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Instituto Médico Legal (IML) Instituto Médico Legal é o órgão policial responsável pelas necropsias, laudos cadavéricos, exames de lesão corporal em vivos e exames cautelares em presos. Em todos os Estados brasileiros é um órgão subordinado às Secretarias de Segurança Pública dos respectivos Estados. Para que serve o Instituto Médico Legal (IML)? O Instituto Médico Legal está subordinado à Superintendência da Polícia Técnico-Científica e foi criado com o intuito de fornecer bases técnicas em Medicina Legal para o julgamento de causas criminais. A mais conhecida das funções do IML é a necropsia, vulgarmente chamada de autópsia - exame do indivíduo após a morte. No entanto, associar o IML exclusivamente às necropsias é errado, pois este tipo de exame constitui- se em apenas 30% do movimento do instituto. A maior parte do atendimento (70%) é dada a indivíduos vivos, pessoas que foram vítimas de acidentes de trânsito, agressões, acidentes de trabalho etc. As perícias em vivos são relativas à vítimas de acidentes, agressões, violência sexual e exames cautelares de presidiários nas primeiras 24h após a prisão. As perícias em cadáveres são relativas à vítimas de mortes sus peitas, violentas e acidentais, onde não s e caracteriza s em sombras de dúvidas que a causa mortis foi um evento natural (infarto, síndromes vasculares, etc.), em mortes naturais de cadáveres não identificados, suicídios e cadáveres em putrefação. Quando um cadáver deve ser encaminhado para exame no IML? Existem três indicações clássicas previstas em lei para a necropsia no IML: morte violenta (por acidente de trânsito ou de trabalho, homicídio, suicídio etc.); morte suspeita ou morte natural de pessoa não identificada. Nos casos de morte por falta de assistência médica ou por causas naturais desconhecidas os corpos são encaminhados para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), subordinado à administração municipal. O que é SVO? O Serviço de Verificação de Óbitos é um órgão ligado às prefeituras dos municípios. Sua atribuição é identificar a causa mortis de cadáveres identificados, cujo óbito foi devido a causas naturais (infarto, avc, síndromes arteriais, desnutrição severa, falência de órgãos, trombose, etc.), não havendo suspeita de violência, envenenamento ou outra causa externa. Não há obrigatoriedade determinada por lei para que todas as prefeituras dos municípios do Estado de São Paulo tenham o Serviço de Verificação de Óbitos. Por que a liberação do corpo pelo IML é demorada? O corpo só é encaminhado para exame necroscópico (erroneamente conhecido como autópsia) quando é vítima de morte violenta. Por isso, é submetido a uma série de exames visando determinar, com a máxima exatidão, as circunstâncias em que se deu a morte. Não há regra que possibilite preestabelecer um tempo certo de duração desses exames. Portanto, o tempo utilizado para se chegar ao resultado esperado é apenas aquele estritamente necessário - evitando-se, tanto quanto possível, uma exumação para complementar o exame necroscópico. Quem pode solicitar a liberação de um corpo no IML? O processo de liberação de um corpo no IML deve ser acompanhado sempre por um parente em primeiro grau (pai, mãe, filho) ou cônjuge. Na impossibilidade destes, um parente em segundo grau (primo, tio etc.). Entretanto, um amigo da família também poderá liberar o corpo, desde que tenha uma autorização do delegado de polícia local. Quais os documentos necessários para liberar um corpo no IML? Os documentos pessoais do falecido, podendo ser a cédula de identidade (RG), a carteira de trabalho, a certidão de nascimento, a carteira de habilitação (modelo novo, que possui foto e número de RG), ou a certidão de casamento, quando apresentada pelo próprio cônjuge. Caso o falecido não possua documento algum, serão colhidas as impressões digitais em fichas próprias, devendo ser providenciado o encaminhamento ao Instituto de Identificação (IIRGD). HISTÓRIA O Instituto Médico Legal foi fundado em 1885, como Serviço Médico Policial da Capital. Ele era composto por dois médicos e seu regulamento foi estabelecido em 7 de abril de 1886 pela Lei nº 18. O IML é o orgão técnico mais antigo da Polícia. Em 1892, o então presidente do Estado (cargo que corresponde hoje ao governador do Estado) Bernardino de Campos baixou o Decreto 121, que alterou algumas atribuições da Repartição Central de Polícia. No âmbito da perícia médico-legal, o serviço clínico em presos que adoecessem na Cadeia Pública passou a ser obrigatório. Em 1906, a instituição, que já havia mudado seu nome para Seção Médica da Polícia dez anos antes, passou a ser chamada de Gabinete Médico- Legal, com suas atribuições definidas de uma forma mais segura e precisa. O número de médicos legistas do Gabinete, que era 4, dobrou em 1924, quando foi criado um pequeno serviço de expediente e um arquivo do órgão. Cinco anos depois, o governo do Estado passou a se preocupar com a melhoria do serviço médico-legal. O então diretor do Gabinete, José Libero, elaborou um novo projeto, que começou a ser posto em prática em 1933. O Decreto nº 6118 do interventor federal (na época, o presidente Getúlio Vargas indicava os interventores nos estados, que não tinham governadores) Armando de Salles Oliveira reorganizou o Serviço Médico- Legal, criando também o Conselho Médico-Legal, com o intuito de fornecer bases técnicas em Medicina Legal para o julgamento de causas criminais. Ficaram reunidos no mesmo órgão o Gabinete Médico-Legal, os Laboratórios de Toxicologia e de Anatomia Patológica e Microscopia e os Postos Médicos-Legais do Interior, que na época eram 13. Em 1958, o Gabinete Médico-Legal mudou para um amplo e moderno edifício, especialmente construído para a instituição, na Rua Teodoro Sampaio, 151. Hoje, o prédio é a sede do IML – Centro. Um ano depois, o Serviço passou a ser finalmente chamado de Instituto Médico Legal. A mais conhecida das funções do IML é a necropsia, vulgarmente chamada de autópsia, que é o exame do indivíduo após sua morte. Porém, este tipo de exame constitui apenas 30% do movimento do Instituto. A maior parte do atendimento (70%) é dada a indivíduos vivos, pessoas que foram vítimas de acidentes de trânsito, agressões, acidentes de trabalho etc. O IML, assim como o Instituto de Criminalística, é estruturado por núcleos de perícia na Grande São Paulo e no Interior. Além disso, o Instituto também conta com núcleos que realizam perícias especializadas (Clínica Médica, Tanatologia Forense, Radiologia, Odontologia Legal) e aqueles responsáveis por exames, análises e pesquisas (Anatomia Patológica, Toxicologia Forense e Antropologia). Todos estão sediados na Capital, junto à sede do IML. Atribuições do IML • Necrópsia; • Exame de toxicologia; • Exame de anatomia patológica; • Exame de Pesquisa de Espermatozoides em vítimas de violência sexual; • Exame de lesões corporais; • Exame de constatação de violência sexual; • Exame de sanidade mental; • Exame cautelar em presos. Funcionários do IML • Médico Legista; • Auxiliar de Necrópsia; • Atendente de Necrotério; • Oficial Administrativo. Atribuições do cargo de auxiliar de necropsia • Receber os cadáveres; • Realizar a identificação fotográfica dos cadáveres; • Colher as planilhas dactiloscópicas dos cadáveres e enviá-las para identificação; • Colher amostras para exames toxicológicos, anatomopatológicos e genéticos; • Colher projéteis presentes nos cadáveres; • Coletar, identificar e lacrar qualquer objeto suspeito (ex: tubetes de cocaína) encontrado nos cadáveres; • Despir o cadáver; • Fazer a descrição das características antropométricas e antropomórficas do cadáver; • Lavar o cadáver antes do início da necrópsia caso haja lesões externas com sangramento abundante; • Fazer o exame perinecroscópico juntamentecom o Médico Legista; • Fazer o exame necroscópico juntamente com o Médico Legista; • Colocar todos os órgãos extraídos novamente nas cavidades do cadáver; • Fechar as incisões realizadas para o exame necroscópico; • Fazer a liberação do cadáver para os familiares. RECEBIMENTO DOS CADÁVERES • Realizado pelo Atendente de Necrotério ou pelo Auxiliar de Necrópsia; • O cadáver deve vir acompanhado de BO e Requisição ao IML; • O cadáver deve ser acondicionado na mesa de necrópsia, em maca de metal ou na geladeira do necrotério; • O cadáver deve ser identificado por meio de lacre numerado e padronizado pelo IML –SPTC. REGISTRO FOTOGRÁFICO DOS CADÁVERES • Todos os cadáveres são registrados fotograficamente; • São feitas pelo menos 2 fotos: corpo inteiro e rosto; • Todas as lesões externas são fotogra fadas; • Cicatrizes (recentes ou antigas), tatuagens, piercings, etc., são fotografados; • Também são fotografados órgãos internos e cavidades, à critério do Médico Legista. COLETA DE PLANILHAS DACTILÓSCÓPICAS DOS CADÁVERES E ENVIO PARA IDENTIFICAÇÃO • São colhidas as digitais dos dez dedos das mãos de todos os cadáveres, independentemente de idade ou identificação prévia, para confronto e confirmação da identidade; • As planilhas dactiloscópicas são enviadas eletronicamente e identificadas pelo IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt). COLETA DE AMOSTRAS PARA EXAMES GENÉTICOS, TOXICOLÓGICOS E ANATOMOPATOLÓGICOS • A autoridade policial ou o médico legista pode determinar a coleta de amostras genéticas, para e xames toxicológicos e anatomopatológicos dos cadáveres periciados; • Genéticos: coleta de sangue em FTA card, fragmento do osso esterno, cabeça do fêmur ou dentes; • Toxicológicos: sangue, urina ou vísceras; • Anatomopatológicos: vísceras ou swabs vaginais, anais e orais (em casos de suspeita de violência sexual que precedeu a morte).
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