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Unidade II Manutenção Aplicada e Normas Regulamentadoras Metodologia da Manutenção Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria ANDREW SCHAEDLER GISELLY MENDES AUTORIA Andrew Schaedler Sou formado em Engenharia Mecânica e tenho experiência técnico- profissional de mais de 8 anos na área de engenharia de processos e usinagem de precisão. Passei por empresas como a TDK (multinacional japonesa produtora de componentes eletrônicos) e John Deere (multinacional americana produtora de equipamentos agrícolas), e hoje sou sócio-proprietário de uma metalúrgica especializada em usinagem de precisão, atendendo empresas de grande porte do ramo automotivo. Giselly Mendes Sou mestra em Qualidade Ambiental, tecnóloga em Polímeros, administradora e educadora com experiência técnico-profissional de mais de 12 anos na área de processos gerenciais e educacionais. Somos apaixonados pelo que fazemos e adoramos transmitir nossa experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fomos convidados pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes por podermos ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Manutenção mecânica ............................................................................. 10 Processos da manutenção mecânica ..............................................................................10 Ferramentas para manutenção ..........................................................................11 Técnicas de montagem e desmontagem de equipamentos ......16 Fundamentos de usinagem ................................................................................. 17 Manutenção predial civil .......................................................................... 21 Conhecendo a manutenção predial .................................................................................. 21 Inspeção Predial............................................................................................................24 Manutenção predial x Inspeção predial ......................................................27 Classificação de falhas .............................................................................................28 Manutenção elétrica .................................................................................. 31 Entendendo a manutenção elétrica predial ................................................................ 31 Periodicidade da manutenção elétrica predial ......................................34 Verificação de rotina em manutenção preventiva ...............................35 Processos da manutenção elétrica predial ................................................................. 36 Normas regulamentadoras da manutenção ...................................40 O que são Normas? ...................................................................................................................... 40 Normas Técnicas Brasileiras ...................................................................................................42 7 UNIDADE 02 Metodologia da Manutenção 8 INTRODUÇÃO Você sabia que a área da manutenção é uma das maiores demandas na indústria? A manutenção está presente em nosso dia a dia praticamente em todo lugar que frequentamos e existe em todas as regiões do mundo. Nesta unidade vamos iniciar nossos estudos sobre esta área de conhecimento tão utilizada pela sociedade atual e aprender sobre os conceitos e as definições de manutenção. Neste capítulo vamos aprender um pouco mais sobre as manutenções mecânica, predial civil e elétrica predial, conhecer alguns processos de execução relacionados a esses três tipos de manutenção e veremos exemplos de alguns problemas frequentes e como resolvê-los. Para finalizar a unidade, vamos conhecer as normas regulamentadoras que regem os profissionais da manutenção. Ficou empolgado? Ótimo! Então vamos seguir aprendendo sobre essa vasta área de conhecimento! Metodologia da Manutenção 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Manutenção Aplicada e Normas REGULAMENTADORAS. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender o macroprocesso da manutenção mecânica. 2. Entender como se processa a manutenção predial civil. 3. Discernir sobre as especificidades da manutenção elétrica predial. 4. Aplicar as normas regulamentadoras ao processo de manutenção. Então, preparado para entrar no mundo da manutenção? Esta área de conhecimento nos cerca todo o tempo e em todo lugar! Vamos lá! Metodologia da Manutenção 10 Manutenção mecânica OBJETIVO: Neste capítulo vamos conhecer um pouco mais sobre manutenção mecânica e entender onde ela é aplicada e como os profissionais de manutenção trabalham. Também vamos conhecer um pouco sobre processos e equipamentos utilizados na manutenção mecânica, no reparo de peças quebradas ou desgastadas e n a confecção de novas peças para reposição. Ficou curioso, não é mesmo? Ótimo, vamos em frente! Processos da manutenção mecânica Podemos entender manutenção mecânica como o conjunto de reparos e cuidados técnicos para o bom funcionamento e reparo de máquinas, equipamentos, peças, moldes ou ferramentas. A manutenção não atua exclusivamente em máquinas e equipamentos que estão em operação, mas também na concepção de um projeto, na acessibilidade dos conjuntos pelo mecânico ou no dimensionamento de peças e dos componentes devem atender a critérios para facilitar as operações de manutenção que serão executadas no futuro. Assim como as máquinas, ferramentas, materiais e tecnologia evoluíram desde o surgimento da mecanização, industrialização e automatização. A mecânica também evoluiu, não só no que se refere aos procedimentos práticos de montagem, desmontagem, substituição de peças e alinhamento, mas também à parte de gestão da manutenção (ALMEIDA, 2018). Metodologia da Manutenção 11 Figura 1 – Manutenção mecânica Fonte: Freepik Vamos conhecer as ferramentas utilizadas nos processos de manutenção montagem e desmontagem, como os processos de usinagem e soldagem. Ferramentas para manutenção Para que o mecânico de manutenção efetue as operações de manutenção necessárias, garantindo o bom funcionamento de máquinas e equipamentos, é essencial que ele conheça as ferramentas que podem ser empregadas nos procedimentos que ele irá executar. 1. Chaves fixas de montagem e desmontagem: a. Chave de boca: utilizada para apertar e desapertar porcas e parafusos com perfil quadrado e sextavado. b. Chave estrela: possui o mesmo campo de atuação que a chave deboca, porém possibilita maior quantidade de posições de trabalho. Metodologia da Manutenção 12 Figura 2 – Chaves de boca (esquerda) e de estrela (direita) Fonte: Almeida (2018). c. Chave combinada possui em uma de suas extremidades uma chave de boa e uma chave de estrela, o que a torna extremamente prática. Figura 3 – Chaves combinadas Fonte: Almeida (2018). 2. Chave de soquete: entre as chaves intercambiáveis, é o tipo mais comum, prático e versátil, em virtude da ampla gama de acessórios fornecidos. Os soquetes podem ter o perfil sextavado ou estriado. A chave de soquete possibilita o acesso a porcas ou Metodologia da Manutenção 13 parafusos em locais onde outros tipos de chaves não conseguem alcançar, e permite o acoplamento em catracas que possibilitam o aperto dos parafusos sem a retirada da chave. Figura 4 – Jogo de chaves de soquete com catraca Fonte: Almeida (2018). 3. Chave hexagonal tipo Allen: é utilizada para fixar ou soltar parafusos com sextavados internos, com ou sem cabeça. O tipo de chave Allen mais utilizado possui perfil L, o que possibilita o efeito alavanca durante o aperto ou desaperto de parafusos. Figura 5 – Jogo de chaves Allen Fonte: Almeida (2018). Metodologia da Manutenção 14 4. Chave para canos e tubos: também conhecida como grifo, é uma ferramenta específica para instalação e manutenção de tubulações. 5. Chave de boca ajustável: conhecida como chave inglesa, é muita utilizada na mecânica e pode ser usada em trabalhos de manutenção predial, como montagem de tubulações ou eletrodutos com elementos de fixação rosqueáveis. Figura 6 – Chaves de canos (esquerda) e chave inglesa (direita) Fonte: Almeida (2018). 6. Alicate universal: ferramenta manual destinada a segurar, puxar ou dobrar objetos. Tem a função de uma morsa. 7. Alicate de pressão: tem a mesma função que o alicate universal, porém possui regulagem de abertura das garras. Figura 7 – Alicate de pressão Fonte: Almeida (2018). Metodologia da Manutenção 15 8. Martelo: ferramenta utilizada na conformação de chapas, pregos, peças, entre outras, nas diversas áreas da mecânica, caldeiraria, funilaria, marcenaria e construção civil. Apesar de ter uma construção simples, o tipo de martelo deve ser selecionado corretamente, para evitar danos à peça que está sendo utilizada (ALMEIDA, 2018). Figura 8 – Martelos, de cima para baixo: martelo de borracha, martelo para pregos, martelo bola, martelo de pena. Fonte: Almeida (2018). São muitas ferramentas, não é mesmo? Imagine como esse número aumenta quando começamos a utilizar ferramentas especiais ou com tamanhos variáveis. É fundamental para o profissional de manutenção conhecer e saber escolher as ferramentas que irá utilizar. Metodologia da Manutenção 16 Técnicas de montagem e desmontagem de equipamentos Quando pensamos em manutenção de máquinas, qual imagem que vem a sua imaginação? Aposto que é uma máquina desmontada com um profissional de manutenção segurando uma ferramenta, certo? Montar e desmontar equipamentos estão diretamente ligados a sua manutenção. Além disso, existem normas e boas práticas para esses processos, a fim de assegurar a melhor execução da atividade de manutenção. Durante a desmontagem de equipamentos, é necessário assegurar a integridade das peças e dos componentes, além de garantir que a montagem não comprometa a eficiência do equipamento. Vamos aprender sobre os procedimentos que visam reduzir o risco de problemas na desmontagem e montagem de máquinas e equipamentos, sempre aplicando as técnicas de manutenção e os requisitos da norma ABNT 15154 - Requisitos para mecânico de manutenção (ALMEIDA, 2018). • Procedimento para a correta desmontagem de máquinas: 1. Desligar a chave geral da máquina. 2. Sinalizar com placas ou faixas de atenção a área de manutenção. 3. Organizar as ferramentas necessárias para a desmontagem do equipamento. 4. Elaborar a sequência de procedimento em folha de execução. 5. Quando disponível, ter em mãos o desenho explodido da máquina em que será executada a manutenção. 6. Limpar a máquina e drenar lubrificantes ou fluidos de corte. 7. Remover alavancas, mangueiras, tubulações e cabos existentes, sempre identificando-os para posterior montagem. 8. Os conjuntos mecânicos pesados devem ser calçados, para evitar queda ou desequilíbrio do equipamento. Metodologia da Manutenção 17 9. Separar as peças em lotes, levando em conta o estado em que elas se encontram, sendo eles: Lote 1 – peças em perfeito estado. Lote 2 – peças que precisam de recondicionamento ou troca de reparos. Lote 3 – peças danificadas que devem ser substituídas ou fabricadas. Lote 4 – peças a serem examinadas em laboratório. Após o conserto das partes identificadas, segue-se com a montagem do equipamento (ALMEIDA, 2018). • Procedimento para a correta montagem de máquinas: 1. Consultar os manuais e desenhos técnicos disponíveis. 2. Verificar os elementos e as peças a serem montados. 3. Verificar as ferramentas e os instrumentos de aferição que serão utilizados e organizá-los de maneira que facilite o manuseio. 4. Iniciar a operação de montagem de acordo com o planejado, sempre cuidando para que não haja impurezas ou fragmentos que possam contaminar as peças e componentes. 5. Após a finalização das operações de montagem, testar o equipamento montado. É fundamental que o profissional de manutenção esteja habilitado e treinado para a tarefa que vá exercer. Na montagem e desmontagem não é diferente, pois o profissional precisa estar preparado para executar a função e não ter problemas inesperados em razão da falta de conhecimento. Fundamentos de usinagem Você certamente já ouviu falar de usinagem de peças, certo? Com certeza já viu peças metálicas com design complexo e ficou se perguntando como elas foram fabricadas. Normalmente, é usado o processo de usinagem nessas situações. Metodologia da Manutenção 18 Usinagem é o processo de fabricação mecânica que consiste na remoção de material por corte ou abrasão visando à fabricação ou ao reparo de peças de material metálico e não metálico, obedecendo a medidas, geometria e normas de desenho técnico. A maneira como a peça será usinada e fixada, a ferramenta de corte a ser utilizada, as condições de manutenção da máquina em que a operação será realizada e principalmente a competência técnica do profissional que irá executar a usinagem impactam diretamente no processo de usinagem e resultado final. O processo de usinagem é dividido nas seguintes etapas: • Desbaste, que é retirada do excesso de material, deixando uma pequena quantidade dele, chamada de sobremetal, que será retirado na fase de acabamento. • Acabamento, que é a retirada do sobremetal, respeitando as medidas dimensionais e geométricas exigidas no desenho técnico da peça. • Controle, que é o processo de inspeções das dimensões e dos requisitos solicitados da peça que foi usinada. É possível realizar a usinagem com ferramentas manuais, como limas ou com auxílio de máquinas operatrizes. Entre as máquinas operatrizes de usinagem presentes no cotidiano mecânico de manutenção, temos: 1. Torno mecânico: é uma das máquinas mais comuns da indústria metalomecânica e também uma das mais antigas. Possui inúmeras variações e tipos que são utilizados em diversos processos de fabricação, sendo usado com frequência na realização de manutenção de peças ou ferramentas (ALMEIDA, 2018). Metodologia da Manutenção 19 Figura 9 – Torno mecânico universal Fonte: Almeida (2018). 2. Fresadora mecânica: é uma máquina de usinagem destinada à usinagem de peças com diversas faces, geometrias, canais, rasgos, engrenagens, rebaixo, furações, entre outras formas. São máquinas versáteis e muito comuns nas empresas por causa da grande variedade de peças que é possível produzir com elas. A ferramenta e corte utilizada na fresadora recebe o nomede fresa, que pode de aço rápido ou metal duro. Figura 10 – Fresadora mecânica universal Fonte: Almeida (2017). Metodologia da Manutenção 20 3. Retifica plana e cilíndrica: são máquinas com mesa magnética que executa movimentos longitudinais ou transversais para retificar uma superfície, e movimentos verticais controlados pelo operador manualmente, assim posicionando o rebolo e controlando a quantidade de material que será retirado em cada passe na peça (ALMEIDA, 2018). A usinagem está sempre presente na manutenção mecânico em razão da necessidade de confeccionar ou reparar peças metálicas, por isso é de suma importância que o profissional de manutenção mecânica tenha conhecimentos técnicos em usinagem. RESUMINDO: Vimos bastante informação, não é mesmo? Garanto que você nunca mais irá olhar para suas ferramentas da mesma maneira. Também aposto que você nunca tinha visto a desmontagem e montagem de equipamentos como um dos processos de manutenção. Neste capítulo vimos alguns dos processos de manutenção e suas ferramentas, aprendemos sobre o processo de usinagem, tão utilizado no reparo e confecção de peças de reposição, e vimos modelos de máquinas operatrizes. Também aprendemos sobre as principais ferramentas utilizadas em montagem e desmontagem nas operações de manutenção e entendemos a importância e as etapas dos processos de desmontagem e montagem executados durante as manutenções mecânicas Metodologia da Manutenção 21 Manutenção predial civil OBJETIVO: Neste capítulo vamos estudar sobre manutenção predial e entender um pouco como os profissionais da área a executam. Também vamos aprender sobre os processos utilizados para realizar a manutenção predial, os problemas mais comuns e como eles podem ser resolvidos. Acredito ter despertado seu interesse, não é mesmo? Vamos em frente! A manutenção predial é regida pela NBR 5674 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mas na prática temos poucos edifícios que têm um sistema ou uma cultura de manutenção implementado. O que acontece na prática é a simples correção dos problemas que surgem com o tempo ou, como nós já vimos, apenas a manutenção corretiva é efetuada. É difícil encontrarmos um edifício ou condomínio com uma gestão da manutenção preventiva em funcionamento, o que muitas vezes acaba expondo o edifício e suas estruturas a certos riscos. DEFINIÇÃO: Vamos aplicar aqui a definição utilizada pela Norma de Inspeção Predial do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE): a manutenção predial é o conjunto de atividades e recursos que garante o melhor desempenho da edificação para atender às necessidades dos usuários, com confiabilidade e disponibilidade, ao menor custo possível (GOMIDE; FAGUNDES NETO; GULLO, 2014). Conhecendo a manutenção predial Você com certeza já se deparou com manutenções em sua casa, edifício ou condomínio, certo? E com certeza alguns pequenos reparos você mesmo teve que executar ou chamou um profissional para fazê-lo, não é mesmo? Metodologia da Manutenção 22 Pensando na gestão da manutenção e nas manutenções corretivas, preventivas e preditivas que vimos serem tão eficientes no mundo industrial, podemos trazer esses conceitos para a manutenção predial. É comum nos depararmos com manutenções corretivas sendo feitas em edifícios, porém a manutenção preventiva e até mesmo a preditiva já é mais difícil de enxergarmos. Claro que a maioria dos edifícios possui uma boa durabilidade, mas será que não precisam de um olhar mais cauteloso no quesito de manutenção? Não só para identificar e corrigir problemas serve a manutenção predial. Ela ajuda a prevenir falhas para manter a funcionalidade das construções, atender exigências de segurança e garantir vida longa às edificações. Toda construção deve ser monitorada por profissionais de manutenção predial ao longo de sua vida útil. Quando a manutenção é ignorada, o edifício corre o risco de perder sua capacidade funcional, expor os usuários a situações de risco e insegurança, e ter seu patrimônio desvalorizado. Figura 11 – Manutenção predial em fachada Fonte: Pexels. Metodologia da Manutenção 23 Em condomínios, ignorar a manutenção pode resultar em responsabilização civil de proprietários, síndicos e administradores. Para evitar problemas, é necessário que um plano de gestão da manutenção seja implantado, começando com a realização da inspeção predial. A partir daí o administrador passa a ter um laudo com as informações do edifício, que mostra a situação real do prédio no que diz respeito à funcionalidade, ao atendimento às normas técnicas e à presença de falhas. A inspeção predial funciona como uma revisão de um carro, apontando os problemas já existentes e alguns problemas que irão surgir com o tempo. Todos os sistemas que compõem a edificação são analisados, da cobertura ao subsolo. SAIBA MAIS: A Câmara de Inspeção Predial do IBAPE/SP, em 2009, preocupada com a relação causa x efeito dos acidentes e sua forte correlação com a manutenção predial, realizou um estudo sobre acidentes ocorridos em edificações com mais de 30 anos, que considerou dados de conhecimento comum, publicados pela imprensa, e informações cadastradas no banco de dados do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Nesse estudo, os acidentes prediais analisados ocorreram, exclusivamente, em edificações na sua fase de uso, excluídos dessa análise, portanto, acidentes ocorridos na fase de obras e em edificações com menos de 10 anos. Dos resultados obtidos, 66% das prováveis causas e origens dos acidentes são relacionadas à deficiência ou à falta de manutenção, perda precoce de desempenho e deterioração acentuada. Apenas 34% dos acidentes possuem causa e origem relacionada a problemas de construção dos edifícios (IBAPE/SP, 2015). A figura a seguir ilustra os resultados: Metodologia da Manutenção 24 Figura 12 – Gráfico com resultado sobre a pesquisa de falhas em edifícios Fonte: IBAPE/SP (2015, p. 12). Os dados acabam apontando para uma conclusão: há meios de diminuir o colapso e a deterioração precoce das edificações. É necessário, para tanto, implementar sistemas de gestão da manutenção predial e realizar avaliações periódicas das condições técnicas, de uso e de manutenção dos edifícios. O termo utilizado para essa avaliação da edificação é Inspeção Predial, ou Vistoria de Check-up. Essa avaliação é uma manutenção preventiva, sendo assim diminui o risco de acidentes prediais e auxilia no direcionamento de investimentos na edificação e nas adequações do plano de manutenção. A inspeção predial é uma atividade que tem normas e métodos já preestabelecidos, classifica as deficiências constatadas na edificação com uma visão sistêmica e gera uma lista de prioridades técnicas com orientações ou recomendações para a correção, sendo que o resultado dessa avaliação corresponde a ações do plano de manutenção do edifício (IBAPE/SP, 2015). Inspeção Predial Como podemos ver a inspeção predial é parte fundamental da gestão da manutenção predial e é a partir dela que temos a análise da situação do edifício em avaliação e podemos definir as ações de correção que será preciso executar. Também usamos o laudo da inspeção predial Metodologia da Manutenção 25 para montar o plano de manutenção e planejar os custos envolvidos para executar a manutenção. DEFINIÇÃO: De acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP, é a “análise isolada ou combinada das condições técnicas, de uso e de manutenção da edificação”. Outras normas técnicas definem Inspeção Predial. Temos como exemplo: • Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar as atividades de manutenção (ABNT NBR 5674). • Verificação, por meio de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da edificação (ABNT NBR 15575-1). O que acontece na práticaé uma avaliação com o objetivo de identificar o estado geral da edificação e de seus sistemas construtivos, observando os aspectos de desempenho, funcionalidade, vida útil, segurança, estado de conservação, manutenção, utilização e operação, sempre visando ao bem-estar dos usuários. Vamos agora analisar o método dessa avaliação técnica e suas etapas, de acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP: Metodologia da Manutenção 26 Figura 13 – Etapas da inspeção predia l PRINCIPAIS ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA INSPEÇÃO PREDIAL 1ª. Etapa: Levantamento de dados e documentos da edifi cação: Administrativos, técnicos de manutenção e operação (planos, relatórios, históricos, etc.) 2ª. Etapa: Entrevista com gestou ou síndico para averiguação de informações sobre o uso da edifi cação, histórico de reforma e manutenção, entre outras intervenções ocorridas. 3ª. Etapa: Realização de vistorias na edifi cação, realizadas com equipe multidisciplinar ou não, dependendo do tipo de prédio e da complexidade dos sistemas construtivos existentes 4ª. Etapa: Classifi cação das defi ciências constatadas nas vistorias, por sistema construtivo, conforme sua origem. Essas podem ser classifi cadas em: • Anomalias construtivas ou endógenas (quando relacionadas aos problemas da construção ou projeto do prédio); • Anomalias funcionais (quando relacionadas à perda de funcionalidade por fi nal de vida útil – envelhecimento natural); • Falhas de uso e manutenção (quando relacionadas à perda precoce do desempenho por defi ciências no uso e nas atividades de manutenção periódicas). • Todas as defi ciências são cadastradas por fotografi as que devem constar no laudo de inspeção predial. 5ª.Etapa: Classifi cações dos problemas (anomalias e falhas), de acordo com o grau de prioridade, conforme estabelecido em norma, considerando os fatores de conservação, as rotinas de manutenção previstas, os agentes de deterioração precoce, a depreciação, os riscos à saúde, à segurança, à funcionalidade e ao comprometimento da vida útil. 6ª.Etapa:Elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a classifi cação de prioridade de cada problema constatado. Essa lista é ordenada do mais crítico ao menos crítico. 7ª.Etapa: Elaboração de recomendações ou orientações técnicas para a solução dos problemas constatados. Essas orientações podem estar relacionadas à adequação do plano de manutenção ou a reparos e reformas para a solução de anomalias. 8ª. Etapa: Avaliação da qualidade de manutenção, conforme estabelecido em norma. Resumidamente, para essa classifi cação, consideram-se as falhas constatadas na edifi cação, as rotinas, a execução das atividades de manutenção e as taxas de sucesso, entre outros aspectos. 9ª. Etapa: Avaliação do uso da edifi cação. Pode ser classifi cado em regular ou irregular. Observam-se as condições originais da edifi cação e seus sistemas construtivos, além de limites de utilização e suas formas. Fonte: IBAPE/SP (2015, p. 13-14). Metodologia da Manutenção 27 As etapas da inspeção predial seguem uma ordem lógica para ajudar na classificação e na solução dos problemas encontrados nas edificações, e é importante que sejam seguidas e bem executadas, pois só assim a inspeção predial será eficiente. O profissional de manutenção predial deve saber ler e interpretar o documento de inspeção predial, para assim executar as ações de manutenção de forma correta e eficaz. Manutenção predial x Inspeção predial É importante entendermos que a inspeção predial não é manutenção da edificação. A inspeção predial é uma das ferramentas que auxiliam na elaboração ou na revisão do plano de manutenção e na gestão predial. Manutenção, por definição, é o conjunto de atividade que garante e recupera os desempenhos de elementos e sistemas construtivos, conforme previsto em projeto e dentro do prazo de vida útil, sendo uma atividade técnica de Engenharia ou de outro profissional qualificado. Conforme a ABNT NBR 5674, as responsabilidades técnicas de quem realiza a manutenção são: 1. Assessorar o proprietário na tomada de decisão sobre a manutenção e sua organização. 2. Providenciar e manter atualizados os registros da manutenção. 3. Realizar rondas de manutenção e contratar inspeções técnicas periódicas. 4. Preparar previsões orçamentárias para os serviços de manutenção. 5. Supervisionar as atividades de manutenção. 6. Planejar as atividades e reavaliar a programação. 7. Orçar serviços de manutenção terceirizados ou próprios. 8. Realizar ou assessorar o proprietário na contratação de serviços. 9. Definir e implementar sistema de gestão da manutenção predial. 10. Orientar os usuários sobre o uso adequado da edificação. Metodologia da Manutenção 28 11. Assessorar o proprietário em situações de emergência. 12. Acompanhar o valor dos investimentos e o valor do imóvel ao longo de sua vida útil, em função das atividades de manutenção executadas. A falta de manutenção nos edifícios causa a falha ou parada nas funcionalidades que o edifício possui e redução do prazo de vida útil. Logo, quando não se faz manutenção, os gastos com reparos corretivos e reformas são maiores e ocorrem de forma mais acentuada e precoce. É importante observar, ainda, que a manutenção garante a funcionalidade e, principalmente, a segurança do uso das instalações e dos sistemas da edificação. Se realizada sem critério técnico, a manutenção pode causar problemas, gastos indevidos sem os benefícios esperados, danos materiais, físicos e gerar preocupações desnecessárias aos usuários, além da desvalorização acentuada do imóvel, indenizações por acidentes, condenações jurídicas por negligência, impedimento ao uso, interdições, entre outros problemas. Classificação de falhas As falhas de manutenção podem ter diversas causas. Quando se realiza a inspeção predial, elas são analisadas para classificar o grau de prioridade. Podem ter origem em execução de atividades inadequadas, mal planejamento, uso indevido de materiais, deficiências com mão de obra, problemas com ausência de registros, contratos de terceirizadas incompatíveis com a realidade operacional das instalações, dentre outras. As falhas podem ser: • Críticas, que implicam danos à saúde e à segurança dos usuários, perda excessiva de desempenho causando possíveis paralisações, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização acentuada. Esse tipo de falha exige intervenção imediata. Exemplo: parada dos elevadores e trincas que comprometam a estrutura do prédio. • Regulares, que causam perda de funcionalidade sem prejuízo à operação direta de sistemas, redução pontual de desempenho, Metodologia da Manutenção 29 deterioração precoce e pequena desvalorização. Esse tipo de problema requer programação e intervenção em curto prazo. Exemplo: fachada do edifício descascando e degraus da escada perdendo o revestimento. • Mínimas, que causam pequenos prejuízos à estética ou à atividade programável e planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos críticos e regulares. Exemplo: bolhas na pintura no hall de entrada. A deficiência no diagnóstico das falhas causa retrabalho e gastos desnecessários, sem contar que o problema poderá ressurgir, agravando a situação e causando prejuízo ainda maior (IBAPE/SP, 2015). Outro ponto que precisamos saber é que a manutenção não é Reforma, Modernização e/ou Retrofit, pois essas atividades alteram as características originais dos sistemas construtivos, o que não ocorre com a manutenção predial. DEFINIÇÃO: De acordo com a recente ABNT NBR 16280:2014 – Norma de Reforma em Edificações – Sistemas de Gestão de Reformas – Requisitos, tem-se como definição para reforma de edificação: “alteração nas condições da edificação existente, com ou sem mudança de função, visando recuperar, melhorar ou ampliar suas condições de habitabilidade, uso ou segurança, e que não seja manutenção”.As reformas em geral podem ocorrer nas edificações para repor sistemas que já se encontram com vida útil ultrapassada e alterar características. As reformas, tanto quanto as atividades de manutenção, necessitam de profissionais habilitados para sua execução, porque envolvem prestações de serviços de engenharia e arquitetura. Logo, é importante contar com responsáveis técnicos. Metodologia da Manutenção 30 RESUMINDO: E aí conseguindo absorver toda a informação? Aquelas obras que vemos sendo realizadas nas fachadas dos edifícios quando caminhamos nas ruas não serão mais as mesmas para você, certo? Gostamos de pensar como o conhecimento muda a forma de olharmos para o mundo e as coisas que nos cercam! Pois bem, nesta unidade aprendemos sobre a manutenção predial e como a gestão da manutenção interfere na qualidade e nos custos das manutenções prediais. Vimos a importância de manter uma boa cultura de manutenção predial sempre visando à segurança e ao bem-estar dos usuários e como é complexa uma inspeção predial, o laudo que ela gera e como o utilizamos para alimentar o plano de manutenção do edifício que está sendo analisado. Foi possível observar também que manutenção predial, por tratar da segurança das pessoas, é regida por várias normas regulamentadoras, para garantir a qualidade da manutenção e a responsabilidade das ações executadas. Vamos em frente, aprendendo cada vez mais sobre a área de conhecimento da manutenção Metodologia da Manutenção 31 Manutenção elétrica OBJETIVO: Neste capítulo vamos estudar sobre manutenção elétrica predial e entender um pouco como os profissionais da área a executam. Também vamos conhecer os processos utilizados para realizar a manutenção elétrica predial, os problemas mais comuns e como eles podem ser resolvidos. Acredito ter despertado seu interesse, não é mesmo? Vamos em frente! Entendendo a manutenção elétrica predial Vamos rever o conceito de manutenção, mas agora focando na manutenção elétrica predial. Vamos pensar em coisas que fazemos habitualmente, por exemplo, pegar o ônibus ou o metrô para ir à escola ou ao trabalho. Ou, então, passear no shopping, fazer um exame médico, pesquisar um assunto qualquer na internet, abastecer o tanque da motocicleta, tomar sorvete, comprar carne para um churrasco, fritar um ovo, entre outras coisas. Com certeza você se lembra de que a falta de manutenção faz com que o ônibus quebre, o ar-condicionado do vagão do metrô não funcione, a escada rolante do shopping pare, não seja possível fazer um exame médico porque o aparelho está quebrado, não seja possível acessar a internet por causa de pane no provedor, não seja possível encher o tanque da motocicleta porque a bomba de combustível está parada, não poder tomar sorvete nem comprar carne porque não há fornecimento de energia no seu bairro. Agora, vamos supor a seguinte situação: seu fogão tem acendimento (elétrico) automático, mas seu bairro não tem energia! E não há uma caixa de fósforos sequer na sua casa. Resultado: sem energia elétrica, você não pode nem fritar um ovo! Analisando e refletindo sobre esses exemplos, fica fácil entender o conceito de manutenção: um processo que se destina à conservação Metodologia da Manutenção 32 das instalações ou dos equipamentos, mantendo suas características técnicas, funcionais e de segurança. Isto é, um conjunto de cuidados técnicos indispensáveis para o funcionamento regular e permanente de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações, pois os defeitos e as falhas comprometem o funcionamento dos componentes elétricos, reduzindo a sua vida útil e provocando as paradas não programadas. O objetivo do serviço de manutenção elétrica predial é garantir a continuidade e funcionamento do sistema elétrico e evitar que defeitos e falhas, caracterizados pelo funcionamento irregular ou até mesmo pela própria interrupção do funcionamento normal do sistema, venham ocorrer. As causas mais frequentes de defeitos e falhas são provocadas por (SENAI-SP, 2014): • Falta de cuidados na execução da instalação. • Má qualidade no fornecimento da energia elétrica. • Falta de qualidade da manutenção realizada. • Sistema elétrico sobrecarregado. • Temperatura ambiente. • Produtos abrasivos ou químicos presentes no ambiente do sistema elétrico, não previstos no projeto. O profissional de manutenção elétrica predial é responsável por fazer com que a energia elétrica chegue a todos os componentes dos circuitos das instalações, a fim de manter o funcionamento das máquinas e equipamentos a eles conectados. Metodologia da Manutenção 33 Figura 14 – Profissional de manutenção elétrica predial Fonte: Freepik . Sabemos que a gestão da manutenção divide a manutenção em corretiva, preventiva e preditiva. Vamos agora ver a descrição desses três tipos de manutenção com foco na manutenção elétrica predial. • Manutenção corretiva: é realizada quando o equipamento ou a instalação apresenta falhas ou danos, mesmo que a manutenção preventiva tenha sido realizada. A manutenção corretiva tem o objetivo de consertar o defeito apresentado e colocar novamente o equipamento ou a instalação em operação, assim reduzindo os prejuízos causados por sua paralisação. • Manutenção preventiva: trata das inspeções periódicas nos equipamentos ou nas instalações, que permitem verificar as condições de funcionamento, segurança e o nível de deterioração de equipamentos e instalações, e podem indicar a necessidade de limpeza, lubrificação, ajustes, adequações ou substituição de componentes. Portanto, os objetivos da manutenção preventiva são: Metodologia da Manutenção 34 1. Prolongar a vida útil de equipamentos e instalações. 2. Evitar paradas não programadas. 3. Reduzir os riscos de acidentes. • Manutenção preditiva: tem a finalidade de indicar as reais condições de funcionamento da maquinaria e das instalações, com base em dados de manuais de fabricantes, que informam desgaste, fadiga ou deterioração dos componentes de um equipamento ou de uma instalação. Desse modo, podemos prever o tempo de utilização dos componentes e as condições necessárias para o seu máximo aproveitamento. Os três tipos de manutenção que acabamos de ver podem ser divididos em dois grupos: manutenção planejada, no qual se enquadram a preventiva e a preditiva, e manutenção não planejada, no qual se enquadra a corretiva (SENAI-SP, 2014). Periodicidade da manutenção elétrica predial Com certeza você já passou por uma situação em que algo não funcionou corretamente em sua casa ou edifício. Também podemos assumir que nenhum usuário de uma instalação elétrica predial fica feliz quando algo não funciona. Reflita sobre seu dia a dia e como a eletricidade tem uma presença tão forte que simplesmente não conseguimos viver sem ela. Agora, imagine uma sala de cirurgia. Nela, nada pode falhar, porque isso ameaça a vida de uma pessoa. Esse exemplo demonstra a necessidade da manutenção preventiva, pois não podemos esperar que algo falhe no meio de uma cirurgia para tentar consertar, não é? Assim, o intervalo de tempo em que deve ocorrer a manutenção tem que ser adequado para a cada tipo de instalação. Quanto mais complexa e diversificada for a instalação e seu uso, menor deverá ser o intervalo em que são realizadas as intervenções. Por isso, uma sala de cirurgia é o típico local em que uma falha de fornecimento de energia jamais poderá ocorrer. Portanto, ao estabelecer a periodicidade da Metodologia da Manutenção 35 manutenção, o mais importante é levar em consideração a complexidade das atividades desenvolvidas e as influências externas existentes no local (SENAI-SP, 2014). Para definir a periodicidade, o profissional de manutenção deve considerar as informações sobre vida útil discriminadas nos manuais dos fornecedores. Também é possível utilizar o laudo da inspeção predial ou o históricode falhas consecutivas, assim estimando o tempo necessário para a manutenção entre falhas. O importante na hora de estipular a periodicidade da manutenção em um plano de manutenção é ter em mente que o objetivo é trocar ou realizar reparos em componentes antes que eles falhem, assim garantindo a segurança e a satisfação do usuário. Verificação de rotina em manutenção preventiva A manutenção preventiva deve ser uma rotina em instalações que não podem falhar, já que isso significaria prejuízos tanto materiais quanto para a utilização do usuário. Imagine um shopping sem ar-condicionado! Pense em uma incubadora que mantém vivo um bebê prematuro e que fique, mesmo que momentaneamente, em um ambiente sem energia elétrica! São prejuízos que não podem ser resgatados! Por esses motivos, a manutenção preventiva deve fazer parte da rotina de manutenção da instalação elétrica predial. A periodicidade da manutenção preventiva é composta por verificações frequentes que são feitas em condutores, dispositivos de conexão e de manobra, quadros de distribuição e painéis. 1. Condutores: a instalação, a isolação e os elementos de conexão dos condutores, incluindo os que alimentam os equipamentos móveis, devem ser inspecionados com o objetivo de verificar se: a. Estão em boas condições de utilização e limpeza. b. Estão devidamente identificados. c. Não apresentam sinais de sobreaquecimentos. Metodologia da Manutenção 36 2. Quadros e distribuição de painéis: devem ser inspecionados tanto em sua estrutura quanto em seus componentes. Na estrutura de quadros e painéis, devemos verificar o estado geral quanto à fixação, à integridade mecânica, à pintura, à presença de corrosão e ao funcionamento de fechaduras e dobradiças. Devemos, também, avaliar a condição dos condutores e das cordoalhas de aterramento. Em relação aos componentes dos quadros de distribuição e painéis, devemos verificar as condições de funcionamento de contatores, relés, chaves seccionadoras, disjuntores, entre outros. Deve-se realizar a fixação, os ajustes e as calibrações de acordo com as características técnicas de cada componente (SENAI-SP, 2014). Processos da manutenção elétrica predial Como vimos, o principal objetivo da manutenção de um sistema elétrico conservar suas condições técnicas, funcionais e de segurança. Para isso, ao serviço de manutenção exige a execução de procedimentos específicos, que garantam a segurança dos profissionais envolvidos nas intervenções e a confiabilidade dos trabalhos realizados. Podemos citar como exemplos: 1. Testes de funcionamento de componentes de uma instalação elétrica. 2. Inspeção visual dos componentes de uma instalação elétrica. 3. Ensaios possíveis de componentes de uma instalação elétrica. Durante a execução de qualquer manutenção elétrica predial, antes da substituição de um componente elétrico, você precisa garantir que ele realmente deva ser substituído, o que é feito por meio de inspeção, testes e ensaio. É primordial que você, antes de iniciar a manutenção, realize procedimentos de desligar a energia dos circuitos, atendendo às seguintes prescrições da NR 10 (SENAI-SP, 2014): 1. Seccionar o circuito. 2. Impedir sua reenergização por meio de bloqueios mecânicos. Metodologia da Manutenção 37 3. Constatar a ausência de tensão. 4. Instalar aterramento temporário. 5. Proteger os elementos energizados existentes na zona controlada. 6. Instalar a sinalização de impedimento de reenergização. Exemplo: Você já utilizou uma tomada, portanto já sabe que as conexões entre os aparelhos elétricos portáteis e a rede elétrica são realizadas por meio de plugues e tomadas. O desgaste desses dispositivos é resultado da corrente que circula por eles e de sua elevada utilização. Também é de seu conhecimento que as conexões deficientes podem ocasionar queda de tensão, aquecimento e instabilidade na rede elétrica. Constatado o defeito, devemos efetuar a troca dos dispositivos. Veja, no quadro a seguir, os procedimentos de teste de uma tomada (SENAI-SP, 2014). Quadro 1 – Exemplo de procedimento de inspeção de tomadas Itens a verificar Como testar/verificar Pressão de contato Verifi car se a pressão de contato nos polos da tomada é sufi ciente para manter conexão com o plugue nela inserido. Bornes de ligação Avaliar conexão do condutor com borne de ligação da tomada. Sinais de aquecimento Verifi car se a tomada apresenta sinais de deformação por aquecimento resultante de sobrecarga ou mau contato. Tensão Constatar presença de tensão nos bornes da tomada. Fonte: SENAI-SP (2014). Após o profissional de manutenção verificar todo o sistema elétrico, trocar os componentes e realizar os reparos necessários, ele precisa validar seu trabalho e emitir o relatório final de suas atividades. Após a conclusão da manutenção de um sistema elétrico e antes de liberá- lo para o cliente, é necessário realizar a validação do serviço. Afinal, na manutenção também deve-se garantir a funcionalidade, segurança e Metodologia da Manutenção 38 conformidade com as normas, assim como a integridade das pessoas, do imóvel e dos equipamentos presentes. Para a validação final da manutenção executada, é necessário: 1. Verificar a conformidade com os parâmetros do projeto com a ajuda da leitura e interpretação do projeto da instalação elétrica. 2. Realizar as rotinas de teste de funcionamento do sistema e de medição das grandezas envolvidas. 3. Preencher o formulário para liberação do sistema. 4. Encerrar a Ordem de Serviço (OS). Após todas as etapas acima serem executadas e a ordem de serviço ser assinada e aceita pela pessoa que solicitou a manutenção, o serviço está concluído e o profissional está pronto para o próximo trabalho (SENAI-SP, 2014). Como vimos, a manutenção elétrica predial é uma área de grande complexidade e alguns riscos. O profissional de manutenção elétrica predial deve estar devidamente habilitado de acordo com as normas de segurança e com o conhecimento sobre a profissão em dia, caso contrário a execução das atividades não sairá conforme o esperado e ainda poderá trazer riscos desnecessários. Metodologia da Manutenção 39 RESUMINDO: Cada área que nos aprofundamos da manutenção parece um mundo novo, não é? Com a manutenção elétrica predial não seria diferente, já que é uma área muito importante, por tratar da segurança e do bem-estar das pessoas e exigir um nível técnico elevado de seus profissionais. Vimos como ela é executada no dia a dia e como definidos a periodicidade das ações de manutenção preventiva. Foi possível entender a importância da manutenção preventiva e preditiva nessa área da manutenção. Também vimos o exemplo de um procedimento de inspeção e entendemos a necessidade de seguir determinados procedimentos para este tipo de manutenção. Ainda temos muito a aprender sobre essa fantástica área de conhecimento que é a manutenção. Vamos em frente Metodologia da Manutenção 40 Normas regulamentadoras da manutenção OBJETIVO: Agora vamos conhecer as normas regulamentadoras que regem a atividade de manutenção, como as normas de segurança, legislações sobre a construção civil e algumas boas práticas a serem seguidas. É muito importante conhecer as normas técnicas e legislações sobre a atividade que você desempenha, pois, além de funcionarem como um guia, também servem para garantir que o profissional e as pessoas ao seu redor estejam seguras durante a execução de sua atividade. Interessante, não é mesmo? Vamos seguir aprendendo sobre a manutenção! O que são Normas? Se alguém convidar você para participar de um jogo que você nunca jogou, a primeira coisa que você irá perguntar é como ele funciona e quais são suas regras, certo? Você faz essa pergunta, pois sabe que se não conhecer as regras não terá chance de ganhar. Com a manutenção é a mesma coisa: é necessário saber quais são as regras, normas técnicase boas práticas da manutenção para melhor aplicá-las no dia a dia. Vamos começar entendendo o que é a normalização. Nos dias atuais estamos cercados por normas: de convivência, de linguagem, de padrões de comportamento. Afinal, “bom dia!”, “por favor!” e “muito obrigado!” são expressões que devemos sempre usar e que fazem parte das normas da boa educação. Viver em comunidade exigiu de nós, seres humanos, o estabelecimento desses tipos de regras. A industrialização, atividade econômica que mudou totalmente nossas vidas nos últimos duzentos anos, exigiu o uso de critérios de padronização para facilitar a fabricação, o armazenamento e a comercialização dos produtos. Imagine como seria se cada fabricante Metodologia da Manutenção 41 resolvesse fabricar o conector de celular diferente para cada modelo de celular? Seria muito difícil. A padronização foi o primeiro passo para a normalização, que nada mais é do que um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos, engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições. As finalidades da normalização são: a. Padronizar o produto. b. Simplificar processos produtivos. c. Garantir produtos e serviços confiáveis para o usuário. Do processo de normalização surgem as normas, que são documentos com informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores, elaborados com base nas experiências e nos avanços tecnológicos da indústria. As normas englobam assuntos referentes à terminologia, aos glossários de termos técnicos, aos símbolos e aos regulamentos de segurança (SENAI SP, 2015). Atualmente, o objetivo das normas técnicas são: • Simplificação, para limitar e reduzir a fabricação de variedades desnecessárias de um produto. • Comunicação, para estabelecer linguagens comuns que facilitem o processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores. • Economia global, para criar normas técnicas internacionais que permitam o comércio de produtos entre países. • Segurança, para proteger a saúde e a vida humana. • Proteção dos direitos do consumidor, para garantir a qualidade do produto comercializado e do serviço prestado (SENAI SP, 2015). Metodologia da Manutenção 42 Normas Técnicas Brasileiras Como você já deve ter ouvido falar, no Brasil temos inúmeras normas técnicas, e algumas delas normalizam o setor de manutenção industrial, predial e elétrica. Sendo assim, vamos estudar essas normas. Figura 15 – Logo da ABNT Fonte: ABNT (s.d.). O atual modelo brasileiro de normalização foi implementado em 1992 e tem o objetivo de descentralizar e tornar mais rápida a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram criados: a. O Comitê Nacional de Normalização (CNN), que tem a função de estruturar o sistema de normalização. b. O Organismo de Normalização Setorial (ONS), que tem como objetivo agilizar a criação de normas específicas para setores. Para que um ONS possa elaborar normas de âmbito nacional, ele deve se credenciar e ser supervisionado pela ABNT. A ABNT é uma entidade privada sem fins lucrativos, cuja responsabilidade é coordenar, orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas no Brasil, bem como editar e registrar as normas existentes (NBRs). Para que os produtos brasileiros sejam aceitos no mercado internacional, as normas da ABNT são elaboradas, de preferência, segundo diretrizes e instruções de associações internacionais de normalização, como estas: Metodologia da Manutenção 43 • International Standard Organization (ISO) – em português, Organização Internacional para Padronização – com sede em Genebra, na Suíça. • International Eletrotechnical Commission (IEC) – em português, Comissão Internacional de Eletrotécnica. A ABNT é responsável pela elaboração de normas de procedimento, especificação, padronização, terminologia, classificação, métodos de ensaio e simbologia em diversas áreas de atuação (SENAI SP, 2015). Também vale visitar o site do Instituo Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). No INMETRO, a norma recebe uma classificação e é oficialmente registrada. A norma pode ser uma: • NBR 1, o que a torna obrigatória. • NBR 2, chamada de “referendada” e obrigatória para órgãos públicos. • NBR 3, chamada de “registrada” e que pode ou não ser seguida tanto por órgãos públicos como por empresas privadas. Periodicamente as normas devem ser revistas. Em geral, a revisão deve ocorrer em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que algumas normas sejam revistas antes desse período. A seguir vamos ver uma lista das normas regulamentadores e seus títulos, que serve para orientar o profissional a procurar pela norma completa de acordo com o trabalho que será realizado. Metodologia da Manutenção 44 Quadro 2 – Lista de NRs Norma Descrição NR 01 Disposições gerais. NR 02 Inspeção prévia. NR 03 Embargo ou Interdição. NR 04 SESMT − Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. NR 05 Cipa − Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. NR 06 EPI − Equipamento de Proteção Individual. NR 07 PCMSO − Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. NR 08 Edifi cações. NR 09 PPRA − Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. NR 10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade. NR 11 Transporte, movimentação e manuseio de materiais. NR 12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. NR 13 Caldeiras e vasos sob pressão. NR 14 Fornos. NR 15 Atividades e operações insalubres. NR 16 Atividades e operações perigosas. NR 17 Ergonomia. NR 18 Condições do meio ambiente de trabalho da Indústria da construção civil. NR 19 Explosivos. NR 20 Líquidos combustíveis e infl amáveis. NR 21 Trabalho a céu aberto. NR 22 Segurança e saúde ocupacional na mineração. Metodologia da Manutenção 45 NR 23 Prevenção contra incêndios. NR 24 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho. NR 25 Resíduos industriais. NR 26 Sinalização de segurança. NR 27 Registro profi ssional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho NR 28 Fiscalização e penalidades. NR 29 Segurança e saúde no trabalho portuário. NR 30 Segurança e saúde no trabalho aquaviário. NR 31 Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração fl orestal e aquicultura. NR 32 Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. NR 33 Segurança e saúde nos trabalhos em espaços confi nados. NR 34 Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval. NR 35 Segurança e saúde no trabalho em altura. NR 36 Segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Fonte: Almeida (2017). É bastante comum no mundo da manutenção encontrar no currículo dos profissionais treinamentos, por exemplo, a NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade e a NR 35 – Segurança e saúde no trabalho em altura, que indica que o profissional está apto para trabalhar de acordo com as normas da NR em questão. Metodologia da Manutenção 46 Figura 16 – Profissionais capacitados para o trabalho Fonte: Freepik . Diversos trabalho exigem o treinamento das NRs necessárias para a contratação do profissional. • ABNT NBR 15154: estabelece os requisitos e a sistemática para a qualificação e certificação de mecânico de manutenção de equipamentos mecânicos, sistemas hidropneumáticos, sistemas de lubrificação e máquinas, e define as atribuições, atitudes e atividades para esse profissional. SAIBA MAIS: Você certamente já ouviu falar ISO 9001, não é mesmo? A ISO (organização internacional de normalização) é uma organização internacional que reúne centenas de organismos nacionais de normalização. Representando países que respondem por cerca de 95% do PIB mundial, tem porobjetivo promover o desenvolvimento da padronização de atividades correlacionadas, de forma a possibilitar o intercâmbio econômico, científico e tecnológico entre países. Para saber mais sobre como a ISO funciona e entender como ela impacta na área de manutenção, clique aqui. É importante que o profissional de manutenção tenha conhecimento sobre as normas regulamentadores da sua área de atuação, não apenas Metodologia da Manutenção https://www.iso.org/home.html 47 para se manter seguro e executar as boas práticas necessárias da sua profissão, mas também para se manter dentro da legislação. RESUMINDO: Interessante não é mesmo? Podemos ver que a bagagem de conhecimento já conhecido e normalizado é grande na área de manutenção. Nesta unidade foi possível entender como as normas técnicas funcionam e atuam no Brasil, e conhecemos os órgãos responsáveis por emiti-las. Foi possível entender como as normas técnicas interagem com o profissional de manutenção e conhecer as normas que mais impactam na manutenção, como a NR 10 e NR 35. O ditado “conheça as regras do jogo para vencê-lo” se aplica muito bem quando falamos das normas técnicas e da manutenção. Vamos seguir em frente e aprender mais ainda sobre essa área de conhecimento tão fantástica que é a manutenção! Metodologia da Manutenção 48 REFERÊNCIAS ABRAMAN. GESTÃO de Ativos e Pas 55. c2022. Disponível em: https://abramanoficial.org.br/page/gestao_de_ativos. Acesso em: 11 de jul. 2020. ALMEIDA, P. S. Gestão da Manutenção: aplicada às áreas industrial, predial e elétrica. Recurso eletrônico. São Paulo: Érica, 2017. ALMEIDA, P. S. Manutenção Mecânica Industrial: conceitos básicos e tecnologia aplicada. São Paulo: Érica, 2018. BAPTISTA, J. A. Manutenção Industrial: técnicas, contos e causos. São Caetano do Sul-SP: Editora Lura, 2017. CYRINO, L. Downtime, o peso da manutenção. Manutenção em foco, 2019. Disponível em: https://www.manutencaoemfoco.com.br/ downtime-o-peso-da-manutencao/. Acesso em: 11 jul. 2020. GOMIDE, T. L. F.; FAGUNDES NETO, J. C. P.; GULLO, M. A. Inspeção predial total: diretrizes e laudos no enfoque da qualidade total e da engenharia diagnóstica. São Paulo: Editora PINI, 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO – IBAPE/SP. Inspeção Predial – “a Saúde dos Edifícios”. 2. ed. São Paulo: IBAPE/SP, 2015. Disponível em: https:// www.ibape-sp.org.br/adm/upload/uploads/1541781803-Cartilha- Inspecao_Predial_a_Saude_dos_Edificios.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020. ISO. International Organization for Standardization, c2022. Disponível em: https://www.iso.org/home.html. Acesso em: 25 jul. 2020. LAASCH, C. Fundamentos da gestão responsável: sustentabilidade, responsabilidade e ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015. MANUTENÇÃO predial preventiva: por que é indispensável?. Full Connection, 2019. Disponível em: http://fullconnection.com.br/ manutencao-preventiva-por-que-e-indispensavel/. Acesso em: 11 jul. 2020. Metodologia da Manutenção 49 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Plano de Manutenção Predial Preventiva e Corretiva. São Paulo: Unifesp, 2016. Disponível em: https:// www.unifesp.br/campus/osa2/images/PDF/Infraestrutura/ANEXO%202. pdf. Acesso em: 11 jul. 2020. INMETRO. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, c2022. Página inicial. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br. Acesso em: 25 jul. 2020. SIGNIFICADO DE NBR. In: Significados.com.br, 2018. Disponível em: http://significados.com.br/nbr/. Acesso em: 11 jul. 2020. SENAI-SP. Sistemas Elétricos Prediais: Manutenção. São Paulo: SENAI-SP Editora, 2014. SENAI-SP. Sistemas Elétricos Prediais: Instalações. São Paulo: SENAI-SP Editora, 2015. Metodologia da Manutenção
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