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Mairon Mateus Machado Cardiologia Taquiarritmias Conceitos básicos “O mais rápido comanda” → Nodo sinusal comanda, pois ele é mais rápido; → Nodo atrioventricular gera o “atraso” entre despolarização dos átrios e ventrículos; → Onda T: repolarização dos ventrículos; → FC: 1500/número de quadradinhos entre 2 QRS; • Se a distância entre duas ondas R for menos do que 3 quadrados grandes (FC>100bpm) = taquicardia; → Intervalo PR: mede condução atrioventricular; • Normal: 120-200ms; • Cada quadradinho de 1mm = 40ms; → QRS: normal até 120ms (estreito); → Intervalo QT (início do QRS até final da onda T): tempo da despolarização até repolarização do ventrículo (período refratário ventricular); • Normal até 440ms (11 quadradinhos); → No ritmo sinusal, complexo QRS é precedido por onda P (melhor derivação para ver é DII); Bloqueio de Ramo → Ritmo sinusal + QRS alargado = BLOQUEIO DE RAMO; • Melhor derivação para avaliar: V1; • Bloqueio de ramo DIREITO: V1 + (mais para cima); • Bloqueio de ramo ESQUERDO: V1 – (mais para baixo); → Se houver onda P (-) precedendo QRS → origem da onda é atrial, e não do nodo; Flutter Atrial → Arritmia atrial de QRS estreito e R-R regular; → Onda F (flutter - condição em que os átrios batem muito rapidamente [300x/min] → nodo AV assume): onda negativa em DII, DIII e AVF; Extrassístole → Extrassístole (sístole “antes do tempo”) → se tem onda P (diferente da P normal) e QRS estreito = surgiu no átrio; Mairon Mateus Machado Cardiologia → Batimento sem onda P com QRS alargado = origem ventricular; • O QRS é alargado devido à transmissão miócito a miócito da extrassístole; Extrassístoles ventriculares especiais → Bigeminismo: uma extrassístole ventricular para cada batimento sinusal; → Trigeminismo: 1 EV para cada 2 sinusais; → Extrassístoles ventriculares pareadas: 2 EV juntas; → 3 ou mais EV juntas: taquicardia ventricular; • Pode ser sustentada ou não sustentada; • Não sustentada: <30s e é ESTÁVEL (não leva a instabilidade hemodinâmica); • Sustentada → >30s OU Instável: pode levar a congestão (pulmão), angina (coração), hipotensão (circulação) e síncope (cabeça); • Se QRS iguais: monomórfica; • Se QRS diferentes: polimórfica. Ex.: Torsades des Pointes → TV polimórfica com inversão de polaridades; acontece em pessoas com intervalo QT alongado. • Antiarrítmicos, hipoK/Ca/Mg, cloroquina, azitromicina, BAVT → podem alongar QT; • Antiarrítmico de escolha: sulfato de Mg; Fibrilação ventricular → Múltiplos circuitos de reentrada nos ventrículos; Mairon Mateus Machado Cardiologia → Não existe complexo QRS; → Não gera débito cardíaco; → Age como se estivesse infartando; Fibrilação ventricular grosseira (A) e intermediária (B) (Fonte: GEICPE) Fibrilação atrial “Taquiarritmia supraventricular com ativação elétrica atrial descoordenada e, consequentemente, contração atrial inefetiva” → Taquicardia mais comum; → Sem onda P; → Com QRS estreito; → Intervalos RR irregulares; Taquicardia supraventricular Taquicardia = maior que 100 bpm. Supraventricular = causa/“disparo” do estímulo elétrico ocorre antes do feixe de His. → Quando não há onda P e os intervalos RR são regulares; → 70% dos casos = reentrada nodal; • Indivíduos que possuem via ALFA (lenta, mas com período refratário baixo) e BETA (rápida, mas com período refratário longo); • Extrassístoles atingem nodo AV e podem ser conduzidos pela via ALFA e, depois, reentram pela via BETA; • Despolariza átrio & ventrículo; → 30% dos casos = reentrada por via acessória; Síndrome de Wolff-Parkinson-White É uma taquicardia por reentrada atrioventricular (TRAV). Acontece em portadores de uma via acessória que seja capaz conduzir impulso elétrico. Mairon Mateus Machado Cardiologia → Também conhecida como Pré-excitação Ventricular; → No ECG: intervalo PR curto e presença de onda delta (atraso na despolarização ventricular); Roteiro para Diagnóstico de Taquiarritmias 1. Existe taquicardia? → Intervalo RR < 3 quadradinhos. 2. Existe onda P? → Se existir: ou é ATRIAL ou é SINUSAL. 3. Existe onda F de flutter atrial? → Se existir: é FLUTTER. 4. QRS estreito ou alargado? → Se alargado: origem VENTRICULAR. 5. R-R regular ou irregular? → Se irregular: FIBRILAÇÃO ATRIAL; → Se regular: TAQUI SUPRA. Clínica e Tratamento → Em qualquer taquicardia, se paciente estiver instável → conduta é cardioversão elétrica; TV Monomórfica Sustentada → Causas: IAM agudo*, cocaína*, pós-IAM, IC, cardiomiopatia...; → Se instável: cardioversão elétrica; → Se estável: amiodarona*, procainamida; → Se causa não for reversível: prevenção de morte → betabloqueador; • Se ainda assim persistir TV → cardiodesfibrilador implantável. Fibrilação Atrial • Causas: HAS, IC, doença mitral, tireotoxicose, isolada...; • Tipos: paroxística (dura menos que 7 dias), persistente (dura mais que 7 dias), permanente (dura mais de um ano); • Consequências: baixo débito (devido à frequência elevada e não contração) e tromboembolismo (devido à estase sanguínea); • CHA²DS²VAS (escala de risco de formação de trombo) o Congestão; o Hipertensão; o Age > 75 anos ²; o Diabetes; o Stroke, TIA... ²; o Vasculopatia; o Age > 65 anos; o Sexo feminino. o ² = 2 pontos na escala em vez de 1. Mairon Mateus Machado Cardiologia • Se instável: cardioversão elétrica; • Se FA estável: ou controla a frequência ou controla o ritmo; o Controle da frequência: <110 bpm em repouso; ▪ 1) reduz FC (betabloqueador, antagonista de canal de cálcio, digital); ▪ 2) anticoagulação (warfarin, dabigatran, rivaroxaban...) o Controle do ritmo: em refratários; ▪ Se >48h → fazer ECO para descartar existência de trombo; ▪ Sem ECO: warfarin 3-4 semanas. ▪ 1) Reversão (amiodarona); ▪ 2) Anticoagulação (pelo menos 4 semanas após reversão). • Em refratários = ablação. Flutter Atrial → Instável/Estável: cardioversão elétrica; → Droga que poderia ser usada, mas é de difícil acesso: ibutilida; → “Cura”: ablação. Taqui Supra → Se instável: cardioversão elétrica; → Se estável: manobra vagal (ex.: manobra de Valsalva). Se não funcionar, tentar ADENOSINA ou verapamil; → Cura = ablação. Conduta das Taquiarritmias → Mulher jovem sadia: • Taqui Supra • Se estável: manobra vagal / adenosina; → Idoso e IAM: • Taqui Ventricular; • Se estável: amiodarona / procainamida; → RR irregular / sem “P” • FA; • Se estável: reduzir FC + anticoagular; → ECG com aspecto serrilhado: • Flutter Atrial; • Se estável: fazer cardioversão; → Intervalo QT longo: • Torsades des Pointes; • Se estável: Mg ou cardioversão; → Instável: • Cardioversão elétrica. Mairon Mateus Machado Cardiologia Bradiarritmias * Contar FC em uma arritmia: 1) Contar 15 quadrados grandes; 2) Contar número de complexos QRS entre os 15 quadrados; 3) Multiplique o número de “QRS” por 20. → Bradicardia mais comum é a sinusal; Bradicardia Sinusal → Definição: 1) Há onda “P” positiva em D2; 2) Cada onda “P” é seguida por “QRS”; 3) Intervalo PR = 120-200ms (5 quadradinhos); 4) FC baixa (por definição, abaixo de 60bpm, mas abaixo de 50bpm geralmente é sintomático). → Conduta: A) Assintomático: observar; B) Sintomático: atropina 1mg a cada 3-5 min (máx. 3mg). a. Se não responder à atropina → adrenalina ou marca-passo ou dopamina. Bloqueios Atrioventriculares → Bloqueios altos/benignos: acima do feixe de Hiss; conduta → mesma conduta da bradicardia sinusal (atropina). • 1º grau: nunca bloqueia → apenas há dificuldade/alentecimento; onda “P” demora a chegar no complexo QRS • 2º grau Mobitz 1: fenômeno de Wenckebach: PR vai alargando e, às vezes, bloqueia. → Bloqueios baixos/malignos: abaixo/dentro do feixe de Hiss; conduta → marca-passo(na maioria das vezes). • 2º grau Mobitz 2: fenômeno de Hay → PR normal e, às vezes, boqueia; • 3º grau (BAVT – bloqueio atrioventricular total): sempre bloqueia; há dissociação entre “P” e “QRS”. Marca-Passo → MP transcutâneo: • FC: 60-70; • Modo: fixo (inicialmente); • Output: 10 a 20% acima do limiar; • Precisa de sedação. → MP transvenoso; Mairon Mateus Machado Cardiologia → MP definitivo. Parada Cardiorrespiratória → Definição: “cessação súbita da atividade cardíaca que provoca irresponsividade, respiração anormal e ausência de circulação”; → Diagnóstico: irresponsividade, respiração agônica ou apneia, ausência de pulso em grandes artérias; * Se checar pulso → 10s. Basic Life Support (BLS) → ABCD • Airway; • Breathing; • Circulation; • Defibrillation. → Ordem: 1) Circulation: iniciar compressão torácica; - “Push hard (5-6cm), push fast (100- 120/min) and allow recoil”; 2) Airway: abrir via aérea; 3) Breathing: 2 ventilações; - 30 compressões para cada 2 ventilações; 4) Defibrillation: se ritmo for chocável: choque único monofásico (360J) ou bifásico (200J). Após choque, voltar para RCP. → Se paciente ainda estiver em PCR → ACLS Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS) 1) VA avançada; a. Não respeita 30:2; b. Compressão 100-120/min; c. Ventilar 10x/min (1x a cada 6s); d. Trocar a cada 2 min. 2) Acesso venoso; 3) Tratar arritmia; a. Ritmos chocáveis: FV e TV sem pulso; i. Conduta: desfibrilar (de novo) + RCP + adrenalina. ii. Se persistir: desfibrilar + RCP + amiodarona ou lidocaína. b. Ritmos não chocáveis: assistolia e AESP. Mairon Mateus Machado Cardiologia i. Na assistolia = protocolo da “linha reta” → cabos, ganho, derivação; ii. Adrenalina + RCP → checagem. 4) Identificar e corrigir causas; a. Hidrogênio (acidose); b. HiperK/HipoK; c. Hipovolemia; d. Hipotermina; e. Hipóxia; f. TEP; g. Toxinas; h. Tamponamento; i. Tensão pneumotórax; j. Trombose coronariana (IAM). 5) Cuidados pós parada. a. SatO2 92-98% com menor FiO2 possível; b. PAs > 90 / PAM >= 65.
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