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P A U L A A R A N T T E S PARE DE SONHAR, COMECE A REALIZAR APRENDA AGORA COMO APROVAR SEU PRIMEIRO PROJETO NA PREFEITURA SOZINHO @ p a u l a a r a n t t e s PASSO A PASSO DA APROVAÇÃO DE PROJETOS! https://www.instagram.com/paulaaranttes/ A HISTÓRIA POR TRÁS DESTE E-BOOK @paulaaranttes SOBRE A AUTORA Paula Cristina Pereira Arantes Engenheira Civil, Designer de Interiores, autora do Blog Toda Obra, sócia do escritório PRIMORE Engenharia & Design, e apaixonada por disseminar conhecimento. UMA BREVE HISTÓRIA Olá, meu nome é Paula Arantes, nasci em Santo Antônio da Platina, interior do Paraná, quando criança queria ser ginasta, mas como não entendia bem os nomes de cada esporte dizia querer ser trapezista e isso foi uma decepção para minha mãe...rs, porque o sonho dela era ter uma filha modelo, médica, advogada ou algo assim....rs. Meus pais sempre foram pessoas simples, que nunca saíram de nossa cidade natal, mas muito batalhadores, sempre valorizaram muito nossos estudos. Isso se deu porque meu pai perdeu os pais muito jovem e teve que trabalhar duro, era um exímio empreendedor, vendia gado, leite, produzia queijos, carneiros e o que mais o mercado pedisse naquele momento, sabia diversificar e nunca se acomodar. Minha mãe que veio de uma vida de muita batalha, pois minha avó ficou viúva após 4 ou 5 anos de casada e com 3 filhos pequenos, por conta disso minha mãe aprendeu a batalhar desde cedo, fez de tudo um pouco e nunca deixou os estudos de lado, fez magistério e se tornou professora primária, quando eu e minha única irmã já tínhamos idade para ficar parte do dia em casa sozinhas ela resolveu ir à luta mais uma vez, se formou em História e Geografia, fez especialização em educação especial e continuou sua carreira. Logo a vida não foi fácil para meus pais, e por isso eu cresci pensando que queria ganhar muito dinheiro para dar mais conforto a eles. Então em 2007 eu resolvi dar meu primeiro voo solo, meio solo...rs, fui morar com uma prima em Maringá-PR para fazer faculdade, me formei em Designer de Interiores e tinha um ótimo emprego, as coisa iam bem, e quando me formei fui transferida para a filial desta mesma empresa em Londrina-PR, onde moro até hoje, mas o trabalho no departamento de projetos embora bom não me levaria para onde eu pretendia chegar, então resolvi entrar na Faculdade de Engenharia Civil, profissão mais requisitada e bem remunerada no mercado de trabalho, e assim fiz, continuei trabalhando e estudando, Mas em 2014 o universo resolveu conspirar contra mim, ou pelo menos eu achava isso, e perdi meu pai em abril deste ano, vítima de um infarto fulminante e isso foi um grande baque na minha vida, fiquei sem muitas perspectivas. Meses depois minha mãe ficou sem emprego e eu também, e aí parecia que tudo tinha ido por água abaixo, os sonho e objetivos estavam mais distantes e perderam um pouco o sentido. E nesse momento que eu entendi que as crises acontecem para a gente se reinventar, e fui atrás de um estágio em engenharia, era a minha oportunidade de me colocar neste novo mercado. Mas a crise econômica no Brasil estava começando a mostrar suas caras e a construção civil só caindo, ninguém contratava e não tive a chance de estagiar em uma obra, fiquei apavorada. Mas como para tudo se dá um jeito nesta vida, eu tinha uma amiga engenheira civil e uma tia com um terreno, negócio fechado...rs, minha tia me pediu um projeto e minha amiga topou me ensinar, e esse foi meu estágio. Deste momento em diante me dediquei a aprender todos os tipos de projetos que eu podia, fiz cursos, busquei treinamentos online, gratuitos e pagos, enfim corri atrás daquilo que não tinha visto na faculdade como se fosse minha última chance. Em 2015 me formei, abri meu escritório de projetos, e fiz uma sociedade com meu então melhor amigo de faculdade, que hoje também leva o título de Marido....hehehe. E porque o universo fingi conspirar contra? Mas é só para a vida dar as voltas que precisa, o Fabio (sócio/melhor amigo/marido) havia estagiado durante quase toda a faculdade em diversos setores de uma grande construtora, então orçamento de obra e execução era e é a área que ele domina. E foi aí que minha carreira na engenharia realmente começou, unimos nossos conhecimentos de projeto e obra e começamos a atuar neste mercado, projetando e gerenciando obras. Neste tempo todo passamos por milhares de áreas, quem me segue nas redes sociais já deve ter me visto contar dos mais diversos nichos que já atuamos, afinal no começo da carreira é difícil conseguir clientes suficientes para atuar apenas em uma frente, então até sermos reconhecidos como especialistas damos voltas e mais voltas no mercado. E é com está experiência que pretendo ajudar você a começar sua caminhada, espero que goste deste material de apoio. Sucesso, é meu desejo a você! Sobre a autora Introdução Plano Diretor 1 – Uso e Ocupação do solo 1.1 Mapa de zoneamento 1.2 O que pode ser construído? 1.3 Taxa de Ocupação 1.4 Coeficiente de Aproveitamento 1.5 Taxa de Permeabilidade 1.6 Recuos e afastamentos 2 – Código de Obras 2.1 Vagas de estacionamento 2.2 Área mínima de cada cômodo 2.3 Área mínima de iluminação 2.4 Área mínima de ventilação 2.5 Outros parâmetros 2.6 Escalas 2.7 Prancha padrão 2.8 Padrão de calçada Projeto de Prefeitura 3 – Desenvolvendo o projeto 3.1 Planta baixa 3.2 Cortes 3.3 Implantação e cobertura 3.4 Elevação da fachada 3.5 Planta de situação 3.6 Quadro de áreas 3.7 Quadro de esquadrias 3.8 Carimbo 4 – Documentos 4.1 Matrícula do terreno 4.2 Contrato de compra e venda 4.3 Requerimento da prefeitura 4.4 ART ou RRT 4.5 Projetos plotados 4.6 Placa de Obra 4.7 Certidões 5 – Taxas 5.1 Das taxas de responsabilidade do profissional 5.2 Das taxas de responsabilidade do proprietário 5.3 Taxa de aprovação de projeto 5.4 ISS 5.5 Taxa de Habite-se Prancha Completa Conclusão ÍNDICE @ p a u l a a r a n t t e s INTRODUÇÃO "Ser o homem mais rico do cemitério não me interessa. Ir para a cama à noite dizendo que fizemos algo maravilhoso, isso importa para mim." Steve Jobs E aí o diploma está na mão, você viu um milhão de coisas na faculdade, mas colocar na prática parece uma confusão, seu cérebro não consegue organizar as informações na sequência correta e parece que um colapso está por vir? Calminha, vou te contar um segredinho, todo mundo passa por isso, e quem disse que não, ou é mentiroso ou realmente tem um grau de entendimento e inteligência que ultrapassa a normalidade. Isso acontece porque tanto na Engenharia Civil, quanto na Arquitetura o leque de opções de trabalho que podemos escolher é muito grande, e 5 ou 6 anos de faculdade é pouco para sair sabendo colocar qualquer área em prática, e eu diria que nem em uma vida toda vamos conseguir entender e atuar em todas as áreas que o diploma nos permite. Então vamos manter a calma e dar um passinho por vez! Estas profissões tem uma vantagem imensa no mercado, podemos ser autônomos, nas mais diversas áreas e ainda com um baixo investimento, ou seja, no começo da carreira com um computador, uma calculadora e um software é sim possível trabalhar de casa com um custo bem baixo. Então se o mercado não está para peixe, tudo bem, vamos aprender a pescar de outras formas, e eu te convido a começar por aqui, aprovação de projetos. Mas aí você pode me dizer, mas Paula eu não tenho clientes, tudo bem, aprovação pode ser um nicho de trabalho de prestação de serviços a outros escritórios também, você sabia que existem escritórios grandes que não fazem a planta técnica e o processo de aprovação? Pois é eles terceirizam este trabalho. E se você não tivernenhum contato para entrar neste mercado, tudo bem também, existe uma segunda possibilidade, assim que a gente se forma é sempre comum nós conseguirmos nossos primeiros clientes, e eles tem até nome, chamam-se PARENTES....kkkkk É sério, todo mundo tem uma tia, ou um primo que vai pensar em construir logo, foi assim comigo, meus dois primeiros projetos foram para duas tias, o que é maravilhoso porque a gente pode treinar o atendimento e todo o trabalho com pessoas que nos amam e vão nos apoiar, e isso é fundamental no início da carreira. Então sem mais delongas, vamos ao assunto que nos trouxe até aqui, projeto e processo de aprovação de projetos na prefeitura. Quero lembrá-los que este não é um e-book para aprender a desenvolver projetos, esse assunto vai ficar para um outro momento, neste e-book vamos tratar de forma objetiva os parâmetros para aprovar seus projetos na prefeitura. Minha ideia aqui é colaborar para o inicio da sua carreira, de forma prática e objetiva, como eu precisei lá no começo da minha, e tive uma amiga para me ajudar, agora é a minha vez de tentar dar um apoio a você. Este é um material de apoio, para quem não teve contato com aprovação de projetos durante o período de faculdade, ou para quem atuava em outra frente da engenharia ou arquitetura e resolveu se reinventar no mercado. Não se trata de um livro de engenharia aplicada e temas aprofundados, mas de um guia prático, um contato inicial com o projeto de aprovação na prefeitura. Boa sorte na sua carreira, muito sucesso e espero poder ajudar com este pequeno incentivo para começar! PLANO DIRETOR O que é? Procurei diversas explicações, sobre o que é um plano diretor, mas a que mais se aproximou do meu entendimento foi esta: “O Plano Diretor pode ser definido como um conjunto de princípios e regras orientadoras da ação dos agentes que constroem e utilizam o espaço urbano. (BRASIL, 2002, p. 40).” Este é o inicio de tudo, o primeiro documento que você deve buscar na prefeitura do município onde pretende atuar, ele contém as informações que vamos precisar verificar para que nosso projeto atenda as normas do município. Onde encontro? Geralmente ele é disponibilizado no site da prefeitura, quando se trata de uma cidade pequena, pode ser que não esteja disponível no site, então você pode ir até a secretaria de obras e solicitá-lo. 1 – Uso e Ocupação do solo O fato de uma cidade ter lei de uso e ocupação do solo significa que ela possui controle sobre a utilização de espaços e definição de atividades permitidas nela. 1.1 Mapa de Zoneamento Este é o pontapé inicial, o primeiro documento a ser verificado na hora de desenvolver seu projeto. Pode ser encontrado online no site da prefeitura, ou através de um arquivo fornecido pela secretaria de obras. Na minha região ele tem estas duas formas de apresentação: Neste modelo você precisa apenas digitar o endereço do terreno o qual vai desenvolver o projeto e ele já informa a qual zoneamento ele pertence, e todos os parâmetros que precisam ser analisados para este. Zoneamento fácil – pesquisa de zoneamento no site da Prefeitura de Londrina - PR. Zoneamento fácil – quando você clica sobre o terreno pesquisado ele fornece os dados do mesmo. Quando você clica em mais informações como destacado na imagem, tem acesso a lei de uso e ocupação do solo daquele zoneamento e outras informações necessárias sobre aquele terreno. Claro que estou levando em consideração o sistema da minha cidade, porém, embora possam ser diferentes de uma cidade para a outra, este sistema costuma ser bem simples e intuitivo na hora de pesquisar. Quer conhecer o sistema de Londrina – PR http://zoneamentofacil.londrina.pr.gov.br/ Informações de Zoneamento– Pesquisa de zoneamento da Prefeitura de Londrina – PR. http://zoneamentofacil.londrina.pr.gov.br/ Pesquisa de zoneamento offline: Neste modelo não é tão simples, é preciso localizar no mapa a região exata onde o terreno se encontra, e então, para descobrir a qual zoneamento ele pertence, buscá-lo através da cor na legenda, e a partir dai pesquisar o documento que apresenta os Parâmetros Urbanísticos daquele zoneamento. Mas não precisa se preocupar, agora que já aprendemos a descobrir em qual zoneamento o terreno se encontra, vamos para a segunda etapa, que é saber quais informações precisamos verificar na lei de uso e ocupação do solo, quais são os parâmetros urbanísticos que vão influenciar no projeto em questão. Mapa de Zoneamento – Pesquisa de zoneamento da Prefeitura de Cambé – PR. 1.2 O que pode ser construído? Nesta etapa você vai consultar no documento Uso e Ocupação do Solo, do seu munícipio, tudo o que é permitido construir naquele zoneamento, nesta verificação vai analisar se trata-se de edificação comercial, industrial, residencial, ou mista, vai verificar também se a edificação será unifamiliar ou multifamiliar, horizontal ou vertical, enfim analisar se a edificação a qual pretende construir naquele terreno é permitida para aquele zoneamento. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo. Visto isto, vamos a segunda analise, o terreno atende a metragem mínima permitida para este tipo de edificação? Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo. Ex.: Um terreno 750m² onde o zoneamento permite que a metragem mínima do lote seja de 360m², pode ser construído duas edificações, subdividir o lote e ainda assim atingir as exigências do zoneamento. Vimos que o terreno pode ser dividido neste exemplo de acordo com a metragem, agora vamos para outra analise, a frente mínima do lote, isto também dever ser verificado se ao dividir o terreno conseguimos ter duas frentes com pelo menos a metragem mínima exigida para lotes neste zoneamento, sem esquecer que terrenos em meio de quadras e esquinas possuem diferenças, fique atento. Em caso de edificações verticais ainda neste tópico é preciso verificar o numero máximo de pavimentos ou altura junto as divisas de lotes que o zoneamento permite. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo 1.3 Taxa de Ocupação Trata-se da porcentagem máxima que a projeção da edificação pode ocupar no terreno, o cálculo dele é feito da seguinte forma: TO = Área total do primeiro pavimento + área excedente dos outros pavimentos x 100 Área total do lote Imagem retirada da internet O resultado não pode ultrapassar a porcentagem máxima permitida pelo zoneamento, ou seja, deve ser inferior ou igual a Taxa de ocupação máxima do lote. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo Ps.: Se o pavimento superior for idêntico ao inferior, ou seja, nenhuma projeção dele ultrapassar a construção do primeiro pavimento, usamos apenas a área do pavimento inferior para este cálculo. 1.4 Coeficiente de Aproveitamento Esta precisa da verificação sobre o mínimo, o básico e o máximo, ou seja, o mínimo ou o máximo que você pode aproveitar levando em consideração a metragem do lote CA = Área construída total Área total do lote O resultado não pode ser menor que o mínimo apresentado e nem exceder ao coeficiente de aproveitamento máximo. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo. Ps.: Para verificar a metragem máxima de construção permitida, levando em consideração a metragem do lote, é preciso fazer o seguinte cálculo: Área de construção = (C.A.) * (Área do lote) 1.5 Taxa de Permeabilidade Trata-se do valor mínimo obrigatório de área permeável que deve ser deixada no terreno, esta é a parte do terreno que permite que as águas pluviais sejam absorvidaspelo solo. Este valor também vai ser apresentado no documento da lei de uso e ocupação do solo, e dever ser verificado no projeto, calculado e atendido. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo. 1.6 Recuos e Afastamentos Por último, mas tão importante quanto os outros, devemos verificar se os recuos e afastamentos atendem os exigidos pelo zoneamento. Recuo frontal é a distância entre o alinhamento predial até o início da edificação, afastamentos são as distâncias entre a edificação e a divisa do lote. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Uso e Ocupação do Solo. Obs.: Em edificações sem aberturas laterais, a edificação pode ser encostada ou possuir menor afastamento lateral, a não ser em casos específicos que sejam citados no documento de Uso e Ocupação do Solo, ou documentos complementares do município ou ainda documentos do condomínio onde a edificação será construída. ANOTAÇÕES 2 – Código de Obras O código de obras é o documento que estabelece normas para a elaboração de projetos e execução de obras e instalações. 2.1 Vagas de estacionamento De acordo com o tipo de obra que você vai projetar, é necessário verificar o número mínimo de vagas de garagens exigidas no código de obras, este número deve ser encontrado em forma de tabelas como está do exemplo abaixo: Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Código de Obras. 2.2 Metragem mínima dos cômodos Trata-se do valor mínimo em metros quadrados exigidos para cada ambiente, este valor é encontrado em uma tabela, junto com outros parâmetros que vamos explicar abaixo. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Código de Obras. 2.3 Área mínima de iluminação É o mínimo necessário de luz natural para que aquele ambiente seja confortável do ponto de vista técnico, assim ele deve ser calculado também de acordo com as informações encontradas em uma tabela apresentada no código de obras da sua cidade. Geralmente apresentado em forma de fração como na tabela de exemplo abaixo. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Código de Obras. 2.4 Área mínima de ventilação Assim como a área de iluminação outro item extremamente importante para analisarmos é a área de ventilação de cada ambiente, ela deve ser calculada de acordo com a metragem de cada ambiente, e atender ao menos o valor mínimo para cada ambiente apresentado na tabela já citada. Também é apresentado em forma de fração e deve ser calculado de acordo com a medida do ambiente que você está projetando. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Código de Obras. 2.5 Outros parâmetros Ainda nesta tabela que estamos citando, é necessário fazer mais duas verificações, a altura mínima do Pé direito, ou seja, a altura mínima exigida para cada ambiente e a necessidade de revestimentos, alguns ambientes como banheiro e cozinha exigem revestimentos para proteção de áreas molhadas, eles podem ser exigidos só no piso, ou no piso e na parede. Lembrando que você deve buscar a tabela no código de obras da cidade onde pretende aprovar o projeto, e buscar pela tabela referente ao tipo de obra que você está projetando. Exemplo de parte das informações apresentadas no documento Código de Obras. 2.6 Escalas Ainda no código de obras vamos encontrar detalhes de apresentação do projeto para a prefeitura como as escalas exigidas para cada desenho na prancha, e este detalhe também é fundamental para a aprovação do seu projeto. Algumas prefeituras são rigorosas quanto a este detalhe, outras permitem que você escolha uma escala adequada, mas em ambos os casos, planta baixa e cortes costumam ocupar a maior parte da prancha, já plantas de situação e cobertura possuem escalas menores. 2.7 Prancha padrão Outro item que pode ser fornecido ou não pela prefeitura da qual você vai aprovar seu projeto, as que possuem um modelo padrão disponibilizam o mesmo em um arquivo dwg., e não aceitam pranchas que não sejam a fornecida por eles e preenchida com os dados do seu projeto. As que não possuem modelo padrão costumam apresentar no código de obras por escrito aquilo que exigem que seja apresentado no carimbo. 2.8 Padrão de calçada Quase todas as cidades já possuem e muitas estão implantando um modelo padrão para as calçadas, isto é importante pela questão de permeabilidade, uma vez que estes modelos costumam possuir uma faixa de grama que ajuda a percolação de águas pluviais, e também pela acessibilidade, já que estes modelos adotam no seu padrão a faixa de piso tátil. Este modelo deve ser fornecido pela prefeitura municipal, ele pode estar anexo ao código de obras ou em um documento a parte no site da prefeitura, com o nome de padrão de calçada ou similar. Segue abaixo exemplo de modelo usado em algumas cidades: Exemplo de padrão de calçada. ANOTAÇÕES 3 – Desenvolvendo o projeto 3.1 Planta baixa O mais importante é fazer uma apresentação caprichada, desenhos bem feitos, informações claras e nada de poluição visual. Mas quanto aos itens que precisam constar na planta baixa: - Cotas internas e externas: Conforme o exemplo, nós adotamos o padrão de numeração interna para representar a medida das paredes internas, e cotas para apresentar as medidas externas, o fundamental é que qualquer medida que seja necessária possa ser encontrada de alguma forma na sua planta, e que todas esteja apresentadas de forma bem clara para que não ocorra confusão. - Nomenclatura, pisos e área dos ambientes: É fundamental identificar cada ambiente, bem como colocar sua área e tipo de piso que será usado no mesmo, isso também facilita na hora de identifica-los no corte. Projeto de Prefe itura - Níveis: São dois tipos de níveis que devem ser apresentados, o nível da construção, ou seja o nível em qual cada ambiente deve ser construído e o nível do perfil natural do solo, ou seja em qual nível aquele terreno se encontra antes da edificação, está informação geralmente é fornecida pela loteadora, mas em alguns casos é necessário contratar um topógrafo para tirar este níveis. NOTA: Lembre-se quem vai corrigir seu projeto precisa entendê-lo como se ele mesmo o tivesse desenvolvido. Ex.: Planta baixa 3.2 Cortes O que faz de um corte bom é ele se apresentar de forma que possa ser completamente compreendido, e que passe por o máximo possível de portas, janelas, desníveis e todos os detalhes que precisam ser cotados na vertical. São necessários no mínimo dois cortes em cada projeto, um horizontal e um vertical, caso julgue necessário pode apresentar mais cortes para que seu projeto tenha maior entendimento. - Cotas internas e externas: Como no exemplo abaixo, elas devem indicar todas as alturas, de portas, janelas, peitoris, pés direito, platibandas, e o que mais for necessário ser cotado na vertical. - Nomenclatura dos ambientes: Assim como na planta baixa os ambientes precisam de nomenclatura para a perfeita identificação dos ambientes. - Níveis: Os níveis internos devem ser apresentados nos cortes, bem como foram apresentados na planta baixa. - Telhados: Nos cortes é necessário indicar o tipo de cobertura a ser executado, isso incluí desenhos, tipo de telha, inclinação da cobertura, além de locação de calhas e rufos. Ex.: Cortes 3.3 Implantação e cobertura Trata-se do desenho o qual deve apresentar como a edificação está locada dentro do lote. Em projetos pequenos usamos a mesma apresentação para mostrar o telhado. - Cotas: A planta deve ser cotada de forma a apresentar a posição da edificação dentro do lote, nisto cabe incluir as distâncias de recuos, frontais, laterais e posteriores.- Nomenclatura: Assim como nos cortes a planta de cobertura deve apresentar a posição da caída da água, tipo de telha e inclinação adotada para a mesma. - Áreas permeáveis: Estas devem ser representadas através de hachuras, com nomenclatura e área da mesma. - Cortes: É fundamental que as linhas de cortes sejam apresentadas também na planta de cobertura para a compatibilização entre os desenhos. - Níveis: A planta de cobertura deve ainda apresentar os níveis de acordo com o perfil natural do solo. Ex.: Locação e cobertura 3.4 Elevação da fachada A elevação da fachada é fundamental para a completa interpretação do projeto, em hipótese alguma ela deve ser cotada. É importante apresentar neste desenho todos os detalhes de acabamentos. Ex.: Elevação da fachada 3.5 Planta de situação Está apresenta o lote ao qual se pretende edificar, entre todos os lotes existentes naquela rua. - Identificação: Deve identificar e destacar o lote a ser edificado, bem como os lotes ao entrono do mesmo, a quadra a qual ele pertence e ruas próximas. - Norte: É necessário apresentar o norte de acordo com a localização do lote. - Cotas: É preciso cotar o lote, bem como a distância entre ele e a esquina mais próxima. Ex.: Planta de situação 3.6 Quadro de áreas Também conhecido como memorial de cálculos, o quadro de áreas deve apresentar todas as áreas edificas e áreas permeáveis, bem como seus devidos cálculos. Ex.: Quadro de áreas 3.7 Quadro de esquadrias Este deve apresentar todas as esquadrias existentes na edificação, assim como suas nomenclaturas, materiais, medidas e áreas. Ex.: Quadro de esquadrias 3.8 Carimbo O carimbo é fundamental para completar o projeto, ele deve ser desenvolvido de acordo com o padrão apresentado no código de obras da cidade, caso a sua não possua um modelo padrão, adote um bem completo. - Informações: Todas as informações do proprietário e profissional devem constar no carimbo, assim como todas as áreas, taxa de ocupação, de permeabilidade e coeficiente de aproveitamento, além da planta de situação e endereço da obra. Ex.: Carimbo Ex.: Exemplo de pranchas padronizadas de Cambé PR e Londrina PR: http://www.cambe.pr.gov.br/site/estruturamunicipal/obras/documentos/doc_details/2428-carimbomodelo.html http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=511&Itemid=627&limitstart=4 http://www.cambe.pr.gov.br/site/estruturamunicipal/obras/documentos/doc_details/2428-carimbomodelo.html http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=511&Itemid=627&limitstart=4 ANOTAÇÕES 4 – Documentos Os documentos são tão importantes quando o projeto em si, devem ser apresentados exatamente como solicitados no código de obras, algumas prefeituras exigem apenas os documentos padrão como os que vamos apresentar abaixo, mas verifique no código de obras da sua cidade quais são as exigências para o perfil da obra que você está projetando. 4.1 Matrícula do terreno - Matrícula atualizada do terreno, está deve ser solicitada pelo cliente, ao cartório de registro de imóveis onde o terreno está devidamente registrado, ela deve ter data de menos de 30 dias. 4.2 Contrato de compra e venda - Apenas em caso de terrenos não quitados, quando o lote for financiado é preciso apresentar também a cópia do contrato de compra e venda. 4.3 Requerimento da prefeitura - Quando solicitado, a prefeitura fornece o modelo de requerimento de aprovação a ser preenchido e apresentado junto ao projeto. 4.4 ART ou RRT - ART ou RRT de projeto arquitetônico e execução, ambas precisam ser apresentadas, devidamente assinados pelo cliente e responsáveis técnicos. Quando a construção for maior que 100m², também é solicitado ART ou RRT de projetos complementares (hidrossanitário, elétrico e estrutural). 4.5 Projetos plotados - Geralmente são solicitadas 3 vias dos projetos plotados, mas isso pode mudar de uma prefeitura para a outra. 4.6 Placa de obra - Algumas prefeituras apresentam um modelo padrão, ou ao menos suas exigências para com o que deve conter na placa, mas é obrigatório ter placa de identificação profissional em toda obra. Caso sua prefeitura não tenha um padrão, adote um modelo bem completo, e aproveite esta brecha para divulgar o seu trabalho. Ex.: Placa de obra D i c a - U m a p l a c a b e m e l a b o r a d a e c o m i m a g e m b o a , e x p r e s s a o c a p r i c h o e a c o m p e t ê n c i a d o p r o f i s s i o n a l . a l é m d e s e r u m ó t i m o m a r k e t i n g ! 4.7 Certidões - Podem ser solicitadas ainda certidão negativa de débitos do profissional com a prefeitura, do proprietário e do terreno, estes podem variar de um município para o outro. ANOTAÇÕES 5 – Taxas Tanto na hora de desenvolvermos o orçamento, quanto para passar mais tranquilidade ao cliente, é fundamental estarmos a par de todas as taxas que são de responsabilidade do profissional e também as que são de responsabilidade do proprietário. Obviamente cada escritório trabalha da maneira que acha mais coerente, vou apresentar para vocês o padrão que eu adotei e tem funcionado para o meu escritório. 5.1 Das taxas de responsabilidade do profissional - CREA ou CAU: Para poder atuar é necessário manter sua licença em dia. - Alvará de autônomo ou da empresa: A grande maioria das prefeituras exige que você, seja como autônomo ou empresa, mantenha um cadastro com pagamento de taxa de ISS anual para que possa atuar naquele município, está certidão geralmente é solicitada para atestar que você está em dia com o município no momento da aprovação do projeto. Procure a secretaria municipal da sua cidade e veja a necessidade e custos de se cadastrar. Obs.: Estamos citando aqui apenas as taxas e impostos referentes a aprovação de projetos, outras taxas e impostos do escritório devem ser vistas junto ao seu contador. 5.2 Das taxas de responsabilidade do proprietário - Custos de ART ou RRT: você vai definir se estás taxas devem ser pagas pelo seu escritório e incluídas no seu orçamento, ou se prefere repassar para que o cliente pague, o importante é estar ciente dos custos e repassar a informação ao seu cliente. 5.3 Taxa de aprovação de projeto - O valor desta taxa deve ser verificado junto a secretaria de obras do seu município, a mesma costuma disponibilizar uma tabela, com os referentes preços anuais, de acordo com o tipo de edificação e por m², assim fica fácil calcular e passar para seu cliente uma estimativa bem aproximada destes custos. 5.4 ISS - Imposto sobre serviço da obra, este é o imposto que a secretaria municipal calcula e emite, na maioria dos municípios, no final do ano para todas as obras, o mesmo é enviado diretamente ao proprietário. 5.5 2.1 Taxa de Habite-se - Assim como a taxa de aprovação, pode ser encontrado em uma tabela na secretaria de obras, com valores referentes por tipo de edificação e por m². P R A N C H A C O M P L E T A ANOTAÇÕES Ao final deste e-book preciso mais uma vez, elucidar aos leitores, que este não se trata de uma literatura técnica, mas sim, com caráter de instrução, assim cada profissional dever buscar o código de obras e lei de uso e ocupação do solo do município onde pretende atuar para se informar sobre possíveis alterações sobre o que aqui foi apresentado. Busque informações junto a secretaria de obras, existem lá profissionais aptos a tirar suas dúvidas. Sem mais delongas, gostaria de agradecer por ter confiado no material que estou disponibilizando, e espero que ele possa ser de grande ajuda a você que acabou de ser formar ouestá se reinventando no mercado. Minha ideia foi sempre ser a mais clara e objetiva possível nestas informações, e espero ter atendido as expectativas. Me conte o que achou deste e-book, sua opinião é muito importante para mim, envie seus comentários para: paula.aranttes@gmail.com Um grande abraço e muito sucesso na sua carreira! CONCLUSÃO @ p a u l a a r a n t t e s “COMECE ONDE VOCÊ ESTÁ. USE O QUE VOCÊ TEM. FAÇA O QUE VOCÊ PODE.” Arthur Ashe OBS.: Todas as imagens e referências adotadas neste e-book são da internet e do plano diretor da região onde eu atuo. Cada profissional deve buscar as informações referentes a sua região, nas informações, leis e referencias de seu município podem constar, mais exigências ou exigências diferentes. Cada tipo de edificação exige apresentações e documentações específicas, busque estas informações junto a secretária de obras da sua cidade. Este E-book está sendo disponibilizado com o intuito orientativo, isentando a autora de quaisquer responsabilidade pela aprovação de seu projeto junto aos órgãos públicos competentes. Paula Arantes é formada em Engenharia Civil, formada também em Design de Interiores, atua na área desde 2007, e hoje é autora do Blog Toda Obra, sócia do escritório de arquitetura, engenharia e design PRIMORE Engenharia & Design, na cidade de Londrina - PR, além disso é uma apaixonada por disseminar conhecimento. UM POUCO MAIS SOBRE A AUTORA @ p a u l a a r a n t t e s https://www.instagram.com/paulaaranttes/
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