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PEDIATRIA - BRONQUIOLITE - SEMANA 3


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PEDIATRIA - BRONQUIOLITE
SEMANA 3
LARA BASTOS MASCARENHAS
DEFINIÇÃO
Primeiro episódio de inflamação das pequenas vias aéreas, desencadeada por uma infecção respiratória viral e identificada clinicamente com sibilância em lactente (<2 anos) sem antecedente de atopia. Pico em menores de 6 meses.
Essa faixa etária é mais suscetível devido ao menor calibre da VA inferior (maior resistência) e maior complacência da caixa torácica (facilita o colapso das VAs durante a expiração).
ETIOLOGIA
- VSR:
Até 80% das internações.
Sazonalidade: abril a agosto.
Imunidade não duradoura. 
São comuns reinfecções.
- RINOVÍRUS:
Bronquiolite e sibilância em pacientes que já tem antecedentes de atopia.
- ADENOVÍRUS:
Quadros mais graves – internação. 
- METAPNEUMOVÍRUS, INFLUENZA, PARAINFLUENZA E CORONAVÍRUS.
· TRANSMISSÃO: gotículas, secreções respiratórias infectantes e fômites. 
· MAIOR RISCO DE TRANSMISSÃO: aglomerações, ambientes fechados e ar frio e seco (outono/inverno) compromete a função ciliar e resposta anti-viral do sistema imunológico.
FISIOPATOLOGIA
Inoculação viral (mucosa nasal ou conjuntival) ligação e replicação nas células epiteliais sintomas nasais (obstrução e coriza) descamação e aspiração da nasofaringe infectada trato respiratório inferior replicação viral descamação, necrose das células epiteliais e infiltração de células inflamatórias edema e aumento de produção de muco diminui a função ciliar obstrução da VAI aprisionamento aéreo atelectasias distais à obstrução de VAI. 
O que leva a essa obstrução: descamação de células epiteliais mortas e muco. NÃO É UMA BRONCOCONSTRICÇÃO!
Doença viral em lactentes caracterizada por inflamação das pequenas vias aéreas, edema e necrose epitelial com aumento do muco e broncoespasmo. 
QUADRO CLÍNICO
Período de incubação: 4-6 dias.
Doença viral sazonal. 
· FASES CLÍNICAS: 
1) PRÓDROMO: 2-4 DIAS
Coriza, obstrução nasal, espirros e febre baixa.
2) COMPROMETIMENTO DE VAI: PICO 3-5 DIAS.
Tosse, sibilância, estertores e desconforto respiratório (batimento de aleta nasal, taquipneia, tiragens). 
RN prematuro podem ter como única manifestação de VAI apneia. 
3) MELHORA PROGRESSIVA: APÓS 5 DIAS.
Resolução total 2-3 semanas. 
Tosse é o sintoma que demora mais a melhorar.
 Tiragem subdiafragmática. 
· SINTOMAS DE MAIOR GRAVIDADE:
TAQUIPNEIA > 70.
DESCONFORTO RESPIRATÓRIO GRAVE.
CIANOSE CENTRAL.
APNEIA.
HIPOXEMIA (< 90%).
Quanto menor a criança maior a chance de gravidade mais alta (lactentes menores de 3 meses, prematuro, baixo peso ao nascer, displasia broncopulmonar, cardiopatia congênita, mãe tabagista durante a gestação, imunodeficiências, desnutrição e Sd. Genéticas).
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO!!
Primeiro episódio de sibilância por inflamação das pequenas vias aéreas, desencadeada por uma infecção respiratória viral e identificada clinicamente com sibilância em lactente (<2 anos) sem antecedente de atopia.
De rotina não fazemos nenhum exame, NEM RX DE TÓRAX.
- RX DE TÓRAX: SE: Desconforto respiratório importante, suspeita de complicação pulmonar, internação. 
 Hiper insuflação, retificação dos arcos costais, rebaixamento das cúpulas e herniação do parênquima entre os arcos costais (típico em lactente). Espessamento brônquico 
 Ar pré – cardíaco, atelectasia. 
OS ACHADOS NÃO SÃO PATOGNOMÔNICOS – PODE TER RX NORMAL.
· OUTROS EXAMES:
Pesquisa de vírus respiratório interesse epidemiológico.
Triagem infecciosa desnecessária. 
· COMPLICAÇÕES:
Pneumonia bacteriana: mais comum em paciente em ITU < 2% dos casos.
Otite média aguda muuuuuita secreção. É A PRINCIPAL COMPLICAÇÃO.
TRATAMENTO
SEMPRE DE SUPORTE. 
· QUADRO LEVE (SEM SINAIS DE GRAVIDADE): INALAÇÃO E LAVAGEM NASAL COM SF, POSSO DAR SINTOMÁTICOS E ORIENTAR SINAIS DE ALERTA (PIORA DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO OU SE FEBRE NÃO PASSAR EM 2-3 DIAS).
· INTERNAÇÃO: DESCONFORTO RESPIRATÓRIO, SAT < 90%, APNEIA, TOXEMIA, LETARGIA, BAIXA ACEITAÇÃO ALIMENTAR, DESIDRATAÇÃO.
- PRESCRIÇÃO: Precaução de contato, inalação com SF, inalação hipertônica (NaCl 3% + B2 de curta duração devido a hiper-reatividade brônquica), suporte ventilatório se sat < 90% (cateter nasal ou cateter de alto fluxo), monitorar oximetria de pulso se O2, suporte nutricional (sonda naso ou orogastrica) e hidratação EV com soro isotônico. 
- NÃO PRESCREVER: Inalação isolada com B2 agonista de curta duração (não tem broncoconstricção), inalação com ipratrópio, inalação com adrenalina, corticóide sistêmico (prolonga o tempo de excreção viral). 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses.
Evitar tabagismo passivo. 
· Palivizumabe: anticorpo monoclonal anti-VSR: vacina.

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