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Clinica Neurológica Áreas e Funções do Sistema Nervoso Controle do Movimento FATORES DE CONTINGÊNCIA • Quando elimino comportamentos adaptativos, de compensação; • Tentar recuperar o movimento ao máximo, sem compensação, ensinando ao paciente a se auto- organizar frente ao ambiente; • Mas as vezes precisamos de estratégias adaptativas para que um movimento possa ser efetuado, pois o paciente não evoluiu tão bem ou não tem condições. TEORIAS DO CONTROLE MOTOR • Abordagem motora: Acreditava-se que o cérebro já estava programado. Mas hoje (Abordagem da ação), acredita-se que adaptamos o movimento frente ao objeto e ambiente que somos expostos, é algo mais dinâmico (sistemas dinâmicos); o Controle hierárquico: década de 60/70; ▪ Temos um controlador central que controla tudo. ▪ Hoje sabe-se que não é mais assim. • Abordagem da ação: percepção-ação → a partir das informações sensoriais, planejamos nossos movimentos, e eles acontecem simultaneamente, pois todo momento temos o feedback sensorial, de peso e tamanho. o Controle heterárquico: tudo funciona ao mesmo tempo. MEDULA ESPINHAL • Tem circuito próprio; • Começa a nível do bulbo e desce até formar a cauda equina (L2); o Até L2 é SNC, abaixo de L2 é SNP. • Tem a substância branca e a cinzenta; • O neurônio sensitivo fica na parte posterior da medula e o neurônio motor na parte anterior; • Na medula tem neurônios aferentes, que captam informações sensórias e que são levadas para a medula, na parte posterior; • Na parte anterior são os motoneurônios α e γ, que vão para os músculos; o Ambos são regulados pelo córtex; • FUNÇÕES DA MEDULA: o Ponte entre o SNP e o SNC; o Produção de reflexos: todos acontecem a nível medular. O estímulo vai para a medula e emite o reflexo, ou seja, não precisa passar pelo cerebelo, porque é muito rápido; o Controlar o tônus muscular; ▪ Se tiver um estiramento no músculo, o fuso informa a medula e temos uma contração reflexa (motoneurônio α) – involuntária. ▪ Paciente com lesão central temos uma exacerbação de tônus (espasticidade). o Auxilia na marcha: Geradores de padrão central (GPC). • O córtex motor tem a função de inibir reflexos, então se a pessoa tem hiperreflexia pode ser indicativo de lesão no córtex motor. Os reflexos são de curta e media amplitude. Reflexos Medulares: • Reflexo Miotático: o Enquanto o músculo contrai, o antagonista tem que relaxar; o Tem apenas 1 interneurônio, pois esse reflexo ativa sozinho. ▪ Interneurônio: faz ligação entre um neurônio sensitivo e um motor. o O fuso detecta o estiramento, manda informações para a medula, que contrai o músculo através do motoneurônio α, enquanto que manda informação para o motoneurônio α do antagonista para ele relaxar (Inibição recíproca – agonista contrai e antagonista relaxa); o O córtex motor consegue fazer uma inibição desse reflexo de estiramento, que é necessário para mantermos o tônus músculos, mas se tiver uma lesão nessa via, o paciente tem hiperreflexia (espasticidade); o Chega um momento em que atingimos um limite de peso que nem mesmo o reflexo da conta, e aí temos o reflexo miotático inverso. • Reflexo Miotático Inverso: o Quando exercemos uma tensão no músculo, como por exemplo por carga máxima, ele aciona o órgão tendinoso de golgi (OTG), mas ele não tem função igual a do fuso, e ele age pela via IB. o Ele tem que relaxar o músculo (inibição ontogênica) para não lesar o músculo. Agora o interneurônio inibitório vai agir no agonista e o interneurônio excitatório age no antagonista (técnica FNP – coloca tensão no musculo para ele relaxar). o Tem 2 interneurônios, um para ativar e outro para inibir (discináptico). Geradores de Padrão Central (GPC): • A medula tem um grupo de neurônios em L5 que auxiliam na marcha, sem precisar do córtex, mas eles só entendem de flexão e extensão; • São neurônios poliscinápticos, que se comunicam com extensores e flexores de quadril; • Coloca a suspensão de peso no paciente e coloca ele na esteira, o primeiro estímulo é do córtex, mas depois o GPC ativa e dá o reflexo da marcha, e a esteira é um estímulo contínuo; • O GPC não controla o movimento dos pés, as vezes precisa usar órteses. Considerações anatomoclínicas: Tem 3 grandes vias: • Funículo Superior: o É uma via sensorial de tato e propriocepção; o Essa via NÃO CRUZA; o Pacientes com neuro sífilis tem essa via afetada e eles tem problemas de propriocepção; • Espinotalâmica: o É uma via sensorial de sensação de dor e temperatura; o Ela CRUZA a medula, então se lesa o lado direito, perde a sensação de dor e temperatura do lado contralateral. • Córtico-espinhal: o É uma via motora; o É uma via voluntária; o Se divide em 2 vias> ▪ Lateral: controla músculos laterais (braços e pernas); ▪ Medial anterior: músculos mediais (cabeça e tronco). TRONCO ECEFÁLICO – Circuito reflexo é involuntário • Tem circuito próprio: todos os núcleos chegam na medula (H medular) e ajudam os neurônios motores (cortiço-espinhal); o O tronco envia 4 grupos de impulsos nervosos excitatórios e inibitórios para regular os motoneurônios medulares. o Núcleo Rubro: ▪ Controla os músculos do membro superior involuntariamente; ▪ Mesencéfalo. o FOR – Formação reticular ▪ Ponte e bulbo; o Teto do Mesencéfalo; o Núcleos Vestibulares; • Contração involuntária: para aumento do controle postural (MMII e tronco), utiliza-se o sistema medial → FOR, teto do mesencéfalo e núcleos vestibulares; • Sistema Lateral: Núcleo rubro → facilita a ação dos músculos flexores do membro superior. o Se lesa o córtex, responsável pelo controle voluntario (córtico-espinhal), perde o movimento voluntario, e o núcleo rubro assume → os MMSS ficam com padrão flexor. VIAS DESCENDENTES TRATO RUBRO-ESPINHAL • Núcleo rubro sai do mesencéfalo e se insere na parte lateral da medula; • Cruza na medula; • Ativa os flexores e inibe os extensores (movimento involuntário); • Ele não sabe fazer movimento voluntário, então o paciente tem espasticidade quando lesa o córtex motor, porque o movimento involuntário é ativado pelo núcleo rubro (padrão flexor); TETO-ESPINHAL • Sai do mesencéfalo (colículo superior – tem função visual) e se insere na parte medial da medula (controla cabeça e tronco); • Tem como função piscar; o Paciente com lesão de teto: se chegarmos com o cotonete, não tem piscada involuntária; • Controla o reflexo pupilar: o Se jogarmos luz no paciente e a pupila não contrair, é lesão de mesencéfalo. • Tem também função de rastreamento visual, e quanto mais tivermos, mais bem sucedido na tarefa seremos (função óculocefálica). RETÍCULO-ESPINHAL • Fica na ponte e bulbo (controle do sono-vigília, alerta); o A via ascendente manda informação pro córtex para você despertar, informação de alerta; o Lesão de ponte: não consegue controlar o sono vigília ou até mesmo entra em coma; o A formação reticular (via descendente) também se associa a medula (parte medial) e controla a musculatura extensora, ou seja, é a FOR que nos mantém em pé pelo controle do tônus extensor de MMII (é cum controle involuntário); ▪ Quando a ponte está muito ativada, fica com padrão espástico de extensores de MMII. • Não só de MMII, toda a musculatura extensora postural de tronco também é ativada pela FOR; o Controle postural antecipatório → é um ajuste postural antecipatório para você realizar alguma atividade/tarefa. • Lesão de córtex → ativa a hiperatividade da ponte; o Hipertonia extensora (espasticidade) de MMII. • Lesão de ponte: Sonolência; o Além disso, a pessoa fica completamente hipotônica, não tem controle extensor nenhum. • Tanto o núcleo Rubro quanto a FOR cruzam na medula, assim comoo córtex. Então, se lesa o córtex direito, tem hipertonia do lado esquerdo. VESTIBULO-ESPINHAL • Começa na ponte (mas se conecta com o ouvido interno) e se insere na região medial; • Núcleo vestibular é independente de outras vias; • O sistema vestibular fica no ouvido interno → ajuda no equilíbrio em algumas situações → dinâmicas; sob solo instável; que tem aceleração do corpo; o Ou seja, se estamos no balancim, quem controla a musculatura posterior extensora é o sistema vestibular. o Se estamos em pé, parados, quem controla o equilíbrio é a FOR. • Equilíbrio: o Visual 10-15%; o Vestibular 20-25%; o Proprioceptiva (informação sensorial dos pés) 70%. ▪ Quando está em ambiente instável, inverte, aí o predominante é o vestibular. • Controla o equilíbrio em superfícies instáveis; • Quando o sistema vestibular ativa demais, a pessoa fica com vertigem; o Se está pouco ativo → tem pouco equilíbrio em superfícies instáveis (oscilação postural). LESÃO DE TRONCO • Quando corre lesão bilateral de córtex - lesão acima do núcleo rubro → hipertonia bilateral de flexores e extensores → Decorticação; • Quando a lesão bilateral é de tronco – no núcleo rubro ou abaixo dele → hipertonia extensora global pela lesão do núcleo rubro → descerebração → é o pior. CEREBELO • Fica atrás da ponta, abaixo da região occipital; • Não cruza no córtex; • Função: o de equilíbrio; o regulação do tônus postural; o coordenação motora. • A informação sensorial vai para o córtex ou sai dele, e sempre passa pelo cerebelo; • O cerebelo sincroniza o controle motor, pois é ele quem diz quando o agonista ou antagonista ativa; • O cerebelo tem uma parte medial e lateral. o Medial → equilíbrio e controle postural; o Lateral → coordenação motora voluntária dos membros. DIVISÕES FUNCIONAIS DO CEREBELO (SAÍDA) • Zona lateral → hemisférios cerebelares → liga o cerebelo ao córtex → cerebrocerebelo → Controle Voluntário. • Zona Mediana (Vérmis) + intermédia → espinocerebelo → ajudam a regular o equilíbrio e a postura pelo controle extensor postural → está ligado à medula, informação propriocepção → movimento involuntário. • Flóculo-nodulo → vestibulocerebelo → é conectado ao sistema vestibular → através da informação vestibular, o cerebelo consegue controlar sua postura no ambiente (músculos posturais) → movimento involuntário. AFERÊNCIAS CEREBELARES Tem 3 grandes aferências: • Vestibular → chega no vestibulocerebelo → faz correção postural; • Medula (informação proprioceptiva) → espinocerebelo → correção postural (propriocepção involuntária); • Córtex → envia informações para o cerebrocerebelo → faz ajustes necessários para o grau de coordenação daquela tarefa. CONEXÕES CEREBELARES Vestibulocerebelo: • Informação vestibular → acionado quando está em superfície instável; • A primeira conexão com o cerebelo é a informação vestibular que chega na região vestibulocerebelar, que sai pela zona medial e manda informação para ajustar os músculos extensores medianos posturais (cabeça e tronco); • Teste de integração sensorial: é feito em solo instável (espuma). Quando a pessoa fecha o olho e cai para o lado esquerdo, é porque o cerebelo esquerdo não está normal, gerando hipotonia de extensores. • Teste de Fukuda (teste do vestibulocerebelar) → se rodar acima de 30º é indicativo de lesão. o Se o lado esquerdo tiver com alteração, a pessoa pende para aquele lado, devido a hipotonia extensora daquele lado. Espinocerebelo: • O sistema proprioceptivo informa o espinocerebelo; • Se desiquilibrarmos, o sistema proprioceptivo percebe a mudança da posição articular e envia informações para o espinocerebelo (muito rápido) para realizar uma correção automática da articulação (feedback intrínseco); o Então, quando tem uma mudança proprioceptiva vai para a medula, depois para o cerebelo para ter uma correção automática. o Diabetes: não tem mais a propriocepção do pé, então não envia informações para o espinocerebelo e a pessoa cai. • Feedback intrínseco; propriocepção; regulação do tônus e postura. Cérebro-cerebelo: • Os hemisférios são conectados ao córtex sensitivo e motor; • São vias voluntárias que não cruzam; • A informação sensorial chega nos hemisférios e sai pela zona lateral até os músculos de extremidades (MMSS e MMII), por meio da coordenação motora controlada pelo córtex; • Por exemplo: temos que coordenar a força da pegada, abertura da mao, etc; o Lesão cerebelar ou informação sensorial alterada → a pessoa não tem controle do movimento. • Feedfoward → é o planejamento motor com base na informação visual para ser efeito; o Paciente que não tem, treinamos com obstáculos. CÓRTEX MOTOR E SENSITIVO • Fica no telencéfalo; • Todas as vias cruzam; • É divido em regiões anteriores (áreas motoras) e posteriores (áreas sensitivas); • A metade da cabeça: Quem delimita é o sulco central. o Para frente é motora; o Para trás: são as áreas sensitivas; CÓRTEX SENSITIVO • Áreas primarias → áreas que recebem a informação; • Áreas secundárias (associativas) → interpreta a informação; • Ex.: o Visual primaria → vê a cor/objeto; o Visual associativa: interpreta a informação. Córtex Sensitivo Primário: • Somática: região parietal (Somatossensorial primária); o Tamanho, textura, formato; o Sensação do tato bruto; o Percebe a informação de taro, propriocepção, fuso, OTG, receptores articular, etc. o Lesão: perde o tato, a sensação. • Visual: região occipital; o Dá informação do tamanho, direção, forma, distancia, mas ainda não interpreta; o Lesão: cegueira. • Auditiva: região temporal; o Informação do som que chega, altura, timbre; o Só escuta o som, quando se tem a interpretação já é outra área. Córtex Sensitivo Associativo: • É onde é feita a interpretação das informações; • Somática: o Importante para o equilíbrio; o Estereognosia → sentimos a textura, mas não consegue interpretar a informação pelo tato, sensação. • Visual: o Fixação visual, movimentos, cores. o Importante para realizar movimentos voluntários, pegar algo; o Agnosia visual → não interpreta. • Auditiva: o Classificação do som, identificação; o Quando damos a informação, se reconhecer a voz, é secundário. o Agnosia auditiva → não interpreta. • Todas as informações chegam na primaria, vão para a associativa e vai para a terceira área integrar tudo. CÓRTEX MOTOR • Tem a primaria e a associativa (chamada de pré-motora e suplementar); • A informação chega da parte sensorial para a pré-motora primeiro e so depois vai para a primária. Córtex pré-motor e suplementar: • Planejamento, organização; • Controle postural antecipatório → as áreas pré-motoras estão ligadas ao retículo-espinhal → Por ex.: para pegar algo, usamos o deltóide, mas antes dele temos a ativação involuntária da musculatura extensora de tronco e abdômen → os mm. Contraem antes para manter a postura e poder realizar o movimento; • Essas áreas preparam o movimento; • São contrações involuntárias (nível de tronco encefálico). • Área Suplementar → ativa mais em situações mais complexas, que exigem movimentos bilaterais, ou destreza, ou quando esta aprendendo algo novo; o Ambas ativam, mas em alguns momentos a suplementar ativa mais. • Essas áreas estabilizam o tronco para a primária fazer o movimento; • Então quem faz o movimento é o córtex-primário, mas temos músculos antecipatórios que ativam antes por contração involuntária das áreas pré-motoras; • Além disso, planeja o movimento que vai fazer, principalmente a área suplementar → planejamento prévio; • Obstáculo → chega no córtex visual → vai para a associativa → córtex pré-motor → córtex primário → movimento. • Apraxia → perdemos o planejamentodo movimento, não consegue interpretar e executar o movimento correto. Córtex motor primário: • Executa o movimento; • Toda a informação e planejamento chega pronto; • Homúnculo de Penfield; o Área lateral do córtex motor → controla face e mão; o Área medial → MMII. • Se lesar o córtex como um todo, perde o movimento; o Lateral → perde controle de face e mão; o Medial: perde movimento de perna. • O movimento que requerem mais controle, destreza, precisão, ativam mais o córtex motor do que movimentos que exijam força em si; • Hemiplegia: Trabalhos força, mas principalmente controle, porque ativa mais o córtex; • Se lesar o córtex motor esquerdo → perde fora e controle do lado direto. ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO TERCIÁRIAS POT: • Área parieto-occipito-temporal → recebe toda a informação auditiva, tátil e sensorial; • Multimodal; • Área de reconhecimento; • Depois que a informação sensorial vai para a POT → vai para as vias pré-motras → planejamento do que fazer → a partir disso vai preparar o corpo → córtex motor primário → movimento; • Lesão (geralmente após AVC, edema, trauma) → não tem percepção do ambiente; o Não consegue juntar as informações. o Por ex.: se lesar a POT direita, ignora todo o espaço esquerdo, toda a informação sensorial (heminegligência). Área pré-frontal: • Polo pré-frontal; • Área de regulamentação comportamental, inibição sexual; o Phineas Gage (1848): uma lança atravessou o pré-frontal. Sobreviveu, mas começou a ser muito agressivo, o comportamento mudou. • Inibe a ínsula (comportamento agressivo); • Memória de trabalho: tomada de decisão; o Lesão: a pessoa não consegue tomar decisão, lentificação de raciocínio. • Pessoas com TCE no pré-frontal ficam com o comportamento alterado; • É dividido em: o Dorsolateral: tem muito seratonina; ▪ Quando ↓ a atividade → quadros depressivos. o Orbitofrontal: memória de trabalho, o que vai fazer no dia a dia; ▪ É onde termina o n. olfativo. o Ventromedial: comportamento obsessivo, TOC. Área Límbica: • Quando muito estimulada: ficamos agressivos (ínsula); o O pré-frontal inibe. • O sistema límbico funciona frente a estímulos emocionais; • Fica hiperativa em situações de medo e estresse.
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