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GENÉTICA - 2º SEMESTRE

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1 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
GENÉTICA MÉDICA 
14.08.2019 – TECNOLOGIAS APLICADAS À GENETICA MÉDICA 
• A indicação correta de um exame aumenta o sucesso do diagnóstico. 
• O impacto de solicitar o teste e do seu resultado no âmbito familial, psicológico, legal, ético e 
moral devem ser considerados por ocasião da indicação dos testes genéticos. Paciente deve estar 
preparado para receber os resultados dos exames, cada paciente é um e deve ser tratado de 
maneira individual. Os testes são limitados, podem ser negativos hoje, mas o paciente pode vir a 
desenvolver o gene no decorrer da vida 
• Importância dos testes genéticos em medicina: atualmente, quase 3 mil doenças são 
diagnosticadas por testes moleculares. Prevenção/diagnostico diferencial 
 
• Perfil dos testes genéticos: 
- Testes de diagnóstico: identificam mutações que causam os sintomas 
Paciente tem sintomas e manifestação clínica, teste vem com o resultado esclarecendo os 
sintomas 
- Teste preditivo: realizado ainda na ausência dos sintomas 
Paciente não tem sintomas, quer apenas saber se tem pré-disposição a alguma doença 
(Alzheimer, câncer) 
- Para muitas doenças, os testes genéticos são a única forma de fazer o diagnóstico preciso e 
evitar a realização desnecessária de exames 
- Os testes genéticos ajudam os médicos a escolher a terapia e o apoio mais adequado para o 
paciente 
- No caso de algumas doenças (ex: diagnóstico de câncer hereditário) uma boa vigilância e uma 
intervenção precoce podem salvar a vida de um paciente 
- Os resultados podem ser uteis para o planejamento familiar 
 
• Importância dos testes genéticos: 
- PORQUE FAZER: diagnostico diferencial 
 precisão diagnostica 
 aconselhamento genético 
 início precoce do tratamento 
 redução de gastos desnecessários 
 
- QUANDO FAZER: prevenção e tratamento de doenças crônicas 
 diagnostico de doenças infecciosas (paciente HIV positivo, saber se tem ou 
não vírus, bactéria, fungos) 
 orientação para administração de medicamentos 
 screening de recém-nascidos (não ter mais teste do pezinho no futuro - falso 
negativo) 
 decisões reprodutivas (testes pre-implantacionais PGD) (fecundação in vitro 
e implantar embrião sem doença de histórico familiar) 
 tipagem e transplante de órgãos (teste mais antigo - HLA) 
 medicina forense (descobrir quem é ou não culpado) 
 
• Exames de genética molecular: 
- Cariótipo (banda G) 
- FISH 
- PCR 
- MicroArrays 
- CGHarrays 
- Sequenciamento Sanger 
- Sequenciamento NGS 
- Exoma 
- SNEP Array (em maiores regiões) 
 
2 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
 
1. CARIOTIPO (BANDA G) 
- Padrão ouro (mais barato e mais usado, visando cromossomos) 
- Análise dos cromossomos em metáfase (anomalias cromossômicas: trissomia 21, trissomia Patous, 
Turner, Claifelter) 
- Diagnostico: 
• alterações fetais (pré-natal) 
• malformações congênitas 
• aconselhamento genético 
• doenças cromossômicas 
• tratamento e prognostico de doenças onco-hematologicas 
 
- Reprodução humana, medicina fetal, genética humana, neonatologia, pediatria, neurologia, 
dermatologia, hematologia, oncologia + usam cariótipo 
- Indicações: 
• pediatria, ginecologia (genitália ambígua), obstetrícia, neurologia (retardo mental), urologia 
(ausência de um testículo), endocrinologia (menorreia primaria) 
Ex: Homem com transplante de medula de uma mulher apresenta cariótipo 46 XX e significa que deu 
certo, se aparecer 46 XY o transplante não está dando mais certo. 
 
2. FISH 
- Parte do DNA com mutação (500 pares de base é um pedaço muito pequeno) 
- Hibridização in situ 
- Porções de cromossomos hibridizados com sondas de DNA (fragmentos complementares) fluorescentes 
- Maior especificidade que o cariótipo (detecta anomalias cromossômicas que não são detectáveis pelos 
métodos de estudo citogenéticos convencionais) 
Sonda ou primer: pequeno fragmento de DNA ou de RNA desenhado nos laboratórios e utilizados em 
técnicas de hibridização (ligar) para identificação de um determinado fragmento gênico, se ligar é porque 
há alteração no fragmento. 
Ex: DNA paciente afetado A C C T Primer: T G G A 
 DNA paciente saudável A G C T 
O primer é sempre específico para uma única mutação, se ele se ligar e emitir fluorescência é porque o 
paciente é afetado. 
Cura doenças em laboratório, cortando as partes do DNA mutadas e substitui por DNA normal, mas 
clinicamente não pode ser usado. 
- Identifica: 
• SNPs (tipo mais comum de variação genética, relacionada a mutação ou polimorfismo de 1 único 
nucleotídeo ao longo do DNA) 
• mutações cromossômicas (deleções, duplicações, inserções, translocações) 
 
Deleção positivo no fish e negativo no cariótipo: Para ser positivo no cariótipo o cromossomo deve 
apresentar mais que 500 bases alteradas. 
 
3 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
 
- Diagnostico: 
• leucemias 
• síndromes cromossômicas (sexual, down, patous, eduards, turner) 
• causas de abortos espontâneos 
 
- Painting: 
• tipo de teste FISH 
• usa sonda não só para uma área específica, pinta o cromossomo todo como porções de braços 
curtos e longos 
• Exemplo: corando apenas os telômeros que são perdidos em doenças do envelhecimento 
 
3. PCR 
- Reação em cadeia da polimerase (enzima) é usada na replicação do DNA, adicionando as fitas 
complementares 
Uma molécula de DNA desnaturada (de dita dupla para fita simples): 
5’ ----------- 3’ (DNA) 3’ ---------- 5’ (DNA) 
3’ ---------- 5’ (primer antisense) 5’ --------- 3’ (primer sense) 
 
DNA polimerase desnatura novamente e completa a fita... aumentando os fragmentos do DNA, como se 
fosse uma reprodução dos fragmentos de DNA. 
- Técnica que permite a amplificação de fragmentos de DNA de interesse → milhões de copias do 
fragmento de interesse 
- PCR serve como técnica precursora para muitas outras que podem ser realizadas a partir dela, exceto 
para o FISH. 
- Indicações: 
• ampliação de DNA ou RNA 
• pré-requisito para outras técnicas (dependentes da amplificação) 
• identificação de SNPs ou grandes mutações (deleções, inserções, duplicações) 
• alta sensibilidade e especificidade 
• baixo custo (R$ 22,00) 
 
4 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
 
 
 
4. CGH ARRAYS (hibridação genômica comparativa) 
- Toda hibridização precisa de um primer ou sonda 
- DNA de um paciente (DNA controle) é comparado com DNA saudáveis e outros DNA doentes 
- Supre limitações do cariótipo 
- Painel genético: grande número de mutações e polimorfismos ao mesmo tempo, pode avaliar até 96 
doenças com apenas um teste de CGH 
- Indicações: 
• doenças causadas por ganho ou perda de funções dos genes (PERDE = gene sofre deleção, GANHO 
= gene sofre duplicação) 
• pesquisa número de mutações e polimorfismo 
• suspeita clínica conhecida 
 
- Diagnostico de anormalidades cromossômicas/genicas: 
• atraso de desenvolvimento não identificado 
• deficiência intelectual 
• defeitos congênitos 
• autismo (painel específico para todos os tipos de autismo) 
 
- Ex: Síndrome de Rett – duplicação Xq28 
SNP ARRAY: baseia-se na avaliação de polimorfismos 
CGH ARRAY: baseia-se na comparação 
 
5. SEQUENCIAMENTO DE SANGER 
- Projeto genoma → importante todos os resultados são predições 
- Sequenciamento: leitura de todas as bases, uma por uma de um determinado fragmento 
- Não consegue fazer todo DNA de uma única vez por isso surgiu o NGS 
6. NGS (sequenciamento de nova geração) 
- Sequenciamento de uma vez só 
 
5 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
- Interpretação dos dados é difícil, por isso é necessário um informata para analisar até 50 mil genes de 
uma única vezem uma pessoa apenas 
- Indicações: 
• Descobertas de rearranjos gnômicos em tumores 
• Genômica funcional 
• Análise do transcriptoma em larga escala 
• Testes de diagnósticos moleculares 
• Variação genética 
• Descoberta de vacinas 
• Testes pré-implantação 
 
7. EXOMA 
- Faz a leitura de todos os éxons (porção do gene que codifica a proteína e se expressa) de uma pessoa 
- Avalia mais de 20 mil éxons 
- Detecta doenças genéticas raras de forma rápida e custo-efetiva (R$ 9 MIL) 
- Ponto negativo: altíssimo custo 
- Ponto positivo: utilizado em casos onde existem diversos sintomas, mas nenhum dos exames anteriores 
foi conclusivo 
- Indicações: 
• Doença de caráter genético já investigado por outra metodologia 
• Apresentações clínicas atípicas 
• Doenças raras 
 
21.08.2019 – AGENTES TERATOGÊNICOS 
- Má formação fetal ou desenvolvimento anormal 
- Efeito adverso dos fatores ambientais no desenvolvimento pré-natal (desequilíbrio que leva à má 
formação) 
- Teratógeno: qualquer fator ambiental que possa produzir uma anomalia permanente na estrutura e na 
função, restrição de crescimento ou morte do embrião ou do feto. 
• Agente teratogênico: 
- Químico: drogas, medicamentos, álcool, formol, poluição 
- Físico: radiação 
- Biológico: infecção (Sífilis, Toxoplasmose) 
• Dose: quantidade que a paciente entrou em contato 
• Frequência: quantas vezes entrou em contato 
• Momento gestacional: qualquer período da gestação é suscetível à agentes teratogênicos, 
principalmente na 3ª a 4ª semanas devido à formação do embrião 
• Forma de exposição: comprimido, creme etc. 
• Teratologia: estudo dos “monstros” 
 
- Malformações são causadas por: 
• 40% multifatorial 
• 25% desequilíbrio cromossômico 
• 20% defeitos monogênicos 
• 10% variantes do número de cópias 
 
6 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
• 5% teratógeno 
 
- Placenta e sua influência sobre o mecanismo teratogênico: 
• Meio ideal de troca de gases, nutrientes e comunicação ente mãe e feto 
• Barreira seletiva 
• Transporte 
• Sítios receptores para compostos endógenos e xenobióticos 
• Bioconversão em metabólitos com atividade teratogênica 
 
- Períodos gestacionais: 
• 1ª a 8ª semana: período embrionário 
- Período mais crítico para erros, principalmente na 3ª e 4ª semana 
• 9ª a 38ª semana: período fetal 
 
- AGENTE TERATOGÊNICO: 
• Distúrbio na morfogênese 
• Retardo do crescimento intrauterino 
• Prejuízo intelectual 
• Prejuízo da função de tecidos e órgãos 
• Perda precoce da gestação 
 
- Há 5 milhões de substâncias químicas diferentes, mas apenas 1500 foram testadas em animais e 30 são 
comprovadamente teratogênicas ao ser humano 
- “Não existe droga comprovadamente segura para o feto em desenvolvimento na espécie humana.” 
- CATEGORIAS – FDA 
• Dificuldade de se estabelecer, com precisão a ação e a repercussão das drogas. 
• 3% das substâncias em uso: estudadas quanto a teratogênese e são 40% teratogênicas. 
• FDA distribuiu medicamentos categorias: A, B, C, D e X. 
 
Categoria A: Drogas que não demonstraram risco para o feto no primeiro trimestre, nem nos outros 
trimestres, sendo remota a possibilidade de causar dano fetal. Mais indicado. 
Categoria B: Drogas que, em estudos de reprodução animal, não demonstraram risco fetal mas não 
possuem estudos controlados em mulheres grávidas. 
Categoria C: Drogas que, em estudos de reprodução animal, demonstraram efeitos adversos no feto 
(teratogênicos, embriocidas ou outros efeitos) e não há estudos controlados em mulheres. As drogas 
desta categoria só devem ser administradas se o benefício potencial justificar o risco paro feto. Não é 
usado, é a maioria dos anti-hipertensivos (Captopril, Inalapril, Losartana). 
Categoria D: Drogas em que há evidência positiva de risco fetal humano, mas os benefícios para a 
mulher grávida podem ser aceitáveis apesar do risco, como, por exemplo, em doenças graves ou que 
ameaçam a vida, e para as quais não existam outras mais seguras; na literatura e bula destas drogas, 
deve ser registrado um AVISO do seu risco potencial. Usado apenas se não há outra opção, 
anticonvulsivante por exemplo. 
Categoria X: Drogas que em estudos animais e em pacientes humanos demonstraram anormalidades 
fetais, e o risco do seu uso, em mulheres grávidas, não justifica qualquer benefício possível. As drogas 
desta categoria são contraindicadas em mulheres grávidas ou que ficarão grávidas. Não é usado, 
Roacutan por exemplo. 
 
7 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
- AGENTE TERATOGÊNICO – GESTANTES: 
• 82% das grávidas utilizam 4 ou mais fármacos durante a gestação (excluídas vitaminas). 
• 65% das grávidas utilizam-se de medicamentos não prescritos/indicados por profissionais de 
saúde. 
• Principais queixas: 
- Dores 
- Indigestão 
- Náuseas 
- Vômitos 
- Febre 
- Edema 
- Infecções 
- Depressão 
 
• Exemplos: 
- Omeprazol (C) 
- Aspirina (primeiros trimestres C e último trimestre D) 
- Diclofenaco: Voltaren/Cataflan (terceiro trimestre D) 
- Talidomida (X) a malformação vai depender do dia que o medicamento foi ingerido, pode 
ocorrer em membros, olhos etc. 
 
- AGENTES TERATOGÊNICOS – QUÍMICOS: 
• Hidro e Microcefalia 
• Ponte Nasal Deprimida 
• Hipoplasia Córtex 
• Risco de Aborto 
• Hipoplasia na mão por uso de Dilantina (anticonvulsivante) 
• SFA: Síndrome fetal alcóolica: 
- Nenhuma dose é segura 
- Retardo no crescimento pré e pós-natal. 
- Anomalias faciais (filtro longo e apagado, lábios finos, fissuras na pálpebra, nariz pequeno) 
- Disfunção do SNC 
- Dificuldade comportamentais e de aprendizado 
 
- AGENTES TERATOGÊNICOS – BIOLÓGICOS: 
• TORCH: conjunto de infecções que se transmitem da mãe para o filho durante a gravidez. 
- Toxoplasmose 
- Outras infecções (Sífilis, HIV, HBV*, LCM**) 
- Rubéola 
- Citomegalovírus 
- Herpes simples 1 e 2 
*O Vírus da Hepatite B não cruza a placenta, a não ser que haja algum tipo de rompimento da 
barreira materno fetal, tal como sangramentos ao nascimento ou amniocentese 
**Coriomeningite linfocítica 
• Citomegalovírus: 
- 10-20% dos recém nascidos têm manifestações clínicas, maior risco no período inicial da 
gestação 
- Restrição de crescimento, microcefalia, hepatoesplenomegalia (aumento do baço e do 
fígado), petéquias, icterícia, anemia, entre outros. 
- Surdez, deficiência intelectual e prejuízo visual 
• Toxoplasmose: 
- Hidrocefalia e microcefalia (desnutrição meningoencefálica) 
- Perda visual em 90% 
 
8 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
 
• Rubéola (síndrome da rubéola congênita): 
- Exposição da mãe antes da 8ª semana de gestação: Oculares (catarata, microftalmia), SNC 
(hidro ou microcefalia), cardiovasculares (malformação do arco aórtico) e surdez 
 
- AGENTES TERATOGÊNICOS – FÍSICOS: 
• Radiação Ionizante: 
- Radiação e radioterapia 
- Material radioativo 
- Radiografias simples não apresentam risco grande 
- Morte ou lesão cromossômica 
- 8ª a 15ª semanas é período mais crítico 
- Deficiência intelectual, microcefalia e retardo de crescimento 
 
- AGENTE TERATOGÊNICOS – SAÚDE DA MÃE: 
• Diabetes Melito (desordem glicêmica - diabetes gestacional não controlada): 
- Restrição de crescimento 
- Defeitos faciais e neurais 
- Cardiopatia congênita 
- Agenesia (ausência) de sacro 
- Maior risco de aborto no primeiro trimestre 
- 3ª a 8ª semanas é período mais crítico 
 
28.08.2019 – DISMORFOLOGIA DAS DOENÇAS CONGÊNITAS 
Dismorfologia: 
• Medicina baseada em evidência 
• Alteração na forma 
• Estudo da morfogênese anormal, proveniente de erros embrionários/fetais = defeitos 
congênitos/anomalia congênita 
- nasce com, pode ser identificado no nascimento ou ao longo do desenvolvimento 
• Estuda o paciente verificando todas as más formações 
• 3% a 5% dos recém-nascidos com alta índice de morte infantil 
 
Etiologia do defeito congênito: 
- Causas: 
• mecanismos ou danos embriológicos 
• genéticos 
• teratogênicos 
• maior causa ainda é desconhecida devidoàs informações dadas pela mãe 
 
Depende de diagnóstico feitos por especialistas de todas as especialidades (geneticista, pediatra, 
ginecologista, neurologista, endocrinologista, ortopedista, cardiologista, ...), além de exames 
complementares (tomografia, radiografia, ressonância, sangue, bioquímicos, ...) 
- Ênfase no diagnóstico: 
• benefícios do diagnóstico precoce: 
- quanto antes feito, menores as sequelas 
- evita futuro desconforto e futuras investigações 
- modificação sobre o quadro 
 
9 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
- pais devem saber o que esperar do caso da criança 
- prognóstico 
- possibilidade de recorrência 
- aconselhamento genético como prevenção 
- notificações de doenças raras 
 
- Levar em consideração o histórico: 
• Familiar (casa, trabalho, alimentação) 
• Pré concepção 
• Gestacional (uso de medicações, problemas dentais, radiografias) 
• Do nascimento (choro, respiração) 
• Médico 
 
- Exame clínico: 
• Não invasivo, sem dor 
• Paciência e experiencia, observar todo o corpo, parte por parte 
• Iniciar de qualquer parte do corpo 
• Aspecto físico e comportamental 
• Examinar tudo, com detalhes e medidas 
 
Alterações congênitas: 
➔ DEFEITOS CONGÊNITOS 
• crescendo em importância nos últimos anos devido a diminuição de óbitos por 
doenças infecciosas e aumento de mortes por defeitos congênitos 
• de 6 a 8 em cada 1000 crianças 
• gravidades diferentes: 
- simples e corrigíveis (má formação de orelha, por exemplo) 
- graves e incuráveis 
- incompatíveis com a vida (morte) 
• identificação de defeitos congênitos é rotina de berçário (24horas) 
Características: 
• herdados ou esporádicos 
• aparentes ou ocultos 
• macroscópicos ou microscópios 
 
Avaliação genética é necessária quando a 
• má formação tem relação com a genética dos pais 
• quando não se sabe a etiologia da má formação 
• quando a má formação condiz com alterações no DNA 
 
Abordagem diagnóstica: 
• histórico, físico e etiologia 
• fisiopatogenia (tipos de defeitos congênitos): 
- malformação 
- deformação 
- disruptura 
- displasia 
• anomalias múltiplas: 
- síndrome 
- associação 
- sequencia (alteração em um lugar e foi acontecendo outras alterações a partir disso) 
 
10 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
Classificação: 
• NÚMERO: 
- isolada 
- associada 
• MORBIDADE E REPERCUSSÃO CLÍNICA: 
- menores (ouvido interno desenvolvido, mas ouvido externo com malformação) 
- maiores (ausência de membro, tetralogia de Fallot) 
• FISIOPATOGENIA: 
- malformação 
- deformação 
- disruptura 
- displasia 
 
➔ MALFORMAÇÃO: anomalia morfológica congênita de um órgão ou parte do corpo, resultando 
em desenvolvimento intrinsicamente anormal 
Exemplos: 
- sem calota craniana (maior, muito grave) 
- não ocorre fechamento do abdome e o intestino fica para fora do corpo (maior, muito grave) 
- não fechamento do tubo neural (ácido fólico reduz ocorrência, usado nos primeiros meses de 
gestação) 
- malformação de dedos (cariótipo, síndrome) 
- malformação facial e dentes 
- malformação arteriovenosa 
- atresia de esôfago (maior) 
- polidactilia 
- pé torto: associado a síndrome genética 
- Se achar uma malformação é necessário fazer exames para saber se é isolada ou associada 
 
➔ DEFORMIDADE: alteração da forma ou posição de uma parte do corpo ocasionada por forças 
mecânicas anormais no período fetal, feto fica impedido de crescer 
Exemplo: 
- artrogripose: usa barriga como apoio para carregar coisas 
- aumento do líquido na placenta 
- causa contraturas no bebe 
 
➔ DISRUPTURA: destruição de tecido fetal normal insubstituível. 
- pode resultar de insuficiência vascular, trauma ou teratógenos 
Exemplo: 
- brida amniótica: ruptura parcial do saco amniótico, fiapos que se enrolam no feto ocorrendo 
compressão dos membros enrolados 
- cordão umbilical se enrola em uma parte do feto e causa necrose 
 
➔ DISPLASIA: alteração progressiva de um tecido ou órgão 
- células alteradas 
- podem predispor ao câncer ao longo do tempo 
Exemplos: 
- displasia cerebral, nos ossos, na íris 
- displasia ectodérmica congênita (Síndrome de Kid): varias manchas no corpo que aumentam 
na adolescência, surdez, vascularização e córnea afetada, degeneração maligna 
- hemangioma: alteração a nível celular que podem desencadear tumores 
 
Exemplos de anomalias congênitas: 
• Cardiopatia congênita: 
 
11 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
- malformação maior 
- 10 em cada 1000 nascimentos 
- avaliar sistema musculo esquelético, SNC, urinário, TGI 
- maioria é associada 
- ducto arterial persistente ou patente: comunicação entre artéria aorta (pressão maior) e 
artéria pulmonar (pressão menor) = hipertensão pulmonar e necessidade de transplante 
pulmonar (sopro = alteração na ausculta); 
 
• síndromes: filtro nasal (quanto mais raso for, maior a chance de estar associado a alteração), 
lábio superior (quanto mais fino o lábio superior, maior a chance de associação), levar em 
consideração a genética dos pais 
- Síndrome de Down: possuem pregas epicanticas (pálpebra superior desce e continua), linha 
simiesca (linha reta na palma da mão) 
 
• Micrognatia: alteração no osso da mandíbula (maior), alteração na deglutição, engasgos. 
 
• Disostose crânio-faciais: malformações ósseas 
 
• Macrocefalia: 
 
• Síndrome da face assobiadora: contratura da face 
 
• Fenda lábio palatina: vários graus de severidade 
 
• Gêmeo parasita: um é absorvido pelo outro (deformidade) 
 
 
04.09.2019 - GENÉTICA DAS DOENÇAS COMUNS 
DOENÇAS COMUNS: 
Causadas por mutações cromossômicas 
• Falta ou excesso / estrutura 
• 6 por 1000 nascimentos 
 
Causadas por mutações monogênicas 
• Um único gene mutado 
• Albinismo 
• 10 por 1000 nascimentos 
 
Herança multifatoriais 
• Muitos genes mutados por vários fatores como (vários genes + ambiente = fenótipo) 
• Doenças consideradas complexas 
• 50 para 1000 nascimentos 
• Alta incidência 
• Podem ser desenvolvidas na infância ou na fase adulta 
 
 INTRODUÇÃO: 
Doenças Comuns ou Doenças Complexas = Multifatoriais 
Princípios da Herança Multifatorial: 
 
12 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
• Poligênico (vários genes) 
• Fatores ambientais envolvidos (primordial pois afeta o fenótipo) 
 
Princípio Mendeliano de segregação 
• Passa de geração em geração 
 
Quanto mais fatores ambientais 
desfavoráveis e genes predispostos, 
maior será a probabilidade de 
desenvolver a doença 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA HERANÇA MULTIFATORIAL: 
• Variabilidade genética sem identificação de um mecanismo unifatorial. 
• Estudos familiares que indicam maior riscos em parentes afetados. (proporção vai diminuindo 
no decorrer da prole) 
• Fatores ambientais com influencia no fenótipo. 
 
Fatores ambientais: 
• Alimentação 
• Radiação 
• agentes teratogênicos 
• agentes biológicos, químicos, físicos 
• poluição 
• estresse 
 
Congênitos (adquire no decorrer da vida): malformações 
• Estenose de piloro = hipertrofia na região do estomago para o duodeno, dificuldade de passagem 
do bolo alimentar 
• Fissura labial ou do palato 
• Pé torto 
• Defeitos do tubo neural 
 
 
 
13 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
 
Doenças de 
manifestação 
tardia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Riscos de Recorrências e Padrões de Transmissão: 
• Mais complexa que doenças monogênicas 
• Número de genes / Efeitos ambientais 
• Variação entre populações 
 
Monogênica x Multifatorial: 
• Penetrância incompleta 
• Expressividade variável 
• Dificuldade de identificação e 
classificação 
• Maior risco em familiares 
 
 
Doenças crônicas não transmissíveis 
Grupo mais prevalente de doenças genéticas. 
Maioria dos óbitos (Brasil) foram atribuídos a doenças cardiovasculares, doenças respiratórias 
crônicas, diabetes e câncer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
DOENÇAS MULTIFATORIAIS - ADULTO 
Doenças Cardiovasculares 
• Maior índice de óbitos 
Exemplos: 
HipertensãoArterial Essencial (Primária): elevação da pressão arterial de modo constante, sobrecarga 
hemodinâmica, fluxo sanguíneo aumentado, PA aumentada, vasoconstrição 
• 30-50% herança familiar (diastólica e sistólica). 
• 60% herança para gêmeos. 
• Ambiente: redução de atividade física, dieta rica em sódio, estresse psicossocial, obesidade, sexo, 
idade, massa corporal, genes suscetíveis 
 
Doença arterial coronariana 
Cardiomiopatia – IC 
Fatores Ambientais: fumo, dieta rica em gordura/sódio e práticas de exercícios físicos em 
excesso/sedentarismo. 
Hipercolesterolemia familiar: alto índice de colesterol de herança de genes 
• Doença arterial coronariana 
• Aumento nos lipídios = dislipidemias 
• Genes que codificam receptores de colesterol LDL e HDL 
• Colesterol total elevado 
• Tentem a ter LDL elevado = faz deposição de colesterol nos vasos 
• Tendem a ter HDL baixo = ajuda na limpeza dos vasos 
• 2/3 síntese endógena de colesterol pelo fígado 
• 1/3 síntese exógena de colesterol pela dieta 
• Genes autossômicos dominantes 
• Deposição de colesterol obstrui os vasos = aterosclerose 
• Artérias coronárias são mais suscetíveis = infarto agudo do miocárdio 
• Não tem como reverter, tem como estacionar 
• Pode causar xantomas = massas de deposição de gordura 
 
Diabetes tipo II 
• Hiperglicemia constante 
• Resistência a insulina (insulina presente que não responde aos tecidos) 
• Quadro de hiperinsulinemia e falência de insulina se não tratado 
• Genes de resistência a insulina, de fadiga de células beta e de alteração na qualidade de células 
beta 
• Genótipo de resistência, de deficiência e de falha 
• Fatores: obesidade, alimentação rica em glicose, sedentarismo 
 
Neoplasias: células que se proliferam de maneira desordenada e rápida 
• Segunda causa de óbitos 
• Hereditários + Ambientais + Somáticas 
• Mama, cólon, próstata e ovário 
• Idade precoce, com exceção de leucemia, tem forte caráter hereditário 
 
Câncer Mamário: crescimento desordenado 
 
15 VERÔNICA TREVIZAN LAGNI – TVII A 
• Casos familiares (primeiro grau):aumento do risco 
• Genes envolvidos: BRCA1, BRCA2 e PTEN. 
• Fatores Ambientais: nuliparidade (não tem filho), nascimento do filho após 30 anos de idade, 
dieta rica em gordura, alcoolismo, terapia de reposição hormonal (menopausa) 
 
Câncer Próstata: nutre espermatozoide, forte influência hormonal 
• Herdabilidade – 40 %. 
• Casos familiares (primeiro grau): aumento do risco. 
• Genes envolvidos: RNASEL, HOXB13, MSH2 e MLH1. 
• Ocorre compressão da uretra 
• Fatores Ambientais: dieta rica em gordura, exposição de produtos de combustão 
 
Doença de Alzheimer 
• Quadro progressivo de demência e perda de memória. 
• Precoce: Autossômica Dominante (10% dos casos). 
• Tardio: Autossômica Dominante ou sem padrão claro de herança mendeliana (casos na família) 
• Genes: pre-senilina 1, 2 (PS1 e PS2) e APP (gene) 
• Fatores Ambientais: dietas (calóricas), reposição hormonal (reduz risco no sexo feminino), 
traumas encefálicos repetitivos.

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