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24 – Pediatria || Pediatria Doenças respiratórias agudas na infância Afecções das vias aéreas superiores Particularidades na criança: • O pequeno diâmetro das vias aéreas – tendência a obstrução • As funções musculares intercostais e diafragmática menos maduras – Exaustão • Os poros de ventilação colateral (canais de lampert e poros de Kohn) pouco desenvolvidos – Atelectasias • Caixa torácica é mais complacente • A incoordenação toracoabdominal durante o sono REM – Prejudica a higiene brônquica • Os pulmões com menos elastina nas crianças pequenas o Diminuição na propriedade de recolhimento elástico o Diminuição na complacência pulmonar • Sistema imunológico em desenvolvimento - Infecções Infecções vias aéreas superiores (IVAS), resfriado comum Doença autolimitada (5-7 dias) em crianças hígidas e imunocompetentes Escolar – 7 a 10 episódios no ano Prevalência – O início do outono ao início da primavera 0,5 a 2% das IVAS evoluem para uma rinossinusite bacteriana 90% das rinossinusites bacterianas são precedidas episodio viral O resfriado comum ou uma gripe – Podem evoluir para otite, faringoamigdalite, laringite e pneumonia >200 sorotipos diferentes de vírus causam resfriado comum O rinovírus é o mais prevalente, depois o coronavirus, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus e enterovirus Quadro clinico Sintomas leves – Cefaleia, espirros, calafrios, dor de garganta, evoluem com coriza, obstrução nasal, tosse e mal-estar, piora em 2-3 dias após a infecção e melhora em 7-10 dias. Alguns sintomas podem persistir > 3 semanas A alteração de cor da secreção nasal não é um sinal especifico de infecção bacteriana (degradação neutrofílica) Tratamento Sintomáticos (antitérmicos) Hidratação e dieta adequadas Síndrome gripal É causada exclusivamente pelo vírus influenza – 5-15% das IVAS Período de incubação – 2 a 7 dias (em média 5 dias) Quadro clinico O início dos sintomas é súbito e mais grave – Febre alta, cefaleia, tosse, dor de garganta, mialgia, congestão nasal, cansaço, fraqueza e falta de apetite 25 – Pediatria || Tosse + febre alta – Valor preditivo positivo 80% de vírus influenza Diagnostico Cultura de influenza lavado de rinofaringe e swab – resultado de 4 dias, para identificar o vírus demora em torno de 6 dias Teste sorológicos são impraticáveis – Grande variedade de subtipo PCR – Alta sensibilidade e especificidade Fisiopatologia O vírus invade as células epiteliais nasais, fazem lesão celular e destruindo a camada basal, liberam bradicinina e citocina, causando os sintomas Tratamento Sintomático – Antitérmicos, mucocineticos (modificam a consistência das secreções do aparelho respiratório facilitando seu transporte e eliminação), fluidificação de secreções, a lavagem nasal com solução fisiológica ou hipertonia – Diminuição da obstrução, hidratação adequada Especifico – 1º ou 2º dia do início dos sintomas Antiviral – Inibidor da neuramidase (enzima da superfície viral – capacidade antigênica viral) Otite média aguda Rápida instalação de sinais e sintomas inflamatórios da orelha média 2º diagnostico mais frequente na pediatria 90% das crianças maiores de 5 anos terão 1 episódio de otite Mais frequente no outono e inverno Fatores de risco – Frequentar creches, predisposição familiar, tabagismo passivo, desmame precoce, baixo nível socioeconômico, alterações anatômicas, uso de chupeta, < 2 anos e sexo masculino Fisiopatologia IVAS – aumenta o muco da nasofaringe + disfunção da tuba auditiva – Proliferação de bactérias, acumulo de liquido purulento na orelha médica, aumento da pressão com abaulamento da membrana timpânica – dor Etiologia Bacteriana • Streptocosccus pneumoniae • Haemophilus influenza • Moraxella catarrhalis Viral – Não há estudos falando sobre a incidência. Pode haver um coinfecção Quadro clinico Febre, otalgia, perda apetite, alteração de sono, choro frequente, redução de atividades irritabilidade, manipulação das orelhas Diagnostico Apresentar 1 dos critérios: • Abaulamento moderado ou grave da membrana • Otorreia recente • Abaulamento leve de membrana + otalgia < 48h, hiperemia importante de membrana timpânica Tuba auditiva da criança é mais curta, mais larga e mais retificada Tratamento Qualquer idade – Imunossuprimidos + implantes cocleares Medicamentoso: • 1ª escolha – Amoxilina • Falha terapêutica o Amoxilina 26 – Pediatria || o Amoxilina + clavulanato o Cefuroxima o Ceftriaxona Laringite aguda Evolução rápida – Tamanho reduzido da via aérea + da cartilagem aritenoide + grau de edema de mucosa + exsudato A infecção bacteriana aguda ocorre geralmente por invasão direta ou por contiguidade de processo infeccioso da faringe Formas agudas são precedidas por infecção no trato respiratório superior, duração de 7 dias Formas recorrentes afastar: refluxo gastroesofagico, estenose laringotraqueal e anomalias congênitas Síndrome crupe – Conjunto de doenças com rouquidão, tosse ladrante estridor inspiratório e desconforto respiratório Classificação anatômica – Laringite, traqueite, laringotraqueite, laringotraqueobronquite Laringite aguda – Processo inflamatório da laringe Etiologia – 80% viral (parainfluenza, adenovírus, influenza, rhinovirus, enterovirus, mepneumovirus, vírus sarampo, mycoplasma pneumoniae) Prevalencia – Outono/inverno, pico de incidência de 6 meses a 6 anos, e mais frequente no sexo masculino Quadro clinico – Disfonia, odinofagia, tosse ladrante, estridor, afonia, febre e dispneia Diagnostico - Clinico • RX região cervical – Sinal da ponta de lápis” ou “torre de igreja”. Estreitamento das vias aéreas superiores • Realizar laringoscopia indireta e/ou nasofibroscopia – Patencia da via aérea, mobilidade das cordas vocais, presença de edema e eritema laríngeo, granulomas e estenose laríngea • A TC permite a avaliação de edema de tecidos moles, destruição cartilaginosa e adenopatia cervical Tratamento • Corticoides – Dexametasona ou prednisolona • Adrenalia – Quadros moderados e graves, efeitos transitórios por 2h o Reavaliar o paciente por 3- 4h (reavaliar sem ação da adrenalina inalatória) • Budesonida inalatória Rinossinusite É todo processo inflamatório da mucosa de revestimento da cavidade paranasal, 90-95% após infecções das vias aéreas superiores Fatores predisponentes – Poluição ambiental, frequência a creches, alergias, infecções das vias aéreas superiores, refluxo gastroesofagico, hipertrofia de adenoides e/ou de amigdalas Quadro clinico Cefaleia frontal, febre Tosse produtiva/ obstrução nasal Rinorreia purulenta Diminuição apetite, hipoatividade, irritabilidade Classificação das rinossinusites segundo Bailey: • Aguda – Duração menor que 4 semanas. Os sintomas resolvem completamente 27 – Pediatria || • Subaguda – Duração de 4 semanas a 3 meses. Os sintomas resolvem completamente • Crônica – Sintomas por mais de 3 meses, com ocorrência de sintomas persistentes residuais como tosse, rinorreia e obstrução nasal • Aguda recorrente – São infecções que duram menos de 30 dias casa, com remissão completa nos intervalos por, no mínimo, 10 dias. Caracterizada por 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses • Crônica agudizada – Os pacientes tem sintomas respiratórios residuais e sofrem agudizações, havendo remissão dos sintomas de agudização e permanência dos sintomas residuais após tratamento antimicrobiano Indicações para tomografia computadorizada nariz/ seios paranais: • Sinusopatias de repetição/rinossinusite crônica • Polipose nasal/ pólipos nasal • Suspeita de complicações de sinusopatias • Tumores, mucoceles e miningoceles • Trauma nasal ou de face • Anormalidades vasculares • Cefaleia • Atresiade coanas Pneumatização dos seios paranasais: • Seios maxilares – Do nascimento até erupção dentaria • Seios etmoides – Do nascimento até 14 anos • Seios esfenoidais - +/- 3 meses e termina com 5 anos • Seios frontal – Inicial com 6-7 anos, termina com 16 anos Batimento ciliar normal > 700 batimentos/minuto – rinossinusite < 300 O muco espesso – Meio de cultura para crescimento bacteriano Secreção espessa obstrui o ostio sinusal – aumento da pressão = dor – absorção do o2 pela mucosa – queda da pressão (negativa) – facilita entrada e proliferação de bactérias Fisiopatologia Obstrução do ostio nasal – Redução da tensão de o2 • Vasodilatação – transudação • Disfunção ciliar – Estagnação • Diminuição da produção de muco – Fluido viscoso → Todos levam a retenção de secreção espessa Tratamento Medidas gerais – Hidratação adequada, umidificação do ambiente e evitar exposição a agentes que causem alergia, lavagem nasal com solução salina, várias vezes ao dia Medicamentoso: • 1 ª escolha – amoxilina • Falha terapêutica o Amoxilina o Amoxilina + Clavulanato o Cefuroxima o Ceftriaxona • Mucoliticos, antitérmicos e analgésicos Afecções das vias aéreas inferiores Coqueluche Doença infecciosa aguda do trato respiratório, alta contagiosidade, endêmica e imunoprevenivel 28 – Pediatria || Etiologia – Causada pela bordetella pertussis, cocobacilo gram negativo, imóveis, aeróbicos, patógeno especifico do homem Período de incubação – 4-21 dias, pode estender até 42 dias Distribuição universal, morbidade e letalidade altas, sazonal na primavera e verão Doença de notificação obrigatória A vacinação e a infecção não dão imunidade permanente Epidemias a cada 3 a 5 anos Transmissibilidade 5 dias após o contato até 3 semanas do início dos sintomas Contato com gotículas respiratórias geradas por tosse ou espirro de pessoas doentes na fase catarral e início da fase paroxística Nas primeiras três semanas do quadro 80% dos contactantes domiciliares que foram imunizados adquirem a doença decorrente na imunidade evanescente Irmaos mais velhos e adultos apresentam formas mais leves e atípicas ou assintomaica, sendo importante fonte de infecção nos lactentes jovens Quadro clinico Tosse paroxística de intensidade variável, duração de várias semanas, pode levar ao óbito pelas suas complicações Fase cararral – Dura 7-14 dias, sintomas inespecíficos – anorexia, espirros, lacrimejamento, coriza, mal esta, irritabilidade, febrícula e tosse seca discreta com piora rogressiva a noite Fase paroxística – Dura 4 semanas, surtos de tosse seca, com piora a noite, crises de tosse emitizante com guincho com sensação de asfixia, pode evoluir para sudorese, confusão mental e convulsões Fase de convalescência – Dura de 3-4 semanas, melhora progressiva do paroxismo, recaída até 2 anos Evolução – Exaustão, diminuição de SO2 (hipoxemia) e aumento da PaCO2 (hipercapnia) indicação de intubação Complicações Perda de peso, otite, convulsões, encefalopatias e morte Agravantes – RN prematuro, problemas pulmonares ou musculares ou neurológicos (Alto risco para doença grave) Sinais de alarde Taquipneia com frequencia respiratória > 60 rpm Frequência cardíaca < 50 bpm Contagem de leucócitos > 50000 células/mm3 Hipóxia persistente após paroxismo Diagnostico Clinico Leucocitose > 20000 células/mm3, predomínio de linfócitos típicos até 90% Rx de tórax – “Coração felpudo” Swabb nasofaringea - Cultura Tratamento 1ª escolha – Azitromicina 2ª escolha - Claritromicina Profilaxia Crianças – Vacina pentavalente, 3 doses no 2º, 4º e 6º meses de vida + reforço com 1 ano e 3 meses e 4 anos de idade Gestante – Vacina tríplice acelular tipo adulto, após a 20ª semana de gestação, 29 – Pediatria || pode ser simultâneo as outras vacinas indicadas na gestação Insuficiência respiratória aguda na pediatria Sindrome caracterizada pela incapacidade do sistema respiratório de efetuar adequadas trocas gasosas, necessárias a demanda metabólica do organismo Gasometria arterial: • PaO2 < 60mmHg • PaCO2 > 55mmHg • SatO2 < 90% Causa mais frequente de internação hospitalar e óbitos Meta – Reconhecimento precoce e ações imediatas de tratamento para prevenir a parada cardiorrespiratória Angustia respiratória – Estado de compensação para mantes as trocas gasosas adequadas a partir do aumento do trabalho e da frequência respiratória, leva a exaustão e instala-se a insuficiência respiratória (falência cardiopulmonar – Insuficiência respiratória associada a choque – Parada cardiorrespiratória) Classificação: • Tempo o Aguda – Horas ou dia o Cronica – Tempo suficiente para compensação gasométrica e/ou polictemia • PaO2 e PaCO2 o Tipo I – Hipoxemia (PaO2 baixa e PaCO2 normal) o Tipo II – Hipercapnica (PaO2 baixa e PaCO2 elevada) • Local anatômico: o Alta – Via aérea superior o Baixa – Via aérea inferior • Tipo de hipóxia o Hipoxia hipoxemica: ▪ Alteração ventilação, perfusão ▪ Alteração da difusão ▪ Alteração por shunt intrapulmonar o Hipoxia anêmica – Diminuição da taxa de hemoglobina comprometendo o transporte de O2 o Hipoxia circulatória – Diminuição da perfusão tissular o Hipoxia histotóxica – Incapaxidade da célula metabolizar o O2 disponibilizado Causas: 30 – Pediatria ||
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