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Sistema Cardiovascular e Circulatório AFECÇÕES CARDIOCIRCULATORIAS NOS EQUINOS IMPORTANCIA CLINICA: Terceira causa de queda de desempenho em equinos no interesse atlético; São incomuns, porém graves Acomete idosos (doença de curso crônico) e neonatos (alterações congênitas); Equinos árabes possuem causas congênitas relatadas. ANATOMIA CARDIACA Órgão central do sistema cardiocirculatório Possui forma ovoide e ligeiramente cônico; É um órgão muscular e cavitário Está contido no pericárdio. PRINCIPAIS FUNÇÕES DO SISTEMA CIRCULATORIO Veias: órgãos e tecidos para o coração – constitui o sistema coletor sanguíneo. Artérias: coração para os órgãos e tecidos corporais – sistema distribuidor sanguíneo. Capilares: transporte lento para difusão de gases e a filtração de substâncias. Sangue: transportar - oxigênio, hormônios, nutrientes e substâncias químicas e excretas O ciclo cardíaco compreende: 1. Sístole: período de contração, onde ocorre o esvaziamento ventricular. 2. Diástole: período de relaxamento, onde ocorre o enchimento ventricular. SEMIOLOGIA Identificação paciente Anamnese: auxilia a epidemiologia Exame físico Exames complementares INSPEÇÃO Avaliação de atitudes relacionadas a distúrbios cardiovasculares Observação de anormalidades anatómicas e funcionais Coloração de mucosas e avaliação do tempo de reperfusão capilar PALPAÇÃO Avaliação do choque de ponta Avaliação do pulso arterial Detecção de frémitos Detecção de edemas AUSCULTAÇÃO Avaliação da frequência e ritmo cardíacos e respiratório. Detecção de ruídos normais e anormais: patológicos ou não. Detecção de bloqueios e desdobramentos PERCURSÃO Determinação da área cardíaca. Pode ser digito-digital ou indireta com plexímetro com martelo, observando a macicez absoluta e relativa ELETROCARDIOGRAFICO Mensuração da frequência e ritmo cardíacos Avaliação das ondas P e T, do complexo QRS Detecção de arritmias, Bloqueios AV ECO DOPPLER Avaliação cardíaca, Valvar e vascular; avaliação do grau de refluxo; Avaliação anatômica e funcional do sistema circulatório EXAME LABORATORIAS Avaliação de CK e LDH (para as isoenzimas cardíacas); SDH (succinato desidrogenase), AST e arginase (avaliação hepática); Ureia e creatinina (avaliação renal); FONOCARDIOGRAMA Avaliação das bulhas cardíacas PRINCIPAIS ALTERAÇÕES Sistema cardiovascular temos as alterações : Congênitas e adquiridas (ex. intoxicação, neoplasias, virais, bacterianas) Sistema circulatórios; Linfangite e flebite SISTEMA CARDIOVASCULAR ENDOCARDITE Alterações valvulares degenerativas em decorrência de processo infeccioso 1. Abscessos podais 2. Abscessos reticulares 3. Afecções respiratórias 4. Afecções TGI ENDOCARDITE FISIOPATOLOGIA LENTA – gradualmente progressiva Insuficiência valvular/ ruptura de cordas Congestão venosa - Edema! PATOLOGIA Espessamentos nodulares Fenestrações valvulares Ruptura das cordoalhas Massa fibrinosa SINAIS CLINICOS Anorexia Perda de peso Pulsações jugulares Febre recidivante Claudicação Tosse Pneumonia SOPRO taquicardia DIAGNOSTICO: Laboratorial: anemia, neutrofilia, hiperfibrinogenemia, hematúria e piúria. Hemocultura. TRATAMENTO: Etiologia Bacteremia Endocardite Surgimento / duração Gravidade Rifampicina 5 mg/kg BID Aminoglicosideos + penicilina Aspirina 17mg/kg/dia Furosemida PROFILAXIA Tratar apropriadamente infecções ativas crônicas Assepsia em medicações intravenosas SISTEMA CARDIOVASCULAR MIOCARDITE: Inflamação miocárdica SINAIS CLINICOS Taquicardia (ritmo de galope) Sopro Edema periférico/ distensão jugular Relutância em se movimentar Morte súbita DIAGNOSTICO Sinais clínicos Hemograma (normal ou com leucocitose neutrofílica) ASST/CK/LDH GGT/SDH ECG TRATAMENTO Digoxina 0,01 mg/kg VO BID 0,002 mg/kg IV BID Diuréticos Toracocentese Bacteremia Septicemia Pericardite Endocardite Bactérias Estrongilose Toxoplasmose Cisticercose sarcocistose Parasitas AIE Influenza equina Virus Abdominocentese PROFILAXIA Vacinação Controle parasitário PERICARDITE Infecção do pericárdio que resulta em acumulo de liquido entre os pericárdios visceral e parietal. Causado por: 1. Ferimentos externos 2. Disseminação hematogena 3. Extensão de infecção pulmonar e pleural 4. Penetração de objetos ingeridos SINAIS CLÍNICOS Febre Anorexia Depressão Perda de peso Postura anormal Grunido expiratório Relutância em se movimentar Dorso arqueado Mucosas congestas/ cianóticas Edema periférico / ascite Distensão jugular Taquipneia/ dispneia Taquicardia Bulhas abafada (hipofoneticas) Ausência de sons pulmonares na região ventral Ritmo de galope “som de máquina de lavar” DIAGNOSTICO Sinais clínicos Hiperfibrinogemia ECG (Baixa voltagem) Radiografias (silhueta aumentada) Ecocardiografia Periocardiocentese (Cultura, coloração amarelo palha, espumoso, odor repugnante) Toracocentese TRATAMENTO Cirúrgico (pericardiectomia) Drenagem e infusão de antibióticos. INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA O coração não consegue bombear a quantidade ideal de sangue para a sobrevivência do animal Comum em animais de idade mais avançada Há uma sobrecarga do pulmão, causando danos à capacidade respiratória do paciente. Mecanismos neuro-humorais: Ação Simpática, SRAA, ADH os quais levam à retenção de líquido; Aumento do retorno venoso; Aumento da pressão arterial evenosa; Inicial restauração do débito. Mecanismos cardíacos: Hipertrofia; Dilatação; Fator Natriurético Atrial; Óxido Nitroso. SINAIS CLINICOS Respiração ofegante; Cansaço; Inchaço; Baixa circulação; Espuma em excesso na boca. Hepatomegalia. TRATAMENTO: IECA – Enalapril Inotrópicos – digoxina (ação inotrópica positiva) Diuréticos - furosemida Aumento do D.C. Diminuição da pré-carga Diminuição da pós-carga Restabelecimento da função sistólica e diastólica. ARRITMIA Irregularidades nos batimentos cardíacos do animal ASSOCIADAS A CAUSAS SECUNDARIAS: 1. Afecções gastrointestinais 2. Desbalanço hidroeletrolítico 3. Endotoxinas 4. Distúrbios metabólicos 5. Hipercalemia ou hipocalcemia TRATAMENTO: Procainamida Lidocaína (dessensibilização do ventrículo) Quinidina ANEMIA Menor capacidade do sangue em transportar oxigênio Diminuição do hematócrito, hemácias e hemoglobina. 1. Anemia por perda sanguínea (aguda e crônica) 2. Anemia hemolítica (Parasitaria e imunomediada) ANEMIA POR PERDA SANGUINEA – AGUDA Traumatismos, cirurgias, ruptura de grandes vasos. SINAIS CLINICOS: Hemorragia aguda – choque hipovolêmico – taquicardia, taquipneia, hipotermia, aumento de TPC, extremidades frias, fraqueza muscular. DIAGNOSTICO: Evidencia de hemorragia Histórico clinico Anemia + hipoproteinemia. TRATAMENTO: Eliminar a fonte de hemorragia, manter o volume circulante Administração IV de grandes volumes (40 - 80 ml/kg) de soluções cristalóides contendo sódio. Colóides (plasma, albumina, dextrano) salina hipertônica (4 a 5 ml/kg, NaCl a 7,5%). Transfusão sangüínea. A anemia, em geral, se resolve de 4 a 12 semanas ANEMIA POR PERDA SANGUINEA –CRÔNICA Desenvolvimento lento pois a medula consegue regenerar eritrócitos, Quando a perda sg. crônica for maior que a regeneração medular → anemia (15% HT) PRINCIPAL FONTE: Trato gastrointestinal - parasitismo, úlceras gástricas ou duodenais, toxicoses por AINES Tratorespiratório - micose da bolsa gutural, - hematoma etimoidal, rinite fúngica, hemorragia subsequente a pneumonia grave, Hemorragia induzida por exercício (cavalos sangradores) TRATAMENTO Identificação e tratamento do processo primário, Deficiência de Ferro (potros) ANEMIA HEMOLITICA – PARASITARIA Babesiose (Piroplasmose Equina) - doença parasitária intraeritrocitária dos eqüinos. A doença clínica da B. equi é pior que a da B. caballi, com taxa de mortalidade mais elevada. Portadores inaparentes!!! Estresses → treinamento, transporte, prenhez, clima → podem induzir a doença clínica SINAIS CLÍNICOS febre, depressão, anorexia; Fraqueza, ataxia; Icterícia; Hemoglobinúria; Edema de extremidades(membros) DIAGNÓSTICO: Sinais clínicos; Esfregaço sangüíneo, no início do pico febril; Sorologia; Fixação de complemento (14 dias pós infecção) TRATAMENTO Dipropionato de imidocarb: 2,2 mg/kg/24 hs/ 2dias→ B. caballi 4 mg/kg/72 hs/ 4x → B. equi Repouso Fluidoterapia. Obs.: O dipropionato de imidocarb pode causar: cólica, diarréia, hipersalivação, óbito (casos extremos). ANEMIA HEMOLITICA - IMUNOMEDIADA 1. Isoeritrólise neonatal síndrome hemolítica em potros recém-nascidos causadaNpor incompatibilidade de grupo sangüíneo entre o potro e a égua (mãe) e mediada por anticorpos maternos contra os eritrócitos fetais (aloanticorpos) absorvidos através do colostro. 1. Anemia Infecciosa Eqüina (AIE) SISTEMA CIRCULATORIO Linfangite Alterações circulatórias ou linfáticas associada. Inflamação e obstrução parcial de vasos linfáticos Contaminação de ferimentos cutâneos distais nos membros, por bactérias ou fungos. Decorrentes de feridas granulomatosas (pitiose, habronemose) 1. Linfangite asséptica (apresenta apenas o inchaço no membro) ex: animais permanentes em baia. 2. Linfangite séptica ou ulcerativa (quando existe um ferimento com contaminação) Sinais clínicos: Aumento de volume, temperatura e sensibilidade cutânea Abcessos e fistulação (sépticos) Feridas granulomatosas + linfangite crônica: edema e claudicação DIAGNOSTICO: É dado pelo histórico e sinais clínicos. TRATAMENTO: Nem sempre consegue um tratamento eficaz Agudo X Crônico Identificar a causa Isolar o animal e tratar ferimentos. Edema: ducha TID/20min, AINEs ou corticosteroides. Salmora 20% de sal - 30 minutos. Granulação: Ressecção cirúrgica e bandagens. Bactérias: penicilinas, tetraciclinas, sulfa-T (cultivo/ATB). Fungos: antifúngicos, iodeto de potássio (pitiose/vacina). Flebite e Tromboflebite Inflamações e/ou trombose venosa. Obstrução completa ou parcial do fluxo de sangue. Equinos – veia jugular. CAUSAS: 1. Iatrogênica – asséptica e séptica. 2. Endotoxemia – toxinas q alteram o sist. De coagulação. 3. Perdas plasmáticas severas (alteração gastrointestinal, alterações renais). CAUSA IATROGENICA: Venopunção repetida Cateterismo x tempo : cateter trombogênico. Medicação IV com fluxo rápido por tempo prolongado. Substâncias e medicamentos agressivos ao endotélio Injeção contaminada CAUSA ENDOTOXEMICA CAUSA PERDA PLASMATICA SEVERA Perda dos anticoagulantes séricos (ATIII e proteína C). Glomerulopatias crônicas. Colite aguda. Enterite granulomatosa. Enteropatias. SINAIS CLINICOS – ASSÉPTICA Tumefação focal ou difusa; Dor e aumento temperatura local. Vaso firme e cilíndrico, a parede vaiendurecendo/engrossando “Cabo de vassoura”. Fluxo sanguíneo alterado. Pode ser (pouco, muito alterado ou até perder o fluxo). Uni ou bilateral ( bilateral – prognóstico ruim - não tem o retorno venoso necessário. Trombos – êmbolos – pulmão. SINAIS CLINICOS – ASSÉPTICA BILATERAL Dificuldade de retorno de fluxo sanguíneo da cabeça. Edema cabeça e laringe. Exteriorização da língua, disfagia, dispneia, asfixia; edema cerebral, convulsão, êmbolos, óbito. SINAIS CLINICOS – SÉPTICA Unilateral – retorno venoso regional. Maior dificuldade no fluxo. Aumento de volume de consistência macia a firme. Dor, aumento temperatura local, febre, aumento de fibrinogênio, leucocitose e neutrófilia. Fistulização – secreção purulenta/tecido necrótico. Trombos sépticos – êmbolos – maior gravidade! DIAGNOSTICO: Anamnese Sinais clínicos. Ultrassonografia Venografia (Não é comum de rotina a campo) - Diatrizoatode meglumina, 10 ml + 10 ml de água. TRATAMENTO - AGUDO Ducha ou compressa fria/gelo Retirada do cateter. AINE IM; DMSO (IV). Utiliza anti-inflamatório sistêmico etópico. O DMSO também pode ser sistêmico. Heparina 40 – 125 UI/Kg BID, SC ou AAS VO. O AAS via oral funciona como heparina (compra na farmácia humana). Ativação da fibrinólise – uroquinase – ativador do plasminogênio tecidual. TRATAMENTO – CRONICO Compressa quente + pomadas revulsivo (Minex, biodex). TRATAMENTO – INFECCIOSO Antissépticos e atb tópico. PREVENÇÃO Cuidado com injeções ou aplicação venosa. Tricotomia pré punção ou cateterização. Assepsia; materiais estéreis (seringas, cateter, agulhas). Pomadas heparinoides; AINE; e/ou DMSO tópico. Controle da endotoxemia.