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Tecnologia digital na construção do conhecimento

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DESCRIÇÃO
A construção do conhecimento na era da tecnologia digital por meio da alfabetização midiática e informacional, da transposição didática
digital e da curadoria educacional.
PROPÓSITO
Compreender como as tecnologias digitais, em uma sociedade permeada pela cultura digital, podem contribuir para a atuação profissional,
tendo em vista seu papel principal de apoiar educandos na construção do conhecimento.
PREPARAÇÃO
É importante que você tenha acesso a um dicionário tecnológico, preferencialmente na área de tecnologia digital e aprendizagem, a fim de
facilitar sua apreensão do conteúdo aqui apresentado. Uma possibilidade é o Glossário Ceale, desenvolvido por diversos pesquisadores e
disponível virtualmente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Distinguir alfabetização midiática e informacional
MÓDULO 2
Definir o processo de transposição didática digital
MÓDULO 3
Aplicar estratégias de curadoria educacional
INTRODUÇÃO
Você já ouviu falar em alfabetização midiática e informacional? E em transposição didática digital? O que diria sobre a curadoria de
conteúdos com finalidade educacional? Essas são algumas das ideias tratadas aqui.
Nos últimos anos, muito se tem estudado e publicado sobre a necessidade e a emergência de um novo paradigma educacional que
corresponda ao acelerado desenvolvimento científico e tecnológico da assim chamada Sociedade do Conhecimento.
Nesse cenário, a prática docente certamente também precisa mudar. Muito mais do que transmitir conteúdos – transpondo o saber científico
para o saber escolar –, o que se espera dos profissionais e das instituições dedicadas ao ensino é apoiar o aluno no desenvolvimento das
competências necessárias para que ele seja capaz de gerir sua própria aprendizagem diante de uma realidade em constante mudança.
MÓDULO 1
 Distinguir alfabetização midiática e informacional
Começamos este assunto explorando dois conceitos relacionados ao desenvolvimento de competências essenciais na Sociedade do
Conhecimento: a alfabetização informacional (AI) e a alfabetização midiática (AM). Para isso, baseamos nossa reflexão principalmente
nos documentos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco (GRIZZLE et al.., 2016; WILSON et
al.., 2013).
Como veremos, a Unesco utiliza a expressão alfabetização mediática e informacional (AMI) como um conceito composto para englobar
vários tipos de alfabetizações – no uso de bibliotecas, no acesso a notícias, alfabetização digital, computacional, no uso da internet, em
liberdade de expressão e liberdade de informação, alfabetização televisiva, publicitária, cinematográfica e alfabetização no uso de jogos.
Ou seja, diante da proliferação de mídias e tecnologias na sociedade, as formas de acessar e construir conhecimentos mudam radicalmente,
alterando-se também o papel das instituições de ensino e dos educadores no apoio à aprendizagem dos educandos.

A AMI É A BASE PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, PARA O ACESSO À
INFORMAÇÃO E PARA A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS. SEM AS
COMPETÊNCIAS DA AMI, OS CIDADÃOS NÃO PODEM SER BEM INFORMADOS
PORQUE NÃO TÊM ACESSO À INFORMAÇÃO E NÃO SÃO CAPACITADOS PARA
PROCESSÁ-LA E USÁ-LA.
(GRIZZLE et al.., 2016, p. 17)
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Foto: Adobe Stock.
Como esta temática é objeto de muitas discussões terminológicas, principalmente a respeito de como traduzir o termo em inglês literacy
(alfabetização, literacia ou letramento), começamos traçando um paralelo com a distinção feita entre alfabetização e letramento em geral.
 SAIBA MAIS
O termo literacia voltou à tona, pelo menos no Brasil, quando o Ministério da Educação, em 2019, e no contexto do Plano Nacional de
Alfabetização, criou o Programa Conta pra Mim, baseado em Literacia Familiar. Vale a pena conferir o contexto em que esse termo
reaparece.
Segundo Gasque (2010), a alfabetização em uma língua estaria vinculada ao domínio básico do código de linguagem e abrange
conhecimentos e habilidades como:
A memorização das convenções entre letras/sons.
A comparação entre palavras e significados.
O conhecimento do alfabeto.
O domínio do traçado das letras.
A aprendizagem de instrumentos como lápis, canetas, papéis, cadernos e computador.
O letramento, por sua vez, transcenderia a decodificação para situações em que há o uso efetivo da língua – por exemplo, ler um romance,
seguir uma receita culinária, compreender a bula de um medicamento.
Poderíamos dizer que uma pessoa letrada é aquela que não apenas sabe ler e escrever (uma pessoa alfabetizada), mas que usa a escrita de
forma competente e efetiva para compreender, produzir textos e funcionar em situações reais de uso da linguagem (SOARES, 1998).
Na verdade, podemos pensar em um continuum que vai desde a decodificação de uma palavra até a leitura e interpretação completa de
uma obra, considerando, em qualquer situação, a experiência do indivíduo.
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CONTINUUM
Conjunto de ações que se encadeia em uma sequência estruturada, e que tem maior sentido quando percebido em sua totalidade, não
somente a partir das características dos componentes que o compõem.
Transpondo essa analogia entre letramento e alfabetização para o contexto da informação e das mídias, podemos entender como primeira
etapa do processo o conhecimento básico dos suportes de informação. Incluem-se aí as noções de organização de dicionários e
enciclopédias; a compreensão de conceitos relacionados às práticas de busca e uso de informação, bem como o domínio das funções
básicas de computadores e dispositivos portáteis.
 EXEMPLO
Nesse continuum, o letramento se relaciona à capacidade de buscar e usar a informação eficazmente. Por exemplo:
identificando palavras sinônimas em um dicionário;
produzindo textos dos mais variados formatos;
comparando algo a partir da interpretação e sistematização de ideias; ou
obtendo, ainda, informações atualizadas e apropriadas sobre determinado assunto.
Assim, podemos afirmar que a essência do letramento consiste no engajamento nesse processo de aprendizagem a fim de desenvolver as
competências e as habilidades necessárias para a busca e o uso da informação de modo eficiente e eficaz.
A DISTINÇÃO ENTRE OS DOIS TERMOS PODE SER ÚTIL PARA ENTENDERMOS A
AMPLITUDE DO CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL E MIDIÁTICA,
QUE EM ÚLTIMA INSTÂNCIA TEM COMO FINALIDADE A ADAPTAÇÃO E A
SOCIALIZAÇÃO DAS PESSOAS NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO.
Contudo, para fins didáticos, vamos trabalhar com os conceitos adotados pela Unesco, que servem de base para esta seção.
ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL
Imagem: Shutterstock.com
A alfabetização informacional (AI), em inglês information literacy, pode ser entendida como a habilidade de reconhecer quando as
informações são necessárias e como localizá-las, avaliá-las, utilizá-las de forma eficaz, assim como comunicá-las em seus diversos formatos
(GRIZZLE et al., 2016).
A AI está centrada no engajamento de alguém para se tornar uma pessoa informada. Está fortemente associada aos conceitos de aprender a
aprender e de tomada de decisões por meio da ênfase na definição das necessidades, dos problemas e das informações relevantes, assim
como no uso da informação de maneira crítica e com responsabilidade e ética.
A alfabetização informacional também pode ser considerada a primeira etapa do chamado letramento informacional. Refere-se assim à
compreensão básica dos conceitos relacionados à informação e aos seus suportes, bem como às noções da organização desses serviços e
produtos.
Em uma segunda etapa, está em jogo a aplicação prática desse conhecimento, ou seja, o letramento propriamente dito, que se refere à
capacidade de selecionar, buscar e avaliar as informações, organizá-las e usá-las eticamente para produzir novos conhecimentos.
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Como na literatura específica sobre a área os dois termos são usados por muitos como sinônimos, inclusive na documentação da Unesco
que serve de base para esta seção, podemos falar entãoque uma pessoa alfabetizada ou letrada informacionalmente é aquela que possui
os conhecimentos, as habilidades e atitudes que lhe permitem fazer uso efetivo e ético da informação no sentido de:
APRENDER A APRENDER
Também definido como aprender a conhecer, constitui-se em um dos Quatro Pilares da Educação – somado a aprender a fazer,
aprender a conviver, aprender a ser –, definidos pela UNESCO como essenciais para a educação do século XXI.
Imagem: Adobe Stock.
Reconhecer a necessidade informacional e articular essa necessidade.
Imagem: Adobe Stock.
Localizar e acessar informações relevantes.
Imagem: Adobe Stock.
Avaliar o conteúdo criticamente em termos de autoridade, representatividade, credibilidade e atualização.
Imagem: Adobe Stock.
Extrair e organizar a informação.
Imagem: Adobe Stock.
Sintetizar ou trabalhar em ideias abstraídas do conteúdo pesquisado.
Imagem: Adobe Stock.
Comunicar, de maneira ética e responsável, seu entendimento sobre determinado tópico de maneira apropriada e por um meio apropriado.
Imagem: Adobe Stock.
Estar capacitado a usar as tecnologias de informação e comunicação (TICs) para pesquisar, localizar, processar e comunicar a informação.
Vejamos agora como a alfabetização informacional se relaciona à alfabetização voltada para o uso de mídias.
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA
Imagem: Shutterstock.com
A alfabetização midiática (AM), em inglês media literacy, envolve a compreensão e o uso das mídias de massa, incluindo um entendimento
bem-informado e crítico das mídias, das técnicas que elas empregam e dos seus efeitos (GRIZZLE et al., 2016).
Refere-se aos conhecimentos, às habilidades e atitudes necessários para ler, analisar, avaliar e produzir a comunicação em uma série de
formatos em que dados, informações e conhecimentos são criados, armazenados, comunicados e apresentados, incluindo-se aí jornais e
publicações impressas, revistas, rádio, televisão, TV a cabo, CD-ROM, DVD, telefones móveis, formato PDF de textos, formato JPEG de
fotos ou imagens gráficas (LAU, 2008).
Em outras palavras, a AM diz respeito a compreender a forma como o conteúdo midiático e as mensagens midiáticas são organizados e
representados e como podem ou não influenciar as respostas em todos os níveis da sociedade.
Implica, ainda, a aplicação dessas compreensões na participação do indivíduo na democracia, no diálogo intercultural, na promoção da
igualdade de gênero e na sociedade em geral.
Num sentido mais amplo, podemos empregar o termo letramento midiático – ou seja, para descrever a capacidade de compreender as
funções da mídia, avaliar como as funções são desempenhadas e engajar-se conscientemente às mídias com o propósito de exercer os
direitos, especialmente aqueles expressos no art. 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que trata da liberdade de expressão
(RIBEIRO; GASQUE, 2015).
Assim, podemos afirmar que uma pessoa alfabetizada ou letrada em mídia tem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes no sentido
de:
Imagem: Shutterstock.com
Compreender o papel e as funções das mídias nas sociedades democráticas.
Imagem: Shutterstock.com
Compreender as condições nas quais essas funções podem ser realizadas.
Imagem: Shutterstock.com
Avaliar com criticidade o conteúdo midiático.
Imagem: Shutterstock.com
Engajar-se nas mídias para autoexpressão, diálogo intercultural e participação democrática.
Imagem: Shutterstock.com
Aplicar as habilidades, incluindo as habilidades das TICs, para produzir conteúdos gerados por usuários.
 ATENÇÃO
A alfabetização midiática tem uma ênfase semelhante à alfabetização informacional. Contudo, enquanto o conceito da AI se concentra no
usuário da informação, isto é, como alguém toma decisões com autonomia, a AM examina como as mídias facilitam o engajamento com a
informação e o processo de comunicação.
Na seção a seguir, veremos com mais detalhes como essas duas abordagens se inter-relacionam.
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E INFORMACIONAL
Imagem: Shutterstock.com
A relação entre elas está longe de ser unânime. Há muita pesquisa sendo realizada na área, tomando como base não somente a definição –
como já fizemos aqui –, com a aplicabilidade de tais definições em variados contextos. Assim, podemos perceber que pelo menos:

(...) EXISTEM DUAS ESCOLAS PRINCIPAIS DE PENSAMENTO EMERGINDO
SOBRE A RELAÇÃO ENTRE ESTES CAMPOS CONVERGENTES, A
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E A ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL. PARA
ALGUNS, A ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL É CONSIDERADA UM CAMPO
MAIS AMPLO DE ESTUDOS, INCLUINDO A ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA; PARA
OUTROS, A ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL É APENAS UMA PARTE DA
ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA, QUE, POR SUA VEZ, É VISTA COMO O CAMPO
MAIS AMPLO.
(WILSON et al., 2013, p. 18-19)
Porém, podemos optar, segundo Wilson et al. (2013), por encontrar três denominadores comuns entre a alfabetização midiática e a
alfabetização informacional:
Imagem: Shutterstock.com
O papel transversal das TICs.
Imagem: Shutterstock.com
A ênfase na necessidade de avaliação crítica da informação e do conteúdo midiático.
Imagem: Shutterstock.com
A importância do uso ético da informação.
Quando as competências da AM são combinadas às competências da AI, as pessoas são capazes de se engajar nas mídias e em outros
provedores de informação, incluindo aqueles baseados na internet, tornando-se, assim, bem-informadas.
A figura a seguir representa a combinação das competências midiáticas e informacionais abrangidas pela AM e AI, respectivamente, fundindo
essas duas áreas sob um único termo – alfabetização midiática e informacional (AMI).
Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias, GRIZZLE, 2016, p. 53, adaptado por Allan
Gadella.
 Intersecção entre alfabetização midiática e informacional.
Dito isso, o conceito de alfabetização midiática e informacional (AMI), em inglês media and information literacy (MIL), inclui competências,
conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem às pessoas:
Compreender o papel e as funções das mídias e de outros provedores de informação nas sociedades democráticas.
Compreender as condições nas quais essas funções possam ser realizadas.
Reconhecer e articular a necessidade informacional.
Localizar e acessar informações relevantes.
Avaliar com senso crítico, em termos de autoridade, credibilidade e finalidade, a informação e o conteúdo das mídias e de outros
provedores de informação, incluindo aqueles acessíveis via internet.
Extrair e organizar a informação e o conteúdo midiático.
Sintetizar ou trabalhar com as ideias abstraídas do conteúdo.
Comunicar para um grupo de pessoas ou leitores, com ética e responsabilidade, sua compreensão sobre o conhecimento criado,
em uma forma ou meio de comunicação apropriado.
Aplicar as habilidades em TICs para processar a informação e produzir conteúdo gerado por usuários.
Engajar-se nas mídias e em outros provedores de informação, incluindo aqueles acessíveis via internet, para autoexpressão,
liberdade de expressão, diálogo intercultural e participação democrática (GRIZZLE et al., 2016).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
As escolas e as instituições de ensino superior têm papel essencial no desenvolvimento da AMI. Isso envolve decisões que vão desde
incorporar a AMI ao currículo até a elaboração de documentos e diretrizes metodológicas para o exercício dessas competências de maneira
transdisciplinar.

ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA MAIS ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL EQUIVALE
À ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA E INFORMACIONAL. ESSA ABORDAGEM
INOVADORA HARMONIZA O CAMPO EM GERAL E ENFATIZA A NECESSIDADE DE
UMA ABORDAGEM TEÓRICA DE MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS. É
HARMONIZADORA PORQUE ENGLOBA AS VÁRIAS NOÇÕES DAS
ALFABETIZAÇÕES RELACIONADAS.
(GRIZZLE et al., 2016, p. 53)
Neste vídeo, veremos, de maneira mais aprofundada, alguns conceitos apresentados no módulo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AO OBSERVAMOS A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, NÃO NOS RESTADÚVIDAS QUE O SIGNIFICADO DO
SABER MUDOU NOS ÚLTIMOS TEMPOS, E HOJE É MUITO MAIS IMPORTANTE BUSCAR E USAR
INFORMAÇÕES DO QUE MEMORIZÁ-LAS.
A RESPEITO DESSE TEMA, ANALISE AS AFIRMAÇÕES A SEGUIR:
I. NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO, AS PESSOAS PRECISAM SER ALFABETIZADAS TANTO
INFORMACIONAL QUANTO MIDIATICAMENTE PARA ATUAREM COMO CIDADÃS CRÍTICAS E REFLEXIVAS,
AUTÔNOMAS E RESPONSÁVEIS.
II. A ALFABETIZAÇÃO INFORMACIONAL ENFATIZA A IMPORTÂNCIA DO ACESSO À INFORMAÇÃO E A
AVALIAÇÃO DO USO ÉTICO DESSA INFORMAÇÃO.
III. A ALFABETIZAÇÃO MIDIÁTICA ENFATIZA A CAPACIDADE DE COMPREENDER AS FUNÇÕES DA MÍDIA, DE
AVALIAR COMO ESSAS FUNÇÕES SÃO DESEMPENHADAS E DE ENGAJAR-SE RACIONALMENTE JUNTO ÀS
MÍDIAS COM VISTAS À AUTOEXPRESSÃO.
AGORA ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) As afirmações I e II são verdadeiras.
B) As afirmações I e III são verdadeiras.
C) As afirmações II e III são verdadeiras.
D) Todas as afirmações são verdadeiras.
E) Nenhuma das afirmações é verdadeira.
2. O PROGRAMA PROFISSÃO REPÓRTER, QUE A REDE GLOBO EXIBE DESDE 2008, REVELA OS
BASTIDORES DA NOTÍCIA E MOSTRA O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE REPORTAGENS, DESDE A REUNIÃO
DE PAUTA ATÉ EDIÇÃO, PASSANDO PELA APURAÇÃO DE NOTÍCIAS, ENTREVISTAS E GRAVAÇÃO DE
DEPOIMENTOS. TENDO ALCANÇADO A MARCA DE QUINHENTOS PROGRAMAS, O JORNALISTA CACO
BARCELLOS E UMA EQUIPE DE JOVENS REPÓRTERES VÃO ÀS RUAS PARA MOSTRAR DIFERENTES
ÂNGULOS DO MESMO FATO, DA MESMA NOTÍCIA. PODEMOS DIZER QUE ESSE PROGRAMA É UM EXEMPLO
DE PROGRAMA TELEVISIVO QUE PODE INSPIRAR OS ESPECTADORES (E TAMBÉM OS ALUNOS) A
DESENVOLVER:
A) A prática de contar histórias.
B) A crítica política.
C) A capacidade de gerar novos conteúdos.
D) A alfabetização midiática.
E) A habilidade de usar TICs no processamento da informação.
GABARITO
1. Ao observamos a sociedade contemporânea, não nos resta dúvidas que o significado do saber mudou nos últimos tempos, e
hoje é muito mais importante buscar e usar informações do que memorizá-las.
A respeito desse tema, analise as afirmações a seguir:
I. No contexto contemporâneo, as pessoas precisam ser alfabetizadas tanto informacional quanto midiaticamente para atuarem
como cidadãs críticas e reflexivas, autônomas e responsáveis.
II. A alfabetização informacional enfatiza a importância do acesso à informação e a avaliação do uso ético dessa informação.
III. A alfabetização midiática enfatiza a capacidade de compreender as funções da mídia, de avaliar como essas funções são
desempenhadas e de engajar-se racionalmente junto às mídias com vistas à autoexpressão.
Agora assinale a alternativa correta:
A alternativa "D " está correta.
De fato, no contexto contemporâneo, as pessoas precisam alcançar o letramento informacional e midiático para que possam atuar na
sociedade de maneira crítica e reflexiva, com autonomia e responsabilidade. De um lado, a alfabetização informacional está voltada para o
acesso à informação e o uso ético dessa informação. De outro, a alfabetização midiática contempla a capacidade de compreender as funções
da mídia, de avaliar seu desempenho e de utilizar as mídias para expressão de suas próprias ideias.
2. O programa Profissão Repórter, que a Rede Globo exibe desde 2008, revela os bastidores da notícia e mostra o processo de
produção de reportagens, desde a reunião de pauta até edição, passando pela apuração de notícias, entrevistas e gravação de
depoimentos. Tendo alcançado a marca de quinhentos programas, o jornalista Caco Barcellos e uma equipe de jovens repórteres
vão às ruas para mostrar diferentes ângulos do mesmo fato, da mesma notícia. Podemos dizer que esse programa é um exemplo de
programa televisivo que pode inspirar os espectadores (e também os alunos) a desenvolver:
A alternativa "D " está correta.
Trata-se de um desafio que visa desenvolver a alfabetização midiática entre os espectadores (e também os alunos), na medida em que o
programa os ajuda a identificar perspectivas diferentes e como elas se traduzem na forma de selecionar, organizar, tratar e transmitir as
informações.
MÓDULO 2
 Definir o processo de transposição didática digital
Neste módulo, vamos tratar de um conceito central para a atuação docente – a transposição didática. Trata-se da essência do ensinar, ou
seja, “a ação de fabricar artesanalmente os saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis e passíveis de avaliação” (PERRENOUD, 1993, p.
25).
A ideia de transposição didática não é nova, mas vem sendo ressignificada a partir da explosão das mídias e tecnologias digitais. Por essa
razão, a transposição didática digital também é foco de nossa atenção neste módulo.
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
Foto: Shutterstock.com
Podemos definir transposição didática como o instrumento a partir do qual se transforma o conhecimento científico em conhecimento
escolar, para que possa ser ensinado pelos professores e aprendido pelos alunos.
O termo transposição didática (MENEZES, 2001) foi introduzido, em 1975, pelo sociólogo Michel Verret, mas foi teorizado em 1985, sendo
entendido como “as transposições que um saber sofre quando passa do campo científico para a escola” (CHEVALLARD, 1991).
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Apesar de ter sido formulada com o foco no ensino da Matemática, a transposição didática se aplica a diversos outros campos de estudo, em
especial no caso das licenciaturas.
Para entender esse conceito, é preciso desdobrar a transposição didática em três elementos distintos que se dispõem em uma sequência
linear, como mostra a figura a seguir.
MICHEL VERRET
“Michel Verret (1927-2017) foi um sociólogo interessado em pesquisar temas relacionados à educação e a suas intervenções na vida
acadêmica, escolar e diária. Sua pesquisa versa sobre a epistemologia do tempo, suas determinações econômicas, as implicações
sobre o estudante e os componentes da comunidade escolar, a propósito das decisões políticas e, também, didáticas sobre o tempo de
estudar” (JARDIM; CAMARGO; ZIMER, 2015, p. 2).
Imagem: La transposition didactique: du savoir savant au savoir au savoir inseigné, CHEVALLARD, 199, adaptado por Allan Gadelha.
 Os três saberes da transposição didática.
E NO QUE CONSISTIRAM ESSES SABERES?
Foto: Shutterstock.com
O saber sábio (savoir savant/saber científico): É o saber elaborado pela comunidade científica.
Foto: Shutterstock.com
O saber a ensinar (savoir à enseigner): É específico dos professores e está diretamente ligado à didática e às práticas de sala de aula.
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O saber ensinado (savoir enseigné): É aquele que foi absorvido pelo aluno mediante as adaptações e transposições feitas pelos cientistas e
pelos professores e que corresponde à aprendizagem significativa do aluno.
O saber sábio trata do conteúdo específico produzido na academia e/ou do saber resultante de pesquisas científicas. É desenvolvido nas
universidades e nos centros de pesquisa, em uma linguagem nem sempre compreendida fora dos muros acadêmicos.
Quando transposto para o ambiente escolar, o saber sábio sofre sua primeira transformação, passando para outro tipo de saber, o saber a
ensinar. Este se refere ao conteúdo que o professor decide apresentar ao aluno no processo de aprendizagem com o apoio de materiais
didáticos como livros e textos didáticos, softwares educativos e ferramentas virtuais, entre outros.
 ATENÇÃO
Uma disciplina escolar não equivale ao conhecimento científico, mas a uma parte dele e, além disso, a uma parte modificada (MELLO, 2004).
Contudo, uma disciplina é mais do que o conhecimento científico porque abarca também os procedimentos para seu ensino. A Física escolar,
por exemplo, não se confunde com a Física (ciência), porém é uma parte dela, acrescida daquilo que a Física não tem: um pressuposto sobre
como se ensina e como se aprende Física.
O saber ensinar deve estar o mais próximo possível do saber sábio, para não provocar a desautorização da comunidade científica, o que
tiraria a legitimidade do ensino perante a sociedade. No entanto, deve ser suficientemente simplificado, a ponto de poder sercompreendido
pelos aprendizes.
Nesse processo, o saber a ensinar se transforma no saber ensinado, que é o conjunto de saberes que o professor transmite aos alunos com
uma linguagem transformada e uma metodologia de ensino específica.
A transposição didática sempre ocorre na prática docente, independentemente do conteúdo, da especialidade ou da instituição (SANTANA,
2011). Exemplos de transposição didática ocorrem quando:
Imagem: Shutterstock.com
O conteúdo é selecionado ou recortado a partir do que se considera relevante para constituir as competências definidas na proposta
pedagógica.
Imagem: Shutterstock.com
Alguns aspectos ou temas de uma disciplina são mais enfatizados, reforçados ou diminuídos.
Imagem: Shutterstock.com
O conhecimento é dividido para facilitar a compreensão inicial pelos alunos e depois se volta a estabelecer a relação entre aquilo que foi
dividido e o campo mais amplo no qual os elementos constitutivos estão inseridos.
Imagem: Shutterstock.com
O conteúdo é distribuído no tempo na forma de uma sequência, um ordenamento, uma série linear ou não linear de conceitos e relações.
Imagem: Shutterstock.com
É adotada uma forma específica de organizar e apresentar os conteúdos.
Há que se observar, porém, que, quando um professor está planejando uma aula ou um curso, a transposição didática começou há tempos.
Mesmo quando o professor pensa ter ampla liberdade para preparar seu conteúdo e abordagem (GARONCE, 2009), na realidade está
apenas seguindo o caminho imposto por uma metaestrutura formada por inúmeros agentes, que vão desde os pais e a sociedade em geral
até os dirigentes do sistema de ensino no qual o professor está inserido: a noosfera.
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NOOSFERA
A noosfera, conceito de Yves Chevallard (PAIS, 2010), representa o conjunto das fontes de influências que atuam na seleção daqueles
conteúdos que deverão compor os programas escolares e determinam todo o funcionamento do processo didático. Abrange as
comunidades de pais, funcionários, professores, diretores, alunos, sistemas da avaliação, políticas públicas educacionais, ou seja,
todas as pessoas e/ou instituições que, de alguma forma, influenciam as transformações sofridas pelo saber.
A transposição didática é a essência do ensinar, ou seja, "a ação de fabricar artesanalmente os saberes, tornando-os ensináveis, exercitáveis
e passíveis de avaliação” (PERRENOUD, 1993, p. 25).
Essa é uma tradução pragmática dos saberes para atividades e situações didáticas, em que aparecem como uma resposta ou reação às
situações reais de sala de aula. Tendo em vista a importância desse conceito, Mello, Chezzi e Dallan (2004) optaram por definir sete
competências que precisam ser desenvolvidas para a realização de uma transposição didática efetiva:
Saber fazer recortes em sua área de especialidade, de acordo com uma avaliação da relevância, pertinência e significância dos saberes para
o desenvolvimento das competências que vão garantir a inserção do aluno no mundo moderno.
Saber selecionar quais aspectos daquele conhecimento são relevantes.
Dominar o conhecimento em questão articuladamente, incluindo o modo característico e específico pelo qual esse conhecimento é
construído.
Saber relacionar o conhecimento em questão com o conhecimento de outras áreas.
Saber contextualizar esse conhecimento.
Ter um pressuposto ou uma “aposta” sobre como o aluno constrói ou deveria construir esse conhecimento.
Dominar estratégias de ensino eficazes para organizar situações de aprendizagem que proporcionem ao aluno as competências que se quer
desenvolver.
No entanto, com a crescente utilização das mídias e tecnologias na sociedade em geral e particularmente no cenário educacional, surge uma
nova situação didática.
De acordo com Garonce (2009), a relação entre os atores do processo de ensino-aprendizagem (aluno-professor-conhecimento) sofre um
reordenamento, uma vez que o conhecimento começa a estar disponível em abundância para o aluno, da mesma forma que a interação
humana passa a ser a distância.
TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DIGITAL
Imagem: Shutterstock.com
Com os avanços da sociedade contemporânea e principalmente com a incorporação de mídias e tecnologias no processo de ensino-
aprendizagem, as condições para a transposição didática se alteram significativamente. Precisamos falar então em uma transposição didática
digital, mediada tecnologicamente. Nessa discussão, também aparecem termos diversos para descrever o mesmo fenômeno.
Vamos explorar aqui duas perspectivas – a da transposição midiática (GARONCE, 2009) e a da transposição informática (BALACHEFF,
1994) –, que consideram esse fenômeno, respectivamente, uma mudança de natureza metodológica (no nível das estratégias e técnicas de
ensino) e uma mudança de natureza epistemológica (na natureza do conhecimento). Vamos entender melhor essas perspectivas.
TRANSPOSIÇÃO MIDIÁTICA
A transposição midiática se caracteriza por um conjunto considerável de recortes e ajustes, influenciado por uma série de fatores humanos e
tecnológicos. Basicamente, esse fenômeno é analisado como uma transposição de ações educativas da sala de aula presencial convencional
para a sala de aula virtual, tipificada pelas webconferências síncronas (em tempo real).
O AMBIENTE DE APRENDIZAGEM MUDA DO ESPAÇO FÍSICO PARA O ESPAÇO
ON-LINE, MAS A RELAÇÃO DOCENTE-SABER-DISCENTE CONTINUA
RELATIVAMENTE ESTÁVEL.
Assim, a transposição midiática é mais claramente percebida quando se observam seus impactos sobre a atuação docente, como mostra o
quadro a seguir:
DIMENSÃO IMPACTOS
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PEDAGÓGICA
• Perceber a verdadeira dimensão da sala de aula virtual e o posicionamento dos alunos no ciberespaço.
• Planejar efetivamente as aulas, de modo detalhado, considerando todas as variantes possíveis.
• Primar pela brevidade, objetividade e simplicidade do discurso, a fim de manter os alunos engajados.
• Adotar dinâmicas que envolvam os alunos nas discussões síncronas on-line.
• Desenvolver estratégias inovadoras de integração de ferramentas assíncronas que facilitem a construção de comunidades colaborativas de
ensino e aprendizagem em rede.
• Adquirir habilidades comunicacionais em novas mídias.
• Estabelecer uma dinâmica multidirecional para lidar com os alunos conectados.
SOCIAL
• Estar atento à responsabilidade de integrar os alunos.
• Desenvolver estratégias docentes que reforcem o sentimento de grupo social na sala de aula virtual.
GERENCIAL
• Depender do suporte tecnológico de uma equipe como nunca antes experimentado.
• Adequar-se às novas ferramentas tecnológicas, que inexistiam na sala de aula convencional.
• Desenvolver novos canais de percepção em relação aos alunos conectados.
• Reestruturar a forma de estabelecer suas relações gerenciais com os alunos, abandonando o formato linear e adotando o modelo
multidirecional.
• Adequar os tempos de suas aulas, em função do desgaste provocado pela mediação tecnológica.
• Lidar com o aumento da carga de trabalho a fim de atender às novas demandas.
TÉCNICA
• Reconhecer a importância da técnica como base para a comunicação entre alunos e professores.
 Impactos da transposição midiática na atuação docente.
Da mesma forma que a transposição didática, a transposição midiática faz referência a um fenômeno (a transposição) e a um ponto de
chegada (o didático), porém esse processo decorre da mudança do ambiente, da situação na qual ele acontece.
Pode-se dizer que a transposição midiática, pelo menos no modelo de aula virtual por webconferência, se mostra como uma segunda
transposição didática ou uma transposição didática de segunda ordem. Isso porque o conhecimento já está didatizado e assim permanece.
TRANSPOSIÇÃO INFORMÁTICA
A transposição informática equivale à adaptação dos saberes para os ambientes digitais de aprendizagem na internet, para a elaboração
de softwares ou para a criação de dispositivos de inteligência artificial.
Nesse processo,o saber sábio, tido como referência, passa pelo processo de modelização informatizada, constituindo-se como saber
implementado (saber adaptado para a informática). Esse saber possui uma linguagem própria, resultando em um saber compreendido pelo
aluno como saber ensinado.
A figura a seguir enfatiza as transformações do saber ensinar na transposição informática. Ao serem “modelados computacionalmente”,
devido ao meio digital no qual se encontram, eles se transformam em saberes “implementados”:
Imagem:La transposition informatique: note sur un nouveau probléme pour la didactique, BALACHEFF, 1994, p. 365-366, adaptado por Allan
Gadelha
 Esquema da transposição informática.
Observe que, no esquema, o saber é implementado em um dispositivo informático, de acordo com as possibilidades das ferramentas digitais.
Esse saber informatizado, por ser objeto da interação do aluno diretamente com a máquina/computador, gera finalmente o saber aprendido –
o saber do aluno.
AMPLIA-SE AQUI O PAPEL DO PROFESSOR EM RELAÇÃO ÀS MÍDIAS E
TECNOLOGIAS, DE ACORDO COM A CONCEPÇÃO ADOTADA A RESPEITO DO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM MEDIADO PELAS TECNOLOGIAS.
O quadro a seguir relaciona essas concepções com os (novos) papéis exercidos pelos docentes.
CONCEPÇÃO PAPEL DO PROFESSOR
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CENTRADA NA DIMENSÃO TECNOLÓGICA
• Dominar as tecnologias propriamente ditas.
CENTRADA NO ACESSO À INFORMAÇÃO
• Aproveitar as potencialidades do acesso à informação.
• Incentivar uma postura crítica, por parte do aluno, diante do material acessado/pesquisado/encontrado.
CENTRADA EM NOVAS METODOLOGIAS
• Tornar-se designer de propostas de aprendizagem.
CENTRADA NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
• Colocar a tecnologia a serviço do aluno, propondo atividades de aprendizagem cujo resultado seja a reorganização de suas funções
cognitivas.
• Apoiar o processo de aprendizagem do aluno, mantendo diferentes graus de envolvimento no processo, cedendo o controle ao aluno
quando for capaz de assumi-lo.
 Concepções a respeito do processo de ensino-aprendizagem mediado pelas tecnologias e o papel do professor na transposição
informática.
Como podemos notar, para a transposição didática digital, espera-se do professor o domínio do saber científico, o domínio das metodologias
de ensino e também o domínio das tecnologias. E nesta última dimensão não se trata apenas do uso operacional de mídias e ferramentas, ou
seja, de um nível mínimo de alfabetização digital, mas também, e principalmente, de suas possibilidades e limitações como facilitadoras de
diferentes abordagens de ensino.
Agora, assista ao vídeo a seguir e, na sequência, exercite os seus conhecimentos!
Você sabe quais são as competências exigidas do docente em tempos midiáticos? É o que vamos aprofundar agora!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA É UM CONJUNTO DE PROCESSOS ADAPTATIVOS QUE TORNA O SABER
SÁBIO EM SABER A ENSINAR E PODE SER REPRESENTADA PELO ESQUEMA A SEGUIR:
IMAGEM: LA TRANSPOSITION DIDACTIQUE: DU SAVOIR SAVANT AU SAVOIR AU SAVOIR INSEIGNÉ,
CHEVALLARD, 199, ADAPTADO POR ALLAN GADELHA.
OS PARÊNTESES (I), (II) E (III) NO ESQUEMA PODEM SER PREENCHIDOS CORRETAMENTE COM AS
SEGUINTES EXPRESSÕES:
A) Saber acadêmico, objetivo de aprendizagem, saber ensinado
B) Objetivo de aprendizagem, objeto de aprendizagem, noosfera
C) Saber científico, objeto de ensino, saber escolar
D) Saber contextualizado, saber objetificado, saber escolarizado
E) Saber fazer, saber ser, saber conviver
2. EM MATÉRIA DA REVISTA NOVA ESCOLA, A COORDENADORA DE PESQUISA DA FUNDAÇÃO CARLOS
CHAGAS DECLAROU: “UM GRADUADO EM LETRAS PODE ATUAR COMO PROFESSOR OU TRADUTOR. O
QUE DIFERENCIA UMA PROFISSÃO DA OUTRA É A CAPACIDADE DE ENSINAR E DE FAZER COM QUE O
ALUNO APRENDA COM BASE EM CONHECIMENTOS DIDÁTICOS”.
A QUE CONCEITO ESTUDADO NESTE MÓDULO ESSA DECLARAÇÃO FAZ REFERÊNCIA?
A) Transposição informática
B) Transformação didática
C) Transposição didática
D) Transposição midiática
E) Transposição informacional
GABARITO
1. A transposição didática é um conjunto de processos adaptativos que torna o saber sábio em saber a ensinar e pode ser
representada pelo esquema a seguir:
Imagem: La transposition didactique: du savoir savant au savoir au savoir inseigné, CHEVALLARD, 199, adaptado por Allan
Gadelha.
Os parênteses (I), (II) e (III) no esquema podem ser preenchidos corretamente com as seguintes expressões:
A alternativa "C " está correta.
O saber sábio constitui-se como aquele criado ou desenvolvido pelos cientistas (seja em que campo for), que deve ser compreendido e
adequado ao conteúdo escolar (saber a ensinar), a fim de que o aluno possa adquiri-lo (saber escolar).
2. Em matéria da revista Nova Escola, a coordenadora de pesquisa da Fundação Carlos Chagas declarou: “Um graduado em Letras
pode atuar como professor ou tradutor. O que diferencia uma profissão da outra é a capacidade de ensinar e de fazer com que o
aluno aprenda com base em conhecimentos didáticos”.
A que conceito estudado neste módulo essa declaração faz referência?
A alternativa "C " está correta.
A frase é uma referência indireta ao conceito de transposição didática, justamente a capacidade de transformar o conhecimento científico em
saber a ser ensinado e aprendido pelos alunos.
MÓDULO 3
 Aplicar estratégias de curadoria educacional
O cenário atual é caracterizado por um oceano de informações disponíveis a um clique ou toque. De diferentes origens, linguagens e
formatos, essas informações, em constante e acelerada produção, clamam por ser organizadas.
Ao mesmo tempo, como vimos nos módulos anteriores, existe uma demanda por competências midiáticas e informacionais que permitam às
pessoas lidar com essa realidade.
Uma dessas competências é a curadoria, palavra derivada do latim curare, que significa “tomar conta de alguém”. Curadoria é um termo
bastante aplicado em artes plásticas para indicar a pessoa que concebe a montagem de uma exposição artística, reunindo obras de um ou
mais artistas de acordo com um tema específico, e em uma sequência de apresentação que busca causar o maior impacto no público
(FILATRO, 2018).
Aplicada ao campo comunicacional, a curadoria possibilita valorar, dentro da vasta abundância de materiais atualmente disponíveis, aqueles
que são mais relevantes (CECHINEL, 2017). Em geral, isso é feito a partir de um conjunto de critérios previamente definidos e que
normalmente está relacionado a determinados contextos específicos.
 ATENÇÃO
A curadoria é, portanto, uma atividade relacionada a criar um fio condutor coerente para um conjunto de informações, dados e conhecimentos
originados em contextos diversificados.
Alguns autores, como Garcia e Czeszak (2019), utilizam a analogia da curadoria como uma bússola, que orienta as pessoas para um norte,
ao atribuir valor, objetivos e perspectivas à seleção, extração e construção de novos sentidos.
CURADORIA EDUCACIONAL
Imagem: Shutterstock.com
No campo educacional, pode ser definida como uma metodologia para pesquisar, descobrir, filtrar, contextualizar e disponibilizar, a um público
definido, conteúdos em diferentes formatos, visando às necessidades de aprendizagem dos alunos.
Adotar a curadoria educacional significa aceitar o pressuposto de que a escola e a universidade não são organismos fechados e
autossuficientes. Pelo contrário, são instituições encravadas na sociedade, com a qual estabelecem relações de troca e influência mútua.
ATUALMENTE, A INTERNET INTEGRA VARIADOS TIPOS DE INFORMAÇÃO
(NOTÍCIAS, PRODUÇÃO CIENTÍFICA, INFORMES TÉCNICOS, COMUNICAÇÃO
PESSOAL, PROFISSIONAL E SOCIAL, ENTRETENIMENTO) E DIFERENTES MÍDIAS
(VÍDEO, PODCASTS, TEXTOS, INFOGRÁFICOS).
As gerações mais novas obtêm informações a partir de redes sociais e motores de busca, em vez de acessarem os canais de comunicação
tradicionais, como jornais e revistas ou noticiários televisivos.
Muitas vezes, toda essa informação disponível circula sem amínima estrutura organizacional, deixando a cargo dos internautas a construção
de significados. Assim, é papel dos educadores projetar experiências de aprendizagem que permitam aos alunos desenvolver a
aprendizagem por descoberta, por problemas e por projetos, de modo que possam explorar de forma ativa, crítica e criativa esses recursos
educacionais.
Como veremos a seguir, a curadoria é uma competência exigida não só dos professores, mas também dos alunos, que hoje chegam à sala
de aula munidos de referências informacionais que nem sempre passaram por algum crivo de validação e reconhecimento.
O PROFESSOR-CURADOR
Foto: Shutterstock.com
A curadoria é uma tarefa que, de modo consciente ou não, faz parte das atividades do professor, uma vez que o trabalho docente envolve
pesquisar, selecionar e organizar materiais para preparar suas aulas.
No contexto atual, contudo, diante do alto volume informacional proporcionado pela expansão das tecnologias digitais, espera-se do
professor uma postura muito mais ativa diante das inúmeras possibilidades de acesso à informação.
CERTAMENTE NÃO CABE AO CURADOR ADICIONAR MAIS CONTEÚDO À
AVALANCHE DE INFORMAÇÕES JÁ DISPONÍVEIS. UMA DE SUAS FUNÇÕES,
PORTANTO, É AJUDAR OS ALUNOS A DAR SENTIDO ÀS INFORMAÇÕES
PRODUZIDAS E ACESSÍVEIS POR MEIO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS.
A partir daí é possível identificar cinco modelos que podem ser aplicados à curadoria de conteúdos em geral: agregação, destilação,
elevação, mistura (mash-up) e cronologia. Adaptamos esses modelos para o contexto educacional, a fim de subsidiar o trabalho do
professor-curador (BHARGAVA, 2011).
AGREGAÇÃO
Há uma enxurrada de informações na internet, e os mecanismos de busca utilizam algoritmos do tipo “caixa-preta” para selecionar e ordenar
os resultados de uma pesquisa.
A agregação é justamente o ato de selecionar as informações mais relevantes sobre determinado tópico e exibi-las em um único local.
A forma mais comum de agregação de conteúdo são as listas do tipo “10 ferramentas interessantes para editar vídeos”.
Em sala de aula, esse modelo de curadoria pode ser utilizado com diversos propósitos – desde o professor oferecer exemplos de algum
conceito ou princípio ensinado até o professor pedir que os próprios alunos analisem e abstraiam conceitos e princípios de um conjunto de
exemplos selecionados.
O volume de informações agregadas não é um problema, porque o valor está em reuni-las em um único local com um objetivo definido.
DESTILAÇÃO
Diante da enorme complexidade das redes de informação, incluindo a internet, a ideia por trás da destilação é manter as coisas simples.
Assim, destilar equivale ao ato de curar informações em um formato simplificado, no qual apenas as ideias mais importantes são
compartilhadas.
Em situação didática, esse modelo de curadoria pode ser utilizado para evitar a sobrecarga cognitiva de alunos novatos em determinado
assunto ou habilidade. Dessa forma, o professor pode oferecer materiais mais “palatáveis” a seu público-alvo, juntamente com uma visão
mais focada de determinado conteúdo educacional.
ELEVAÇÃO
Ideias breves costumam ser compartilhadas on-line em “rajadas” de 140 caracteres ou imagens vigorosas transmitidas por telefones
celulares, como os memes e os infogramas.
Elevação se refere à curadoria com a missão de identificar uma tendência maior a partir dessas microinformações disponibilizadas.
No campo da aprendizagem, esse modelo de curadoria pode ser aplicado às mensagens trocadas entre os alunos ou ao acompanhamento
de determinados tópicos discutidos em microblogs.
Requer bastante experiência e habilidade analítica por parte do curador, podendo ser o mais poderoso modelo em termos de
compartilhamento de novas ideias.
MISTURA (OU MASH-UP)
O termo mash-up é bastante usado no contexto musical para descrever a tendência crescente de pegar duas ou mais peças musicais e fundi-
las, ou no campo da informática para descrever a criação de um aplicativo a partir de outros dois sistemas independentes (por exemplo, criar
um sistema que liga um site de compras à conta digital de um cliente para pagamento imediato).
Quando se trata de curar informações, os mash-ups miram a fusão de conteúdos existentes para criar um novo ponto de vista.
No campo educacional, particularmente no campo do design instrucional, esse modelo de curadoria é bastante usado para subsidiar a autoria
de materiais didáticos inéditos. Ou seja, é uma estratégia para criar um conteúdo novo usando a curadoria de conteúdos existentes como
base.
CRONOLOGIA
Uma das maneiras mais interessantes de compreender a evolução da informação é observar como as ideias mudaram ao longo do tempo.
Criar uma cronologia é uma forma de curadoria que reúne informações históricas organizadas em uma linha do tempo para mostrar a
evolução de determinado tópico.
No contexto educacional, pode ser uma forma de recontar a história por meio de materiais informativos que existem ao longo do tempo para
provar como as experiências e os entendimentos sobre um tópico mudaram ou evoluíram.
Vale lembrar que a curadoria educacional não ocorre no vácuo. Ela precisa estar atrelada a um plano pedagógico, a objetivos de
aprendizagem claros e a metodologias que estimulem a participação ativa dos alunos em relação aos conteúdos curados.
Uma segunda função do professor-curador é desenhar situações de aprendizagem completas que incorporem práticas de curadoria. Para
isso, o professor pode seguir as etapas do design instrucional, buscando responder às questões norteadoras detalhadas a seguir:
Imagem: Shutterstock.com
ANÁLISE
Quais são as competências a serem desenvolvidas ou aperfeiçoadas; qual é o perfil do público-alvo; quais são as características do contexto
institucional.
Imagem: Shutterstock.com
PLANEJAMENTO E DESIGN
Como desenvolver as competências identificadas na fase de análise (métodos e estratégias de aprendizagem); quais são as atividades de
aprendizagem (que os alunos realizarão) e de apoio (que docentes e outros colaboradores realizarão); quais são os recursos didáticos mais
adequados (conteúdos de terceiros selecionados por meio de curadoria, materiais inéditos desenvolvidos por meio de autoria, ferramentas
digitais necessárias para a realização das atividades de aprendizagem e de apoio); quais são os prazos estimados para realizar as
atividades; quais são os critérios e instrumentos de avaliação que podem confirmar se os objetivos de aprendizagem foram alcançados.
Imagem: Shutterstock.com
DESENVOLVIMENTO
Detalhar as orientações para realização do design proposto; agregar materiais de terceiros e recursos inéditos criados para a situação de
aprendizagem; preparar os ambientes físicos e/ou digitais no quais a aprendizagem acontecerá.
Imagem: Shutterstock.com
IMPLEMENTAÇÃO
Colocar a situação didática “no ar”; acompanhar sua execução, incluindo a oferta de apoio docente.
Imagem: Shutterstock.com
AVALIAÇÃO
Checar se os objetivos de aprendizagem foram atingidos; verificar se é necessário aperfeiçoar a proposta de aprendizagem tal como foi
planejada, desenvolvida e implementada.
Como se pode perceber, na perspectiva do design instrucional, o sentido atribuído à curadoria é o de uma estratégia para selecionar
conteúdos que apoiarão a aprendizagem dos alunos.
Mas a curadoria também pode ser incorporada com metodologia ativa de aprendizagem para que os próprios alunos desenvolvam uma
postura crítica, autônoma e criativa, assumindo, eles mesmos, o papel de curadores.
O ALUNO-CURADOR
Foto: Shutterstock.com
A curadoria também pode ser entendida como uma competência básica para as gerações digitais (MIHAILIDS; COHEN, 2013). Nesse caso,
ao lado do desenvolvimento das competências relacionadas à alfabetização midiática e informacional, atribui-se aos alunos o papel de
curadores no contexto de situações de aprendizagem formais. Estamos falando aqui da adoção de metodologias ativas.
 SAIBA MAIS
As metodologias ativas são aquelas com aprendizagem baseada emproblemas, em projetos e em casos, entre outros, que colocam o
aluno no centro do processo de aprendizagem. Nessas metodologias, o aluno assume maior consciência e responsabilidade sobre seu
percurso formativo. Ou seja, o aluno é protagonista do processo de aprendizagem.
No entanto, nas metodologias ativas, o aluno não aprende sozinho. Ele aprende quando interage com os colegas, compartilha seus
conhecimentos e suas experiências, e negocia significados com outras pessoas (o professor, outros alunos, especialistas, representantes da
comunidade etc.).
Além disso, as metodologias ativas estão sempre voltadas para a vida real, para os problemas e as necessidades das pessoas, da
comunidade ou do contexto profissional.
Por fim, as metodologias ativas não consistem apenas em realizar atividades, mas também em refletir sobre elas, ou seja, em construir
conhecimento a partir da experiência vivida.
Alguns pesquisadores relacionam práticas de curadoria com várias metodologias ativas, das quais destacamos algumas no quadro a seguir.
METODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIA
Aprendizagem baseada em
problemas
• Selecionar referências e materiais que abordem soluções para problemas específicos.
• Materializar soluções para problemas com base na curadoria realizada.
Estudos de caso • Selecionar casos reais ou adaptados por meio de técnicas de curadoria.
METODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIA
Curadoria em grupo
• Participar de diferentes formas de curadoria em grupo, seja de forma cooperativa (em tarefas
pontuais, como, por exemplo, selecionar conteúdos), seja de forma colaborativa (em todas as etapas
do processo, como na seleção, atribuição de significado e compartilhamento de conteúdos).
Seminários de curadoria • Utilizar seminários como forma de apresentar os resultados dos processos de curadoria.
Debates temáticos
• Participar de debates a partir de curadorias de temas vinculados a projetos ou interesses dos
alunos.
Curadoria comentada
• Acessar bibliografias sobre determinados tópicos de conteúdo e fazer curadoria de resumos de
interesse.
Oficinas de curadoria
• Participar como monitores ou condutores de oficinas, a partir de conteúdos selecionados por meio
de curadoria.
Portfólio de curadoria • Organizar na forma de portfólios (individuais ou coletivos) resultados da curadoria e de produções
METODOLOGIAS
ATIVAS
PRÁTICAS DE CURADORIA
relacionadas.
Socialização criativa
• Desenvolver formas criativas de apresentar e socializar os resultados da curadoria em produções
individuais ou plenárias.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Práticas de curadoria relacionadas a metodologias ativas.
Nas várias práticas de curadoria citadas, os alunos podem fazer uso das tecnologias para incrementar a seleção, a atribuição de significado e
o compartilhamento dos conteúdos. Para isso, utilizam mecanismos de busca e de acesso a repositórios de informações, aplicam o modelo
de mistura (mash-up) na autoria de textos, áudios e vídeos, e viabilizam o diálogo com o docente e com os colegas de estudo nas práticas de
natureza cooperativa e colaborativa.
Neste vídeo, aprofundaremos, ainda mais, os desafios e as possibilidades da curadoria de conteúdo.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. PENSE NA PROPOSTA DA SEGUINTE ATIVIDADE: PREPARAR UMA APRESENTAÇÃO DE SLIDES EM
POWERPOINT COM IMAGENS E TEXTOS PARA MOSTRAR QUE SE COMPREENDEU A IDEIA PRINCIPAL
SOBRE UM TEMA (ETAPA 1); GRAVAR UM PODCAST DE 10 MINUTOS EXPLICANDO O TEMA COM SUAS
PRÓPRIAS PALAVRAS (ETAPA 2); E, POR FIM, FAZER UMA POSTAGEM EM REDES SOCIAIS RESUMINDO,
ANALISANDO E IDENTIFICANDO OS PONTOS BÁSICOS DE UM ASSUNTO (ETAPA 3).
ESSA ATIVIDADE EXEMPLIFICA QUAL PRÁTICA DE CURADORIA BASEADA EM METODOLOGIAS ATIVAS?
A) Aprendizagem baseada em problemas
B) Oficinas de curadoria
C) Estudo de caso
D) Debate temático
E) Socialização criativa
2. EM 6/1/2020, O SITE PORVIR PUBLICOU UMA MATÉRIA INTITULADA “LISTA REÚNE 20 MELHORES
APLICATIVOS EDUCACIONAIS DE 2019”. A SELEÇÃO É FEITA ANUALMENTE PELA ASSOCIAÇÃO
AMERICANA DE BIBLIOTECÁRIOS ESCOLARES E FOI TRADUZIDA PARA O PORTUGUÊS PELO SITE A FIM
DE PERMITIR O ACESSO DE PROFESSORES E ALUNOS A RECURSOS UTILIZADOS EM TODO O MUNDO.
ESSA MATÉRIA DESCREVE QUE MODELO DE CURADORIA?
A) Mistura (ou mash-up)
B) Destilação
C) Agregação
D) Cronologia
E) Elevação
GABARITO
1. Pense na proposta da seguinte atividade: preparar uma apresentação de slides em PowerPoint com imagens e textos para
mostrar que se compreendeu a ideia principal sobre um tema (etapa 1); gravar um podcast de 10 minutos explicando o tema com
suas próprias palavras (etapa 2); e, por fim, fazer uma postagem em redes sociais resumindo, analisando e identificando os pontos
básicos de um assunto (etapa 3).
Essa atividade exemplifica qual prática de curadoria baseada em metodologias ativas?
A alternativa "E " está correta.
As demais alternativas também trazem práticas de curadoria baseadas em metodologias ativas, mas os exemplos citados demonstram
formas variadas de apresentar e compartilhar os resultados de uma curadoria, caracterizando-se assim a socialização criativa.
2. Em 6/1/2020, o site Porvir publicou uma matéria intitulada “Lista reúne 20 melhores aplicativos educacionais de 2019”. A seleção
é feita anualmente pela Associação Americana de Bibliotecários Escolares e foi traduzida para o português pelo site a fim de
permitir o acesso de professores e alunos a recursos utilizados em todo o mundo.
Essa matéria descreve que modelo de curadoria?
A alternativa "C " está correta.
O modelo de agregação consiste no ato de selecionar as informações mais relevantes sobre determinado tópico e reuni-las em um único
local. As demais alternativas refletem outros modelos e práticas de curadoria.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, exploramos conceitos como alfabetização midiática e informacional, transposição didática digital e curadoria de conteúdos
educacionais. Ao discorrer sobre tais questões, objetivamos dar a você, educador, subsídios para uma reflexão crítica e também instrumentos
para a adoção de estratégias que apoiem os alunos nesse cenário em constante mudança.
É enorme o desafio de responder às aceleradas transformações que caracterizam a Sociedade da Informação. Você, como educador, tem um
papel essencial nesse desafio que é contínuo!
FALA MESTRE
Aplicação da AI no Google
Sinopse: Maria Frastrone, pró-reitora IBMEC, e Fábio Coelho, presidente Google Brasil, conversam sobre como a Google aplica a
inteligência artificial em seus serviços e sobre como a AI pode colaborar no desenvolvimento de soluções para diversos problemas sociais.
Sinopse: Maria Frastrone, pró-reitora IBMEC, e Fábio Coelho, presidente Google Brasil, conversam sobre como a Google aplica a
inteligência artificial em seus serviços e sobre como a AI pode colaborar no desenvolvimento de soluções para diversos problemas sociais.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
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didactique des mathématiques en France. Grenoble: La Pensée Sauvage, 1994.
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CECHINEL, C. Modelos de curadoria de recursos educacionais digitais. São Paulo: CIEB, ago. 2017.
CHEVALLARD, Y. La transposition didactique: du savoir savant au savoir au savoir inseigné. Grénobre: La Pensée Sauvage, 1991.
FILATRO, A. Como preparar conteúdos para EAD. São Paulo: Saraiva, 2018.
GARCIA, M. S. S.; CZESZAK, W. Curadoria educacional: práticas pedagógicas para tratar (o excesso de) informação e fake news em sala
de aula. São Paulo: Editora Senac, 2019.
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conectada. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Brasília, 2009.
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GRIZZLE, A. et al. Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias. Brasília: Unesco, 2016.
JARDIM, L.; CAMARGO, S.; ZIMER, T. Transposição didática no ensino de ciências: diferentes olhares. In: CONGRESSO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO, 12, Curitiba, 26-29 out. 2015, PUCPR. Anais [...] Curitiba: PUCPR, 2015.
LAU, J. (ed.). Information literacy: international perspectives. München: K. G. Saur, 2008. (IFLA publications, 131).
MELLO, G. N.; DALLAN, M. C.; GRELLET, V. Por uma didática dos sentidos (transposição didática, interdisciplinaridade e
contextualização). In: MELLO, G. N. Educação escolar brasileira: o que trouxemos do século XX? São Paulo: Artmed, 2004. p. 59-64.
MENEZES, E. T. Verbete transposição didática. Dicionário Interativo da Educação Brasileira (EducaBrasil). São Paulo: Midiamix, 2001.
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PAIS, L. C. Transposição didática. In: MACHADO, S. D. A. (org.). Educação matemática: uma (nova) introdução. 3. ed. São Paulo: EDUC,
2010.
PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
RIBEIRO, L. A. M.; GASQUE, K. C. G. D. Letramento informacional e midiático para professores do século XXI. Em Questão, Porto
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SANTANA, T. Formação continuada de professores e transposição didática. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
WILSON, C. et al. Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores. Brasília: Unesco; UFTM, 2013.
EXPLORE+
O documento em PDF Ensinar e aprender com o Twitter, de 2019, desenvolvido em parceria entre o Twitter e a Unesco, é um
importante material, apontando possibilidades concretas para a transposição didática em diversas áreas da formação.
Os guias digitais da Alfabetização midiática e informacional (WILSON, 2013; GRIZZLE, 2016), utilizados na elaboração deste
conteúdo, são de fácil leitura e têm o objetivo de ajudar os educadores a capacitar as gerações mais jovens a lidar criticamente com as
notícias e informações disponíveis nas redes sociais. Os guias reúnem uma série de práticas e atitudes aplicáveis a outras plataformas
digitais.
O site do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) traz a possibilidade de, diante da profusão de recursos educacionais
disponíveis nas redes, traçar um panorama abrangente do universo dos recursos digitais, relatando os modelos e critérios de curadoria
utilizados para a formação de repositórios e para a avaliação de qualidade dos recursos educacionais digitais.
CONTEUDISTA
Andrea Filatro
 CURRÍCULO LATTES
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