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ALUNO/A: VANESSA DA COSTA PATRICIO RA: 8086745 CURSO: EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA RELATÓRIO FINAL DAS PARTICIPAÇÕES EM SALA DE AULA ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO (SUPERVISIONADO) PORTO ALEGRE RS Relatório final apresentado ao Claretiano – Centro Universitário como requisito obrigatório de Conclusão do Componente de Estágio Curricular Obrigatório (Supervisionado), do Curso de Graduação em Educação Física - Licenciatura. Profa/Supervisora (Claretiano):Kelly dos Reis Canavez Supervisor/a do local de estágio: Rinaldo Ribeiro Silva e Daniel Pires Período: de agosto de 2022 a junho de 2023. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo relatar e formular uma análise das observações, participações e atividades desenvolvidas ao longo do período de Estágio Supervisionado inerente ao curso de Graduação em Educação Física – Licenciatura do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, o qual teve a finalidade de complementar minha formação docente. O Estágio Supervisionado me proporcionou uma experiência acadêmica vivenciada no cotidiano escolar, e me permitiu estabelecer relações entre a teoria e a práxis pedagógica. Durante o período de estágio nos anos finais do Ensino Fundamental II, vivenciei muitas experiências que agregaram meus conhecimentos adquiridos ao longo do período de curso. Aprimorei-os ao longo das práticas em sala de aula, e com isso, estabeleceram-se valorosas relações de trabalho, entre alguns colegas professores. Com as contribuições destes profissionais, além das metodologias empregadas por cada um deles, o pensamento crítico- reflexivo e o hábito da auto avaliação, aprendi valores éticos e humanos. Desenvolvi com estes, uma relação de parceria e admiração, o que tornou o processo de aprendizagem leve e muito prazeroso, a partir de componentes motivacionais, relacionais e didáticos. Ao longo do período de estágio no Ensino Médio, me deparei com outra realidade, ao acompanhar a rotina de trabalho do professor com adolescentes. O cotidiano foi permeado por grandes desafios, tanto relacionados à convivência como também relativos ao desinteresse dos alunos pelas aulas de Educação Física, que perderam seu espaço para o uso de aparelhos digitais, resistência às práticas corporais, mudanças físicas e psicológicas, a sexualidade e também pelo fato de alguns alunos já serem trabalhadores formais ou informais. O Estágio Curricular nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio se consolidam como uma grande oportunidade de prática profissional, fortalecendo a minha motivação em aprimorar sempre, as habilidades necessárias ao exercício da docência. Ao manter-me motivada, terei condições mais favoráveis para estimular a motivação dos estudantes, dirigir e mobilizar as ações com entusiasmo. Vigotski (1896- 1934), aponta que a cognição se origina na motivação. Diante disso, mais do que transmitir conteúdos devemos motivar nosso alunado, para proporcionar um aprendizado significativo. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Identificações do Local (dados da Escola) Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro II – Alvorada/RS Responsáveis: Rinaldo Ribeiro Silva e Beatriz Coelho Escola Pública Escola Estadual de Ensino Médio Mário Quintana – CAIC Responsável: Daniel Pires Escola Pública 2.2 Dados das turmas vivenciadas Escola Municipal Ensino Fundamental II (8º e 9º anos – Educação Física) Escola Estadual Ensino Médio (1º, 2º e 3º anos – Educação Física) 2.3 Atividades Desenvolvidas O período de estágio nos anos finais do Ensino Fundamental iniciou-se com minha apresentação para as turmas, por parte da professora titular. Desde então, minhas observações ocorreram em quadra, onde eram trabalhadas as regras do Handebol: esquema 6X1 e 4X2X1, descrição detalhada sobre a formação dos times e explanação sobre suas posições em jogo. Treino tático e barreira, jogadas de avanço/ recuo, passada de bola, troca de posições, cobrança de pênaltis, posicionamento tático (goleiro, armador, pivô, duplas de laterais esquerdo e direito), tiro de 7 metros, desenvolvimento e ritmo de jogo. Após as práticas, as turmas retornavam para a sala de aula, onde ocorriam feedbacks sobre o desempenho e reforço do esquema tático. Nas aulas que sucedem, eram feitos combinados com a turma em relação ao engajamento nos treinos, e eram retomados com os alunos os métodos avaliativos que seriam empregados na prova prática. A recapitulação das regras e troca de posição eram abordadas a cada aula, inclusive em modo infinito. A professora também chama a atenção para os alunos faltantes. A proposta avaliativa consistiu em uma partida de handebol, onde a mesma seria arbitrada a cada gol, por um integrante de uma das equipes. A troca da arbitragem foi feita à critério da professora. Ao árbitro cabe a execução das regras do esporte, trabalhadas ao longo do trimestre. Em quadra foi realizada a avaliação individual e times, assim como o desempenho do árbitro na partida, e sua postura em relação à dinâmica de jogo, esquema tático e aplicação das regras, pontuado conforme critérios estabelecidos pela professora. Os alunos também seriam avaliados pela participação no Desfile Cívico de 7 de Setembro e mediante a entrega de trabalhos, com a temática alusiva ao Dia da Consciência Negra. Nos 9º anos, seguem paralelamente, a organização da Comissão de Formatura, votação para Professores e Funcionários Homenageados, escolha do Orador por turma e também a convocação dos pais/responsáveis para tratar das questões relativas à caixinha de formatura das turmas. Ao longo da temática do Handebol, apenas me dispus a observar e auxiliar a professora mediante sua solicitação, em se tratando de separar/ organizar materiais, arbitrar ou corrigir algum posicionamento incorreto, visto que os alunos estavam em preparação para realizar a prova trimestral de avaliação de maneira prática. Minhas participações ocorreram quando a modalidade esportiva trabalhada foi o Voleibol. As práticas do Vôlei iniciaram com sistema de jogo em rotação simples, onde participei em quadra, jogando e demonstrando os movimentos básicos e a movimentação ao longo da dinâmica da partida. No início do trimestre que seguiu, foi trabalhado o Voleibol com sistema 5X1 e infiltração, além dos movimentos básicos: toque manchete, saque e rotação. Foi organizado um torneio interclasse como forma de avaliação, a Copa Dom Pedro, onde os alunos foram avaliados pela participação nos treinos e seu engajamento durante a prática do esporte. Além destes conteúdos, a Diversidade (enfoque em jogos africanos) e as Danças Africanas. Essa temática culminou em uma apresentação à Comunidade Escolar, alusiva ao Dia da Consciência Negra, como forma de avaliação. As turmas foram divididas em dois grupos, um deles desenvolveu, confeccionou e apresentou os jogos africanos no dia do evento, além de cartazes expositivos que compuseram a Mostra Cultural. Enquanto isso, o outro grupo fez a apresentação de dança. A professora define o Maculelê como temática, e me deixa a cargo o planejamento e execução desta parte do projeto. Ao longo do trimestre, as aulas foram intercaladas entre os treinos de voleibol e os ensaios/produção de conteúdo. A partir de então, inicia-se meu período de regência. Diante deste grande desafio, iniciei minhas pesquisas e me apropriei dos conteúdos a serem apresentados às turmas. Foram ao todo 32 integrantes entre 8º e 9º anos, que optaram pela dança. Através de conteúdos midiáticos, realizei uma aula expositiva com vídeos e músicas transmitidos através da lousa digital. Abordei sobre a história do Maculelê e sobre as lendas que o circundam. Trata-se de uma luta ritmada, executada com grimas, que contém elementos da capoeira. O ritmo é marcado pelo som de tambore das grimas, que devem estar alinhados ao compasso. Num primeiro ensaio com as turmas, apresentei os recursos necessários e me surpreendi com a dificuldade de muitos alunos em marcar o compasso. Além disso, trouxe um tambor para que os alunos tivessem contato com o instrumento, o que gerou uma certa apreensão inclusive por alguns pais, que associaram a Dança Africana ao Culto de Matriz Africana. No enfrentamento destes pré-conceitos, realizei parcerias com colegas das demais áreas para propagar os conhecimentos acerca das Danças Africanas. Isso despertou o interesse e a curiosidade de muitos alunos, que compartilhavam a ideia de que se tratava da ritualística de Matriz Africana. Muitos deles, inclusive, manifestaram seu desejo em participar. Em relação aos integrantes do projeto, além da timidez, os principais obstáculos encontrados foram as questões relacionadas à coordenação motora, ritmo, lateralidade e memorização dos passos coreográficos. Iniciei com a proposta de uma coreografia mais elaborada, e fui simplificando à medida que observava o desenvolvimento da atividade, pois conclui que diante de uma coreografia com formação mais simples, os alunos teriam maior segurança em sua execução. Investi em movimentos simples de giro e simulação de combate, com formação marcada e ritmada. A proposta da caracterização e pintura corporal também foi aceita pelos alunos, e a escola disponibilizou os materiais necessários. Ao tratar o Maculelê como uma luta, ao invés de uma dança, elevou o interesse dos alunos, que aceitaram a proposta de simular a lenda de Maculelê. O desfecho, após algumas semanas de ensaio, culminou em uma apresentação que marcou a vida dos alunos de maneira positiva. Devido ao número de integrantes e o tempo dispensado aos ensaios, não foram executados movimentos de elevado padrão técnico, mas sim, um momento de superação e orgulho, onde todos foram aclamados pela Comunidade Escolar e membros da Secretaria de Educação do município, que prestigiaram o evento. O propósito foi alcançado, no que tange a elevação da autoestima, confiança, valorização das habilidades e também da Cultura Negra. Finalizando este período incrível, realizamos em parceria com os colegas da área, o torneio interclasse – Copa Dom Pedro, com grande participação dos alunos. As turmas foram separadas por ano e divididas por chaves. As modalidades disputadas foram o Lance Livre (Basquete), Embaixadinhas, Futsal, Newcon e Voleibol. Com o apoio de todos os professores, nos revezávamos na organização das turmas, na arbitragem e houve colegas que organizaram torcidas, vibrando junto com seus alunos a cada partida. Ao final, realizamos a cerimônia de Entrega de Medalhas aos campeões de cada modalidade e também foi concedida Medalha de Participação a todos os alunos inscritos. Foram dias muito intensos, de trabalho árduo e grande aprendizado. O período de Estágio no Ensino Médio iniciou-se com a observação das relações entre os alunos e professor-aluno. A dinâmica das relações entre as turmas é distinta. Os 1º anos são voláteis, turbulentos e conflituosos, tornando o ambiente das aulas extremamente extenuante, já que praticamente toda aula se faz necessária uma intervenção, a fim de sanar algum conflito entre os alunos. Inclusive, presenciei uma discussão entre professora e aluna, onde a supervisão da escola precisou intervir. Conflitos relacionados a sexualidade, namoros e relações interpessoais foram observados entre as alunas, enquanto os meninos apresentavam entrosamento, porém em pequenos grupos separadamente. Haviam os grupos que se interessavam pelo futebol, outros pelo voleibol e outros ficavam simplesmente agrupados envolvidos com aplicativos de conversa online, vídeo e pequenas rodas de conversa. Nos 2º anos, a dinâmica das relações observadas é oposta. Encontrei uma turma alinhada à prática do Voleibol, onde poucos alunos não se interessavam por quaisquer das práticas oferecidas ao longo das aulas. Em uma das turmas (T. 210), alguns alunos tinham interesse pelo basquete. A bola pertencia a um aluno, que em todas as aulas levava o item para jogar com os colegas, pois não havia na escola uma bola disponível (as bolas de basquete, segundo o professor, haviam sido danificadas pelos chutes dos alunos). Já os 3º anos, possuíam uma apatia proeminente, pouco interagiam entre si e com o professor, e tampouco praticavam alguma atividade ao longo das aulas de Educação Física. Permaneciam no pátio, em rodas de conversa ou simplesmente vagando pelos espaços em duplas ou trios. A abordagem do professor consistia em agrupar os alunos em quadra e entregar-lhes uma bola de futebol e outra de vôlei, deixando livre o período das aulas. Quando apresentava alguma proposta, a mesma se tratava de alongamento, enfrentando muita resistência dos alunos, que executavam os movimentos básicos com alguma dificuldade motora, entre as observadas estão o equilíbrio, a lateralidade, e a flexibilidade. Nenhuma outra proposta foi apresentada pelo professor ao longo do período de estágio, e o mesmo mostrou-se introspectivo durante a maior parte do período em que convivemos durante esta experiência. Apenas nas semanas finais, iniciamos uma relação de trabalho, mas nada concreto em relação a projetos ou planejamento. Em verdade, ele apenas me deu “carta branca” caso eu quisesse realizar alguma atividade com os alunos, sem nenhuma sequência didática do trabalho que ele desenvolvia, tampouco alguma orientação sobre a organização do trabalho entre os professores da área. A meu ver, cada um desenvolvia seu trabalho de forma individual, sem as trocas necessárias para desenvolver um trabalho consistente e alinhado. Constatando que o contexto deste alunado é imerso na internalização de sentimentos negativos, parti do princípio Freudiano da Transferência. Este termo não se restringe apenas ao campo da Psicanálise, mas permeia os diversos campos das relações. Freud (1856 – 1939) aponta que uma relação de confiança e valorização do conhecimento, da revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afetividade. Becker (1997, 111 – 112) afirma que, para constituir uma identificação simbólica é necessário desenvolver no adolescente sua posição discursiva, e assim evidenciar que o professor não é apenas um transmissor do conhecimento, mas considera cada aluno individualmente. Tratei de apresentar-me como estudante, para criar nos alunos um sentimento de identificação. Que meu propósito diante da experiência era aprender com cada um deles. Nessa inversão de papéis, cada aluno seria meu professor, e desde o início me mostrei atenta e receptiva à suas falas, anseios, sentimentos, perspectivas e ideias. Com exceção dos alunos do 3º ano, se mostraram receptivos e curiosos, e assim iniciamos nossa relação professor – aluno – professor, apenas com transferências positivas e sem enfoque aos conflitos. Uma prática comum ao Ensino Médio com a bola de vôlei era o “03 corta”, e não o vôlei como esporte da escola, praticado em quadra com regras pré-estabelecidas. Após algumas semanas de observação, iniciei minha participação com as turmas, jogando com eles. Em relação aos movimentos básicos do vôlei, como a manchete, o saque, o toque e o corte, percebi a total falta de técnica e manejo com a bola, onde os alunos jogavam pelo simples prazer em atingir o colega. Além disso, a falta de empatia e as críticas constantes, intimidavam muitos colegas que se negavam a jogar pelo medo de serem subjugados pelos colegas que se consideravam “habilidosos”. O esquema era sempre igual: meninos jogavam em parceria para atingir as meninas. Ao longo das participações, meu trabalho era incentivar as meninas e estimular sua participação e autoestima, deixando claro que estávamos em aprendizado e que tecnicamente os meninos não apresentavam um bom desempenho. Com isso,alguns meninos inclusive, optaram por não mais jogar ou buscaram os outros meninos pra jogarem futebol. Gradativamente, tratei de corrigir amistosamente os movimentos básicos durante o jogo, inclusive propondo desafios cada vez maiores, como por exemplo, o “10 corta”. Dessa maneira o jogo foi ganhando mais adeptos, os alunos começaram a adquirir confiança e houve uma grande melhora em relação à autoestima e à persistência em aprender uma nova habilidade, já que sempre houve o diálogo sobre o tempo necessário ao aprendizado de cada um. Em relação à regência levei em consideração a preferência dos alunos, onde a maioria elegia o vôlei como sua prática favorita. Pensei em apresentar-lhes o handball e até mesmo o tênis, porém na escola não havia os recursos necessários à tais práticas. Apresentei a proposta de jogarmos em quadra, para termos uma vivência das dimensões da mesma, da altura da rede e os movimentos de rotação inerentes à modalidade. Num primeiro momento houve apreensão por parte de alguns meninos, habituados a jogar em um espaço reduzido, equivalente a uma quadra de mini-vôlei sem regras. Aliás, a cada partida era iniciada uma discussão diferente, pois empregavam o pouco conhecimento das regras no time adversário e não aceitavam quando o adversário fazia o mesmo. Percebi uma grande dificuldade de organização, na formação dos times e também na definição das posições. Citando o exemplo, alguns meninos queriam apenas sacar alegando que não gostavam de jogar na rede. Utilizei o mesmo planejamento com todas as turmas as quais fui regente, inclusive, em duas turmas, haviam dois alunos com necessidades especiais – os quais participaram ativamente das aulas, interagindo com os colegas de maneira satisfatória. Jogando primeiramente num espaço sem a rede, mas usando a linha do meio da quadra como demarcador. Numa adaptação do Newcom, apresentei o posicionamento em quadra, o movimento de rotação e o passe. Apitando a partida, fui surpreendida com a adesão dos alunos a essa nova proposta, sendo necessário o revezamento dos times a cada 5 pontos marcados. Estimulando a rápida organização dos mesmos, orientei que os times já escolhidos se posicionassem ao lado da quadra, para assumirem rapidamente a posição do time perdedor da partida. Além das regras previamente explicadas, foi vetada a crítica aos colegas e a atividade ocorreu de forma leve e divertida, sendo irrelevante o placar final, já que estavam todos animados em participar do jogo. A partir daí, realizamos o jogo de vôlei em quadra com rede, o que num primeiro instante surpreendeu os alunos pela altura da rede. Cientes da dinâmica e das regras, seguimos no revezamento dos times a cada 5 pontos marcados, havendo a necessidade de orientá-los ao executar o movimento de rotação. Minha avaliação ocorreu baseada na participação, no esforço de cada um ao tentar executar os movimentos e também na superação dos desafios pessoais a que foram expostos. A frase “- Professora, eu não sei jogar” foi substituída pela frase “– Profe, eu quero tentar!”, a tal ponto que, cogitaram seguir treinando. O professor, ao longo das atividades desenvolvidas, acompanhava com olhar contemplativo, porém sem intervenções ou contribuições. 2.3.2 Proposta de Regência PLANO DE AULA IDENTIFICAÇÃO SÉRIES 8º e 9º anos – Ensino Fundamental AULAS 10 TEMPO DE DURAÇÃO 50 MIN. COMPONENTE CURRICULAR Educação Física TURNO MANHÃ TEMA Maculelê UNIDADE TEMÁTICA Danças OBJETIVOS GERAIS • Divulgar a Cultura das danças populares nas aulas de Educação Física. HABILIDADES (EF35EF09) Experimentar, recriar e fruir danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz africana e indígena, valorizando e respeitando os diferentes sentidos e significados dessas danças em suas culturas de origem. (EF35EF10) Comparar e identificar os elementos constitutivos comuns e diferentes (ritmo, espaço, gestos) em danças populares do Brasil e do mundo e danças de matriz indígena e africana. (EF35EF11) Formular e utilizar estratégias para a execução de elementos constitutivos das danças populares do Brasil e do mundo, e das danças de matriz indígena e africana. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam. • Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade cultural dos povos e grupos. • Pontuar historicamente a cultura da dança Maculelê. • Ensinar os passos básicos do Maculelê. • Dinamizar a dança, oportunizando a autonomia do aluno em sua execução individual e em grupo. • Apresentar a história e cultura do Maculelê. • Difundir informações através de vídeos. • Ensinar os movimentos básicos da dança, aprimorando as habilidades motoras. • Realizar os movimentos corporais de forma ritmada. • Desenvolver a coordenação motora. • Manusear os bastões conforme o ritmo da dança. • Executar os movimentos básicos da dança. • Assimilar e executar a coreografia da dança, memorizando a sequência de movimentos. DESENVOLVIMENTO A atividade será desenvolvida em etapas, culminando em uma apresentação à Comunidade Escolar, em evento alusivo ao Dia da Consciência Negra. Iniciaremos a atividade com uma aula expositiva sobre a origem histórica, lendas e mostra da dança através de conteúdo digital, disponível no link: https://youtu.be/DFV5xxjeTHY. Música disponível no link: https://youtu.be/I98Ctil7nCg. Na primeira etapa os alunos terão contato com os bastões e farão o acompanhamento do compasso. A partir daí, serão trabalhados os passos básicos da dança, demonstrados pelo professor e reproduzidos pelos alunos. Os movimentos de ginga também seguirão a mesma metodologia, demonstrados pelo professor e repetidos pelos alunos. A partir da assimilação serão abordados movimentos de giro e movimentos cruzados com bastões, seguindo a mesma linha procedimental. Serão a partir daí, inseridos elementos coreográficos para memorização dos alunos. Definida a coreografia, serão ensaiados os movimentos até a data da apresentação. RECURSOS Pátio ou quadra da escola. Bastões de madeira. Caixa de som. Pendrive contendo músicas – Maculelê. Lousa digital. AVALIAÇÃO Mediante participação nos ensaios e apresentação. https://youtu.be/DFV5xxjeTHY https://youtu.be/I98Ctil7nCg PLANO DE AULA IDENTIFICAÇÃO SÉRIES 1º, 2º e 3º anos – Ensino Médio AULAS 03 TEMPO DE DURAÇÃO 50 MIN. COMPONENTE CURRICULAR Educação Física TURNO MANHÃ TEMA Voleibol UNIDADE TEMÁTICA Esportes OBJETIVOS GERAIS • Conhecer, vivenciar e executar os fundamentos técnicos toque, saque e manchete do voleibol. • Vivenciar a prática coletiva do esporte. HABILIDADES (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significa-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento. . OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Aprimorar as habilidades manipulativas, locomotoras e de estabilização através de atividades enfatizadas na iniciação ao voleibol. • Conhecer as principais regras do jogo. DESENVOLVIMENTO Alongamento. 1º momento: Serão praticados os movimentos de rotação dentro de quadra, porém sem a rede. A partir de então, será explicado como se produz o passe da bola, com três toques: recepção, rede e ataque. 2º momento: será realizado treino técnico dos movimentos básicos: toque, saque e manchete. 3º momento: Com a rede instalada, os alunos irão vivenciar uma partida em quadra, aplicando os conhecimentos adquiridos. RECURSOS Quadra da escola Rede Bola Apito AVALIAÇÃO Mediante participação nas atividades propostas. 2.3.4. Caracterização do/a professor/a e Supervisão No Ensino Fundamental, o professorado, com quem tive a oportunidade de estagiarno período, forneceram contribuições inestimáveis, sendo estabelecidas relações de confiança e valorização mútua de conhecimentos e habilidades. Tornaram-se referências como profissionais com seus discursos e discussões, métodos didáticos e pela forma como me acolheram, tornando a Escola como extensão do meu próprio lar. A motivação em aprimorar minha prática é elevada, graças ao incentivo vindo por parte de meus colegas de profissão, sempre pontuais às críticas e focados em elevar meu nível de competência propondo desafios constantemente. Desafios abrem janelas de oportunidades, mantendo-se sempre, a empolgação de um estagiário. Sempre prestativos a qualquer dúvida e preocupados inclusive, com o andamento do meu curso de graduação, se colocaram à inteira disposição para me auxiliar com conselhos e trocas de experiências, ofertando-me parcerias em projetos interdisciplinares e atividades extracurriculares. Os professores da área trabalham de maneira muito semelhante em relação à entonação potente da voz e ao foco dispensado ao trabalho. Sua didática disciplinadora e afetuosa, me inspira a espelhar-me em sua postura e conduta. Minha professora responsável, muito conhecida no município, leciona a gerações. Realiza seu trabalho com total credibilidade por parte da comunidade escolar, o que pra mim foi motivo de muito orgulho. Ela foi professora de muitos pais, dos alunos que hoje estudam na escola. A temática de suas aulas, projetos e atividades estão em conformidade com a BNCC e aplicados corretamente conforme o plano de ensino da série. Docente das turmas de 8º e 9º anos, aborda a Unidade Temática Esportes, e Objetos de Conhecimento com base em um planejamento prévio e seguindo um cronograma, que é apresentado aos alunos no início de cada trimestre. A percepção do alunado nos anos finais do ensino fundamental, por parte da professora, conforme observado segue um padrão disciplinador. Ela ouve e argumenta com os alunos, e considera caso ouça alguma fala relevante. A visão dos alunos conforme sua percepção, é simplista e cômoda diante da vida. Por se tratar dos anos finais, ela sempre enfatiza as dificuldades do Ensino Médio, como por exemplo, o fato de conciliar trabalho e estudos, como ocorre em muitos dos casos. Valoriza o empenho dos pais em proporcionar conforto a seus filhos e exige que os alunos também o façam, propondo reflexões acerca da vida adulta e das responsabilidades que serão assumidas pelos mesmos daqui a alguns anos. Exige responsabilidade com os estudos e empenho em sua área para que atinjam a média final. Ela ministra suas aulas numa entonação de voz potente, e exige que seus alunos participem das propostas apresentadas. Em relação à sua cultura os alunos são respeitados, e também é exigido respeito entre os colegas, assim como em relação às suas habilidades. A prática esportiva é cobrada dentro do ambiente escolar, e suas práticas são trabalhadas mais intensamente à medida que o aluno aprimora as habilidades necessárias à modalidade proposta. Relativo às suas aulas, a cada trimestre faz uma aula expositiva, apresentando o cronograma contendo o planejamento do que será trabalhado: conteúdo teórico, as práticas e avaliações. Realiza trabalhos e prova prática, e no caso de recuperação, a prova é teórica. O conteúdo a ser trabalhado inicia-se com a apresentação teórica, no caso de alguma modalidade esportiva, por exemplo, são apresentadas as dimensões da quadra, posições, movimentos e regras do esporte. São realizados treinos técnicos no decorrer de algumas aulas, e enfim a vivência em quadra, das dinâmicas da partida. A prova prática ocorre em quadra, com a observação e avaliação prática do conteúdo trabalhado ao longo do trimestre e por fim a recuperação ocorre por meio de prova teórica São pré-definidos objetivos claros e a professora separa previamente o material necessário. Existem espaços dentro da sala de Educação Física, destinados ao material utilizado por cada professor da área. E estes, caso necessitem de um material que está sendo usado, compartilham o mesmo material na condição de deixar perfeitamente organizado. O processo de correção das tarefas e entrega de trabalhos é feita da forma tradicional, com revisão dos cadernos e trabalhos escritos, feitos à mão. O retorno aos alunos é feito em sala de aula e quando apresentam nota baixa são convocados os responsáveis, durante a entrega das avaliações ao final do trimestre. É utilizado o tradicional quadro negro e polígrafos quando se trata de material teórico. Cada sala conta com uma lousa digital com internet, que é disponibilizada aos alunos quando são realizados trabalhos de pesquisa em sala de aula. Os aplicativos de pesquisas comumente usados são o Google e o Youtube. Os períodos de Educação Física são sempre muito aguardados. Os alunos frequentam regularmente as aulas, caso contrário a supervisão aciona a família para averiguar por qual razão se justificam as faltas. Logo após a entrada em sala de aula, a pergunta surge: “– Professora, vamos pro pátio?”. Percebe-se uma competição entre os alunos, sobre quem é o mais rápido ou quem tem mais força. Diante dessa competitividade são exploradas diversas práticas, adotando a gamificação como estratégia para obter maior empenho dos alunos. As dificuldades encontradas remetem à resistência de uma minoria, frente à novas propostas. No caso do handebol, por exemplo, houveram alegações de que desconheciam o esporte e não tinham interesse. Depois da apresentação da modalidade e das vivências em quadra, houve adesão à prática ocorrendo inclusive um torneio interclasse. Conflitos entre a turma ou entre turmas foi pouco observado, e no que se apresentaram, houve uma rápida e definitiva intervenção da professora titular, amparada pela Orientação Escolar. A professora aponta que, muitas vezes ao convocar os pais para tratar do desempenho do aluno, estes não comparecem justificando compromissos de trabalho. Porém, quando há alguma situação envolvendo o aluno ou até mesmo uma queixa, os pais imediatamente estão na escola querendo falar com a professora. Inclusive eu, fui abordada por uma mãe na saída da escola, buscando saber porque sua filha havia ficado abaixo da média. Nesse caso, orientei que procurasse a Supervisão para marcar um atendimento com a professora responsável. A aluna citada cursava o 6º ano. Pensar sobre o exercício da docência em suas perspectivas teóricas e práticas, dentro do contexto social e escolar, leva-me a refletir sobre a responsabilidade que a profissão traz consigo, e seu impacto na construção da sociedade do futuro. O ato de educar, como prática social deve ter a intenção de transformar. Freire (1996) afirma que somos seres inacabados e em construção, constituídos através de experiências sociais, culturais e históricas. Justifica-se assim a importância do professor, já que este é o mediador das principais experiências para a formação da criança como ser psicossocial. Em relação ao ambiente escolar, possui uma personalidade forte e autônoma com a qual me identifico e é exigente em sua tratativa relacionada ao desenvolvimento do Estágio. Devido a essa compatibilidade, não tivemos nenhuma questão referente ao relacionamento de trabalho. Vislumbro no futuro, uma postura semelhante. Confesso que já adotei alguns bordões e falas, e ao longo das aulas me inspirei em sua forma de trabalho. A supervisão da escola sempre foi muito atuante no sentido de acompanhar o cumprimento dos preceitos pedagógicos a serem seguidos, sugerindo livros e incentivando a realização de cursos para utilização dos recursos audiovisuais. Há ampla divulgação de cursos de formação continuada, inclusive por parte da própria supervisão através de aplicativos de conversa (grupos no Whatsapp). Muito solícita e atuante, sempre presente quando requisitada, busca analisar e sanar situações e aspectos que porventurapossam comprometer o bom desempenho ao longo das atividades escolares. Articulada aos professores, realiza reuniões semanais, precisamente às quartas-feiras, para que assim seja de conhecimento dos docentes todas as atividades e projetos em andamento e vindouros, estendendo aos estagiários a oportunidade em participar de tais eventos como integrantes da escola, denominados professores como forma de tratamento. Há total assistência pedagógica e metodológica, com sugestão de atividades e com objetivos desafiadores, no intuito de estimular o desenvolvimento pessoal e profissional, para que a experiência educativa seja efetiva para todos os envolvidos. A supervisão escolar é uma função fundamental e necessária dentro do contexto escolar, pois auxilia os professores e apoia também a administração da escola, principalmente no enfrentamento e na resolução de problemas. Busca motivar e orientar os professores, integrando-os como unidade em busca de objetivos comuns, já que “(...) o supervisor atua como um agente articulador das políticas internas e externas da escola” (OLIVEIRA, 2011). Portanto, uma gestão democrática escolar necessita da participação de todos os envolvidos e no caso, a supervisão da escola é o elo entre os diferentes setores para realização de um trabalho coletivo, visando o êxito educativo e o desenvolvimento de um profissional competente. Relativo ao Ensino Médio, ocorre justamente o oposto. Meu professor responsável se apresentou de forma apática e introspectiva, talvez por sua própria personalidade. Apenas ao final do período de estágio começamos a estabelecer conversas informais, com respostas vagas em relação aos meus questionamentos. Diante disso, me fiz valer da experiência obtida na escola anterior para superar os grandes desafios encontrados nesta outra realidade. Inúmeras vezes refleti sobre minha postura e atitudes diante de tais adversidades, empregando meus conhecimentos teóricos em princípio, para que pudesse traçar uma aproximação com os alunos e até mesmo com meu colega. Essa experiência, tal qual a anterior foi muito importante, pois as realidades conflitantes me permitiram a flexibilização necessária, tanto atitudinal quanto cognitiva, para encontrar um modo de cumprir de maneira satisfatória o meu trabalho, talvez deixando a cada um dos meus alunos, lembranças felizes e aprendizados eficazes, sobretudo de valores morais e humanos. - 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no relato das experiências, nos conteúdos observados e e nas atividades realizadas, é evidente a importância do estágio supervisionado, pois configura a oportunidade de vivenciar o cotidiano escolar e seus desafios diários, na construção do conhecimento necessário ao exercício da docência. A experiência agrega de forma positiva, mesmo diante das adversidades encontradas, pois serve como estímulo ao desenvolvimento das habilidades necessárias para superar as barreiras encontradas, partindo dos alunos e por vezes, de alguns colegas de profissão. Percebendo níveis de interesse opostos, entre os alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, um dos principais desafios, justamente trata sobre encontrar a motivação necessária, para desconstruir e reconstruir uma nova conduta frente aos desafios apresentados e desenvolver estratégias que, de maneira progressiva, serão norteadoras da práxis pedagógica. A experiência que obtive ao longo do período de estágio foi repleta de significados. Antes mesmo de analisar os diversos contextos encontrados, é necessário refletir sobre os atributos necessários para tornar-me de fato uma professora. Vislumbrando cada ser humano como único e indissociável, preciso incluir-me como integrante deste conjunto, e dessa forma pensar e repensar minhas ações, compreendê-las e diante disso, contribuir satisfatoriamente e compartilhar os saberes adquiridos ao longo do meu curso de formação. Paulo Freire (1921 – 1997) em seu livro “A Pedagogia da Autonomia” aponta que, sem discência não há docência, ou seja, o educador está sempre aprendendo, refletindo de maneira crítica suas práticas, aperfeiçoando e colaborando para a formação integral do educando, de maneira terna e perseverante, transformando as dificuldades em possibilidades. A vivência real da aplicabilidade de metodologias de ensino em sala de aula e das relações de trabalho construídas e constituídas me servem como referencial de postura e conduta, sobre como agir e não agir em determinados contextos, visto que não cabe a crítica, e sim a autoavaliação relativa às minhas decisões e posições, sendo favoráveis ou contrárias, à proatividade ou inércia diante de inúmeros casos analisados ou observados dentro do ambiente escolar. APÊNDICES Projeto Consciência Negra – Apresentação Dança Maculelê. Disponível em: < https://www.facebook.com/reel/859133525220854>. Projeto Consciência Negra – Prof. Ana Paula/ participação. Clara Nunes – O Canto das Três Raças. Disponível em: < https://www.facebook.com/reel/1319040862185541>. https://www.facebook.com/reel/859133525220854 https://www.facebook.com/reel/1319040862185541
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