Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MANEJO CLÍNICO DA MENINGITE BACTERIANA NA UTI: Anamnese EXAME FÍSICO E HISTÓRICO SUGESTIVO DE MENINGITE: · febre alta; que não cessa com antitérmico (em 48h já começa com delírio, gemencia, desidratação) · vômito, sem foco de infecção aparente, acompanhado de cefaleia intensa; · Rigidez de nuca; · Bbs tonificados pode dar falso positivo (tônus do eretores da espinha são tonificados, qnd faz o movimento tende a encurtar, mas não tem choro nem outros sinais aprente) · sonolência; · Inflamação, infecção, consumo de energia · Torpor; · irritação; · Infecção das meninges · diminuição da sucção em lactentes; · Criança chega rebaixada, sonolenta, gemente e a 12h não está mamando perguntar rotina alimentar · Geralmente cursa com hipoglicemia associada · Abaulamento de fontanela e convulsões. · Fontanela abaulada e pulsante · Condições que causam isso no lactante: hiper-hidratação, meningite e hidrocefalia (nem cheking baby faz isso) · Pode fazer epistótono reativo · Pré-escolar rebaixado pode ficar apática · Criança maior pode conseguir identificar · Não precisa identificar o tipo de cefaleia · Precisamos identificar a cefaleia que chega a provocar vomito · Excluir diarreia, intoxicação alimentar, falta de adaptação alimentar, alteração gastrointestinal aparente · Se excluir tudo isso vomito é sinal de hipertensão craniana · O organismo infeccioso pode ter vindo via hematogenica, por outras infecções · Pode ser fungicas, virais, bacterianas, parasitas · A fisiopatologia mais complicada é a bacteriana · Num momento em que temos um numero de bactérias colonizando elas liberam endotoxina e ac. Teicoico (tem a teicoplanina ATB especifico) · As células imunes do líquor temos macrófagos e LB e NK · Conseguimos manter o controle do macrófago e LB mas não as NK · Uma vez que começamos a migras as células de defesa como produto produzimos Interleucinas (citocinas), IL6, IL10, TNF-alfa e NO linha de frente do estresse · Resultado: altera a permeabilidade da barreira, adesão leucocitária nos capilares (quimiotaxia) · Aderiu leucócitos, obstrui o lumem, altera a pressão do líquor e a perfusão da região, tendo alteração do fluxo cerebral · Produção de aminoácidos excitatórios pra tentar manter o tecido vivo usando glicose · Utilizando a reserva criamos EROs e nitrogênio · Tem acumulo de mais células, piorando a perfusão PARALELOS: · Se perdemos o controle permitimos que aula que esta fora da célula entre edema vasogenico · Que gerou por conta da alteração da permeabilidade · A alteração da permeabilidade e aderência de leucócitos gera outros problemas, como perda de ptn plasmáticas pra dentro do líquor (albumina), se perdemos a albumina pro líquor justifica o edema vasogenico · Com a produção de exsudado bacteriana obstruímos o fluxo de saída e absorção de líquor o sistema ventricular começa a sofrer · Se a inflamação é na meninge, gera edema, as meninges geram compressão, e o líquor não consegue passar sendo reabsorvido (mas ainda esta no processo de absorção no sistema ventricular) dilatando o sistema ventricular · O resultado é uma hidrocefalia obstrutiva e comunicante gerando um edema · O líquor começa a empurrar pra fora o ventricular agua, gerando edema periventricular · Com a produção de exsudato o espaço meníngeo e na região perilesionar, causa compressão, redução de fluxo, e teremos regiões do cérebro que apresentarão isquemia · Qnt maior a aderência maior a migração de ataque · Os leucócitos desgranulam pra serem fagocitados e nesse processo liberam toxinas · A alteração da estrutura e função de leucócito ocorre edema citotóxico qnt excessiva de metabolitos e toxinas em uma mesma região e com isso geram edema citotóxico que se associado com o edema vasogenico corrobora com um quadro isquêmico ou convulsões · Qnd temos isquemia e edema alteram o fluxo diminui perfusão, com a alteração de fluxo e isquemia se não reverter o processo gera morte neuronal · Regiões do encéfalo podemos perder · Com isso gera reação em cascata na tentativa de reperfundir aumento de pressão, faz com que o fluxo sanguíneo passe por esse espaço de qualquer maneira hipertensão intracraniana e nesse momento a criança entre em come · Se recebemos uma criança rebaixada e entra em coma em pouco tempo, entendemos que todo o cenários esta instalado, não quer dizer que teremos uma lesão irreversível e perdemos neurônio, mas estamos próximo a isso CONDUTA: · Iniciar o tratamento antes mesmo da confirmação do agente infeccioso. · Suspeita de meningite 1° líquor (3 amostras) e começa ATB de forma empírica antes do resultado do líquor · <2 meses a criança pode não ter peso suficiência pra uma gentamicina, sendo feito ceftriaxona, se petequiado associamos ampicilina · >5 anos Conduta ... · Cursa com placas petéquias que se não cuidar necrosa · Precisa tirar com debridamente mecânico, pra não perder conjuntiva e musculatura · 1-fungica não cursa com petequia · Vamos de 7-21 dias, SE não tiver uma infecção oportunista associada EXAMES ... · Coletar Glicose, punção lombar (PL), hemograma, PCR, cultura (dois locais diferentes)-lactentes (2 focos) crianças +2 anos (3 focos), ionograma (Na, K e Ca), ureia, creatinina, estudo da coagulação (principalmente se petéquia), gasometria, lactato, urina tipo II. · Neuroimagem – tomografia computadorizada, se o paciente se encontrar obnubilado ou se há pressão intracraniana, tomografia precede a PL. · A punção liquórica é realizada na região lombar, entre as vértebras L1 e S1, entre os espaços L3-L4 (crianças menores), L4-L5 (melhor e mais amplo-de escolha) ou L5-S1 (núcleo da vertebra é ruim). · Criança ao se punciona com agulha peridural, vai desde scapl até abocath 24. A peridural são para crianças maiores · Anisocoria, rebaixamento do nível de consciência, taquicardia com taquipneia associada, papiledema são sinais de PIC aumentada sem o uso de neuroimagem Alteração do LCR em algumas patologias (exames laboratoriais) · Nos doentes com alergia aos beta-lactâmicos a vancomicina + rifampicina ou o meropenem podem ser uma opção. · Vancomicina: 10mg/kg de 6/6 h ou 20mg/kg de 12/12h. · Rifampicina: ≥1M: 10mg/kg/dose (máx. 600mg), 12/12h, oral, durante 2 dias. · Meropenem: 40 mg/kg, 8/8h. · Faz mt estrago se não souber calcular a dose e fazer infusão em tempo muito curto faz necrose tubular aguda. Nunca correr em menos de 4h e a diluição a máximo possível · Características do líquor SE CONVULSÕES ... · Crise convulsiva áurea criança com meningite. Reviramento ocular, atípico, sem movimento do tronco e MMII e MMSS, cabeça tonificada, o resultado dessa crise é o dano neurológico permanente · O2 e diazepam imediatamente se não tiver acesso aplicar no vasto lateral da coxa · Pode demorar ate 2min pra terminar a crise · 1º - Diazepam 0.5 mg/Kg. · Repetir 3x de 5-5min, so diminuir pra 0,3mg · 2º - Diazepam 0,2-0,5 mg/kg/dose EV ou IO (se doente em choque) – até 3x (de 5 em 5 minutos) · 3º - Fenitoína 20 mg/kg (EV) e segue 5 mg/Kg/dia · 4º - Fenobarbital 20 mg/kg (EV) e segue 5 mg/Kg/dia · Essa é a ordem em pediatria ALTERAÇÃO NO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ... Indicações para intubação traqueal e ventilação mecânica · Se ECG < 9 ou redução de 3 pontos na ECG em 5 min. · Se obstrução da via aérea por queda da língua, ausência de reflexos protetores da via aérea. · Principalmente me lactente · Intubar mesmo se tiver com ECG bom (oq provavelmente na vai estar)q · Bradipneia/apneia. · Temos a apneia do neonato, não é pq fez uma pausa respiratória que iremos intubar · Levar em consideração o quadro · Insuficiência respiratória. · Padrão respiratório anormal (ex: Cheyne-Stokes). · Inspiração rápida, uma profunda, sem pausa no meio, respiração intercortada (semelhante a pessoa que correu uma maratona) · Sinais de Hipertensão intracraniana (HTIC) que persistem apesar da terapêutica hiperosmolar. · Status convulsivo. · Considerar necessidade de estabilização para transporte TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO INTRACRANIANA ... Medidas gerais: · Posicionamento- Cabeçaelevada a 30°, na linha média. · Não mais que isso · Manipulação mínima. · O mais parado possível · Tratar a hipertermia e a dor. · Hipertermia aumenta a taxa de consumo e dor ibera mais mediadores inflamatórios · Restrição hídrica a 70% mantendo a euvolemia. · Manter coração, rim e cérebro Se ECG > 9: passar logo à terapêutica hiperosmolar. · Terapêutica hiperosmolar: - Cloreto de sódio (NaCl) a 3% - 3-5 ml/Kg em 5 – 10 min, pode ser repetido até Na sérico 160 mEq/L e/ou osmolaridade 360mOs/L seguido de Cloreto de sódio (NaCl) a 3% em perfusão continua 0.1-1 ml/kg/h. Na iminência de encravamento podemos usar doses de 6.5 – 10 ml/Kg. · Em adulto é bom mas em criança é perigoso (desidratação) · O encravamento é uma hipertensão mais sustentada OU - Manitol 20%: 0.25 – 0.5 gr/kg/dose EV durante 15 – 20 min. Pode ser repetido de 4/4 ou de 6/6 h. Na eminência de encravamento podemos usar na dose de 1 g/Kg. · Não usamos manitol em crianças <10 anos pq corre o risco de desidratação no espaço intermeningeo · Se já temos um processo hemodinâmico, quadro séptico podemos comprometer o rim Se ECG 9 ... · Permeabilizar a via aérea. · Intubação · Hiperventilar com máscara e insuflador. · Não podemos fazer com PCO2 <35 · Mas podemos fazer se retenção de CO2 importante associada a hipertensão intracraniana com encravamento e apresentação de repercussão hemodinâmica e sinais de hipertensão craniana (anisocoria) · IOT · Normoventilação (Pa CO2 35 mmHg). · A hiperventilação para valores < 35 mmHg é prejudicial, conduzindo à isquemia cerebral e só está indicada no tratamento da HTIC com encravamento iminente (ECG a baixar, anisocoria, bradicardia, HTA). · Sedação – Midazolam 0.1 – 0.2 mg/kg EV, perfusão – 2 – 10 mg/Kg/min. · Pode associar com fentanil ou quetamina CHOQUE · Se chocou tem que tratar · Se rebaixou a consciência num quadro de meningite colabora pra piora doe estado geral do paciente Atuação da Equipe Multidisciplinar-resumo · O2 em alta concentração · 2 acessos EV ou IO · Soro fisiológico 10-20 ml/Kg em 5-10 min, EV / IO. Pode ser repetido 2- 3 x. Os objetivos são diminuição da frequência cardíaca, melhoria da perfusão periférica e normalização da PA. · Cloreto de Sódio hipertônico (NaCl 3%) 3-5 ml/Kg em 5 min. Permite uma boa expansão da volemia com um volume mais reduzido, tendo utilidade particular quando há concomitantemente sinais de hipertensão intracraniana. · Após cada bolus avaliar sinais de disfunção cardíaca como fervores pulmonares ou hepatomegalia. · Fervores estertor crepitante (edema) · Hepatomegalia por diminuição do debito · Se existir coagulopatia: considerar volume útil – Concentrado eritrocitário (hemácia) – 10- 15 ml/Kg; ou/e plasma fresco congelado – 10 -15 ml/Kg em perfusão e não em bolus pois há o risco de agravar o SIRS. · Cuidado com SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica) reação hematológica que gera reação inflamatória por adm sangue · Se mantiver hipotensão após 3 bolus de volume. · Intubação traqueal e iniciar ventilação mecânica. · Iniciar Dopamina – 5 mg/Kg/min, que se pode aumentar rapidamente até 10 mg/Kg/min, em perfusão continua. Pode ser iniciada em via periférica ou IO. Neste caso diluir de forma a que 1ml/h = 1mg/Kg/min. · DA ainda é usada em criança mas da pra trocar por noradrenalina · Sempre a 1° droga em crianças com estabilidade usamos noradrenalina · DA a dose tem que ser <20mcg pq pode fazer diminuição da perfusão do miocárdio · Não esquecer de corrigir a hipoglicemia (Glicemia). Complicações: · Formação de coágulos – AVE · Pelas próprias hemotoxinas · Edema Cerebral + Empiema Subdural · Aumento da PIC – Herniação · Hidrocefalia · Comprometimento dos nervos cranianos por compressão Desfecho Final: se não tratado · Sepse · Falência Múltipla de Órgãos · Óbito meningococcemia necrose
Compartilhar