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@anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 1 TAQUIARRITMIAS * OBS: só faz o passo 7 se o paciente estiver estável INTRODUÇÃO Taquicardia é definida como uma arritmia com uma frequência cardíaca geralmente de 100 bpm ou maior. DEFINIÇÃO Taquicardia sintomática: sinais e sintomas decorrentes da FC rápida A frequência assume importância clínica em seus extremos e pode ser atribuída, com maior probabilidade, a uma arritmia, se a FC for de 150 bpm ou superior. É improvável que sintomas de instabilidade sejam causados principalmente pela taquicardia, quando a FC é inferior a 150 bpm, a não ser que a função ventricular do paciente esteja prejudicada. RITMOS − Taquicardia sinusal; − Taquicardia Juncional; − Taquicardia Atrial; − Fibrilação Atrial; − Flutter Atrial; − Taquicardia por Reentrada Nodal; − Taquicardia por reentrada atrioventricular ortodrômica (TAV). TAQUICARDIA SINUSAL − Intervalo regular entre os complexos QRS; − Apresenta onda P precedendo todo QRS; − Onda P visível e com eixo entre 0 e +90°. Em frequências muito altas, a onda P pode estar sobre a onda T; − FC > 100bpm, usualmente não ultrapassa 140bpm em repouso; @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 2 − Início e término graduais; − Geralmente desencadeada por aumento de atividade simpática. TAQUICARDIA ATRIAL − Onda P é visível e diferente a P sinusal; − Na Multifocal (TAM): Ondas P diferentes entre si e têm pelo menos 3 morfologias distintas; − O RR pode ser regular nas conduções 1:1, 2:1 ou 3:1, ou seja, 1,2 ou 3 ondas P para um QRS; − Linha isoelétrica entre as ondas P – Diferenciar de Flutter; − FC > 100bpm, normalmente não atinge FC > 240 bpm. FIBRILAÇÃO ATRIAL − RR é IRREGULAR; em FC altas, a irregularidade pode ser menos evidente; − NÃO apresenta onda P, somente ondas f (irregularidades a linha de base); − Para ser considerada com FC elevada, a FC > 100bpm, podendo atingir FC > 200bpm; − Início e término súbitos quando paroxístico; − Múltiplas microrrentadas nas veias pulmonares. OBS: A Fibrilação Atrial é a taquicardia sustentada mais comum na prática clínica. Portanto, se o ritmo é irregular e a onda P não é visível, deve-se pensar em FA. FLUTTER ATRIAL − Não apresenta onda P, somente ondas F que tem aspecto serrilhado; − Não apresenta linha isoelétrica entre as ondas F; − Apresenta frequência atrial em torno de 300bpm; − Devemos desconfiar de flutter sempre que FC estiver ao redor de 150bpm; − Macorrentrada: Istmo cavotricuspídeo. @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 3 TAQUICARDIA POR REENTRADA NODAL − Corresponde a 55-60% das taquicardias supraventriculares; − RR é regular; − P’ dentro do QRS (60% dos casos) ou imediatamente após o QRS, simulando um pseudo s nas derivações D2, D3 e aVF e um pseudo R em V1 (na maioria não enxerga); − FC entre 140 e 230bpm; − Início e término súbitos. Mecanismo: Via rápida (alfa) e via lenta (beta) dentro do nó AV − Ritmo sinusal normal: Condução ocorre pelas duas vias, preferencialmente pela rápida; − Extrassístoles: Pode encontrar a via rápida em período refratário, o estímulo desce pela via lenta. Em ritmo sinusal, pode apresentar intervalo PR curto e, após extrassístole, um PR longo: Dupla via nodal, ora conduzindo pela via rápida, ora pela lenta. QRS ESTREITO − FC maior que 100bpm − QRS menor que 120ms QRS LARGO − FC > 100bpm; − QRS > ou igual a 120ms CAUSAS − Taquicardia ventricular (81%); − Taquicardia Paroxística Supra Ventricular com aberrância (bloqueios de ramo prévios ou frequência dependentes) (14%); − Taquicardia ventricular: São 3 ou mais batimentos consecutivos com QRS alargado; CLASSIFICAÇÃO 1. Duração: Sustentada: duração maior que 30 segundos ou instabilidade hemodinâmica. OBS: instabilidade hemodinâmica: alteração da PA, ou seja, nesse caso vai estar hipotenso. Não sustentada: < 30 segundos e não cause instabilidade hemodinâmica. 2. Morfologia: Monomórfica: todos os complexos QRS com morfologia similar Polimórfica: Complexos QRS com morfologias diferentes AVALIAR − Ritmo com FC superior a 100bpm/min − Há pulso? − Avaliar se o paciente está estável ou instável − Taquicardia Sinusal → Buscar causas; − FC é rápida demais para a condição clínica do paciente; − FC elevada → DC reduzido − Batimentos ineficazes: Incoordenação entre as câmaras diminui o DC; − Reconhecer que o paciente está significativamente sintomático ou, até mesmo, instável; − Rápido reconhecimento de que os sinais e sintomas são causados pela taquicardia. @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 4 OBS: é necessário determinar rapidamente se a taquicardia está produzindo instabilidade hemodinâmica e sinais e sintomas graves ou se os sinais e sintomas (dor torácica) estão produzindo taquicardia. ALGORITMO ETAPA 01: identificação de taquicardia com pulso/ Avalie adequabilidade do quadro clínico. Procure sinais de maior esforço respiratório (taquipneia, retrações intercostais, retrações supraesternais, respiração abdominal paradoxal) ETAPA 02: identifique e trate causas subjacentes − Mantenha via aérea patente, auxilie a ventilação, conforme a necessidade; − Oxigênio, se hipoxemia; − Monitor cardíaco para identificar ritmo, monitore a PA e oximetria; − Estabeleça acesso IV; − Obtenha em ECG para identificar o ritmo, se disponível; − Se sintomas persistem → Etapa 3 ETAPA 03: avaliação se taquicardia INSTÁVEL ou ESTÁVEL; − Hipotensão? − Alterações do estado Mental? − Sinais de choque? − Desconforto torácico isquêmico? − Insuficiência Cardíaca Aguda? OBS: Não retarde a cardioversão imediata para adquirir ECG 12 derivações se paciente instável. − Desmaio; − Diminuição da consciência; − Diminuição da PA Dor torácica; − Dispneia; − Diminuição da perfusão. ETAPA 04: INSTÁVEL Executar cardioversão elétrica sincronizada IMEDIATA. Se for possível, estabeleça acesso IV antes da CVE e administre sedação, se o paciente estiver consciente. Não retarde a CVE se o paciente estiver extremamente instável. Se o paciente com Taquicardia Supraventricular de complexo QRS estreito regular ou uma taquicardia de complexo largo monomórfica não estiver hipotenso, poderá administrar adenosina, enquanto está preparando a cardioversão. CARDIOVERSÃO Diferença entre choques sincronizados e não sincronizados. Possíveis obstáculos à administração de choques sicronizados; CARDIOVERSÃO. Quando está instável, ou seja, para sincronizar, no aparelho aperta o botão SINC que vai direto para o R. Cargas de energia para ritmos específicos. OSASCO − Orientar o paciente − Sedação − Ambusar o paciente após a sedação − Sincronizar − Cardioverter com a carga indicada − Observar o ritmo após a cardioversão Choque NÃO SICRONIZADO: pode ocorrer em qualquer ponto do ciclo cardíaco Devem usar cargas mais altas que na CVE sincronizada; Cardioversão SICRONIZADA: usa um sensor para administrar o choque de maneira sincronizada com um pico de complexo QRS EX: ponto mais alto da onda R Ativar opção “SYNC”, posteriormente pressionar o botão “SCHOCK” (de choque) Atraso até que o desfribilador/ cardioversor administre o choque: porque o dispositivo o sicronizará om o pico da onda R no complexo QRS do paciente A sicronização evita que o choque seja administrado na repolarização cardíaca (onda T) → Precipitar fibrilação ventricular PROBLEMAS COM A CVE − Se os picos da onda R forem indiferenciados ou de baixa amplitude, os sensores não identificam → Choque não será administrado; − Alguns desfibriladores não fazem a sincronização pelas pás manuais. RECOMENDAÇÕES CHOQUES SINCRONIZADOS − Taquicardia supraventricular instável; − Fibrilação atrial instável; − Flutter atrial instável; − Taquicardia Monomórfica regular com pulso instável. CHOQUESNÃO SINCRONIZADOS: − Paciente sem pulso (FV/TVSP); @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 5 − Determinação clínica (Pré PCR), em choques intensos ou TV polimórfica em paciente instável; − Quando estiver inseguro quanto à presença de uma TV monomórfica ou polimórfica em pacientes instáveis. CARGA DE ENERGIA FIBRILAÇÃO ATRIAL INSTÁVEL − Cardioversão Monofásica: administre um choque sincronizado inicial de 200J; − Cardioversão Bifásica: administre um choque sincronizados inicial de 120 a 200J; − Em qualquer um dos casos intensifique a carga de energia de modo gradativo em todas as tentativas subsequentes. FLUTTER ATRIAL E TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR − Energia inicial de 50J a 100J com forma de onde monofásica ou bifásica geralmente é suficiente TAQUICARDIA VENTRICULAR MONOMÓRFICA COM PULSO − Carga inicial de 100J; − Se não houver resposta → Aumentar carga gradualmente. TAQUICARDIA ESTÁVEL Avalie o ECG e determine: − ETAPA 06: se o complexo QRS é largo ou estreito e regular ou irregular; − Se a largura do complexo QRS for 120ms ou superior, passar para ETAPA 07; − Se a largura do complexo QRS for inferior a 120ms, passe para ETAPA 08. RITMOS DE TAQUICARDIA ESTÁVEL Classificadas segundo a aparência do complexo QRS, frequência cardíaca e se são regulares ou irregulares TAQUICARDIAS (TSV) DE COMPLEXO QRS ESTREITO (ou igual 120ms) − Taquicardia sinusal; − Fibrilação atrial; − Flutter atrial; − AV de reentrada nodal. TAQUICARDIA DE COMPLEXO QRS LARGO (> ou igual 120ms) − TV monomórfica; − TV polimórfica; − TSV com aberrância. TAQUICARDIAS REGULARES OU IRREGULARES − Taquicardias de complexo estreito irregulares são provavelmente fibrilação atrial; ETAPA 07: complexo QRS Largo TV monomórfica e TV polimórfica. Regular ou irregular? − Taquicardia de complexo LARGO REGULAR: TV ou TSV com aberração; − Taquicardia de complexo LARGO IRREGULAR: fibrilação atrial com aberração, umas fibrilações atriais pré excitada, TV polimórfica/ Torsades de pointes; − Não determinei a etiologia do Ritmo, e agora? − Regular e Monomórfica: ADENOSINA. OBS: Antiarrítmicos são eficazes: Procainamida, amiodarona, sotalol Complexo IRREGULAR − Controle da frequência; − Conversão da fibrilação atrial instável em ritmo sinusal (controle de ritmo) ou ambos; consultar especialista − EVITAR: Adenosina, bloqueadores dos canais de cálcio, digoxina e beta bloqueadores em FA pré excitada: aumento paradoxal da resposta ventricular; ETAPA 08: QRS Estreito e Ritmo Regular Tente manobras vagais: Valsava, massagem do seio carotídeo. Se não responder às manobras vagais: − Administre 6mg de adenosina na forma de Bolus IV rápido (veia de grande calibre, por 1 segundo, seguida de 20ml de lavagem com solução salina e eleve o braço imediatamente; − Se não converter em 1 a 2 minutos 2ª dose de adenosina - Boléus de 12 mg. ADENOSINA − Aumenta o bloqueio AV em 2 minutos põe fim a aproximadamente 90% das arritmias de reentrada; − Não põe fim a flutter ou fibrilação atrial, mas retarda a condução AV, permitindo a identificação de suas ondas; − Broncoespasmo; − Se o ritmo converter com adenosina: Provável TSV de reentrada → Atenção a recorrências. OBSERVAÇÕES A avaliação e o tratamento deste paciente se orientarão pelas seguintes perguntas essenciais: @anabea.rs | Ana Beatriz Rodrigues 6 − Os sintomas estão presentes ou ausentes? − O paciente está estável ou instável? − O QRS é estreito ou largo? − O ritmo é regular ou irregular − O QRS é monomórfico ou polimórfico? CARDIOVERSÃO − Cuidado com Taquicardia Sinusal. Não responde a cardioversão. − Taquicardia estável: Não fazer cardioversão; − Em frequências superiores a 150/min, em geral há sintomas e muitas vezes a CVE se fará necessária, se paciente instável.
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