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CETOACIDOSE DIABÉTICA - É um estado em que o paciente se encontra, onde possuímos um agravamento da diabetes que leva a um quadro de emergência médica Esta se não revertida a tempo, levará a uma PCR e posteriormente, óbito. - A diabetes leva a um estado hiperglicêmico poderá levar a 2 situações de emergência: o Cetoacidose diabética o Estado hiperglicêmico Hiperosmolar. Ambos os casos se NÃO revertidos, evoluem para PCR e posteriormente, óbito (Por isso ambos entram como emergência clínica). - O próprio nome da doença, já nos diz acerca da patologia: Ceto Corpos cetônicos Acidose Queda do PH sanguíneo. Diabética Quando de hiperglicemia - Normalmente acomete mais crianças/adolescentes, sendo que em grande parte das vezes, desconhece que tem diabetes Normalmente fechamos o seu diagnóstico de diabetes, quando o mesmo está em cetoacidose diabética. - Está mais associado ao Diabetes Mellitos tipo 1 QUADRO CLÍNICO O paciente chegará na emergência, sendo que na maioria das vezes apresenta: 1. Desidratação 2. Dor abdominal 3. Sudoreico 4. PH muito baixo Respiração de Kussmaul. - Ventilação superficial, acelerado, tentando fazer uma lavagem na grande quantidade de CO2 que está presente no pulmão. 5. Torporoso (se PH estiver muito abaixo do normal). Grande parte das vezes, confundimos com o estado de sepse. Todo paciente que chega na urgência e emergência, ganhará: 1) M Monitorização 2) O Oxigênio 3) V Acessos venosos. Iremos monitorizar o paciente + sinais vitais e pedir HGT para todos. EX: Chegou um paciente taquidispnéico + queixa de dor abdominal + Desidratado. No exame físico, na realização da palpação do abdômen ele está doloroso (Blumberg positivo) Nesse caso podemos pensar em pancreatite. PORÉM o HGT desse paciente está alterado, com hiperglicemia (>250 mg/dl) A partir desse dado, nossa principal hipótese diagnóstica é cetoacidose diabética - Mas mesmo assim, precisamos definir o critério diagnóstico da doença (Glicemia + PH + Bicarbonato). FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA O paciente diabético irá possuir: Deficiência na produção de insulina DM2. Ausência da insulina (Paciente insulinodependente). DM1 DM1) - Se o paciente NÃO produz insulina, ele NÃO consegue realizar a quebra de glicose, para ser a fonte de energia. - Se ele NÃO consegue quebras a glicose, ele irá pegar ácido graxo. - Diferente da quebra da glicose - Ela NÃO gera metabólitos PORÉM na quebra do Ácido graxo nós possuímos metabólitos, tais como: o Cetonas - Se NÃO há insulina Gera aumento da glicemia - PORÉM sem insulina, a glicose NÃO é quebrada/utilizada Então o corpo tenta pegar a energia do ácido graxo Então isso gera: o Glicemia alta o Ácido o Aumento de cetonas O paciente fica ácido + diabético + aumento dos corpos cetônicos Isso gera alteração de eletrólitos, que altera a osmolaridade, fazendo com que a célula perca água para o meio extracelular E isso gera desidratação. Se a desidratação ocorrer por muito tempo, o paciente faz Insuficiência renal aguda pré renal. OBJETIVOS: - Identificar a Cetoacidose - Reconhecer a gravidade - Fazer manejo inicial adequado ao quadro. QUADRO CLÍNICO E/OU DIAGNÓSTICO - São complicações graves associadas ao diabetes mellito com presença de hiperglicemia. - Podem ser sintomas de apresentação inicial da doença OU ocorrer em paciente já com diagnóstico de diabetes. Características: Geralmente acomete crianças e adultos jovens. Instalação rápida (poucos dias a horas). Hálito cetônico Respiração de Kussmaul (ocorre quando PH está abaixo de 7,2). Náusea Vômito Dor abdominal. Critérios diagnósticos Glicemia >250 PH <7,3 (normal de 7,35-7,45) Bicarbonato <15 Cetonúria OU cetonemia (Para fechar diagnóstico Glicemia >250 + PH <7,3 + Presença de corpos cetônicos). - Glicemia > 250 mg/dl - o paciente estará desidratado, então a priemira coisa que eu faço é a hidratação prévia Correr 1,5 L nas priemiras 2 horas (1 L na priemira hora, e 500 ml na segunda hora). - Apesar da glicemia estar alta - Nós NÃO podemos de início administrar insulina. Isso ocorre porque o estado hiperglicemico gera alteração de íons - E principalmente com diminuição dos níveis de potássio A insulina abaixa os níveis de potássio, se administrada em pacientes com baixa desse íon, o paciente evolui com Fibrilação ventricular e posteriomente PCR (Nós esperamos os exames ficarem prontos, para saber se administramos a insulina). - Solicitação de exames complementares + Hidratação São nossa conduta inicial. EXAMES COMPLEMENTARES Chegada Iremos solicitar os seguintes exames: - Glicemia - Ureia - Creatinina - Sódio - Potássio (Principalmente) - Cloro - Hemograma completo - Proteina C reativa - Gasometria venosa ou arterial A primeira arterial e demais venosas (Para NÃO ficar pulsionando artéria várias vezes). - Cetonúria - “corpos cetônicos na urina” E/OU Cetonemia (se disponível) - “corpos cetônicos séricos”. - Urina tipo 1 (EAS) - Radiografia de tórax OBS: Podemos pegar a urina e colocar um pouco de água oxigenada e realizar o EAS - E os corpos cetônicos às vezes podem ser encontrados. - O que mais vale para a gente são os corpos cetônicos no sangue, do que na urina. - Inclusive, os corpos cetônicos na urina NÃO servem como parâmetros de melhora MAS os séricos servem como parâmetros de melhora. São exames que podem ajudar: - Se rebaixamento de consciencia Avaliar + pedir TC de crânio e/ou colher LCR. - ECG se distúrbio hidroeletrolítico importante OU suspeito de IAM. - Se suspeita de infarto Enzimas e demais exames para investigação. - Outros: Mg Fosfato Amilase Lipase Enzima hepática Hemocultura e/ou urocultura se suspeitar infecção Lactato se hipoperfusão Outros - Em algumas situações o paciente sabe que tem diabetes MAS pode ter alguma outra causa que ocasionou a descompensação do diabetes EX: Infecção, NÃO realizar o tratamento correto, Uso de corticoide - Se pensar em diagnósticos diferencias, pedimos mais exames complementares para excluir OU fechar o diagnóstico. Pedimos os exames complementares a aguardamos NÃO desesperar para fazer insulina e fazer hidratação vigorosa. Estabelecer dieta zero. Potássio normal? Podemos fazer insulina: - Fazemos 10 U em bolus para o paciente (uma média de estimativa com peso) + Colocar insulina para correr em bomba de infusão. DURANTE O TRATAMENTO Durante o tratamento nós devemos realizar algumas ações: 1. Dextro (Glicemia) de 1 em 1 hora inicalmente. 2. Aumentar intervalo para 2/2 horas da Dextro quando a glicose atingir <200 (CAD). 3. Quando iniciar NPH e paciente estabilizado, com melhora clínica aumentar o intervalo da glicemia para 4/4 horas. Seria a melhora clínica: - Gasometria em melhora - K adequado - Já iniciou SG5% + NaCl 0,45% - Dextros continuam adequadas. 4. De 2 a 4 horas devemos realizar: - Gasometria venosa - Na+ - K+ - Glicemia sérica Isso se há má perfusão ou dextro muito alterado. - Apenas quando iniciar NPH ir para cada 4-6 horas. - Após 12-24 horas com NPH e paciente bem, reduzir a frequência dos exames (Gaso, Na+, K+, dextro) para cada 12-24 horas. DURANTE O TRATAMENTO Cloro pode ser solicitado durante o tratamento para reavaliar acidose e checar possível acidose hiperclorêmica. TRATAMENTO 1) DIETA Jejum na chegada Reiniciar dieta quando: - CAD resolvido (Glicemia <250 mg/dl // PH>7,3 // BIC >18 mEq/l). - Paciente estável- Sem vômitos - Com ruídos hidroaéreos presentes - Sem pancreatite. 2) HIDRATAÇÃO - 1 litro de soro fisiológico 0,9% na primeira hora + 500 ml nas demais horas até a chegada dos exames. - Se choque cardiogênico ou hipotensão importante Manter hidratação com SF 0,9% e considerar acesso venoso central + Monitorização de PVC + Aminas vasoativas até recuperação hemodinâmica. - Se necessitar grande quantidade de SF Considerar outro cristaloide tais como: ringuer lactato, para evitar acidose hiperclorêmica. - Sempre avaliar a diurese do paciente. 3) INSULINA NÃO iniciar a insulina se K <3,3 mEq/l: - Correr 500-1000 ml de SF 0,9% em 1 hora e reavaliar após. Quando K>3,3 mEq/l: - Fazer 0,1 UI/Kg bolus EV + - Preparar solução de SF e insulina R (100 ml SF + 50 U insulina = 0,5 U/ml em bomba de infusão). - Iniciar em bomba 0,1 UI/Kg/h (0,2 ml/Kg/h). Lembrando que devemos: - Ajustar volume de infusão (dobrar ou reduzir) conforme glicemia (dextro) de 1 em 1 hora. - O objetivo é fazer a queda de 50-70 mg/dl nas dextros por hora NÃO queremos que a glicemia abaixe muito rápido. (Se diminuir mais do que 70 - fechamos a bomba por 1 hora e depois voltamos 30 minutos com metade da dose // Se foi menos que 50, nós dobramos a dose). - Após glicemia <250 ml/dl - reduzir a insulina para 0,02-0,05 UI/Kg/h - Com o objetivo de manter as dextro entre 150-200 mgdl; Devemos preparar a solução de insulina SEM estar com o equipo conectado - Depois misturamos com o soro e depois conectamos o equipo e deixamos a solução descer. - Devemos iniciar insulina subcutânea quando: PH > 7,3 HCO3 > 18 Anion gap <12 Melhora clinica da CAD. - Se o paciente bem, com exames mantidos 1 hora depois da insulina regular Suspender a EV e deixar a dextro de 4/4 horas com correção conforme o esquema abaixo: 180-200: 2 U 201-250: 4 U 251-300: 6 U 301-350: 8 U 351-400: 10 U OBS: Insulina regular altera a glicemia naquele momento // Insulina NPH altera a insulina a longo prazo. 4) BICARBONATO De início NÃO repomos bicarbonato - pois depois da hidratação + controle da glicemia A acidose tende a se controlar (A não ser que o PH esteja muito ácido - e gere o risco do paciente evoluir com parada respiratória por Acidose). PH > 7,0 - NÃO fazer bicarbonato PH - 6,9-7,0: - Existem referencias que orientam 50 ml HCO3 8,4% em 200 ml de água + 10 mEq KCL. PH <6,9: - 100 ml de HCO3 8,4% em 400 ml de água + 20 mEq KCL. OBS: Sódio pode vir alterado, e normalmente somente com a reposição volêmica, ele irá se corrigir. 5) POTÁSSIO K < 3,3 mEq/l: - Fazer potássio NÃO iniciar a insulina - correr 500-1000 ml SF 0,9% (ou 0,45% se Na> 135 mEq/l) + 25 mEq de potássio (10 ml de KCL 19,1%) em 1 hora. - Reavaliar após -- repetir dosagem até K >3,3. - Se NÃO fizemos potássio, e darmos insulina para um paciente com potássio baixo Ele irá fazer arritmia, por recaptação do K+. - Normalmente paciente com EHH NÃO possui alteração no potássio. 3,3 < K < 5,3 3 mEq/l: - Repor 20-30 mEq/L de solução sendo infundida no paciente. - Dosar K a cada 2 a 4 horas objetivo de K sérico de 4-5 mEq/L. - Fazemos potássio + podemos iniciar com a insulina juntamente. K > 5,3 3 mEq/l: - NÃO repor K e iniciar insulina repetir a dosagem a cada 2 horas. EX: O paciente estava com potássio de 3,2 - e eu fiz reposição de potássio // Ao avaliar novamente, o potássio estava em 5,5 Nesse caso irei parar com o potássio + repor a insulina. 6) FOSFATO A queda nas concentrações de fosfato durante o tratamento é agudo, autolimitada e geralmente assintomática, sendo rara a presença de mioglobinúria, rabdomiólise e hemólise. A administração rotineira de fosfato NÃO é recomendada. Repor fosfato quando pacientes apresentam disfunção cardíaca, anemia hemolítica, depressão respiratória e naqueles com fosfato sérico menor que 1,0 mg/dl. Fazemos a reposição da seguinte forma: - 20-30 mEq/l de fosfato de potássio adicionados as soluções de reposição. PACIENTE COM MELHORA CLÍNICA São os pacientes com: PH normalizado Glicemia dentro do objetivo <250 mg/dl. Ou seja, é um paciente que saiu do estado de cetoacidose diabética. - Se esse paciente apresentou vontade de comer Liberamos dieta, caso haja presença de ruídos hidroaéreos. - Iremos espaçar o tempo da dextro (que estava de hora em hora) - agora fazemos de 2/2 horas + Diminuir a dosagem de insulina na bomba de infusão. - Atingindo o objetivo iremos fazer uma insulina subcutanea + Insulina em bomba - e acompanhar o paciente Se ele manteve abaixo do esperado (iremos retirar a bomba de infusão) + Esquema de insulina subcutanea (regular) + Internação. OBS: Uma glicemia que abaixa muito rápido aumenta o risco de parada cardíaca Isso ocorre por aumento de gás carbônico - fazendo acidose metabólica mais intensa. OBS: A maioria dos casos de descompensação do diabetes é a infecção da via aérea superior - por isso pedimos raio X de tórax.
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