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· De acordo com o art. 981, caput, do Código Civil (CC)
·  Portanto, as associações de fins não econômicos não se incluem no conceito de sociedade, razão pela qual são disciplinadas na Parte Geral (arts. 53 a 61).
· Os elementos comuns do contrato de sociedade são aqueles indicados no art. 104 do CC para a validade do negócio jurídico: Agente Capaz, Objetivo lícito, possível determinado ou determinável e Forma Prescrita ou não defesa em lei. 
· A capacidade civil plena é atingida aos 18 anos completos para a pessoa natural (art. 5º). Não se aplicam as normas de incapacidade para a pessoa jurídica, ressalvando-se que ela pode ser sócia salvo vedação expressa de lei, desde que seja regular sua constituição.
Ao determinar às juntas comerciais o arquivamento de contratos ou suas alterações de sociedade que envolvam sócio incapaz, o CC admite a participação de incapazes em sociedades (empresárias ou cooperativas) no art. 974, §3º, desde que sejam atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos:
Os sócios incapaz não pode exercer a administração da sociedade – O Capital Social deve ser totalmente integralizado – O sócio Relativamente incapaz tem de ser assistido, e o absolutamente incapaz precisa ser representado por seus representantes legais. 
· Outro destaque deve ser dado à restrição parcial da participação de pessoas casadas em sociedade. Embora o casamento seja uma causa legal de emancipação (art. 5º, parágrafo único, II) e o art. 977 do CC reconheça a possibilidade de os cônjuges contratarem sociedade entre si ou com terceiros, haverá vedação se eles tiverem casado no regime da comunhão universal de bens ou se lhes for imposta a separação obrigatória de bens (art. 1.641).
· Outro destaque deve ser dado à restrição parcial da participação de pessoas casadas em sociedade. Embora o casamento seja uma causa legal de emancipação (art. 5º, parágrafo único, II) e o art. 977 do CC reconheça a possibilidade de os cônjuges contratarem sociedade entre si ou com terceiros, haverá vedação se eles tiverem casado no regime da comunhão universal de bens ou se lhes for imposta a separação obrigatória de bens (art. 1.641).
· Não há forma obrigatória para a validade do contrato de sociedade. Entretanto, o CC distingue as sociedades em: Personificadas (Subtítulo I) Precisam ter contrato escrito. Não personificadas (Subtítulo II) Não precisam ter contrato escrito.
· As sociedades não personificadas não possuem personalidade jurídica e os efeitos dela decorrentes, como a autonomia patrimonial em favor dos sócios. As não personificadas são a sociedade em comum (arts. 986 a 990) e a sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996).
· A sociedade em comum é identificada pelo não cumprimento de alguma formalidade necessária ao seu funcionamento regular (um exemplo é a falta de arquivamento do contrato) e permanecerá assim até que se regularize. A sociedade em conta de participação está dispensada do cumprimento dessas formalidades, porém, em razão disso, não pode jamais adquirir personalidade jurídica.
· A pluralidade denota a reunião de pessoas para atingir fins comuns. O ato constitutivo é um contrato plurilateral, em que cada sócio afigura-se titular de direitos e obrigações perante a sociedade, e não em relação aos outros
· A contribuição dos sócios
· Os sócios são obrigados a contribuir para que a sociedade realize sua atividade econômica. Tal contribuição pode se dar em bens ou em serviços, a depender da natureza da sociedade, isto é, simples ou empresária.
· Sociedade empresaria É obrigatória a existência de capital, todos os sócios precisam contribuir em bens e, se quiserem, adicionalmente em serviços. O capital deve ser expresso em moeda nacional e declarado no contrato.
· Sociedade Simples É possível a existência de sócio com contribuição em serviços, porém esse capital é obrigatório (art. 997, III). O capital pode ser dispensado nas cooperativas (art. 1.094, I, CC).
· A coparticipação nos resultados
· Os sócios devem partilhar entre si os resultados (lucros e perdas)
· A affectio societatis
· É o liame entre os sócios, elemento intencional presente na sociedade e ausente no estado de comunhão pelo qual cada participante espontaneamente assume obrigações no interesse comum, ainda que os interesses particulares sejam perfeitamente identificáveis. Tal elemento manifesta-se externamente na disposição dos contratantes em compartilhar os destinos da pessoa jurídica, participando de ganhos e perdas comuns.
· Trata-se do único elemento que não está presente no art. 981. Mesmo assim, ele influencia os destinos da sociedade.
· Aquisição da personalidade jurídica pela sociedade
· as pessoas jurídicas de direito privado, de acordo com o art. 45, adquirem personalidade com a inscrição de seus atos constitutivos em registro próprio. A referência ao art. 1.150 pelo art. 985 alerta para a dualidade de registros segundo o regime da sociedade. Atribui-se competência à junta comercial para a inscrição do contrato, no caso de sociedade empresária, e ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas, para as sociedades do tipo simples.
· Distinção entre sociedade simples e sociedade empresária
· Toda sociedade cujo objetivo se traduzir no exercício profissional de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços será empresária.
· Serão consideradas simples as sociedades que exercerem atividade não empresarial, como as que reúnem profissionais liberais, artistas, cientistas e literatos, sem agregar elemento de empresa, nos termos do parágrafo único do art. 966.
· o art. 982 menciona o “empresário sujeito a registro” com remissão ao art. 967. A intenção do legislador é ressalvar o tratamento diferenciado reservado às sociedades que exploram empresa rural, as quais seguem presumidamente o regime das sociedades simples.
· Prevalência do tipo sobre o objeto
· O parágrafo único do art. 982 afasta o critério do objeto para distinguir as sociedades em simples e empresárias. Haverá prevalência do critério do tipo (ou da forma jurídica) adotado(a) em relação ao objeto quando se tratar de cooperativas e sociedades por ações (expressão que engloba os tipos sociedade anônima e sociedade em comandita por ações):
· Sociedade Cooperativa: Os arts. 3º e 4º dessa lei apresentam a cooperativa como sociedade de natureza civil, com forma e regime jurídico próprios, sem fins lucrativos e não sujeita à falência, ainda que exerça atividade empresária. Logo, a razão para o tratamento diferenciado decorre da lei especial de cooperativas.
· Sociedade anônima ou companhia: É tradicionalmente considerada empresária (outrora denominada “mercantil”)
· Tratamento diferenciado para sociedade que explora empresa rural
· Ela, assim, fica excluída do regime das sociedades empresárias, e o registro próprio é o Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Nessas condições, a sociedade rural se sujeitará à legislação aplicável aos empresários e às sociedades empresárias, assim como à Lei de Falência e Recuperação de Empresas (Lei nº 11.101/2005).
· Para que a sociedade possa valer-se da faculdade que lhe é franqueada, o legislador impôs a adoção, quer no momento da constituição, quer por meio de transformação, de um dos tipos próprios das sociedades empresárias, sendo excluídos desse rol os tipos companhia e em comandita por ações.
· A escolha do tipo societário pode ou não influenciar o regime jurídico da sociedade. Apenas nos casos de cooperativas e sociedades por ações não existe impacto, já que o objeto não determina o regime. O art. 983 prevê cinco tipos societários para a sociedade empresária, cada um com regras próprias:
1. Em nome coletivo
2. Em comandita simples
3. Limitada
4. Anônima
(ou companhia)
5. Comandita por ações
· A sociedade simples pode adotar qualquer um dos tipos de sociedade empresária ou um tipo próprio (também denominado simples):
· Primeiro Caso: O regime jurídico está atrelado ao objeto (exceto se o tipo for companhia ou comandita por ações).
· Segundo Caso: Será o regime simples, pois, apesar de o art. 983 permitira constituição de sociedade simples por meio de qualquer um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092, tal escolha implicaria a atribuição do regime empresarial, porque o ordenamento brasileiro considera as companhias e as sociedades em comandita por ações sociedades empresárias independentemente de seu objeto.
A escolha do tipo societário pode ser imposta por lei, como adverte o art. 983, parágrafo único
· . É o caso da sociedade em conta de participação, uma sociedade não personificada que tem sua existência reconhecida em documento escrito de constituição arquivado em qualquer registro; como tal, ela é dispensada das formalidades impostas às demais sociedades, sejam elas empresárias ou simples.
Sociedades simples, em nome coletivo e em comandita simples
· Sociedade simples
· Caracterização da sociedade simples
· A sociedade simples é originária do direito suíço
· A técnica adotada foi inovadora, pois tanto o Código Comercial quanto o anterior Código Civil tinham disposições e princípios gerais que se aplicavam a todos os tipos de sociedades. O Código Civil atual almejou instituir uma regulamentação mínima para as sociedades empresárias a partir do tipo simples. Com isso, a sociedade simples passou a representar um núcleo mínimo do direito societário,
· sociedade simples destina-se ao exercício de atividades econômicas não organizadas ou excluídas do conceito de empresa. É o caso das cooperativas (art. 4º da Lei nº 5.764/1971) e das sociedades de advogados, que são definidas por lei como não empresárias (Lei nº 8.906/1994, art. 15), bem como das sociedades que exercem pequenas atividades negociais sem organização.
· A sociedade simples apresenta características próprias das sociedades de pessoas, tais como:
· Simplicidade do contrato social (apenas poucas cláusulas além das obrigatórias, em geral).
· Administração exclusiva por sócios pessoas naturais.
· Inexistência de órgãos sociais em caráter obrigatório.
· Impossibilidade de cessão da quota-parte do sócio a quem não faça parte da sociedade e, quando possível, restrições à realização desse negócio jurídico.
· Possibilidade de resolução da sociedade em relação ao sócio por questões particulares dele (falência, insolvência, interdição, falecimento, desentendimentos com os demais sócios etc.).
· Impossibilidade de restrição ou eliminação do direito a voto nas deliberações.
· Possibilidade de previsão de solidariedade entre os sócios pelas obrigações sociais de forma subsidiária.
· Vedação de funcionamento permanente com um único sócio.
· Quórum de maioria absoluta, no mínimo, ou unanimidade para alterações das cláusulas obrigatórias.
Contrato social: cláusulas obrigatórias e arquivamento
· O contrato da sociedade simples deve ser escrito por se tratar de sociedade personificada, podendo assumir seu instrumento de forma pública ou particular desde que contenha, no mínimo, as indicações do artigo 997. A ausência de contrato escrito impõe a aplicação das normas da sociedade em comum até que a sociedade esteja regularizada nos termos do art. 985.
· A qualificação de todo os sócios pelo nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência se forem pessoas naturais. No caso de sócio pessoa jurídica, é necessário constar o nome (social ou empresarial), a nacionalidade e a sede.
· O objeto da sociedade, que tem de se conformar com o arts. 104 e 982.
· A denominação social, que é o nome da pessoa jurídica. Embora não seja considerada nome empresarial, tal denominação, em razão da natureza da sociedade, goza da proteção conferida a esse nome por força do art. 1.155, parágrafo único, do CC.
· A sede da sociedade, ou seja, o município onde se centraliza a atividade e/ou onde se localiza a administração. A sociedade pode instituir filial, seja no próprio ato de constituição ou por deliberação posterior dos sócios (art. 1.000).
· O prazo de duração da sociedade, que pode ser determinado ou indeterminado, não suprindo a lei a vontade das partes em caso de omissão. A escolha implica distintas soluções para os casos de retirada do sócio (art. 1.029) e de dissolução (art. 1.033, I).
· A indicação do valor do capital, expresso em moeda corrente e formado pela contribuição em qualquer espécie de bem, móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, inclusive de direitos suscetíveis de avaliação e alienação, desde que sirvam à sociedade no desenvolvimento do objeto.
· O valor da quota do sócio. O capital divide-se em quotas que podem ou não representar o mesmo valor. Se ele apresentar valor distinto, as deliberações societárias deverão considerá-lo, pois o valor das quotas determina o cômputo dos votos (CC, art. 1.010). Os sócios podem decidir representar fisicamente as quotas sociais. Nesse caso, cabe a eles decidir sobre a emissão de certificados.
· A indicação, em caráter facultativo, das prestações em serviço assumidas por algum sócio para a realização do objeto social. Tal permissivo restringe-se à sociedade simples, não se autorizando a contribuição à sociedade exclusivamente em serviços nos demais tipos societários, salvo nas sociedades cooperativas. Na presença dessa espécie de sócio, o contrato deve estipular suas obrigações e as sanções ao sócio inadimplente com tais deveres.
· As pessoas naturais responsáveis pela administração da sociedade, bem como os poderes e as atribuições, especialmente quem poderá usar o nome social e se haverá assunção conjuntiva ou disjuntiva de obrigações, sendo certo que, no caso omisso, considera-se disjuntiva a administração.
· As regras de participação de cada sócio nos lucros e nas perdas. Será vedada a exclusão de quaisquer sócios da participação nos resultados, considerando-se nula a cláusula que assim dispuser (art. 1.008). A distribuição poderá ser proporcional ou não à participação no capital, dependendo do que os sócios ajustarem no contrato (art. 1.007).
· A última cláusula obrigatória refere-se à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, que pode ser subsidiária ou não. Pelo regime de responsabilidade subsidiária, os bens particulares dos sócios, após a execução dos bens sociais, poderão ser chamados a responder perante terceiros por dívidas sociais que excedam as forças do patrimônio da pessoa jurídica (art. 1.024), sem solidariedade entre si, salvo se ela for prevista nos termos do art. 1.023. Do contrário, se a inexistência de responsabilidade subsidiária for expressamente consignada no contrato, os sócios responderão apenas até o valor das respectivas quotas.
· De acordo com o art. 998, compete ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local da sede social o arquivamento do contrato. A ausência de registro implica irregularidade da sociedade, a qual se considera sociedade em comum (art. 986). Nesses casos, a sociedade não assume obrigações perante terceiros; no entanto, os sócios vinculam-se às obrigações entre eles estabelecidas no contrato (art. 990).
· O contrato deve ser apresentado ao órgão no prazo de 30 dias. Após o decurso desse período, não se veda o arquivamento (art. 1.151); entretanto, os efeitos do registro, quando ele for concedido, apenas retroagirão até a data do pedido de arquivamento, e não a da constituição.
Obrigações e direitos dos sócios
· A eficácia das obrigações dos sócios independe do arquivamento do contrato no Registro Civil de Pessoas Jurídicas
A dissolução sem o pagamento aos credores ou a partilha fraudulenta do remanescente constitui um ato irregular e, sem embargo da extinção da sociedade, não finda a responsabilidade dos sócios pelo passivo não solvido até o valor do que eles receberam em partilha.
· O sócio admitido em sociedade já constituída é responsável pelas dívidas sociais anteriores à admissão, conforme a responsabilidade do tipo societário (art. 1.001).
· O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções sem o consentimento dos demais sócios, o qual é expresso em modificação do contrato social (art. 1.002).
· Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos no contrato, às contribuições estabelecidas. Aquele que deixar de fazê-lo nos 30dias seguintes ao da notificação pela sociedade se tornará remisso e responderá perante ela pelo dano emergente da mora. Quanto ao sócio remisso, a maioria dos demais sócios pode preferir a exclusão dele em vez da indenização ou reduzir sua quota ao montante já realizado (art. 1.004).
· O sócio que, a título de integralização da quota social, transmitir domínio, posse ou uso responderá pela evicção tal qual o vendedor.
· O sócio que transferir crédito responderá pela solvência do devedor (art. 1.005).
· O sócio de serviços não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído (art. 1.006).
· Com exceção do sócio de serviços, o sócio deve participar das perdas sofridas pela sociedade na proporção das respectivas quotas, salvo estipulação de critério diverso (art. 1.007).
· Os sócios respondem solidariamente perante a sociedade pelo recebimento de lucros ilícitos ou fictícios, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade (art. 1.009).
· O sócio que se retirou da sociedade ou dela foi excluído ou os seus herdeiros respondem pelas obrigações sociais anteriores até dois anos após a resolução da sociedade averbada, assim como pelas obrigações sociais posteriores e no mesmo prazo, enquanto não se requerer a averbação (art. 1.032). Tal obrigação é imposta aos ex-sócios ou aos herdeiros mesmo após a extinção do vínculo com a sociedade.
Administração da sociedade simples
· A sociedade se relaciona com terceiros por meio de sua administração, que é desempenhada pelos administradores. O administrador é o órgão (de gestão) da pessoa jurídica por meio do qual seus atos jurídicos são aperfeiçoados.
· a nomeação ocorra em instrumento separado após o arquivamento do contrato, que também deve ser levado a registro (art. 1.012). Como se trata de cláusula obrigatória do contrato, a aprovação unânime do administrador eleito impõe-se (art. 999).
· Não havendo restrição de poderes no contrato ou no ato separado de nomeação, os administradores podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade. Entretanto, a oneração ou a venda de bens imóveis dependerá do que a maioria dos sócios decidir, exceto se tais atos constituírem objeto da sociedade (art. 1.015).
· O CC enumera algumas condutas que ensejarão tal responsabilidade:
· A distribuição de lucros ilícitos ou fictícios (art. 1.009).
· A realização de operações pelo administrador, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria (art. 1.013, §2º).
· A aplicação sem consentimento escrito dos sócios de créditos ou de bens sociais em proveito próprio ou de terceiros, tendo de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente com todos os lucros resultantes, e, se houver prejuízo, responder por ele também (art. 1.017, caput).
· Tomar parte, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da sociedade, na correspondente deliberação (art. 1.017, parágrafo único).
· Cumpre ao administrador, que deve ser pessoa natural (art. 997, VI) e sem impedimento legal para a função (cf. art. 1.011, §1º), atuar com diligência na gestão social.
Resolução e dissolução da sociedade simples
O vínculo jurídico entre a sociedade e os sócios pode ser extinto, total ou parcialmente, em determinadas situações. A extinção parcial não implica a dissolução da sociedade nem a liquidação do seu patrimônio, mas altera o quadro social e impõe a liquidação da quota do ex-só
“resolução da sociedade em relação a um sócio” “dissolução”.
· A resolução da sociedade simples pode ocorrer:
· Por morte de sócio, exceto se o contrato autorizar o ingresso do sucessor ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido (art. 1.028).
· Por ato de vontade do sócio, com ou sem justa causa (quebra de affectio societatis), desde que haja notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 dias (art. 1.029).
· Por decisão judicial em ação ajuizada por sócio, provando justa causa, no caso de sociedade constituída por prazo determinado (art. 1.029).
· Por exclusão extrajudicial de sócio remisso deliberada pela maioria dos demais sócios (art. 1.004, parágrafo único).
· Por exclusão judicial de sócio por falta grave ou por incapacidade superveniente (art. 1.030, caput).
· De pleno direito, em razão da decretação da falência do sócio (art. 1.030, parágrafo único).
· De pleno direito, em razão da liquidação integral da quota para pagamento a credor particular de sócio (art. 1.030, parágrafo único).
· As causas de dissolução de pleno direito são as seguintes:
· Término do prazo de duração, salvo se os sócios se mantiverem inertes após o decurso do prazo e a sociedade continuar em atividade. Nesse caso, a lei considera a sociedade prorrogada por prazo indeterminado.
· Consenso dos sócios na sociedade contratada por prazo determinado.
· Deliberação dos sócios por maioria absoluta do capital na sociedade de prazo indeterminado.
· Extinção da autorização para funcionar caso a sociedade dependa dela.
· Atualmente, a sociedade em nome coletivo é regulada no CC entre os arts. 1.039 a 1.044. Trata-se de uma sociedade de pessoas por excelência, ou seja, a pessoa do sócio se apresenta como elemento fundamental não só nas relações internas da sociedade, como também perante terceiros. Um de seus traços mais marcantes é o fato de que somente pessoas físicas podem tomar parte nela, sendo que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, diferenciando-se, portanto, da sociedade simples.
· Dessa forma, os sócios de sociedade em nome coletivo podem sofrer execução sobre seu patrimônio pessoal pelas dívidas contraídas pela pessoa jurídica. Além disso, respondem solidariamente entre eles, de modo que o credor pode acionar qualquer um deles para obter pagamento.
· Um aspecto nitidamente personalista da sociedade é o fato de que apenas os sócios podem ser administradores (art. 1.042).
· Sociedades cooperativas
· presentam a cooperativa como sociedade de natureza civil (atualmente, a natureza é simples) com forma e regime jurídico próprios, sem fins lucrativos e não sujeita à falência, ainda que ela exerça atividade empresária. Desse modo, a razão para o tratamento diferenciado decorre da lei especial de cooperativas.
· Se a sociedade cooperativa mantivesse a finalidade puramente assistencial aos cooperados, ou seja, fosse uma “sociedade sem fins lucrativos”, não se regularia pelo livro referente ao direito de empresa, e sim pela parte geral, em que estão disciplinadas as associações (arts. 53-61).
· Ao se referir à cooperativa, a lei sempre a identifica como sociedade; como tal, os sócios almejam o lucro proveniente da atividade econômica explorada, havendo a partilha entre sidos resultados (art. 981).
· A ressalva do art. 1.093 à legislação especial não pode levar à evidente incompatibilidade de vários dispositivos do CC com a legislação especial.
· Entre as características da sociedade cooperativa arroladas no art. 1.094, situa-se a distribuição dos resultados entre os cooperados em proporção ao valor das operações efetuadas por eles com a sociedade (inciso VII).
· Assim, a cooperativa é uma pessoa jurídica de direito privado da espécie sociedade, e não da espécie associação.
· A preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa.
· A não precarização do trabalho.
· O respeito às decisões da assembleia.
· A participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e estatuto.
·  O primeiro determina que a sociedade cooperativa se rege pelo capítulo próprio, mas resguarda a legislação especial quando o CC é omisso no mesmo capítulo.
· Principais características da sociedade limitada
· O primeiro traço – e o mais importante – é quanto à responsabilidade dos sócios. Além de ser limitada a responsabilidade de todos os sócios até o valor de sua quota, eles respondem solidariamente pela integralização do valor do capital e, por dedução, de todas as quotas
· Alternativamente, os sócios podem não realizara integralização do capital no momento da constituição da sociedade, estabelecendo um pagamento a prazo.Não há um valor mínimo a ser pago pelo sócio a título de integralização de sua quota, mas toda a diferença entre o valor do capital declarado e aquele integralizado vai ser o referencial para a solidariedade entre os sócios.
· A segunda característica marcante é o regime adotado para a transferência (cessão) das quotas sociais. A lei permite que os sócios possam dispor no contrato social sobre a cessão, podendo estabelecer ou não restrições à transmissão para:
· Outro sócio
· Cessão interna.
· Terceiros não sócios
· Cessão externa.
· Verifica-se que não há uma imposição de uma única regra para a cessão, podendo variar de acordo com a cláusula do contrato social. Porém, cabe destacar que a omissão do contrato social não impede a solução para a cessão no caso concreto. Se qualquer sócio quiser transferir sua quota e não houver no contrato social previsão das condições, será aplicada a regra subsidiária do art. 1057 do Código Civil.
· demais sócios ou de lhes assegurar um direito de preferência.
·  Ao contrário, na cessão a terceiro não sócio, o legislador se orientou por um critério próprio para permitir a cessão, ou seja, exige o consentimento da maioria de pelo menos ¾ (três quartos) do capital social (que não é necessariamente a maioria dos sócios, pois as quotas podem ter valor desigual)
· Exemplo da aplicação supletiva: o contrato de uma sociedade limitada não prevê se o herdeiro do sócio poderá ingressar na sociedade em razão do falecimento deste, porém há cláusula de regência supletiva pelas normas da sociedade anônima. Diante da omissão no capítulo da sociedade limitada quanto à sucessão por morte de sócio, não será aplicado o art. 1028 do Código Civil, referente à sociedade simples (ocorrência de resolução da sociedade em relação ao sócio falecido e liquidação de sua quota).
· Será observada para regular o ingresso do herdeiro na sociedade limitada a Lei 6404/76 (art. 31, § 2º), que permite a transmissão das ações por sucessão universal ou legado, incidindo tal autorização à transmissão das quotas ao herdeiro do sócio falecido. Se o contrato não tivesse essa cláusula de regência supletiva, em caso de morte de sócio, a solução seria a do art. 1028 do Código Civil.
· indicação de administrador não sócio, que será detalhada posteriormente. Não se trata da possibilidade de a sociedade ser administrada por pessoa externa aos quadros sociais, pois este aspecto também é encontrado na sociedade anônima.
· podem ser realizadas em assembleia ou em reunião de sócios, contanto que a sociedade tenha até dez sócios e haja previsão da modalidade de deliberação no contrato, caso seja reunião (conferir o art. 1072 do Código Civil).
· e, por acaso, o número de sócios for superior a dez ou o contrato não indicar que as deliberações serão tomadas em reunião, devem ser observadas as disposições relativas à assembleia
· A sociedade limitada, como as demais sociedades personificadas, precisa ter um contrato escrito, por instrumento público ou particular, que contemple pelo menos as cláusulas obrigatórias exigidas para as sociedades em geral, e outras próprias do tipo limitada, e cláusulas facultativas.
· Todos os sócios devem ser qualificados, sejam pessoas naturais (nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios) ou jurídicas (firma ou a denominação, nacionalidade e local da sede). O incapaz poderá ser sócio, desde que sejam atendidos os requisitos do art. 974, § 3º;
· deve constar do contrato a indicação do nome da sociedade (caso a sociedade tenha natureza de sociedade simples) ou o nome empresarial (firma ou denominação formada de acordo com o art. 1158 do Código Civil, contendo sempre ao final o aditivo “Limitada” por extenso ou abreviado).
A firma não pode designar o objeto social, constando apenas o nome de sócios pessoas naturais, e a denominação deve designar o objeto (art. 1.158, §§ 1º e 2º). Em qualquer caso deve sempre ser acrescido ao final o aditivo “Limitada”, sob pena de responsabilidade pelo uso indevido do nome empresarial (art. 1.158, § 3º).
· o objeto social deve ser indicado e, conforme ele seja ou não uma atividade própria de empresário sujeito a registro (confira o art. 982 do Código Civil), a sociedade limitada seguirá o regime das sociedades simples ou empresárias;
· a sede da sociedade deve constar no contrato para efeito de determinação do domicílio da pessoa jurídica;
· o prazo de duração, que pode ser determinado (deve ser indicada a data de vigência do contrato ou outra forma que permita aferir a data limite de duração da sociedade) ou indeterminado;
· o valor do capital expresso em moeda corrente, sendo que os sócios respondem solidariamente pela integralização desse valor;
· a quota (quantidade e valor unitário) de cada sócio e o modo de realizá-la (se o pagamento será à vista ou a prazo), podendo atribuir-se uma ou mais quotas a cada sócio e valor de cada quota igual ou não (cf. art. 1055, caput, do Código Civil). Se a quota for objeto de copropriedade ou condomínio, os direitos inerentes a ela são indivisíveis perante a sociedade, exceto para fins de transferência (confira o art. 1.056 e seus parágrafos);
· a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas, observando-se que é nula a estipulação que exclua qualquer sócio das perdas ou o prive dos lucros, bem como a limitação das perdas ao valor da quota, se o capital estiver integralizado (confira os artigos 1008 e 1052, caput, do Código Civil).
· Os sócios podem incluir no contrato cláusulas facultativas, desde que não sejam ilícitas, como as que afastem, por exemplo, disposições imperativas e relacionadas ao tipo limitada ou às regras gerais do direito societário.
· Uma cláusula facultativa de destaque é a instituição do Conselho Fiscal. Na sociedade limitada, ao contrário da sociedade anônima, o contrato pode prever ou não sua existência e, se houver, deve ser composto por, no mínimo, três membros, sócios ou não
· A função do Conselho Fiscal está associada ao controle da atuação dos administradores, pois ao órgão cumpre fiscalizar permanentemente a gestão da sociedade e os atos dos administradores, e o exame de livros e documentos contábeis com parecer.
· O contrato de sociedade é realizado entre pessoas que se comprometem reciprocamente a contribuir, com o aporte de bens ou de serviços, para o exercício de atividade econômica, sendo partilhados os resultados dessa atividade entre eles.
·  Portanto, as associações de fins não econômicos não se incluem no conceito de sociedade, razão pela qual são disciplinadas na Parte Geral (arts. 53 a 61).
· A capacidade civil plena é atingida aos 18 anos completos para a pessoa natural (art. 5º). Não se aplicam as normas de incapacidade para a pessoa jurídica, ressalvando-se que ela pode ser sócia salvo vedação expressa de lei, desde que seja regular sua constituição.
· Sociedades simples, em nome coletivo e em comandita simples
· A sociedade simples apresenta características próprias das sociedades de pessoas, tais como:
· Simplicidade do contrato social (apenas poucas cláusulas além das obrigatórias, em geral).
· Administração exclusiva por sócios pessoas naturais.
· Inexistência de órgãos sociais em caráter obrigatório.
· Impossibilidade de cessão da quota-parte do sócio a quem não faça parte da sociedade e, quando possível, restrições à realização desse negócio jurídico.
· Possibilidade de resolução da sociedade em relação ao sócio por questões particulares dele (falência, insolvência, interdição, falecimento, desentendimentos com os demais sócios etc.).
· Impossibilidade de restrição ou eliminação do direito a voto nas deliberações.
· Possibilidade de previsão de solidariedade entre os sócios pelas obrigações sociais de forma subsidiária.
· Vedação de funcionamento permanente com um único sócio.
· Quórum de maioria absoluta, no mínimo, ou unanimidade para alterações das cláusulas obrigatórias.
· Contrato social: cláusulas obrigatórias e arquivamento
· A ausênciade contrato escrito impõe a aplicação das normas da sociedade em comum até que a sociedade esteja regularizada nos termos do art. 985.
· Devem constar do contrato social:
· A qualificação de todo os sócios pelo nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência se forem pessoas naturais. No caso de sócio pessoa jurídica, é necessário constar o nome (social ou empresarial), a nacionalidade e a sede.
· O objeto da sociedade, que tem de se conformar com o arts. 104 e 982.
· A denominação social, que é o nome da pessoa jurídica. Embora não seja considerada nome empresarial, tal denominação, em razão da natureza da sociedade, goza da proteção conferida a esse nome por força do art. 1.155, parágrafo único, do CC.
· A sede da sociedade, ou seja, o município onde se centraliza a atividade e/ou onde se localiza a administração. A sociedade pode instituir filial, seja no próprio ato de constituição ou por deliberação posterior dos sócios (art. 1.000).
· O prazo de duração da sociedade, que pode ser determinado ou indeterminado, não suprindo a lei a vontade das partes em caso de omissão. A escolha implica distintas soluções para os casos de retirada do sócio (art. 1.029) e de dissolução (art. 1.033, I).
· A indicação do valor do capital, expresso em moeda corrente e formado pela contribuição em qualquer espécie de bem, móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, inclusive de direitos suscetíveis de avaliação e alienação, desde que sirvam à sociedade no desenvolvimento do objeto.
· O valor da quota do sócio. O capital divide-se em quotas que podem ou não representar o mesmo valor. Se ele apresentar valor distinto, as deliberações societárias deverão considerá-lo, pois o valor das quotas determina o cômputo dos votos (CC, art. 1.010). Os sócios podem decidir representar fisicamente as quotas sociais. Nesse caso, cabe a eles decidir sobre a emissão de certificados.
· A indicação, em caráter facultativo, das prestações em serviço assumidas por algum sócio para a realização do objeto social. Tal permissivo restringe-se à sociedade simples, não se autorizando a contribuição à sociedade exclusivamente em serviços nos demais tipos societários, salvo nas sociedades cooperativas. Na presença dessa espécie de sócio, o contrato deve estipular suas obrigações e as sanções ao sócio inadimplente com tais deveres.
· As pessoas naturais responsáveis pela administração da sociedade, bem como os poderes e as atribuições, especialmente quem poderá usar o nome social e se haverá assunção conjuntiva ou disjuntiva de obrigações, sendo certo que, no caso omisso, considera-se disjuntiva a administração.
· As regras de participação de cada sócio nos lucros e nas perdas. Será vedada a exclusão de quaisquer sócios da participação nos resultados, considerando-se nula a cláusula que assim dispuser (art. 1.008). A distribuição poderá ser proporcional ou não à participação no capital, dependendo do que os sócios ajustarem no contrato (art. 1.007).
· A última cláusula obrigatória refere-se à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, que pode ser subsidiária ou não. Pelo regime de responsabilidade subsidiária, os bens particulares dos sócios, após a execução dos bens sociais, poderão ser chamados a responder perante terceiros por dívidas sociais que excedam as forças do patrimônio da pessoa jurídica (art. 1.024), sem solidariedade entre si, salvo se ela for prevista nos termos do art. 1.023. Do contrário, se a inexistência de responsabilidade subsidiária for expressamente consignada no contrato, os sócios responderão apenas até o valor das respectivas quotas.
· O contrato deve ser apresentado ao órgão no prazo de 30 dias. Após o decurso desse período, não se veda o arquivamento (art. 1.151); entretanto, os efeitos do registro, quando ele for concedido, apenas retroagirão até a data do pedido de arquivamento, e não a da constituição.
· Obrigações e direitos dos sócios
· A eficácia das obrigações dos sócios independe do arquivamento do contrato no Registro Civil de Pessoas Jurídicas
· Da mesma forma, as obrigações por eles assumidas em relação à sociedade persistem até sua plena liquidação, com o pagamento de todos os credores, ainda que não se exerça mais o objeto social.
· A dissolução sem o pagamento aos credores ou a partilha fraudulenta do remanescente constitui um ato irregular e, sem embargo da extinção da sociedade, não finda a responsabilidade dos sócios pelo passivo não solvido até o valor do que eles receberam em partilha.
· Obrigações dos sócios
· enta do remanescente constitui um ato irregular e, sem embargo da extinção da sociedade, não finda a responsabilidade dos sócios pelo passivo não solvido até o valor do que eles receberam em partilha.
· Obrigações dos sócios
· A relação elencada a seguir é exemplificativa e tem por base as disposições do tipo simples. O contrato social ou as normas para determinado tipo de sociedade podem trazer obrigações diversas ou novas.
· Acompanhe as obrigações aqui.
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· O sócio admitido em sociedade já constituída é responsável pelas dívidas sociais anteriores à admissão, conforme a responsabilidade do tipo societário (art. 1.001).
· O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções sem o consentimento dos demais sócios, o qual é expresso em modificação do contrato social (art. 1.002).
· Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos no contrato, às contribuições estabelecidas. Aquele que deixar de fazê-lo nos 30 dias seguintes ao da notificação pela sociedade se tornará remisso e responderá perante ela pelo dano emergente da mora. Quanto ao sócio remisso, a maioria dos demais sócios pode preferir a exclusão dele em vez da indenização ou reduzir sua quota ao montante já realizado (art. 1.004).
· O sócio que, a título de integralização da quota social, transmitir domínio, posse ou uso responderá pela evicção tal qual o vendedor.
· O sócio que transferir crédito responderá pela solvência do devedor (art. 1.005).
· O sócio de serviços não pode, salvo convenção em contrário, empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela excluído (art. 1.006).
· Com exceção do sócio de serviços, o sócio deve participar das perdas sofridas pela sociedade na proporção das respectivas quotas, salvo estipulação de critério diverso (art. 1.007).
· Os sócios respondem solidariamente perante a sociedade pelo recebimento de lucros ilícitos ou fictícios, conhecendo ou devendo conhecer-lhes a ilegitimidade (art. 1.009).
· O sócio que se retirou da sociedade ou dela foi excluído ou os seus herdeiros respondem pelas obrigações sociais anteriores até dois anos após a resolução da sociedade averbada, assim como pelas obrigações sociais posteriores e no mesmo prazo, enquanto não se requerer a averbação (art. 1.032). Tal obrigação é imposta aos ex-sócios ou aos herdeiros mesmo após a extinção do vínculo com a sociedade.
· Direitos dos sócios
· Participar dos lucros, na proporção das respectivas quotas, salvo estipulação em contrário. O sócio cuja contribuição consiste em serviços somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas (art. 1.007).
· Votar nas deliberações sociais, sendo o quórum de deliberação aferido por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um (art. 1.010), exceto para as deliberações que modificarem cláusulas obrigatórias do contrato, situação na qual se exige unanimidade (art. 999).
· Os sócios têm direito de receber dos administradores contas justificadas de sua administração e precisam apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico (art. 1.020).
· O sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e os documentos, bem como o estado da caixa e da carteira da sociedade, salvo estipulação que determine época própria (art. 1.021).
· O sócio pode retirar-se da sociedade motivada ou imotivadamente. Na sociedade por prazo indeterminado, isso é feito mediante notificação aos demais sócios com antecedência mínima de 60 dias. Já na de prazodeterminado, o sócio tem de provar judicialmente justa causa (art. 1.029).
· O sócio retirante, o excluído ou os herdeiros do sócio têm direito de receber da sociedade o valor da(s) quota(s), considerado o montante efetivamente realizado. A liquidação é feita, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade à data da resolução, a qual, por sua vez, é verificada em balanço especialmente levantado (art. 1.031).
· Administração da sociedade simples
· A sociedade se relaciona com terceiros por meio de sua administração, que é desempenhada pelos administradores. O administrador é o órgão (de gestão) da pessoa jurídica por meio do qual seus atos jurídicos são aperfeiçoados.
· Embora a designação da pessoa natural (ou pluralidade) que exercerá a administração deva constar do contrato, é possível que a nomeação ocorra em instrumento separado após o arquivamento do contrato, que também deve ser levado a registro (art. 1.012). Como se trata de cláusula obrigatória do contrato, a aprovação unânime do administrador eleito impõe-se 
· Atenção!
· Somente o sócio poderá exercer a administração da sociedade simples, conclusão extraída do art. 1.013 (que faculta a administração a qualquer dos sócios), caso não exista uma designação para atuação conjunta no contrato.
· Além das obrigações de prestar contas ao sócio e lhe franquear acesso a livros e documentos, é vedado ao administrador fazer-se substituir no exercício de suas funções, ou seja, somente os sócios podem autorizar tal substituição. Por outro lado, o administrador está autorizado, nos limites de seus poderes, a constituir mandatários da sociedade, especificando no instrumento os atos e as operações que poderão praticar.
· Os poderes conferidos ao mandatário, que pode ser um sócio ou não, são revogáveis a qualquer tempo (art. 1.019).
· Resolução e dissolução da sociedade simples
· Por morte de sócio, exceto se o contrato autorizar o ingresso do sucessor ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido (art. 1.028).
· Por ato de vontade do sócio, com ou sem justa causa (quebra de affectio societatis), desde que haja notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de 60 dias (art. 1.029).
· Por decisão judicial em ação ajuizada por sócio, provando justa causa, no caso de sociedade constituída por prazo determinado (art. 1.029).
· Por exclusão extrajudicial de sócio remisso deliberada pela maioria dos demais sócios (art. 1.004, parágrafo único).
· Por exclusão judicial de sócio por falta grave ou por incapacidade superveniente (art. 1.030, caput).
· De pleno direito, em razão da decretação da falência do sócio (art. 1.030, parágrafo único).
· De pleno direito, em razão da liquidação integral da quota para pagamento a credor particular de sócio (art. 1.030, parágrafo único).
· Durante todo o processo de dissolução e posterior liquidação, a sociedade conserva sua personalidade jurídica, a qual somente se extingue após o cancelamento de sua inscrição no registro próprio (art. 51 do CC).
· As causas de dissolução de pleno direito são as seguintes:
· Término do prazo de duração, salvo se os sócios se mantiverem inertes após o decurso do prazo e a sociedade continuar em atividade. Nesse caso, a lei considera a sociedade prorrogada por prazo indeterminado.
· Consenso dos sócios na sociedade contratada por prazo determinado.
· Deliberação dos sócios por maioria absoluta do capital na sociedade de prazo indeterminado.
· Extinção da autorização para funcionar caso a sociedade dependa dela.
· Graças ao requerimento de qualquer um dos sócios e mediante sentença proferida em ação pelo procedimento comum, a sociedade também poderá ser dissolvida judicialmente quando for anulada sua constituição, exaurido o fim social ou verificada sua inexequibilidade. Por defeito do ato respectivo, decai em três anos o direito de anular a constituição, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro (art. 45, parágrafo único, CC).
· Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a investidura do liquidante, que representará a pessoa jurídica até sua extinção (art. 1.105), e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, sendo vedadas novas operações, pelas quais eles responderão solidária e ilimitadamente (art. 1.036).
· Um de seus traços mais marcantes é o fato de que somente pessoas físicas podem tomar parte nela, sendo que todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, diferenciando-se, portanto, da sociedade simples.
· Os sócios não podem afastar a solidariedade, afigurando-se ineficaz em relação a terceiros a cláusula do contrato que assim disponha. Contudo, eles estão autorizados a pactuar internamente sobre a responsabilidade de cada um, aumentando-a ou diminuindo-a em relação à proporção de participação nas perdas.
· A espécie societária remonta às sociedades familiares existentes na Idade Média, nas quais só se admitia a participação de membros de determinada família. Paulatinamente, tais sociedades assumiram características comerciais a partir da constituição de um patrimônio social distinto do familiar, respondendo pelas obrigações assumidas por qualquer um dos sócios. Surgia, assim, a sociedade coletiva, o que evidenciava a existência de um mandato recíproco entre os sócios pelo qual todos se encontravam autorizados a agir e obrigar a sociedade (o patrimônio em comum) mediante o uso da firma.
· Além da regulação própria, o art. 1.040 determina a aplicação supletiva das disposições referentes à sociedade simples. Com isso, o legislador reafirma a natureza intuitu personae desse tipo societário.
· Todavia, o tipo em nome coletivo não é necessariamente submetido ao regime das sociedades simples, já que o critério do objeto previsto no caput do art. 982 se aplica a ele. Desse modo, a sociedade poderá ser simples ou empresária se exercer ou não empresa, o que inclui a opção de escolha de registro no caso de empresa rural (cf. art. 984).
· Por determinação do art. 1.041, as cláusulas do contrato da sociedade simples (art. 997), no que couber, se aplicam ao contrato da sociedade em nome coletivo. Assim, devem ser respeitadas as disposições específicas do tipo.
· Os sócios são necessariamente pessoas físicas, a “denominação” a que se refere o inciso II do art. 997 corresponde à firma social e as contribuições em prestação de serviços às quais o sócio está obrigado (inciso V), caso existam, são realizadas adicionalmente à contribuição ao capital (inciso III).
· Por conta da regra própria de responsabilidade (art. 1.039), o inciso VIII é inaplicável; por isso, os sócios não podem afastar a responsabilidade subsidiária no contrato.
· Seja ou não empresária, a sociedade tem de adotar firma. No caso de sociedade empresária, precisa observar o art. 1.157 na formação da firma, que pode ou não conter os patronímicos de todos os sócios, os quais, por sua vez, têm idêntica responsabilidade perante terceiros.
· Caso não identifique individualmente todos os sócios, deve-se utilizar o aditivo “e companhia” por extenso ou abreviado, como Borges & Companhia. Se os nomes de todos os sócios estão indicados, o uso de qualquer outro aditivo está dispensado, como no caso de Borges, Sá e Gomes.
· Um aspecto nitidamente personalista da sociedade é o fato de que apenas os sócios podem ser administradores (art. 1.042).
· Como órgão da pessoa jurídica, o administrador está autorizado, na ausência de poderes especiais ou restrições contratuais, a praticar todos os atos necessários à realização do objeto. Por aplicação supletiva do art. 1.018, os administradores podem constituir procuradores ad negotia para atuar em nome da sociedade, com poderes revogáveis.
· O art. 1.043 aponta um traço distintivo da sociedade em nome coletivo da simples. Nesse tipo, o credor particular de sócio pode liquidar sua quota para realização do crédito (art. 1.026, parágrafo único). Aplica-se a mesma regra apenas para a sociedade em nome coletivo constituída por prazo indeterminado.· Na constituição por prazo determinado, o credor particular de sócio não pode, antes de a sociedade dissolver-se, pretender a liquidação da quota do devedor, embora esteja autorizado a requerer a penhora de lucros ainda não distribuídos, já que, além do amparo no art. 1.026, caput, do CC, não há empecilho para isso.
· O impedimento à liquidação da quota deixa de existir caso ocorra uma das situações previstas no parágrafo único do art. 1.043, ou seja, a prorrogação tácita da sociedade (inciso I) ou o acolhimento de pretensão por ele oposta dentro de 90 dias da prorrogação contratual (inciso II).
· A prorrogação tácita da sociedade se dá quando os sócios não iniciam a dissolução após o término do prazo de duração da sociedade, passando a funcionar por tempo indeterminado (art. 1.033, I). A segunda situação ocorre quando eles decidem pela prorrogação da sociedade com alteração contratual e arquivamento no registro peculiar. Nesse caso, o ato dilatório deve ser publicado para que os credores do sócio saibam da continuidade da pessoa jurídica, o que lhes, dentro de 90 dias, permite pleitear judicialmente o pagamento sobre a quota do sócio, justificando seu direito.
· Por fim, o art. 1.044 dispõe que as causas de dissolução de pleno direito da sociedade em nome coletivo serão as mesmas da sociedade simples (art. 1.033), com o acréscimo da hipótese de declaração de falência se a sociedade for empresária. Caso ela não seja, ocorrerá a dissolução pela declaração de insolvência (art. 1.052 do CPC/2015 c/c art. 786 do CPC/1973).
· Sócio comanditário (pessoa natural ou jurídica)
· Tem responsabilidade limitada ao valor de sua quota.
· Comanditado (apenas pessoa natural)
· Tem responsabilidade ilimitada e responde de modo subsidiário pelas dívidas sociais, como os sócios em nome coletivo
· Por aplicação do art. 1.046, que impõe a disciplina da sociedade em comandita pelas normas da sociedade em nome coletivo e da simples, nessa ordem, o contrato social também deverá seguir as cláusulas do art. 997, no que couber, e identificar cada um dos sócios, tornando pública, após o registro, a extensão da responsabilidade de cada um.
· A sociedade em comandita simples a depender da atividade por ela exercida (vide comentários ao art. 982), pode caracterizar-se como:
· Em qualquer caso, por aplicação do art. 1.046, a sociedade deverá adotar firma social e, se a sociedade for empresária, observar na formação a regra do art. 1.057.
· Como existe necessariamente um sócio de responsabilidade limitada, nem todos poderão ter seu patronímico na firma (apenas o sócio comanditado). Por essa razão, a firma social conterá ao final o aditivo “& Companhia ou & Cia”, que indica a presença dos sócios omitidos na firma.
· A administração da sociedade é privativa do sócio comanditado (art. 1.047).
· A regra é um efeito da atribuição dada a ele da responsabilidade ilimitada. O legislador visa a impedir que a limitação de responsabilidade do comanditário o estimule a obrigar a sociedade em operações arriscadas e de retorno duvidoso, levando a pessoa jurídica a um endividamento progressivo e à insolvência patrimonial, além de garantir a terceiros que a administração é exercida por quem responde ilimitadamente pelos débitos da sociedade.
· Apesar de a norma impedir que os sócios comanditários representem a sociedade, eles podem os exercer poderes de fiscalização e participar da administração interna da sociedade. Também é possível, com fundamento no art. 1.047, parágrafo único, que o comanditário seja constituído procurador da sociedade para negócio determinado (mandatário ad hoc) e com poderes especiais, não se tornando, portanto, administrador. O contrato pode impor-lhes outras restrições desde que não elimine ou restrinja direitos políticos essenciais derivados da titularidade das quotas.
· Atenção!
· O comanditário que, ultrapassando a proibição legal, negociar em nome da sociedade com terceiros ou fizer constar seu nome na firma social responderá ilimitadamente pelas obrigações sociais.
· Outra característica da sociedade em comandita simples diz respeito à resolução da sociedade em relação ao sócio comanditário e ao comanditado por morte. Para cada um existe uma solução distinta.
· No caso de morte de sócio comanditado, não há regra específica na disciplina da sociedade.
· A norma da sociedade simples que trata de resolução da sociedade por morte de sócio (art. 1.028) precisa ser aplicada subsidiariamente, ou seja, há a liquidação da quota em favor dos sucessores, podendo o contrato dispor de modo diverso. Por sua vez, no caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com seus sucessores, que designarão quem os represente (art. 1.050).
· Por fim, o art. 1.051 dispõe que as causas de dissolução de pleno direito da sociedade em comandita simples são as mesmas da sociedade em nome coletivo (art. 1.044), havendo o acréscimo da hipótese de ausência de recomposição após o decurso de mais de 180 dias de uma das categorias de sócio. Sobre tal situação, é preciso fazer alguns breves comentários.
· Apesar de a presença dos sócios de natureza distinta – comanditário e comanditado – se mostrar essencial à sociedade em comandita simples, o legislador admite, em homenagem ao princípio da preservação da sociedade e da atividade por ela desempenhada, a ausência temporária de um deles. Durante o período legal (180 dias), caso a sociedade se mantenha apenas com sócios comanditários, os sócios precisam nomear um administrador provisório, vedando-lhes a lei o exercício da administração da sociedade, sob pena de responderem ilimitadamente pelas obrigações sociais
· A sociedade cooperativa regula-se pelos arts. 1.093 a 1.096 do Código Civil (CC) em conjunto com a Lei nº 5.764/1971, que disciplina a constituição, o funcionamento e a dissolução dela. Os arts. 3º e 4º dessa lei apresentam a cooperativa como sociedade de natureza civil (atualmente, a natureza é simples) com forma e regime jurídico próprios, sem fins lucrativos e não sujeita à falência, ainda que ela exerça atividade empresária. Desse modo, a razão para o tratamento diferenciado decorre da lei especial de cooperativas.
· Embora a Lei de Cooperativas afirme que a cooperativa é uma sociedade “sem fins lucrativos”, tal característica foi afastada pelo CC. Sendo assim:
· Se a sociedade cooperativa mantivesse a finalidade puramente assistencial aos cooperados, ou seja, fosse uma “sociedade sem fins lucrativos”, não se regularia pelo livro referente ao direito de empresa, e sim pela parte geral, em que estão disciplinadas as associações (arts. 53-61).
· Ao se referir à cooperativa, a lei sempre a identifica como sociedade; como tal, os sócios almejam o lucro proveniente da atividade econômica explorada, havendo a partilha entre si dos resultados (art. 981).
· A ressalva do art. 1.093 à legislação especial não pode levar à evidente incompatibilidade de vários dispositivos do CC com a legislação especial.
· Entre as características da sociedade cooperativa arroladas no art. 1.094, situa-se a distribuição dos resultados entre os cooperados em proporção ao valor das operações efetuadas por eles com a sociedade (inciso VII).
· Assim, a cooperativa é uma pessoa jurídica de direito privado da espécie sociedade, e não da espécie associação.
· A origem das cooperativas tem relação com o aparecimento, no século XIX, do movimento cooperativista. O cooperativismo foi uma reação de trabalhadores da indústria têxtil inglesa contra as péssimas condições de trabalho e remuneratórias a que eles estavam sujeitos – em parte, advindas do êxodo rural e da grande oferta de mão de obra.
· No ano de 1844, na localidade de Rochdale, em Manchester, no interior da Inglaterra, 28 tecelões decidiram unir suas parcas economias a fim de constituir uma sociedade denominada Sociedade dos Pioneiros Probos de Rochdale, que se dedicaria à compra e à venda de artigos adquiridos por eles. O diferencial dela era a preocupação dos fundadores em não reproduzir internamente as mesmas característicasdo modelo societário da época (e até hoje vigente em sua quase totalidade), no qual o maior investidor tem o poder de controlar a sociedade, enquanto os demais sócios ficam subordinados ao seu poder decisório.
· Na elaboração dos estatutos da Sociedade dos Pioneiros Probos de Rochdale, estavam presentes valores, como honestidade, solidariedade, ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade e equidade. Tais valores passaram a ser a base para a elaboração dos princípios do cooperativismo:
· Apenas os três primeiros itens foram incorporados ao direito cooperativo brasileiro como características das sociedades cooperativas. A despeito dessa omissão, em 2012, a Lei nº 12.690, que dispõe sobre a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho, incorporou em seu art. 3º todos os atuais princípios do cooperativismo.
· Desse modo, a Lei nº 12.690/2012 fez os seguintes acréscimos:
· A preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa.
· A não precarização do trabalho.
· O respeito às decisões da assembleia.
· A participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e estatuto.
· Os arts. 1.093 e 1.096 apontam uma hierarquia entre as disposições do Capítulo VII do Subtítulo II, dedicado à sociedade cooperativa em relação à lei especial, e as disposições situadas em outros Capítulos, Títulos ou Livros do Código Civil (CC). O primeiro determina que a sociedade cooperativa se rege pelo capítulo próprio, mas resguarda a legislação especial quando o CC é omisso no mesmo capítulo.
· Desse modo, o CC não revoga a legislação especial, mas a complementa, já que a sociedade “reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo” (LEI nº 10.406, 2002). Em aditamento, o art. 1.096 determina a aplicação das disposições da sociedade do tipo simples às cooperativas apenas em caso de omissão da Lei nº 5.764/1971, ou seja, supletivamente. As características do art. 1.094, com isso, ficam preservadas.
· Descreveremos a seguir as características trazidas pelo art. 1.094:
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