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Ética médica

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Ética Médica
OBJETIVO 01: Investigar a relação entre médico paciente no que diz respeito a comunicação de más notícias:
Fundamental para o estabelecimento de uma boa relação médico-paciente é a troca de informações. Cada vez mais os pacientes querem encarregar-se de decisões sobre seu tratamento e buscam nos médicos seus conselheiros, confiando para que forneçam as informações necessárias para tomarem suas decisões.
No entanto, o diagnóstico de uma doença grave que envolve risco de morte, incapacidade e outras perdas, provoca sentimentos intensos e dolorosos. Má notícia tem sido definida como qualquer informação que envolva uma mudança drástica na perspectiva de futuro em um sentido negativo.
Entre as dificuldades dos médicos em dar más notícias, encontramos o medo de ser considerado culpado, o medo da falha terapêutica ou da sensação de impotência e de fracasso. Em relação ao paciente, encontramos o medo de causar dor e de desencadear uma reação. Há também a preocupação com os aspectos legais e com a hierarquia. O médico teme por estar realizando uma tarefa para o qual não foi treinado, teme dizer "eu não sei" e expressar suas emoções. Como uma dificuldade ainda maior, aparece o medo pessoal da doença e da morte. As ansiedades e os medos dos médicos tornam difícil iniciar a conversação, e levam o médico a sentir-se responsável pela doença.
Buckman (1992) propõe um protocolo de seis etapas de como dar más notícias:
1) começar adequadamente, o que envolve o contexto, o setting, quem deve estar presente, ou seja, o início propriamente dito, incluindo atitudes cordiais normais;
2) descobrir o quanto o paciente sabe sobre sua doença;
3) descobrir o quanto o paciente quer saber;
4) dividir, compartilhar a informação;
5) responder aos sentimentos do paciente;
6) planejar e combinar o acompanhamento do paciente.
Diversos autores reforçam a importância de avaliar se o paciente está pronto para ouvir a notícia, o quanto deseja saber, e só então, seguir em doses pequenas de informação, respeitando e acompanhando o ritmo do paciente.
1) escolher um momento em que o paciente e o médico estejam descansados e tenham um tempo adequado;
2) avaliar o estado emocional e psicológico do paciente no presente;
3) preparar o paciente dizendo que tem um assunto difícil para discutir com ele;
4) usar uma linguagem clara e simples;
5) expressar tristeza pela dor do paciente;
6) ser humanitário;
7) dar informação de forma gradual e programar outro encontro com o paciente mais tarde;
8) ser realista evitando a tentação de minimizar o problema, mas não tirar todas as esperanças;
9) verificar como o paciente se sente depois de receber as notícias;
10) reassegurar a continuidade do cuidado, não importando o que houver;
11) assegurar que o paciente tenha suporte emocional de outras pessoas.
Quill e Towsend (1991) referem que os resultados desejados para os encontros iniciais são:
· minimizar solidão e isolamento;
· alcançar com o paciente uma percepção comum do problema;
· enfocar necessidades básicas de informação, enfocar riscos médicos imediatos, incluindo risco de suicídio;
· responder imediatamente a desconfortos;
· estabelecer um plano de acompanhamento, e
· antecipar o que não foi falado.
Os médicos podem oferecer uma esperança realista que pode interferir na qualidade de vida do paciente, na dignidade e no conforto durante a evolução da doença.
OBJETIVO 02: Entender a importância da autonomia do paciente na tomada de decisões:
O termo autonomia significa capacidade de se autogovernar. Para que um indivíduo seja autônomo, ou seja, capaz de realizar escolhas autônomas, é necessário que este indivíduo seja capaz de agir intencionalmente e que tenha liberdade para agir intencionalmente. Menores de idade, indivíduos que padecem de determinadas enfermidades mentais e indivíduos com alterações do nível de consciência são exemplos de agentes que, permanente ou temporariamente, não possuem capacidade de agir intencionalmente. 
Defensores da autonomia dos pacientes acreditam que eles são capazes de compreender os pontos considerados importantes pelo seu médico assistente. Essa compreensão só é possível diante de um ambiente acolhedor, no qual o médico se esforce em conhecer as preocupações de seus pacientes, e no qual o debate seja estimulado. O médico não deve, de modo algum, persuadir o paciente a aceitar um tratamento com o qual não concorde, através de ameaças. Do mesmo modo, o profissional não deve tirar proveito de situações nas quais o paciente não esteja em condições de decidir, para convencê-lo, como no caso de indivíduos sob sedação, por exemplo. O exercício da autonomia do paciente só é possível caso o médico cumpra com o dever de informar com clareza e com o dever de auxiliar no processo de tomada de decisão. Perguntas devem ser encorajadas quando necessário. O respeito à autonomia encontra amparo no Código de Ética Médica Brasileiro (Capítulo V, Artigo 31), segundo o qual é vedado ao médico “Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte”. 
 A prática do respeito à autonomia do paciente encontra-se em oposição ao tradicional modelo de atendimento paternalista. Pelo paternalismo todas as determinações relativas ao tratamento são decididas pelo médico isoladamente.
O modelo participativo pode ser considerado como o ideal do ponto de vista ético, no qual o médico informa, orienta e aconselha o paciente, através do encorajamento, à tomada de decisões livre e consciente. Assim, a adoção do modelo participativo requer o envolvimento tanto do médico quanto do paciente, ambos atuando como agentes ativos do processo de decisão.
Todo paciente tem o direito de decidir com base em seu próprio sistema de crenças e valores e o direito de ter suas decisões respeitadas.
Outros fatores que influenciam o desejo do paciente de participar são a confiança que possui no seu médico, a existência ou ausência de opções terapêuticas e a natureza do atendimento que recebe, se público ou privado . Alguns indivíduos valorizam o aspecto comercial da relação médico-paciente e associam o direito de participar ao fato de estarem pagando pelo tratamento. Da mesma maneira, pacientes do Sistema Único de Saúde podem sentir-se obrigados a concordar de maneira irrestrita.
OBJETIVO 03: Diferenciar os termos eutanásia, ortotanásia e distanásia:
Eutanásia:
A expressão eutanásia nos leva à idéia da ‘boa morte’, ou seja, de uma morte sem dor ou sofrimento. Esta intervenção tem como objetivo, portanto, reduzir o tempo de vida de um paciente, através do controle de um médico orientado neste sentido.
A eutanásia também entra em choque com as orientações do Estado, que tem por obrigação resguardar a vida dos seus tutelados. No Brasil ela é considerada ilegal, mas independente de sua legalidade ou não, sempre há os que a defendem e os que a condenam, tendo como princípio o valor da vida. 
A eutanásia é hoje dividida em várias categorias, correspondentes aos diversos tipos de ação: a ativa, na qual há a intenção de causar a morte para aliviar a dor do paciente; a passiva, quando a pessoa em estado terminal morre por carência de uma atitude da equipe médica ou pela suspensão de um tratamento, visando diminuir o sofrimento. Alguns também falam em eutanásia de duplo efeito, que ocorre como efeito de uma ação indireta dos médicos, que já tem por fim reduzir o padecimento do indivíduo terminal.
Voluntária, quando ele manifesta seu desejo de morrer para se libertar do sofrimento; involuntária, que ocorre contra sua vontade; e não voluntária, na qual a pessoa morre sem ter expressado sua posição quanto ao assunto. De qualquer forma, a eutanásia só é realizada quando o paciente se encontra com uma doença crônica, sem cura, geralmente envolvendo intenso sofrimento físico e mental.
É necessário saber a diferença entre eutanásia e ‘suicídio assistido’ – neste último caso, é o próprio paciente que causa sua morte, mesmo que para alcançaresse objetivo ele tenha que recorrer ao auxílio de outras pessoas.
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.” (Decreto Lei 2848/40, artigo 135)
“Se o agente comete crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço”. (Decreto Lei 2848/40, artigo 121, § 1º).
Ortotanásia:
Ortotanásia é o nome dado ao processo pelo qual se opta por não submeter um paciente terminal a procedimentos invasivos que adiam sua morte, mas, ao mesmo tempo, comprometem sua qualidade de vida. Assim, a ortotanásia foca na adoção de procedimentos paliativos, como o controle da dor e de outros sintomas, e o cuidado dos problemas de ordem psicológica, social e espiritual; atingindo a melhor qualidade de vida possível para os pacientes e suas famílias. 
Distanásia:
A distanásia é um termo médico que corresponde ao prolongamento desnecessário da vida por meio do uso de remédios que pode trazer sofrimento para a pessoa.
Dessa forma, como promove o prolongamento da dor e do sofrimento, a distanásia é considerada uma má prática médica, pois, embora alivie os sintomas, não traz melhora da qualidade de vida para a pessoa, tornando a morte mais lenta e dolorosa.
OBJETIVO 04: Analisar o artigo 121 do Código Penal Brasileiro relativo à eutanásia:
“Art. 121. Matar alguem”
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Entretanto, como ao passar dos anos a sociedade fica numerosamente maior, e com ela, também aumentam os casos que passam a despertar novos cuidados, novos estudos e novas interpretações das leis já existentes. E a respeito da eutanásia não haveria porque ser diferente, haja vista que centenas, milhares de casos passaram a ocorrer, fazendo-se necessário, se não um novo ordenamento jurídico, ao menos, novas interpretações.
E foi o que ocorreu, em razão da lacuna legislativa a respeito de uma norma especifica que abordasse a eutanásia, a mesma foi interpretada e aplicada em nosso Código Penal como crime de homicídio, simples ou qualificado, auxílio ao suicídio, ou ainda, homicídio privilegiado.
Com relação ao homicídio, a eutanásia quando praticada, enquadra-se no artigo 121, caput, do Código Penal, ou em sua forma qualificada, pois, ao praticar ato comissivo ou omissivo a fim de causar, ainda que a pedido do paciente, a morte do mesmo, com o intuito de cessar o sofrimento e dor que lhe acomete, o agente estará cometendo o crime de homicídio, de maneira simples ou qualificada, a depender do modus operandi.
OBJETIVO 05: Conhecer o consentimento informado:
O consentimento informado é um processo no qual um profissional de saúde instrui o paciente sobre os riscos, benefícios e alternativas de um determinado procedimento ou intervenção sendo que o paciente deve ser competente para tomar uma decisão voluntária sobre a realização de tal procedimento. Trata-se de uma obrigação tanto ética quanto legal dos médicos nos Estados Unidos e também no Brasil, e tem sua origem no direito que o paciente tem de decidir sobre o que acontece com o seu corpo.
O consentimento informado é uma avaliação do entendimento do paciente, que faz uma recomendação real e uma documentação do processo.
Natureza Jurídica do Consentimento Informado:
É um ato jurídico voluntário unilateral com base no direito à autodeterminação do paciente, direito de dispor sobre seu próprio corpo, e que apenas terá os efeitos pretendidos em função da relação estabelecida na prestação de serviços de saúde, não gerando direitos para a parte prestadora do serviço de saúde.
O art. 15 do Código Civil Brasileiro diz: “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.”
O Código de Ética Médica assim declara:
É vedado ao médico:
Art. 24 - Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
Exceções ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido:
Várias exceções à exigência de consentimento informado incluem:
· Quando o paciente está incapacitado,
· Em emergências com risco de morte, com tempo inadequado para obter o consentimento.
· Consentimento de isenção voluntária - Se a capacidade do paciente de tomar decisões for questionada ou não for clara, uma avaliação por um psiquiatra para determinar a competência pode ser solicitada.
OBJETIVO 06: Pesquisar sobre O Código de Ética Médica no que tange os direitos humanos:
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
É vedado ao médico:
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
Art. 25. Deixar de denunciar prática de tortura ou de procedimentos degradantes, desumanos ou cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem as realize ou fornecer meios, instrumentos, substâncias ou conhecimentos que as facilitem.
Art. 26. Deixar de respeitar a vontade de qualquer pessoa, considerada capaz fisica e mentalmente, em greve de fome, ou alimentá-la compulsoriamente, devendo cientificá-la das prováveis complicações do jejum prolongado e, na hipótese de risco iminente de morte, tratá-la.
Art. 27. Desrespeitar a integridade física e mental do paciente ou utilizar-se de meio que possa alterar sua personalidade ou sua consciência em investigação policial ou de qualquer outra natureza.
Art. 29. Participar, direta ou indiretamente, da execução de pena de morte.
Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus cuidados profissionais em casos de urgência ou emergência, quando não haja outro médico ou serviço médico em condições de fazê-lo.
Art. 41. Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal.

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