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Principais Afecções de Potros Classificação geral: Doenças Fetais Doenças da parturiente Doenças pós natais: Doença pós natal imediata – 48H pós nascimento –metabólica hipoglicemia/ hipotermia. Doença pós natal mediata – 2 a 7 dias de idade –infecciosa. Doença pós natal tardia – 1 a 4 semanas de idade. Doenças fetais: Vida intrauterina Gestação prolongada, infecções intra uterinas, abortos, morte fetal com reabsorção ou mumificação. A placenta é a chave do sucesso e isso depende da saúde, idade da égua e paridade da égua! Parto Gemelar: Confirmação gestacional 12/35 dias. Prognóstico reservado Útero → competição por nutrientes. Tratamento: esmagamento da vesícula embrionária Placentite: Inflamação da placenta: bactéria, fungo, vírus ou protozoário Comprometimento unidade útero-feto- placentária Afecção de alta relevância → 1/3 dos abortos no terço final e óbitos nas primeiras 24 horas. TIPOS DE PLACENTITE: Ascendente, Difusa/Focal e Mucoide 1. Ascendente: através da cérvix 2. Difusa: hematôgena 3. Mucoide: útero e cornos uterinos FATORES PREDISPONENTES: o Multíparas, Meia idade a velhas, Conformação perineal defeituosa (lábios vulvares, vestíbulo vaginal e cérvix) SINAIS CLÍNICOS: o Desenvolvimento prematuro do úbere, Lactação precoce, Relaxamento cervical, Corrimento vaginal, Abortamento, morte fetal e parto prematuro Doença da Parturiente: Partos distocicos. Anoxia cerebral, hipoxemia fetal, lesões de estruturas ósseas ou tecidos moles. Síndrome do desajustamento dos potros. Apresentação – Anterior Posição-Longitudinal Postura – Estendida Adaptação ao meio ambiente extrauterino sendo uma fase de transição grande para sistema fisiológico e metabólico. Adaptação inicial x Adaptação tardia Adaptação cardiorrespiratória Passagem pelo canal do parto → Compressão torácica benéfica. Direciona a saída de líquidos excessivos pelas vias aéreas. Atenção aos neonatos de cesarianas. Parâmetros 0 pontos 1 ponto 2 pontos Tônus muscular Extremidades flácidas Alguma flexão de membro Esternal Respiração Ausente Lento, irregular ≥ 60 mpm, regular Frequência Cardíaca Ausente < 60 bpm ≥ 60 bpm Estimulação nasal Não responsivo Careta, leve rejeição Tosse ou espirro Membranas mucosas Cianótico Rosa pálido Rosa Avaliação imediata: índice APGAR Baseia-se em pontuação e pode nos orientar, caso ocorra a necessidade de reanimação ou cuidados especiais. Interpretação o Zero = óbito/ 1 a 4 = hipóxia grave/ 4 a 6 = hipóxia moderada/ 7 a 10 = normal. Afecção Neurológica: Síndrome Hipóxico Isquêmica (SHI) Falta parcial ou completa de oxigênio no sangue ou cérebro. Asfixia, hipóxia perinatal, síndrome do mau ajustamento, “Dummy Foal”. Hipóxia – déficit de oxigenação Isquemia – redução ou interrupção do fluxo sanguíneo para um órgão Falha na transição da vida intrauterina para extrauterina. Sinais clínicos: Alterações neurológicas importantes com paresia. Alterações associadas a quadros renal, gastrointestinal, cardíaco e metabólicos. Distúrbios comportamentais importantes: Baixa afinidade com a égua, Desorientação, dificuldade em se manter em pé, cegueira, dificuldade em mamar. Tratamento: 1ª ESTRATÉGIA: Inibidor de radicais livres: Allopuriol 40 mg/kg (VO até 3 horas). Anticonvulsivos: ➢ Escolha inicial - Diazepam 0,5 mg/kg IV (8h). Midazolan – 0,5 mg/kg IV. Fentoína 10mg/kg IV (inicial), 5 mg/kg IV (manutenção). Vitamina C, E e Selênio. Gabapentina (10-20 mg/kg) + Finasterida (15 mg/animal SID). Cafeína – (10 mg/kg) controverso! 2ª ESTRATÉGIA Edema cerebral: o Dimetilsulfóxido (DMSO) – VO ou IV? IV (administração lenta) VO (sonda nasogástrica – 20 ml) - CONTROVERSO Dexametasona 4 mg/50 kg IV q12 Pressão IC o Manitol 0,25 a 2g/kg como solução a 20% IV SUPORTE: Oxigenioterapia Terapia Anti-úlcera, Fluidoterapia, Nutrição enteral e parenteral (estratégias...) 3ª ESTRATÉGIA Antibioticoterapia – prevenir sepse. Elaborar plano de acordo com a função renal: Preservada (Aminoglicosídeo + Beta-lactâmico) Alterada (ceftiofur ou cefalosporina) 4ª ESTRATÉGIA: Técnica de Madigan Foal Squeeze Mimetiza compressão fisiológica do II estágio do parto Transição da neuro inibição para neurovativação Compressão física por 20 minutos Frequência das aplicações Acompanhamento Imediato do Neonato Adoção da posição esternal (< 5 minutos) Levantar-se (< 1 hora) Início do reflexo de sucção Mamar Eliminar o mecônio (até 12h) Produção de urina varia entre machos e fêmeas (6 a 12 horas). Mecônio: Fluído amniótico digerido e debris celulares. Consistência dura e com cor preta a marrom escura, Fator alimentação + estímulo limpeza perineal + estímulo ampola retal 1° - Enema fosfato sódico (2 a 3 tentativas). 2° - Enema sol. de acetilcisteína 4% (12 em 12). Caminhada leve. Fluidoterapia? Analgesia? Colostro: Formado nas 2 últimas semanas de gestação; Produção 5L (3,0 a 7,0 L), 24 horas é substituído por leite. Até 8 horas após o nascimento é o pico de absorção intestinal. > 24 horas células epiteliais intestinais tornam-se maduras. Falha na imunidade neonatal Teste da Dechra: Teste: IgG teste da Dechra Realizar >12 horas do nascimento. Plasmoterapia: Correção na Falha de Transferência de Imunidade Passiva (> 8 horas) Descongelar 37°C. Infusão lenta através do equipo com filtro. Monitoramento clínico. Interromper o fornecimento Tremores, sudorese, desconforto (dexametasona 0,1 mg/kg) / Choque (adrenalina 1 ml/Kg). Doenças pós natais: Doença Pós Natal Imediata 48h pós nascimento Doenças metabólicas Ex: hipoglicemia, hipotermia. Hipotermia - Hipertermia Choque térmico no momento do parto (molhados) → rápida capacidade de adaptação ao meio ambiente. Dificuldades de termorregulação. HIPOTERMIA: Temperatura ambiente. Verificar sempre a glicemia *Lembrar que os neonatos possuem uma reserva energética limitada HIPERTERMIA: Geralmente associadas a infecção e sepse Emergência acima de 40°C Glicemia A glicose é o principal substrato para a produção de energia na maioria dos tecidos, e a única fonte energética para as células do cérebro. Manutenção da homeostase da glicose após o parto depende do armazenamento de glicogênio hepático até a primeira mamada. Hipoglicemia: estresse fetal, doenças perinatais, sepse, debilitados devido a depleção do estoque de glicogênio + imaturidade hepática Hiperglicemia: Perda de líquidos e eletrólitos (Na⁺), glicosúria, desidratação celular, alimentação parenteral. Como aferir a Glicemia A verificação da glicemia é rápida e em pacientes críticos deve ser monitorada a cada 1-2 horas! Esperada 160 a 140 mg/dL Monitorar < 100 mg/dL Atenção < 60 - 40 mg/dL Doenças pós natais: Doença Pós Natal Mediata 2 a 7 dias de idade Abandono materno, incapacidade de mamar, falha natransferência passiva das imunoglobulinas. Infecções, septicemias, poliartrites. Sepse Neonatal: intestino delgado do neonato está realizando pinocitose de moléculas. Pode ter origem multifatorial: Intrauterino Ambiental após o nascimento Neonatos com falha na transferência de imunidade passiva Todos os órgãos serão afetados: Intestino: Hipomotilidade e íleos. Pulmão: aumento da permeabilidade vascular, edema pulmonar. Rim: Azotemia, oligúria, falência renal. Cérebro: depressão, convulsão, encefalopatia séptica. Fígado: aumento da bilirrubina e enzimas hepáticas.Sinais Clínicos: Hipertermia Uveíte e hipópio Enterite, diarreia Osteomielite, artrite, laminite. Alopecia Mucosa congesta Exungulação do casco Síndrome do desconforto respiratório Hemorragia petequial Colapso: Choque, coma Meningite Diagnóstico - Score de sepse: Conduta terapêutica Acertar o alvo – escolha correta + tempo de tratamento Antibioticoterapia de amplo espectro (Beta Lactâmico + Aminoglicosídeo) • Penicilina + Gentamicina • Ceftiofur + Amicacina Plasmoterapia Suporte: Fluidoterapia Alimentação enteral/parenteral: parcial ou total Protetor gástrico Artrite séptica Condição grave que compromete a viabilidade atlética do neonato Pode afetar uma ou mais articulações (poliartrite) FATORES ASSOCIADOS: Falha de transferência de imunidade passiva Onfaloflebites, persistência de úraco, ingestão de bactérias. Sinais clínicos: Claudicação progressiva Distensão articular Febre*, Depressão, anorexia Diagnóstico: Exame clínico Artrocentese: cor e viscosidade Leucócitos acima de 5x10³ Sepse acima de 10x10³ Importante realizar a cultura do líquido sinovial Conduta Terapêutica Avaliação do líquido sinovial e envio para cultura e antibiograma. Perfusão regional: Amicacina, Garrote 20 minutos, 3 perfusões com intervalo de 48 hrs. Lavado articular: Quando líquido sinovial estiver muito alterado. Campo x hospital. 3 acessos (01 fluido e 2 para drenar). Analgesia, antibioticoterapia sistêmica, sucralfato. Doenças pós natais Doença Pós Natal Tardia: 1 a 4 semanas de idade Crescimento e gravidade das doenças respiratórias e enterotoxemias. Afecção Respiratória: Pneumonia por Rhodococcus Broncopneumonia Destruição dos macrófagos alveolares Sinais clínicos: Letargia, depressão, anorexia, perda de peso. Hipertermia (esporádica). Ausculta pulmonar com áreas de silêncio associada a áreas de ruído. Pulmão: secreção, tosse (improdutiva) Intestino: diarreia Uveíte anterior Diagnóstico: Exame laboratorial: Anemia, Leucocitose, Fibrinogênio. Escaneamento ultrassonográfico Diagnóstico Diferencial: Histórico e sinais clínicos Faixa etária, condição corporal, idade... Lavado traqueal Conduta terapêutica: Macrolídeo associada a rifampicina Azitromicina 10 mg/kg (24h) + 5 mg/kg (12h) Claritromicina mg/kg (24h) + 5 mg/kg (12h) *Fármacos que causam hipertermia. Controle da temperatura < 39.0°C Obrigatoriamente devem ser mantidos em baia e isolados. Protetor gástrico Plasmaterapia Tratamento é longo: avaliar progressão clínica + hematológica + US É imprescindível criar estratégias de manejo! Afecções Gastrointestinais: Síndrome Cólica Neonatal Principais causas: Mecônio Intolerância à lactose Compactações Intuscepções Vólvulos Anormalidades congênitas Diarreia do “Cio do Potro”: Faixa etária de 6 a 14 dias após o nascimento Reflete o estabelecimento da flora normal do intestino grosso (maturação intestinal) Sinais clínicos: Mantem comportamento: alerta, ativo, frequência entre mamadas. Hemograma não serão encontradas alterações. Exame físico normal (Temperatura, FR e FC). Lembrem: ela é autolimitante!!! Diarreia por Intolerância à Lactose: Diagnóstico Determinação da origem é desafiadora. Teste de intolerância à lactose em equinos (TIL). Diluição da lactose em solução aquosa - fornecida ao animal - Amostra de sangue - alto nível de açúcar. Conduta Terapêutica Suporte Sucralfato + Lactase Afecções Musculoesqueléticas Flacidez Contratura dos tendões Deformidade angular Prematuro/Dismaturo?Ossificação incompleta? Articulações? Ossos longos.... Deformidades Angulares Desvio da porção distal do membro em relação ao eixo normal do plano frontal (congênita ou adquirida) Valgo x Varus Fatores gestacionais, nutricional Frequência maior no membro anterior (carpo > metacarpofalangeana) Prematuros, dismaturos. Diagnóstico Clínico: Clínico, inspeção visual (repouso e movimento) Avaliação radiográfica Conduta terapêutica: Idade do potro e placa de crescimento afetada Avaliação do grau do desvio Fisioterapia Exercício controlado, baia nivelada, casqueamento para nivelar a barra do talão e quadrejar a pinça (iniciar no 15° dia de vida). Desvio angular tratamento cirúrgico: periosteal, parafusos,grampo transfiseal. Deformidades flexurais Contratura flexora superficial Metacarpo vertical com ângulo do casco normal Contratura flexural combinada → metacarpo vertical e casco ereto Contratura do tendão digital flexor profundo → “Ballet dancer” Condutas terapêuticas Casos leves: Exercício controlado Tônus muscular o Fisioterapia passiva oKinesio Taping o Casqueamento a partir do 15° dia de vida.. Oxitetraciclina LA (3g/50kg) IV –LENTO Extensões casco Talas e gessos Kinesio taping Deformidade extensora ou hiperextensão Caracterizada por uma flacidez anormal dos músculos flexores Predisposição na classe prematuro e dismaturos Avaliar os tendões afetados Conduta Terapêutica Hiperextensão leve: Ligas de sustentação Restrição de movimento (baia) Hiperextensão moderada a grave: Analgesia* Extensores de casco Afecções de distúrbios imunológicos: Isoeritrólise neonatal Síndrome hemolítica associada a uma incompatibilidade entre as hemácias do potro e o anticorpo adquirido passivamente pela égua via colostro. Reação de hipersensibilidade tipo II → anticorpos maternos irão atuar diretamente contra as hemácias dos potros, provocando lise e/ou aglutinação. Sinais clínicos 2 a 24 horas após a ingestão do colostro podendo permanecer por 5-6 dias após o nascimento. Anemia. Letargia, taquicardia, taquipneia, pulso acentuado Icterícia hemolítica Urina escura (hemoglobina nas hemácias). Podem desenvolver septicemia. Diagnóstico Teste de aglutinação. Comparação hemolítica em laboratório. Teste de hemólise, identificação de aglutinação das hemácias do potro quando expostas ao soro da mãe, ocorrendo a formação do complexo antígeno anticorpo. Conduta terapêutica Fornecer o colostro de outra égua. Ordenhar úbere da égua e após 36 horas pode deixar mamar. Instituir fluidoterapia para reduzir o risco de nefropatia pigmentar. Antibioticoterapia preventiva. HT abaixo de 15%. Transfusão sanguínea: o Sangue total até 1-2 litros. Papa de hemácias 500 ml de papa de hemácias o Meia vida de glóbulos vermelhos transfundidos 2-4 dias, repetição pode ser necessária o Cuidados específicos na escolha do doador. j jj h
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