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O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO P r o f . R i c a r d o M a r a f o n O Conselho de Administração é vital para a governança corporativa, focando na visão de longo prazo e no ambiente externo da empresa. É responsabilidade do conselho verificar a conformidade da gestão com os regramentos, evitando passivos ocultos. A relação entre o conselho e a gestão deve ser transparente e cordial, facilitando o aconselhamento e compartilhamento de informações. O Conselho de Administração possui a função de atuar como contrapeso da gestão, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma independente e qualificada. INTRODUÇÃO AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO O processo decisório da alta gestão é composto por 4 etapas: 1) criação de propostas de negócios; 2) avaliação e seleção dessas propostas; 3) implementação das ideias aprovadas; e 4) monitoramento dos resultados e determinação de recompensas ou punições. O conselho desempenha um papel crucial para garantir independência no processo, evitando que uma única pessoa tenha controle sobre todas as etapas, o que poderia levar a decisões ruins. O conselho analisa as propostas e decide sobre recompensas ou punições baseadas nos resultados. Enquanto isso, os executivos identificam oportunidades e as implementam após aprovação do conselho. O CONSELHO NO PROCESSO DECISÓRIO Embora o Conselho de Administração seja obrigatório apenas para companhias de capital aberto e sociedades de economia mista, recomenda-se fortemente que as lideranças fomentem a criação do conselho de administração em suas organizações, como forma de aprimorar seu processo decisório e modelo de governança. Em caso de Constituição nas sociedades anônimas fechadas, o conselho deverá atender aos requisitos estabelecidos pela lei das sociedades por ações. Em seu artigo 142, a lei estabelece as seguintes competências para o órgão: 1. fixar a orientação geral dos negócios da companhia; 2. eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, observado o que a respeito dispuser o estatuto; O PAPEL DO CONSELHO DE ACORDO COM A LEI 3. fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer outros atos; 4. convocar a assembleia geral quando julgar conveniente; 5. manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da diretoria; 6. manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto assim o exigir; 7. deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de bônus de subscrição; 8. autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não circulante, a Constituição de ônus reais e a prestação de garantias e obrigações de terceiros; O PAPEL DO CONSELHO DE ACORDO COM A LEI 9. escolher e destituir os auditores independentes se houver. A lei, portanto, atribui ao conselho um papel estratégico, de monitoramento e seleção de executivos, de deliberação sobre a estrutura de capital da companhia, e de relacionamento com os auditores independentes. Ela também deixa claro, que o conselho é um órgão de deliberação colegiada e não individual. Logo, não deve haver qualquer hierarquia ou peso diferenciado entre os votos dos conselheiros de administração, incluindo o seu presidente. O PAPEL DO CONSELHO DE ACORDO COM A LEI O conselho de administração desempenha um papel crucial nas práticas de governança corporativa, excedendo as simples exigências legais. Enquanto no Brasil, inicialmente, o conselho era visto como um espaço para discutir questões estratégicas, em países anglo-saxões o foco era no monitoramento dos executivos. Com o tempo, seu papel globalmente expandiu para incluir a garantia da qualidade das informações fornecidas ao público e a formulação e implementação de políticas corporativas. O PAPEL DO CONSELHO SEGUNDO AS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA Para alguns críticos, o aumento da expectativa de atuação dos conselhos é simplesmente irrealista, tendo em vista que o órgão em geral se reúne de 6 a 12 vezes por ano e que a maioria dos conselheiros dedica um baixo número de horas a organização. Independentemente deste debate, é consenso, sob a ótica das boas práticas de governança, que um conselho de administração efetivo deve perseguir ao menos 7 objetivos centrais descritos a seguir. Assegurar que a organização adote a estratégia adequada 7 OBJETIVOS CENTRAIS PARA UM CONSELHO EFETIVO Estratégia Assegurar que os executivos identifiquem e respondam, de forma apropriada, aos riscos aos quais está exposta a empresa. Gestão de Riscos Assegurar que a empresa adote métricas adequadas para avaliação de desempenho. 7 OBJETIVOS CENTRAIS PARA UM CONSELHO EFETIVO Avaliação de Desempenho Promover um sistema de incentivos adequado, plano sucessório de lideranças e ambiente meritocrático. Remuneração e Sucessão Zelar para que os valores e princípios éticos estejam sempre presentes no dia a dia e nas decisões de negócios. Avaliar em profundidade, as premissas adotadas em matérias relativas a aquisições e projetos de investimento Investimentos Caráter Ético na alta gestão 7 OBJETIVOS CENTRAIS PARA UM CONSELHO EFETIVO Assegurar que as informações financeiras e não financeiras para os públicos externos sejam de elevada qualidade. Transparência e Comunicação HORA DA ATIVIDADE PRÁTICA Voltamos às 21:35h Voltamos às 20:27h Independência intelectual; Qualificação técnica; tempo para se envolver com a organização ; e Integridade. Um conselheiro ideal deve possuir 4 atributos principais: 1. 2. 3. 4. QUALIFICAÇÕES DESEJÁVEIS DE UM BOM CONSELHEIRO ter ciência das melhores práticas de governança Independência Intelectual QUALIFICAÇÕES DESEJÁVEIS DE UM BOM CONSELHEIRO Ser capaz de ler e entender relatórios gerenciais, contábeis e financeiros Ter noções de legislação societária Compreender o perfil de risco e o setor de atuação da organização Ter visão estratégica Tempo para se envolver com a organização Qualificação técnica Integridade. Experiência como executivo de alta gestão Experiência como membro de outros conselhos Expertise de alguma área específica de conhecimento útil para a empresa Capacidade de trabalho em equipe ATRIBUTOS CENTRAIS (OBRIGATÓRIOS): COMPETÊNCIAS CENTRAIS: OUTROS ATRIBUTOS DESEJADOS: Os conselheiros são categorizados como internos, externos ou independentes. Os internos são aqueles que atuam simultaneamente como executivos tais como o próprio diretor presidente. Os externos são aqueles que não são executivos, mas que possuem alguma relação substancial com eles tais como laços de parentesco ou com os acionistas controladores da empresa, não podendo ser caracterizados como independentes. Já os independentes são aqueles cujo único vínculo relevante com a companhia deriva de sua atuação como conselheiro. O CONSELHEIRO INDEPENDENTE (PERSONAGEM FUNDAMENTAL NA GOVERNANÇA CORPORATIVA) Por não estarem, em tese, sujeitos a conflitos de interesses substanciais, os conselheiros independentes são considerados os mais bem posicionados para tomar decisões imparciais visando ao melhor interesse de longo prazo da companhia. Como resultado, a figura do conselheiro independente se tornou peça fundamental do movimento da governança corporativa, e todos os códigos de boas práticas recomendam uma substancial proporção de independentes nos conselhos, idealmente compondo a maioria do órgão. Além da ausência de conflitos de interesses, o conselheiro independente é considerado especialmente útil por: O CONSELHEIRO INDEPENDENTE (PERSONAGEM FUNDAMENTAL NA GOVERNANÇA CORPORATIVA) IMPORTÂNCIA DO CONSELHEIRO INDEPENDENTE Poder sustentar suas posições de maneira objetiva, sem compromissos com stakeholders ou acionistas específicos Aporta conhecimento em áreas específicas de interesse da empresa Traz uma visão externa descontaminada de fatores emocionais IMPORTÂNCIADO CONSELHEIRO INDEPENDENTE Amplia a rede de Contatos da empresa Privilegia estratégias de médio e longo prazos Contribui para o processo de aprimoramento das práticas de governança IMPORTÂNCIA DO CONSELHEIRO INDEPENDENTE O tempo no cargo como conselheiro independente A relevância da manutenção de um bom círculo social para o sucesso da carreira do conselheiro A existência de relacionamento social prévio com o diretor presidente ou o acionista controlador Deve-se destacar entretanto que ausência de vínculos formais com a gestão e com os controladores não assegura necessariamente, uma postura independente do conselheiro. Ao menos 3 outros aspectos devem ser levados em consideração para avaliar sua Independência de fato: Conselheiros há muito tempo no cargo, que possuam relações sociais com a liderança da empresa, ou que dependam crucialmente das redes sociais para a sua sobrevivência, tendem a evitar conflitos com a gestão, minando sua efetividade como conselheiro independente nas situações em que algum confronto se torna necessário. É importante portanto, avaliar periodicamente a Independência dos conselheiros de forma qualitativa, de forma a sempre contar com conselheiros genuinamente independentes. O presidente do conselho possui um papel fundamental para a eficácia e o bom funcionamento do órgão. É ele quem deve assegurar que os temas relevantes estejam presentes na pauta, que os conselheiros recebam informações precisas, completas e em tempo adequado para as deliberações, e que todos participem ativamente a fim de contribuir ao máximo para a organização. Apesar de não possuir mais poderes que os demais conselheiros do ponto de vista legal, o presidente deve exercer a liderança do conselho a fim de assegurar sua Independência da gestão diária. Cabe a ele ainda proporcionar a devida prestação de contas para os acionistas, incluindo a abertura de um canal contínuo para comunicação. Dentre suas principais atribuições o presidente do conselho deve: O PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONSELHO Organizar e coordenar a pauta e a agenda das reuniões do conselho Presidir as reuniões, conduzindo as de forma a assegurar oportunidades iguais a todos os conselheiros nos debates Assegurar que os conselheiros recebam informações completas e com a antecedência necessária sobre os itens da pauta PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONSELHO Assegurar que as reuniões mantenham o foco nos itens pautados Acompanhar a execução das deliberações e recomendações do conselho Fomentar uma atmosfera de deliberação favorável permitindo aos dissidentes consignar votos contrários PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONSELHO Promover um processo estruturado e regular da autoavaliação do conselho como órgão colegiado, dos comitês e dos conselheiros individualmente; Elaborar o orçamento anual do conselho, submetendo posteriormente a assembleia geral para deliberação Elaborar um calendário anual com as Datas das assembleias gerais de acionistas, convocá-las e presidi-las PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DO CONSELHO Acompanhar as despesas do concelho vis-à-vis o orçamento do órgão Atuar como um embaixador da empresa, em Harmonia com a representação institucional do diretor presidente. Fornecer aconselhamento ao diretor presidente quando solicitado Questões do Forum 1)Dado que a Assembleia de Acionistas tem o poder crítico de eleger e destituir membros dos Conselhos de Administração e Fiscal, como os acionistas podem assegurar que os membros escolhidos sejam éticos, capacitados e alinhados com a visão e missão da empresa? Quais métricas e critérios vocês consideram importantes na avaliação dos membros dos conselhos? 1)O texto destaca que a remuneração dos administradores requer aprovação dos acionistas e é frequentemente baseada em análises de desempenho. Você acredita que os métodos atuais de avaliação de desempenho são suficientes para determinar uma remuneração justa e alinhada com os interesses da empresa e dos acionistas? Quais mudanças você proporia no processo de determinação da remuneração? 3) Os acionistas têm um papel crucial nas decisões estratégicas de uma empresa, especialmente em operações que podem impactar significativamente a estrutura de capital ou as expectativas de retorno. Como os acionistas podem exercer due diligence eficaz durante processos de reestruturação para garantir que as decisões tomadas estejam no melhor interesse da empresa e dos acionistas? Quais informações e relatórios vocês consideram fundamentais para tomar uma decisão fundamentada? RESPOSTAS CONSOLIDADAS HORA DA ATIVIDADE PRÁTICA Voltamos às 20:06h
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