Prévia do material em texto
FMU Artes Visuais Metodologia e Prática do Ensino de Arte Cultura Visual Educação Estética Aprendizagem Significativa Prof. Dr. Leonardo Gomes John Gast (1842-1896) Progresso Americano (1872) Óleo sobre tela “Poderíamos mesmo argumentar que ritos, mitos e a organização da vida familiar ou da divisão do trabalho são ações que refletem os conceitos desenvolvidos na pintura da mesma forma que a pintura reflete os conceitos subjacentes da vida social” (GEERTZ, A arte como sistema cultural, 1997, p.152). Cena do filme Tempos Modernos (1936) de Charles Chaplin (1889-1977) Do encontro passado, tivemos a oportunidade de observar que os modos de ver o mundo partem das experiências, dos signos, dos afetos dos sujeitos. Nesse encontro, relacionaremos ao universo da arte educação e da cultura visual, refletindo o poder das imagens na formação cultural, bem como estratégias de pensar alguns caminhos a partir das visualidades que circulam na cultura e a noção de aprendizagem significativa. Cultura Visual, Estética e Arte Educação Como vimos, nossos modos de pensamento vêm das experiências, das formas de percepção, dos sentidos. Por isso tratamos esses modos dentro das categorias da estética*, visto que estética trata-se da dimensão dos afetos e sensibilidades, desde a distinção entre o simples sentir e uma obra considerada “bela” ou “feia”. *Sobre a noção de estética, podemos tratar de duas maneiras gerais. A primeira, por meio da origem de sua palavra (aesthesis) que diz respeito aos afetos, às sensações e sensibilidade. A segunda trata-se de uma relação com o uso histórico da palavra e também de sua relação com determinados sentimentos gerados pela arte. Neste horizonte, a partir do século XVIII, com o pensamento empirista, a sensibilidade se liga às categorias de sentimento proveniente da arte, como o belo, o sublime, o feio, o grotesco, dentre outros. A Cultura Visual A cultura visual é um campo do saber que investiga os modos de vida de diferentes grupos segundo a perspectiva visual. A arte é, sem dúvida, um campo importante, mas qualquer imagem pode se um tornar material de estudo. Neste horizonte, ao estar situada em uma complexa rede de códigos e significados culturais, a leitura das imagens diz respeito a um comportamento aprendido na própria cultura visual. Por isso, coloca-se a questão de que aquilo que é possível ser visto, é desdobramento de práticas de aprendizagem visuais, dentre outras. Assim, no campo de estudo da cultura visual, as imagens possuem o poder de produzir/fixar subjetividades e identidades. Ver como um processo de aprendizagem “Ver não é um ato passivo, nascido da projeção do mundo na retina, mas um registro do olhar. Uma aprendizagem impõem-se ao mais elementar” (Le Breton, Antropologia dos sentidos, 2016, p.85). Neste horizonte, o ato de ver está ligado a uma rede de sentidos que circulam e aprendemos nas práticas culturais. Por isso, pode-se falar em práticas de visualidade, regimes de visualidade, como determinadas maneira de praticar uma visão de mundo. Veja o vídeo: Criança vê, criança faz. Disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=_diYEUQHS28 https://www.youtube.com/watch?v=_diYEUQHS28 Veja a animação de Steve Cutts, Você está perdido mundo, assim como eu? Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P48ZB1I 6QPc https://www.youtube.com/watch?v=P48ZB1I6QPc https://www.youtube.com/watch?v=P48ZB1I6QPc Arte educação, poder e cultura visual A globalização pós-moderna, ao integrar universos simbólicos e investimentos libidinais, imbrica “visual” e “cotidiano” colonizando a existência dos indivíduos. Essa existência tem sua identidade visual assentada na onipresença da imagem, levando a crer que a imagem não é apenas parte, mas tem vida própria. (MARTINS, Educação e poder: deslocamentos perceptivos e conceituais da cultura visual, p.143) Sugestões de leitura “As imagens carregam referências culturais, relacionam e transmitem acepções e sentidos, e informam processos cognitivos que constituem tramas conceituais entre imaginário e significado” (MARTINS, Educação e poder: deslocamentos perceptivos e conceituais da cultura visual, p.142) Imagens de controle Mais do que estereótipo, as imagens de controle funcionam para posicionar lugares sociais de forma dinâmica. Veja o vídeo: Patricia Hill Collins explica PENSAMENTO FEMINISTA NEGRO | #1 Imagens de controle [legendado]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XVd byhuAJEs https://www.youtube.com/watch?v=XVdbyhuAJEs https://www.youtube.com/watch?v=XVdbyhuAJEs Thaís dos Reis Ferreira. A Negra: diálogos entre a obra de Tarsila do Amaral e o feminismo negro. Disponível em: http://celacc.eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/negra_-_projeto_thais_dos_reis.pdf Fernanda Carerra e Daniel Meirinho. Mulheres negras nas Artes Visuais: modos de resistência às imagens coloniais de controle. DossiêCrise, Feminismo e Comunicação–https://revistaecopos.eco.ufrj.br/ISSN 2175-8689 – v. 23, n. 3, 2020DOI: 10.29146/eco-pos.v23i3.27572 Disponível em: https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27572/pdf Sugestões de leitura http://celacc.eca.usp.br/sites/default/files/media/tcc/negra_-_projeto_thais_dos_reis.pdf https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27572/pdf Pedro Américo – Libertação dos Escravos (1889). Óleo sobre tela. 138,5 X 199cm. Olympia (1863) Edouard Manet Óleo sobre tela. 130,5 X 190 cm Museu D’Orsay – Paris. A Negra (1923) Tarsila do Amaral 100 x 81,3 cm MAC – USP Adão e Eva no Paraíso brasileiro (2014) – Rosana Paulino Série Bastidores (1997) – Rosana Paulino Alguns desafios à arte educação na contemporaneidade: a alfabetização visual Destacar a importância da alfabetização visual no contexto contemporâneo. Ampliar o conteúdo do campo visual, enfatizando a contextualização dos significados. Introduzir novas formas de pesquisa em torno de questões sociais e políticas. Apropriar de metodologias alternativas. Trabalhar a conexão entre prática de ensino e experiência discente. Redefinir o papel do sujeito na leitura da imagem. Produzir artefatos e narrativas visuais como metodologia e prática de ensino. (Hernández, Fernando. Da alfabetização visual ao Alfabetismo da Cultura Visual. In: Martins, R.; Tourinho, I. Educação da Cultura Visual: narrativas de ensino e pesquisa, 2009.) Estes desafios nos lançam ao campo de debate da Cultura Visual, em especial, sobre as práticas culturais/educativas do olhar e os efeitos desse olhar sobre quem vê (HERNÁNDEZ, A cultura visual como um convite à deslocalização do olhar e ao reposicionamento do sujeito, 2011, p.32). Proveniente do trabalho do psicólogo David Ausubel (1918-2008), a noção de aprendizagem significativa tem como característica uma forma de aprender baseada na experiência e no contexto da pessoa, de modo a ampliar e reconfigurar seus conhecimentos anteriores. Em uma perspectiva metodológica e prática, a mediação docente deve tomar como ponto de partida os conhecimentos prévios dos discentes (subsunçor) e, a partir desse, propor uma atividade que esteja ancorada no diálogo entre o repertório discente e o novo assunto abordado. (QUINO. Toda a Mafalda, 1993, p.71). Tirinha de Armandinho. Disponível em:https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/116050121519/tirinha-original https://tirasarmandinho.tumblr.com/post/116050121519/tirinha-original Para saber uma pouco mais, veja: Teorias da Aprendizagem - Contribuições da Teoria da Aprendizagem Significativa para o Ensino. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WiZ7O4QLyNU https://www.youtube.com/watch?v=WiZ7O4QLyNU 1) A aprendizagem significativa ocorre quando uma nova ideia se relaciona aos conhecimentos prévios, em uma situação relevante para o estudante, proposta pelo professor. Nesse processo, o estudante amplia e atualiza ainformação anterior, atribuindo novos significados a seus conhecimentos. 2) As condições para que ocorram a aprendizagem significativa são a adoção de materiais e estratégias potencialmente criativas, por parte do docente, e a predisposição para aprender, por parte do estudante. 3) Os conhecimentos prévios e as atribuições de sentido dependem das interações sociais. Nesse sentido, um tema é relevante para o estudante quando sua abordagem não é esvaziada de significado social, mas suas características socioculturais reais são mantidas. A escuta e circulação da palavra, durante a aula, é fundamental para identificação dos significados acerca do tema presentes entre os estudantes. 4) Uma abordagem lúdica, ainda que desejável, não garante uma aprendizagem significativa. É necessário promover reflexão e negociação de significados. 5) Embora os estudos de Ausubel sejam centrados na dimensão cognitiva, na atualidade, as outras dimensões humanas são consideradas tão relevantes para a aprendizagem quanto a cognitiva. Relacionando com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na qual a noção de aprendizagem significativa é destacada em 5 pontos fundamentais: Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/191-aprendizagem-significativa-breve-discussao-acerca-do-conceit http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/191-aprendizagem-significativa-breve-discussao-acerca-do-conceit Atividade Baseado no campo aberto pela Cultura Visual, elabore dois planos de aula levando em consideração o contexto de ensino do Ensino Fundamental II/Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Elementos fundamentais de um plano de aula Tema: Público: Disciplina: Escola: Conteúdo: Objetivos: Desenvolvimento: Materiais (recursos): Avaliação: Duração: Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32