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PEDIATRIA – JÚLIA COLOGNEZI 14 DE AGOSTO DE 2023 SÍNDROME NEFRÓTICA NA INFÂNCIA INTRODUÇÃO 80% é benigna (diferentemente do adulto) Na criança os gatilhos são diferentes do adulto Paciente chega com edema precisa fazer diagnóstico diferencial Etiologia, evolução e complicações são diferentes do adulto, a fisiopatologia não muda muito Anarsarca = edema generalizado ou em mais de um setor distintos entre si Ex: edema na perna e ascite Saber explicar todos os achados clínicos e laboratoriais achados (prova) Causas de edema (para diagnóstico diferencial) Aonde Localizado ou generalizado Simétrico ou assimétrico Edema localizado, em perna, assimétrico – TVP, celulite, infecção na perna Generalizado – Causas sistêmicas -> hipoalbuminemia (edema oncótico – por diminuição da pressão oncótica), aumento da pressão hidrostática (HAS, por exemplo), estase e inflamação/alergia (reação anafilática) Ou seja: todo edema precisa medir PA EXAME LABORATORIAL Se albumina estiver baixa pensar no trajeto da proteína O TRAJETO DA PROTEÍNA Ingestão produção/metabolização utilização excreção Se albumina estiver baixa pensar: Ingestão: Kwashiokor Produção/metabolização: ocorre no fígado hepatopatia e erros inatos do metabolismo Utilização: inflamação – sepse, tuberculose, câncer (ele está usando a proteína para reações abaixa proteína sérica) Excreção: intestino e rins Rins: proteinúria – sd. nefrótica Intestino: enteropatia perdedora de proteína Produção/metabolização e excreção são os que mais causam proteína baixa se proteína abaixo de 2,5 – pensar em lesão hepática e/ou perda FISIOPATOLOGIA No indivíduo normal: a perda de proteínas pelos rins de 60 a 70KDa é praticamente nula; Perdemos proteínas de tamanho pequeno e é uma perda insignificante Na síndrome nefrótica “os buracos das peneiras estão alargados” perde proteínas maiores ETIOLOGIA Infecção leve, hera venenosa, insetos e abelhas Idade: 2- 7 anos Pico: 3 anos 90% é idiopática 10% nefropatias e doenças sistêmicas 85% lesões mínimas – lesão pequena e loca (a “peneira mais alargada”) 10% glomeruloesclerose focal 5% proliferação mesangial Glomérulo praticamente normal (não tem inflamação) Obliteração de células epiteliais com alteração da permeabilidade da parede glomerular e da membrana basal glomerular PEDIATRIA – JÚLIA COLOGNEZI 14 DE AGOSTO DE 2023 PATÔGENESE MAIS PROVÁVEL Estímulo processo inflamatório liberação de citocinas (o que explica o tto com corticoide – anti-inflamatório não hormonal) aumento da permeabilidade da parede capilar glomerular proteína acentuada (1° achado é proteinúria) hipoalbuminemia diminuição da pressão oncótica fluído migra do intravascular para o interstício edema e redução do volume intravascular (sangue viscoso - cuidado com o diurético – trombose) diminuição da perfusão renal (receptores interpretam que tem pouco líquido) ativação SRAA (para aumentar PA rentendo sódio e água não segura no intravascular extravasa de novo) Toda vez que tem pressão oncótica baixa ativação SRAA dieta hipossódica e espironolactona Só dá espironolactona na sd. nefrótica quando estiver melhorado a hipovolemia do paciente Ativação de SRAA estimula liberação de antidiurético (pois o organismo percebe a hipovolemia) DEFINIÇÃO Proteinúria acentuada: 40mg/m²/hora (ou 50 mg/kg/dia, se 70kg = 3,5g adulto) Hipoalbuminemia: menor que 2,5g/dl Edema Hiperlipidemia HIPERLIPIDEMIA Mecanismo 1 - Hipoalbuminemia causada pela proteinúria estímulo generalizado da síntese de proteínas hepáticas aumento das lipoproteínas aumento do colesterol e triglicerídeos Mecanismo 2 – Proteinúria (perde lipase proteica) diminui a metabolização de lipídios aumento de colesterol e triglicerídios DIAGNÓSTICO Anamnese + exame físico Edema Creatinina: normal (alta se paciente tiver desidratado - pré-renal ou não é de lesão mínima) – pois o glomérulo está praticamente normal Albumina: menor que 2,5g/dL Proteinúria acentuada: 40mg/m²/hora Triglicerídeo > 150mg/dl (geralmente acima de 200) Colesterol > 130mg/dL (geralmente acima de 240) LABORATORIAL Proteína 24h Proteinúria acentuada Hipoalbuminemia Hiperlipidemia COMPLICAÇÕES 1. Trombose Dislipidemia Sangue fica viscoso Perda de antitrombina III Hipercoagulabilidade sanguínea Diminuição do líquido intersticial Atenção: evitar desidratação 2. Infecção (PBE, sepse, pneumonia, celulite, ITU) Perda de imunoglobulina Sistema de defesa piora Desnutrição (perde proteína) Uso de corticoide Edema (ascite) – estase do líquido caldo de cultura PBE (peritonite bacteriana espontânea – não perfura alça) – haemophilus e pneumococo; vai ter descompressão brusca dolorosa, PEDIATRIA – JÚLIA COLOGNEZI 14 DE AGOSTO DE 2023 hiperemia periumbilical, piora da ascite. Obs: a PB secundária é quando tem perfuração de alça – e. coli, anaeróbio; dá sulbactam Todo paciente com síndrome nefrótica tem antitrombina III e lipase lipoproteica diminuída A imunoglobulina e a properdina (defesa) geralmente é em Sd nefrótica mais prolongada/mais grave maior suscetibilidade às infecções Quando já acompanha há mais tempo, faz dosagem e reposição periódica de imunoglobulina Nunca mandar paciente com síndrome nefrótica para casa com diurético (só em paciente internado e com supervisão) TRATAMENTO BÁSICO Explicar para a família a fisiopatologia da doença Diminuir a oferta de sódio até a remissão Dar corticoide - explicar efeitos colaterais Manter vacinação atualizada Vacinação A vacinação para pneumococo é obrigatória Se não teve varicela, vacinar na remissão ou quando baixas doses de corticoide Receber vacina e COVID-19 para influenza anualmente Algumas vacinas não damos ao paciente que está em uso de corticoide pois ele está imunossuprimido, ou seja, ele não vai conseguir fazer resposta imunológica Exposição à varicela Dar imunoglobulina no máximo até 72h da exposição TRATAMENTO Corticoide – resolvem 80-90% dos casos Só pode dar com mantoux negativo Ao dia e dividido em 12/12h VO: Dose máxima de 80mg ao dia Utilizar por 4 a 6 semanas consecutivas Após 6 semanas dias alternados: 40mg/m² (tirar lentamente pois suprime a adrenal) INTERNAR SE: Falta de condição social ou de fazer o tratamento em casa Quando precisa avaliar a resposta ao tratamento Não respondeu ao corticoide vai dar imunossupressor Proteinúria ++ ou mais após 8 semanas de corticoide Gravidade Recém nascido Ao diagnóstico (para ver como responde) Opções: ciclofosfamida, push de metilprednisolona, ciclosporina, tracolimus, micofenolato BIÓPSIA SE: Não respondeu ao corticoide Só vai fazer biópsia antes do corticoide se tiver: Hematúria Hipertensão Insuficiência renal Complemento baixo Menores de 1 ano e maiores de 8 anos
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