Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 1 / 54 Manutenção de Permutadores de Calor Wagner Pinto Cardoso MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 2 / 54 Índice 1. Conceito 2. Definição 3. Classificação dos equipamentos de troca de calor 3.1 Classificação quanto a utilização 3.2 Classificação quanto a forma construtiva 4. Codificação TEMA para permutadores casco e tubo 5. Características de permutadores de calor casco e tubo 6. Projeto de Permutadores de calor 6.1. Projeto Térmico 6.2. Projeto Mecânico 6.3. Projeto de Fabricação 7. Manutenção de Permutadores de Calor Tipo Casco e Tubo 8. Fixação e Substituição dos Tubos no Espelho 8.1. Métodos de Fixação 8.2. Mandrilamento de Tubos 8.2.1. Ferramentas para expansão 8.2.2. Alongamento dos tubos 8.2.3. Seleção do comprimento a ser expandido 8.2.4. Cálculo da expansão 8.2.5. Controle da expansão 8.2.6. Operação de Mandrilamento 8.2.7. Remandrilamento 8.2.8. Normas para uma boa expansão 8.2.9. Exemplo de cálculo de expansão 9. Limpeza de Permutadores de Calor 9.1 Hidrojato 9.2 Limpeza Química 10 Desengraxe e Passivação MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 3 / 54 1. Conceito � Permutadores de calor são equipamentos que promovem a troca de calor entre fluidos; � Permutadores de calor são equipamentos em que dois fluidos com temperaturas diferentes trocam calor através de uma interface metálica. 2. Definição Trocador ou permutador de calor é a designação genérica dos equipamentos industriais que promovem a transferência de calor entre correntes fluidas, sem a presença de chama e sem transferência de massa entre as correntes envolvidas. Portanto, fornos, caldeiras, e torres de resfriamento não fazem parte desta categoria. 3. Classificação dos equipamentos de troca de calor 3.1 Classificações quanto à utilização Os equipamentos destinados a efetuar troca de calor entre duas correntes fluidas são em geral designadas pela função que desempenham em um determinado processo. Desta maneira, são classificados em: Resfriador (Cooler): resfria um líquido ou um gás por meio de água. Refrigerador (Chiller): resfria o fluido a temperaturas abaixo daquelas obtidas quando se usa água. É empregado um fluido refrigerante como amônia, freon e outros. Condensador: resfria o vapor até a sua condensação parcial ou total. Aquecedor: aquece o fluido de processo, em geral por meio de vapor de água. Vaporizador: aquecedor que vaporiza parte ou todo o fluido de processo. Refervedor: este é um termo particular empregado para o vaporizador que trabalha acoplado ao fundo de torres de fracionamento, reevaporando o resíduo ali acumulado, no intuito de melhorar o rendimento global da destilação. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 4 / 54 Gerador de vapor: gera vapor de água aproveitando calor disponível no processo. Permutador: Este termo, embora seja utilizado para quase todos os equipamentos de troca, se aplica com mais propriedades nos casos em que os dois efeitos, resfriamento de um fluido e aquecimento do outro, são necessários e desejados no processo. 3.2 Classificações quanto à forma construtiva As formas construtivas mais empregadas na indústria de petróleo são: Aquecedor de Tanques: Equipamento empregado que utiliza vapor de água no interior da serpentina, como meio de aquecimento, cujo objetivo é manter a viscosidade do produto em um nível adequado, de forma a facilitar a seu bombeio e impedir que produtos de alto ponto de fluidez “congelem” no interior de tubulações. Existem três modelos que são mais comuns, e empregados em tanques de petróleo, óleo combustível e outros produtos que se enquadram no objetivo citado acima. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 5 / 54 Serpentina: é o tipo de aquecedor formado pela disposição de tubos no fundo de tanque, na forma convencional de serpentina. Modulado: os módulos são montados na posição vertical ou horizontal de acordo com a conveniência do projetista, em função também do tipo de teto, fixo ou flutuante. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 6 / 54 Feixe tubular: o aquecimento é realizado apenas na saída do tanque. Pelo interior dos tubos do feixe, em geral constituído de tubos em “U”, circula vapor de água, enquanto o fluido bombeado passa através do casco. Caixa Resfriadora: é o equipamento de troca de calor mais simples empregado na indústria. Constitui-se simplesmente de uma caixa metálica ou de concreto onde se mergulha uma serpentina de tubo imersa em água. É empregado basicamente para o resfriamento final de um produto, quando seu calor residual não pode ser mais aproveitado de maneira econômica para a realização de outro processo de troca de calor. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 7 / 54 Resfriador a Ar: constitui-se de um feixe de tubos aletados, através do qual o ar é forçado ou induzido a passar pela ação mecânica de um ventilador. O objetivo de utilizar os tubos aletados, está associado à necessidade de aumento de eficiência de troca de calor, haja vista, que este equipamento oferece baixo rendimento térmico. A utilização de resfriadores a ar, como alternativa para o resfriamento a água, vem sendo cada vez mais adotado em razão do crescente aumento de custo do tratamento de água, seja pelas obrigações ambientais ou pela indisponibilidade de água. Convêm observar que vazamentos que ocorram nesses equipamentos são lançados diretamente na atmosfera sem qualquer controle, muito embora, devido à grande massa de ar movimentada, a diluição é muito grande. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 8 / 54 Permutador Bi-tubular: é constituído de dois tubos de diâmetros diferentes, montados um no interior do outro, de forma a estabelecer duas áreas de passagem de fluido, e geralmente o tubo interno é aletado. Esses equipamentos apresentam, em relação a outras formas construtivas, as seguintes vantagens: � Possibilidade de operar sempre em contracorrente, o que enseja a obtenção de melhor rendimento térmico. � São adquiridos na forma de módulos, sendo montados em varias seções em série ou paralelo, de modo a atingir os requisitos de troca térmica (área de troca). � Devido ao diâmetro relativamente pequeno dos tubos, eles são adequados para a utilização a altas pressões, pois não exigem grandes espessuras. Em contrapartida, eles só apresentam viabilidade econômica, quando a carga térmica é pequena. Em outras palavras, só se justifica seu emprego quando a área de troca térmica requerida é pequena. Permutadores de placa: esses equipamentos são constituídos de placas estampadas e arrumadas por sobreposição. O conjunto de placas é suportado por barramentos e comprimido através de parafusos entre duas cabeças, sendo uma fixa e outra móvel. As placas são vedadas nas bordas e ao redor dos orifícios por juntas de borracha. Os orifícios são localizados nos cantos das placas e o seu arranjo conveniente permite que os fluidos sejam dirigidos alternadamente para as passagens formadas entre placas. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 9 / 54 Desenho Esquemático do Trocador de Placa Exemplos de Configurações de Placas MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 10 / 54 Os permutadores de placas oferecem várias vantagens em relação aos tubulares: � Maior eficiência térmica; � Ocupa menos espaço; � Não exige grandes áreas livres para desmontagem e manutenção; � Menor custo quando não há exigência de materiais especiais; � Maior flexibilidade de adequação térmica, pois pode se realizar a adição ou retirada de placas; � Impossibilidade de contaminação entre fluidos; � Menor perda de carga dos fluidos; � Placas padronizadas e facilmente substituíveis; As desvantagens são praticamenteas limitações quanto à pressão e a temperatura de trabalho. Permutadores casco e tubo: são constituídos basicamente de um feixe tubular envolvido por um casco de forma cilíndrica. Um dos fluidos circula pelo interior dos tubos do feixe tubular e o outro pelo exterior. Estes tipos de equipamento são muito empregados nas indústrias de petróleo e petroquímica. A nomenclatura recomendada pela TEMA – Tubular Exchangers Manufacturers Association – para os diversos componentes, que podem ser identificados na figura subseqüente: MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 11 / 54 4. Codificação TEMA para permutadores casco e tubo A TEMA criou uma codificação que permite identificar um permutador casco e tubo através de letras e números que indicam o seu tipo e suas dimensões principais (diâmetro e comprimento nominal). O tipo é identificado por um conjunto de três letras correspondentes a extremidade frontal, casco e extremidade oposta, conforme o quadro abaixo. Exemplo: 24 – 192 Tipo AES O diâmetro (24) corresponde ao diâmetro interno do casco em polegadas, arredondando para o inteiro mais próximo. O comprimento nominal (192) é o comprimento dos tubos em polegadas. Para feixes em “U” é computado apenas o comprimento da parte reta dos tubos. As letras AES correspondem a extremidade frontal (A), casco (E) e extremidade oposta (S), respectivamente. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 12 / 54 5. Características de permutadores de calor casco e tubo Cabeçote frontal ou Carretel: é a parte que define o número de passes do fluxo dos tubos. Casco: a forma do casco é escolhida exclusivamente no sentido de se obter o melhor resultado para o processo a realizar. Nesse ponto não há restrição, do ponto de vista de inspeção ou manutenção do equipamento, que defina a escolha de um ou outro tipo. Chama a atenção, pela sua forma incomum, o tipo “K”. Esse casco é usado geralmente para processo de vaporização em refervedores. Extremidade Posterior: se caracteriza, em geral, se a dilatação entre o feixe de tubos e o casco é contida ou se o feixe é removível. Equipamentos com tubos em “U”: permite construção mais barata decorrente da eliminação de um dos espelhos e da possibilidade de se construir o casco com o tampo soldado. Temos ainda como vantagem a redução do número de pontos passíveis de vazamentos, que desta forma, favorece a utilização de pressões mais altas. As desvantagens do tubo em “U” estão associadas à redução de aproveitamento da área útil do espelho, e a outra está relacionada a limpeza, que é mais difícil de ser realizar por conta do arranjo dos tubos, principalmente na região de curvatura, logo em função desta última desvantagem só devem ser empregados para fluidos limpos. Permutadores com espelhos fixos em ambas as extremidades: estes equipamentos são caracterizados pelos tipos C, L, M e N, podem ficar sujeitos a tensões longitudinais decorrentes da dilatação térmica reprimida. Essas tensões podem ser de tal ordem que obriguem a adoção de juntas de dilatação no casco, no intuito de aliviá-las. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 13 / 54 Em decorrência ainda dessas tensões, procura-se evitar a especificação desses equipamentos para grandes diferenças de temperatura entre os dois fluidos. Entretanto, esse não é o único fator que restringe a utilização de permutadores de espelhos fixos. Devido a impossibilidade de saque do feixe e, consequentemente, de limpeza do feixe tubular pelo lado externo, eles são admitidos apenas quando o fluido do casco é seguramente limpo ou produz resíduos facilmente removíveis por outros processos. 6. Projeto de Permutadores de calor O projeto de um permutador de calor é realizado em três etapas: � Térmico ou de Processo � Mecânico � Fabricação 6.1. Projeto Térmico Corresponde ao estabelecimento de várias características do equipamento, que irão responder pelo desempenho térmico e hidráulico. � Tipo do equipamento; � Posição de instalação; � Número e arranjo dos cascos; � Fluido que passa pelo casco e tubo; � Área de troca térmica; � Diâmetro e comprimento do casco; � Arranjo das chicanas; � Vazão, temperatura e pressões de projeto e trabalho; MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 14 / 54 Mecanismo de transmissão de calor Os permutadores de calor operam trocando calor através das paredes dos tubos e a troca de calor se dá pelos mecanismos de convecção e condução. Condução A taxa de transferência de calor por unidade de área é proporcional ao gradiente normal de temperatura (conceito termodinâmico); Transferência por choques intermoleculares, sem movimento das moléculas. Característico de sólidos. Convecção A transferência de calor por convecção depende da viscosidade do fluido e propriedades térmicas como condutividade, calor específico e densidade (conceito termodinâmico). Choques intermoleculares auxiliados por movimentação de moléculas. Característico de fluidos. Radiação Radiação térmica é a radiação eletromagnética emitida por um corpo em função de sua temperatura (conceito termodinâmico). Ondas eletromagnéticas que dispensam meio. Importantes em altas temperaturas (e nas chamas), são normalmente desprezível em trocadores. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 15 / 54 Transferência de Calor Condução � Q = - K. A. ∆T/∆X (chapas) Q= K. 2. π. L. ∆T / ℓn(Øe / Øi) (tubos) Convecção � Q = h . A . (Tp – Tf) h � coef. de película ( convecção) K � coef. cond. Térmica (condução) Trocador de Calor Q = U. A. DMLT U � Coef. Global de transf. de calor ( U = Q conv. + Q cond.) A � Toda área de troca térmica DMLT � Difer. média logarítima de temperatura DMLT � É a diferença entre as diferenças de temperatura nas extremidades dividido pelo logaritmo natural da razão entre as diferenças das temperaturas. U � Coefic. Global de Transmissão de Calor - coeficiente que engloba as três etapas da passagem do calor do fluido quente para o frio e que permite representar essa transferência em uma única expressão. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 16 / 54 Gradiente de troca térmica ao longo do equipamento Fluxos típico de um permutador bi-tubular Fluxo em Contracorrente Fluxo em Correntes Paralelas MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 17 / 54 Fluxo em Contracorrentes Exemplo: Em um trocador de calor onde o fluido quente entra a 900oC e sai a 600oC e o fluido frio entra s 100oC e sai a 500oC, qual o MLDT para: a) correntes paralelas; b) correntes opostas. a) correntes paralelas : ( ) −= ∆ ∆ ∆−∆ =⇒ =−=∆ =−=∆ 100 800 ln 100800 ln 100500600 800100900 min max minmax min max T T TT MLDT CT CT o o MLDT Co= 336 6, MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 18 / 54 b) correntes opostas : ( ) −= ∆ ∆ ∆−∆=⇒ =−=∆ =−=∆ 400 500 ln 400500 ln 400500900 500100600 min max minmax min max T T TT MLDT CT CT o o MLTD Co= 448 2, Fluxo típico de um permutador casco tubo MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 19 / 54 6.2. Projeto Mecânico Consiste em estabelecer as características que responderão pela resistência mecânica do equipamento. � Cálculo mecânico; Espessuras e dimensões finais; � Especificação dos materiais empregados; � Desenho mecânico do equipamento; � Condições de projeto e teste. O projeto mecânico de um equipamento que trabalha submetido a esforços de pressão é feito, normalmente, observando-se as recomendações de normas existentes para cadacaso, com o emprego de normas específicas, que tem por objetivo reduzir o risco de acidentes, através da utilização de métodos de dimensionamento já comprovados pela experiência. A Petrobras possui normas próprias para o projeto de vasos de pressão e de permutadores de calor, essas normas não se propõem a substituir as normas de Projeto, mas apenas a orientar os projetos no sentido de aperfeiçoá-los, com a incorporação de conhecimentos e experiências, know-how, adquirido pela companhia na operação e manutenção de suas unidades. Principais Normas Aplicadas no Cálculo Mecânico Códigos ASME, TEMA e API. ASME - Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos ASME VIII Div. I � Cálculo mecânico � Espessura de parede de casco o T 1 = PR/SE – 0,6. P (Tensão Circunferencial) o T 2 = PR/2.SE + 0,4.P (Tensão Longitudinal) o � T = T1 + C + T residual � (T => Espessura Padronizada) � Esforços localizados � Tensões térmicas � Tampo do casco � Cabeçote flutuante e boleado � Flanges � Seleção de junta e faceamento � Cálculo de parafusos � Tampo plano de carretel � Tubos (espaçamento, arranjo , colapso(pressão externa), espessura) � Espelhos (espessura, flexão e cisalhamento) � Chicanas MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 20 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 21 / 54 Arranjo dos tubos nos espelhos MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 22 / 54 API - American Petroleum Institution API – 660 � apresenta uma série de recomendações complementares às da TEMA classe “R”. TEMA - Padrões da Associação dos Fabricantes de Trocadores Tubulares � Apresenta recomendações para o projeto mecânico e térmico de permutadores de calor Classes R, C e B. Classe R. condições severas de processamento de petróleo Classe C condições moderadas de operação, aplicação comercial refrigeração Classe B serviços de processamento químico Classe R – é a mais restritiva, se aplica a serviços severos e contínuos como indústria de petróleo e petroquímica. Exemplo de restrições: espessura mínima, diâmetro máximo do equipamento, sobrespessura de corrosão mínima e outras. Cuidados de Manutenção em Casco de Permutador de Calor � Verificar ovalização apresentada pelo casco a cada parada, substituição de bocais, troca de segmentos e troca de flanges, a fim de evitar problemas de emperramento de feixes em paradas futuras; � Todas as soldas internas ao casco devem apresentar acabamento arredondado em sua superfície. 6.3 Projeto de Fabricação Consiste em estabelecer as características de fabricação do equipamento. � Detalhamento da Fabricação � Corte de chapas � Calandragem � Soldagem � Inspeção de CQ � Ligação tubo x espelho e outros � Brasagem � Soldagem � Mandrilagem MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 23 / 54 Mandrilagem � O procedimento padronizado pela TEMA é a expansão dos tubos mandrilagem; � Emprega-se também a soldagem em casos onde se exige maior garantia de estanqueidade, como trabalho com H2S e hidrogênio; � A solda pode ser feita em complemento a mandrilagem, com efeito puramente de selagem ou estrutural; Importante verificar antes de executar a mandrilagem � Dimensões dos furos do espelho; � Diâmetro externo do tubo; � Dimensões e espaçamento das ranhuras; � Existência de cantos vivos; � Cálculo de expansão(após medições); � Acompanhamento da madrilagem; � Atendimento ao procedimento de execução. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 24 / 54 7. Manutenção de Permutadores de Calor Tipo Casco e Tubo Seqüência de tarefas � Parada, drenagem e liberação pela operação; � Montagem de andaimes; � Raqueteamento do casco e tubos; � Abertura da tampa do carretel, cabeçote boleado e tampo flutuante; � Remoção do feixe tubular; � Limpeza do feixe tubular, casco, tampos e demais ac essórios; � Inspeção geral do equipamento e acessórios (N-2511); � Casco, feixe tubular, tampos, carretel, sedes de vedação, parafusos e outros; � Execução de reparos; � Montagem do feixe tubular; � Montagem do carretel; � Montagem do anel de teste; � Realizar teste hidrostático de casco ou anel; � Inspeção e aprovação do teste hidrostático pela IE; Pontos Importantes � Atender procedimento de execução; � Encher o equipamento com água doce de forma lenta e progressiva; � Ventar por pelo menos 5 minutos; � Pressurizar o equipamento lentamente e observar comportamento e ruídos; � Sempre utilizar dois manômetros com escala adequadas a pressão de teste; Objetivo � Avaliar integridade física do casco, tubos, selabilidade das mandrilagens (ou soldas) da ligação tubo x espelho e vedação da junta do casco x espelho; � Estes são os pontos a serem observados quanto a vazamentos, além da manutenção da pressão de teste pelo período determinado no procedimento ou solicitado pela IE. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 25 / 54 Desenho Esquemático do Teste de Anel Região do Anel de Teste MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 26 / 54 Seqüência de tarefas � Retirar anel de teste; � Montar tampa do carretel e flutuante; � Realizar teste hidrostático de tubos ou flutuante; � Inspeção e aprovação do teste hidrostático pela IE; Objetivo � Avaliar integridade física do carretel, tubos, selabilidade das mandrilagens (ou soldas) da ligação tubo x espelho, vedação da junta do espelho x carretel, carretel x tampa do carretel e tampo flutuante; � Estes são os pontos a serem observados quanto a vazamentos, além da manutenção da pressão de teste pelo período determinado no procedimento ou solicitado pela IE. Desenho Esquemático do Teste de Flutuante MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 27 / 54 Seqüência de tarefas � Montar tampo boleado; � Realizar teste hidrostático do boleado; � Inspeção e aprovação do teste hidrostático pela IE; � Desraqueteamento dos flanges do casco e tubo; Objetivo � Avaliar integridade física do tampo boleado e vedação da junta do casco x tampo boleado; � Estes são os pontos a serem observados quanto a vazamentos, além da manutenção da pressão de teste pelo período determinado no procedimento ou solicitado pela IE. Desenho Esquemático do Teste de Casco Detalhe da Região do Tampo Boleado MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 28 / 54 Pressão de Teste P teste = 1,5 Pprojeto x S quente / S fria A partir de 2004 o ASME VIII Div. I alterou para � P teste = 1,3 PMTA (UG-99) 8. Fixação e Substituição dos Tubos no Espelho 8.1. Métodos de fixação Os métodos de fixação dos tubos no espelho são basicamente três: - MANDRILAMENTO Método que consiste em expandir os tubos nos furos do espelho. É o procedimento padronizado pela TEMA. - SOLDAGEM Método que consiste em soldar os tubos no espelho. É o procedimento empregado em casos onde se exige maior garantia de estanqueidade. - MANDRILAMENTO COM SOLDAGEM Método que consiste em expandir os tubos nos furos e depois soldá-los no espelho. - MANDRILAMENTO DE TUBOS NO ESPELHO É a operação que consiste em expandir os tubos nos furos do espelho. O mandrilamento é executado por uma ferramenta apropriada que expande a extremidade do tubo contra a parede interna do furo, provocando um esmagamento no tubo tal que a região entre os diâmetro externo do tubo e o diâmetro do furo do espelho fique impermeável à água sob pressão operacional e de teste, e tal que resista à tendência do tubo de mover-se no orifício do espelho, sob condições operacionais. Esta expansão do tubo contra o furo do espelho pode ser: - EXPANSÃO DE ENCOSTO Expansão do tubo até que sua superfície externa entre em contato com a superfície interna do furo. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 29 / 54- EXPANSÃO DE SELAGEM Expansão do tubo para, além do encosto, promover vedação na interface tubo x furo do espelho. Devido à redução de espessura que a parede do tubo sofre com a expansão, ocorre também um deslocamento axial do metal do tubo, ou seja, um alongamento do tubo. O deslocamento axial do metal alonga o tubo em ambas as direções: entre os espelhos, o alongamento provoca um flexionamento; na parede externa do espelho, o alongamento se traduz simplesmente por um aumento do comprimento da extremidade saliente do tubo. Assim que se estabelece um contato de metal com metal ente tos a circunferência externa do tubo e o orifício do espelho, o metal da parede do tubo é comprimido fortemente entre os rolos expansores e o espelho, verificando-se um pequeno aumento do diâmetro externo do tubo. Essas forças de compressão são transmitidas ao espelho, podendo danificá-lo se a expansão do tubo for exagerada. Para melhorar a resistência mecânica e a estanqueidade da junta tubo-furo do espelho, são feitas ranhuras na parede do furo, para que o material do tubo as preencha. As ranhuras são em geral feitas em número de duas ou mais e tem suas dimensões padronizadas pela TEMA: 1/8” de largura por 1/64” de profundidade. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 30 / 54 TUBO ANTES DA EXPANSÃO TUBO EXPANDIDO MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 31 / 54 8.2.1. Ferramentas para Expansão MANDRILADORA DE TUBOS Pode ser elétrica ou pneumática. Normalmente é usada a pneumática, por ser mais prática e por questões de segurança. A pressão do ar recomendada para estas mandriladora pneumáticas é de no mínimo 90 PSI (6,33 kg/cm) e no máximo 100 PSI (7,03 kg/cm). A flutuação na pressão do ar não tem influência sobre o torque, pois o controlador de torque é independente do motor. O fornecimento de ar com baixa pressão (aproximadamente 75 PSI) acarreta baixa rotação; uma pressão entre 90 a 100 PSI proporciona uma rápida mandrilagem. A regulagem do torque é feita através de um dispositivo circular com escala, e funciona exatamente igual a um micrômetro. Para cada número (0,1,2,3, etc.) existem 10 divisões; para se obter o torque desejado, gira-se o dispositivo até que o número coincida com a seta desenhada na mandriladora. O torque é fornecido na unidade de LB-FT. Por exemplo, se o torque desejado é 14 LB-FT, gira-se o dispositivo até aparecer o 1 e continua-se girando até a 4ª. divisão. Quanto à lubrificação, recomenda-se colocar um lubrificador de linha a uns 4,5m da máquina, ajustando-se para fornecer 5 a 10 gotas de óleo por minuto. Um bom óleo para esta lubrificação é o SAE 10. EXPANSOR DE TUBOS É a ferramenta que vai conectada na mandriladora e que faz o trabalho de mandrilagem propriamente dito. É composto principalmente de quatro peças: haste, corpo, roletes e batente, conforme mostra a figura abaixo. O batente é o elemento que, possuindo um diâmetro maior que o do tubo, fica apoiado na extremidade deste durante a expansão. Ele é também o dispositivo que limita o comprimento do corpo do expansor que deve penetrar no tubo a ser expandido, bastando para isso que se faça a regulagem do batente. Ele pode ser com rolamento de encosto ou com capa de redução,. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 32 / 54 EXPANSOR DE TUBOS MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 33 / 54 DESENHO ESQUEMÁTICO DO EXPANSOR DENTRO DO TUBO C = DIÂMETRO DO CORPO DO EXPANSOR Ø INT = DIÂMETRO INTERNO DO TUBO Ø EXT = DIÂMETRO EXTERNO DO TUBO E = ESPESSURA DA PAREDE DO TUBO EXPANSOR DE TUBOS Para regular o comprimento do expansor que vai penetrar no tubo, basta soltar o batente através do parafuso de trava, girar o batente até a posição desejada e travá-lo novamente apertando-se o parafuso de trava com uma chave Allen. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 34 / 54 Mandriladoras de Expansão de Tubos MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 35 / 54 Quanto à lubrificação dos expansores, um bom óleo para lubrificá-los é uma SAE 10, para condições normais. Para condições severas de expansão, recomenda-se um óleo SAE 60. Seleção do Expansor de Tubos O expansor de tubos é selecionado de acordo com o diâmetro e a espessura da parede do tubo a ser expandido. Com o diâmetro e espessura da parede ao tubo a ser expandido, consegue-se determinar o diâmetro do corpo do expansor. Com o comprimento expandido, determina-se o tipo de expansor adequado para o caso, Resumindo: - Diâmetro do tubo - espessura da parede determina-se do tubo - Comprimento expandido determina-se Segundo a tabela de expansores da “Irmãos Hanna & Cia. Ltda.”, o expansor é selecionado diretamente se são conhecidos o diâmetro externo do tubo em polegadas, a sua espessura de parede em BWG e o comprimento expandido. Estas tabelas apresentam os expansores adequados para os diâmetros e espessuras de parede mais usuais na prática. (ANEXO I). Caso não encontre nestas tabelas o diâmetro do tubo que se deseja expandir com a sua respectiva espessura de parede, deve-se calcular o diâmetro do corpo do expansor e utilizar o expansor da tabela que tenha o corpo com um diâmetro o mais próximo possível do calculado. Deve-se tomar cuidado, porém para que o diâmetro do corpo do expansor escolhido não ultrapasse ou seja igual ao diâmetro interno do tubo a ser expandido. CÁLCULO DO DIÂMETRO DO CORPO DO EXPANSOR O cálculo do diâmetro do corpo do expansor recomendado pelo fabricante “Irmãos Hanna” é o que segue: C = Ø ext – ( 2 x E ) – F Diâmetro do corpo do expansor Tipo de expansor MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 36 / 54 Onde: C = diâmetro do corpo do expansor Ø ext = diâmetro externo do tubo E = espessura da parede do tubo F = folga entre a superfície interna do tubo e a superfície externa do corpo do expansor. Recomenda-se que se tome F ≅≅≅≅ 0,02 x Ø ext. No desenho esquemático de um expansor dentro do tubo, onde se pode visualizar as dimensões mencionadas. Exemplo: Deseja-se calcular o diâmetro do corpo do expansor adequado para a expansão de um tubo de diâmetro nominal 7/8” e espessura de parede 10 BWG. C = ? Ø ext = 7/8” = 22,22mm E = 10 BWG = 3,40 mm F = 0,02 x 0 ext = 0,02 x 22,22 = 0,44mm C = Ø ext – ( 2 x E ) – F = 22,22 – ( 2 x 3, 4 ) – 0,44 = 15,0mm TORQUE E ROTAÇÃO DA MANDRILADORA O torque da mandriladora propicia uma maior ou menor expansão do tubo no espelho. A regulagem do torque é feita na própria mandriladora, e a maneira de fazê-la está descrita no item “FERRAMENTAS – MANDRILADORA DE TUBOS” (8.2.1). Com um torque baixo, a mandriladora provoca um esforço pequeno contra a superfície interna do tubo, acarretando uma pequena expansão do tubo, ou seja, um pequeno aumento do diâmetro interno do tubo. Ao contrário, se regularmos a mandriladora para um torque alto, a expansão do tubo será grande. O torque depende: 1) Do material do tubo O torque deverá ser tanto maior quanto mais tenaz for o material do tubo, ou seja, deverá ser tanto menor quanto mais dúctil for o material do tubo. Por exemplo: se expandirmos um tubo de aço carbono com a mandriladora regulada para um torque de 12 LB-FT, e depois um tubo de latão também com MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 37 / 54 torque de 12 LB-FT, o tubo de latão ficará mais expandido no espelho do que o de aço carbono. 2) Do diâmetro do tubo O torque deverá ser tanto maior quanto maior for o diâmetro dotubo. 3) Da espessura da parede do tubo O torque deverá ser tanto maior quanto mais espessa for a parede do tubo. No que se refere à rotação da mandriladora, esta deve ser tanto menor quanto mais tenaz for o material do tubo a ser expandido. OBS.: 1 – MATERIAL TENAZ – material que possui grande resistência à ruptura, ou seja, a energia necessária para levá-lo à ruptura deve ser grande. Conseqüentemente, o esforço necessário para deformar o material também é grande. 2 – MATERIAL DÚCTIL – material que possui grande capacidade de se deformar sem se romper quando sob tensão estática, isto é, que apresenta grande deformação plástica. 8.2.2. Alongamento dos Tubos As extremidades dos tubos poderão se estender além da face externa dos espelhos até um comprimento máximo de : Diâmetro externo do tubo 2 Este alongamento dos tubos é, na maioria dos casos, desejável, pois proporciona duas vantagens: - Proteção do espelho contra erosão. - Maior facilidade de identificação da origem de vazamentos. 8.2.3. Seleção do comprimento a ser expandido O comprimento expandido no espelho, ou simplesmente comprimento expandido, é o comprimento do tubo que, após o mandrilamento, fica expandido na superfície interna do furo do espelho. O comprimento de tubo expandido no espelho deve ser adotado levando-se em conta as seguintes regras: 1) Adotar sempre o comprimento expandido recomendado pelo fabricante do permutador. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 38 / 54 2) Caso o fabricante não forneça o valor do comprimento expandido, ele pode recomendar alguma norma para definir este (como por exemplo “TEMA”) ou simplesmente não esclarecer nada a respeito. Tabela 1.1 mostra a recomendação da norma “TEMA” sobre o comprimento expandido em função da espessura do espelho. Comprimento Expandido Espessura do Espelho Norma TEMA “R” – 7.51* K.T.I ≤ 54mm Comp. Expand. = Espes. do Espelho - 3mm > 54mm e ≤167mm Comp. Expand. = 0,9 x Esp. Espelho >167mm O Comprimento Expandido não deve ser menor que 51mm. (TEMA “R” – 7.51 no apêndice) Comprimento Expandido = 150 mm TAB. 1.1 – Comprimento Expandido 8.2.4. Cálculo da expansão O procedimento é o seguinte: 1) Medir o diâmetro do furo do espelho. (Ø furo) 2) Medir o diâmetro interno do tubo antes da expansão (Ø int). 3) Calcular a folga entre a superfície interna do furo e a superfície externa do tubo (Ø furo – Ø ext). 4) Calcular a redução de espessura que a parede do tubo deve sofrer com a expansão. (redução espessura) Esta redução de espessura é calculada da seguinte maneira: Redução espessura = E antes x B onde: E antes = espessura da parede do tubo antes da expansão. B = coeficiente de redução de espessura: este valor pode ser retirado da tabela 1.2 em função do material do espelho e do tubo e em função do tipo de expansão que vai fazer (selagem com solda, selagem sem solda, expansão de encosto). 5) Realizados todos estes itens, pode-se calcular finalmente o diâmetro interno do tubo após a expansão (0 final). MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 39 / 54 0 final = 0 int + (0 furo – 0 ext) + (2 x redução espessura) onde: 0 final = diâmetro interno do tubo após a expansão 0 int = diâmetro interno do tubo 0 ext = diâmetro externo do tubo 0 furo = diâmetro do furo do espelho redução espessura = redução de espessura que a parede do tubo sofre com o Mandrilamento As figuras da página 25 mostram um desenho esquemático de um tubo no furo do espelho, antes e depois da operação de mandrilamento, onde se podem visualizar as dimensões utilizadas no cálculo da expansão. DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE REDUÇÃO DE ESPESSURA “B” Coeficiente de redução de espessura B Material do espelho Material do tubo Selagem (com solda) Selagem (sem solda) De encosto Aço carbono Aço carbono 0,06 0,05 0,03 Aço baixa liga Aço baixa liga 0,06 0,05 0,03 Aço inox Aço inox 0,06 0,05 0,03 Aço inox Liga de cobre 0,06 0,05 0,03 Liga de cobre Liga de cobre 0,04 0,03 0,02 TAB. 1.2 – Coeficiente de redução de espessura “B” para o cállculo da expansão de tubos no espelho. REMANDRILAGEM - Finalidade: aumentar o coeficiente de redução “B” em 2%. Usou-se 0,06, utilizar 0,08 na remandrilagem. 8.2.5. Controle da Expansão A expansão ideal corresponde à situação em que só o tubo é deformado plasticamente, de modo que o espelho permaneça no campo elástico, exercendo compressão sobre a parede do tubo. Deve-se executar a expansão sob rigoroso controle, a fim de que consiga a expansão ideal do tubo, pois tanto o tubo pouco expandido como a expansão demasiada do tubo apresentam, conseqüências indesejáveis. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 40 / 54 A super expansão (expansão demasiada do tubo) resulta, em geral, em junta tubo-espelho ruim e na deformação permanente da região do espelho compreendida entre dois furos adjacentes e, conseqüentemente, de todo o espelho. A super expansão é a situação mais comum, pois ela traduz uma tendência natural das pessoas, da mesma maneira que é muito freqüente apertarem-se parafusos até o limite de sua resistência. LUBRIFICAÇÃO DO EXPANSOR Expandidores para tubos são ferramentas de precisão e sujeitas a grandes esforços. Por isso, alguns cuidados devem ser observados nas operações de expansão: 1) Antes de cada operação de expansão, o expandidor deve ser lavado num solvente (óleo diesel ou querosene) a fim de remover todas as partículas que prejudicam o funcionamento da ferramenta. 2) Após a limpeza, o expandidor deve ser imerso em um óleo lubrificante a fim de eliminar ao máximo o atrito durante o trabalho. 3) Verificar sempre se os rolos e a haste estão mostrando sinais de careamento. Caso alguma dessas peças esteja careada, devem ser substituídas. Um rolo defeituoso danifica a haste, e esta os outros rolos. 4) Sempre que possível, use dois expandidores durante uma operação de mandrilagem. Isto torna possível ter um já limpo de matéria estranha, resfriado em solvente, pronto para uso imediato. Este procedimento acelera o trabalho de mandrilagem e ao mesmo tempo assegura vida longa ao expansores. 5) Após o serviço, o expandidor deve ser limpo e lubrificado a fim de não sofrer a ação do tempo. SEQÜÊNCIA DE MANDRILAMENTO Para se ter uma perfeita união dos tubos no espelho e a fim de não provocar um empeno no espelho, deve-se inicialmente mandrilar-se em cruz e no centro do espelho (com 4 a 8 tubos em cada ponto).Em seguida, mandrilar-se de cima para baixo (no caso de permutadores em posição horizontal) MEDIÇÃO DA EXPANSÃO Após a expansão e utilizando-se um calibre de medidas internas (micrômetro), deve-se tomar a medida do diâmetro interno do tubo na região de expansão. Esta medida é tomada no plano perpendicular ao eixo do furo, e em duas direções, uma a 90 da outra, como ilustra a Figura a seguir. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 41 / 54 Deve-se medir obrigatoriamente os 5 primeiros tubos mandrilados, para que seja feita uma avaliação do torque, e após a expansão de todos os tubos, deve-se tomar a medida de pelo menos 3% dos tubos expandidos no espelho. 8.2.6. Operação de Mandrilamento Limpe cuidadosamente o furo do espelho e a parte externa do tubo que vai ser mandrilado. Não lubrifique nem o furo do espelho nem a parte externa do tubo. Após a limpeza interna do tubo na região de mandrilagem, e lubrificação do expansor, coloque o expansor indicado no encaixe de troca rápida da mandriladora, e introduza o expansor no tubo, iniciando a mandrilagem girando o acelerador manual para frente. Mantenha nesta posição até o controlador de torque desligar o motor automaticamente. Então o tubo estará corretamente mandrilado, não indicando porémque a expansão necessária tenha sido alcançada e sim que o torque ajustado foi atingido. Para retirar o expansor do tubo, inverta a rotação do motor girando o acelerador manual na direção inversa, e então coloque o expansor no próximo MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 42 / 54 tubo. Não é necessário parar o motor durante este período, procedendo-se desta maneira ganha-se algum tempo. Para espelhos espessos (espessura maior que o comprimento dos roletes) deve-se introduzir o expansor quantas vezes seja necessário nas diversas posições ao longo da espessura, até se ter certeza que toda a região do tubo no comprimento expandido recomendado sofreu expansão. 8.2.7. Remandrilamento Tubos novos Caso algum tubo expandido apresente algum vazamento, deve-se aumentar em 2% o coeficiente de redução de espessura “B”, isto é, se na primeira vez foi adotado B = 0,05, na segunda vez adota-se B = 0,07. Tubos usados Para esta condição é possível encontrar-se duas situações: Tubos em boas condições: Se após verificação, através de inspeção, da parte interna dos tubos na região de mandrilagem observar-se que é possível a expansão, mede-se o diâmetro interno para verificar se o tubo já está na expansão calculada. Em caso positivo, deve-se aumentar 2% o coeficiente de redução de espessura “B”, e em caso negativo, deve-se mandrilar os tubos até a expansão calculada. Para o cálculo da expansão nestas condições, deve-se utilizar os dados de projeto. Tubos em más condições: Se após inspeção da parte interna dos tubos na região de mandrilagem for verificada acentuada corrosão (normalmente do tipo alveolar), as únicas alternativas que restam é a troca do tubo, ou então o plugeamento deste tubo, o que é mais comum. 8.2.8. Normas para uma boa expansão 1) A limpeza é um dos requisitos básicos para uma boa junta. Tanto o tubo como o furo devem estar bem limpos de poeira, sujeiras, etc., bem como deve-se manter óleo, sabão, etc. afastados do conjunto. Usa-se óleo lubrificante apenas entre tubo e mandril expansor. 2) Todos os furos quer seja dos espelho ou dos “baffles” devem estar isentos de rebarbas, a fim de evitar arranhões nos tubos durante a montagem. 3) Verificar o estado da ferramenta expansora. Os roletes e o mandril devem rolar suavemente em uma superfície lisa. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 43 / 54 4) Examinar os furos e as pontas dos tubos. Se houver arranhões ou riscos longitudinais, os mesmos devem ser removidos antes da montagem. O mesmo se refere a arranhões. 5) Os furos devem ser lixados sem recuo ou avanço da ferramenta de modo a eliminar eventuais arranhões e principalmente formar pequenas ranhuras circulares. 6) Expansão Tomando um tubo como teste, iniciar a expansão controlando a deformação do tubo através do calibre de medição do diâmetro interno. O diâmetro interno no final da expansão é dado, para o tubo ¾” com 1,59mm de parede, por = Diâmetro interno depois da expansão = diâmetro interno do tubo antes da expansão + 0,159mm + folga entre o diâmetro externo do tubo e o furo no espelho. Este valor do diâmetro interno calculado deve ser medido no calibre em toda a espessura do espelho, nem mais nem menos. 7) Regular na máquina o torque com que obteve a expansão desejada no tubo teste. 8) Expandir os demais tubos com este torque, fazendo nova verificação do diâmetro interno no final da expansão com o calibre. 9) Ao se processar a expansão dos tubos, recomenda-se tomar alguns tubos bem distribuídos como suportes (estais) dos demais. A expansão dos tubos produz um alongamento dos mesmos que tende à deformá-los e ao espelho. Estes tubos estais evitam esta deformação. 10) Depois de pronto, testar a carcaça contra vazamentos. Mandrilar novamente os tubos onde houver estas fugas, procurando-se sempre obter estanqueidade com um mínimo de expansões adicionais. Evitar deformar os tubos e espelho, o que diminui a resistência da junta. 8.2.9. Exemplo de cálculo de expansão Um tubo deve ser mandrilado e depois soldado no espelho. O tubo e o espelho possuem as seguintes características: TUBO - diâmetro nominal = ¾” (19,05mm) - espessura da parede = 14 BWG (2,11mm) MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 44 / 54 - material = ASTM A-214 (aço carbono) ESPELHO - diâmetro do furo (de projeto) = 19,304mm - material = ASTM A-516 GR 70 (aço carbono) Calcular o diâmetro interno que o tubo deve apresentar após a expansão: Solução: 1. Mede-se o diâmetro do furo do espelho. Neste caso, mesmo conhecendo-se o valor do diâmetro pelo desenho do fabricante, deve-se realizar a medição. Suponhamos que a medida do diâmetro do furo tenha dado realmente 19,304mm. 2. Mede-se o diâmetro interno do tubo. Neste caso, poder-se-ia calculá-lo da seguinte maneira: Ø int = Ø ext – 2 x espessura da parede = 19,05-2x2,11 = 14,83mm Porém, convém realizar a medição. Suponhamos que esta também tenha dado 14,83mm. 3. Calcula-se a folga entre o furo do espelho e o tubo: Ø furo – Ø ext = 19,304 – 19,05 = 0,254mm 4. Calcula-se a redução de espessura que a parede do tubo deve sofrer com a expansão: Redução espessura = E antes x B E antes = 2,11mm B = 0,06 (conforme a tabela 1.2, levando-se em conta que o material do tubo e do espelho é aço carbono e que trata-se de uma selagem com solda) Redução espessura = 2,11 x 0,06 = 0,1266 5) Calcula-se o diâmetro interno que o tubo deve apresentar após a expansão. Ø final = Ø int + (Ø furo – Ø ext) + (2 x redução espessura) = 14,83 + 0,254 + (2 x 0,1266) = 15,34mm MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 45 / 54 9. Limpeza de Permutadores de Calor 9.1. Hidrojato Este é o método mais usado na indústria do petróleo e petroquímica. Consiste basicamente na aplicação de um jato de água a alta pressão na superfície a ser limpa. As pressões usadas variam de acordo com o tipo de incrustação, mas é comum utilizarmos pressões acima de 10000 psi. Por esta razão este processo exige, por parte da equipe envolvida na limpeza, cuidados extremamente especiais de segurança. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 46 / 54 9.2. Limpeza Química Este método é ainda pouco usado, mas mostra-se bastante eficiente, para limpeza de trocadores, dessalgadoras, tanques de armazenamento e outros. Consiste da circulação de produtos químicos especialmente selecionados, conforme o tipo de incrustação e resíduo a ser removido, dissolvendo-o e sendo retirado através de arraste ou da própria corrente quando em operação. 10. Desengraxe e Passivação Desengraxe Remoção da camada de óleo remanescente do processo de fabricação, com objetivo de permitir a formação do filme passivador. Passivação Os princípios da passivação baseiam-se na cinética eletroquímica, que resulta da formação de películas protetoras sobre a superfície de metais por imposição de correntes. A passivação presta-se para assegurar a resistência à corrosão do componente ou peça e, conseqüentemente, sua durabilidade. Peças destinadas a aplicações em temperaturas próximas da ambiente contam com a camada passiva, fina e transparente para a sua resistência à corrosão. Apesar deste processo de passivação ocorrer naturalmente, ele pode ser induzido através da ação de ácidos fortemente oxidantes. MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 47 / 54 Referencias Bibliográficas Permutadores de Calor, Autor: Eng. Leonardo Toledo da Silveira Curso de Trocadores de Calor Autor: IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 48 / 54 ANEXOS MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 49 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORESDE CALOR 50 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 51 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 52 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 53 / 54 MANUTENÇÃO DE PERMUTADORES DE CALOR 54 / 54 Diâm. Externo BWG 16 BWG 15 BWG 14 --- BWG 13 --- BWG 12 BWG 11 BWG 10 BWG 09 BWG 08 --- BWG 07 --- MM 1,65 1,83 2,11 2,25 2,44 2,85 2,77 3,05 3,4 3,78 4,19 4,25 4,57 4,75 19,05 0,765 0,837 0,960 1,003 0,987 25,40 1,048 1,149 1,310 1,387 1,478 1,489 1,647 28,60 1,190 1,306 1,492 1,580 31,75 1,330 1,481 1,670 1,770 1,889 2,056 2,141 34,92 1,850 1,962 38,10 2,031 2,154 2,30 2,509 2,613 2,848 41,27 2,210 2,346 2,508 44,45 2,391 2,538 7,60 2,569 2,728 50,80 2,751 2,921 3,124 3,415 3,559 3,887 4,308 4,722 5,210 5,272 5,627 57,15 3,111 3,305 3,536 3,867 4,031 4,407 4,889 5,364 5,928 5,997 6,407 60,32 4,093 4,268 4,687 5,179 5,685 6,283 6,359 6,797 63,50 4,320 4,504 4,927 5,470 6,006 6,642 6,722 7,187 70,00 4,783 4,989 5,460 6,065 6,663 7,374 7,464 7,985 76,20 5,225 5,450 5,967 6,632 7,290 8,073 8,172 8,747 9,073 82,55 5,878 5,923 6,487 7,213 7,932 8,789 8,897 9,527 9,889 88,90 6,130 6,396 7,007 7,794 8,574 9,504 9,622 10,307 10,695
Compartilhar