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Isabella Afonso | Ham 6 Taquiarritmias Conceitos •São definidas como ritmos apresentando frequência ventricular superior a 100 bpm. •Podem ser classificadas com base nos complexos QRS, em taquicardia de complexos estreitos (QRS < 120 ms) e de complexos alargados (QRS > 120 ms) •A forma mais comum de taquicardia paroxística é a supraventricular, que costuma ocorrer em indivíduos sem doença cardíaca estrutural. Começa e termina abruptamente e pode durar de segundos a horas. É causada geralmente por mecanismo de reentrada. A fibrilação atrial é a arritmia crônica mais comum, afeta cerca de 10% dos indivíduos com mais de 80 anos. Pode ocorrer em pacientes com doença valvular, cardiomiopatia dilatada, hipertensão arterial e doença coronariana e em indivíduos normais. Quadro Clínico • palpitações •Hipotensão • Sudorese • Edema pulmonar / congestão • Estase veia jugular • Dor no peito / desconforto • Dispneia • Adinamia / tonturas / vertigens • Estado mental alterado •A supressão dos sintomas da arritmia após a manobra de Valsalva é sugestiva de origem supraventricular. •Pesquisar doença cardíaca estrutural (isquêmica, valvular, hipertensão arterial), história de cardiopatia familiar ou congênita (cardiomiopatia hipertrófica e QT longo). •Uso de medicações e história de doenças endócrinas (doença de tireóide) deve ser avaliado. Isabella Afonso | Ham 6 Ritmos de taquicardia Taquicardia de QRS estreito ● Taquicardia sinusal ◇ é o mais comum com causas variadas, como sepse e transtornos de ansiedade. ◇intervalos RR são regulares, o ritmo geral é regular. ◇Há uma onda P em frente de cada QRS estreito. ◇As ondas P aparecer uniforme. ◇PR INTERVALO Medidas entre 0.12-0.20 segundos de duração. intervalo PR é coerente. ◇complexo QRS mede < 0,12 segundos. ◇Toda taquicardia de QRS estreito é supraventricular • Entre 75 e 150 bpm (deve-se calcular a exata – 1500/número de quadradinhos entre os RR). •Instável? A gente vai saber pelo enunciado (sinais de instabilidade), nesse caso Estável. 》Causas: Hipertermia, TEP, Choque, Dor, Hipertireoidismo, Insuficiência cardíaca, hipóxia, fármacos (epinefrina, atropina, dopamina), IAM, Cafeína, Drogas, Exercício físico, ansiedade e nicotina. ● Fibrilação atrial ◇Taquicardia de QRS ESTREITO sem onda P precedendo os complexos QRS. ◇ RR irregular. ◇Não há onda P conduzindo os QRS. ◇Múltiplos focos de reentrada atrial com altíssima frequência, com perda da Isabella Afonso | Ham 6 sístole atrial. ◇ Perda de 20% do enchimento ventricular pela contração atrial. ◇Múltiplos focos de reentrada atrial com altíssima frequência, com perda da sístole atrial. ◇ Perda de 20% do enchimento ventricular pela contração atrial. ● Flutter atrial ◇A taxa atrial é regular. A taxa ventricular geralmente será regular, mas apenas se o nó AV realiza os pulsos de uma forma consistente. Caso contrário, a taxa ventricular será irregular. TAXA A taxa atrial é normalmente entre 250 a 350 bpm. ◇As ondas P será bem definido e tem um padrão de “dente de serra” a eles. PR INTERVALO Devido à Configuração incomum das ondas P, o intervalo não é medida com flutter atrial. Isabella Afonso | Ham 6 •Taquicardia, por conta do serrilhado (Flutter atrial). • Ritmo Regular •QRS? Estreito •Onda P? não, temos a onda F de flutter atrial (serrilhados no ECG). •Alteração próxima ao nó AV que gera uma despolarização de baixo pra cima nos átrios e de cima pra baixo nos ventrículos. • FA: 250�300 •O nó AV bloqueia essas ondas e não deixa passar tudo BAV, normalmente 2�1. ● Taquicardia supraventricular ( Re-entrada) ◇O mecanismo de reentrada é a causa com alteração anatômica mais comum •Ritmo: regular. •QRS: estreito. • Tem onda P: Não. - Complexo QRS estreito, sem onda P, ritmo de taquicardia regular: taquicardia supraventricular •Gira dentro do próprio nó AF ou possui um circuito que possui fibras dentro do próprio nó AV. • Despolariza ao mesmo tempo pra baixo e pra cima. • Onda P retrógrada, normalmente mais vistas nas derivações inferiores (d2,d3 e avf) Isabella Afonso | Ham 6 Taquicardia de QRS largos ◇A taquicardia ventricular é a causa mais comum de taquicardia de QRS largos, correspondendo a mais de 80% de todos os casos. ◇ ocorrem na presença de doença cardíaca estrutural significativa, por exemplo, infarto do miocárdio prévio, cardiomiopatia dilatada ou cardiomiopatia hipertrófica * torsades ● Taquicardia ventricular monomórfica ◇Instável, Ritmo Regular, QRS Alargado. Tem P? não. ◇quando é sustentada, o padrão não modifica) Isabella Afonso | Ham 6 •Ocorre por mecanismo de reentrada nos ventrículos; • Mais frequente em pacientes portadores de doenças cardíacas estruturais; ● Taquicardia ventricular polimórfica • Instável, Ritmo: irregular, QRS Alargado. Onda P? não. •QRS alargado e apresenta morfologia de QRS e intervalos RR variáveis OBS: Pode ser chamado de torsades points, quando o paciente já tem ECG prévios mostrando QT longo ou por conta de uma hipomagnessemia. Conduta: repor magnésio. Tratamento: ◇Baseado na presença ou não de sinais de instabilidade e para isso precisamos monitorizar o paciente, através de monitor cardíaco, de pressão arterial e oximetria de pulso. ◇O tratamento é também baseado na largura do QRS e se o ritmo é regular ou irregular. Critérios de Instabilidade Clínica: 1- Hipotensão (PAS < 90 mmHg) ou choque circulatório (alteração da perfusão); 2- Dor precordial anginosa; 3- Alteração do nível de consciência; 4- Dispnéia associada a congestão pulmonar. 1. Com critérios de instabilidade: 》Cardioversão Elétrica (CVE): deve ser sempre sincronizada, com exceção das TV polimórficas, nas quais deve-se realizar a desfibrilação (não sincronizada). Realizar sedação e analgesia antes da CVE. Isabella Afonso | Ham 6 •Sedação: Midazolam 3-5 mg bolus (repetir até sedação); Etomidato 20 mg bolus (2 min após Fentanil); Propofol * 30-50 mg bolus (máximo até 200 mg). *Não deve ser utilizado em pacientes com fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida. •Analgesia: Fentanil 1-2 μg/kg; Morfina 1-2 mg. 2. Sem critérios de instabilidade: ● QRS estreito e R-R regular: 1ª) Manobra Vagal: 1º Passo: A manobra de valsalva modificada consiste em fazer pressão padrão de 40 mmHg pela boca (pode se utilizar o êmbolo da seringa vazia para isto) por 15 segundos na posição semi-reclinada seguida de reposicionamento em decúbito dorsal com 15 segundos de elevação passiva da perna em um ângulo de 45 graus. 2° Passo: Adenosina ◇Se as manobras vagais forem ineficazes, a terapia farmacológica com um agente bloqueador nodal AV deve ser utilizada. ◇ A indicada pelo protocolo ACLS é o uso de adenosina. ◇Utiliza-se a dose de 6 mg, se nenhuma conversão, faz uma segunda dose com 12 mg. •É necessário fazer um flush com 20 ml de S.fsl 0,9% ou água destilada a cada dose Isabella Afonso | Ham 6 ◇ É importante orientar previamente o paciente que poderá apresentar pressão torácica importante com sensação de “morte iminente”, porém tais efeitos são transitórios. Inicia-se com 6 mg em bolus, seguida ◇ Efeitos colaterais: flush facial, hipotensão, palpitação, dor torácica, bradicardias, broncoespasmo, dispnéia, hiperventilação, cefaléia, tonturas e turvação visual. Contraindicações: transplante cardíaco, BAV de 2º e 3º graus, disfunção do nó sinusal, FA pré-excitada, asma e/ou DPOC; 3° PASSO ◇Se a adenosina for ineficaz, procedemos com Bloqueador dos canais de cálcio não dihidropiridínico IV (verapamil/Diltiazen ) ou betabloqueador IV ( propranolol, metoprolol e esmolol) como agentes de segunda linha. ◇Amiodarona também pode ser considerada. ◇ Verapamil é realizado 2,5 – 5,0 mg lento; pode-se repetir 5 – 10 mg após 15-30 minutos da primeira dose, com dose máxima de 20 mg. ◇Diltiazem é realizado 0,25 mg/kg em 2 minutos; pode-se repetir 0,35 mg/kg após 15 minutos da primeira dose. ◇Contraindicações: bloqueios atrioventriculares, insuficiência cardíaca, choque cardiogênico, hipotensão arterial. 4° Passo: Se todas as medidas acima forem ineficazes podemos proceder com cardioversão elétrica sincronizada50-100J. ● QRS estreito e R-R irregular: VIDE PROTOCOLO DE FA/FLUTTER ● QRS alargado e R-R regular》 Paciente instável ◇As taquicardias regulares do complexo QRS largo incluem Taquicardia ventricular (TV) monomórfica, Taquicardia supraventricular com condução aberrante ou resposta ventricular estimulada. ◇A cardioversão elétrica sincronizada, após sedação adequada, como terapia inicial para a maioria dos pacientes com TV estável. ◇ Em pacientes com taquicardia de complexo largo refratário ou recorrente, deve ser utilizado medicamento antiarrítmico classe I ou III intravenoso, como amiodarona, lidocaína ou procainamida Infusão de antiarrítmico 1) AmiodaronaIV: Dose inicial: 150 mg ao longo de 10 minutos. Repita conforme necessário. infusão de manutenção: 1 mg por minuto para as primeiras seis horas. (sotalol IV Dose: 100 mg (1,5 mg / kg) ao longo de cinco minutos. Evite se prolongado QT 2ª) Procainamida IV Dose: 20 a 50 mg por minuto até à arritmia suprimida, hipotensão segue, ou QRS aumenta a duração> 50%, dose máxima de 17 mg / kg administrada. infusão de manutenção: 1 a 4 mg por hora. Evitar se QT prolongado. Isabella Afonso | Ham 6 ● QRS alargado e R-R irregular: ◇As taquicardias irregulares do complexo QRS largo são a TV polimórfica, incluindo torsades de pointes. (taquicardias supraventriculares irregulares de complexo estreito com condução aberrante, como FA pré-excitada ou FA com bloqueio de ramo direito são muito raras ◇A TV polimórfica é geralmente um ritmo rápido e hemodinamicamente instável, e a desfibrilação urgente geralmente é necessária. Além da desfibrilação imediata, a terapia adicional destina-se a tratar distúrbios subjacentes e prevenir recorrências. ◇ Não se faz cardioversão sincronizada na TV polimórfica, pela impossibilidade do cardioversor identificar o complexo QRS. ♧A desfibrilação imediata é indicada também em pacientes com torsades de pointes hemodinamicamente instáveis. ◇ Nos pacientes com torsade de points, sulfato de magnésio, dose inicial de 1 a 2 gramas IV durante 15 minutos, pode ser seguido por uma infusão contínua é a terapia de primeira linha. Cuidados para cardioversão Orientação ◇Na grande maioria das vezes, o doente estará em condições de receber alguma orientação a respeito do que irá ser realizado. ◇orientar a equipe de enfermagem a respeito do procedimento e solicitar a correta monitorização do doente: eletrocardiograma contínuo, pressão arterial não-invasiva (PANI), oximetria de pulso, frequência cardíaca e frequência respiratória Sedação ◇sedo-analgesia do doente para que ele não sinta a dor da cardioversão. ◇ utiliza-se o Fentanil para analgesia e midazolam / etomidato ou propofol como drogas sedativas para deixarem o paciente sedado. Em doentes com instabilidade cardiovascular, evita-se o uso do propofol. Ambuze ◇paciente será sedado, eventualmente poderá haver algum grau de depressão respiratória e, nesse contexto, pode ser necessário o uso de ventilação por pressão positiva utilizando o dispositivo chamado Bolsa-Válvula-Máscara (BVM) com reservatório (BVMR) – Ambu (Artificial Manual Breathing Unit) Sincronizar Cardioversão ◇Cardioversão propriamente dita. ◇ passar uma boa quantidade de GEL condutor nas pás ( EVITE FAZER A FRICÇÃO DAS FACES DAS PÁS! Isso pode danificar as faces de contato). ◇Posicione as pás na região indicada pelo aparelho – habitualmente uma pá na Isabella Afonso | Ham 6 região infraclavicular direita e outra na região próxima ao ápice cardíaco -, dê comando verbal para todos se afastarem do paciente e cheque visualmente se isso foi realizado, inclusive por você. ◇OLHE ativamente para certificar-se que todos obedeceram o comando e aperte o botão de choque fazendo um discreto peso no tórax do paciente e mantenha essa pressão até que o choque seja aplicado, o que pode demorar alguns segundos. Observe ◇Após o choque você tem de manter as pás sobre o tórax do doente (retirar as pás da posição – é um erro! Não o cometa!) e observar o monitor pois 3 situações podem ocorrer: 1) A CVES foi um sucesso. O ritmo sinusal assume o comando do coração e agoravocê pode limpar e guardar o aparelho. 2) A CVES com a energia aplicada não resultou em reversão do ritmo. Nesse caso, aproveitando a sedação ainda em curso, selecione uma energia maior e realize novo procedimento (Se necessário aumente a carga). 3) A CVES, apesar de feita adequadamente, degenerou o ritmo de taquicardia para uma FV. Sendo assim, realize uma desfibrilação com a carga recomendada pelo manual o aparelho ou, na dúvida, usando a carga máxima do mesmo, e atue conforme as manobras do ACLS
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