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Milena Marques 145 Avaliação Pré – anestésica Objetivos da aula: 1. Saber os objetivos da avaliação pré-anestésica (APA) 2. Aprender as etapas da APA 3. Saber os pontos essenciais da consulta pré- anestésica a. Anamnese e exame físico b. Exames complementares c. Determinação do estado físico e estratificação de risco d. Orientações pré-anestésicas e. Obtenção do TCLE 4. Conhecer as ferramentas de classificação do estado físico do paciente 5. Conhecer as ferramentas de estratificação dos riscos de procedimentos anestésicos-cirúrgicos 6. Entender as questões gerais e especificas da solicitação de exames complementares 7. Saber as orientações pertinentes ao jejum pré- operatório 8. Aprender sobre as orientações para o pré- operatório quanto as peculiaridades de sistemas específicos 9. Saber os ajustes necessários dos fármacos de uso rotineiro pelos pacientes 10. Aprender sobre possíveis causas de adiamento e reagendamento de procedimentos cirúrgicos. “Antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas situações de urgência e emergência, é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente, cabendo ao médico anestesista decidir sobre a realização ou não do ato anestésico”. Introdução: Timing da avaliação pré-anestésica • Para procedimentos eletivos: no consultório 01 semana de antecedência. • Paciente internado e acamado: a beira do leito • Nas emergências: na ante sala cirúrgica Objetivos da avaliação pré-anestésica: • Relação médico/paciente • Classificação do estado físico • Estratificação do risco perioperatório • Planejamento do ato anestésico • Instruções sobre o preparo pré-anestésico • Orientações sobre analgesia, NVPO (náuseas e vômitos pós-operatórios) • Informações sobre eventos adversos • Instruções pós-operatórias • Redução da ansiedade do paciente • Obtenção do TCLE Etapas da avaliação • Anamnese – lembrando que cerca de 86% da identificação de problemas do ato cirúrgico se da com a história do paciente colhida adequadamente, ressaltando a importância da anamnese bem feita. • Exame físico • Exames complementares • Pareceres de especialistas • Estado físico • Estratificação de risco • Orientações • TCLE • Registro da avaliação 1. Anamnese pré-anestésica: • Doenças coexistentes • COVID 19 (quando, quanto tempo, vacinas?) • Exames e pareceres de especialistas • Medicações de rotina e eventuais • Alergias • Risco de Gravidez • Tabagismo • Álcool • Drogas ilícitas • Anestesias anteriores – avaliar como foi a experiencia o Dor o Náuseas e vômitos o Consciência transoperatória o Alergia (BNM, atb, coloides, látex) o Acesso venoso difícil o Via aérea difícil o Hipertermia maligna o Outras complicações anestésicas 2. Exame físico: • Dados antropométricos • Funções cognitivas • Vias aéreas – avaliar história médica, história de tumorações, irradiação, mobilidade cervical, circunferência cervical, mobilidade da mandíbula, abertura da boca e mallampati. • Acessos venosos • Aparelho cardiorrespiratório Milena Marques 145 • Aparelho locomotor • Sinais de infecção/ doença recente • Afecções de pele e subcutâneo Via aérea difícil: Mallampati = pedir para o paciente sentado abrir a boca e estirar a língua ao máximo sem fonação e verificar as estruturas observadas. O mallampati se relaciona com as estruturas que serão observadas durante a laringoscopia. O mallampati se relaciona com o Cormack – Lehane. Mallampati Cormack-Lehane I – Palato mole, tonsilas, úvulas totalmente visíveis I – Cordas vocais completamente visíveis II – Palato duro e mole, parte superior das tonsilas e úvulas visíveis II – Apenas aritenoides visíveis III – palato mole e duro e a base da úvula visível III – apenas a epiglote visível IV – Apenas o palato duro visível IV – Não vemos a epiglote 3. Estado físico – estratificação de riscos • Existem várias classificações, mas nenhuma é perfeita. • Qualquer uma é melhor que o acaso ASA – Classificação do estado físico: (precisa decorar) Estratificação de risco cardíaco – índice de Lee revisado; (importante decorar) Até agora comentamos riscos relacionados ao paciente, mas existem riscos inerentes a cirurgia: Milena Marques 145 Risco cardíaco inerente a procedimentos: Capacidade funcional – Equivalente metabólico (MET) • Avalia a qualidade de vida biológica • Quanto menor, maior o risco de complicações CV. Risco Pulmonar – Escala de Torrington e Henderson 4. Exames complementares • Não há necessidade de “rotina de exames complementares” para todos os pacientes • Devem ser dirigidos pelas comorbidades, estado físico, risco cirúrgico e tipo de procedimento que vai ser realizado. • Orientação do hospital das clínicas da USP: • Detecção de RT-PCR 02 dias antes do procedimento • Após recuperação do COVID o COVID há menos de 90 dias sem sintomas presentes → não precisa pedir PCR novamente o COVID há menos de 90 dias com sintomas presentes → sim precisa pedir PCR novamente o COVID há mais de 90 dias → sim pedir PCR. 5. Jejum pré-operatório – orientação (precisa decorar) Milena Marques 145 Atenção: Obesos, gestação a termo, diabéticos e de emergências → tem maior risco de aspiração / diabéticos e obesos tem mais risco de diminuição da motilidade gástrica (gastroparesia) por neuropatia. Síndrome de Mendenson → pneumonite associada a aspiração do suco gástrico. O principal fator predisponente para a aspiração é a depressão do nível de consciência (perda do reflexo de proteção das vias aéreas). A doença pode acometer qualquer idade, sendo mais comum em pacientes jovens 6. Otimização respiratória • Abstinência de fumo o Nicotina transdérmica ou oral, bupropiona • Fisioterapia respiratória pré e pós-operatória • Asma: manter beta 2 agonista e corticoide em uso • IVAS: cirurgia eletiva após 10-14 dias da resolução do quadro • Antibioticoterapia para infecção • Apneia do sono e CPAP: utilizar no perioperatório. 7. Risco de tromboembolismo – Caprini Profilaxia do tromboembolismo: • Muito baixo → deambulação precoce • Baixo → profilaxia mecânica ou famacologica (HNF ou HBPM) • Moderado → profilaxia farmacológica (HNF, HBPM ou fondaparinux) • Alto → profilaxia farmacológica (HNF, HBPM ou fondaparinux) + profilaxia mecânica. Milena Marques 145 8. Ajuste de medicamentos: Corticoides: • Procedimento de pequeno porte → tomar dose matinal e usual; não precisa suplementar • Procedimento de porte moderado → tomar dose matinal usual e o anestesista passa: o 50 mg hidrocortisona IV antes da indução e 25 mh 8/8h por 24hrs • Procedimentos de grande porte → tomar dose matinal usual o 100 mg de hidrocortisona IV antes da indução e 50 mg de 8/8hrs por 24hrs Fitoterápicos: suspender todos em torno de 7 dias → afetam a coagulação. Procedimentos eletivos – adiar e esperar: (prof comentou que era importante) Milena Marques 145
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