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Terapi� Celular � Terapi� Gênic� Terapi� Celular: Procedimento médico que visa restabelecer a estrutura e função de um tecido por meio da utilização de uma célula ou um grupo de populações celulares. Tratamentos atuais: Neuroblastoma; Oncologia; Metabolismo; Doenças de sangue; Imunodeficiência; Falência de medula óssea Pesquisas atuais: Lesões neurológicas; Doenças cardiovasculares; Doenças respiratórias; Doenças autoimunes; Doenças ortopédicas Classificações: I. Histológica: repara tecidos danificados por meio do transplante de células-tronco ou células progenitoras ➔ Homotópica: transplante de células para mesmo local de origem. Ex: Transplante de células da medula óssea ➔ Heterotópica: transplante de células para um local diferente de origem. Ex: Células da medula óssea no tratamento de isquemias. II. Imunológica: utiliza células do sistema imunológico para tratar doenças relacionadas ao sistema imunológico ➔ Autóloga: usa células do próprio paciente ➔ Alógena: usa células de um doador compatível Matéri� Prim� par� Terapi� Celular: 1. Células (Tronco) 2. Mediadores Moleculares da Integração tecidual (Sinalizadores) 3. Matrizes Tridimensionais (Scaffolds) Células Tronco: 1. Células-tronco embrionárias: são obtidas a partir de embriões em estágio inicial, geralmente desenvolvidos a partir de fertilização in vitro. Essas células têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula do organismo. 2. Células-tronco adultas (somáticas): são encontradas em tecidos adultos, como a medula óssea, o tecido adiposo e o sangue periférico. Essas células têm um potencial mais limitado de diferenciação, geralmente podendo se diferenciar em tipos de células específicos do tecido em que são encontradas. 3. Células-tronco induzidas: são células adultas reprogramadas geneticamente para adquirir características semelhantes às células-tronco embrionárias. Essa reprogramação é realizada pela introdução de fatores de transcrição específicos nas células adultas, revertendo-as a um estado pluripotente. Células-tronco Adultas Mesenquimais: São uma das mais utilizadas atualmente em pesquisas e aplicações clínicas: ✔ Obtidas do próprio paciente; ✔ Obtidas em nº adequado para transplante, devido à alta capacidade de proliferação; ✔ Capacidade multipotente de diferenciação celular; ✔ Facilmente manipuláveis em laboratório; ✔ Pouco imunogênicas; ✔ Capacidade de integração no tecido hospedeiro ✖ Desconhecimento de todos os fatores envolvidos no controle da autorrenovação e diferenciação celular - genes específicos ✖ Baixa quantidade de telomerase presente nas células mesenquimais (Limitante na proliferação celular : “Células envelhecidas”) Podem ser obtidas de diferentes fontes, sendo as mais comuns Medula óssea, Tecido adiposo, Sangue do cordão umbilical e placenta. Após a coleta, as células obtidas passam por processos de isolamento e cultivo em laboratório para que possam ser ampliadas em número antes de serem utilizadas em aplicações terapêuticas. Possibilidades de Diferenciação: Diferenciação é mediada por sinalizadores. 1. Osteócitos: As CTMs podem se diferenciar em células ósseas, chamadas osteócitos. Essas células desempenham um papel importante na formação e reparação do tecido ósseo. 2. Adipócitos: As CTMs também podem se diferenciar em células adiposas, chamadas adipócitos. Essas células são responsáveis pelo armazenamento de gordura no tecido adiposo. 3. Condrócitos: As CTMs podem se diferenciar em células da cartilagem, chamadas condrócitos. Essas células são essenciais para a formação e manutenção da cartilagem, que reveste as articulações e fornece suporte estrutural. Células-Tronco Mesenquimais Derivadas de Tecido Adiposo (CTM-AD): ● Adipose Derived Stem Cells (ADSCs) ● Células facilmente isoladas em comparação com as da medula óssea (BMSCs); ● 2-6 x 106 células a cada 300 ml de lipoaspirado; ● Não sofre alteração da viabilidade após a criopreservação; ● Taxa de proliferação superior às células tronco da medula óssea (BMSCs). Isolamento de Células-tronco Mesenquimais Derivadas de Tecido Adiposo: 1. Coleta do tecido adiposo: O tecido adiposo é obtido por meio de uma lipoaspiração, que é um procedimento minimamente invasivo. Uma cânula é inserida na área doador (geralmente na região abdominal) e o tecido adiposo é aspirado. 2. Processamento do tecido adiposo: O tecido adiposo coletado é lavado com uma solução salina para remover qualquer impureza ou resíduo. Em seguida, é fragmentado em pequenos pedaços por meio de técnicas como corte manual, trituração mecânica ou enzimática. 3. Digestão enzimática: Os fragmentos de tecido adiposo são submetidos a uma digestão enzimática. Enzimas como colagenase são adicionadas para quebrar as células e liberar as CTMs contidas no tecido. 4. Centrifugação: Após a digestão enzimática, o material é centrifugado para separar as CTMs das outras células e componentes presentes na suspensão. A centrifugação permite separar as células com base em sua densidade. 5. Lavagem e ressuspendão: As CTMs são então lavadas com um meio de cultura apropriado para remover resíduos da digestão enzimática e outras impurezas. Após a lavagem, as CTMs são ressuspendidas em um meio de cultura adequado para promover o seu crescimento e viabilidade. 6. Cultivo celular: As CTMs são transferidas para placas de cultura e mantidas em incubadoras com as condições adequadas, como temperatura, umidade e concentração de dióxido de carbono. Elas são cultivadas em um meio de cultura que fornece os nutrientes necessários para o seu crescimento e manutenção. 7. Expansão celular: As CTMs são cultivadas por um período de tempo, permitindo que se multipliquem e se expandam em número. Durante esse processo, os meios de cultura são trocados periodicamente para fornecer nutrientes frescos e remover produtos metabólicos. 8. Após o isolamento e expansão das CTMs, elas podem ser caracterizadas quanto à sua identidade e potencial de diferenciação por meio de análises e ensaios específicos. Aplicaçõe� Comerciai� d� Terapi� Celular e� Animai�: ● Medicina veterinária regenerativa ● Tratamento de doenças crônicas ● Cicatrização de feridas ● Terapia imunológica ● Reprodução animal Terapi� Gênic�: Procedimento o qual se utiliza da transferência de material genético a uma célula ou tecido, com o propósito de prevenir ou curar uma enfermidade. Enfermidades genéticas (Gene defeituoso ou ausente) são reparadas com terapia gênica ao transferir a versão funcional do gene, arrumando o defeito. Principais modalidades de terapia gênica: ➔ Modificação direta do gene causador da doença. Ex: Doenças hereditárias monogênicas (hemofilia, doenças metabólicas). ➔ Tratamento indireto da patologia através de modulação gênica. Ex: Doenças complexas/ multifatoriais (AIDS, Parkinson) ➔ Imunoterapia pormodulação gênica (vacinas de DNA). Ex: Microrganismos ou células patogênicas (Câncer, doenças infecciosas). Modificação Direta: ● Utilizada para doenças monogênicas (mutação em um único gene); ● Muitas vezes usa técnicas de DNA recombinante para corrigir o genoma; ● A ideia é substituir ou suplementar a expressão do gene disfuncional, mediante a inserção de uma ou mais cópias do gene terapêutico Terapias gênicas aprovadas no Brasil: ● Tratamento de Atrofia Muscular Espinhal: Mutação do gene SMN1; Virus adeno-associado 9 ● Tratamento de Distrofia Hereditária da Retina: Mutação do gene RPE65; Virus adeno-associado 2 Tratamento indireto: ● Utilizado para doenças complexas (causas primárias desconhecidas e há apenas tratamentos paliativos); ● Terapia gênica visa reduzir ou evitar a progressão da doença; ➔ Principais estratégias: aumentar a resistência celular, estimular sistemas de reparo ou regeneração, ou recompor características funcionais específicas de determinados sistemas orgânicos; ➔ Modulação de genes não necessariamente associados à causa da doença. ● Tumores: indução de morte celular seletiva em populações celulares proliferativas. ● ProSavin: Terapia gênica para liberaçãolocal e contínua de dopamina; Segura e bem tolerada por pacientes; Melhoras na motricidade de pacientes em 2 anos Imunoterapia (vacina de DNA): ● Utilizada para doenças causadas por microrganismos ou células patogênicas; ● Ao invés da utilização de uma proteína ou um vírus completo atenuado ou inativado, o paciente recebe o gene que codifica uma proteína típica do agente agressor. ● O organismo do paciente passa a fabricar permanentemente a proteína exógena, estimulando seu próprio sistema imune; ● Podem ter finalidade preventiva ou curativa. ● Exemplo: AIDS ● Vacinas de RNA ou mRNA não são consideradas terapia gênica pois elas não alteram o genoma de nenhuma forma. Modificaçã� Quant� a� �p� Celular: 1. Técnica Germinativa: introdução dos genes no zigoto, célula resultante da fecundação, ou nos gametas. Assim, as células que se originam dessas células germinativas passarão a ter o gene de interesse em seu genoma. 2. Técnica somática: introdução de genes nas células somáticas, ou seja, células não germinativas. As células somáticas compõem a maior parte do organismo. Essa técnica é mais usada e não há transmissão dos genes para os descendentes, como ocorre na técnica germinativa. Principais Vetores Utilizados: ➔ Vetor plasmidial ➔ Vetor viral ➔ Vetor nanoestruturado Formas de inserção do gene: 1. In vivo: ➔ Vetor introduzido diretamente no organismo; ➔ Eficiente, no entanto mais difícil de controlar o endereçamento; ➔ Menos dispendiosa. 2. Ex Vivo: ➔ Células do indivíduo são retiradas, modificadas e reintroduzidas; ➔ Método mais difícil, porém, mais fácil de controlar �empl� Us� d� Terapi� Gênic� � Celular: 1. Correção genética em larga escala ● Quando uma doença afeta simultaneamente bilhões de células; ● Modificação genética de células-tronco pode ser preferível à modificação genética das células já diferenciadas; ● Particularmente útil para um tipo de célula-tronco : as células-tronco hematopoiéticas. ● Ex: doenças sanguíneas (como a anemia falciforme) ou do sistema imunológico (como a doença do “menino da bolha”). ➔ As células-tronco hematopoiéticas possuem uma mutação que faz com que as células diferenciadas do sangue ou do sistema imune fiquem comprometidas. ➔ Nesse caso, o tratamento mais eficiente não é tratar as células sanguíneas ou imunes uma a uma, mas substituir as células-tronco hematopoiéticas, já que elas são a fonte das quais as células imunes e sanguíneas diferenciadas se originam. ➔ Para isso, estuda-se uma combinação de células-tronco e terapia gênica que envolve extrair as células-tronco hematopoiéticas do paciente e corrigi-las em laboratório usando terapia gênica. ➔ Em seguida, essas células-tronco corrigidas são reinjetadas no paciente, onde vão seguir se multiplicando, saudáveis. Essa opção está sendo investigada para diferentes formas de imunodeficiência combinada grave. 2. Turbinando a reparação tecidual ● Células-tronco: capacidade de reparação tecidual; ● Certas doenças, ou o próprio envelhecimento, podem prejudicar a capacidade de regeneração das célulastronco. ● Modificações genéticas que as tornem mais resistentes aos danos causados por lesões e doenças degenerativas; ● Ex: A doença de Parkinson: Cientistas estudam uma combinação de células-tronco e terapia gênica que torne as células transplantadas mais resistentes à degeneração. ➔ Em um estudo recente, células-tronco mesenquimais foram geneticamente modificadas para expressar uma proteína que protege contra diversos insultos químicos típicos do cérebro de um paciente com a doença de Parkinson. ➔ Como resultado, essas células foram capazes de se diferenciar em neurônios dopaminérgicos mais resilientes, com mais chances de sobreviver após o transplante. 3. Delivery de medicamentos ● Células-tronco neurais são atraídas por certas proteínas liberadas por tumores; ● Drogas antitumorais podem ser eficazes, mas tendem a ser extremamente tóxicas se administradas sistemicamente. A solução pode ser empregar células-tronco como veículos para a entrega de medicamentos apenas na vizinhança do tumor. ● Ex: Glioblastoma: tratamento convencional com 5-fluorouracil; ➔ Pesquisadores administraram a pró-droga 5-fluorocitosina aos pacientes. Em seguida, eles injetaram milhões de células-tronco geneticamente modificadas para produzir uma enzima capaz de converter a 5- fluorocitosina em 5-fluorouracil. ➔ Como essas células tendem a migrar para o tumor, a conversão da pró-droga tolerável em medicamento tóxico vai acontecer principalmente na região do tumor. Como consequência, a maior concentração da medicação vai ser na região onde ela é mais necessária, poupando as demais células saudáveis. ➔ Os primeiros resultados dos testes humanos mostram que o método é seguro e que as células-tronco efetivamente migram para o tumor, onde produzem a quimioterapia localmente.
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