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//O DR. MARCO ABUD Proibida a distribuição deste material. "Sou médico psiquiatra e consultor do Programa Encontro com Fátima Bernardes. Sou especialista em atendimento de pacientes dependentes químicos e realizo tratamentos para diversas doenças como: depressão, ansiedade, déficit de atenção, transtorno alimentar e transtorno bipolar. Apresento a neuroestimulação como alternativa no tratamento dos meus pacientes. Sou consultor especialista do Programa Encontro com Fátima Bernardes. Acredito no poder que a meditação e os tratamentos naturais atuais têm na vida das pessoas e estudo sua importância em substituir ou potencializar o uso de medicações. Busco compreender as causas das principais doenças que atingem a população, independente da idade, e meu objetivo é apresentar soluções efetivas para você atingir uma saúde completa para sua mente e ter uma vida mais feliz ao lado de quem você ama. Sou formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Realizei Residência Médica em Psiquiatria também pela USP, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPQ-HCFMUSP). Fui assistente da enfermaria de dependência química do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas e atualmente sou Médico Psiquiatra assistente do Hospital Universitário da USP, atuando no atendimento de pacientes dependentes químicos da universidade e integrante do corpo clínico do Hospital Samaritano de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein. ME ACOMPANHE NAS REDES SOCIAIS Proibida a distribuição deste material. Inscreva-se para receber conteúdos exclusivos cadastre-se aqui Vamos começar com uma pergunta simples, mas que sua resposta envolve muitos anos de estudos: o que é a depressão? O termo “depressão” ainda gera muita confusão, basicamente porque a palavra pode ter dois significados bem diferentes dependendo do contexto. Em conversas do dia a dia, a maioria das pessoas usam o termo “depressão” quando, na verdade, elas querem dizer “tristeza”. Elas podem dizer que estão “deprimidas” após uma frustração no trabalho, uma mudança do melhor amigo de cidade ou, de forma mais intensa, após a perda de alguém importante. Esse tipo de “depressão” faz parte da condição humana, é o sentimento de “tristeza”, que, além de inevitável, é importante para nosso aprendizado e crescimento, em busca das coisas mais importantes em nossas vidas. Geralmente, a “tristeza” não dura muito tempo e não interfere muito na nossa habilidade funcional, ou seja, conseguimos nos manter trabalhando e exercendo as atividades da nossa rotina. Já a “depressão” clínica carrega um significado muito mais profundo, porque indica uma condição médica bem mais séria. Você pode sentir-se constantemente sobrecarregado(a) e perder o sentimento de prazer, mesmo nas atividades antes prazerosas da sua vida. A “depressão” vem com sintomas físicos. Você pode não conseguir dormir ou se alimentar, sentir um imenso cansaço físico ou experimentar dores intensas de cabeça ou pelo corpo todo. Proibida a distribuição deste material. Se você já sofreu de depressão ou esteve perto de alguém que tem, você sabe que esta doença não melhora apenas com uma palavra de incentivo ou com “força de vontade”. Uma pessoa nas garras da depressão não consegue sair desse quadro somente “indo mais à festas” ou “dedicando-se mais ao trabalho”. Ainda, muitas pessoas lutam silenciosamente contra a depressão. De acordo com o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), No Brasil, 5,8% da população sofre com a doença, o que significa mais de 11,5 milhões de pessoas. E o que é mais alarmante: estima-se que menos de um terço das pessoas deprimidas recebem qualquer tipo de tratamento. Mas existe, sim, uma boa notícia! Para aquelas pessoas que buscam tratamento e persistem nele, podendo chegar a índices ainda maiores quando associamos esquemas complementares de tratamento. O NÚMERO DE PESSOAS AFETADAS PELA DEPRESSÃO JÁ CHEGA A 322 MILHÕES EM TODO O MUNDO. A CHANCE DE MELHORA COMPLETA DOS SINTOMAS É MAIOR QUE 70%, Proibida a distribuição deste material. Um tratamento eficaz melhora seu humor, fortalece suas conexões com as pessoas importantes de sua vida, permite que você volte a se interessar por seus hobbies e consiga aproveitar as coisas boas da vida. Resumindo, o objetivo de um bom tratamento é que você volte a ser você mesmo(a)! Nesse e-book você vai aprender como a depressão age no cérebro, vai conhecer os diferentes tipos de depressão, como é feito o diagnóstico e tratamento e aprender técnicas naturais, práticas e fáceis de aplicar no seu dia a dia que podem, comprovadamente, melhorar seu humor e auxiliar no tratamento e prevenção de quadros de depressão. Proibida a distribuição deste material. Existem vários tipos de depressão, sendo o tipo clássico chamado de Transtorno Depressivo Maior (TDM). Os diferentes tipos de depressão serão melhor explicados abaixo. Pode-se dizer que existem 2 características centrais de um quadro depressivo: A perda da capacidade de sentir prazer (chamada, na psiquiatria, de “anedonia”) faz com que a pessoa não consiga reagir a estímulos ou coisas positivas que ocorrem na sua vida. O seu humor pode ser triste, irritável ou simplesmente apático. Ao mesmo tempo, pode ocorrer uma grande sensibilidade à eventos negativos (gerando sentimentos de angústia e desespero) juntamente com sentimentos de baixa autoestima, culpa, falta de esperança, “burrice”, solidão, ansiedade, tédio e vazio. A diminuição do ânimo e energia física surge com sentimentos de fadiga, “preguiça”, sonolência, necessidade de muito esforço para fazer atividades, diminuição de vontade e iniciativa para realizar atividades habituais. Algumas pessoas com depressão podem apresentar momentos de agitação, sendo isso mais comum em depressões ansiosas ou em depressões bipolares. Proibida a distribuição deste material. //O QUE É A DEPRESSÃO? 01 - PERDA DA CAPACIDADE DE SENTIR PRAZER 02 - DIMINUIÇÃO DO ÂNIMO E ENERGIA FÍSICA E MENTAL. A diminuição de energia mental faz com que a depressão prejudique muito as funções de memória, atenção e velocidade de raciocínio. O pensamento costuma ficar lento, com demora para responder perguntas e sensação de “brancos” no fluxo de pensamentos. Ideias negativas também podem ficar “indo e vindo” na mente durante todo o dia (chamadas “ruminações depressivas”) o que atrapalha muito a concentração e tomada de decisões. Essas alterações fazem com que o desempenho no trabalho seja extremamente prejudicado. Proibida a distribuição deste material. É importante ressaltar que pode haver uma variação de humor ao longo do dia, devido a alterações no ritmo biológico que ocorrem nos quadros depressivos. Pode haver uma piora pela manhã com melhora após algumas horas ou uma piora no final do dia. O sono e o apetite podem estar aumentados ou diminuídos. É comum que surjam sintomas dolorosos em várias partes do corpo e diminuição do desejo sexual. Proibida a distribuição deste material. //COMO ELA AGE EM NOSSO CÉREBRO? Independentemente da causa, quando uma pessoa está com uma depressão clínica existem mudanças nas estruturas, nas funções e na química de seu cérebro. Várias áreas de nosso cérebro desempenham um papel importante para regular nosso humor e estão envolvidas na depressão: 01 - Amígdala: A amígdala faz parte de um grupo de estruturas do cérebro que está associado a emoções primitivas como raiva, prazer, tristeza, medo e excitação sexual. Quando temos uma memória emocionalmente carregada ou uma lembrança assustadora, a amígdala se ativa. A atividade na amígdala também é maior quando a pessoa está triste ou deprimida, e isso continua mesmo após a recuperação da depressão. Esse aumento na atividade pode, na verdade, fazer com que o tamanho da amígdala também aumente em casos de depressão. Proibida a distribuição deste material. 02 - Gânglios da Base: é um grupo de estruturas envolvidasno movimento, na memorização, no raciocínio e no processamento de emoções. Alguns estudos apontam que existe uma diminuição no tamanho dos Gânglios da Base em pessoas com depressão. 03 - Hipocampo: Processa memórias de longo prazo e está muito conectado à amígdala. Quando passamos por uma situação ameaçadora (por exemplo um assalto em uma rua escura), o hipocampo registra a memória de "medo" e pode fazer com que você evite ruas escuras no futuro. O Hipocampo é menor em pessoas com depressão e pesquisas apontam que os hormônios do estresse prejudicam o desenvolvimento dos neurônios dessa região. 04 - Ínsula: A ínsula está localizada numa das áreas mais profundas do cérebro, na face interna do lobo temporal, e, por isso, não pode ser localizada na figura. Ela está envolvida no processamento de emoções e em nossa autoconsciência e auto-eficácia, ou seja, no sentimento de que somos capazes de fazer mudanças para melhorar nossa vida. Proibida a distribuição deste material. 05 - Córtex Pré-Frontal: Localizado na parte frontal do cérebro, acredita-se que essa região desempenhe um papel no raciocínio complexo, na tomada de decisões, na expressão da personalidade e no comportamento social. Alguns estudos encontraram mudanças em sua estrutura e uma diminuição na atividade do córtex pré-frontal esquerdo em pessoas com depressão. 06 - Tálamo: O tálamo recebe a maior parte das informações sensoriais e as transmite para estruturas cerebrais que coordenam funções complexas, como fala, reações comportamentais, movimento, pensamento e aprendizado. Algumas pesquisas sugerem que o transtorno bipolar pode envolver problemas no tálamo, prejudicando a conexão das informações sensoriais à sentimentos agradáveis e desagradáveis. Proibida a distribuição deste material. ALÉM DE ALTERAÇÕES NESSAS REGIÕES, A DEPRESSÃO ESTÁ LIGADA À ALTERAÇÃO NOS NEUROTRANSMISSORES, QUE SÃO AS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS UTILIZADAS PELOS NEURÔNIOS PARA SE COMUNICAREM. OS ANTIDEPRESSIVOS AGEM MODIFICANDO A AÇÃO NESSES NEUROTRANSMISSORES. Acetilcolina: melhora a memória e está envolvida no aprendizado. Medicações que bloqueiam a acetilcolina (efeito anticolinérgico) podem prejudicar a concentração, memória e velocidade de raciocínio. Dopamina: ajuda a regular o movimento e as respostas emocionais. Está relacionada à concentração, prazer e motivação. Em muitos quadros depressivos, principalmente naqueles com muitos sintomas de falta de energia, motivação e prazer, acredita-se que haja uma diminuição da ação da dopamina no córtex pré-frontal. Obs: Como faz parte do sistema de recompensa do cérebro, pensa-se que a dopamina desempenha um papel nos distúrbios do uso de substâncias. Proibida a distribuição deste material. //OS PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS NA DEPRESSÃO SÃO: Glutamato: parece estar envolvido no transtorno bipolar e na esquizofrenia. O carbonato de lítio, um conhecido estabilizador de humor usado para tratar o transtorno bipolar, ajuda a prevenir danos aos neurônios no cérebro de ratos expostos a altos níveis de glutamato. Noradrenalina: ajuda aumentar níveis de motivação, energia e ação para a recompensa, além de estar envolvida no circuito de dor. A diminuição noradrenérgica está presente em alguns tipos de depressão. Níveis altos de noradrenalina podem desencadear sintomas ansiosos. Serotonina: ajuda a regular o sono, o apetite e o humor e inibe a dor. Algumas pessoas deprimidas apresentam uma diminuição da transmissão de serotonina. Baixos níveis de um subproduto da serotonina têm sido associados a um risco maior de suicídio. Proibida a distribuição deste material. Ácido gama-aminobutírico (GABA): é um aminoácido que inibe a comunicação entre os neurônios, ajudando a diminuir a ansiedade. Em quadros depressivos com muitos sintomas ansiosos pode haver uma diminuição do efeito do GABA em áreas centrais do cérebro. Proibida a distribuição deste material. OS TIPOS DE DEPRESSÃO E SUAS DIFERENÇAS: TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR O Transtorno Depressivo Maior representa o quadro clássico de depressão. Ele representa um período de queda de humor de pelo menos 2 semanas (apesar de que, na maioria dos casos, a duração é bem maior) com alterações na capacidade de sentir prazer, na forma de pensamento e em sintomas físicos. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5a edição (DSM-V), um diagnóstico de transtorno depressivo maior é feito se uma pessoa experimenta pelo menos cinco dos nove sintomas a seguir (e pelo menos um deles deve ser o primeiro ou o segundo sintoma listado aqui): 01 Humor deprimido a maior parte do dia, quase todos os dias. 02 Perda de interesse ou prazer na maioria ou em todas as atividades. 03 Mudança no apetite ou peso (perda de mais de 5% do peso em 1 mês ou, em crianças, dificuldade em manter o peso esperado para a idade). 04 Dificuldade para dormir ou dormir demais quase todos os dias. 05 Movimentos e pensamentos lentificados ou quadro de inquietação e agitação quase todos os dias. Proibida a distribuição deste material. O teste PHQ-9, traduzido para o português, contempla os critérios para diagnósticos do DSM e é utilizado mundialmente para auxiliar o diagnóstico de depressão. É importante observar que, se você pontuar em qualquer um dos itens,vale a pena consultar um médico especialista. 06 Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. 07 Pensamentos de inutilidade ou culpa excessiva. 08 Diminuição de concentração ou dificuldade em tomar decisões. 09 Pensamentos recorrentes sobre morte (não somente um medo de morrer) ou suicídio. AGORA VAMOS FALAR COMO O(A) SR.(A) TEM SE SENTIDO NAS ÚLTIMAS DUAS SEMANAS Proibida a distribuição deste material. 01) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) teve pouco interesse ou pouco prazer em fazer as coisas? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 02) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) se sentiu pra baixo, deprimido(a) ou sem perspectativa? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 03) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) teve dificuldade para pegar no sono ou permanecer dormindo ou dormiu mais que de costume? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias Proibida a distribuição deste material. 04) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) se sentiu cansado(a) ou com pouca energia? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 05) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) teve falta de apetite ou comeu demais? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 06) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) se sentiu mal consigo mesmo(a) ou achou que é um fracasso ou que decepcionou sua família ou a você mesmo(a)? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 09) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) se feriu de alguma maneira ou que seria melhor estar morto(a)? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias Proibida a distribuição deste material. 07) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) teve dificuldade pra se concentrar nas coisas (Como ler jornal ou ver televisão)? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias 08) Nas últimas duas semanas, quantos dias o(a) Sr.(a) teve lentidão para se movimentar ou falar (a ponto das pessoas perceberem), ou ao contrário, esteve tão agitado(a) que você ficava andando de um lado para outro mais que de costume? 00 Nenhum dia 01 Menos de uma semana 02 Uma semana ou mais 03 Quase todos os dias Proibida a distribuição deste material. 10) Considerando as últimas duas semanas, os sintomas anteriores lhe causaram algum tipo de dificuldade para trabalhar ou estudar outomar conta das coisas da casa ou se relacionar com as pessoas? 00 Nenhuma dificuldade 01 Pouca dificuldade 02 Muita dificuldade 03 Extrema dificuldade Score Total Gravidade da depressão Interpretação do Score Total do PHQ-9 1-4 Depressão Mínima 5-9 Depressão Leve 10-14 Depressão Moderada 15-19 Moderadamente Grave 20-27 Depressão Grave Proibida a distribuição deste material. TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE (DISTIMIA) Até 2013, o transtorno depressivo persistente era conhecido como distimia. A condição é caracterizada por um estado de sintomas de depressão de baixa intensidade que dura pelo menos dois anos em adultos ou um ano em crianças e adolescentes. Embora não necessariamente tão incapacitante quanto a depressão maior, sua persistência pode evitar que você se sinta bem e pode interferir em seu trabalho, escola e vida social. Se você pensa em depressão como a cor preta, o transtorno depressivo persistente é mais parecido com um cinza escuro. Ao contrário da depressão maior, na qual episódios relativamente curtos podem ser separados por longos períodos de estabilidade, o transtorno depressivo persistente dura em média cinco anos. Se você sofre de transtorno depressivo persistente, você se sente "para baixo" na maior parte do tempo. Você pode ser capaz de lidar com a vida cotidiana, mas tem muita dificuldade em sentir entusiasmo ou motivação intensa para realizar suas atividades. O humor permanece deprimido por mais de 2 anos e você também apresenta pelo menos dois dos seguintes sintomas: (obs.: em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, com duração mínima de um ano). Proibida a distribuição deste material. COMER DEMAIS OU PERDA DE APETITE INSÔNIA OU DORMIR DEMAIS CANSAÇO OU FALTA DE ENERGIA BAIXA AUTOESTIMA DIFICULDADE EM SE CONCENTRAR OU TOMAR DECISÕES DESESPERANÇA. 01 03 04 03 05 02 Proibida a distribuição deste material. O transtorno depressivo persistente geralmente começa na infância, na adolescência ou no início da idade adulta e aumenta o risco de desenvolvimento de um Transtorno Depressivo Maior. De fato, até 75% das pessoas que são diagnosticadas com transtorno depressivo persistente terão um episódio de depressão maior dentro de cinco anos. Apenas cerca de 10% das pessoas com distimia melhoram sozinhas ao longo de um ano. Em alguns casos pode haver uma melhora dos sintomas por, no máximo, 2 meses, com uma nova queda após esse período. MAS A BOA NOTÍCIA É QUE O TRATAMENTO É CAPAZ DE ALIVIAR OS SINTOMAS EM CERCA DE QUATRO EM CADA CINCO PESSOAS. A característica fundamental desse quadro é o seu desenvolvimento nas 4 primeiras semanas após o parto, sendo que, em muitos casos, os sintomas depressivos já podiam ser observados durante a gestação. Cerca de 10% a 15% das mães, sendo mais comum após a primeira gestação e, as mulheres que apresentaram um quadro de depressão pós-parto possuem um alto risco de apresentar novos quadros depressivos (risco de 25% a 50%). Vale a pena entender a diferença desse quadro do blues puerperal. Esse é um quadro passageiro e benigno, com sintomas de tristeza 7 a 10 dias após o parto, que melhoram de forma espontânea. A depressão pós-parto pode impedir que a mãe consiga realizar os cuidados com o bebê e, nesse caso, deve ser introduzido o tratamento medicamentoso. DEPRESSÃO PUERPERAL (PÓS-PARTO) Proibida a distribuição deste material. Esse tipo de depressão era chamada de depressão endógena no passado, podendo ser também denominada depressão "com características somáticas". Ela é caracterizada por: Perda de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades Humor depressivo que não reage a estímulos prazerosos Tristeza profunda com prostração, desespero ou apatia importante Piora pela manhã Insônia terminal (acordar 2 horas mais cedo que o habitual) Sentimentos intensos de culpa Acentuada perda de apetite e peso Lentificação ou agitação de pensamentos e movimentos Para se fazer o diagnóstico é necessária a presença de 1 dos dois primeiros sintomas e três ou mais dos outros. Esse quadro é mais comum em pessoas mais velhas e não se observa fatores ambientais ou sociais associados ao quadro. É associada a quadros depressivos mais graves. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO MELANCÓLICA Nesse quadro de depressão, a pessoa apresenta uma reatividade de humor, ou seja, o humor melhora em resposta a situações positivas. Também, apresenta duas ou mais das seguintes características: Aumento de apetite ou ganho de peso Aumento de sono ( mais de 10 horas por dia ou mais de 2 horas que o período habitual) Falta de energia intensa, com sensação de peso nos braços ou pernas ( "paralisia de chumbo") Muita sensibilidade à rejeição interpessoal, que prejudica as relações sociais e profissionais Esse quadro é mais comum em mulheres e em pessoas com depressão bipolar. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO ATÍPICA Muitas pessoas ficam tristes em dias frios e nublados, mas algumas pessoas desenvolvem quadros depressivos importantes com a mudança das estações de ano. Esses quadros depressivos normalmente se iniciam no outono e inverno e melhoram na primavera e no verão e correspondem a cerca de 1% a 10 % de todas as depressões, sendo mais comuns em tipos de transtorno bipolar. A causa desse tipo de depressão não está totalmente desvendada, mas as pesquisas apontam para alterações no relógio biológico, desequilíbrio nos níveis de melatonina e de serotonina causadas pela diminuição da exposição à luz do sol. Além dos tratamentos usuais com medicação e terapia, esse tipo de depressão pode melhorar com "terapia de luz". Em países com invernos rigorosos, existem "caixas de luz" com intensidade próxima a da luz do sol (cerca de 10.000 lux) com quantidades mínimas de luz ultravioleta. A dose recomendada é de cerca de 30 minutos de luz, entrando através de seus olhos, logo ao acordar, pela manhã. A exposição à luz do sol natural por cerca de 15 minutos parece ajudar a prevenir quadros de depressão. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO SAZONAL As Depressões costumam ser a apresentação inicial do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). Cerca de 20% das pessoas com depressão que procuram um atendimento pela primeira vez são, na verdade, do espectro bipolar e até metade dos pacientes que já são acompanhados em ambulatórios de psiquiatria por depressão são bipolares. Isso é importante porque o uso de antidepressivos sem estabilizadores de humor em pessoas com TAB leva a depressões mais resistentes e maior risco de suicídio nesse tipo de paciente. Algumas características são mais comuns em depressões bipolares. Depressões atípicas, em pessoas muito jovens (abaixo dos 25 anos), resposta ruim a antidepressivos, história familiar de TAB em parentes de 1º grau, depressões pós-parto são características sugestivas de bipolaridade. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO BIPOLAR Para realizarmos o diagnóstico definitivo de depressão bipolar devemos ter a presença de sintomas maníacos ou hipomaníacos previamente. Um quadro de mania é caracterizado por períodos de uma semana ou mais de humor muito exaltado, expansivo ou irritável com um aumento de energia, além de pelo menos três dos seguintes sintomas: Proibida a distribuição deste material. 01 ideias grandiosas ou autoestima exaltada 02 necessidade de sono muito menor do que o normal 03 Um aumento de fala ou pressão para continuar falando 04 Pensamentos acelerados 05 Aumento de distração 06 Aumento de energia voltada a objetivos ou simplesmente uma agitação sem foco definido 07 Busca de atividades prazerosas sem levar em conta possíveis consequências negativas. Às vezes, os episódios maníacos podem ser tão graves que a hospitalização é necessária para evitar resultados prejudiciais. O transtorno bipolar assume muitas formas Uma variante comum é chamada de Transtorno Bipolar II. Nesse quadro, uma pessoa apresenta episódiosde depressão, juntamente com episódios mais leves de humor exaltado chamado hipomania. A hipomania é menos intensa que a mania. Durante um episódio hipomaníaco, você pode se sentir energizado, feliz e produtivo. E enquanto você não sente que algo está errado, sua família e amigos podem perceber que seu humor está acima do normal. Certifique-se de informar o seu médico caso você suspeite de que já teve um quadro de hipomania. A hipomania pode ser um sinal de que um episódio maníaco ou depressivo está chegando. Proibida a distribuição deste material. Apesar de a depressão classicamente começar na idade adulta, estudos mostram que duas em cada 100 crianças e oito em cada 100 adolescentes podem desenvolver um quadro depressivo. Quando o transtorno depressivo persistente aparece antes dos 21 anos, os episódios depressivos maiores têm maior probabilidade de surgir mais tarde na vida. Embora os sintomas de transtornos depressivos em crianças, adolescentes e adultos sejam geralmente semelhantes, há algumas diferenças importantes. Crianças deprimidas não agem com tanta lentidão quanto adultos deprimidos e crianças e adolescentes deprimidos têm mais probabilidade de se mostrarem mais irritáveis do que tristes. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Além disso, crianças pequenas geralmente expressam sentimentos de depressão com sintomas físicos vagos, como dores de estômago persistentes, dores de cabeça e cansaço. Como a depressão em crianças e adolescentes frequentemente aparece associada a problemas comportamentais, ansiedade ou abuso de substâncias, é importante que os pais estejam atentos a sinais que podem indicar uma alteração de humor: Proibida a distribuição deste material. • mau desempenho na escola ou frequentes faltas escolares • tentativas ou ameaças de fugir de casa • explosões de irritabilidade inexplicáveis, com gritos ou choro intensos • aumento acentuado de hostilidade ou raiva • abuso de álcool, drogas ou outras substâncias perigosas • isolamento social ou perda de interesse em amigos • hipersensibilidade à rejeição ou à falhas • comportamento impulsivo A depressão não é uma parte normal do envelhecimento, embora muitos idosos e seus cuidadores pensem que os dois andam de mãos dadas. Quando a depressão surge, ela deve ser tratada, não importa a idade da pessoa. Um estudo de longo prazo descobriu que adultos mais velhos que sofreram de depressão crônica com duração de pelo menos seis anos tiveram um risco 88% maior de desenvolver câncer. Outros estudos sugerem que adultos mais velhos que estão deprimidos correm maior risco de desenvolver Alzheimer ou sofrer um declínio nas capacidades mentais e são mais propensos a ter prejuízos de imunidade, o que pode afetar sua capacidade de combater infecções ou doenças. O caminho para a recuperação de um idoso pode encontrar diversos obstáculos. Por exemplo, em idosos, a depressão pode ocorrer em conjunto com outras doenças que mascaram os sintomas depressivos. Proibida a distribuição deste material. DEPRESSÃO EM IDOSOS Proibida a distribuição deste material. Profissionais de saúde podem tratar a doença médica e ignorar a depressão. Além disso, porque muitos idosos consideram erroneamente a depressão como uma fraqueza, as pessoas dessa idade são menos propensas a procurar ajuda. Além disso, sabemos que idosos costumam ser mais sensíveis aos efeitos colaterais dos antidepressivos, além do cuidado que deve-se ter para evitar interações medicamentosas com outros remédios. Por estas razões, cerca de 40% das pessoas idosas que tomam antidepressivos param ou repetidamente esquecem doses devido a efeitos colaterais, problemas de memória ou dificuldade para controlar esquemas complicados de medicação. Embora os idosos com depressão grave pareçam responder a medicamentos antidepressivos tanto quanto os mais jovens, eles às vezes melhoram mais lentamente e recaem mais cedo. No entanto, um médico experiente pode ajudá-lo a lidar com esse tipo de problema. QUAIS AS CAUSAS DA DEPRESSÃO? Proibida a distribuição deste material. Como nós vimos anteriormente, a depressão está associada a várias alterações na química e na estrutura de regiões cerebrais. Mas uma série de fatores podem influenciar nesse funcionamento cerebral e, assim, participarem do desenvolvimento de um quadro depressivo. Os 4 principais fatores que causam um quadro de depressão são: 01 Traumas e eventos de vida estressantes 02 Problemas médicos 03 Genética 04 Personalidade e modelos de "visão de mundo" Vamos falar de cada um deles: TRAUMAS E EVENTOS DE VIDA ESTRESSANTES Proibida a distribuição deste material. O estresse é uma parte inevitável da vida. Alguém próximo a você morre, você perde seu emprego ou fica seriamente doente, ou um relacionamento se desfaz - esses eventos são muitas vezes o que desencadeia a depressão e leva a pessoa a procurar ajuda. Além disso, algumas pessoas precisam lidar com estressores de longa data ou extremos, como a perda precoce de um dos pais, a violência ou o abuso sexual. Embora nem todos que enfrentam essas tensões desenvolvam um transtorno de humor - na verdade, a maioria não -, o estresse desempenha um papel importante na depressão. O estresse desencadeia uma série de reações químicas e respostas no corpo. Se o estresse é de curta duração, o corpo geralmente retorna ao normal. Mas quando o estresse é crônico ou quando nosso sistema de alerta permanece em um estado constante de tensão, as mudanças no corpo e no cérebro podem ser duradouras. COMO O ESTRESSE AFETA O CORPO Proibida a distribuição deste material. O estresse pode ser definido como a resposta física automática do corpo a um estímulo externo que exige que você se ajuste à mudança. Toda ameaça real ou percebida ao seu corpo desencadeia uma cascata de hormônios do estresse que produz alterações fisiológicas. Todos conhecemos as sensações: seu coração bate, músculos ficam tensos, a respiração se acelera e gotas de suor aparecem. Isso é conhecido como a resposta ao estresse. A resposta ao estresse começa com um sinal da parte do cérebro conhecida como hipotálamo. Quando uma ameaça física ou emocional se aproxima, o hipotálamo aumenta sua produção de hormônio liberador de corticotropina (CRH). Os hormônios são substâncias químicas complexas que transmitem mensagens a órgãos ou grupos de células por todo o corpo e desencadeiam certas respostas. Através de uma série de sinais hormonais que envolvem as glândulas supra-renais e hipófise, o CRH estimula as glândulas supra-renais a liberar cortisol, que prepara seu corpo para lutar ou fugir. Proibida a distribuição deste material. Seu coração bate mais rápido e sua pressão arterial aumenta. Sua respiração acelera quando seu corpo recebe oxigênio extra. Sentidos aguçados, como visão e audição, tornam você mais alerta. O CRH também afeta as partes do cérebro que controlam o humor. Acredita-se que ele desempenhe um papel importante na coordenação de seus pensamentos e comportamentos, reações emocionais e respostas involuntárias. Trabalhando ao longo de várias vias neurais, ela influencia a concentração de neurotransmissores por todo o cérebro. Distúrbios nos sistemas hormonais, portanto, podem afetar os neurotransmissores e vice-versa. Normalmente, um loop de feedback permite que o corpo desligue as defesas “lutar ou fugir” quando a ameaça passar. Em alguns casos, porém, as comportas nunca fecham adequadamente, e os níveis de cortisol sobem com muita frequência ou simplesmente permanecem elevados. Isso pode contribuir para problemas como pressão alta, imunossupressão, asma e possivelmente depressão. As pessoas que estão deprimidas normalmente têm níveis mais altos do que o normal de CRH. Os antidepressivos são capazes de reduzir esses altos níveis de CRH. À medida que os níveis de CRH voltam ao normal, os sintomas depressivos diminuem. Mas existem outras maneirasde ajudar a diminuir a resposta ao estresse, como vou mostrar adiante. Certos eventos podem ter consequências físicas e emocionais duradouras. As pessoas que sofrem perda ou trauma durante a infância - como negligência, morte de um dos pais ou abuso sexual ou físico - têm um risco maior de desenvolver depressão do que aquelas que não enfrentaram tais dificuldades. As evidências apontam para uma ligação clara entre o trauma na infância e o aumento dos níveis de hormônios do estresse, bem como mudanças na regulação genética e até mesmo na estrutura do cérebro. Estes podem explicar o desenvolvimento da depressão. Não é de surpreender que a solidão e o isolamento social também deixem as pessoas mais vulneráveis à depressão. Álcool ou abuso de substâncias também são um fator de risco importante. Certos problemas médicos estão ligados a distúrbios de humor significativos e duradouros. De fato, doenças ou medicamentos podem estar na origem de até 10% a 15% de todas as depressões. Entre os culpados mais conhecidos estão dois desequilíbrios hormonais da tireoide. Excesso de hormônio tireoidiano (hipertireoidismo) pode desencadear sintomas maníacos. TRAUMAS E PERDAS NA INFÂNCIA Proibida a distribuição deste material. PROBLEMAS MÉDICOS Proibida a distribuição deste material. Por outro lado, muito pouco hormônio tireoidiano (hipotireoidismo) frequentemente leva à exaustão e depressão. As deficiências nutricionais, como a falta de vitamina B12, também podem causar sintomas depressivos. Deficiência de B12 é mais comum em idosos. A doença cardíaca também tem sido associada à depressão, com até metade dos sobreviventes de infarto agudo do miocárdio (IAM) relatando sentimentos de tristeza, muitos foram diagnosticados com quadro de depressão clínica. Além disso, uma série de pesquisas apontam que a presença de depressão traz uma série de riscos para pessoas com doenças cardíacas: está ligada a uma recuperação mais lenta, a um maior número de problemas cardíacos futuros e a um risco maior de mortalidade. As seguintes condições médicas também foram associadas a um risco maior de transtornos de humor: • Esclerose múltipla, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, doença de Huntington e outras doenças neurológicas crônicas; • Acidente vascular cerebral ( AVC) • Desequilíbrios hormonais causados por problemas nas paratireóides ou glândulas supra-renais • Doenças do sistema imunológico, como o lúpus • Alguns vírus e infecções, como mononucleose, hepatite e HIV • Câncer • Disfunção erétil em homens. GENÉTICA Depressão tende a ocorrer mais em membros de uma mesma família. Se você tem um parente com a depressão, seu risco de depressão é muito maior do que alguém sem esse histórico familiar. Estudos sugerem que os genes são responsáveis por um terço a dois terços do risco de depressão. Um estudo de 2016 da JAMA Psychiatry examinou o risco de depressão em 62 famílias ao longo de três gerações. Eles descobriram que filhos com pais deprimidos tinham duas vezes mais chances de desenvolver a doença, e aqueles com pai deprimido e avô deprimido tinham um risco três vezes maior de depressão. Os cientistas identificaram vários genes que parecem estar envolvidos na depressão, mas ainda não está clara a relação entre a função específica de um gene e a alteração de humor. O que parece acontecer é uma interação gene-ambiente, ou seja, eventos da vida podem ativar ou não genes relacionados ao desenvolvimento da depressão. A seguir seguem 2 dos principais genes estudados: Um gene que afeta a serotonina Uma das variantes genéticas mais estudadas é o gene transportador de serotonina, 5-HTTLPR, que vem em duas formas: “curto” (que é menos eficiente no transporte de serotonina) e “longa” (que é mais eficiente). Um artigo do Archives of General Psychiatry agrupou achados de 54 estudos e descobriu que, em comparação com pessoas com a Proibida a distribuição deste material. Proibida a distribuição deste material. versão longa do gene, pessoas com a forma abreviada eram muito mais propensas a ficarem deprimidas se vivenciassem eventos estressantes da vida. Ainda assim, especialistas apontam que pessoas com a versão curta do gene nem sempre desenvolvem depressão após o estresse. Este exemplo ilustra como um único gene não dita o resultado quando se trata de depressão. Um gene que afeta o folato Outro gene que atraiu muita atenção é o MTHFR, que afeta a capacidade do corpo de produzir L-metilfolato, uma forma ativa do ácido fólico. Encontrado naturalmente em vegetais verdes e outros alimentos, o folato é importante para a função cerebral. Com a ajuda de uma enzima produzida pelo gene MTHFR, o corpo converte o folato em L-metilfolato, que é a única forma da vitamina que pode atravessar a barreira hematoencefálica para o cérebro, onde é usada para produzir os neurotransmissores serotonina, dopamina e norepinefrina. Até metade dos americanos tem variações genéticas de MTHFR que diminuem sua capacidade de fazer a conversão para o L-metilfolato, possivelmente elevando o risco de depressão. Estes resultados estimularam alguns pesquisadores a testarem se a adição de cápsulas de L-metilfolato a outros medicamentos antidepressivos pode aumentar o efeito na depressão e as pesquisas têm demonstrado resultados positivos, mesmo se elas tiverem cópias normais do gene MTHFR. No entanto, esse tratamento ainda está sendo investigado e somente deve ser realizado sob supervisão médica. Sua personalidade e temperamento moldam o quanto você é resiliente frente à dificuldades da vida. O Temperamento - por exemplo o quanto você é estimulado(a) por situações sociais ou não - é determinado por sua herança genética e pelas experiências que você teve durante sua vida. Algumas pessoas são capazes de fazer melhores escolhas na vida, quando conhecem melhor as características de seu temperamento e personalidade. Os psicólogos cognitivos apontam que a visão que temos no mundo e, em particular, nossas crenças e suposições sobre como o mundo funciona, também influenciam a maneira como nos sentimos. Você geralmente desenvolve essas crenças e suposições na infância e início da adolescência e aprende a recorrer automaticamente quando ocorre perda, desapontamento ou rejeição. Por exemplo, você pode se ver como indigno de amor, você evita se envolver com as pessoas Proibida a distribuição deste material. PERSONALIDADE E MODELOS DE "VISÃO DE MUNDO" Na maioria das vezes, uma descrição de seus sintomas, combinada com um exame clínico de um médico especialista, são suficientes para realizar o diagnóstico e iniciar um plano de tratamento da depressão. Às vezes, no entanto, você pode precisar de mais testes para confirmar um diagnóstico, extrair informações ou distinguir a depressão de outros problemas psicológicos ou neurológicos. O seu médico pode, a depender do caso, pedir os seguintes exames: Proibida a distribuição deste material. COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO para não arriscar perder um relacionamento. Ou você pode ser tão autocrítico que pode não suportar a menor crítica dos outros, prejudicando o progresso da sua carreira. No entanto, embora o temperamento ou a visão de mundo possam ter uma influência na depressão, nenhum deles é imutável. Terapia e medicamentos podem mudar esses pensamentos e comportamentos que se desenvolveram com o tempo. .Testes psicológicos, durante os quais você responde a perguntas ou faz exercícios específicos aplicados por psicólogos especializados. Esses testes podem dar ao seu médico uma melhor percepção de seus mecanismos de enfrentamento, seu temperamento ou da sua capacidade de organização e planejamento de tarefas. .Exames cerebrais como um eletroencefalograma (EEG) ou Ressonância Magnética (RM) de crânio, que podem ajudar a identificar ou excluir algumas causas raras de depressão. Esses testes são indolores. .Exames para investigar causas biológicas de depressão, como exames de sanguepara verificar a função da tireóide, dosagem de vitaminas, presença de anemia ou exame de urina, para investigar a presença de infecções. Proibida a distribuição deste material. RELAÇÃO ENTRE INSÔNIA E DEPRESSÃO Proibida a distribuição deste material. De uma forma simples e direta pode-se dizer que a Insônia Crônica causa depressão e a depressão causa insônia. Vamos explorar mais essa afirmação. Sabe-se que a presença de transtorno de insônia (pelo menos 3 noites de insônia por semana por, ao menos, 3 meses) é o maior fator de risco, potencialmente tratável, para o aparecimento do primeiro episódio depressivo ou para a recorrência de depressão em adultos e idosos. Pode-se dizer que a insônia crônica aumenta 7,5 vezes o risco de depressão. Em um estudo que acompanhou pessoas com 2 ou mais semanas de insônia nos últimos 6 meses observou que 50% delas desenvolveram um quadro depressivo no ano seguinte. Por outro lado, um quadro depressivo costuma apresentar sintomas de insônia em 85% dos casos, sendo que a insônia geralmente surge antes dos sintomas depressivos na maioria dos casos e podem ser a queixa principal que leva o paciente a procurar atendimento médico. Assim, o tratamento da insônia é extremamente importante para prevenção de quadros depressivos ao mesmo tempo que, na depressão, é importante usar estratégias para melhora do sono, juntamente com estratégias antidepressivas. COMO TRATAR A DEPRESSÃO? Proibida a distribuição deste material. Medicações Muitas vezes, os medicamentos são a primeira opção de tratamento, principalmente em casos de depressões moderadas a graves ou com pensamentos suicidas. Cerca de 65% a 85% das pessoas recebem algum alívio dos antidepressivos, em comparação com 25% a 40% das pessoas que tomam um placebo (uma pílula sem ingrediente biologicamente ativo). Mas a mesma medicação que funciona para um conhecido pode não aliviar seus sintomas. Você pode precisar experimentar alguns medicamentos diferentes para encontrar o que funciona melhor para você com o menor número possível de efeitos colaterais. Em alguns casos, um médico pode prescrever uma combinação de antidepressivos ou um antidepressivo junto com um medicamento para tratar ansiedade ou um estabilizador de humor. Muitas vezes, uma combinação de medicações pode ser mais eficaz do que qualquer uma das opções isoladamente. Embora, em alguns casos, as pessoas podem, apresentar uma melhora de humor após uma ou duas semanas do início da medicação, mais frequentemente leva de quatro a oito semanas para que os antidepressivos melhorem os sintomas da depressão. Esse tempo provavelmente é o necessário para que os medicamentos mudem as conexões entre os neurônios e os processos cerebrais. Uma vez que você comece a se sentir melhor, é importante tomar a medicação pelo tempo que for prescrito para obter uma resposta completa e evitar uma recaída. Se um antidepressivo não é eficaz, muitas vezes é devido a uma dose inadequada. Se a medicação não parece estar funcionando durante a primeira fase do seu tratamento, o seu médico pode sugerir o aumento da dose. Frequentemente você deve experimentar diferentes antidepressivos ou uma combinação de antidepressivos com diferentes mecanismos de ação antes de descobrir o que funciona para você. Enquanto você estiver usando medicamentos, o médico que os prescrever deve monitorar regularmente as dosagens e sua resposta. Todos os tratamentos com medicamentos têm vantagens e desvantagens, e o médico não pode prever como Proibida a distribuição deste material. Proibida a distribuição deste material. você reagirá. Para evitar uma recaída, é importante continuar tomando a medicação mesmo depois de se sentir melhor. A maioria dos psiquiatras recomendará que você fique com sua medicação por cerca de um ano após um primeiro episódio de depressão. Se você teve vários episódios, seu médico provavelmente recomendará o tratamento de manutenção indefinidamente. A seguir, estão listadas as principais classes de medicamentos utilizadas no tratamento da depressão, assim como os principais mecanismos de ação e efeitos colaterais. Contudo, é importante lembrar que o USO DE QUALQUER MEDICAÇÃO DEVE SER FEITO SOMENTE SOB ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO MÉDICA. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Proibida a distribuição deste material. O sistema de serotonina envolve muitas regiões do cérebro e afeta o humor, a excitação, a ansiedade, os impulsos e a agressividade. Os ISRS retardam a recaptação da serotonina - isto é, retardam a reabsorção pelos neurônios que a libertam. Ao bloquear a recaptação, eles permitem que a serotonina funcione por mais tempo nos locais receptores. Os ISRS também parecem alterar o número e a sensibilidade dos receptores e, indiretamente, influenciar outros neurotransmissores, incluindo a noradrenalina e a dopamina. Os ISRS têm várias vantagens sobre os Antidepressivos tricíclicos (ADT's) e Inibidores da monoamina oxidase (iMAO's) que vieram antes deles. Ao contrário dos ADTs, raramente causam boca seca, constipação ou tontura. Tampouco são suscetíveis de perturbar os ritmos cardíacos, um efeito potencialmente fatal de uma overdose de ADTs. E com os ISRS você não precisa se preocupar com restrições alimentares, como faria se tomasse inibidores da MAO. Por outro lado, alguns dos efeitos colaterais dos ISRS podem ser bem desconfortáveis. Os mais conhecidos são os efeitos colaterais sexuais. Ambos os sexos podem achar que as drogas diminuem o desejo ou dificultam atingir o orgasmo. Outros efeitos colaterais incluem náusea, insônia, dores de cabeça e alterações intestinais. Proibida a distribuição deste material. Outro problema em potencial é que os ISRSs podem interagir com certos anti-histamínicos, anticonvulsivantes, outros antidepressivos, estabilizadores de humor e suplementos fitoterápicos. Por exemplo, um desses problemas, chamado síndrome de serotonina, pode ocorrer se você tomar a erva de São João (hypericum) juntamente com ISRSs. Esta condição é marcada por um coração acelerado, febre, suor, pressão alta, tremores e confusão. Raramente, esse quadro também pode ocorrer quando um ISRS é combinado com o lítio. Embora esses efeitos colaterais possam parecer assustadores, lembre-se de que muitas pessoas toleram essas medicações sem dificuldade. A principal vantagem dos ISRSs e de outros antidepressivos mais recentes não é necessariamente que eles causem menos efeitos colaterais ou menos desconforto. É que os efeitos colaterais mais perigosos tendem a ocorrer com menos frequência. Proibida a distribuição deste material. Desde o início dos anos 90, uma variedade de antidepressivos uniu-se aos ISRSs para substituir os primeiros antidepressivos - inibidores da MAO e ADTs - como opções de tratamento. Muitos desses medicamentos, que não se enquadram perfeitamente em uma única classe química, funcionam através de mecanismos que diferem daqueles das classes mais antigas de antidepressivos. Como o nome sugere, os inibidores da recaptação da serotonina e da noradrenalina (IRSNs) reduzem a recaptação da serotonina e da noradrenalina, aumentando suas concentrações nas sinapses (espaços de comunicação entre os neurônios). A mirtazapina também afeta a noradrenalina e a serotonina, ANTIDEPRESSIVOS MAIS RECENTES Proibida a distribuição deste material. não bloqueando a recaptação, mas através de um mecanismo diferente. A bupropiona afeta os neurotransmissores noradrenalina e a dopamina. A vortioxetina é um antagonista dos receptores 5-HT3, 5-HT7, e 5-HT1D, agonista parcial do receptor 5-HT1B, agonista do receptor 5-HT1A e inibidora do transportador de 5-HT, levando à modulação da neurotransmissão em diversos sistemas, o que inclui os sistemas de serotonina, noradrenalina, dopamina, histamina, acetilcolina, GABA e glutamato. Por isso, é chamado de antidepressivo com ação multimodal. Em geral, estudos descobriram que as novasmedicações não são nem mais nem menos eficazes do que as mais antigas, como ISRSs, ADTs ou IMAOs. Mas, como mencionado anteriormente, as pessoas respondem de maneira diferente aos diferentes antidepressivos. Algumas pessoas podem ter que experimentar vários medicamentos diferentes antes de encontrar o medicamento novo ou antigo que funcione melhor para eles. Essa variedade de mecanismos oferece um leque mais amplo de opções de tratamento do que as disponíveis há uma geração. Proibida a distribuição deste material. Os ADTs, nomeados por sua estrutura molecular de três anéis, têm sido usados desde a década de 1960. Os ADTs, assim como os IRSN, aumentam a disponibilidade de noradrenalina e serotonina ao retardar sua reabsorção nos neurônios que os liberam. Ao mesmo tempo, porém, os ADTs influenciam outro neurotransmissor, a acetilcolina, que pode levar à tontura, constipação, visão embaçada durante a leitura e dificuldade para urinar. Essas drogas também podem causar ganho de peso. Seu efeito colateral mais grave, no entanto, é uma alteração perigosa no ritmo cardíaco. Assim, eles não são a primeira escolha de antidepressivos para pessoas com doenças cardíacas. Embora os ADTs sejam geralmente seguros para pessoas sem problemas do coração, esses medicamentos podem causar uma alteração fatal do ritmo cardíaco se houver uma "overdose", como pode acontecer em uma tentativa de suicídio. Os efeitos colaterais e os riscos potenciais dos ADTs os tornaram menos atraentes como tratamento de primeira linha. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADTS) Proibida a distribuição deste material. Os neurotransmissores noradrenalina e serotonina são membros de uma classe de compostos chamada monoaminas. Eles são normalmente decompostos no organismo pela enzima monoamina oxidase. Os IMAOs bloqueiam esta enzima. Assim, através desse mecanismo, os IMAOs alcançam um resultado semelhante ao de outros antidepressivos, elevando a concentração de norepinefrina e serotonina no espaço entre um neurônio e outro. Os dois IMAOs mais comumente usados são tranilcipromina e fenelzina. Essas drogas podem ser especialmente úteis se a depressão incluir aspectos considerados atípicos, como dormir demais em vez de insônia ou ganho de peso em vez de perda de peso. Eles também podem ter efeitos importantes no tratamento de ansiedade. Como acontece com outros antidepressivos, os inibidores da MAO têm uma variedade de efeitos colaterais. Eles podem causar sedação, insônia e ganho de peso. Os IMAOs também podem causar aumento de agitação ou inquietação e tontura. INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE (IMAOS) Proibida a distribuição deste material. Mas a maior fonte de inconveniência é que as pessoas que tomam inibidores da MAO, devem evitar comer uma substância chamada tiramina. Sem essa dieta especial, eles correm o risco de ter uma elevação extremamente perigosa da pressão arterial. A tiramina é uma monoamina encontrada em alimentos como queijo envelhecido, vagens de feijão, carnes curadas e cerveja de torneira. Existem quantidades moderadas em vinho e em cerveja enlatada ou engarrafada. Normalmente, a monoamina oxidase quebra a tiramina. Se uma IMAO desativa a enzima, no entanto, a tiramina pode aumentar para níveis inseguros, o que pode causar um rápido aumento na pressão sanguínea. As diretrizes atuais da Associação Americana de Psiquiatria sobre o tratamento da depressão recomendam que os inibidores da MAO sejam usados somente por pessoas que não respondem a outros tratamentos. Proibida a distribuição deste material. As pessoas com depressão também podem experimentar oscilações de humor, com momentos variáveis de altos e baixos, o que pode sugerir a presença de algo que chamamos de "espectro bipolar". Nesses casos, é possível que o médico ache interessante a introdução de um estabilizador de humor, como o lítio (Carbolitium®), valproato (Depakote®) ou lamotrigina (Lamictal®). Medicações da classe dos antipsicóticos também podem desempenhar a função de estabilizadores de humor e serem adicionados ao tratamento para melhorar o humor depressivo. Exemplos são o aripiprazol (Abilify®), quetiapina (Seroquel®) e lurasidona (Latuda®). ADICIONANDO ESTABILIZADORES DE HUMOR OU OUTRAS DROGAS Proibida a distribuição deste material. O objetivo da psicoterapia é proporcionar uma melhora dos sintomas de depressão, te ajudar a administrar melhor seus problemas e viver a vida de forma mais saudável e satisfatória. Ao incentivar formas mais construtivas de pensar e agir, a psicoterapia pode ajudar a evitar futuras crises de depressão. Existem várias formas de psicoterapia. A mais estudada no tratamento e prevenção da Depressão é a terapia cognitivo-comportamental (TCC). O maior e mais completo estudo realizado até o momento sobre tratamento de depressão, o estudo STAR*D, revelou que a TCC é tão eficaz no tratamento da depressão quanto a medicação. PSICOTERAPIA Proibida a distribuição deste material. A premissa básica da terapia cognitivo-comportamental (TCC) é que seu humor está diretamente relacionado aos seus padrões de pensamento. Pensamentos negativos e disfuncionais - como por exemplo: "eu sempre estrago", "as pessoas não gostam de mim" ou "é tudo culpa minha" - afetam seu senso de identidade. Eles também podem influenciar seu comportamento (levando-o a evitar atividades sociais, por exemplo) e até mesmo seu estado físico (deixando-o cansado e exaurindo sua energia). Juntos, pensamentos e comportamentos negativos desgastam sua auto-estima, deixando-o vulnerável à depressão. No tratamento, o terapeuta irá ajudá-lo a descobrir suposições e crenças subjacentes por trás de seus pensamentos e treinar, com você, formas de alterá-las, mudando sua perspectiva de mundo. Outra meta da TCC visa um sintoma comum de depressão: não fazer coisas que você costumava gostar. Parte do processo é examinar quaisquer atitudes ou escolhas que estejam impedindo você de sair e se divertir. Você ensaia novas maneiras de lidar com problemas e praticar habilidades sociais que podem ajudar a afastá-lo de pensamentos e comportamentos que tornam a depressão pior, como se isolar. Proibida a distribuição deste material. A TCC tende a ter uma duração mais curta que outros tipos de terapia. A maioria das pessoas dizem que seus sintomas desaparecem em cerca de 12 semanas. Casos mais graves de depressão podem levar mais tempo para serem resolvidos. Pode ser útil, após três a quatro meses, rever seu progresso e metas com seu terapeuta. À medida que você ganha confiança usando suas novas habilidades, você pode ir diminuindo o número de sessões. Outra opção é a terapia cognitivo-comportamental online, que tem demonstrado eficácia igual à TCC presencial, mas que pode ser mais prontamente disponível, conveniente e acessível. Mindfulness (ou atenção plena) tem suas origens nas práticas budistas. É a prática de concentrar a atenção no que está acontecendo no presente e aceitando as experiências sem julgamento. É um "treino de atenção" que muitos médicos e terapeutas acreditam ser uma ferramenta terapêutica poderosa. Aprendendo a focar no aqui e agora, muitas pessoas que praticam mindfulness se tornam menos propensas a ficarem preocupadas com o futuro ou se arrependerem do passado. Elas também são mais capazes de apreciar experiências simples da rotina, aumentando a sensação de prazer no dia a dia. MEDITAÇÃO MINDFULNESS Proibida a distribuição deste material. A atenção plena é frequentemente aprendida através da meditação, um método de treinar sua atenção escolhendo um foco específico, que pode ser sua própria respiração, uma frase, uma imagem, pensamentos ou sentimentos. Pesquisas científicas recentes têm demonstrado benefícios de usar técnicas de Mindfulness para alívio de estresse, para auxiliar no tratamento de doenças cardíacas e de outras condições crônicas, como pressão alta, fibromialgia, problemas de sono e dificuldadesgastrointestinais. A meditação parece ter diversos efeitos que levam a um "fortalecimento" de áreas cerebrais. Em um estudo, pesquisadores mediram a atividade elétrica cerebral antes, imediatamente após, e quatro meses após um curso de dois meses de meditação mindfulness. Eles encontraram um aumento persistente da atividade no lado esquerdo do córtex pré-frontal, que está associado a emoções positivas e motivação. A Mindfulness Based Cognitive Therapy (MBCT), combina técnicas de mindfulness com terapia cognitiva comportamental. A MBCT tem demonstrado ser muito eficiente na prevenção de recaídas de quadros de depressão, de acordo com um estudo de 2016 da JAMA Psychiatry. Pesquisadores reuniram dados de nove estudos separados envolvendo mais de 1.200 pessoas. Todos participaram de estudos que compararam o MBCT com pelo menos um tipo diferente de terapia. Durante o período de acompanhamento de 60 semanas, as pessoas tratadas com MBCT foram menos propensas a apresentarem uma recaída da depressão em comparação com aquelas que tiveram outros tratamentos. E os benefícios foram mais fortes em pessoas que tinham quadros depressivos mais graves! Proibida a distribuição deste material. Sente-se em uma cadeira com as costas retas ou de pernas cruzadas no chão. Tente concentrar-se em um ponto da sua respiração. Pode ser na sensação de fluxo de ar nas narinas e na boca, ou no movimento de subida e descida de seu abdome a cada inspiração e expiração. Depois de acompanhar a respiração dessa maneira, tente ampliar seu foco. Procure perceber os sons do ambiente, as sensações de toque do corpo com o assento e os pensamentos que passam pela sua mente. Tente só observar, evitando julgar o que acontece. Se a sua mente começar a divagar, apenas observe que isso ocorreu, solte seus pensamentos e volte seu foco, novamente, para a sua respiração. Em seguida, expanda sua sua atenção novamente. Faça esse treino por 5 minutos. EXERCÍCIO DE MINDFULNESS PARA COMEÇAR A PRATICAR "ALIMENTAÇÃO ANTIDEPRESSIVA" Proibida a distribuição deste material. Comidas doces, salgadas e gordurosas são, sem dúvida, uma fonte de prazer instantânea, mas uma dieta regular com esse tipo de alimentos pode representar um sério problema para seu humor. Vários estudos associam uma dieta com açúcar, carboidratos simples e gorduras saturadas à depressão. Verificou-se que quanto mais fast food (hambúrgueres, salsichas e pizza) uma pessoa come, maior o risco de depressão. Uma tendência semelhante foi observada entre aqueles que comeram produtos assados comprados em lojas, como muffins, donuts e croissants. Por outro lado, uma dieta saudável tem o poder de melhorar seu humor. Um artigo de revisão que reuniu dados de 11 estudos descobriu que dietas ricas em azeite, peixe, frutas e vegetais, nozes e legumes (ervilhas e feijões) estavam ligadas a um menor risco de depressão. Proibida a distribuição deste material. Um desses estudos comparou dois padrões alimentares identificados em mais de 3.400 homens e mulheres de meia-idade. O padrão alimentar “integral” apresentava pilhas de vegetais, frutas e peixes, e o padrão “alimentos processados” era carregado com sobremesas açucaradas, frituras, carne processada, grãos refinados (alimentos feitos com farinha branca) e alimentos ricos em gordura e laticínios. Após cinco anos de acompanhamento, os participantes preencheram um questionário de depressão. Com base nas pontuações, os autores do estudo concluíram que um padrão alimentar "integral" ajuda a proteger as pessoas da depressão, enquanto uma dieta baseada em alimentos processados aumenta o risco. O estudo australiano SMILES demonstrou que uma dieta mediterrânea modificada (chamada de ModiMed) levou à melhora de quadros depressivos moderados ou graves em 30% dos participantes do estudo, enquanto que somente 8% daqueles que participaram de grupos de aconselhamento melhoraram. É claro que muitas pessoas não vão melhorar somente com mudanças na dieta e vão necessitar, sim, de outros tipos de tratamento, incluindo medicações e psicoterapia. Independentemente disso, dietas com características mais integrais e mediterrâneas podem fazer uma diferença importante no seu bem estar e ajudar a potencializar outras modalidades de terapia. Proibida a distribuição deste material. SEGUE A DIETA MODIMED, UTILIZADA NO ESTUDO SMILES: DIÁRIO: Cereais integrais: 5 a 8 porções Frutas: 3 porções Vegetais (não legumes): 6 porções Leite e derivados: 2 a 3 porções Azeite de oliva: 60ml Oleaginosas: 1 porção SEMANAL: Legumes: 3 a 4 porções Carne vermelha magra: 3 a 4 porções Peixe: Pelo menos 2 porções Aves: 2 a 3 porções Ovos: até 6 ovos Extras (doces, pizzas, etc): até 3 porções Proibida a distribuição deste material. Como vimos anteriormente, a luz do sol tem uma importância muito alta no tratamento da depressão sazonal. Mas a estimulação da luz solar na nossa retina auxilia no nosso bem estar mental geral e pode auxiliar a prevenir quadros depressivos. Nossos antepassados viveram, durante séculos, predominantemente ao ar livre, passando o dia expostos à luz do sol. E como consequência, nossos olhos ainda estão em grande parte adaptados à luz solar, que é cem vezes mais potente que a iluminação artificial de ambientes internos. E essa diferença é muito importante pois nossos olhos vêm equipados com sensores de luz especializados e eles disparam apenas quando expostos à luz intensa – do tipo que encontramos ao ar livre. LUZ DO SOL Proibida a distribuição deste material. Esses sensores possuem uma conexão direta com o relógio biológico dentro do cérebro. Esse relógio biológico fica localizado em uma região primitiva chamada núcleo supraquiasmático. A luz solar tem a função de "resetar" esse relógio biológico. Caso isso não aconteça, começam a causar danos na qualidade do sono, regulação de hormônios, no nosso humor, nível de energia e no nosso senso de alerta. O outro lado da moeda é que a exposição solar causa efeitos impressionantes e instantâneos ao cérebro, incluindo aumento de níveis de certos neurotransmissores - como dopamina, noradrenalina e serotonina. Por isso, muitas pessoas notam um impulso no humor, no seu estado de alerta e na sua claridade mental com apenas breves momentos de luz solar. Então, qual é a dose ideal de luz solar? Quando o sol nasce, leva apenas quinze minutos para a iluminação interna resetar o relógio biológico e manter os ciclos em ritmo novamente. Quando o tempo está fechado, pode levar mais tempo. De forma geral, uma exposição de 15 a 30 minutos à luz do sol (deixando que ela atinja seus olhos, não diretamente), é suficiente para a melhora de humor e prevenção de depressão. Proibida a distribuição deste material. Como você trata seu corpo afeta sua mente e seu nível de felicidade. Infelizmente, o estilo de vida de muitas pessoas inclui um componente naturalmente causador de depressão: ser sedentário. Os seres humanos são projetados para a atividade física, e o exercício físico tem demonstrado melhorar o bem-estar e ajudar a prevenir ou reduzir a ansiedade e a depressão. De fato, as diretrizes da prática da Associação Psiquiátrica Americana para a depressão também reconhecem a importância do exercício para melhorar a capacidade do cérebro de regular o humor. Como o exercício alivia a depressão? EXERCÍCIOS FÍSICOS Proibida a distribuição deste material. Uma explicação possível é que o exercício aumenta a ação das endorfinas no corpo. Esses produtos químicos podem aumentar a imunidade natural, reduzir a percepção da dor e possivelmente melhorar o humor. Além disso, o exercício estimula o neurotransmissor noradrenalina, que pode melhorar diretamente o humor. Mas, como os cientistas aprenderam mais sobre como o exercício afeta o cérebro, outra teoria ganhou terreno: que o poder do exercício, assim como os antidepressivos, pode estar em parte em sua capacidade de gerar novos neurônios. Muitosestudos descobriram que o exercício regular pode melhorar o humor em pessoas com depressão leve a moderada - e pode até ter um papel coadjuvante no tratamento da depressão grave. Uma revisão da Cochrane Collaboration de 30 estudos randomizados e controlados concluiu que o exercício diminui os sintomas de depressão. Proibida a distribuição deste material. Embora não tenha sido estabelecido exatamente quanto exercício ou que tipo é necessário, alguns estudos fornecem orientação. Por exemplo, um artigo publicado no The Journal of Family Practice que analisou os mesmos dados usados na revisão Cochrane descobriu que os programas de exercícios focados apenas no treinamento de força ou no treinamento de força combinada com atividade aeróbica eram mais úteis do que programas aeróbicos isolados. Os autores acrescentaram que um pequeno estudo descobriu que as pessoas que faziam mais exercícios - três a cinco vezes por semana, em vez de uma vez por semana - tinham o maior benefício. Estas recomendações estão de acordo com um estudo anterior que descobriu que andar rápido por cerca de 35 minutos por dia cinco vezes por semana (um total de 175 minutos de exercício por semana) ou 60 minutos por dia, três vezes por semana (180 minutos de exercício por semana) melhorou significativamente os sintomas em pessoas com depressão ligeira a moderada. Andando rápido por apenas 15 minutos por dia cinco vezes por semana (75 min de exercícios por semana) ou fazer exercícios de alongamento três vezes por semana não foi tão útil. RECOMENDAÇÃO: 150 MINUTOS DE EXERCÍCIO MODERADO AERÓBICO OU NÃO AERÓBICO) POR SEMANA Proibida a distribuição deste material. 1- ESCREVER SOBRE A SITUAÇÃO DESAGRADÁVEL; 2- ESCREVER SOBRE ALGO NEUTRO; 3- ESCREVER SOBRE CONSEQUÊNCIAS DA SITUAÇÃO PELAS QUAIS PODERIAM SER GRATAS; Em um estudo, pessoas lidando com uma situação emocional desagradável foram divididas em 3 grupos de atividades: TREINO DE GRATIDÃO Proibida a distribuição deste material. Nos resultados, publicados no The Journal of Positive Psychology, aquelas que se concentraram na atividade 3, ou seja, em treino de gratidão em sua escrita conseguiram superar melhor a situação ruim, tiveram menos memórias intrusivas negativas do evento e tinham menos lembranças emocionalmente carregadas em relação aos participantes dos outros 2 grupos. Em um estudo histórico sobre intervenções de gratidão publicado no The Journal of Personality and Social Psychology, pessoas com doenças neuromusculares crônicas mantiveram um diário de gratidão e completaram diariamente formulários de avaliação sobre suas experiências. Aquelas que fizeram esse treino de gratidão experimentaram sentimentos mais positivos, mais otimismo, maior sentimento de satisfação com a vida e conexão com outras pessoas. E essas mudanças também foram percebidas por quem convivia com esses participantes. Além disso, essas pessoas se beneficiaram, também fisicamente, com um sono de melhor qualidade e com mais energia ao acordar pela manhã. TREINOS DE GRATIDÃO: 1- Diário de Gratidão: anote, na medida do possível, 5 coisas pelas quais você é grato(a) que ocorreram no seu dia. Procure anotar coisas relacionadas à trabalho, família/amigos, experiências com natureza, momentos de inspiração ou prazer e confortos materiais. Proibida a distribuição deste material. 2- Carta de Gratidão: Você pode aumentar seus níveis de felicidade e melhorar seu relacionamento com outra pessoa escrevendo uma carta expressando sua satisfação e agradecendo pelo impacto dessa pessoa em sua vida. Após escrever essa carta, envie-a, ou melhor ainda, entregue e leia pessoalmente se possível. Crie o hábito de enviar ao menos uma carta de gratidão por mês. E, NÃO ESQUEÇA DE ESCREVER UMA PARA VOCÊ MESMO. Proibida a distribuição deste material. Em uma reabilitação psiquiátrica dos Veterans Affairs, os pacientes realizaram um teste de 240 perguntas para descobrir suas forças e virtudes internas (você pode fazer esse mesmo teste em www.viacharacter.org) Os resultados publicados na revista Psychiatric Services apontaram que os participantes sentiram orgulho em suas descobertas, tiveram um aumento no seu senso de realização, e obtiveram uma melhora em seu humor apenas respondendo às perguntas. Mais tarde, muitos desses veteranos utilizaram suas listas de forças internas e virtudes como direcionamento para iniciarem uma psicoterapia e para elaborarem planos de educação e carreira para seu futuro. DESCOBRINDO SUAS VIRTUDES E FORÇAS INTERNAS Proibida a distribuição deste material. Termos recordações positivas e apreciarmos boas lembranças não é apenas prazeroso, mas também ajuda as pessoas a ganharem um novo senso de perspectiva para superarem dificuldades. Em um estudo holandês, pacientes idosos com depressão usaram essa ferramenta da reminiscência (ou lembrança) positiva. Após esse treino, eles não só pensaram mais positivamente sobre seu passado, mas também começaram a avaliar suas relações sociais presentes e seu futuro de forma mais positiva. APRECIANDO MEMÓRIAS POSITIVAS Proibida a distribuição deste material. A escrita expressiva, uma técnica que envolve escrever sobre pensamentos e sentimentos que surgem de uma experiência de vida traumática ou estressante, pode ajudar algumas pessoas a lidar com as consequências emocionais de estresse, trauma e eventos inesperados da vida. Os estudos de escrita expressiva incluíram vários tipos de tempo e frequência: por exemplo, participantes que escreviam de 10 a 30 minutos de cada vez, de um a cinco dias, ou semanalmente, durante quatro semanas. O formato padrão envolve escrever por um período específico a cada dia sobre uma experiência particularmente estressante ou traumática. Os participantes geralmente escrevem sem parar deixando que surjam pensamentos e sentimentos mais íntimos em relação ao que ocorreu, sem inibi-los (os textos devem permanecer confidenciais por esse motivo). Eles também podem usar o exercício para perceber se as memórias do evento traumático podem servir como gatilho para surgirem memórias de outros eventos estressantes. Até hoje, estudos sobre os efeitos da escrita expressiva na saúde mental têm demonstrado que esse treino: ESCRITA EXPRESSIVA Proibida a distribuição deste material. • Alivia a depressão entre mulheres vítimas de violência doméstica • Redução do estresse relacionado ao estigma em homens gays • ajuda cuidadores na diminuição do estresse de cuidadores de idosos • Melhora as notas de pessoas ansiosas que escreveram brevemente sobre seus pensamentos e sentimentos antes de um exame importante. Por que escrever ajuda? O ato de pensar sobre uma experiência parece ser importante. Escrever ajuda a organizar seus pensamentos - e o ato de criar uma narrativa dá sentido a uma experiência traumática. Também pode ser um exercício intelectual que cria alguma distância ou perspectiva e permite regular melhor as emoções associadas a desafios difíceis. Finalmente, quando você se abre em particular sobre um evento que o incomoda, é mais provável que você converse com outras pessoas sobre isso - sugerindo que a escrita leva indiretamente a buscar apoio social que possa ajudar na cura. Proibida a distribuição deste material. O tempo também é importante. Alguns estudos descobriram que as pessoas que escrevem sobre um evento traumático imediatamente depois dele podem se sentir piores após a escrita expressiva, possivelmente porque ainda não estão prontas para enfrentá-lo. Como tal, os especialistas aconselham os médicos e seus pacientes a aguardarem pelo menos um ou dois meses após um evento traumático antes de tentar esta técnica. RECOMENDAÇÃO: ESCREVA LIVREMENTE SOBRE PENSAMENTOS E SENTIMENTOS RELACIONADOS A UM EVENTO DIFÍCIL DE SUA VIDA DURANTE 10 MINUTOS, UMA VEZ POR SEMANA.
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