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Universidade Estácio de Sá Aluno: Wallace do Vale Sousa - Matrícula: 202102039118 Prática simulada Constitucional E-mail- walace_do_vale@hotmail.com AO JUIZO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JOÃO DA SILVA, brasileiro, estado civil, advogado, portador do RG n°... e inscrito no CPF n °..., inscrito na OAB n° ..., residente e domiciliado na..., bairro..., cidade..., Estado..., por seu advogado, com endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo 106, do CPC/2015, com fundamento no artigo 5º, LXXII, da CRFB/88 e Lei nº 9.507/97, vem impetrar HABEAS CORPUS PREVENTIVO C/ PEDIDO LIMINAR em favor do paciente JOAQUIM BASTOS, brasileiro, solteiro, vendedor, portador da carteira de identidade n° ..., inscrito sob CPF n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., indicando como autoridade coatora o MM Juíz da 2° Vara de Família da Capital, aduzindo para tanto o que passa a expor: I- DOS FATOS O paciente está sofrendo execução de alimentos por seus filhos, Marina e Marcos Messias Bastos, menores com onze e oito anos, respectivamente, representados por sua mãe, Margarida Messias. Na execução de alimentos por cumprimento de sentença, que tramita perante o juízo da 2ª Vara de Família da Capital, Joaquim foi citado para pagar, em 03 dias, a quantia de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), relativa aos débitos pretéritos dos primeiros 04 meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família, em processo que teve sentença transitada em julgado há 02 anos atrás. Joaquim ficou sem pagar apenas os primeiros 4 meses de pensão alimentícia, pois estava em situação financeira precária e desempregado. A partir do 5º mês de vigência da obrigação alimentar, Joaquim pagou regularmente o valor definido à título de pensão (R$ 1.000,00 por mês) e restou devedor apenas desses primeiros 4 meses. Ocorre que, passados os 03 dias após a sua citação, Joaquim não pagou o débito pretérito. Diante disso, o juiz da 2ª Vara de Família decretou a prisão de Joaquim pelo prazo de 01 ano. II- DO DIREITO Mediante o presente caso concreto, é plenamente cabível o pedido de Habeas Corpus preventivo, já que a ameaça à liberdade de locomoção que está sendo perpetrado pelo ato ilegal do MM Juiz da 2ª Vara de Família do Rio de Janeiro-RJ, nos termos do artigo 5°, LXVIII da CF/88. Vale observar que o rito do art. 911 do CPC não se aplica no caso em questão. O art. 911 do CPC traz em seu conteúdo a execução de alimentos definidos em título executivo extrajudicial, e na situação do exame, foi proferida sentença judicial condenatória à prestação de alimentos, tendo que seguir o rito do art. 528 e seguintes do CPC, pois trata-se de cumprimento de sentença. Por sua vez, é de suma importância denotar que o débito em execução é pretérito e não atual, o que não autoriza a decretação de prisão civil do devedor de alimentos. Seguindo o entendimento do STJ, que determina na Súmula 309, que somente o débito relativo aos 03 últimos meses de alimentos, anteriores à citação do executado, e que poderiam ensejar a prisão civil do alimentante. Nesse sentido, é o art. 528, parágrafo 7°, do CPC: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo”. Porém, as últimas três prestações anteriores à citação do paciente estão devidamente pagas, conforme presente nos comprovantes em anexo, o que torna decisão judicial da autoridade coatora eivada de nulidade. Sendo assim, se configura ilegítima a prisão civil do devedor fundada no inadimplemento de prestações pretéritas, assim consideradas as anteriores às três últimas prestações vencidas antes da intimação do paciente. Ainda há que se observar que, a prisão civil do paciente foi decretada por prazo superior àquele previsto em lei. Nos casos em que é cabível a prisão civel do devedor de alimentos, o que não ocorre no caso concreto, verifica-se que o art. 528, parágrafo 3° do CPC, determina como prazo máximo da prisão o período de 03 meses. Porém, em mais um ato ilegal e abusivo ocorrido, foi decretado a prisão do paciente por um prazo de 1 ano. A manutenção da decisão, ora guerreada, culminará em prejuízos irreparáveis ao paciente, que poderá ser preso em razão de débito alimentar pretérito cuja execução não enseja prisão civil. Sendo assim, é possível concluir que o Habeas Corpus é plenamente cabível, tendo como base a restrição da liberdade de locomoção do paciente, de forma ilegal e abusiva. III- DO PEDIDO DE LIMINAR No caso concreto, estão presentes os requisitos ensejadores da concessão de liminar. O fumus boni iuris se caracteriza pela clara ilegalidade da decretação da prisão civil do paciente pelo juízo da 2° Vara de Família do Rio de Janeiro-RJ. Conforme os fatos narrados, no item anterior, incide na questão o pacífico entendimento jurisprudencial da Súmula 309 do STJ quanto à execução por dívida alimentar, limitar-se aos últimos 3 meses devidos, o que não foi observado pela autoridade coatora. Os documentos acostados comprovam que as 3 últimas prestações alimentícias estão devidamente quitadas pelo paciente. O periculum in mora é claro, pois a lesão ao direito de locomoção do paciente encontra-se assaz iminente, haja vista a decisão judicial ora guerreada, que decretou sua prisão civil. E, tratando-se de prisão ilegal, são inúmeros os prejuízos daí advindos. Desta feita, resta imprescindível a concessão da liminar para sanar a ilegalidade que está prestes a constranger a liberdade de locomoção do paciente. IV- DO PEDIDO Diante do exposto, requer: 1- Seja deferida a liminar, para determinar ao Juízo da 2° Vara de Família do Rio de Janeiro – RJ, o recolhimento independente de cumprimento, do mandado de prisão expedido contra o paciente, expedindo-se também, contramandado; 2- A notificação da Autoridade coatora, o Exmo. Dr. Juiz da 2° Vara de Família da Comarca do Rio de Janeiro – RJ para prestar informações; 3- A intimação do representante do Ministério Público para acompanhar o feito; 4- Seja a presente ação de Habeas Corpus preventivo julgada procedente, confirmando-se a decisão liminar, com a consequente expedição do Salvo Conduto em favor do paciente. V- DAS PROVAS Requer o recebimento e a análise das provas anexadas à presente ação. VI- DO VALOR DA CAUSA Dar-se à causa o valor R$: ... Termos em que Pede deferimento Local, Data Nome do Advogado OAB/UF n° ...
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