espécie. (Apelação / Remessa Necessária 
 10755/2017, DESA. HELENA MARIA BEZERRA 
 RAMOS, PRIMEIRA CÂMARA DE DIREITO 
 PÚBLICO E COLETIVO, Julgado em 25/02/2019, 
 Publicado no DJE 21/03/2019) 
 TRIBUTÁRIO. COFINS. TRIBUTO SUJEITO A 
 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA 
 DE DECLARAÇÃO DO VALOR A SER PAGO A 
 ESSE TÍTULO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. 
 NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO AO 
 CONTRIBUINTE.I - No caso de tributos sujeitos a 
 lançamento por homologação, a constituição do 
 crédito se dá com a entrega da declaração pelo 
 sujeito passivo, independentemente de qualquer 
 atuação por parte do Fisco, nos moldes do art. 150 
 do CTN.II - A constituição do crédito tributário 
 também poderá ocorrer de ofício, nos moldes do art. 
 149 do CTN, na ausência de declaração do 
 contribuinte ou se elaborada em desacordo com a 
 legislação tributária, com omissões ou inexatidões, 
 sujeitando-se ao prazo decadencial do inciso I, do 
 art. 173, do CTN.III - No caso de lançamento de 
 ofício, a constituição definitiva do crédito se dá 
 após a notificação do contribuinte, o qual terá o 
 prazo de trinta dias para protocolizar eventual 
 impugnação . Não havendo irresignação, a 
 constituição definitiva ocorrerá no trigésimo primeiro 
 dia após a notificação do lançamento.IV - No caso 
 dos autos, conforme afirmado pela própria 
 exequente, a contribuinte não declarou os valores a 
 serem pagos a título de COFINS, por entender que 
 estava abrangida pela isenção contida no art. 6º da 
 Lei Complementar nº 70/91.V - Tendo ocorrido o 
 lançamento de ofício, já que a apelada não declarou 
 nem pagou o tributo que a exequente entende 
 devido, havia a necessidade de notificação da 
 apelada, não sendo cabível o entendimento de que, 
 apesar de não ter declarado expressamente os 
 valores a serem recolhidos a título de COFINS, 
 tendo discriminado o faturamento e a referida 
 contribuição incidindo à alíquota de 2% sobre o 
 faturamento declarado, a contribuinte teria 
 confessado tal débito.VI - Verificando ter havido 
 omissão na declaração da contribuinte acerca da 
 COFINS devida, a Fazenda Pública efetuou o 
 lançamento de ofício, mostrando-se 
 imprescindível, assim, a notificação regular do 
 lançamento, que conduziria à constituição do 
 crédito tributário, oportunizando-se à 
 contribuinte apresentar eventual impugnação 
 (art. 145, I, do CTN), no prazo legal de trinta 
 dias .VII - Não tendo havido a notificação do 
 lançamento, não se verifica a constituição do 
 crédito tributário, devendo ser reconhecida a 
 inexistência do título executivo .VIII - Recurso de 
 apelação improvido. (TRF 3ª Região, QUARTA 
 TURMA, ApelRemNec - APELAÇÃO/REMESSA 
 NECESSÁRIA -1232967 - 
 0014005-52.2001.4.03.6182, Rel. 
 DESEMBARGADOR FEDERAL MARCELO 
 SARAIVA, julgado em 13/06/2019, e-DJF3 Judicial 1 
 DATA:17/07/2019) 
 TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS 
 À EXECUÇÃO FISCAL. CONSELHO DE 
 FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL. NOTIFICAÇÃO 
 DO EXECUTADO. IRREGULARIDADE. NULIDADE 
 DA CDA.1. A notificação do sujeito passivo é 
 condição de eficácia do lançamento. A presunção 
 de legitimidade da certidão de dívida ativa descrita 
 no art. 3º da Lei 6.830/80 somente deve ser 
 considerada estando a dívida regularmente inscrita. 
 Assim, a falta de notificação válida implica ausência 
 de aperfeiçoamento do lançamento e de 
 constituição do crédito tributário.2. À análise dos 
 autos, verifico que foi comprovado o envio da 
 notificação constante do evento 8, NOT2. Todavia, 
 conforme delineado na fundamentação, a 
 notificação dando conta do vencimento do tributo e 
 da iminente inscrição em dívida ativa não supre o 
 requisito necessário à regular constituição do 
 crédito, porquanto se trata de etapa posterior e que 
 não se confunde com o lançamento de ofício.3. 
 Conclui-se, assim, que a falta de notificação 
 válida implica ausência de aperfeiçoamento do 
 lançamento e de constituição do crédito 
 tributário. A presunção de legitimidade da certidão 
 de dívida ativa descrita no art. 3º da Lei 6.830/80 
 somente deve ser considerada estando a dívida 
 regularmente inscrita. Desta maneira, a regularidade 
 da inscrição é pressuposto indispensável para 
 formação válida do título executivo que embasa o 
 executivo fiscal.4. Desprovido o apelo. (TRF4, AC 
 5000094-16.2017.4.04.7210, Relator(a): ROGER 
 RAUPP RIOS, PRIMEIRA TURMA, Julgado em: 
 15/05/2019, Publicado em: 15/05/2019, #43307113) 
 Cabe esclarecer, que o lançamento tributário é ato isolado, 
 decorrente de procedimento prévio a fim de apurar a ocorrência do fato gerador, 
 identificar o sujeito passivo e quantificar a exação. 
 Feitos tais procedimentos, é indispensável a notificação do 
 sujeito passivo, para pagar o valor indicado ou para apresentar impugnação, na 
 forma do artigo 11, II, do Decreto nº 70.235, de 1972, que dispõe: 
 Art. 11. A notificação de lançamento será expedida 
 pelo órgão que administra o tributo e conterá 
 obrigatoriamente: 
 (...) 
 II - o valor do crédito tributário e o prazo para 
 recolhimento ou impugnação; 
 Assim, em fase posterior ao lançamento deve ser garantido ao 
 contribuinte o exercício do contraditório, constitucionalmente assegurado pelo artigo 
 5º, LV, da Constituição Federal. 
 Diante da ausência deste procedimento, resta evidenciado o 
 desrespeito às normas constitucionais e legais regulatórias dos processos em geral 
 e, especificamente, do processo administrativo fiscal, culminando na 
 não-perfectibilização do lançamento e, consequentemente, na nulidade dos 
 títulos executivos embasados no crédito defeituosamente constituído. 
 DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será 
 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
 perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo." 
 No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, 
 vejamos: 
 A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da 
 demonstração inequívoca de que deve-se aplicar a PRESCRIÇÃO do crédito 
 tributário e extinção da execução . 
 Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para 
 aguardar o desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco: 
 "Se o fato constitutivo é incontroverso não há 
 racionalidade em obrigar o autor a esperar o tempo 
 necessário à produção da provas dos fatos 
 impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez 
 que o autor já se desincumbiu do ônus da prova e a 
 demora inerente à prova dos fatos, cuja prova 
 incumbe ao réu certamente o beneficia." 
 (MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e 
 Tutela da Evidência. Editora RT, 2017. p.284) 
 Já o RISCO DA DEMORA, fica caracterizado pela própria 
 prescrição, ou seja, tal circunstância confere grave risco de perecimento do 
 resultado útil do processo, conforme leciona Humberto Theodoro Júnior: 
 " um risco que corre o processo principal de não 
 ser útil ao interesse demonstrado pela parte" , 
 em razão do "periculum in mora", risco esse que 
 deve ser objetivamente apurável, sendo que e a 
 plausibilidade do direito substancial 
 consubstancia-se no direito "invocado por quem 
 pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris" ( in 
 Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366). 
 Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza 
 conduta irreversível , não conferindo nenhum dano ao autor. 
 Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado 
 receio de dano irreparável, sendo imprescindível a concessão de liminar ao réu, nos 
 termos do Art. 300 do CPC. 
 3. DOS PEDIDOS 
 Ex positis , o Excipiente requer a Vossa Excelência a atender aos 
 seguintes pedidos: 
 1. O recebimento e o processamento do presente pedido, nos 
 termos do Art. 525; 
 2. O deferimento do pedido de urgência, para fins de suspender a 
 ação através da PRESCRIÇÃO; 
 3. O acolhimento do presente pedido, com a extinção imediata da 
 ação de execução; 
 4. A condenação do Excepto ao pagamento de honorários 
 advocatícios no valor de 20% do valor da Execução e ao 
 pagamento das custas judiciais; 
 Valor da causa: R$100.000,00. 
 Nestes termos, pede deferimento. 
 Canoas, 22 de setembro de 2023. 
 JHON UCHOA 
 OAB 000.000/RS

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