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WWW.ILFC.COM.BR NOME: INSTITUTO LUCENA DE FORMAÇÃO CONTINUADA Ética Profissional Atendimento e Marketing Pessoal Legislação Documentos Oficiais Estudo das digitais Informações para Concursos APOSTILA DE ESTUDOS AGENTE FUNERÁRIO & PAPILOSCOPIA Copyright © 2017. Instituto Lucena de Formação Continuada TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. A reprodução ou edição não autorizada desta publicação, parcial ou integral, por qualquer forma, processo ou meio, incluindo qualquer armazenamento permanente ou temporário em outros sites, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9610/1998). INSTITUTO LUCENA DE FORMAÇÃO CONTINUADA INSTITUTO LUCENA Av. Emílio Ribas, 2302 | 2° Andar Jd. Vila Galvão ▪ Guarulhos ▪ São Paulo + 55 (11) 2887.2188 | (11) 94718.4577 contato@ilfc.com.br /institutolfc WWW.ILFC.COM.BR INFORMAÇÕES E CONTATOS INSTITUTO LUCENA | CIÊNCIAS MORTUÁRIAS INSTITUTO LUCENA SUMÁRIO INSTITUTO LUCENA | CIÊNCIAS MORTUÁRIAS INSTITUTO LUCENA Agente Funerário _____________________________________________________________ 1 Ética Profissional para Agentes __________________________________________________ 1 Marketing Pessoal ____________________________________________________________ 2 Dicas ______________________________________________________________________ 3 Legislação __________________________________________________________________ 4 Agências Funerárias __________________________________________________________ 10 Cremação __________________________________________________________________ 11 Como é feita uma Cremação ___________________________________________________ 11 Taxas e Emolumentos ________________________________________________________ 13 Exumação _________________________________________________________________ 13 Para onde vão os ossos após a exumação do cadáver? _____________________________ 14 Sepultamento ______________________________________________________________ 15 Translados ________________________________________________________________ 15 SFMSP - Serviço Funerário Municipal de São Paulo ________________________________ 16 Documentos para processos de Translados no Estado de SP _________________________ 17 Documentos Oficiais __________________________________________________________ 19 Certidão de Óbito _______________________________________________________ 19 Declaração de Óbito - Guarulhos ___________________________________________ 20 Declaração de Óbito _____________________________________________________ 21 Registro Entrada/ Saída __________________________________________________ 22 Notificação de Óbito - SAMU ______________________________________________ 23 Liberação de Óbito ______________________________________________________ 24 B.O. - Boletim de Ocorrência ______________________________________________ 25 Perguntas Frequentes _________________________________________________________ 26 Identidade e Identificação - Conceitos _____________________________________________ 28 Papiloscopia como método de identificação ________________________________________ 29 Identificação Criminal __________________________________________________________ 30 Identificação Civil _____________________________________________________________ 32 Quiroscopia _________________________________________________________________ 33 Podoscopia / Poroscopia ______________________________________________________ 34 Elementos formadores de uma impressão digital ____________________________________ 36 Sistema Datiloscópico de Juan Vucetich ___________________________________________ 39 Referências Bibliográficas ______________________________________________________ 46 PAPILOSCOPIA AGENTE FUNERÁRIO CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO INSTITUTO LUCENA AGENTE FUNERÁRIO Introdução O objetivo do curso é prepara o aluno (a) para atuar no mercado Funerário, realizando atividades referentes á organização dos processos que envolve a área, tais como: preparação de corpos, sepultamentos em urnas mortuárias ornamentadas, documentação necessária para remoção, registro de óbitos, liberação, translado de cadáveres bem como preenchimento de fichas e documentos além das vendas de planos assistenciais e o atendimento que envolve seguradoras e familiares durante todo o processo. Ética Profissional para Agentes Segundo o dicionário, a palavra ÉTICA pode ser definida como uma parte da filosofia que estuda os valores morais da conduta humana ou conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. As duas definições tem valor pleno para a nossa realidade, mas nos fixemos na Segunda, ou seja, na conduta e no local em que se deve apresentar a execução de um determinado trabalho, conduta esta que reflete diretamente na qualidade da prestação dos serviços. Ter ética e praticá-la no dia-a-dia é um exercício que deve se tornar um hábito. A conduta dentro de uma profissão pode ser o diferencial de um bom ou mau profissional. Por isso, um bom Agente Funerário deve enxergar, além do corpo, os entes queridos daquele que um dia estava vivo. Ter segurança no que se faz é muito importante, mas a insegurança ou o excesso de segurança podem gerar erros nos processos, o que acarretará diretamente na qualidade. Por isso, devemos trabalhar atentos, respeitando os corpos falecidos e seus familiares, sempre evitar comentários desnecessários ou discussões no ambiente de trabalho, pois isso levará a desgastes emocionais, além de constranger familiares ou outros funcionários que estejam no local. 1 } INSTITUTO LUCENA Evite comentários sobre o corpo que será velado, como por exemplo o fato de ser uma mulher bonita ou uma mulher que não teve em vida uma aparência que se enquadrasse no que a sociedade define como beleza. Nunca chame um corpo por outro nome, caso não queira utilizar o nome da pessoa, utilize sua numeração ou alguma outra coisa que a identifique. Talvez alguém possa achar que essas atitudes são insignificantes, mas devemos nos atentar que a morte um dia virá para todos nós. Assim sendo, devemos tratar o corpo como se fosse um ente querido nosso, sempre respeitando! Trabalhe sempre com muita atenção, uma vez que isso traz bons resultados para você e para a empresa, mas lembre-se que não se deve ser perfeito e que o importante é fazer um bom trabalho. Faça o teu mehor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda! Mario Sergio Cortella Sempre confira o nome e o código estabelecido na identificação dos corpos. Uma família que tem o corpo do seu ente querido trocado terá todo o direito de se sentir desrespeitada e essa falha irá chocar as famílias envolvidas. Respeite seus colegas de trabalho, trate todos com igualdade. Aja com o próximo da mesma maneira que você gostaria que agisse com você, apesar da situação. MARKETING PESSOAL Certamente isso já fez parte da sua vida ou você já presenciou situações em que, apesar de fazer tudo certo, alguém que já tinha a mesma função dentro da empresa e exercia as mesmas atividades ou responsabilidades foi promovido, conseguiu aumentos salariais e era citado como exemplo, enquanto você nem ao menos era lembrado, e as vezes sentia-se desvalorizado e sem reconhecimento. No entanto, o que provavelmente pode estar ocorrendo ou pode ter ocorrido é a falta do seu marketing pessoal. E o que é isso? Quando falamos de um produto, sabemos que existem esforços para que ele seja notado, apreciado e adquirido. São os esforços de marketing. Meios que visam potencializar as vendas dos produtos, utilizando a divulgação através da promoção, propaganda, embalagem entre outros. O marketing pessoal é a mesma coisa, porém em benefício de sua própria carreira. É fazer-se notado! Não simplesmente aparecer, mas aparecer por suas qualidades, habilidades e competências. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 2 INSTITUTO LUCENA Ser notado desnecessariamente é péssimo, uma vez que será lembrado com frequência que não é um bom profissional. Nestecaso, aquele bom e velho ditado: "Falem bem ou falem mal, mas falem de mim"; não é um bom lema, uma vez que falar mal significa comentar que você não é uma boa pessoa ou um profissional ideal. Então, o que devemos fazer para termos um bom marketing pessoal e sermos reconhecidos e valorizados, obtendo assim o sucesso e a realização profissional? DICAS: | Você deve ter liderança, desenvolver habilidades de influenciar pessoas e ser um formador de opnião; | Deve transmitir confiança aos seus superiores e companheiros de trabalho, sendo a pessoa que todos sabem que se precisa de algo bem feito, tem de ser feito por você; | Precisa saber o que está fazendo e porque está fazendo. Fuja de fazer apenas algo que lhe solicitam, sem saber do que se trata. Diferencie-se, torne-se um especialista em suas atividades e o motivo para execução delas; | Saiba trabalhar em equipe e administrar conflitos. Mesmo que você tenha mais habilidades em determinadas atividades, colabore para o desenvolvimento dos seus colegas de trabalho. Afinal, uma equipe coesa produz mais, melhor e com maior satisfação; | Saiba valorizar seu trabalho e apresente bons resultados. Tenha uma boa visibilidade. Sempre que tiver oportunidade. além dos resultados apresente projetos e ideias, mesmo que informalmente; DICAS: | Seja uma pessoa otimista e bem humorada. Ninguém gosta de pessoas mal humoradas, profissionais que desanimam qualquer ambiente. Pessoas positivas proporcionam momentos agradáveis e irradiam todos que rodeiam; Lembre-se: caso esteja participando de um processo seletivo ou de seu primeiro emprego através de um estágio, saiba o que você pode oferecer para a empresa. Não vá para aprender e sim para contribuir. Aproveite todos os dias para colher as melhores experiências e seja um profissional diferenciado. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 3 LEGISLAÇÃO INSTITUTO LUCENA Resolução da Diretoria Colegiada - RDC N°. 68, de 10 de Outubro de 2007. Dispôe sobre o Controle e Fiscalização Sanitária do Translado de Restos Mortais Humanos. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art. 54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 18 de setembro de 2007, e considerando o disposto na Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, em seu inciso II, § 1º do art. 6º; considerando o disposto na Lei nº. 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que determina a regulamen- tação, o controle e a fiscalização dos produtos que envolvam risco à saúde pública; considerando a Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, que dispõe sobre as penalidades e sua aplicação em vigilância sanitária; considerando as diretrizes internacionais a respeito da Resolução XXIX da XVII Reunião do Comitê Regional da XVII Conferência Pan-Americana, da Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS; considerando a especialidade da situação regulamentada, em função dos aspectos emocionais, religiosos e sociais envolvidos; considerando a necessidade de normatizar e delimitar as obrigações de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na prestação de serviços de translado de restos mortais humanos, bem como uniformizar os procedimentos técnico-administrativos para a utilização desses serviços no âmbito da Vigilância Sanitária; Adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada, e eu, Diretor-Presidente Substituto, determino a sua publicação. Art. 1º. Aprovar o Regulamento Técnico, com vistas à promoção da vigilância sanitária em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegários, instalados em todo o território nacional, para Controle e Fiscalização Sanitária do Translado de Restos Mortais Humanos, na forma do Anexo I a esta Resolução. Art. 2º. Aprovar, para fins de autorização de embarque ou desembarque de urna funerária, prevista nesta norma, contendo restos mortais humanos, os documentos necessários para análise pela autoridade sanitária competente, na forma dos Anexos III e IV desta Resolução. Art. 3º. Aprovar, na forma do Anexo V desta Resolução, o modelo da Declaração de Responsa- bilidade pelo Translado de Restos Mortais Humanos. Parágrafo único. A Declaração de que trata este artigo deverá ser apresentada na sua forma original e ser subscrita por Pessoa Física ou Jurídica. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 4 INSTITUTO LUCENA Art. 4º. Aprovar, na forma dos Anexos VI e VII desta Resolução, o modelo do Termo de Embarque de Translado de Restos Mortais Humanos e o modelo do Termo de Desembarque de Translado de Restos Mortais Humanos, a serem preenchidos pela autoridade sanitária competente. Art. 5º. Aprovar, na forma do Anexo VIII desta Resolução, o modelo da Ata de Procedimento de Conservação de Restos Mortais Humanos. Art. 6º. Caberá ao transportador a responsabilidade pelo disposto nesta Resolução, no que se refere ao transporte de urna funerária que contenha Restos Mortais Humanos devendo, para isso, cumprir a legislação sanitária vigente, no que tange às boas práticas de transporte. Art. 7º.. Caberá ao interessado pelo translado, seja ele pessoa física e ou jurídica a comunicação, à autoridade sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados, sobre a ocorrência de translado, bem como a apresentação da documentação prevista nesta norma para a envio e ou recebimento de urna funerária contendo Restos Mortais Humanos. Art. 8º. A inobservância ou descumprimento ao disposto nesta Resolução, constitui infração de natureza sanitária, sujeitando-se, o infrator, às penalidades da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das demais sanções de natureza civil ou penal cabíveis. Art. 9º. Fica revogada a Resolução RDC nº 147, de 4 de agosto de 2006. Art. 10.. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação. CLÁUDIO MAIEROVITCH PESSANHA HENRIQUES ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO PARA CONTROLE E FISCALIZAÇÃO DO TRANSLADO DE RESTOS MORTAIS HUMANOS CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES Art. 1º. Para efeito deste regulamento adotar-se-ão as seguintes definições: I - Aeroporto: é o aeródromo público dotado de instalações e facilidades para apoio a operações de aeronaves, embarque e desembarque de viajantes e/ou cargas. II - Área de Fronteira: franja territorial dinâmica que constitui uma zona de risco epidemiológico, com processo de troca espacial, demográfica, sócio-econômica e cultural que dilui as particulari- dades nacionais e determina problemas sanitários reais e potenciais, às vezes, específicos, podendo obrigar a realização de atividades nacionais conjuntas, para seu controle. III - Ata de Procedimento de Conservação de Restos Mortais Humanos: documento escrito que tem por objetivo relatar todo o procedimento de conservação de restos mortais humanos. IV - Autoridade Sanitária: Servidor que tem diretamente a seu cargo a atribuição de aplicar medidas sanitárias apropriadas, de acordo com as Leis e Regulamentos vigentes em todo o território nacional e Tratados ou outros Atos Internacionais dos quais o Brasil seja signatário. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 5 INSTITUTO LUCENA V - Conservação de Restos Mortais Humanos: ato médico que consiste no emprego de técnica, através da qual os restos mortais humanos são submetidos a tratamento químico, com vistas a manterem-se conservados por tempo total e permanente ou previsto, quais sejam, o embalsa- mamento e a formolização, respectivamente. VI - Cadáver: corpo humano sem vida. VII - Cinzas: resíduos pulverulentos, provenientes de incineração (cremação) de restos mortais humanos. VIII - Cremar: incinerar restos mortais humanos. Cremação: é o ato de queimar. IX - Desinfetantes: são formulações que têm na sua composição substâncias microbicidas e apresentam efeito letal paramicroorganismos não esporulados. Os de uso geral são para indústria alimentícia, para piscinas, para lactários e hospitais; X - Embalsamamento: método de conservação de restos mortais humanos com o objetivo de promover sua conservação total e permanente XI - Exumação: ato de retirar restos mortais humanos da sepultura; desenterramento. A exuma- ção pode ser administrativa, para fins de mudança ou desocupação de sepultura, ou judicial, por determinação judicial. XII - Formolização: método de conservação de restos mortais humanos com o objetivo de promover sua conservação de forma temporária. XIII - Inumação: ato de sepultar, sepultamento, enterramento. XIV - Óbito: falecimento ou morte de pessoa; passamento. XV - Ossadas: restos mortais humanos (ossos) isentos de partes moles. XVI - Porto de Controle Sanitário: Porto Organizado, Terminal Aquaviário, Terminal de Uso Privativo, Terminal Retroportuário, Terminal Alfandegado e Terminal de Carga, estratégicos do ponto de vista epidemiológico e geográfico, localizado no território nacional, sujeito à vigilância sanitária. XVII - Porto Organizado: aquele construído e aparelhado para atender as necessidades da navegação, movimentação e armazenagem de mercadorias e deslocamentos de viajantes; concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária XIII. Restos Mortais Humanos: constituem-se do próprio cadáver ou de partes deste, das ossadas e de cinzas provenientes de sua cremação. Excetuam-se as células, tecidos e órgãos humanos destinados a transplantes e implantes, cujo transporte deverá obedecer à legislação sanitária pertinente. XIX - Saneantes: substâncias ou preparações destinadas a higienização, desinfecção ou desin- festação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de água. XX - Tanatognose: diagnóstico da realidade da morte. XXI - Translado de Restos Mortais Humanos: todas as medidas relacionadas ao transporte de restos mortais humanos, em urna funerária, inclusive àquelas referentes à sua armazenagem ou guarda temporária até a sua destinação final. XXII - Translado Intermunicipal de Restos Mortais Humanos: transporte, em urna funerária, prevista nesta norma, de restos mortais humanos, entre Municípios brasileiros, seja por via aérea, marítima, fluvial, lacustre ou terrestre. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 6 INSTITUTO LUCENA XXIII - Translado Interestadual de Restos Mortais Humanos: transporte, em urna funerária, prevista nesta norma, de restos mortais humanos, entre Estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, seja por via aérea, marítima, fluvial, lacustre, ou terrestre. XXIV - Translado Internacional de Restos Mortais Humanos: transporte, em urna funerária, prevista nesta norma, de restos mortais humanos, desde o País onde ocorreu o óbito até o destino final em outro País, seja por via aérea, marítima, fluvial, lacustre ou terrestre. XXV - Urna Funerária: caixa ou recipiente resistente e impermeável, provido em seu interior de material absorvente, usada para acondicionamento e transporte de restos mortais humanos. CAPÍTULO II DA COMPETÊNCIA A.rt. 2º O translado intermunicipal, interestadual e internacional de restos mortais humanos, em urna funerária, prevista nesta norma, sujeitar-se-á, na forma da legislação pertinente, à fiscalização sanitária. A.rt. 3º A solicitação para fiscalização sanitária de translado de restos mortais humanos, em urna funerária, prevista nesta norma, dar-se-á mediante petição por meio eletrônico ou manual, disponibilizado e regulamentado pela ANVISA. Art. 4º. Na ocorrência de quaisquer acidentes ou anormalidades no translado de restos mortais humanos, em urna funerária, prevista nesta norma, a Autoridade Sanitária Estadual, Municipal ou do DF, poderá intervir, em caráter complementar, na falta de Autoridade Sanitária Federal. CAPÍTULO III DA CONSERVAÇÃO E TRATAMENTO Seção I Dos Procedimentos de Conservação Art. 5º. A utilização ou não de procedimento de conservação dependerá do tipo de translado e do tempo decorrido entre o óbito e a inumação e do diagnóstico da causa da morte. Parágrafo único. Desde que não seja por via aérea ou marítima, estão desobrigados do uso de método de conservação os casos de translado intermunicipal e interestadual de restos mortais humanos, em urna funerária, prevista nesta norma, quando o tempo decorrido entre o óbito e a inumação não ultrapassar 24 (vinte e quatro) horas. Art. 6º. Para efeitos desta norma serão considerados procedimentos de conservação a formoliza- ção e o embalsamamento. Art. 7º. Será obrigatória a utilização de procedimento de conservação: §1º no translado internacional, por meio de embalsamamento e acondicionamento na urna funerária tipo II, impermeável e lacrada, especificada neste Regulamento. I - Excetua-se do disposto no parágrafo primeiro, deste artigo, o translado internacional de natureza terrestre, marítima, fluvial e lacustre de restos mortais humanos, entre municípios brasileiros e os estrangeiros pertencentes a países que fazem fronteiras com o território nacional quando o tempo decorrido entre o óbito e a inumação não ultrapassar 24 (vinte e quatro) horas. II - Quando o período entre o óbito e a inumação estiver compreendido entre 24 (vinte e quatro) horas e 48 (quarenta e oito) horas, será usada a formolização e acondicionamento em urna funerária tipo II, impermeável, hermeticamente fechada, especificada neste regulamento. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 7 INSTITUTO LUCENA §2º no translado interestadual/intermunicipal aéreo e/ou entre portos de controle sanitário instalados no território nacional, por meio de formolização e acondicionamento em urna funerária impermeável tipo II, hermeticamente fechada, especificada neste Regulamento, quando o período entre o óbito e a inumação estiver compreendido entre 24 (vinte e quatro) horas e 48 (quarenta e oito) horas. §3º no translado interestadual/intermunicipal aéreo e/ou entre portos de controle sanitário instalados no território nacional, por meio de embalsamamento e acondicionamento em urna funerária tipo II, impermeável e lacrada, especificada neste Regulamento, quando o período compreendido entre o óbito e a inumação for superior a 48 (quarenta e oito) horas. §4º nos demais transladados, quando o período entre o óbito e a inumação estiver compreendi- do entre 24 (vinte e quatro) e 48 (quarenta e oito) horas, por meio de formolização e acondicio- namento em urna funerária tipo II, impermeável, hermeticamente fechada, especificada neste Regulamento. Art. 8º. Fica vedada, em todo o território nacional, a prestação de serviço de conservação em restos mortais humanos, em que o óbito tenha tido como causa a encefalite espongiforme, febre hemorrágica ou outra nova doença infecto-contagiosa que, porventura, venha a surgir a critério da OMS e concordância da ANVISA/MS e SVS/MS. Art. 9º. Só será permitida, em todo o território nacional, a prestação de serviço de conservação em restos mortais humanos que contenham radiação, após liberação formal pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. SEÇÃO II Da Ata de Procedimento de Conservação Art. 10. É obrigatória a lavratura de Ata de Conservação de Restos Mortais Humanos, anexo VIII, deste Regulamento, sempre que for realizado procedimento de conservação de restos mortais humanos. Referida ata deverá ser apresentada à Autoridade Sanitária Federal de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegários, por ocasião do translado sob sua competência, ou a critério da Autoridade Sanitária Estadual ou Municipal, nos demais casos. Parágrafo único. os procedimentos de conservação de restos mortais humanos serão realizados por profissional médico ou sob sua supervisão direta e responsabilidade, cuja ata será por ele subscrita. Art. 11. Os procedimentos de conservação de restos mortais humanos deverão ocorrer em labora- tório apropriado,sob Licença de Funcionamento e Alvará Sanitário. Parágrafo único. O responsável técnico pelo laboratório, a que se refere o caput deste artigo, deve ser médico, legalmente, habilitado para o exercício de sua profissão. CAPÍTULO IV DO ACONDICIONAMENTO Art. 12. Para efeito desta norma será considerada a seguinte urna: Urna funerária tipo II: caixa ou recipiente externo em madeira, medindo, no mínimo, 30 mm (trinta milímetros) de espessura, forrado internamente com folhas de zinco soldada. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 8 INSTITUTO LUCENA Art. 13. A urna funerária deve ser compatível e adequada às características dos restos mortais humanos a serem transladados, ao método de conservação utilizado, ao tempo compreendido entre o óbito e a inumação, e o meio de transporte a ser utilizado. Parágrafo único. Na superfície externa da urna funerária deverá constar o nome, a idade e o sexo da pessoa falecida; a origem e destino final dos restos mortais humanos e a orientação quanto aos cuidados em seu manuseio. Art. 14. A urna funerária que acondicionar restos mortais humanos, sob método de conservação, deverá conter amostra de cada substância utilizada no procedimento, acondicionada em frasco impermeável e lacrado, a título de contraprova. CAPÍTULO V DO TRANSLADO Art. 15. O translado de restos mortais humanos submetidos a método de conservação pertinente e acondicionados em urna especificada neste regulamento, deverá ser efetuado em compartimento apropriado, destinado exclusivamente para armazenagem de carga do veículo transportador aéreo, marítimo, fluvial, lacustre ou terrestre. Art. 16. É vedado em todo o território nacional, o translado de restos mortais humanos cuja causa da morte tenha sido encefalite espongiforme, febre hemorrágica ou outra nova doença infecto- contagiosa que, porventura, venha a surgir, a critério da OMS e concordância da ANVISA/MS e SVS/MS. Art. 17. O translado de restos mortais humanos que contenham radioatividade, só será autorizado após a liberação formal, pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Art. 18. Excetuam-se do disposto neste regulamento o translado de cinzas provenientes da crema- ção dos restos mortais humanos. CAPÍTULO VI DA FISCALIZAÇÃO SANITÁRIA Art. 19. Cabe ao interessado pelo Translado de Restos Mortais Humanos comunicar à Autoridade Sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados, a ocorrência de translado com urna funerária contendo Restos Mortais Humanos, conforme os artigos 2º, 3º e 4º desta norma. § 1º Nos translados de que tratam os incisos I, II, III e IV do art. 7º deste regulamento, a comuni- cação deverá ser dirigida à Autoridade Sanitária Federal em exercício em Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados. § 2º A comunicação de que trata este artigo dar-se-á mediante apresentação prévia da Declara- ção de Responsabilidade pelo Translado de Restos Mortais Humanos, em conformidade com o anexo V. Art. 20. A liberação sanitária dos translados de que tratam os incisos I, II, III e IV, do art. 7º deste regulamento, ocorrerá após o cumprimento do disposto nesta norma. § 1º Após o cumprimento do disposto neste regulamento, será emitido, pela autoridade sanitária de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados, o Termo de Embarque de Translado de Restos Mortais Humanos ou o Termo de Desembarque de Translado de Restos Mortais Humanos, em conformidade com os anexos VI e VII, respectivamente. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 9 INSTITUTO LUCENA § 2º O termo de que trata este artigo poderá ser requerido pela Autoridade Sanitária a qualquer tempo durante o translado. Art. 21. Fica obrigada a empresa transportadora a comunicar a Autoridade Sanitária competente à ocorrência de quaisquer acidentes ou anormalidades no translado de restos mortais humanos. Art. 22. A critério da Autoridade Sanitária poderá o translado sofrer intervenção, sempre que ocorrerem acidentes ou anormalidades que comprometam ou possam comprometer as medidas sanitárias adotadas na forma deste Regulamento. Art. 23. Quando a média habitual da ocorrência de translados sofrer aumento repentino, a ANVISA poderá adotar procedimentos que julgar adequados, em função da causa repentina do aumento do número de translados, sempre sob o ponto de vista de proteção à saúde publica. Art.24. Não será permitido o translado de restos mortais humanos, cuja causa da morte não seja conhecida. AGÊNCIAS FUNERÁRIAS Na ocorrência de falecimento, deverá haver uma pessoa que se responsabilize em reunir os documentos exigidos por lei para, então, encaminhar-se a uma funerária, que providenciará os seguintes serviços: ▪ Contratação do funeral; ▪ Declaração de óbito; ▪ Velório; ▪ Sepultamento; ▪ Cremação e/ou Exumação; O funcionário da funerária poderá auxiliar o usuário nos seguintes itens: escolha de tipos e preços de urnas/ caixões; definição do horário do sepultamento; reserva de velório municipal; se esta for a opção; sepultamento em cemitério mais próximo da residência ou, se for o caso, onde os familiares possuir túmulo próprio ou onde houver disponibilidade; indicação de locais que realizem a tanatopraxia para caso de translados aéreos ou terrestres de longa duração/ grande período de tempo entre o falecimento e o sepultamento. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 10 INSTITUTO LUCENA CREMAÇÃO A cremação é o processo que incinera de forma rápida e higiênica, por meio de equipamentos de alta tecnologia projetados exclusivamente para este fim, o corpo do falecido, juntamente com a urna. Ela é realizada pela Prefeitura Municipal de São Paulo desde 1974, quando foi inaugurado o Crematório Municipal Dr. Jayme Augusto Lopes, popularmente conhecido por “Crematório Vila Alpina”, localizado no Jardim Avelino, Zona Leste. Ao longo os anos, a procura pela cremação tem aumentado consideravelmente. Em 2015, foram realizadas 9.170 cremações de corpos e 1.557 cremações de ossos de despojos resultantes de exumações. Por isto, desde março de 2016, o SFMSP passou a oferecer aos munícipes seus serviços 24h, durante os sete dias da semana. A prioridade do local é dar atenção àqueles que, em uma situação delicada, já passaram por todo o processo do velório e já fizeram todos os trâmites para a realização das homenagens. O crematório municipal obedece a Lei Municipal nº 7017/67, bem como e às normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Não emite gases poluentes e está devidamente licenciado pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Atualmente, tem registrado cerca de 740 cremações de corpos por mês, o que dá uma média de 24,6 cremações por dia. Também são feitas outras 124 cremações de ossos por mês, em média. Como é feita uma cremação? Em tempos passados, era comum dizer que o processo de cremação começava em vida. Não há motivos para sustos: o cidadão devia ir direto ao cartório e deixar atestada uma declaração de vontade sobre seu desejo pelo serviço. Porém essa prática mudou, também sendo possível apenas a manifestação verbal de um parente de primeiro grau para que a cerimônia possa ser realizada, de modo que se evite maiores processos burocráticos diante de uma situação tão delicada. Sendo assim, para a cremação, existe um documento chamado “Declaração de Vontade” que, em vida, você pode preencher e registrar em cartório para deixar claro a sua vontade (sugerimos que o interessado forneça cópias aos familiares e amigos próximos), ou, caso essa declaração não tenha sido feita, a cremação também poderá ser realizada mediante a autorização de um parente de primeiro grau, na ordem sucessória (cônjuge, ascendentes, descendentes e irmãos maiores de 18 anos), com 2 (duas) testemunhas. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 11 INSTITUTO LUCENA Após esse procedimento, a urna é descida novamente ao pavimento inferior do prédio, local em que se localizam as câmaras frias e os fornos. Antes da cremação, deve-se esperar por 24 horas.Nesse período, a família ou a polícia podem requisitar o corpo de volta, caso a morte seja por causa violenta. Há também fatores religiosos que envolvem esse procedimento; um exemplo são algumas correntes religiosas que pedem que se espere um tempo maior para realizar a cremação. Depois desse período, o corpo é colocado em um forno, que irá volatizar a maior parte dos materiais ali contidos, inclusive as vestimentas e o caixão. As cinzas serão colocadas em sacos apropriados, de gramatura específica, com identificação do falecido, e colocadas dentro de outra sacola, de cor branca (de papel offset), para que as famílias possam dar o destino que desejarem. Em seguida, serão levadas para uma sala onde ficam dispostas para a retirada dos familiares, de modo que todas estejam organizadas por ordem alfabética. O tempo para a retirada é de aproximadamente dez dias. É importante ressaltar que, em qualquer um dos casos, é obrigatória a assinatura de 2 (dois) médicos na declaração de óbito para a realização da cremação. E, no caso de morte violenta, a cremação só poderá ocorrer mediante autorização judicial. Depois, segue-se o cronograma habitual. Primeiro, após o velório (a família pode optar por realizar ou não, e ele ocorre em outro local), é feita a remoção do corpo pelo transporte do Serviço Funerário do Município de São Paulo até o Crematório Municipal. Lá, as urnas são identificadas com os nomes dos respectivos falecidos e é emitida uma senha para os familiares, que depois serão atendidos via interfone, informando-lhes para se dirigir à sala ecumênica. O corpo, ao ser disposto no ascensor nos pavimentos inferiores, é elevado para esta sala, na qual os familiares podem realizar uma cerimônia de despedida, que geralmente leva, por volta, de 15 minutos. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 12 INSTITUTO LUCENA VOCÊ SABIA?VOCÊ SABIA? Taxas e emolumentos Conforme Lei 11.479/94, regulamentada pelo Decreto 35.198/95, a família da pessoa que tiver doado algum orgão para fins de transplante médico poderá usufruir da dispensa de pagamento de taxas, emolumentos e tarifas, conforme específica legislação citada. Para tanto, na contratação do funeral, a família deverá apresentar o comprovante de doação de orgãos do falecido, bem como da imediata comunicação do óbito à instituição médica habilitada a realizar o transplante. Não é necessária a comprovação de efetivo aproveitamento dos orgãos doados. Exumação Após três anos de sepultamento, o parente mais próximo do falecido poderá requerer a exumação. Se for em túmulo de concessão do próprio requerente, o parente deverá levar os seguintes documentos: certidão de óbito (cópia autenticada), RG (cópia autenticada) do requerente e documentos que comprovem o grau de parentesco com o falecido. Neste caso, o requerente assina pela concessão e exumação. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 13 INSTITUTO LUCENA Se for em túmulo de concessão de terceiros, o requerente deverá levar, além dos documentos acima citados, o documento do terreno (em caso de cemitério particular) e RG (cópia autenticada) do concessionário. Neste caso, o requerente deverá assinar pela exumação e o concessionário pela concessão, no mesmo requerimento. Caso a capacidade do túmulo esteja completa e haja a necessidade de mais um sepultamento, o concessionário poderá solicitar a exumação, desde que o corpo a ser exumado tenha mais de três anos de sepultamento. PARA ONDE VÃO OS OSSOS APÓS A EXUMAÇÃO DO CADÁVER? Depois de realizada a exumação de cadáver, o destino da ossada irá depender das regras do cemitério e também dos motivos que levaram ao procedimento. Quando o cemitério é municipal e a exumação é feita em jazigos temporários, normalmente os restos mortais são destinados a um espaço chamado de “ossada perpétua”, com gavetas nas quais os ossos permanecem por tempo indeterminado e que também podem ser visitados pelos familiares. Em cemitérios particulares e também nos casos de jazigos perpétuos, a exumação apenas é feita quando a família solicita, visando abrir mais espaço nos jazigos familiares. Nesses casos, é possível que a ossada fique em um compartimento chamado de “zincada” (uma urna feita de zinco) que é acondicionada na lateral do jazigo, permitindo também a reutilização da gaveta. Outra possibilidade, caso assim a família deseje, é a cremação da ossada. Mas essa situação apenas é possível em cemitérios que também dispõem do serviço de cremação – por isso vale à pena conferir se esse é o seu caso. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 14 INSTITUTO LUCENA SEPULTAMENTO Para o sepultamento,o responsável deverá ter em mãos a Declaração de Óbito e a nota de contratação do funeral e, quando em túmulo de família, a carta de concessão. O sepultamento poderá ser realizado quando: Em quadras gerais, sendo que após três anos os despojos serão colocados num ossário a ser adquirido pela família (ou um ossário geral). Poderá ser realizado também em túmulo de família, já existente ou a ser obtido na Agência Central de acordo com as disponibilidades; ou em outros municípios, desde que se pague a taxa do translado. VELÓRIOS MUNICIPAIS A escolha do velório deverá ser feita no momento da contratação do funeral, junto à agência funerária. Os serviços de suporte ao velório, disponíveis ao usuário, são: paramentação, velas e artigos religiosos, enfeites florais para caixão, aparelho de ozônio, mesa de condolências, arranjos florais. VELÓRIOS PARTICULARES É possível a realização de velórios em hospitais, igrejas e residências. A escolha deverá ser feita no momento da contratação do funeral, junto à Agência Funerária. Nos velórios particulares a agência cobrará uma taxa de remoção do corpo e uma taxa de serviço pelo transporte da paramentação (material de suporte para a urna funeral). Os serviços de suporte ao velório, disponíveis ao usuário, são: paramentação, velas e artigos religiosos, enfeites florais para caixão, aparelho de ozônio, mesa de condolências, arranjos florais.. Translado O translado é necessário quando se precisa transportar um corpo falecido de um local para outro, seja outra cidade, estado ou país, bem como se quer tirar um corpo de um cemitério e levar para outro na mesma cidade ou até quando é necessário mudar o corpo de jazigo no mesmo cemitério. Cada estado possui a sua lei, que deve ser seguida para se proceder quando existir a necessidade de se fazer o translado. Somente se permite os translados de corpos intermunicipais em veículos especiais e adequados para a finalidade proposta devendo ser inspecionados e liberados com apresentação de Alvará da Vigilância Sanitária Estadual, observadas as normas pertinentes. É proibido o translado de corpos em ambulâncias ou veículos impróprios, ficando a cargo dos orgãos de fiscalização de tráfego as medidas convenientes e em consonância com as disposições legais pertinentes. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 15 INSTITUTO LUCENA SFMSP - Serviço Funerário do Município de São Paulo Em São Paulo, os translados possuem uma taxa fixa de R$ 53,50. Para que o mesmo possa ser efetivado é necessária a montagem de um processo administrativo. Além da taxa fixa, existe o valor do processo para ser pago, que até as três primeiras páginas é de R$ 10,85, a partir da Quarta página é cobrado o valor de R$ 1,05 por folha (documentos) acrescidos ao processo. Além do valor do processo há o valor da remoção; de um cemitério municipal para outro também municipal ou particular, o preço varia de acordo com a urna adquirida pelos familiares. Quando o corpo for levado para outra cidade, geralmente o valor de remoção é cobrado pelo quilometragem. Para uma empresa funerária poder prestar o serviço de translado, é necessário que ela esteja cadastrada no Serviço Funerário do Município de São Paulo, para fins de registro de óbito, necessário para o transporte de cadáveres, nos termos da legislação em vigor. Para realizar o cadastro as empresas funerárias devem apresentar cópia autenticada dosseguintes documentos: ▪ Contrato Social (registrado no Orgão competente, acompanhado da última alteração contratual); ▪ Cartão de Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), com prazo de validade em vigor na data de entrega dos documentos; ▪ Alvará de funcionamento do estabelecimento, fornecido pela Prefeitura local e de suas eventuais filiais, no ramo de atividade funerária; ▪ Relação dos veículos de propriedade da empresa, acompanhada do Certificado de Registro e Licenciamento dos mesmos, bem como comprovante de recolhimento do imposto sobre propriedade de veículos automotores (IPVA). Os veículos destinados aos transportes de cadáveres deverão ter identificação através de adesivos e/ou pinturas com o nome da empresa, cidade, telefone, etc. ▪ Relação em papel timbrado da empresa assinado pelos responsáveis, dos funcionários autorizados a registrar óbito, acompanhados dos seguintes documentos, com cópia autenticada: ü Carteira de habilitação, categorias B,C,D; ü Cédula de Identidade (RG) expedida pela Secretaria de Segurança Pública; ü Careira Profissional devidamente registrada pela Empresa; Apresentar até o quinto dia útil do mês subsequente, comprovante de recolhimento mensal do Fundo de Garantia dos funcionários da empresa; qualquer alteração nos documentos deverão ser comunicados, por escrito, a Superintendência do Serviço Funerário do Município de São Paulo. O cadastro poderá ser cassado a qualquer momento, em razão do não cumprimento da legislação em vigor, ou por conveniência da Autarquia; a cassação é previamente avisada a empresa. A suspensão do cadastro, que não poderá exceder a 60 dias, ocorrerá quando a ação ou omissão da empresa decorrer de negligência, imprudência ou imperícia. Os cadastros tem validade de um ano e o valor é de R$ 119,40, para fazer a renovação o custo é de R$ 69,70. Algumas empresas funerárias oferecem esse tipo de serviço dentro dos pacotes oferecidos nos convênios, já outras cobram separadamente ou então não prestam o serviço. Os valores variam de empresa para empresa. No caso de translado de corpos para o Brasil, além do registro de óbito, as autoridades brasileiras determinam uma série de documentos sejam legalizados pela Repartição Consular do Brasil. O consulado brasileiro não tem obrigação de custear os valores do processo, a não ser quando o brasileiro está a serviço do seu país e venha a falecer no exterior. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 16 INSTITUTO LUCENA Outra possível hipótese do país arcar com os custos, é quando o Estado estrangeiro possui alguma culpa na morte. Vejamos o exemplo no caso de Jean Charles: O jovem brasileiro foi morto quando entrava no metrô na estação Stockwell, em Londres. Charles foi atingido por oito disparos da Polícia local, que confundiu com um terrorista que tentara praticar um atentado na véspera. A pedido do governo brasileiro, a Inglaterra teve que pagar não somente as despesas com o corpo, mas as passagens para que seus familiares acompanhassem todo o processo. Fonte: Wikipédia DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA PROCESSOS DE TRANSLADO NO ESTADO DE SÃO PAULO MESMO CEMITÉRIO CONCESSÃO | Requerimento Termo de Sepultamento; | Transcrição da Concessão; | RG do requerente (cópia autenticada); | RG do dono do jazigo onde encontra-se o corpo (cópia autenticada); | RG do dono do jazigo para onde irá o corpo (cópia autenticada); | Óbito (cópia autenticada); | Documentos dos jazigos; TRANSLADOS DE QUADRA GERAL PARA CONCESSÃO | Requerimento; | Termo de sepultamento; | RG do requerente (cópia autenticada); | RG do dono do jazigo onde encontra-se o corpo (cópia autenticada); | Óbito (cópia autenticada); | Documento do jazigo; TRANSLADOS EM OUTRO CEMITÉRIO OU MUNICÍPIO | Requerimento; | Termo de sepultamento; | Transcrição da Concessão; | RG do requerente (cópia autenticada); | RG do dono do jazigo onde encontra-se o corpo (cópia autenticada); | Óbito (cópia autenticada); | Documentos dos jazigos; | Alvará Judicial; | Autorização da Vigilância em Saude Ambiental; OBSERVAÇÃO: Se o dono do jazigo onde estiver o corpo for falecido, apresentar cópia do óbito. Se tiver mais de 3 anos só será necessário autorização judicial se a causa da morte for indeterminada ou violenta. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 17 INSTITUTO LUCENA DOC - CONCESSÃO PARA CREMATÓRIOS | Requerimento; | Termo de sepultamento; | Transcrição da Concessão; | RG do requerente (cópia autenticada); | RG do dono do jazigo onde encontra-se o corpo (cópia autenticada); | Óbito (cópia autenticada); | Documento do jazigo; | Alvará Judicial; | Autorização da Vigilância em Saude Ambiental; TRANSLADOS DE CORPOS VINDOS DE FORA PARA O BRASIL | Licença Oficial da disposição, remoção ou transporte; | Três vias do Registro de óbito; |Certificado de Embalsamamento, devidamente legalizado e certificado pela Secretaria de Estado; | Atestado sanitário de doença não contagiosa, emitido pelas autoridades locais competentes, devidamente legalizado e certificado; CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 18 INSTITUTO LUCENA DOCUMENTOS OFICIAIS CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 19 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 20 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 21 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 22 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 23 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 24 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 25 INSTITUTO LUCENA PERGUNTAS FREQUENTES 1| No caso de acidentes que resultem num grande número de mortes, como são expedidas as Certidões de Óbito? E os sepultamentos? 2| Em casos de corpos não localizados ou não identificados, como se obtém a Certidão de óbito? 3| Qual procedimento para cremação? 4| No caso dos familiares que desejam efetuar o translado dos corpos e dos restos mortais qual o procedimento adotado? 5| Existe prazo para requerimento de benefícios previdenciários e como deve ser feito? 6| Qual o prazo para abertura de inventário? É necessária a Certidão de Óbito? 7| Como pode ser feita a movimentação dos valores depositados em bancos pelo falecido? 8| Há situações em que ocorre o falecimento de várias pessoas da mesma família, como fica a situação dos herdeiros? 9| E no caso de pessoas que não eram "casados no cartório"? Como ficam os direitos do (a) companheiro (a) sobrevivente? 10| Se o falecido tiver deixado um contrato de financiamento de imóvel, há quitação com o falecimento? 11| Quais as verbas que compõem o direito à indenização decorrente do acidente? Qual é a competência para ajuizamento da ação de indenização? 12| Se a pessoa que faleceu tinha seguro de vida, isso prejudica a indenização cuja respon- sabilidade decorre do acidente? 13| Há responsabilidade do empregador nos casos em que a vítima tenha sofrido dano em viagem de trabalho? 14| No caso de transporte áereo há seguro obrigatório, assemelhado a DPVAT pago pelos proprietários do veículo? 15| E quem foi desalojado de sua casa, também tem direito à indenização? 16| É possível fazer um acordo extrajudicial? 17| Orgãos públicos voltados à defesa dos direitos podem auxiliar as vítimas ou seus familiares. Quem pode ser atendido pela Defensoria Pública? O que o Ministério Público dos Estados pode fazer nesses casos? CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 26 INSTITUTO LUCENA Defensoria Pública do Estado de São Paulo Av. Liberdade, nº 32 – 7º andar (0xx11) 3104-7152 - faleconosco@defensoria.Sp.gov.br Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul f: (0xx51) 3211-2233 Ministério Público do Estado de São Paulo Rua Riachuelo, nº 115 – sala 741 – 7º andar (0xx11) 3119-9844 – cenacon@mp.sp.gov.br CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ AGENTE FUNERÁRIO 27 PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA Identidade e Identificação Cada pessoa apresenta uma característica própria que a diferencia dos demais e este conjunto de caracteres própriose exclusivos que individualizam pessoas, animais ou coisas é que compõem a nossa identidade. Para se estabelecer a identidade de cada pessoa, é necessário que haja um método, ou seja, para que possamos diferenciar uma pessoa da outra. Este processo ou conjunto de processos destinados a estabelecer a identidade de uma pessoa é o que denominamos de identificação. Temos como exemplo dos métodos primitivos: nome, ferrete, mutilação, tatuagem e fotografia. Como exemplos dos métodos científicos, temos: § SISTEMA ANTROPOMÉTRICO DE BERTILLON (baseado em 3 tipos de assinalamentos, onde tínhamos o assinalamento antropométrico, descritivo e dos sinais particulares); § SISTEMA ODONTOLÓGICO DE AMOEDO; § SISTEMA PAPILOSCÓPICO e DNA; E qual a diferença entre identificar e reconhecer? Identificar é algo mais complexo do que vulgarmente se acredita. Identificar não é apenas reconhecer, é provar por meios técnicos, precisos, inconfundíveis e irrefutáveis que uma pessoa é totalmente distinta de qualquer outra do universo. Os métodos de identificação utilizados atualmente são basicamente, o Papiloscópico, o Odontológico e o DNA. Sendo que, a Papiloscopia é o mais utilizado dentre estes métodos por ser considerada mundialmente um método seguro, eficaz e principalmente de baixo custo. Quando pensamos em identificação, sempre partimos do método mais barato para o mais caro, portanto, em primeiro lugar utilizamos o método Papiloscópico, se este não puder ser utilizado, pensa-se no Odontológico, não sendo possível a utilização deste, pensa-se no DNA que é o mais caro. A biometria que significa “medida da vida” é também um método que vem sendo cada vez mais utilizado, e que auxilia o processo de identificação. Neste processo temos um reconhecimento do indivíduo mediante análise das características físicas (impressão digital, íris, ramificações venosas, etc), geometria (medida da face, mão, etc) e comportamentais únicas (frequência de voz). Este método exige a utilização de equipamentos sofisticados e dispêndio de valores elevados. Devido a isto, é um sistema que está sendo utilizado mais por órgãos ou empresas preocupadas com o acesso de pessoas em determinados locais proporcionando maior segurança. Para o funcionamento de um sistema biométrico é necessário que existam nas unidades que o utilizarão, além de pessoas treinadas, terminais previamente configurados e providos de um sensor que capture a imagem a ser analisada. No caso de um sistema biométrico que analise as impressões digitais é necessário, por exemplo, de um sensor óptico (scaner) apto a fazer o escaneamento destas. O usuário coloca o dedo sobre o scaner, e o mecanismo o fotografa. O reconhecimento é feito com base nas cristas (partes mais 28 salientes do dedo). O programa vai selecionar alguns pontos de destaque (chamados de pontos característicos) e a partir daí será gerado uma relação numérica que representará a imagem, isto faz com que gere mais espaço nos discos e aumente a agilidade nas buscas. INSTITUTO LUCENA Para entender melhor veja o esquema abaixo: Este método exige que o usuário se registre no sistema, permitindo a coleta de certas características exteriores (como por exemplo, a impressão digital), também será armazenada a fotografia (através da webcam) e alguns dados qualificativos. Em seguida, os dados são convertidos em um padrão único e começam a integrar o banco de dados do sistema. Quando o usuário resolver acessar o sistema, suas medidas são comparadas àquelas do banco de dados e o acesso será permitido quando houver coincidência dos padrões. Apesar da existência de vários sistemas de identificação, aquele que conseguiu superioridade aos demais, principalmente em questão da praticidade da coleta de dados, além da segurança nos resultados que apresenta (método 100% seguro) e do custo reduzido de sua utilização, foi o Sistema Papiloscópico. A PAPILOSCOPIA COMO MÉTODO DE IDENTICAÇÃO CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA É a ciência que trata da identificação humana através das impressões papilares, onde se divide em: DATILOSCOPIA: método de identificação através das impressões digitais; QUIROSCOPIA: método de identificação através das impressões palmares; PODOSCOPIA: método de identificação através das impressões plantares, e; POROSCOPIA: método de identificação através dos poros. Portanto, o que é uma impressão papilar? É a reprodução do desenho papilar (digital, palmar e plantar) em qualquer suporte. É muito importante saber a diferença entre desenho papilar e impressão papilar. 29 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA 30 INSTITUTO LUCENA | Desenho papilar: é o que encontramos nas extremidades digitais, palma das mãos e planta dosp� ésq� ue apresentam partess�� alientes chamadasd�� e cristasd�� ef��ricçãoe� �p� artes reentrantes chamadas de sulcos interpapilares. | Impressãop��� apilar:� é� a reprodução do desenho papilar em qualquer suporte. Diferença entre desenho digital e impressão digital. IMPORTANTE: Não confundir os termos impressão ou desenho papilar com impressão ou desenho digital. Quando eu falo em impressão ou desenho papilar eu englobo dedos, mãos e pés, mas quando eu falo em impressão ou desenho digital, eu estou me referindo apenas as extremidades digitais (ponta dos dedos). DACTILOSCOPIA É o método de identificação através das impressões digitais (impressão dos desenhos digitais da polpa digital). Este método de identificação tem aplicação mais ampla, pois a tomada das impressões digitais é bem mais simples que das demais regiões (palma das mãos e planta dos pés), além de que, os 10 dedos oferecem elementos abundantes para classificação e subclassificação, possibilitando desta forma, o arquivamento destas impressões. Existem 2 tipos de identificações onde coletamos as impressões digitais: ▪ Identificação Criminal: As impressões digitais serão coletadas na chamada Ficha dactiloscópica, que é um retângulo de papel, onde se tem determinado a posição de cada dedo e a mão a que se refere. CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA No verso desta ficha, temos espaço para coleta de dados qualificativos e lugar para coletar as chamadas impressões plenas ou de controle, que servem para verificar se não houve trocas dos dedos pelo operador no momento da coleta, pois como as impressões dos dedos são coletadas simultaneamente em sua ordem natural não dá para trocar os dedos. Quando a ficha dactiloscópica recebe as impressões digitais é chamada de individual dactiloscó- pica. Estas individuais dactiloscópicas são arquivadas no arquivo decadactilar pela chamada fórmula dactiloscópica (cada impressão digital recebe uma classificação de acordo com a configuração do desenho que ela apresenta, veremos mais adiante quando estudarmos sobre o Sistema dactiloscópico de Juan Vucetich). Arquivo criminal decadactilar, onde as individuais datiloscópicas são arquivadas segundo a classificação de Juan Vucetich As impressões digitais também são coletadas no Boletim de Identificação Criminal (BIC), onde estas planilhas irão conter as impressões digitais dos 10 dedos, além de dados qualificativos do indiciado e tipo de crime cometido por este. Este BIC vai fazer parte do prontuário criminal desta pessoa, o qual receberá um número criminal que fará parte do arquivo criminal por número de prontuário. 31 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA Existe também o BIC sem as impressões do identificado, pois este se recusou a coletarem suas impressões digitais ou apresentou documento de identidade. Neste caso que chamamos de qualificação indireta, não há como comprovar se os dados apresentados pelo indiciado são verdadeiros, pois ele poderá estar utilizando a qualificação de outra pessoa indevidamente. Neste caso é muito importante a exigência da legitimação antes da inclusão deste na Unidade Prisional. Na Seção Monodatilar são realizados confrontos das impressões papilares encontradas nos locais de crime com asimpressões papilares dos suspeitos e também a identificação necropapiloscópica (identificação de cadáveres pela impressão digital). IDENTIFICAÇÃO CIVIL As impressões digitais são coletadas na chamada Ficha de Identificação Civil (FIC) e estas ficam guardadas em local diverso aos arquivos criminais. Estas fichas estão arquivadas por ordem do número de RG (Registro Geral) e não pela classificação de Vucetich e, portanto, só poderão ser localizadas pelo número de RG e não pelas impressões digitais. 32 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA Atualmente existe um Sistema denominado de ALPHA onde temos digitalizado todos os prontuá- rios civis e criminais. Este possibilita que o papiloscopista ao executar uma legitimação, possa consultar as imagens das impressões digitais de um prontuário civil ou criminal na tela de um computador e comparar com as impressões digitais investigadas. Esta comparação é feita com o auxílio de uma simples lupa, que aumenta de 4 a 5 vezes a visualização das impressões digitais investigadas. Para acessar este sistema são necessários alguns dados da pessoa a ser investigada, como por exemplo, número de RG e nome, porque o sistema acessa por estes dados e não pela impressão digital. Não podemos confundir o programa Alpha da Polícia Civil do Estado de São Paulo com o Sistema AFIS (Automated Fingerprint Identification System), usado pela Polícia Federal e que foi implantado recentemente no nosso Estado. O segundo possui um banco de dados, impressões digitais, que mediante a consulta de um papiloscopista sobre uma IMPRESSÃO QUESTIONADA, ou seja, uma impressão de autoria desconhecida, informa um universo reduzido de possíveis IMPRESSÕES PADRÕES, impressões de autoria conhecida. Cabe ao papiloscopista fazer a comparação e apontar a correspondência exata da impressão questionada e a sua identificação. O papiloscopista mesmo auxiliado pelos sistemas Alpha ou AFIS continua utilizando seus conhe- cimentos técnicos e perspicácia para chegar a um único resultado de uma identificação. QUIROSCOPIA É o método de identificação através das impressões palmares, ou seja, da palma das mãos. Não há no IIRGD um arquivo específico para a impressão palmar e, portanto, o trabalho da perícia é apenas através de confrontos entre a impressão questionada (aquela encontrada no local de crime) e a impressão padrão (impressão do suspeito). IMPRESSÃO PALMAR Região superior ou infra digital Região hipotênar Região tenar Delta 33 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA PODOSCOPIA É o processo de identificação humana através das impressões plantares. A podoscopia tem sido mais utilizada para identificação dos recém-nascidos nas maternidades a fim de garantir a identi- dade da criança, prevenindo possíveis casos de trocas dos mesmos nos berçários (ficha neonatal). Durante as últimas décadas, antes da popularização do DNA, muitos casos apresentados resultaram na impossibilidade de afirmação da identidade devido à tomada das impressões plantares de forma incorreta à época do nascimento, sendo uma impressão sem qualidade para identificação, verdadeiros “borrões”. A planta do pé é dividida em 5 regiões anatômicas, as quais estão representadas abaixo: DIVISÃO DAS REGIÕES PLANTARES Grande Artelho Abaixo do grande Artelho POROSCOPIA É o método de identificação através dos poros. Este tipo de identificação quase não é utilizado e somente utiliza-se quando, por exemplo, um fragmento encontrado num local de crime não oferecer elementos suficientes para identificação. E por que o método Papiloscópico foi aceito como método de identificação? O método Papiloscópico apresenta vantagens como método de identificação, pois ele obedece a certos postulados (que são princípios científicos aceitos universalmente), onde através destes a Papiloscopia demonstrou sua superioridade como ciência de identificação humana. Logo abaixo estão descritas as vantagens ou postulados da Papiloscopia: 34 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA ▪ PERENIDADE: propriedade que os desenhos papilares apresentam de se manifestarem definidos desde o 6º mês de vida fetal (vida intra-uterina) até a completa putrefação cadavérica. O desenho digital acompanha o homem durante toda a vida. ▪ IMUTABILIDADE: propriedade da inalterabilidade do desenho digital, desde sua formação (6º mês de vida fetal) até a completa putrefação cadavérica. Ele permanece o mesmo durante toda a vida. ▪ VARIABILIDADE: está baseado na diversidade das impressões papilares, propriedade que têm os desenhos papilares de não se repetirem, variando, portanto, de região para região papilar e de pessoa para pessoa. Não existem duas impressões papilares idênticas, nem mesmo numa mesma pessoa. Não se devendo confundir semelhança com identidade, pois uma impressão papilar só será igual a ela mesma. E atende também aos requisitos técnicos da: ▪ CLASSIFICABILIDADE: propriedade que apresentam os desenhos papilares de se reunirem em grupos, onde cada um destes pode ser representado abreviadamente por meio de letras e números para facilitar o seu arquivamento. § UNIVERSALIDADE: é a característica do desenho papilar estar presente em todo ser humano, em várias regiões do corpo, com algumas exceções decorrentes de enfermidades genéticas, como doenças autossômicas dominante que apresentam como um de seus sintomas a ausência dos desenhos papilares em mãos e pés. § PRATICABILIDADE: os desenhos papilares podem ser rapidamente e facilmente registrados, necessitando para isto o emprego de tinta e papel. ONDE OS DESENHOS PAPILARES SÃO FORMADOS? A pele é o maior órgão do corpo humano, é uma camada mais ou menos espessa que recobre todo o corpo, nela nós encontramos os elementos necessários para a elaboração dos métodos de identificação humana, principalmente o Papiloscópico. A pele é constituída de 2 camadas, a DERME (camada mais profunda da pele) e a EPIDERME (camada mais superficial). O desenho papilar é formado na Derme e se reproduz na Epiderme. Como as papilas fazem parte da pele, faz-se necessário conhecer sua estrutura para melhor solução dos impasses que possam ocorrer durante a coleta de impressões. Na figura ao lado observamos a pele com suas duas camadas, onde temos o nascimento das cristas (partes mais salientes do desenho papilar) e sulcos (partes mais reentrantes do desenho papilar) na derme e sua reprodução na epiderme. 35 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA Na pele também encntramos duas glândulas que serão importantes para o estudo da papiloscopia, que são as glânduas sudoríparas (responsáveis pela produção do suor) e as glândulas sebáceas (responsáveis pela produção de gorduras). O suor será secretado por canais localizados ao longo das cristas de ficção chamados poros. Os produtos de secreções destas duas glândulas, ou seja, o suor e a gordura, estão intimamente ligados à impressão digital, pois, por exemplo, no caso da tomada de impressões papilares com tinta, esses produtos devem ser removidos para que se possam obter boas impressões papilares e não “borrões”, portanto, antes da coleta, deve-se enxugar minuciosamente os dedos com uma folha de papel antes de passar a tinta. Já nos locais de crime, esses mesmos produtos serão responsáveis pela formação das impressões papilares latentes, que são aquelas invisíveis a olho nu e que se tornam visíveis após a aplicação de reveladores específicos. Geralmente em locais de crime encontramos 3 tipos de impressões papilares: ▪ MODELADAS: impressão reproduzida pelo decalque da polpa digital, palma da mão e planta dos pés sobre substâncias plásticas em geral (massa de vidro, argila, cera, poeira, parafina, etc); ▪ VISÍVEIS: são aquelas deixadas pelos dedos, palma das mãos e planta dos pés impregnados de substâncias corantes, tais como, tinta, sangue, sujeiras, graxas, etc; ▪ LATENTES: são as impressões da polpa digital, palma das mãos e planta dos pés limpos deixadas sobre algumassuperfícies. São invisíveis a olho nu e devem ser reveladas para se tornarem visíveis. ELEMENTOS FORMADORES DE UMA IMPRESSÃO DIGITAL § LINHAS PRETAS: correspondem as cristas da impressão digital (as linhas impressas da impressão papilar), ou seja, as partes salientes do desenho digital. Parte que recebe a tinta. Essas linhas podem assumir configurações diferentes e podemos dizer que são as linhas pretas da impressão papilar (quando for usado tinta preta); § LINHAS BRANCAS: correspondem aos sulcos interpapilares. Estas linhas acompanham as linhas pretas, refletindo todos os seus acidentes. Não devem ser confundidas com as linhas brancas albodactiloscópicas que estudaremos adiante; ▪ DELTA: é o ângulo ou triângulo formado pelas cristas papilares, sua principal função é determinar o tipo fundamental da impressão digital, porque o sistema papiloscópico é baseado na presença ou ausência do delta. 36 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA Toda figura déltica possui 3 sistemas de linhas, que são definidos pelas linhas diretrizes. A linha diretriz superior é formada pelo prolongamento do braço superior do delta e a linha diretriz inferior é formada pelo prolongamento inferior do delta. As linhas diretrizes delimitam regiões distintas. Estas regiões, denominadas sistemas, recebem uma classificação específica: Sistema Nuclear (3) – formado pelas linhas encerradas dentro das linhas diretrizes. Sistema Marginal (2) – formado pelas linhas que estão acima da linha diretriz superior até a unha. Sistema Basilar (1) – formado pelas linhas situadas abaixo da linha diretriz inferior até a prega interfalangeana. Numa coleta de impressões é fundamental que esteja presente a impressão digital com os 3 sistemas de linhas, para que o processo de identificação seja eficaz. IMPORTANTE: § POROS: são aberturas dos canais que expelem os produtos das glândulas sudoríparas. Aparecem na impressão papilar sob a forma de pontos brancos sobre as linhas pretas. Existem de 9 a 18 poros por milímetro quadrado. Eles também obedecem aos postulados da Papiloscopia e seu estudo foi chamado de Poroscopia. Serve para identificação criminal, quando as impressões papilares não apresentam superfície suficiente para a identificação, e também são utilizados para verificar se uma impressão papilar foi falsificada; 37 INSTITUTO LUCENA § LINHAS BRANCAS ALBODACTILOSCÓPICAS: são formadas pela interrupção de 2 ou mais linhas pretas (cristas de fricção), na mesma altura, de modo a constituir uma espécie de risco branco na impressão papilar. Não servem como elemento de identificação, pois não são permanentes, nem imutáveis. Desaparecem ou aumentam de número, de forma, etc. ▪ PREGAS INTERFALANGEANAS: correspondem a divisão das falanges digitais. O dedo é dividido em falanges. A prega interfalangeana é importante para saber se a impressão digital começou ou terminou ali, portanto, é importante ter cuidado na tomada das impressões digitais, onde a tinta deve ser passada por 0,5 a 1,0 cm abaixo desta prega para se obter uma impressão digital de boa qualidade. ▪ PONTOS CARACTERÍSTICOS: são os elementos mais importantes de uma impressão digital. Os pontos característicos são certos acidentes que encontramos nas cristas de fricção (linhas pretas). Se numa impressão digital tomarmos a extremidade de uma crista de fricção (linha preta) e acompanharmos essa linha em todo o seu trajeto, até a outra extremidade da impressão, notaremos que, dificilmente, ela chega a outra extremidade sem sofrer qualquer acidente. É possível que isto aconteça, porém é um caso mais ou menos raro. Geralmente, interrompe-se, prosseguindo logo adiante, une-se a outra linha, etc. são estes acidentes que determinam os pontos característicos Os pontos característicos também obedecem aos postulados da Papiloscopia e existem desde o 6º mês de vida fetal até a completa putrefação cadavérica e permanecem os mesmos durante toda a vida, além de serem variáveis (existem diversos pontos característicos). O nome dos pontos característicos varia de um região para outra e de uma repartição para outra. No Estado de São Paulo utilizamos as seguintes: CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA 38 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA § PONTO: como o próprio nome diz é um ponto encontrado na impressão digital, como se fosse o ponto final de uma frase. ( . ) § ILHOTA: é caracterizado como o menor pedaço de linha encontrado na figura analisada. Seu tamanho corresponde a 3 pontos em seguida ( - ) § CORTADA: é caracterizada por ser 2 vezes o tamanho da ilhota. Aproximadamente 6 pontos em seguida ( )� § BIFURCAÇÃO: caracteriza-se por uma linha simples que em determinado ponto bifurca-se em 2 outras ( --<) § CONFLUÊNCIA: caracteriza-se por 2 linhas que em determinado ponto se unem formando uma linha simples. ( Y ) § ENCÊRRO: caracteriza-se por uma linha simples abrir e fechar sobre si própria. Parece uma pequena ilha. ( -0- ) § ANASTOMOSE: caracteriza-se por uma pequena linha ligando 2 linhas principais. ( H ) § HASTE OU CROCHÊ: caracteriza-se por uma linha menor que a ilhota que se liga a uma crista principal. É como se fosse uma agulha de crochê. ( /' ) § EXTREMIDADE DE LINHA: é qualquer ponta de uma crista papilar. O sentido de leitura dos pontos característicos é um critério universal, onde este deve ser realizado no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, ou seja, da esquerda para a direita e do centro para a periferia. E afinal, para que servem os pontos característicos? Os pontos característicos apresentam a finalidade de estabelecer a identidade de 2 impressões digitais. Para se estabelecer esta identidade, é necessário observar: 1º) semelhança do tipo fundamental; 2º) configuração geral das impressões papilares; 3º) coincidência de no mínimo 12 pontos característicos. Na ilustração abaixo, observa-se claramente a importância dos pontos característicos: O assinalamento de pelo menos 12 pontos característicos idênticos, na mesma localização, com a mesma nomenclatura e sem pontos discrepantes (pontos que aparecem numa impressão que está sendo comparada, mas não aparece na outra), bastam para atestar uma identidade. SISTEMA DATILOSCÓPICO DE JUAN VUCETICH Juan Vucetich classificou os desenhos digitais em 4 grupos, chamados de tipos fundamentais, onde utilizou como base a presença ou ausência do delta. Temos, portanto, as seguintes clas- sificações: 39 INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA 40 § ARCO (representado pela letra A nos polegares ou número 1 nos demais dedos): não tem delta. As linhas percorrem o campo da impressão digital de um lado ao outro, assumindo uma configuração em forma de arcos mais ou menos paralelos e oblíquos. É uma figura difícil de ser encontrada. Aparece em 5% das pessoas (é também uma das figuras mais difíceis de se confrontar); § PRESILHA INTERNA (representada pela letra I nos polegares ou número 2 nos demais de- dos): é a figura que apresenta um delta à direita do observador. Suas linhas centrais se formam à esquerda dirigem-se ao centro e retornam a origem formando presilhas ou laçadas. É uma das figuras mais comuns de serem encontradas, sendo freqüente em 60% das pessoas; § PRESILHA EXTERNA (representado pela letra E nos polegares ou número 3 nos demais dedos): é a figura que apresenta um delta à esquerda do observador. Suas linhas centrais se formam à direita, dirigem-se ao centro e retornam a origem formando presilhas ou laçadas. Também é uma das figuras mais comuns de serem encontradas, sendo freqüente em 60% das pessoas; § VERTICILO (representado pela letra V nos polegares ou número 4 nos demais dedos): é a figura que apresenta 2 deltas, um à direita e um à esquerda do observador. Suas linhas centrais ficam encerradas por estes dois deltas, formando configurações variadas. Está presente em 35% das pessoas. INSTITUTO LUCENA CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA 41 TIPOS ESPECIAIS § GANCHO: representadopela letra G nos polegares ou número 5 nos demais dedos; § ANÔMALO: representado pelas letras An nos polegares ou número 6 nos demais dedos; § DUPLA: representado pelas letras Dpl nos polegares ou número 7 nos demais dedos; § CICATRIZ: é utilizada para cicatrizes que prejudiquem o núcleo, dificultando ou impossibilitando a leitura. Representado pela letra X nos polegares ou número 8 nos demais dedos; § AMPUTAÇÃO: quando temos a ausência parcial ou total do dedo.Representado por “0” (zero). TIPOS DE ANOMALIAS CONGÊNITAS Polidactilia: anomalia congênita caracterizada pela presença de dedos em número maior que o normal; Ectrodactilia: anomalia congênita caracterizada pela presença de dedos em número menor que o normal; INSTITUTO LUCENA Sindactilia: anomalia congênita caracterizada pela presença de dedos unidos; Microdactilia: anomalia congênita caracterizada pela presença de dedos em tamanho menor que o normal; Macrodactilia: anomalia congênita caracterizada pela presença de dedos em tamanho maior que o normal. Anquilose: é uma anomalia congênita ou adquirida que consiste na falta de articulação parcial ou total dos dedos, de modo a prejudicar as impressões ou as suas coletas CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA Adactilia: é a anomalia congênita que consiste na ausência total dos dedos de uma ou ambas as mãos 42 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA Acheiria: anomalia congênita caracterizada pela ausência da(s) mão(s); Acheiropodia: é uma doença congênita autossômica recessiva caracterizada pela amputação dos membros superiores e inferiores e aplasia das mãos e dos pés. Esta condição grave de incapacidade parece afetar apenas as extremidades, não havendo outras manifestações sistêmicas relatadas Afalangia: anomalia congênita caracterizada pela inexistência de todas as falanges; Amelia: anomalia congênita caracterizada pela ausência completa do membro superior; Hemimelia: é um tipo de amputação congênita que se define como a ausência do antebraço e da mão, e é, dentre as anomalias na formação de membros, uma das mais frequentes; Megalodactilia: anomalia congênita constituída por dedos mais longos que o normal; Polissindactilia: anomalia congênita rara que consiste na união de vários dedos; 43 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA Diferentemente de Galton que arquivava pela data da coleta das impressões digitais, ou seja, ordem cronológica, Vucetich organizou o arquivamento dactiloscópico pela chamada fórmula dactiloscópica ou também denominada fórmula fundamental. Estas individuais dactiloscópicas após serem classificadas e subclassificadas serão arquivadas e organizadas segundo Sistema Dactiloscópico de Vucetich, permitindo uma combinação de 11.048.576 (quando considerado apenas os 4 tipos propostos por Vucetich) A fórmula dactiloscópica é composta por um conjunto de símbolos representando os tipos funda- mentais, sendo disposta sob a forma de fração ordinária, de tal forma que, o numerador representa os dedos da mão direita e o denominador, os dedos da mão esquerda, na sua ordem natural, isto é, polegar, indicador, médio, anular e mínimo. 44 CIÊNCIAS MORTUÁRIAS ▪ PAPILOSCOPIA INSTITUTO LUCENA No sistema de Vucetich, a fórmula datiloscópica é dividida em duas partes:literal e numeral. Fórmulas literais: é constituída pelas letras que representam os tipos fundamentais dos polegares, permitindo, desta forma, 16 combinações dos quatros tipos fundamentais, as quais são: - A/A, A/I, A/E, A/V; - I/A, I/I, I/E, I/V; - E/A, E/I, E/E, E/V; - V /A, V/I, V/E, V/V.; Fórmulas numerais: são constituídas pelos algarismos que representam os tipos fundamentais nos dedos indicadores, médios, anulares e mínimos, sendo que no sistema de Vucetich há 65.536 combinações numerais. Cada tipo fundamental apresenta variações na configuração do desenho digital, sendo estas variações passiveis de serem subclassificadas, não contrariando, nem prejudicando as caracte- ristícas essenciais determinantes dos tipos fundamentais. A realização do procedimento de subclassificação em um arquivo decadactilar permite o desdobramento das fórmulas dactiloscó- picas, sendo que essa atitude é de fundamental importância para que os arquivos não contenham em uma mesma classificação primária, milhares de individuais arquivadas, mantendo estas sempre em pequenas proporções para que a pesquisa seja possível. 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WWW.MUSEUDOAMANHA.ORG.BR/PORTODORIO WWW.VISIT.RIO/MEMORIAL-DOS-PRETOS-NOVOS FRANÇA, Genival Veloso de. Fundamentos da Medicina Legal - 2ª Ed. Rio de Janeiro. 2012 Dicionário terminológico de ciências médicas. 15.ed. Barcelona, Masson, 1992. MEIRA, C. Temas de ética médica e medicina legal.Belém, Cejup, 1989 SILVA, J.A.F. da. Direito funerário penal. Porto Alegre, Livraria do Advogado, 1992. ARTIGO COM ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE OS PROCEDIMENTOS DE CONSERVAÇÃO / TRANSPORTE/ REMOÇÃO / OBRIGAÇÕES / DEVERES / LEIS SOBRE O RAMO NA QUAL TRABALHAMOS FERREIRA, A.A. 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