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SIMULADO1 Língua Portuguesa para Profissional Transpetro (TRANSPETRO) 2023

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Prévia do material em texto

201) 
Língua Portuguesa para Profissional Transpetro (TRANSPETRO) 2023
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q31w9m
Ordenação: Por Matéria e Assunto (data)
www.tecconcursos.com.br/questoes/465845
CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Náutica/2016
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
O velho olhando o mar
Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco numa
cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam pernas portentosas, reluzentes cabeleiras
adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a distância. [...]
O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em
torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele
corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá-
lo quando jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar
movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada instante.
A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao
nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho parente relatar fatos de sua juventude,
tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa.
No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia,
em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e farreando irresponsavelmente e achando
que o estoque da vida era ilimitado.
Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se
posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele passam poderiam supor que ele fazia
maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]
Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos tem
me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é uma síndrome grave. Em breve estarei
cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e
boné pelo calçadão da praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das
9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]
Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a
imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou ter de deixar ali o velho e sua
acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório
transformo o mundo com telefonemas, projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira olhando o
mar a distância, a vida distante.
Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei que
o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar
interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.
SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas –
Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio: Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.
 
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q31w9m
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/465845
202) 
O distanciamento do autor em relação à história narrada para destacar um ponto de vista seu sobre a
temática em foco é marcado pelo uso do verbo ser, no período “É um exercício estranho esse de
começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar movimento e desejo nos seus músculos, acelerando
nele, de novo, a avareza de viver cada instante.”
Caso o enunciador queira conferir ao trecho um caráter de possibilidade, a reescritura adequada à
norma-padrão e ao contexto empregará o verbo ser da seguinte forma:
a) Fosse
b) Seria
c) Foi
d) Era
e) Fora
www.tecconcursos.com.br/questoes/465846
CESGRANRIO - Seg Of (TRANSPETRO)/TRANSPETRO/Náutica/2016
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
O velho olhando o mar
Meu carro para numa esquina da praia de Copacabana às 9h30 e vejo um velho vestido de branco numa
cadeira de rodas olhando o mar a distância. Por ele passam pernas portentosas, reluzentes cabeleiras
adolescentes e os bíceps de jovens surfistas. Mas ele permanece sentado olhando o mar a distância. [...]
O carro continua parado, o sinal fechado e o estupendo calor da vida batia de frente sobre mim. Tudo em
torno era uma ávida solicitação dos sentidos. Por isso, paradoxalmente, fixei-me por um instante naquele
corpo que parecia ancorado do outro lado das coisas. E sem fazer qualquer esforço comecei a imaginá-
lo quando jovem. É um exercício estranho esse de começar a remoçar um corpo na imaginação, injetar
movimento e desejo nos seus músculos, acelerando nele, de novo, a avareza de viver cada instante.
A gente tem a leviandade de achar que os velhos nasceram velhos, que estão ali apenas para assistir ao
nosso crescimento. Me lembro que, menino, ao ver um velho parente relatar fatos de sua juventude,
tinha sempre a sensação de que ele estava inventando uma estória para me convencer de alguma coisa.
No entanto, aquele velho que vejo na esquina da praia de Copacabana deve ter sido jovem algum dia,
em alguma outra praia, nos braços de algum amor, bebendo e farreando irresponsavelmente e achando
que o estoque da vida era ilimitado.
Teria ele algum desejo ao olhar as coxas das banhistas que passam? Olhando alguma delas teria se
posto a lembrar de outros corpos que conheceu? Os que por ele passam poderiam supor que ele fazia
maravilhas na cama ou nas pistas de dança? [...]
Ele está ali, eu no meu carro, e me dou conta de que um número crescente de amigos e conhecidos tem
me pronunciado a palavra “aposentadoria” ultimamente. Isso é uma síndrome grave. Em breve estarei
cercado de aposentados e forçosamente me aposentarão. Então, imagino, vou passear de short branco e
boné pelo calçadão da praia, fingindo ser um almirante aposentado, aproveitando o sol mais ameno das
9h30 até cair sentado numa cadeira e ficar olhando o mar. [...]
Meu carro, no entanto, continua parado no sinal da praia de Copacabana. O carro apenas, porque a
imaginação, entre o sinal vermelho e o verde, viajou intensamente. Vou ter de deixar ali o velho e sua
acompanhante olhando o mar por mim. Vou viver a vida por ele, me iludir de que no escritório
transformo o mundo com telefonemas, projetos e papéis. Um dia talvez esteja naquela cadeira olhando o
mar a distância, a vida distante.
Mas que ao olhar para dentro eu tenha muito que rever e contemplar. Nesse caso não me importarei que
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/465846
203) 
o moço que estiver no seu carro parado no sinal imagine coisas sobre mim. Estarei olhando o mar, o mar
interior, e terei navegantes alegrias que nenhum passante compreenderá.
SANT’ANNA, A. R. Coleção melhores crônicas –
Affonso Romano de Sant’Anna. Seleção e prefácio: Letícia Malard. São Paulo: Global, 2003.
 
O verbo ver apresenta irregularidade na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, como se vê no 
texto: “vejo um velho”.
Um outro verbo que apresenta irregularidade nessas circunstâncias é:
a) viver
b) bater
c) imaginar
d) fazer
e) olhar
www.tecconcursos.com.br/questoes/265984
CESGRANRIO - Esc BB/BB/Agente Comercial/2015
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Cartilha orienta consumidor
Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio,
em parceria com o Procon-RJ, guia destaca os principais
pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais
comuns recebidas pelas duas entidades
O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Diretores Lojistas do
Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas e consumidores sobre seus
direitos e deveres. Como objetivo de dar mais transparência e melhorar as relações de consumo, a
cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/
Procon-RJ.
Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para lojistas e
consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC),
selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebidas, tanto pelo SindilojasRio e CDL-
Rio, como pelo Procon-RJ.
“A partir da conscientização de consumidores e lojistas sobre seus direitos e deveres, queremos
contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como base a ética, a qualidade dos
produtos e a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o presidente do SindilojasRio e do CDL-
Rio, Aldo Gonçalves.
Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças que propiciem
o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca.
“O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o empresário,
ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para seus
fornecedores.
Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9. Adaptado.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/265984
204) 
O emprego do verbo destacado no trecho “‘queremos contribuir para o crescimento sustentável das
empresas’” contribui para indicar uma pretensão do presidente do Sindicato dos Lojistas, que começa no
presente e se estende no futuro.
Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicasse uma pretensão que começasse no passado e se
estendesse no tempo, o verbo adequado seria o que se destaca em:
a) quisemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
b) quisermos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
c) quiséssemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
d) quereremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
e) quisera poder contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
www.tecconcursos.com.br/questoes/301223
CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2015
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador
A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira metade do
século XIX, com a Revolução Industrial.
Naquele momento, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão dos trabalhadores a um
processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma intervenção, sob pena de tornar inviável a
sobrevivência e a reprodução do próprio processo.
Quando Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, preocupado com o fato de que seus
operários não dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele propiciado por instituições
filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual
ele, como empresário, poderia resolver tal situação. Baker respondeu-lhe:
“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os
seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas
trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar
que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele
competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele
dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus
operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser
responsabilizado”.
A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em
1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Na verdade, despontam, na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos
básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais serviços:
- deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que se dispusessem a
defendê-lo;
- deveriam ser serviços centrados na figura do médico;
- a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente
médica;
- a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/301223
205) 
A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente expandiu-se por outros países,
paralelamente ao processo de industrialização e, posteriormente, aos países periféricos, com a
transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde, quer
como expressão do seguro social, quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde pública,
fez com que os serviços médicos de empresa passassem a exercer um papel vicariante, consolidando, ao
mesmo tempo, sua vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do trabalhador (e
frequentemente também de seus familiares), ao lado do exercício direto do controle da força de trabalho.
MENDES, R; DIAS, E.C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, S.Paulo, 25: 341-9,
1991. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/ imagem/2977.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2015.
Adaptado.
 
No 4º parágrafo, insere-se no texto a voz do Dr. Robert Baker, médico que ensina ao empresário Robert
Dernham o que fazer com a saúde de seus trabalhadores.
Tal fala apresenta um tom de aconselhamento, o que se exemplifica por meio do uso de
a) verbos no modo imperativo
b) linguagem informal
c) coordenação sintática
d) pontuação exagerada
e) palavras repetidas
www.tecconcursos.com.br/questoes/301225
CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2015
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador
A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na Inglaterra, na primeira metade do
século XIX, com a Revolução Industrial.
Naquele momento, o consumo da força de trabalho, resultante da submissão dos trabalhadores a um
processo acelerado e desumano de produção, exigiu uma intervenção, sob pena de tornar inviável a
sobrevivência e a reprodução do próprio processo.
Quando Robert Dernham, proprietário de uma fábrica têxtil, preocupado com o fato de que seus
operários não dispunham de nenhum cuidado médico a não ser aquele propiciado por instituições
filantrópicas, procurou o Dr. Robert Baker, seu médico, pedindo que indicasse qual a maneira pela qual
ele, como empresário, poderia resolver tal situação. Baker respondeu-lhe:
“Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de intermediário entre você, os
seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica, sala por sala, sempre que existam pessoas
trabalhando, de maneira que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar
que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele
competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a minha defesa, pois a ele
dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção da saúde e das condições físicas dos meus
operários; se algum deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser
responsabilizado”.
A resposta do empregador foi a de contratar Baker para trabalhar na sua fábrica, surgindo, assim, em
1830, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Na verdade, despontam, na resposta do fundador do primeiro serviço médico de empresa, os elementos
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/301225
206) 
básicos da expectativa do capital quanto às finalidades de tais serviços:
- deveriam ser serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança doempresário e que se dispusessem a
defendê-lo;
- deveriam ser serviços centrados na figura do médico;
- a prevenção dos danos à saúde resultantes dos riscos do trabalho deveria ser tarefa eminentemente
médica;
- a responsabilidade pela ocorrência dos problemas de saúde ficava transferida ao médico.
A implantação de serviços baseados nesse modelo rapidamente expandiu-se por outros países,
paralelamente ao processo de industrialização e, posteriormente, aos países periféricos, com a
transnacionalização da economia. A inexistência ou fragilidade dos sistemas de assistência à saúde, quer
como expressão do seguro social, quer diretamente providos pelo Estado, via serviços de saúde pública,
fez com que os serviços médicos de empresa passassem a exercer um papel vicariante, consolidando, ao
mesmo tempo, sua vocação enquanto instrumento de criar e manter a dependência do trabalhador (e
frequentemente também de seus familiares), ao lado do exercício direto do controle da força de trabalho.
MENDES, R; DIAS, E.C. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador. Revista Saúde Pública, S.Paulo, 25: 341-9,
1991. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/ imagem/2977.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2015.
Adaptado.
 
O presente do indicativo, em “A medicina do trabalho, enquanto especialidade médica, surge na
Inglaterra, na primeira metade do século XIX, com a Revolução Industrial” ( l. 1), produz o seguinte
efeito de sentido:
a) aproxima o leitor do que é narrado.
b) põe em dúvida o contexto histórico referido.
c) confere um caráter de continuidade ao que é dito.
d) dissocia a origem da medicina do trabalho e o século XIX.
e) atribui à medicina do trabalho um valor anacrônico.
www.tecconcursos.com.br/questoes/301339
CESGRANRIO - Tec Ban (BASA)/BASA/2015
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto II
Sobe e desce
Ascensorista é uma das profissões que desapareceram no mundo moderno. Era certamente a mais
tediosa das profissões, e não apenas porque o ascensorista estava condenado a passar o dia ouvindo
histórias pela metade, anedotas sem desenlace, brigas sem resolução, só nacos e vislumbres da vida dos
passageiros.
Pode-se imaginar que muitos ascensoristas tenham tentado combater o tédio, variando a sua própria
fala.
Dizendo “ascende”, em vez de “sobe”, por exemplo.
Ou “Eleva-se”.
Ou “Para cima”.
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/301339
— Para o alto.
— Escalando.
Quando perguntassem “Sobe ou desce?”, responderia “A primeira alternativa”. Ou diria “Descendente”,
“Ruma para baixo”. “Cai controladamente”.
E se justificaria dizendo:
— Gosto de improvisar.
Mas, como toda arte tende para o excesso, o ascensorista entediado chegaria fatalmente ao preciosismo.
Quando perguntassem “Sobe?”, responderia “É o que veremos...” Ou então, “Como a Virgem Maria”.
Ou recorreria a trocadilhos:
— Desce?
— Dei.
Nem todo mundo o compreenderia, mas alguns o instigariam.
Quando comentassem que devia ser uma chatice trabalhar em elevador, ele não responderia “tem altos e
baixos”, como esperavam. Responderia, “cripticamente”, que era melhor do que trabalhar em escada.
Ou que não se importava, embora seu sonho fosse, um dia, comandar alguma coisa que também
andasse para os lados...
E quando ele perdesse o emprego porque substituíssem o elevador antigo por um moderno, daqueles
com música ambiental, diria:
— Era só me pedirem. Eu também canto!
Mas, enquanto não o despedissem, continuaria inovando.
— Sobe?
— A ideia é essa.
— Desce?
— Se ainda não revogaram a lei da gravidade, sim.
— Sobe?
— Faremos o possível.
— Desce?
— Pode acreditar.
VERISSIMO, L. F. Jornal O Globo, p. 15, 28 jun. 2015.
 
O verbo em destaque está conjugado de acordo com a norma-padrão em:
a) Pegue o outro elevador, por favor.
207) 
b) É preciso que você esteje atento a situações de perigo.
c) Será muito bom se você propor um outro acesso aos passageiros.
d) Seje sempre bem-humorado com os passageiros.
e) Gostaríamos de que você vesse esse filme.
www.tecconcursos.com.br/questoes/213670
CESGRANRIO - PPNS (PETROBRAS)/PETROBRAS/Engenharia Ambiental/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
O futuro transumano
Um mundo habitado por seres com habilidades sobre-humanas parece ficção científica, mas essa poderia
ser a visão que nossos antepassados longínquos teriam de nós. Vive-se mais e com melhor qualidade
que eles; cruzam-se grandes distâncias em poucas horas e estabelece-se comunicação instantânea com
pessoas do outro lado do planeta, só para citar alguns exemplos que deixariam nossos tataravós
boquiabertos. O que esperar então dos humanos do futuro?
Uma das tendências, segundo especialistas, é a integração da tecnologia a nossos corpos – uma espécie
de hibridização. Seguindo o movimento que ocorreu ao longo do século 20, de miniaturização dos
artefatos tecnológicos, estes ficariam tão pequenos a ponto de serem incorporados a nosso organismo e
conectados a nosso sistema nervoso. Com o avanço dessa hibridização, haveria uma escala de
radicalidade na adoção da tecnologia, com alguns indivíduos optando por todas as modificações
possíveis, e outros sendo mais contidos. Em um horizonte mais distante, nos questionaríamos sobre qual
é o limite entre o natural e o artificial.
É provável que o leitor já tenha usado algum tipo de melhoramento das capacidades cognitivas, ou seja,
das habilidades de adquirir, processar, armazenar e recuperar informação. Se já tomou café para se
manter acordado, usou o estimulante cafeína, presente na bebida, para melhorar seu estado de alerta.
Isso não parece particularmente controverso, assim como não é o emprego de técnicas mnemônicas para
facilitar a memorização de uma determinada informação. Nos últimos anos, porém, novas modalidades
de melhoramento cognitivo surgiram, como o consumo de drogas que não se desenvolveram para esse
objetivo.
Um dos principais problemas éticos associados a esse tipo de melhoramento é que ele ampliaria a
desigualdade social, criando uma elite superinteligente, rica e poderosa, além de polarizar a sociedade
entre os mais e os menos aptos. Entretanto, segundo estudiosos, a tendência é que melhoramentos se
tornem mais baratos com o tempo, sendo acessíveis para todos. Se as pessoas puderem escolher quais
melhoramentos adquirir, é pouco provável que se formem apenas dois grupos sociais distintos, sendo
mais factível que haja um contínuo de indivíduos modificados.
O melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de novas tecnologias é a principal bandeira do
transumanismo. Esse movimento defende que a forma atual do ser humano não representa o fim do
nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente precoce. Assim como usamos métodos
racionais para melhorar as condições sociais e o mundo externo, podemos utilizar essa mesma
abordagem no nosso organismo, sem necessariamente nos limitarmos a meios tradicionais, como
educação e desenvolvimento cultural.
Já os opositores dos transumanistas, chamados de bioconservadores, alertam sobre os vários problemas
que tecnologias de melhoramento criarão para a sociedade, como a já citada polarização e o aumento da
desigualdade social.
Além do melhoramento físico e cognitivo da humanidade, alguns transumanistas defendem a eliminação
do sofrimento, tanto físico quanto emocional. Sua intenção é eliminar males como depressão e síndrome
do estresse pós-traumático, para promover a saúde mental e a felicidade. Apesar de ser um objetivo
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/213670
208) 
aparentemente nobre, esse tipo de alteração, mais do que melhoramentos físicos, parece tocar na nossa
essência, naquilo que consideramos o cerne da humanidade. Uma questão central nessa discussão é o
que é ser humano.
FURTADO, F. O futuro transumano. Revista Ciência Hoje,
n. 307, v. 52, set. 2013. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje. p. 18-23. Adaptado
 
A forma verbal em destaque está empregada de acordocom a norma-padrão da Língua Portuguesa em:
a) Crianças e adultos estarão mais protegidos de várias doenças mortais se disporem de melhores
condições de saneamento básico.
b) Estudos concluídos recentemente preveram uma queda expressiva de produção nas culturas de
soja, arroz e trigo nas próximas décadas.
c) Médicos e nutricionistas interviram na dieta de adolescentes para prevenir problemas futuros,
como excesso de peso.
d) Parcerias poderão ser firmadas quando cientistas brasileiros verem os resultados obtidos por
europeus na área de engenharia genética.
e) Pesquisadores brasileiros mantiveram o mesmo nível de publicações nas áreas de física e de
ciências espaciais atingido no ano anterior.
www.tecconcursos.com.br/questoes/265530
CESGRANRIO - Tec Cien (BASA)/BASA/Medicina do Trabalho/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
A caçada metódica aos dados do internauta
revoluciona a publicidade
Um anúncio de máquina de lavar roupas invadiu todos os sites que você visita desde que fez uma
pesquisa para saber o preço dos modelos existentes? Esse é um sinal de que você está sendo rastreado
por meio dos famosos cookies, arquivos criados por um site, quando você o visita, com informações
sobre sua navegação. Mas, para se adaptar a usuários resistentes que ainda apagam cookies, alguns
integrantes do setor já estão no pós-cookies. Eles apostam principalmente na tecnologia de impressão
digital, estabelecida com base nos vestígios deixados pelo navegador ou pelo próprio aparelho. É o que
preocupa a Criteo, bem-sucedida companhia francesa: ela segmenta os internautas a partir dos cookies,
que, com os novos métodos de rastreamento, poderiam ser rejeitados, no futuro, pelo navegador
Chrome do Google.
O Google, aliás, tornou-se um especialista de segmentação em função do contexto editorial, por meio do
programa AdSense: ele envia anúncios baseando-se na temática da página da web visitada. Ou por meio
da comercialização de links patrocinados em resposta a pesquisas no programa de busca, ou ainda em
função de palavras encontradas nas contas do Gmail – por exemplo, um anúncio sobre “Férias no
Marrocos”, se um e-mail em sua caixa postal menciona esse país.
A essa segmentação contextual e comportamental soma-se uma nova dimensão, fundada na interação
social. Ainda menos transparente que o Google sobre o uso de dados pessoais, o Facebook explora
informações fornecidas voluntariamente por seus membros aos “amigos”. Faixa etária, cidade, interesses,
profissão... A isso se acrescentam os “amigos” geolocalizáveis dos usuários da rede social. “Nossos
catálogos de endereços são totalmente varridos pelo Facebook por meio de nosso telefone celular ou e-
mail, e uma identificação biométrica padrão permite reconhecer logotipos e fotos de rostos sem que o
contribuinte tenha dado permissão explícita”, diz a associação Internet sem Fronteiras (AFP, 18/05/2012).
Em 2007, o Facebook foi obrigado a desculpar-se pelo programa Beacon, que alertava a comunidade de
“amigos” sempre que um dos membros fazia uma compra on-line. Hoje, a publicidade dá lugar à
recomendação “social”. O internauta que clica em “Curti” e vira fã de uma marca compartilha
automaticamente a notícia com toda a sua rede. “A exposição a marca ‘curtida’ por um ou mais amigos
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/265530
quadruplica a intenção de compra dos usuários expostos a esses anúncios”, indica Matthieu de Lesseux,
presidente da DDB Paris (Challenges, 05/04/2012). O anúncio aparece no feed de notícias (linha do
tempo), entre os elementos publicados pelos “amigos”. O Twitter também insere mensagens
patrocinadas nessa área reservada normalmente para as contas selecionadas pelo usuário. Um anúncio
qualificado de “nativo”, já que nasce no mesmo fluxo de informações.
A comunidade “amiga” pode saber o que o usuário está ouvindo, por meio do serviço de música on-line
Deezer; o que ele lê, graças a parcerias com jornais; e o que deseja comprar. “Pouquíssimos usuários
compreendem totalmente – e muito menos controlam – a exploração dos dados utilizados para
impulsionar a atividade publicitária do Facebook”, destaca Jeff Chester, diretor do Centro para a
Democracia Digital (AFP, 01/02/2012). Basta clicar no botão “Facebook Connect” para que a rede social
forneça a terceiros as informações sobre a identidade de um cliente. Os termos de uso da rede, que
muda regularmente seus parâmetros de confidencialidade, são geralmente ilegíveis. Seus data centers,
aliás, os parques de servidores que armazenam esses dados, também são de propriedade da gigante
californiana, escapando a qualquer controle das autoridades estrangeiras.
Poderíamos pensar que os mastodontes da internet que vivem da publicidade não nos custam nada. Isso
não é verdade, pois eles nos custam nossos dados, um valor total estimado em 315 bilhões de euros no
mundo em 2011, ou seja, 600 euros por indivíduo, de acordo com o Boston Consulting Group. Uma
riqueza fornecida pelos próprios internautas, que se tornam “quase funcionários, voluntários, das
empresas”, como escrevem Nicolas Colin e Pierre Collin em um relatório sobre a tributação na era digital.
Localizados em terras de asilo europeias, subtraídas da economia real por meio de sistemas de evasão
em paraísos fiscais, esses gigantes praticamente não pagam impostos sobre as empresas, ou escapam
da taxa sobre valor agregado. Para um montante de 2,5 bilhões a 3 bilhões de euros de volume de
negócios na França, as empresas Google, Apple, Facebook e Amazon pagam apenas 4 milhões de euros,
“quando poderiam pagar 500 milhões de euros, se o sistema tributário lhes fosse plenamente aplicado”,
de acordo com um parecer de 14 de fevereiro de 2012 do Conselho Nacional do Digital.
Os grandes atores norte-americanos da internet desestabilizam o mercado publicitário. Enquanto suas
receitas explodem, as dos meios de comunicação tradicionais não param de cair. Entre 2007 e 2012, na
França, o mercado publicitário passou de 4,8 bilhões para 3,2 bilhões de euros para a imprensa, e de 3,6
bilhões para 3,3 bilhões de euros para a televisão. Mas as mídias tradicionais financiam a criação de
obras de ficção, filmes cinematográficos, documentários, entrevistas, reportagens... Do 1,8 bilhão de
euros em receitas de publicidade on-line – incluídos os links patrocinados –, só o Google captou cerca de
1,5 bilhão de euros na França.
BÉNILDE, Marie. A caçada metódica aos dados do internauta revoluciona a
publicidade. Disponível em:<http://www.diplomatique. org.br/artigo.php?id=1555)>. Acesso em: 12 mar. 2014.
Adaptado.
 
Em “‘quando poderiam pagar 500 milhões de euros, se o sistema tributário lhes fosse plenamente
aplicado’” (l . 37-38), o verbo poder está conjugado no futuro do pretérito do modo indicativo.
De acordo com a norma-padrão, caso ele seja conjugado no futuro do presente, a forma fosse deverá
ser alterada para
a) era
b) for
c) fora
d) será
e) seria
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209) 
210) 
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto I
Eu e ele
No vertiginoso mundo dos computadores, o meu, que devo ter há uns quatro ou cinco anos, já pode ser
definido como uma carroça. Nosso convívio não tem sido muito confortável. Ele produz um texto limpo, e
é só o que lhe peço. Desde que literalmente metíamos a mão no barro e depois gravávamos nossos
símbolos primitivos com cunhas em tabletes até as laudas arrancadas da máquina de escrever para
serem revisadas com esferográfica, não havia maneira de escrever que não deixasse vestígio nos dedos.
Nem o abnegado monge copiando escrituras na sua cela asséptica estava livre do tinteiro virado. Agora,
não. Damos ordens ao computador, que faz o trabalho sujo por nós. Deixamos de ser trabalhadores
braçais e viramos gerentes de texto. Ficamos pós-industriais. Com os dedos limpos.
Mas com um custo.Nosso trabalho ficou menos respeitável. O que ganhamos em asseio perdemos em
autoridade. A um computador não se olha de cima, como se olhava uma máquina de escrever. Ele nos
olha na cara. Tela no olho. A máquina de escrever fazia o que você queria, mesmo que fosse a tapa. Já o
computador impõe certas regras. Se erramos, ele nos avisa. Não diz “Burro!”, mas está implícito na sua
correção. Ele é mais inteligente do que você. Sabe mais coisas, e está subentendido que você jamais
aproveitará metade do que ele sabe. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando estiver sendo
programado por um igual. Isto é, outro computador. A máquina de escrever podia ter recursos que você
também nunca usaria (abandonei a minha sem saber para o que servia “tabulador”, por exemplo), mas
não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguenta os humanos por falta de coisa melhor, no
momento.
Eu e o computador jamais seríamos íntimos. Nosso relacionamento é puramente profissional. Mesmo
porque, acho que ele não se rebaixaria ao ponto de ser meu amigo. E seu ar de reprovação cresce.
Agora mesmo, pedi para ele enviar esta crônica para o jornal e ele perguntou: “Tem certeza?”
VERISSIMO, L. F. Eu e ele. Disponível em: <http://oglobo. globo.com/opiniao/eu-ele-12305041#ixzz307alRnzu>. Acesso
em: 17 jun. 2014. Adaptado.
 
A forma verbal entre parênteses, destacada na frase, está empregada de acordo com a norma-padrão da
língua em:
a) Se o computador impusesse regras, seu uso não seria tão vantajoso. (impor)
b) Ela reaviu seu cargo depois de comprovar o roubo de informações. (reaver)
c) A tecnologia remedia muitos de nossos problemas contemporâneos. (remediar)
d) Eu valo mais do que qualquer processador de computador. (valer)
e) Poderíamos voltar a usar máquinas de escrever se todos querêssemos. (querer)
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto II
O padeiro
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do
apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma
coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-
out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu
café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.
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211) 
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E, enquanto tomo café, vou
me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do
apartamento, ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
“Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a
campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz
que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é
ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar
que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os
padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre
depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros
exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
 
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que
levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo
com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração
eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é
o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 11.ed. Rio de Janeiro:1996. p.36-37. Adaptado.
 
A frase em que o verbo está empregado no mesmo tempo e modo que o verbo destacado em “Eu não
quis detê-lo” (Texto II, l. 14) é:
a) Eu não fora vê-lo.
b) Eu não soube atendê-lo.
c) Eu não queria esperá-lo.
d) Eu não posso encontrá-lo.
e) Eu não tentarei bloqueá-lo.
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
A negação do meio ambiente
O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos
ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu avô, a vida na Terra, em
qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem
dependia de animais para a maior parte do trabalho, para locomoção e mal começava a dominar
máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e
fechar as janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.
Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela
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eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um exponencial salto desde o final do século 19.
Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida
estável por equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e
satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de cabeça são tratadas com
comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.
Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a
melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também deixou à margem outros bilhões, mas de
fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se
pode resolver a partir da engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte
do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as distâncias não se
medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a
qualidade de vida.
Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam
algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes naturais. Eu pessoalmente gosto e faço
caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a
engenharia humana e as dinâmicas naturais. Há uma crença que está se generalizando de que a ciência,
a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que surja. E esse é
um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e
cultural das economias centrais e, principalmente, dos países que agora consideramos “emergentes”.
 
Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas
expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando uma das maiores crises de
abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a
água da cidade foram desmatadas e ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a
necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de água
pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.
No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e
mais consumo. Isso exige o aumentoincessante da exploração de recursos naturais e não renováveis.
Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a
economizar energia sem comprometer a qualidade de vida nas cidades.
Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além
da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a mudar comportamentos negligentes como o
descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar.
Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação,
mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de cada um sobre o papel do meio
ambiente na vida moderna.
DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:
<http://www.cartacapital.com.br /sustentabilidade/ a-negacao-do-meio-ambiente-9277.html>. Acesso em: 02 jul. 2014.
Adaptado.
 
O verbo destacado em “o clima era regulado” ( l. 4) está conjugado no tempo passado.
Uma forma desse mesmo verbo conjugada no tempo futuro é
a) foi
b) fora
c) fosse
d) seja
e) será
212) 
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Modos e Tempos Verbais
A negação do meio ambiente
O século 20 conseguiu consolidar o apartheid entre a humanidade e as dinâmicas próprias dos
ecossistemas e da biosfera. Até o final do século 19, quando nasceu meu avô, a vida na Terra, em
qualquer que fosse o país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem
dependia de animais para a maior parte do trabalho, para locomoção e mal começava a dominar
máquinas capazes de produzir força ou velocidade. Na maioria das casas, o clima era regulado ao abrir e
fechar as janelas e, quando muito, acender lareiras, onde madeira era queimada para produzir calor.
Cem anos depois, a vida é completamente dominada pela tecnologia, pela mecânica, pela química e pela
eletrônica, além de todas as outras ciências que tiveram um exponencial salto desde o final do século 19.
Na maior parte dos escritórios das empresas que dominam a economia global, a temperatura é mantida
estável por equipamentos de ar-condicionado, as comunicações são feitas através de telefones sem fio e
satélites posicionados a milhares de quilômetros em órbita, as dores de cabeça são tratadas com
comprimidos, e as comidas vêm em embalagens com códigos de barra.
Não se trata aqui de fazer uma negação dos benefícios do progresso científico, que claramente ajudou a
melhorar a qualidade de vida de bilhões de pessoas, e também deixou à margem outros bilhões, mas de
fazer uma reflexão sobre o quanto de tecnologia é realmente necessário e o que se pode e o que não se
pode resolver a partir da engenharia. As distâncias foram encurtadas e hoje é possível ir a qualquer parte
do mundo em questão de horas, e isso é fantástico. No entanto, nas cidades, as distâncias não se
medem mais em quilômetros, mas sim em horas de trânsito. E isso se mostra um entrave para a
qualidade de vida.
Há certo romantismo em pensar na vida em comunhão com a natureza, na qual as pessoas dedicam
algum tempo para o contato com plantas, animais e ambientes naturais. Eu pessoalmente gosto e faço
caminhadas regulares em praias e trilhas. Mas não é disso que se trata quando falo na ruptura entre a
engenharia humana e as dinâmicas naturais. Há uma crença que está se generalizando de que a ciência,
a engenharia e a tecnologia são capazes de resolver qualquer problema ambiental que surja. E esse é
um engano que pode ser, em muitos casos, crítico para a manutenção do atual modelo econômico e
cultural das economias centrais e, principalmente, dos países que agora consideramos “emergentes”.
 
Alguns exemplos de que choques entre a dinâmica natural e o engenho humano estão deixando fraturas
expostas. A região metropolitana de São Paulo está enfrentando uma das maiores crises de
abastecimento de água de sua história. As nascentes e áreas de preservação que deveriam proteger a
água da cidade foram desmatadas e ocupadas, no entanto a mídia e as autoridades em geral apontam a
necessidade de mais obras de infraestrutura para garantir o abastecimento, como se a produção de água
pelo ecossistema não tivesse nenhum papel a desempenhar.
No caso da energia também existe uma demanda incessante por mais eletricidade, mais combustíveis e
mais consumo. Isso exige o aumento incessante da exploração de recursos naturais e não renováveis.
Pouco ou nada se fala na elaboração de programas generalizados de eficiência energética, de modo a
economizar energia sem comprometer a qualidade de vida nas cidades.
Todos esses dilemas, porém, parecem alheios ao cotidiano das grandes cidades. A desconexão vai além
da simples percepção, nas cidades as pessoas se recusam a mudar comportamentos negligentes como o
descarte inadequado de resíduos ou desperdícios de água e energia. Há muito a mudar.
Pessoas, empresas, governos e organizações sociais são os principais atores de transformação,
mudanças desejáveis e possíveis, mas que precisam de uma reflexão de cada um sobre o papel do meio
ambiente na vida moderna.
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DAL MARCONDES, (Adalberto Marcondes). A negação do meio ambiente. Disponível em:
<http://www.cartacapital.com.br /sustentabilidade/ a-negacao-do-meio-ambiente-9277.html>. Acesso em: 02 jul. 2014.
Adaptado.
 
Flexionado na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, o verbo fazer assume forma irregular:
faço.
O mesmo acontece com o seguinte verbo:
a) depender
b) dominar
c) medir
d) pensar
e) dever
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CESGRANRIO - Eng Jr (LIQUIGÁS)/LIQUIGÁS/Elétrica/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Sobre Marte, os drones e vidas humanas
Na missão espacial mais ambiciosa dos últimos tempos, o robô Curiosity pousou recentemente no solo
marciano, um ambiente inóspito para seres humanos. A imagem da conquista de um planeta longínquo
por uma máquina reúne dois sonhos de ficção científica — a criação de robôs e a exploração espacial. O
robô que pousou em Marte é apenas o exemplo mais recente e eloquente de uma realidade que há
tempos já saiu dos livros e filmes para entrar em nosso dia a dia. Há mais de 8 milhões de robôs aqui
mesmo na Terra, em atividades tão distintas quanto aspirar o pó da sala, auxiliar médicos em cirurgias
delicadas, dirigir automóveis, vigiar as fronteiras e — em seu uso mais controverso — matar inimigos em
conflitos armados.
Na verdade, sem que o percebamos, os robôs começam a tomar conta de diferentes aspectos da nossa
vida. Até que ponto devemos delegar a máquinas tarefas que consideramos essencialmente humanas ou
mesmo a tomada de decisões que envolvem vidas e valores fundamentais? Qual o risco representado
pelos drones, os aviões que, comandados à distância, conseguem exterminar o inimigo com elevado grau
de precisão? Que tipo de aplicação essa nova realidade tem sobre a sociedade e sobre a visão que temos
de humanidade?
Tais questões representam um dos maiores desafios que deveremos enfrentar neste século. Seria um
despropósito deixar de aproveitar as conquistas da robótica para aperfeiçoar atividades tão necessárias
quanto a medicina, o policiamento ou mesmo a limpeza doméstica. Mas também seria ingênuo acreditar
que máquinas ou robôs podem um dia nos substituir em decisões complexas, que envolvem menos um
cálculo racional e mais emoções ou crenças. Para o futuro, prenunciam-se perguntas mais difíceis, mais
desafiadoras — e até ameaçadoras — do que aquelas relativas ao uso de drones. Perguntas cuja
resposta nenhum robô poderá dar.
GUROVITZ, Hélio. Revista Época, 13 ago. 2012, p. 8. Adaptado.
 
A forma verbal destacada está empregada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:
a) Se os governantes verem o prejuízo causado pelas variações do clima, talvez tomem medidascautelares.
b) A construção de novas hidrelétricas dependia de que as verbas se mantessem inalteradas.
c) As variações do clima não afetariam o meio ambiente se a população interviesse nas políticas
públicas.
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214) 
d) Todos ansiam que os eventos climáticos extremos não cheguem a causar problemas ambientais.
e) Um grupo de pesquisadores entreveu a possibilidade de prejuízos na produção de energia por
causa das alterações das chuvas na Amazônia.
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CESGRANRIO - Asst (CEFET RJ)/CEFET RJ/Alunos/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Escrever é fácil?
 
Para estimular crianças e jovens a escrever, há quem diga que escrever é fácil: basta pôr no papel o que
está na cabeça. Na maioria das vezes, porém, este estímulo é deveras desestimulante.
 
Há boas explicações para o desestímulo: se a pessoa não consegue escrever, convencê-la de que
escrever é fácil na verdade a convence apenas da sua própria incompetência, a convence apenas de que
ela nunca vai conseguir escrever direito; não se escreve pondo no papel o que está na cabeça, sob pena
de ninguém entender nada; quem escreve profissionalmente nunca acha que escrever é fácil, nem
mesmo quando escreve há muito tempo — a não ser que já escreva mecanicamente, apenas repetindo
frases e fórmulas.
 
Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona para alimentar nossas decisões cotidianas, mas não
funciona se for expresso, em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o
nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o
pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o entendemos, isto é, nos entendemos.
Não à toa o jagunço Riobaldo, personagem do escritor Guimarães Rosa, dizia: professor é aquele que de
repente aprende.
 
Todo professor conhece este segredo: você entende melhor o seu assunto depois de dar sua aula sobre
ele, e não antes. Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento
exponencialmente a minha compreensão a respeito. Motivado pelas expressões de dúvida e até de
estupor dos alunos, refino minhas explicações e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria dizer.
Costumo dizer que, passados tantos anos de profissão, gosto muito de dar aula, principalmente porque
ensinar ainda é o melhor método de estudar e compreender.
 
Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo de alunos que não conheço, pelo menos no
começo dos meus cursos, quem escreve o faz para ser lido por leitores que ele potencialmente não
conhece e que também não o conhecem. Mesmo ao escrever um diário secreto, faço-o imaginando um
leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro e
do leitor para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e saber quem sou.
 
Exatamente porque esta relação com o outro, aluno ou leitor, é tão fundamental, todo professor sente
um frio na espinha quando encontra uma nova turma, não importa há quantos anos exerça o magistério.
 
Pela mesma razão, todo escritor fica “enrolando” até começar um texto novo, arrumando a escrivaninha
ou vagando pela internet, não importa quantos livros já tenha publicado. Pela mesmíssima razão, todo
aluno não quer que ninguém leia sua redação enquanto a escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da
pilha de redações na mesa do professor, não importa se suas notas são boas ou não na matéria.
 
Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no momento mesmo de fazê-lo. [...] Quem
escreve sente de repente todas as suas hesitações, lacunas e omissões, percebendo como o seu próprio
pensamento é incompleto e o quanto ainda precisa pensar. Quem escreve de repente entende o quanto a
sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o quanto ainda precisa se refazer, se inventar, enfim: se
reescrever.
 
BERNARDO, G. Conversas com um professor de
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215) 
literatura. Rio de Janeiro: Rocco, 2013. Adaptado.
 
Em “a não ser que já escreva mecanicamente”, a forma verbal destacada expressa um fato provável,
situado no tempo presente.
 
A forma verbal que expressa um fato provável situado no tempo passado é
a) escrevia
b) escreveu
c) escrevera
d) escreveria
e) escrevesse
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CESGRANRIO - Aux (CEFET RJ)/CEFET RJ/Administração/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto I
 
Febre de liquidação
 
Passo em frente da vitrine. Observo um paletó quadriculado, uma calça preta e duas camisas polo,
devidamente acompanhados de um cartaz discreto anunciando a “remarcação”. Fujo apressadamente
pelos labirintos do shopping. Tarde demais, fui fisgado. Mal atinjo as escadas rolantes, inicio o caminho
de volta. O coração badala como um sino. A respiração ofegante. São os primeiros sintomas da febre por
liquidação, que me ataca cada vez que vejo uma vitrine com promessas sedutoras.
 
Atravesso as portas da loja, farejo em torno, com o mesmo entusiasmo de um leão vendo criancinhas em
um safári. No primeiro momento, tenho a impressão de que entrei numa estação de metrô. A febre já
atingiu a multidão. Os vendedores, cercados, parecem astros da Globo envoltos pelos fãs. Dou duas
cotoveladas em um dos rapazes com ar de executivos e peço o tal paletó. O funcionário explica que só
tem determinado número. Minto:
 
— Acho que é o meu.
 
Ele me observa, incrédulo. É dois algarismos menor, mas quem sabe? Acho que emagreci 100 gramas na
última semana. Experimento. Não fecha.
 
Respiro fundo e abotoo. Assim devem ter se sentido as mulheres com espartilho. Gemo, quase sem voz:
 
— Está um pouquinho apertado.
 
— É o maior que temos — diz, cruel.
 
Decido. Vou levar, apesar da barriga encolhida.
 
O vendedor arregala os olhos. Explico:
 
— Estou fazendo regime. No ano que vem vai caber direitinho.
 
De qualquer maneira, só poderia usá-lo no próximo inverno. É de lã pesada, e está fazendo o maior calor.
Só de experimentar fiquei suando. [...]
 
Concordo que fui precipitado em comprar uma roupa para quando estiver magro, só para aproveitar o
preço. Meu regime dura oito anos, sem resultados visíveis.
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216) 
 
Desabafo com uma amiga naturalista, que vive apregoando um modo de vida mais simples, sem muitas
posses. Ela me aconselha: Não compre mais nada. Resista. Aprendi muito quando passei a viver apenas
com o necessário. Revela, com ar culpado:
 
— Sabe, na minha fase consumista, juntei roupa para 150 anos.
 
Sorrio, solidário. Ela pergunta, por mera curiosidade, os preços da loja. Também pede o endereço.
 
Mais tarde a descubro no shopping, mergulhada na arara das blusas de lã. Febre de liquidação é pior que
gripe, dá até recaída. Com um detalhe: a gente gasta, gasta, e ainda acha que levou vantagem.
 
CARRASCO, W. O golpe do aniversariante e outras crônicas.
In: Para Gostar de Ler. São Paulo: Ática, 2005. v.20, p. 60-63.
 
O recurso da repetição da forma verbal gasta, na frase final do Texto I (“Com um detalhe: a gente gasta,
gasta, e ainda acha que levou vantagem”), mostra o(a)
a) apoio à ideia de comprar roupas remarcadas.
b) grande arrependimento do comprador no final das compras.
c) autor ratificando a importância de aproveitarmos as liquidações.
d) reflexão sobre as recaídas da febre de liquidação.
e) intensidade e o exagero em gastar tanto dinheiro em liquidações.
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CESGRANRIO - Aux (CEFET RJ)/CEFET RJ/Administração/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto II
 
Ao shopping center
 
Pelos teus círculos
Vagamos sem rumo
Nós almas penadas
Do mundo do consumo.
De elevador ao céu
Pela escada ao inferno:
Os extremos se tocam
No castigo eterno.
Cada loja é um novo
Prego em nossa cruz.
Por mais que compremos
Estamos semprenus
Nós que por teus círculos
Vagamos sem perdão
À espera (até quando?)
Da Grande Liquidação.
 
PAES, J. P. Os melhores poemas de José Paulo Paes. São Paulo: Global, 2003. p. 197.
 
No trecho do Texto II “Por mais que compremos, estamos sempre nus”, as formas verbais em
destaque referem-se à 1a pessoa do plural.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2320243
217) 
218) 
Se fossem substituídas pela 1a pessoa do singular, mantendo- se o tempo verbal original, como ficaria a
frase?
a) Por mais que compre, estive sempre nu.
b) Por mais que compres, estás sempre nu.
c) Por mais que comprem, estão sempre nus.
d) Por mais que compre, estaremos sempre nus.
e) Por mais que compre, estou sempre nu.
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CESGRANRIO - Aux (CEFET RJ)/CEFET RJ/Administração/2014
Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto II
 
Ao shopping center
 
Pelos teus círculos
Vagamos sem rumo
Nós almas penadas
Do mundo do consumo.
De elevador ao céu
Pela escada ao inferno:
Os extremos se tocam
No castigo eterno.
Cada loja é um novo
Prego em nossa cruz.
Por mais que compremos
Estamos sempre nus
Nós que por teus círculos
Vagamos sem perdão
À espera (até quando?)
Da Grande Liquidação.
 
PAES, J. P. Os melhores poemas de José Paulo Paes. São Paulo: Global, 2003. p. 197.
 
A palavra destacada está grafada e empregada de acordo com a norma-padrão em:
a) As pessoas não tem motivo para gastar tanto dinheiro!
b) Na semana passada, minha irmã não pôde ir ao shopping.
c) Quando ele foi por o paletó, percebeu que estava apertado.
d) As escadas do shopping não eram muito praticas.
e) Você vêm de longe só para comprar nesse shopping?
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
O dia: 28 de novembro de 1995. A hora: aproximadamente vinte, talvez quinze para a uma da
tarde.
 
O local: a recepção do Hotel Novo Mundo, aqui ao lado, no Flamengo.
 
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https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2322278
Acabara de almoçar com minha secretária e alguns amigos, descêramos a escada em curva que leva do
restaurante ao hall da recepção. Pelo menos uma ou duas vezes por semana cumpro esse itinerário e,
pelo que me lembre, nada de especial me acontece nessa hora e nesse lugar. É, em todos os sentidos,
uma passagem.
 
Não cheguei a ouvir o meu nome. Foi a secretária que me avisou: um dos porteiros, de cabelos brancos,
óculos de aros grossos, queria falar comigo.
 
E sabia o meu nome — eu que nunca fora hóspede do hotel, apenas um frequentador mais ou menos
regular do restaurante que é aberto a todos.
 
Aproximei-me do balcão, duvidando que realmente me tivessem chamado. Ainda mais pelo nome: não
haveria uma hipótese passável para que soubessem meu nome.
 
— Sim ...
 
O porteiro tirou os óculos, abriu uma gaveta embaixo do balcão e de lá retirou o embrulho, que parecia
um envelope médio, gordo, amarrado por barbante ordinário.
 
— Um hóspede esteve aqui no último fim de semana, perguntou se nós o conhecíamos, pediu que lhe
entregássemos este envelope ...
 
— Sim ... sim ...
 
Eu não sabia se examinava o envelope ou a cara do porteiro. Nada fizera para que ele soubesse meu
nome, para que pudesse dizer a alguém que me conhecia. O fato de duas ou três vezes por semana eu
almoçar no restaurante do hotel não lhe daria esse direito. [...]
 
Passou-me o envelope, que era, à primeira vista e ao primeiro contato, aquilo que eu desconfiava: os
originais de um livro, contos, romance ou poesias, talvez história ou ensaio.
 
— Está certo ... não terei de agradecer... a menos que o nome e o endereço do interessado estejam...
 
Foi então que olhei bem o embrulho. A princípio apenas suspeitei. E ficaria na suspeita se não houvesse
certeza. Uma das faces estava subscritada, meu nome em letras grandes e a informação logo embaixo,
sublinhada pelo traço inconfundível: “Para o jornalista Carlos Heitor Cony. Em mão”.
 
Era a letra do meu pai. A letra e o modo. Tudo no embrulho o revelava, inteiro, total. Só ele faria aquelas
dobras no papel, só ele daria aquele nó no barbante ordinário, só ele escreveria meu nome daquela
maneira, acrescentando a função que também fora a sua. Sobretudo, só ele destacaria o fato de alguém
ter se prestado a me trazer aquele embrulho. Ele detestava o correio normal, mas se alguém o avisava
que ia a algum lugar, logo encontrava um motivo para mandar alguma coisa a alguém por intermédio do
portador. [...]
 
Recente, feito e amarrado há pouco, tudo no envelope o revelava: ele, o pai inteiro, com suas manias e
cheiros.
 
Apenas uma coisa não fazia sentido. Estávamos — como já disse — em novembro de 1995. E o pai
morrera, aos noventa e um anos, no dia 14 de janeiro de 1985.
 
CONY, C. H. Quase Memória: quase-romance. São Paulo: Companhia das Letras. 2001. p. 9-11.
 
Considerem-se os tempos verbais empregados no trecho “não haveria uma hipótese passável para que
soubessem meu nome”.
 
A oração em destaque pode ser reescrita, mantendo-se a conjugação verbal de acordo com a norma-
padrão, assim:
219) 
220) 
a) para que intervissem nos negócios.
b) para que propossem um novo plano.
c) para que reouvessem a correspondência.
d) para que requisessem as fichas.
e) para que revessem os procedimentos.
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto III
 
A escrita e a oralidade em tempos de novas tecnologias da comunicação
 
Contar histórias sempre foi uma tradição de todos os povos — dos mais primitivos aos mais sofisticados.
Com essas histórias evocam-se lembranças, exercita-se e revitaliza-se a memória de pessoas e,
principalmente, a coletiva. A diferença entre os povos primitivos e sofisticados não é a importância e o
prazer de contar e narrar histórias, mas o modo como essas são registradas. Grandes poetas épicos
como Horário, Virgílio, Camões, entre outros, tinham a função de coletar essas histórias e registrá-las
para preservar a memória e o período histórico de seu povo e sua nação.
 
O homem sempre contou histórias, antes mesmo de poder escrevê-las, porém o confronto entre a
cultura oral e a cultura escrita nunca deixou de existir, principalmente devido à visão preconceituosa da
sociedade “letrada”, tanto que à época da colonização toda a produção cultural dos povos ameríndios e,
posteriormente, a dos povos africanos foram desprezadas. Uma rápida análise da história da humanidade
deixa clara a importância do registro escrito na história dos povos e em suas relações. [...]
 
A memória coletiva perpassa pelas histórias orais, que também podem ser produzidas no campo do
poder, a partir de interesses pessoais e familiares. O filme de 2003, dirigido por Eliane Caffé, Narradores
de Javé, nos mostra isso. Na possibilidade de ser submerso o pequeno vilarejo de Javé pelas águas de
uma represa, os seus moradores se organizam para tentar salvá-lo. A salvação seria construir, já que não
tinham, um patrimônio histórico, que são as narrativas orais de cada morador a respeito das origens
históricas do vilarejo. [...]
 
GARCEZ, F. F. A escrita e a oralidade em tempos de novas tecnologias da
comunicação. Língua Portuguesa, n. 45. São Paulo: Escala. Adaptado.
 
O verbo perpassar no trecho “A memória coletiva perpassa pelas histórias orais” tem o sentido de
a) reconhecer
b) roçar de leve
c) fazer correr
d) passar ao longo de
e) decorrer
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/2324318
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/135920departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de
materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das
necessidades.
Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais
passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie e reles mortais, a
máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem
minuciosamente estudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode
separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões também são
moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.
A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há
dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao tema. [...]
— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do
Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são trazidas para que técnico e atleta
possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é
melhor para o atleta — ressalta o responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais,
que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do
Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica, nutrição, psicologia, meteorologia,
treinamento esportivo e vídeo análise.
 
Reposição individualizada
 
Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em
igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até dados fisiológicos que indicam o
tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.
 
— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas
individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico — explica
Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]
 
As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da
modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência. Bichara afirma que o trabalho da área de
Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:
 
— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]
 
CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio
2012.
O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.
 
Que forma verbal está empregada no mesmo tempo e modo que pudemos?
a) Forem
b) Cresceu
c) Será
d) Deixem
e) Indicam
221) 
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Modos e Tempos Verbais
Texto
 
Dialética da mudança
 
Certamente porque não é fácil compreender certas questões, as pessoas tendem a aceitar algumas
afirmações como verdades indiscutíveis e até mesmo a irritar-se quando alguém insiste em discuti-las. É
natural que isso aconteça, quando mais não seja porque as certezas nos dão segurança e tranquilidade.
Pô-las em questão equivale a tirar o chão de sob nossos pés. Não necessito dizer que, para mim, não há
verdades indiscutíveis, embora acredite em determinados valores e princípios que me parecem
consistentes. De fato, é muito difícil, senão impossível, viver sem nenhuma certeza, sem valor algum.
 
No passado distante, quando os valores religiosos se impunham à quase totalidade das pessoas, poucos
eram os que questionavam, mesmo porque, dependendo da ocasião, pagavam com a vida seu
inconformismo.
 
Com o desenvolvimento do pensamento objetivo e da ciência, aquelas certezas inquestionáveis passaram
a segundo plano, dando lugar a um novo modo de lidar com as certezas e os valores. Questioná-los,
reavaliá-los, negá-los, propor mudanças às vezes radicais tornou-se frequente e inevitável, dando-se
início a uma nova época da sociedade humana. Introduziram-se as ideias não só de evolução como de
revolução.
 
Naturalmente, essas mudanças não se deram do dia para a noite, nem tampouco se impuseram à
maioria da sociedade. O que ocorreu de fato foi um processo difícil e conflituado em que, pouco a pouco,
a visão inovadora veio ganhando terreno e, mais do que isso, conquistando posições estratégicas, o que
tornou possível influir na formação de novas gerações, menos resistentes a visões questionadoras.
 
A certa altura desse processo, os defensores das mudanças acreditavam-se senhores de novas verdades,
mais consistentes porque eram fundadas no conhecimento objetivo das leis que governam o mundo
material e social. Mas esse conhecimento era ainda precário e limitado.
 
Inúmeras descobertas reafirmam a tese de que a mudança é inerente à realidade tanto material quanto
espiritual, e que, portanto, o conceito de imutabilidade é destituído de fundamento.
 
Ocorre, porém, que essa certeza pode induzir a outros erros: o de achar que quem defende
determinados valores estabelecidos está indiscutivelmente errado. Em outras palavras, bastaria
apresentar-se como inovador para estar certo. Será isso verdade? Os fatos demonstram que tanto pode
ser como não.
 
Mas também pode estar errado quem defende os valores consagrados e aceitos. Só que, em muitos
casos, não há alternativa senão defendê-los. E sabem por quê? Pela simples razão de que toda sociedade
é, por definição, conservadora, uma vez que, sem princípios e valores estabelecidos, seria impossível o
convívio social. Uma comunidade cujos princípios e normas mudassem a cada dia seria caótica e, por isso
mesmo, inviável.
 
Por outro lado, como a vida muda e a mudança é inerente à existência, impedir a mudança é impossível.
Daí resulta que a sociedade termina por aceitar as mudanças, mas apenas aquelas que de algum modo
atendem a suas necessidades e a fazem avançar.
 
GULLAR, Ferreira. Dialética da mudança. Folha de São Paulo, 6 maio 2012, p. E10.
 
No Texto, a forma verbal seria é empregada para
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222) 
a) relatar um fato.
b) anunciar um acontecimento.
c) apresentar uma certeza.
d) afirmar um desejo.
e) expressar uma hipótese.
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Língua Portuguesa (Português) - Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos
Modos e Tempos Verbais
Texto
 
Cidade: desejo e rejeição
 
A cidade da modernidade se configurou a partir da Revolução Industrial e se tornou complexa pelo
tamanho territorial e demográfico, antes jamais alcançado, e pelas exigências de infraestrutura e de
serviços públicos. No início do século XX, se generalizou a ideia da cidade como instância pública. Até
então, esta seria uma construção que resultava de interesses específicos, de setores ou estratos sociais.
 
A mudança do milênio vê, contraditoriamente, a expansão de modelos urbanísticos e a ocupação
territorial que se opõem à “condição urbana” – de certo modo fazendo retornar a cidade à instância
privada. Tal ambiguidade estabelece um patamar para o debate sobre os rumos da cidade.
 
O sistema urbano brasileiro estava em processo de consolidação como instância pública, quando, a partir
dos anos 1960, sofre inflexão importante. Razões externas ao urbanismo influenciam no redesenho de
nossas cidades.
 
A opção pelo transporte urbano no modo rodoviário, em detrimento do transporte sobre trilhos, então
estruturador das principais cidades, é uma delas.
 
Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas últimas décadas e dispõem a cidade como instância
privada: os condomínios fechados e os shopping centers. Ambos associados ao automóvel, exaltam a
segmentação de funções urbanas. A multiplicidade e a variedade, valores do urbano, ali não são
consideradas. O importante para os promotores imobiliáriose para os que aderem a tais propostas é a
sensação de que o modelo é algo à parte do conjunto. Há uma explícita “rejeição à cidade”.
 
Além disso, com o crescimento demográfico e a expansão do sistema urbano, as áreas informais
adquirem relevo e, em alguns casos, passam a compor a maior parte das cidades. Isto é, enquanto por
um século e meio se concebe e se desenvolve a ideia da cidade como instância pública, uma parte
maiúscula dessa mesma cidade é construída em esforço individual como instância privada.
 
MAGALHÃES, Sérgio Ferraz. Cidade: desejo e rejeição. Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: ICH. n. 290, mar.
2012, p. 75.
 
O verbo dispor, utilizado no Texto, no trecho “Outros elementos adentram o cenário brasileiro nas
últimas décadas e dispõem a cidade como instância privada:”, apresenta irregularidade na sua
conjugação.
 
A sequência em que todos os verbos também são irregulares é:
a) crer, saber, exaltar
b) dizer, fazer, generalizar
c) opor, medir, vir
d) partir, trazer, ver
e) resultar, preferir, aderir
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223) 
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Modos e Tempos Verbais
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há dois anos, um
departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De estudos sobre a fadiga à compra de
materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o detalhamento personalizado das
necessidades.
Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos dias atuais
passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie e reles mortais, a
máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características individuais forem
minuciosamente estudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes um milésimo de segundo pode
separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte. Porque grandes campeões também são
moldados através de análises laboratoriais, projetos acadêmicos e modernos programas de computador.
A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) há
dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao tema. [...]
— Nós trabalhamos para potencializar as chances de resultados. O que se define como Ciência do
Esporte é na verdade uma quantidade ampla de informações que são trazidas para que técnico e atleta
possam utilizá-las da melhor maneira possível. Mas o líder será sempre o treinador. Ele decide o que é
melhor para o atleta — ressalta o responsável pela gerência de desenvolvimento e projetos especiais,
que cuida da área de Ciência do Esporte no COB, Jorge Bichara.
A gerência também abrange a coordenação médica do comitê. Segundo Bichara, a área de Ciência do
Esporte está dividida em sete setores: fisiologia, bioquímica, nutrição, psicologia, meteorologia,
treinamento esportivo e vídeo análise.
 
Reposição individualizada
 
Na prática, o atleta de alto rendimento pode dispor desde novos equipamentos, que o deixem em
igualdade de condições de treino com seus principais concorrentes, até dados fisiológicos que indicam o
tipo de reposição ideal a ser feita após a disputa.
 
— No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas
individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico — explica
Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]
 
As Olimpíadas não são laboratório para testes. É preciso que todas as inovações, independentemente da
modalidade, estejam testadas e catalogadas com antecedência. Bichara afirma que o trabalho da área de
Ciências do Esporte nos Jogos pode ser resumida em um único conceito:
 
— Recuperação. Essa é a palavra-chave. […]
 
CUNHA, Ary; BERTOLDO, Sanny. Ciência do esporte – sangue, suor e análises. O Globo, Rio de Janeiro, 25 maio
2012.
O Globo Olimpíadas - Ciência a serviço do esporte, p. 6.
 
Em algumas circunstâncias, o verbo poder apresenta mudança gráfica em seu radical, como em “para
que técnico e atleta possam utilizá-las”.
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224) 
Um verbo que sofre também alteração em seu radical é
a) sujar
b) mostrar
c) morrer
d) valer
e) sorrir
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Modos e Tempos Verbais
Sol novo, Sol velho
 
Você gostaria de se ver mais velho? Se houvesse um espelho mágico capaz de mostrar sua imagem em
uma, duas ou mais décadas, você olharia?
 
Imagino que a opinião seria dividida, uns tantos sim, outros tantos não. Afinal, ver o futuro teria
repercussão sobre como viveríamos no presente, o que criaria uma série de paradoxos.
 
Se no futuro eu me visse gordo e resolvesse fazer uma dieta, emagreceria? Se emagrecesse, não estaria
mudando o futuro? E será que isso é possível? Afinal, o espelho me mostrou gordo... Ou, quem sabe, o
futuro não seja um apenas, mas feito de múltiplas opções.
 
Deixando essas preocupações um tanto humanas de lado, o fato é que em astronomia, ao menos, ver o
futuro e o passado é extremamente útil.
 
Tanto assim que um time internacional de astrônomos vem buscando estrelas semelhantes ao Sol, mais
velhas e mais novas, para que possamos aprender sobre a evolução da nossa estrela-mãe. Para tal, é
usado um gigantesco telescópio. Em artigo, o grupo revela dados de duas estrelas “gêmeas” do Sol, uma
bem mais nova e outra bem mais velha. Ou seja, um olho no nosso passado e outro no nosso futuro ou,
ao menos, no futuro do Sol.
 
A mais velha tem 8,2 bilhões de anos e é bem mais velha do que o Sol, que tem 4,6 bilhões de anos. Na
região mais próxima dela, podem existir planetas rochosos como a Terra.
 
A questão de maior importância para o público é se o Sol é uma estrela típica ou atípica. É bom saber,
pois sua sobrevivência na Terra depende do Sol e da sua estabilidade. Caso seja uma estrela normal,
dentro de sua classificação (estrelas aparecem em classes diferentes, dependendo da sua massa,
temperatura etc.), o Sol continuará a gerar luz por muitos bilhões de anos, em torno do dobro da sua
idade. Caso não seja normal, as coisas podem complicar. E, se complicarem, a vida na Terra poderá estar
em apuros mais cedo do que gostaríamos.
 
Estudando elementos químicos presentes nas três estrelas, o grupo mostrou que o Sol é uma estrela
normal. Ou seja, da imagem do Sol idoso, aprendemos que o nosso Sol não foge à regra, o que
possibilita que outros como ele tenham planetas como a Terra e, quem sabe, abriguem também formas
de vida.
 
GLEISER, Marcelo. Folha de São Paulo, 1 set. 2013. Adaptado.
 
No trecho “Se no futuro eu me visse gordo e resolvesse fazer uma dieta, emagreceria?”, o tempo verbal
de emagreceria é determinado pela correlação com as formas verbais visse e resolvesse para
expressar uma hipótese.
 
https://www.tecconcursos.com.br/questoes/275425
225) 
De acordo com a norma-padrão, outra maneira de combinar os verbos para expressar hipótese está
presente em
a) Se estudassem todos os planetas do sistema solar, os astrônomos descobriram fatos
interessantíssimos.
b) Se destruírem a camada de ozônio, a vida na Terra ficará irremediavelmente comprometida para
as gerações futuras.
c) Se os homens construírem naves espaciais mais resistentes, chegariam a outras galáxias muito
distantes da nossa.
d) Se as pessoas se preocupam com o futuro do planeta, certamente evitariam tanta poluição nos
mares, rios e cidades.
e) Se não houvesse construções irregulares nas encostas, não morrerão tantas pessoas como
aconteceu recentemente.
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Modos e Tempos Verbais
Contra o estigma da pobreza

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