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Diagnóstico Pré-Natal 1 Diagnóstico Pré-Natal Por que é feito? 3-4 em cada 100 crianças nascem com malformações congênitas; 1 em 300 nasce com retardo mental; 1 em 600 nasce com doenças metabólicas. Definição O diagnóstico pré-natal é um procedimento médico multidisciplinar que visa diagnosticar precocemente problemas de natureza ambiental ou genética que possam causar alterações do bem estar do desenvolvimento fetal ou pós-natal. Objetivos Tratamento pré-natal de algumas doenças congênitas; Interrupção da gestação no caso de diagnóstico de doenças letais (ex.: anencefalia); Tranquilização dos pais em caso de resultado negativo. Prevenção A prevenção primária começa antes da mulher engravidar. É simples, barata e muito eficaz, mas, infelizmente, mais da metade das gestações ocorrem sem planejamento familiar; Um casal jovem, saudável e não consanguíneo procura o médico obstetra pois deseja engravidar. Eles perguntam ao médico se é possível fazer exames para detectar doenças genéticas durante a gestação → Existe! Conselhos (antes da mulher engravidar) 1. Previna-se contra possíveis ISTs, pois elas também podem causar doenças para o feto; 2. Tente completar sua prole enquanto é jovem (20-35 anos), pois extremos de idade trazem riscos; 3. Faça exame pré-natal, pois ele permite o diagnóstico precoce de doença materna e possibilita tratamento antecipado; 4. Vacine-se contra rubéola antes de engravidar, pois pode causar defeitos congênitos ao feto; 5. Não use remédios sem indicação obstétrica, pois eles são importante causa de anomalias congênitas; 6. Evite bebidas alcoólicas (não é o alcoolismo que causa problemas, mas sim o álcool); 7. Questione o médico se sua ocupação pode causar algum problema ao feto; 8. Não fume, pois os componentes do cigarro, que a gestante recebe pelo pulmão, o bebê recebe diretamente pelo sangue e em maior quantidade; 9. Alimente-se com substâncias nutritivas, pois tanto a mal nutrição quanto a obesidade podem causar problemas; 10. Comece a usar o ácido fólico antes de engravidar, pois é barato, protege a mãe e o bebê de alguns defeitos Diagnóstico Pré-Natal 2 congênitos. Programa de Rastreamento de Doenças Genéticas no Período Pré-Natal → Utilizado para rastrear doenças em casais sem fatores de risco (extremos de idade, história familiar de doenças genética); → Programas de rastreamento objetivam diagnosticar as doenças mais frequentes e que possuem impacto importante. 1ª etapa: rastreamento das doenças cromossômicas (trissomias) → Síndrome de Down (trissomia 21), Síndrome de Patau (trissomia 13) e Síndrome de Edwards (trissomia 18). Exames complementares utilizados: Testes bioquímicos no sangue materno: os exames bioquímicos Beta HCG e PAPP-A são proteínas produzidas pela placenta e seus níveis podem se alterar caso seja um feto com trissomia do 13, 18 ou 21; Teste ultrassonográfico do 1º trimestre: ultrassom morfológico do 1º trimestre realiza o teste da transluscência nucal (entre 11 e 13 semanas pode estar aumentada em doenças cromossômicas), o tamanho do osso nasal e a análise do ducto venoso, que podem estar alterados nos fetos com trissomias ou monossomias; Teste pré-natal não invasivo (NIPT): análise de DNA das células fetais obtidas por meio do sangue materno (permite observar se há trissomia do 13, 18 ou 21); Confiabilidade de 98% → não é 100% (NÃO CONFIRMA DIAGNÓSTICO); Exame caro para ser realizado e planos de saúde não cobrem. Exame de cariótipo: exame invasivo realizado nas células das vilosidades coriônicas ou do líquido amniótico. DIAGNÓSTICO DE CERTEZA. Situações 1ª combinação: exames bioquímicos + exames ultrassonográficos → SE POSITIVO → cariótipo; 2ª combinação: exames bioquímicos + exames ultrassonográficos → SE POSITIVO → NIPT → SE POSITIVO → cariótipo; 1ª e 2ª combinações → plano cobre os exames. 3ª combinação (mais moderna): exames ultrassonográficos + NIPT (com 11-13 semanas de gestação) → SE POSITIVO → cariótipo. Problema para implementação → NIPT é muito caro e planos não cobrem. → Em alguns estados, o SUS cobriria os exames, mas nem sempre funciona (”pra inglês ver”). 2ª etapa: rastreamento dos defeitos de fechamento do tubo neural e outras doenças Ultrassom morfológico de 2º trimestre (a partir de 18 semanas); Não analisa sinais específicos, mas sim os órgãos já formados; Alguns achados possíveis: anencefalia, meningomielocele, malformações do SNC, cardiopatias congênitas, defeitos do trato urinário, fenda lábio palatina, displasias ósseas e outras. → No entanto, NENHUM EXAME É CAPAZ DE DIAGNOSTICAR TODAS AS DOENÇAS! Mesmo com exames normais, pode nascer com alterações. Situações em que Há História Clínica Prévia Diagnóstico Pré-Natal 3 Doenças Cromossômicas Diagnóstico pré-natal citogenético; Necessário fazer cariótipo (exame invasivo) → a partir de células da vilosidade coriônica, do líquido amniótico ou do sangue fetal; Risco de 1:300 de perder o bebê pela realização do exame. Indicações Casais que já tiveram outra criança com doença cromossômica (mesmo que tenha sido trissomia; a menos que tenha sido síndrome de Turner); Relembrando: risco de 1% de recorrência de trissomia livre; Na síndrome de Turner, recorrência familiar é raro → costuma ser caso esporádico (não tem indicação de exame). Casais onde um dos cônjuges é portador de translocação balanceada; Alteração nos testes de rastreamento para doenças cromossômicas; Presença de malformações observadas na ultrassonografia gestacional. Doenças Multifatoriais Indicações História familiar de defeito do fechamento do tubo neural → US morfológico do 2º trimestre; Não é indicado exame de DNA (não se sabe os genes envolvidos). História familiar de cardiopatia congênita isolada → US morfológico do 2º trimestre e ecodoppler; História familiar de fenda lábio palatina isolada → US morfológico do 2º trimestre; Objetivo não necessariamente é interromper a gestação, mas, como É UM DIREITO DOS PAIS, pode servir para melhor preparação dos pais. Doenças Monogênicas História de doenças autossômicas recessivas (pais possuem gene); Não existe exame que diagnostique todas as doenças (nem mesmo o exoma); Os exames moleculares teriam que ser feitos a partir do DNA do bebê (material de células do bebê - vilosidade coriônica, líquido amniótico ou sangue fetal); Exames enzimáticos: pais que já tiveram criança anterior com erro inato do metabolismo podem dosar enzimas nas células do bebê (retirados dos mesmos locais acima); NIPD (Non-Invasive Prenatal Diagnosis) Exame genético que possibilita o diagnóstico de anormalidades genéticas e doenças hereditárias por meio da análise do DNA do bebê em sangue fetal; Por enquanto, só está disponível para mulheres de gravidez de alto risco; Especialistas acreditam que irá substituir totalmente os exames invasivos; Risco de perda fetal é ZERO! Como é feito: Coleta do sangue venoso materno → possibilita analisar fragmentos do DNA do feto no sangue da mãe (é possível separar) → realizam análises genéticas para determinadas mutações. Indicações Pais portadores de mutação para doença de Tay-Sachs (erro inato do metabolismo, risco de 25% de recorrência) → possibilidade de dosar enzima em células fetais; Mãe portadora do gene de distrofia muscular de Duchenne → PCR das células fetais; Pais portadores da mutação para fibrose cística → PCR ou sequenciamento das células fetais; Um dos pais é portador de mutação para doença de Huntington → PCR das células fetais. Diagnóstico Pré-Implantacional (PGD) Técnica usada durante a reprodução humana assistida que investiga alterações genéticas em embriões in vitro durante diferentes estágios de seu desenvolvimento e seleciona os embriões livres de alterações genéticas para implantação uterina. Etapas 1. Retirada do óvulo e do espermatozoide → fertilização in vitro; 2. Biópsia do embrião e retirada de células aos 5 dias de vida; Utilizações Análise de aneuploidias (trissomias); Análise derearranjos cromossômicos (translocações); Análise de doenças monogênicas com mutações conhecidas (ex.: Doença de Tay-Sachs). Diagnóstico Pré-Natal 4 3. Análise genética das células retiradas de cada embrião; 4. Coloca-se embrião saudável no útero materno. * Embrião com alterações é armazenado por até 30 anos (é proibido o descarte) → após 30 anos, pais doam o embrião para pesquisas. Limitações Não consegue analisar todas as doenças genéticas; Exame bastante caro quando comparado aos outros (SUS não cobre); Após a implantação, a chance de perda do embrião é grande.
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