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Lucinaura Diógenes CRP 11/16079 Posvenção do suicídio (re)pensando o cuidado ; ; Pode ser definida como o conjunto de intervenções que se fazem após o suicídio de um ente querido, como forma de cuidado com o sobrevivente de suicídio.(E. Shneidman, 1993, 2021) Nesse sentido, a posvenção também pode ser considerada uma forma de prevenção do suicídio, uma vez que os familiares sobreviventes (enlutados) passam a ter um fator de risco A Posvenção ; Para cada suicídio, estima-se que de 5 a 10 pessoas sejam profundamente afetadas, e outras 100 pessoas sejam impactadas por essa morte. Dessa forma, o suicídio pode ser visto como um fenômeno de grande impacto social: ocorre no corpo do indivíduo, mas afeta um corpo social (família, escola, trabalho). Os Sobreviventes Os sobreviventes do suicídio são pessoas impactadas por esse ato, incluindo familiares, amigos ou qualquer outra pessoa que se sinta afetada pelo suicídio. A Posvenção ; Todas as ações apropriadas de cuidado direcionadas aos sobreviventes enlutados por um suicídio, visando o acolhimento, orientação, suporte, assistência e manejo no processo de luto. ; luto? o que é o ; O luto, por definição, é um processo natural e esperado diante de um rompimento de um vínculo significativo. O luto é um processo natural e esperado, diante da experiência de quem perdeu, por morte, uma pessoa amada. (Worden, 2013) ; não é um estado. não é uma doença. é um processo. ; ; O luto é o preço do amor. (Parkes, 1998) O luto é o preço que pagamos por ter coragem de amar os outros. (Yalon, 2021) ; uma condição inescapável o medo da impermanência o antes e o depois da morte O luto é uma experiência com a finitude ; A perda é um fenômeno universal, o luto não. o vínculo afetivo a construção de significados os aspectos sociais, culturais, espirituais e psicológicos as crenças e rituais os recursos internos e externos Luto normal Como é um processo natural e como a experiência de luto é única para cada pessoa, pode ser inadequado classificar luto normal ou anormal, entretanto, as reações ao luto são variadas, tanto na expressão como na magnitude. E essas variações nas expressões psicológicas, cognitivas e emocionais, na duração do luto, levam a classificações do processo de luto. Luto complicado DSM V TR Luto não- autorizado Doka (2002) ; Fonte: Botega (2015) Reações do luto sensações físicas Wordem (2013) sentimentos cognições comportamentos ; Sentimentos Tristeza, raiva, culpa, autocensura, ansiedade, solidão, desamparo, saudade, libertação, alívio Sensações Torpor, aperto no peito (coração partido), fadiga, vazio no estômago, hipersensibilidade a ruídos, dificuldade de respirar, fraqueza muscular, falta de energia, secura na boca, dor no corpo. ; Cognição/pensamentos Descrença, despersonalização, preocupação, sensação de presença, alucinações, pensamentos automáticos distorcidos, falta de atenção e memória. Comportamentos Choro, distúrbio do sono, distúrbio de apetite, isolamento, procurar, chamar, protestar, agitação/inquietação, visitar locais, evitaão, autolesão, valorização de objetos da pessoa que morreu, buscar respostas. ; ;É importante reconhecer a singularidade da experiência do luto. Cada processo de luto de uma pessoa é como nenhum outro processo de luto. Além dos componentes biológicos, psicológicos e emocionais, a cultura, a sociedade, a religião e a espiritualidade exercem importante peso como mediadores no processo de luto. Mediadores do luto Natureza do vínculo a idade e o papel social da pessoa que morreu o estilo de enfrentamento do enlutado os recursos que o enlutado dispõe o apoio social o tipo de morte ; ; as especificidades do luto por suicídio Considera-se que o luto por suicídio compreende especificidades, sendo marcado por sentimentos de abandono, vergonha, impotência, raiva, responsabilização e culpa, relacionados a não ter previsto o risco de suicídio ou evitado o ato, busca incessante de respostas, além do preconceito e estigma na história da família, por conta dos tabus que envolvem o fenômeno. ; O suicídio, assim como também o luto por suicídio, é um tema proibido, de modo que se espera o silenciamento, para que não sejam causados repulsa, aversão ou desconforto aos grupos sociais do enlutado. Aos enlutados, são negados espaços de fala sobre o assunto. Não sendo uma questão socialmente aceita, é frequente que até mesmo os afetados por ela evitem falar sobre. ; O enlutado por suicídio, tem maior probabilidade de desenvolver um luto complicado Risco aumentado de comportamento suicida (repetição do ato) Transtorno de estresse pos-trauma, geralmente quem encontra o corpo Busca de um porquê – dificuldade de compreender o ato (inexplicável). ; busca por respostas negação culpa raiva vergonha ressentimento medo protesto imagens intrusivas recorrentes da morte comportamento de isolamento ansiedade sentimento de impotência sentimento de abandono ou rejeição alívio / culpa ; questionamentos frequentes aos enlutados por suicídio ; ; por que fez isso? como não percebi? o que eu poderia ter feito? o que outras pessoas poderiam ter feito? e se...? por que me abandonou? por que não me pediu ajuda? o que as pessoas vão pensar? isso vai acontecer novamente na minha família? ; é normal sentir raiva? é normal sentir culpa? é normal não chorar? é normal sentir a presença da pessoa que morreu? é normal mudar de casa? é normal continuar na mesma casa? devo me desfazer de todos os pertences? é normal olhar as fotografias o tempo todo? é normal me revoltar com Deus? é normal que outras pessoas sonhem com a pessoa morta e eu não? Para melhor compreensão do luto atualmente, alguns modelo teóricos sobre o luto são questionados ou deixados de lado, como a compreensão do luto em estágios (Kubler-Ross) e em fases (Parkes, 1972; Bowlby, 1980; Sanders, 1989, e outros). O Modelo de tarefas do luto, proposto por Worden (2013), para a Terapia do Luto, foi atualizado, incorporando conceitos de Construção de Significados e Continuidade dos vínculos. ; O luto como adaptação da perda: ele propões quatro tarefas. Compreender o luto como processo natural e esperado requer da pessoa enlutada o desenvolvimento de uma postura ativa diante de uma perda dolorosa (Worden, 2013), e que implica em reconstrução de si e a ressignificação da vida. O luto invoca a redefinição de si (quem eu sou agora) e do mundo presumido ; ;Construção de Significados Conceito de Construção de Significados como processo central na psicoterapia do luto (Neimeyer, 2010). A Construção de Significados (reconstrução) possibilita um lugar dialógico na psicoterapia do luto, uma vez que é conduzida essencialmente pelo uso de narrativas, de histórias de vida, de memórias. Quando uma pessoa amada morre, o enlutado precisa se redefinir (definir o seu self), e reaprender formas de envolver-se com o mundo sem a pessoa que morreu (quem sou eu agora que essa morte aconteceu?). É como recalcular a rota. Vínculos contínuos (laços continuados) ; Os vínculos contínuos são parte de um processo de luto que possibilita a permanência de uma relação com a pessoa falecida, porém não da mesma forma como antes da morte. A condição necessária é que o enlutado esteja consciente de que a morte se deu e que ele pode reconstruir seu vínculo de maneira que não impeça sua adaptação à perda (Field, 2008). ; Tarefas do luto O modelo de tarefas do luto, proposto por Worden (2013), foi atualizado, inclusive incorporando conceitos de Construção de Significados e Continuidade dos Vínculos. Para Worden, o atendimento psicoterápico para as pessoas enlutadas busca evidenciar que o luto é algo que precisa ser enfrentado, como uma experiência ativa. Compreendero luto dessa forma dá a pessoa enlutada um sentido e a esperança de que existe algo que ela possa fazer efetivamente. Fonte: Botega (2015) tarefas do luto Wordem (2013) aceitar a realidade da perda processar a perda ajustar-se ao mundo sem a pessoa que morreu encontrar uma conexão duradoura com a pessoa em meio ao início de uma nova vida ; I. Aceitar a realidade da perda Encarar a realidade que a pessoa está morta e que não voltará mais. Espera-se a aceitação da perda não apenas em sua dimensão cognitiva, mas também emocional e comportamental. O processo de aceitação pode levar tempo e pode ser preciso retomá-lo em diferentes momentos. O não atendimento dessa tarefa é a descrença por meio da negação (acreditar e não acreditar) Papel do terapeuta – encorajar o enlutado a falar sobre a perda, construir narrativas, validar os sentimento, resgatar histórias – questionamento socrático ; II. Processar a perda Aceitar que todas as manifestações podem acontecer, sabendo que faz parte da adaptação a perda. Fazer contato com a dor da perda, reconhecer os pensamento, os sentimentos, sensações e comportamentos no processo de luto. É acolher a dor, na subjetividade do enlutado. Não realização da tarefa – negar, evitar a dor, não elaborar o luto Papel do terapeuta – incentivar o contato com os sentimentos, permitir que sejam identificados e acolhidos. Validar os sentimentos, respeitar a experiência. Produção de narrativas, dar voz a dor ; II. Processar a perda O luto é o preço do amor. (Parkes, 1998) O luto é o preço que pagamos por ter coragem de amar os outros. (Yalon, 2021) ; III. Ajustar-se ao mundo sem a pessoa que morreu Compreende que a vida do enlutado requer ajustes: 🡪Externos - compreender que o mundo não é mais o mesmo, assumir novos papeis, novas responsabilidades. 🡪Internos - a morte afeta o senso do próprio eu. Dar sentido a perda, sentido ao amor que fica...Quem sou eu agora (?) 🡪Espirituais - refelxão sobre o sentido da vida e da morte, pode abalar a percepções filosóficas, espirituais, religiosas ; III. Ajustar-se ao mundo sem a pessoa que morreu Negação da tarefa – não adaptação a perda Papel do terapeuta – ajudar a identificar os recursos disponíveis, ajudar na resolução de problemas, fortalecer rede de apoio, usar reestruturação cognitiva e regulação emocional. Utilizar metáforas. Trazer o conceito de reconstrução de significados. “não existe uma forma única e correta de viver o luto” ; IV. Encontrar uma conexão duradoura com a pessoa que morreu em meio ao início de uma nova vida. Para essa tarefa, é importante compreender a noção de laços continuados. Encontrar uma conexão duradoura com a pessoa morta, através de significados. Nas últimas décadas, a noção de rompimento de vínculo, proposta em diversos modelos teóricos, tem sido deixada de lado. Outros modelos teóricos têm proposto um caminho diferente ao abordar o luto como um processo de vínculos continuados, compreendendo que a pessoa enlutada mantem uma ligação (laços continuados) com a pessoa morta que precisa ser resignificada. ; ; Modelo do processo dual do luto Proposto por Stroebe e Schut (1999, 2001). Identificação de estressores orientados para a perda (focam na pessoa falecida e envolvem o trabalho de luto em questões como ansiedade de separação, elaboração do sentido da perda, e relocação da pessoa morta no mundo sem a sua presença física) e estressores orientados para a recuperação (reconstrução de pressupostos acerca de si mesmo do mundo, os quais foram destruídos.) ; quanto tempo dura o luto? ; os sobreviventes e a posvenção Fonte: Botega (2015) como a posvenção pode ser feita primeiros socorros psicológicos acolhimento à família sobrevivente psicoterapia individual grupo terapêutico grupo de apoio atividades de efeitos terapêuticos psicoeducação ; identificar a rede de apoio cultura, crenças e rituais cuidado com as redes sociais por que, ou o que, aconteceu é uma pergunta que dificilmente terá respostas cartas e mensagens julgamentos Fonte: Botega (2015) é importante saber para começo de conversa ; escutar e respeitar perguntar como pode ajudar acolher a narrativa do enlutado estimular a fé (na ciência, na religião, na espiritualidade) não minimizar ou comparar as dores não interditar o choro não interromper o desabafo do outro se não souber o que dizer, apenas esteja disponível (mesmo em silêncio) Fonte: Botega (2015) o que fazer? para ajudar alguém ; como a pessoa enlutada pode elaborar o seu luto acionar sua rede de apoio deixar que as pessoas ajudem (inclusive com assuntos práticos) procurar conversar falar da história (da vida) da pessoa que suicidou falar sobre sua dor ; como a pessoa enlutada pode elaborar o seu luto escrever evitar grandes decisões logo após a morte se permitir chorar e sorrir buscar ajuda profissional, se preciso tentar não se sentir constrangida ou culpada por seguir ; ; o cuidado na posvenção no instituto bia dote Psicoterapia individual para enlutados por suicídio Grupo terapêutico para enlutados por suicídio Grupo de apoio para enlutados por suicídio Acolhimento para famílias enlutadas por suicídio (Projeto Abraço de Bia) Psicoeducação (conteúdo, palestras) + informações em: @institutobiadote Posvenção ;Psicoterapia individual Atendimento individual para pessoas enlutadas por suicídio. Processo dialógico, acolhimento empático. Abrir possibilidades para as narrativas do enlutado, facilitar para que ele possa acessar as experiências pessoais. Falar e expressar pensamentos e sentimentos é central no trabalho de luto. Usar linguagem evocativa (falar o termo morte, suicídio). Psicoeducação do luto e do processo de psicoterapia. Reestruturação cognitiva. Regulação emocional (exercícios de respiração, relaxamento muscular, atenção plena, meditação guiada). Uso símbolos (self box da pessoa que morreu, fotos, medalhas). Escrita terapêutica (escrever cartas para o falecido pode ajudar com questões inacabadas). Dramatização (cadeira vazia). Metáforas. ;Grupo terapêutico para enlutados por suicídio Grupo estruturado com base na TCCG Grupo fechado, estruturado para 12 encontros semanais, com duração de 135 min Composto com 12 participantes, sendo 10 enlutados sobreviventes de suicídio e 02 terapeutas-psicólogas. Vantagem: o processo terapêutico tem continuidade, as pessoas desenvolvem vínculos de confiança e empatia e se mostram mais interessadas no processo não só individual como coletivo. São estabelecidas regras e contrato terapêutico e as sessões são planejadas, porém existe flexibilidade, à medida que os encontros vão ocorrendo, dependendo do que o grupo vai trazendo e do interesse de todos. ;Grupo terapêutico para enlutados por suicídio Se faz através de narrativas sobre o luto e a morte por suicídios. Circularidade da fala Psicoeducação, Reestruturação cognitiva e Autorregulação emocional. Questionamentos: “O que poderia ter sido feito para impedir...?“ “E se...?” A busca do porquê A resposta, talvez, nunca teremos. Essa busca pode nunca ter fim. A questão é: O que faríamos com essa resposta Essa resposta mudaria o nosso processo de luto. O luto por suicídio pode ter mais dificuldade de reconstrução de significados? ;Grupo de apoio para enlutados por suicídio Grupo aberto, com encontros quinzenais de 120 min. Mediado por duas terapeutas psicólogas Não tem data definida para encerrar Não tem limite do número de participantes. As pessoas vêm e vão a medida que sentem suas demandas atendidas, ou preenchem suas necessidades individuais. Quando novos membros são inseridos, a necessidade de ser estabelecido novo senso de confiança, revisitar o estabelecimento de regras e novas adaptações. Se faz através de acolhimento, narrativas dos participantes – circularidade da fala e escuta empática. ;Grupo de apoio para enlutados porsuicídio O compartilhamento de histórias pessoais pode minimizar o isolamento e o estigma relacionados ao suicídio A ideia é oferecer um lugar de pertencimento, de compartilhamento de histórias, onde todos se sintam acolhidos e respeitados na sua dor, e cada um, na sua singularidade ressignifique e encontre formas de enfrentamento para se adaptar ao mundo. ;Acolhimento para famílias enlutadas (Projeto Abraço de Bia) Familiares de pessoas que morreram por suicídio, que geralmente procuram acolhimento nas primeiras semanas de luto. Geralmente são encontros previamente agendados. O acolhimento à perda é feito de forma dialógica, com duração variável, geralmente de 120 min a 150 min. Muitas vezes, a família quer entender o que aconteceu, quer falar sobre a sua dor. ; Para viver o luto, são necessárias duas grandes forças: uma para aceitar a perda e outra para ressignificar a dor. Prevenção do suicídio (re)pensando o cuidado Sobre os números (ainda) Em 2012, cerca de 804 mil pessoas morreram por suicídio no mundo, o que significa uma morte por suicídio a cada 40 segundos, além de haver também uma tentativa de suicídio a cada três segundos. Fonte: OMS (2014) por que precisamos falar sobre isso? Em 2019, no mundo, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio: uma em cada 100 mortes. Fonte: OMS (2021). https://www.paho.org/pt/noticias/17-6- 2021- uma-em-cada-100-mortes- ocorre-por- suicidio-revelam- estatisticas-da-oms] As taxas de suicídio globais caíram 36% entre 2000 e 2019, mas, nas Américas, aumentaram 17% 79% dos suicídios no mundo acontecem em países de média e baixa renda. Fonte: OPAS (2018) Óbitos por suicídio no Ceará (2014-2020) 0 750 500 250 1.000 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 566 565 590 644 655 628 869 Óbitos por suicídio em Fortaleza (2014-2020) 200 150 100 50 0 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 144 133 147 145 16 7 101 110 Estima-se que apenas um em cada três casos de tentativa de suicídio chegue aos serviços de saúde. Fonte: Fiocruz (2020) E se nós pensarmos na dos casos? SUBNOTIFICAÇãO Falando em números ainda maiores, e os sobreviventes do suicídio? Para cada suicídio, estima-se que entre 5 e 10 pessoas sejam profundamente afetadas, geralmente o núcleo familiar; e que 60 a 80 pessoas sejam impactadas indiretamente. Fonte: Botega (2015) É porque ainda estamos longe de efetivamente entender o fenômeno do suicídio e sua prevenção como um problema de saúde pública e uma questão política. Por que precisamos falar sobre isso? (ainda) sobre o suicídio O que é suicídio? Ato executado de forma intencional com o objetivo de causar a própria morte, e nela resultando. O ato suicida é multifatorial e nem sempre envolve planejamento. Pode ser resultado de um impulso. Comportamento suicida é todo ato pelo qual um indivíduo causa lesão a si mesmo, independente do grau de intenção letal e do verdadeiro motivo desse ato. Uma definição tão abrangente possibilita conceber o comportamento suicida ao longo de um continuum: a partir de pensamentos de autodestruição, por meio de ameaças, gestos, tentativas de suicídio e, por fim, suicídio. Uma noção mais global de comportamento suicida evita a tendência de se valorizar, exageradamente, a intencionalidade e a lucidez de consciência durante o ato. Fonte: Botega (2015) Comportamento suicida ideação tentativa suicídio planejamento ato de lesionar a si mesmo + Existe um continuum? Fatores de risco Fonte: Botega (2015) transtornos mentais condicões clínicas ou incapacitantes sofrimento psíquico/ fatores psicossociais vulnerabilidades sociais e econômicas Fatores fatores predisponentes precipitantes Fatores predisponentes ou distais São aqueles que vão se acumulando na história de vida. Fatores precipitantes ou proximais São relacionados à acontecimentos recentes. Fonte: Botega (2015) Uma tentativa prévia de suicídio é o fator preditivo isolado mais importante. fatores fatores predisponentes precipitantes Fonte: Botega (2015) Alguns predisponentes Alguns precipitantes transtornos mentais tentativa prévia de suicídio suicídio na família alta recente de internação psiquiátrica desilusão amorosa separação conjugal perda de emprego, humilhação e constrangimento falência Situações compreendidas como: Insuportáveis Intermináveis Inescapáveis 4 D's Variáveis psicológicas Depressão Desesperança Desamparo Desespero Associação entre atributos e exposição a vulnerabilidades. influência da genética, elementos da história de vida fatores culturais fatores socioeconômicos acontecimentos estressantes traços de personalidade Pensando nos riscoS Fonte: Botega (2015) como pensar adoecimento psíquico sem pensar em vulnerabilidade social? Não podemos pensar o suicídio desconsiderando a estrutura que produz o sofrimento psíquico. Fatores estruturais influenciam na probabilidade de que patologias relativas à saúde mental emerjam e se enraízem. Assim, a incidência de questões sociais como violência (verbal, física, sexual, patrimonial), preconceitos, racismo e lgbtqia+fobia, precarização das relações de trabalho, desmonte das garantias sociais, desemprego, por exemplo, se tornam fatores de risco. A saúde mental não é "individual". Está estreitamente ligada a questões sociais, econômicas, políticas. Fatores de risco vulnerabilidades contextuais O acesso a serviços de saúde mental, por exemplo, é um fator de proteção. Mais complexos em definição, mais difíceis de serem operacionalizados e mensurados. Fatores de proteção Fonte: Botega (2015) São fatores relacionados a personalidade, estrutura familiar, fatores socioculturais e outros. Sobre a prevenção Prevenção do suicídio Estratégias universais Estratégias seletivas Estratégias indicadas ESTRATÉGIAS UNIVERSAIS - Aumentar a conscientização e a informação - Dificultar o acesso aos meios - Oferecer melhor qualidade de vida - Reinvidicar políticas públicas pra quêm? ESTRATÉGIAS UNIVERSAIS - Campanhas de informação e conscientização - Psicoeducação com palestras e rodas de conversas - Amplianção da rede de atenção de saúde mental - Minimização dos estigmas (Mitos e verdades) "eu preferia estar morto" "eu não aguento mais" "quero sumir" "quero dormir e não acordar mais" "eu sou um peso pros outros" "os outros vão ser mais felizes sem mim" Frases de alerta mas nem sempre uma tentativa de suicídio é precedida por alertas nítidos. escutar :) expressar respeito pelo seu sofrimento perguntar o que a pessoa precisa ou como acha que você pode ajudar ajudar a enxergar possibilidades em vida indicar ajuda profissional e serviços especializados o que fazer? fortalecer a rede de apoio buscar manter um vínculo contínuo (não suma!) disponibilizar-se a fazer companhia restringir acesso a métodos letais Falar abertamente sobre suicídio: a depender da situação, é possível (e recomendável) questionar se ela está pensando em se matar, há quanto tempo e se já sabe como e quando vai fazer isso o que fazer? não julgar não negligenciar não menosprezar não duvidar não expressar espanto ou desespero durante a escuta não comparar dores não prometer soluções nem segredo evitar deixar a pessoa sozinha Não custa lembrar o que não fazer “As pessaos que fala em se matar não farão, pois querem apenas chamar a atenção para si” “O suicidio é sempre um impulso e acontece sem aviso” “As pessoas que fazem uma tentative estão decididos que querem morrer” “Quando uma pessoa mostra sinais de melhora ou sobrevive a uma tentative ela está fora de perigo” Mitos sobre o suicídio “após uma pessoa fazer uma tentativa de suicídio ela não fará outra tentativa” “crianças não fazem tentativade suicídio ou não pensam em se matar” “não devemos falar sobre suicídio pois isso aumenta o risco” Não é recomendável que a mídia aborde o tema suicídio” Mitos sobre o suicídio Setembro Amarelo A campanha tem contribuído para, sensibilizar as pessoas, conscientização sobre o suicídio como um problema de todos e, também para coletivamente, pressionarmos os poderes por políticas públicas em saúde mental? para atentar e refletir ESTRATÉGIAS SELETIVAS Grupos vulneráveis socialmente Profissinais vulneráveis Familiares sobreviventes de suicídio pra quEM? Grupos de Apoio Terapia de grupo Estratégias seletivas Psicoeducação Terapias integrativas e complementares ESTRATÉGIAS INDICADAS Pessaos com alto risco (com sofrimento psicológico ou transtornos mentais diagnosticados ou não) Pessoas com ideação Pessoas que fizeram tentative anterior pra quEM? Psicoterapia individual Terapia de grupo Estratégias indicadas Psicoeducação Terapias integrativas e complementares (re) pensando o cuidado Identifique, avalie, gerencie e acompanhe precocimente qualquer pessoa afetada por compotamento suicidade, garantindo apoio e cuidado. Isso inclui, profissionais de saúde, família, amigos e outras pessoas de contato. Pensar o suicídio como uma questão coletiva, social, e não somente como um problema individual O Sistema de saúde deve incorporar a prevenção do suicídio como compoenete central. A experiência do Instituto Bia Dote Psicoterapia individual Grupo de Apoio Grupo terapêutico Escuta terapêutica Acolhimento ao luto Clube de leitura Se a pessoa estiver em perigo, ou se você não conseguir lidar com isso, não hesite em pedir ajuda conheça uma rede de apoio possível CAPS (do seu território) Serviços de ajuda (mapasaudemental.com.br) CVV (188) Situações de crise: SAMU (192) / Bombeiros (193) clínicas escolas (Psicologia) Hospital de saúde mental possibilidades e números úteis Fontes ABP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Suicídio: informando para prevenir. Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio. Brasília, CFM/ABP, 2014. BERTOLOTE, José Manoel. O suicídio e sua prevenção. São Paulo: Editora Unesp, 2012. BOTEGA, Neury. Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015. CASSORLA, Roosevelt Moises Smeke. Suicídio: fatores inconscientes e aspectos socioculturais: uma introdução. São Paulo: Blucher, 2017. FIOCRUZ. Suicídio na pandemia Covid-19. 2020. 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