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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS

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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS
LINFOGRANULOMA VENÉREO
- É uma doença infecciosa de transmissão exclusivamente sexual, causada pela Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3.
A doença se apresenta em 03 fases:
1. A lesão de inoculação inicia-se com uma pápula, pústula ou ulceração indolor, que desaparece sem deixar sequela. 
2. A disseminação linfática regional se desenvolve entre 1 e 6 semanas após a lesão inicial, sendo geralmente unilateral (em 70% dos casos). 
- Costuma ser o principal motivo da consulta;
- Os gânglios podem fundir-se, com supuração e fistulização por orifícios múltiplos;
- Podem aparecer sintomas gerais como febre, mal-estar, anorexia, emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e meningismo. 
3. Como sequelas, pode ocorrer a elefantíase genital, fístulas retais, vaginais ou vesicais e estenose retal. 
- A lesão na região anal pode levar a proctite e proctocolite hemorrágica.
DIAGNÓSTICO
Deve ser considerado sempre que houver adenite inguinal, elefantíase genital e estenose uretral ou retal.
- Diagnóstico é clínico!!
TRATAMENTO
HERPES GENITAL
Ag Etiológico: Vírus herpes simples (HSV) tipos 1 e 2.
· O HSV1 – lesões genitais;
· HSV2 – lesões periorais.
- A maioria das infecções é subclínica (63-87%);
- Sua evolução é causada por surtos recorrentes;
Apresentação típica herpes genital:
- Presença de múltiplas lesões vesiculares ou ulcerativas, dolorosas, com base avermelhada e intensamente pruriginosas.
>> A primo-infecção tem quadro mais exuberante e acompanhado de sintomas gerais, como febre, mal-estar, adinamia e disúria.
>> Em gestantes, aumenta o risco de complicações obstétricas, e a presença de lesões ativas pode indicar a via alta de parto, a fim de evitar a transmissão no canal do parto;
DIAGNÓSTICO
- Isolamento do HSV em células de cultura.
TRATAMENTO
- É ineficaz em relação à cura, tendo por objetivo diminuir a intensidade e a duração dos surtos.
Gestantes: 
CORRIMENTO URETRAL
Ag Etiológico: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. 
· Outros agentes, como Trichomonas vaginalis, Ureaplasma urealyticum, enterobacterias, Mycoplasma genitalium, virus do herpes simples, adenovirus e Candida sp. são menos frequentes.
- Costuma ter aspecto de mucoide a purulento, com volume variável, estando associado a dor uretral (independentemente da micção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido uretral e eritema de meato uretral.
TRATAMENTO
CERVICITES
Ag Etiológico: C. trachomatis e N. gonorrhoeae.
- É caracterizada pela inflamação da mucosa endocervical;
- Os principais fatores de risco associados são os mesmos relacionados ao corrimento uretral;
· Vida sexual ativa <25 anos; múltiplos parceiros sexuais, parcerias com IST etc.
- As mulheres com infecções por clamídia ou por gonorreia são assintomáticas em sua grande maioria (70-80%), sendo geralmente diagnosticadas quando apresentam complicações (dor pélvica, DIP, gravidez ectópica, infertilidade) ou a partir do diagnóstico de uretrite do parceiro.
- Quando sintomáticas, podem ocorrer: 
· Corrimento vaginal, alteração menstrual, dispareunia e disúria. 
- O exame ginecológico pode identificar dor à mobilização do colo e secreção mucopurulenta por orifício externo do colo.
TRATAMENTO
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA – DIP
O diagnóstico clínico se baseia em critérios maiores, menores e elaborados.
- Confirmada clinicamente pela presença de:
· 3 critérios maiores + 1 critério menor;
· 1 critério elaborado.
Critérios Maiores:
>> Dor no hipogastro;
>> Dor à palpação dos anexos;
>> Dor à mobilização do colo uterino.
Critérios Menores:
Critérios Elaborados:
>> Evidência histopatológica de endometrite;
>> Presença de abcesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem;
>> Laparoscopia com evidência de DIP.
- A DIP é considerada leve quando não há sinais de peritonite ou febre. Nessa situação, o tratamento pode ser ambulatorial. 
- No entanto, a presença das seguintes situações indica o tratamento hospitalar:
· Abcesso tubo-ovariano;
· Gravidez;
· Ausência de resposta clínica após 72h do início do tto com atb oral;
· Intolerância a atb oral ou dificuldade de seguimentoo ambulatorial;
· Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre;
· Dificuldade na exclusão de emergência cirúrgica (ex: apendicite. Gravidez ectópica).
TRATAMENTO
CONDILOMA ACUMINADO – PAPILOMA VÍRUS HUMANO
Ag Etiológico: HPV – DNA vírus do grupo papovavírus, com > 200 tipos reconhecidos, 40 do quais podem infectar o trato genital;
· Baixo risco oncogênico: 6, 11, 40, 42-44;
· Alto risco oncogênico: 16, 18, 31, 33, 35.
>> A vacinação protege contra os tipos 6, 11, 16, 18.
- É a IST viral + frequente!!
- Em mulheres, o HPV associa-se com risco aumentado para câncer de colo uterino;
· A maioria das mulheres infectadas pelo HPV é assintomática, e, com frequência, a infecção regride espontaneamente sem nenhum tipo de tratamento específico. 
- Pode manifestar-se como uma lesão genital (condiloma acuminado), também conhecida como verruga genital ou “crista de galo”. 
DIAGNÓSTICO
É basicamente clínico, caracterizando-se pela presença de lesão vegetante característica na região anogenital, única ou múltipla, localizada ou difusa e de tamanho e visibilidade variáveis.
- A biópsia da lesão é realizada em casos excepcionais, em que exista dúvida diagnóstica;
- A citologia cervical não detecta o vírus do HPV, mas pode identificar alterações celulares possivelmente ocasionadas por ele;
TRATAMENTO
 Não há evidências indicando que os tratamentos disponíveis erradicam ou afetam a história da infecção natural do HPV;
· Se deixados sem tratamento, os condilomas podem desaparecer, permanecerem inalterados ou aumentarem em tamanho ou número.
>> O principal objetivo do tto é a remoção das lesões.
PROGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS
- As ISTs, com exceção das causadas por vírus, são curáveis, desde que seguindo o tto adequado;
- As medidas de prevenção devem ser adotadas para evitar-se a recontaminação;
- A sífilis não tratada depois da fase de latência pode levar a lesões cutaneomucosas, cardiovasculares e neurológicas. 
· Nas gestantes, pode levar ao abortamento, à morte intrauterina e à sífilis congênita. •
- A infecção herpética primária no final da gestação oferece maior risco de infecção neonatal.
- Na donovanose a destruição tecidual e a obstrução linfática podem necessitar de intervenção cirúrgica. 
- As cervicites na gestação podem levar a parto prematuro, à rotura prematura de membranas e à infecção fetal. 
- A DIP é importante causa de infertilidade em mulheres, quando não tratada adequadamente. 
- Entre os homens, as ISTs podem causar também infertilidade, carcinoma de pênis e de ânus, entre outras complicações.

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