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Apostila Análise de risco e de Crédito

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Código Logístico
59043
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6559-2
9 7 8 8 5 3 8 7 6 5 5 9 2
Análise de risco 
e de crédito
IESDE
2019
José Guilherme Vieira
© 2019 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do detentor dos 
direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: Freedomz/mertkan tekin/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
V715a
Vieira, José Guilherme
Análise de risco e de crédito / José Guilherme Vieira. - 1. ed. - Curitiba [PR] :
IESDE, 2019.
86 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6559-2
1. Administração de crédito. 2. Avaliação de riscos. I. Título.
19-59924 CDD: 658.88
CDU: 658.88
José Guilherme Vieira
Doutor e mestre em Economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bacharel 
em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). É consultor de investimentos 
especializado em mercado de capitais e bolsa de valores, conselheiro fiscal das Centrais de 
Abastecimento do Paraná S.A. (Ceasa/PR) e chefe do Departamento de Economia da Universidade 
Federal do Paraná (UFPR). 
Sumário
Apresentação 7
1 Crédito e risco: conceitos fundamentais 9
1.1 Os conceitos de crédito e de risco 9
1.2 Objetivos da análise de risco para pessoas físicas e jurídicas 14
1.3 Gestão de risco e de crédito 18
2 Operações de crédito e serviços bancários 23
2.1 Serviços bancários 23
2.2 Operações de crédito 31
2.3 Políticas de empréstimo 36
3 Análise de risco 41
3.1 Probabilidades 41
3.2 Modelos de risco 46
3.3 Riscos de serviços bancários e operacionais 55
4 Concessão de crédito para pessoas físicas e jurídicas 61
4.1 Crédito para pessoa física 61
4.2 Crédito para pessoa jurídica 64
4.3 Políticas de empréstimo para pessoas físicas e jurídicas 69
5 Análise da legislação bancária aplicada ao crédito 75
5.1 Normas do Banco Central aplicadas ao crédito 75
5.2 Compliance no processo de concessão de crédito 79
Gabarito 85
Apresentação
As operações de crédito são fundamentais para o desenvolvimento dos negócios. A economia 
capitalista precisa do crédito tanto ou mais do que do próprio capital. Conforme crescem e se 
desenvolvem, as empresas estabelecem relações complexas de confiança e cooperação entre elas e 
com pessoas que colaboram para a obtenção de resultados econômicos – não somente com aquelas 
que trabalham diretamente na produção ou na prestação de serviços, mas também com os clientes.
Muitas dessas relações são operações de débito e de crédito, como os empréstimos e os 
financiamentos de materiais, mercadorias e capitais, e todas elas envolvem riscos. A tomada de 
decisão de emprestar dinheiro é tão arriscada quanto a de concedê-lo. Porém, ambas as partes 
envolvidas nesse processo podem obter benefícios se procederem a análises cuidadosas dos 
impactos dessas operações nas estruturas de suas empresas, bem como dos impactos financeiros 
gerados pelo uso desses recursos e as probabilidades de perdas originadas pelas incertezas típicas 
das atividades empresariais.
Neste livro, abordamos as operações de empréstimo, financiamento e de crédito em geral 
e os riscos que elas proporcionam aos emprestadores e, também, aos tomadores de empréstimos. 
Tratamos das características e finalidades das principais operações de crédito disponibilizadas 
para pessoas físicas e jurídicas, sem olvidar, contudo, as operações de crédito fora das instituições 
financeiras, assim como os cuidados necessários na pactuação dessas operações e os critérios que 
devem ser utilizados para concretizá-las. 
Apresentamos, ainda, modelos de risco e normas relativas ao mercado de crédito com o 
intuito de alertar as pessoas para a necessidade de sempre acompanhar as operações, visando a 
evitar fraudes e perdas expressivas. Trata-se, portanto, de um livro destinado a diversos públicos: 
profissionais de crédito e gestão, pessoas físicas, administradores e gestores em seus mais variados 
níveis hierárquicos profissionais.
Bons estudos!
1
Crédito e risco: conceitos fundamentais
Este capítulo tem por objetivo introduzir conceitos e modelos de risco utilizados para a 
avaliação e tomada de decisões envolvendo crédito para pessoas físicas e jurídicas. Seja na sua vida 
pessoal, seja em atividades empreendedoras, compreender a importância da análise de risco evitará 
uma série de problemas que poderão resultar em ruínas financeiras.
De igual forma, o processo de tomada de decisão de investimentos em empreendimentos 
reais e/ou financeiros se constitui em objeto de estudo para diversos cursos na área de finanças e 
exames para a obtenção de certificações acadêmicas e profissionais.
1.1 Os conceitos de crédito e de risco
Para compreender a importância das análises de crédito e de risco é preciso 
partir das definições particulares de cada um desses termos para, com base nelas, 
assimilar o conjunto de fatores que interferem nas decisões dos agentes tomadores 
de crédito e de risco.
1.1.1 Crédito
A palavra crédito remete aos conceitos de confiança, crença fundada, fidúcia1 e se relaciona 
também com a reputação e o caráter. Dizemos que uma pessoa é “digna de crédito” quando 
podemos confiar nela. Esse conceito se aplica nas relações pessoais e nos ambientes de negócios 
entre as próprias empresas, e entre as organizações e as instituições financeiras. Também dizemos 
que possuímos crédito quando temos haveres de outras partes em negócios que ainda serão 
compensados ou liquidados.
No âmbito das pessoas jurídicas, as operações de crédito ocorrem entre as empresas, seus 
fornecedores e clientes. Uma fábrica de calçados concede crédito para um lojista quando lhe vende a 
prazo um estoque de produtos e toma crédito de um fornecedor de matérias-primas para a fabricação 
dos produtos. Assim, essa fábrica está, frequentemente, nos dois lados das operações de crédito: ora como 
tomadora (aquela que se beneficia do crédito), ora como prestadora (aquela que concede o crédito).
A Lei n. 6.404 (BRASIL, 1976), no seu artigo 178, dispõe sobre a classificação das contas 
no Balanço Patrimonial. Nos balanços das empresas, podemos identificar as posições credoras 
e devedoras registradas nos ativos e passivos patrimoniais, respectivamente. Assim, duplicatas a 
receber, registradas no ativo circulante de uma empresa, são posições credoras em que a empresa 
está prestando empréstimo (crédito) para seus clientes que tomaram esse crédito ao adquirirem 
produtos a prazo. Também são posições credoras de uma empresa as aplicações financeiras dos 
1 O termo fidúcia tem vários significados. Na área financeira, o melhor sinônimo é a palavra fé. Fé no recebimento, fé 
no pagamento correto; credibilidade.
Vídeo
Análise de risco e de crédito10
recursos disponíveis nas instituições financeiras – o dinheiro de caixa ou de precaução aplicado em 
fundos de curto prazo ou mesmo na conta corrente, assim como outros títulos de crédito mantidos 
no ativo circulante.
Por outro lado, as contas do passivo que registram as obrigações e dívidas da empresa com 
funcionários, fornecedores, tributos (governos) e empréstimos em bancos são posições devedoras, 
em que a empresa está tomando crédito de todas essas fontes. Os trabalhadores executam seus 
trabalhos e ficam com créditos contra as empresas que os liquidam nas ocasiões dos pagamentos 
de salários, férias e décimo terceiro salário, além de outras obrigações eventuais. De igual forma, 
os fornecedores que financiam matérias-primas, serviços ou estoques, possuem créditos contra as 
empresas que adquiriram esses bens e serviços – que, portanto, são devedoras.
Desse modo, as operações de crédito, costumeiramente observadas entre empresas e bancos, 
são apenas parte de um sistema de relações de débitos e créditos que movema economia. Por 
existirem outras relações de crédito além dos empréstimos bancários, é necessário dizer que os 
critérios para a tomada e a concessão de crédito precisam contemplar as diversas características de 
cada tipo de operação de crédito e das partes envolvidas nessas operações.
Entre as empresas, por exemplo, as operações de crédito podem se dar entre firmas de um 
mesmo grupo econômico por meio do fornecimento de estoques, matérias-primas ou capital, 
sem que o objetivo principal de tais operações seja a obtenção de lucros por parte de quem está 
concedendo o crédito. Isso ocorre porque empresas de um mesmo conglomerado2 podem estar 
cooperando para a obtenção de um resultado financeiro global do conglomerado ou, ainda, um 
resultado estratégico final que não pode ser comparado apenas com oportunidades alternativas, 
como a obtenção de uma taxa de juro.
Mesmo no caso das operações de crédito entre empresas pertencentes a conglomerados 
diferentes, questões estratégicas de mercado podem apresentar retornos que não são facilmente 
capturados pelos modelos tradicionais de análise de crédito. A Circular n. 1.273 (BANCO 
CENTRAL DO BRASIL, 1987, grifos nossos), no seu capítulo de normas básicas, classifica as 
operações financeiras de crédito quanto às modalidades como:
a) empréstimos – são as operações realizadas sem destinação específica ou 
vínculo à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os empréstimos 
para capital de giro, os empréstimos pessoais e os adiantamentos a depositantes;
b) títulos descontados – são as operações de desconto de títulos;
c) financiamentos – são as operações realizadas com destinação específica, 
vinculadas à comprovação da aplicação dos recursos. São exemplos os 
financiamentos de parques industriais, máquinas e equipamentos, bens de 
consumo durável, rurais e imobiliários.
Para cada modalidade de crédito existem normas específicas que devem ser observadas 
pelas instituições financeiras. O regramento específico para cada modalidade estabelecido pelos 
órgãos reguladores pode ora limitar, ora facilitar as operações de crédito no sistema financeiro.
2 Conjunto de empresas do mesmo grupo econômico com participações societárias cruzadas de um ou mais sócios 
em mais de uma delas.
Crédito e risco: conceitos fundamentais 11
1.1.2 Risco
A definição de risco não é trivial. Na literatura financeira mais atual, encontramos autores 
como Gitman (2004) e Securato (2017) que associam a palavra risco a uma probabilidade de 
fracasso ou de perda de resultados de uma decisão de investimento ou de uma operação financeira.
O conceito de probabilidade em si refere-se à possibilidade de que um determinado resultado 
qualquer venha a ocorrer. A probabilidade de um evento pode ser definida, então, como sendo a 
chance de ocorrer determinado resultado. Por meio da atribuição de probabilidades aos resultados 
dos investimentos, por exemplo, torna-se possível estimar os valores esperados de seus retornos. 
No exemplo a seguir veremos que a probabilidade pode ser calculada de modo objetivo.
Suponhamos que saibamos que, das 100 últimas explorações petrolíferas 
submarinas, 25 tenham sido bem-sucedidas e 75 tenham sido infrutíferas. 
Sendo assim, a probabilidade de ¼ para sucesso é considerada objetiva, pois 
se baseia diretamente na frequência de experiências similares. (PINDYCK; 
RUBINFELD, 1999, p. 158, grifo nosso)
Quando não se possui experiência capaz de auxiliar na medição das probabilidades, elas 
não podem ser consideradas medidas objetivas, mas sim subjetivas. Segundo Pindick e Rubinfeld 
(1999), uma medida de probabilidade subjetiva consiste na percepção de que um resultado poderá 
vir a ocorrer com base em julgamentos ou experiências de uma pessoa, mas não necessariamente 
na frequência com a qual um determinado resultado tenha realmente ocorrido no passado.
A diferenciação entre os conceitos de probabilidades objetivas e subjetivas é útil para 
compreender a diferença entre os conceitos de risco e incerteza muitas vezes confundidos entre si, 
mesmo entre pessoas que trabalham diretamente com esses temas. O conceito de risco está muito 
mais associado com as probabilidades objetivas, isto é, quando dispomos de dados históricos de um 
ativo ou de uma operação de crédito ou de quaisquer ocorrências de resultados que nos permitam 
medir as frequências com que se manifestam e calcular as médias e os desvios padronizados desses 
eventos. Quando esses dados históricos não estão disponíveis e lançamos mão de distribuições de 
probabilidades subjetivas, estamos lidando com incerteza e não risco.
Podemos falar, por exemplo, em risco de perda de capital investido em uma aplicação 
financeira ou risco de perda de um investimento ou empréstimo concedido a um cliente como 
sendo as possibilidades de que tais resultados venham a ocorrer. Mas há vários tipos de riscos 
associados a essas operações e formas de medi-los. No caso de investimentos, podemos citar, pelo 
menos, cinco grandes grupos de risco: de mercado, de crédito, operacional, de liquidez e legal. Uma 
maneira de compreender o conceito de risco da maneira mais clássica, largamente utilizada no 
mercado financeiro, é associar esse conceito ao de probabilidade e ao desvio padrão dos retornos 
dos investimentos.
Para Harry Markowitz (1952), ganhador do Prêmio Nobel de Economia no ano de 1990 e 
autor da Teoria do Portfólio, as decisões de investimentos são guiadas por uma análise de risco-
retorno dos investimentos, e o desvio padrão dos retornos dos ativos financeiros foi apresentado 
como uma medida de risco. O desvio padrão é uma medida de dispersão dos dados em torno 
de seus valores médios, que podem ser facilmente calculados com base em séries históricas de 
Análise de risco e de crédito12
dados3. Quanto maior for o desvio padrão dos preços de um ativo ou de um retorno relativo a 
essas médias de preços ou retornos, maior será o risco4. De modo mais simples: quanto maior for 
o desvio padrão percentual de um ativo ou título, maior será o seu risco.
Nesse sentido, Gitman (2004) define risco como sendo uma probabilidade de perda. Bancos 
e empresas financeiras possuem modelos de risco para a concessão de empréstimos e demais 
investimentos que se baseiam em probabilidades de perdas (“calotes”) e se encontram hoje de tal 
maneira institucionalizados que os próprios órgãos reguladores fornecem dados acerca dos perfis 
e scores de pessoas físicas e jurídicas.
Instituições privadas especialistas em análises de risco, como a Serasa Experian e a Boa 
Vista SCPC, também fornecem assessoria acerca das probabilidades de não pagamento de um 
empréstimo em função de scores de crédito5 construídos com base na reputação de pessoas 
físicas e jurídicas em suas operações de empréstimos predecessoras. Os modelos de riscos dessas 
instituições se baseiam, em grande parte, em dados históricos obtidos de transações anteriores e, 
portanto, podemos dizer que se utilizam de modelos de probabilidades objetivas.
Há grandes empresas especializadas na elaboração de rankings de crédito a nível mundial. 
Essas empresas atuam na classificação de risco de crédito de empresas públicas e privadas, títulos 
públicos e privados e até mesmo risco de crédito de países. Trata-se das agências de rating. 
As maiores empresas desse setor são a Moody’s, a Standard & Poors e a Fitch. Essas empresas 
desenvolvem atividades independentes que se destinam a fornecer informações sobre as qualidades 
de crédito, as probabilidades de insolvência ou inadimplência de empresas e governos, por meio 
de trabalhos que utilizam metodologias próprias, com longas tradições e reconhecimento e que 
subsidiam as tomadas de decisões de investidores em bolsas de valores e mercados financeiros 
mundiais, tomadores e prestadores de recursos financeiros.
A despeito de tudo isso, cada instituição possui seus próprios modelos de risco, criados 
com base em todas essas informações externas, alimentados ainda por critérios próprios que são 
acrescentadose aperfeiçoados e se baseiam em metodologias consolidadas.
A Resolução n. 2.697 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2000) do Conselho Monetário 
Nacional (CMN)6, editada em 24 de fevereiro de 2000, estabeleceu que devem ser utilizadas as 
classificações de níveis de risco previstas no artigo 1º da Resolução n. 2.682 (BANCO CENTRAL 
DO BRASIL, 1999), que determinou que:
3 Demonstraremos esse procedimento no Capítulo 3.
4	 Usualmente,	representamos	o	desvio	padrão	pela	letra	s	ou	pela	letra	grega	σ	(sigma). Quando falamos de desvio 
padrão relativo à média de preços de um ativo ou de seus retornos, falamos de uma medida estatística bem conhecida, 
que	é	o	coeficiente	de	variação	(CV).	A	fórmula	do	coeficiente	de	variação	é	precisamente	esta:	CV	=	s	/	X	(em	que	CV	=	
coeficiente	de	variação,	s	=	desvio	padrão	e	X	=	média	dos	retornos	ou	das	cotações).
5	 Sistemas	de	pontuação	estabelecidos	pelas	instituições	financeiras,	agências	e/ou	empresas	de	classificação	de	
crédito elaborados com base em dados como pontualidade de pagamentos, históricos de negativações de dívidas e 
relacionamentos	com	empresas	(SERASA,	2019).
6 Órgão responsável pela formulação das políticas de moeda e crédito do Brasil cujos componentes são o ministro da 
Economia	(que	o	preside),	o	presidente	do	Banco	Central	e	o	secretário	especial	de	Fazenda	do	Ministério	da	Economia.
Crédito e risco: conceitos fundamentais 13
as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil devem classificar as operações de crédito, em ordem 
crescente de risco, nos seguintes níveis:
I – nível AA;
II – nível A;
III – nível B;
IV – nível C;
V – nível D;
VI – nível E;
VII – nível F;
VIII – nível G;
IX – nível H.
A Resolução n. 2.682, em seu artigo 2º, garante ainda que as metodologias de classificação de 
risco de operações de crédito de instituições financeiras são responsabilidade delas mesmas, mas 
estabelece que nesses modelos de risco devem ser considerados:
I – em relação ao devedor e seus garantidores:
a) situação econômico-financeira;
b) grau de endividamento;
c) capacidade de geração de resultados;
d) fluxo de caixa;
e) administração e qualidade de controles;
f) pontualidade e atrasos nos pagamentos;
g) contingências;
h) setor de atividade econômica;
i) limite de crédito;
II – em relação à operação:
a) natureza e finalidade da transação;
b) características das garantias, particularmente quanto à suficiência e liquidez;
c) valor. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 1999)
Essa resolução determinou ainda que as classificações de risco das operações financeiras 
deverão ser reavaliadas quando forem divulgados balanços ou balancetes ou em função de 
inadimplência dos pagamentos dos juros ou das parcelas principais previstos nos contratos. No 
caso de atrasos nos pagamentos, a classificação dos níveis de risco deve ser enquadrada, conforme 
o artigo 4º, como:
I - mensalmente, por ocasião dos balancetes e balanços, em função de atraso 
verificado no pagamento de parcela de principal ou de encargos, devendo ser 
observado o que segue:
a) Atraso entre 15 e 30 dias: risco nível B, no mínimo;
b) Atraso entre 31 e 60 dias: risco nível C, no mínimo;
c) Atraso entre 61 e 90 dias: risco nível D, no mínimo;
d) Atraso entre 91 e 120 dias: risco nível E, no mínimo;
e) Atraso entre 121 e 150 dias: risco nível F, no mínimo;
f) Atraso entre 151 e 180 dias: risco nível G, no mínimo;
g) atraso superior a 180 dias: risco nível H. (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 1999)
Análise de risco e de crédito14
Além disso, essa mesma resolução determinou reavaliações periódicas para os casos em 
que as operações de um mesmo cliente ou grupo econômico superem 5% do patrimônio líquido 
ajustado da instituição financeira que concede o crédito. Essa medida, em particular, serve 
para evitar que uma instituição financeira concentre muitas operações com um único cliente, 
ou seja, evitar exposição muito elevada da instituição financeira por baixa diversificação da 
carteira de crédito.
As reavaliações periódicas de risco devem ocorrer, segundo o artigo 4º da Resolução n. 
2.682, “uma vez a cada 12 meses, em todas as situações, exceto na hipótese prevista no artigo 5º” 
(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 1999). A Resolução n. 2.697, por sua vez, alterou o artigo 5º da 
Resolução n. 2.682, que passou a vigorar com a seguinte redação:
As operações de crédito contratadas com cliente cuja responsabilidade total seja 
de valor inferior a R$50.000,00 (cinquenta mil reais) podem ser classificadas 
mediante adoção de modelo interno de avaliação ou em função dos atrasos 
consignados no art. 4º, inciso I, desta Resolução, observado que a classificação 
deve corresponder, no mínimo, ao risco nível A.
Parágrafo único. O Banco Central do Brasil poderá alterar o valor de que trata 
este artigo. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2000)
Assim sendo, notamos que a análise de risco cumpre diversos objetivos. Para as empresas 
financeiras, serve como uma atividade de defesa das carteiras de crédito e dos recursos próprios 
que disponibilizam em operações financeiras diversas. Já para os órgãos reguladores, serve para 
diminuir os riscos sistêmicos de contaminações e desconfianças sobre o sistema financeiro.
1.2 Objetivos da análise de risco para pessoas físicas e jurídicas
As análises de risco são muito importantes tanto para as pessoas físicas como 
para as jurídicas. Em ambos os casos, análises cuidadosas de riscos evitam perdas 
que possam comprometer os patrimônios pessoais e coletivos e, também, permitem 
que as atividades econômicas possam ter continuidade diante de algum sinistro7. 
Ainda que os estudos, cálculos e modelos de cálculo e gestão de risco sirvam para 
pessoas físicas e jurídicas, eles não são utilizados, normalmente, para os mesmos fins.
1.2.1 Pessoas físicas
A análise de risco para pessoas físicas pode servir para diversos fins. Em uma relação 
de consumo, por exemplo, pode servir para a tomada de decisão de compra de bens de valores 
elevados financiados por empréstimos de prazos longos – como casas, apartamentos e veículos – e 
de produtos financeiros, como seguros de automóveis, residência e saúde.
As pessoas fazem uso de análises de riscos e retornos para decidirem entre comprar ou 
não comprar bens ou produtos, de maneira a maximizarem as utilidades delas na condição de 
consumidoras. Isso porque, quando financiam uma casa, por exemplo, possuem uma determinada 
7	 A	palavra	sinistro é utilizada para designar um acontecimento que causa danos ou perdas. Também se utiliza para 
acidente, desastre etc.
Vídeo
Crédito e risco: conceitos fundamentais 15
renda e uma perspectiva futura profissional e patrimonial que poderá mudar ao longo do tempo. 
Levar em consideração todos os cenários que poderão se configurar no futuro e suas probabilidades 
é a atitude mais racional a ser tomada.
No caso da aquisição de seguros, os cálculos de riscos ajudam a verificar se a contratação 
de proteção contra sinistros decorrentes de furtos, acidentes ou outras perdas compensam os 
desembolsos necessários para adquiri-los. Assim, a decisão de consumir ou não algum desses bens 
e produtos deveria partir de uma análise metódica dos dados disponíveis – como as probabilidades 
de essas perdas ocorrerem e a quantificação dos prejuízos decorrentes delas – e da comparação 
com os custos para se evitar tais perdas.
Quando uma pessoa adquire uma casa financiada, várias opções de financiamento são 
apresentadas ao comprador. Se entre elas houver alguma que corrija os valores das parcelas por 
algum índice de reajuste com base em inflação ou taxas de juros, será importante considerar os 
cenários futuros desses índices para calcular as probabilidades de os valores das parcelas fugirem 
do controle do comprador.
Todavia, no que diz respeito às pessoas físicas, o uso mais comum da análise de risco se 
encontra nas decisões de investimentos, em que riscos e retornos são analisados e comparados com 
o objetivo de subsidiar a alocação de recursos entre os diversos investimentosna economia real e 
nas aplicações disponíveis no mercado financeiro. Em outras palavras, a análise de risco é muito 
utilizada para a tomada de decisão sobre investimentos de economias.
Na Moderna Teoria das Carteiras de Markowitz (1952), a análise de investimentos 
elaborada, que consiste na apuração dos riscos e retornos de uma carteira de investimentos, 
permite que os investidores possam escolher ativos nas quantidades exatas para minimizar os 
riscos de perdas de investimentos.
Em condições ideais, como aquelas em que a correlação8 entre dois ativos seja unitária negativa 
(igual a –1), é possível zerar os riscos dos investimentos, sendo esse um caso ideal. Raramente são 
encontrados ativos com correlações unitárias negativas no mercado que permitam que quando um 
ativo ou título de uma carteira perder 1% de seu valor seja compensado pelo ganho de 1% em outro 
ativo com correlação unitária negativa. Todavia, há instrumentos criados pelo mercado financeiro 
que proporcionam essa possibilidade. Compreender os modelos de riscos que permitam gerenciar e 
reduzir os riscos de perdas é, portanto, muito importante para as pessoas físicas.
Quanto à disposição a assumir riscos, as pessoas podem ser divididas em três grandes grupos: 
avessas ao risco (a maioria), indiferentes ou neutras ao risco e amantes do risco. Um indivíduo que 
prefira uma renda garantida em vez de um emprego com o mesmo valor esperado (renda), mas com 
risco mais elevado é considerado avesso ao risco. Um indivíduo indiferente ou neutro ao risco não vê 
diferença entre receber uma renda garantida e uma renda incerta proveniente de um emprego ou 
8	 Relação	 estatística	 de	 interdependência	 entre	 variáveis.	 Na	 estatística	 descritiva,	 o	 coeficiente	 de	 Pearson	 para	
medir a correlação entre as variáveis é uma das metodologias de maior destaque e é representado pelo coeficiente ρ . 
Um coeficiente ρ = 1 significa uma correlação positiva perfeita entre duas variáveis, ou seja, que as duas andam juntas na 
mesma	direção.	Por	outro	lado,	um	coeficiente ρ = –1 significa uma correlação negativa perfeita entre duas variáveis e, além 
disso, que elas variam em direções opostas nas mesmas proporções.
Análise de risco e de crédito16
outra atividade econômica. Já o indivíduo amante do risco prefere se arriscar em busca de retornos 
maiores com probabilidades elevadas de perdas.
Essas classificações podem parecer a princípio estranhas, mas não são difíceis de compreender 
se utilizarmos um exemplo numérico, como o do boxe a seguir.
Imagine um jogo do tipo cara ou coroa em que as regras sejam as seguintes: 
se der cara você ganhará R$ 1.000,00 e se der coroa você ganhará R$ 4.000,00. 
Antes de jogar a moeda, um indivíduo diz a você que pagará R$ 2.500,00 se 
você não a jogar. Sua escolha será entre ficar com R$ 2.500,00 garantidos 
ou com o resultado do jogo de cara ou coroa com uma moeda não viciada. 
Estatisticamente falando, o valor esperado do jogo da moeda será de 50% de 
chances de ganhar R$ 1.000,00 e 50% de chances de ganhar R$ 4.000,00. O valor 
esperado é uma medida de retorno bastante conhecida e é obtido por meio da 
soma dos produtos das probabilidades pelos retornos esperados.
VE = 0,5 × 1.000 + 0,5 × 4.000
VE = 500 + 2.000
VE = 2.500
As probabilidades de 50% para o resultado cara e 50% de chances de dar coroa foram 
apresentadas na forma decimal 0,5 e estão multiplicando os resultados possíveis para o jogo. Os 
valores esperados são iguais para o indivíduo escolher a renda garantida de R$ 2.500,00 ou o 
jogo de cara ou coroa. Mas, se o indivíduo for avesso ao risco (como a maioria), ele escolherá a 
renda garantida9.
A maioria das pessoas apresenta perfil conservador no que diz respeito ao tema investimentos. 
Estudos comportamentais vêm sendo desenvolvidos para a análise de decisões ancoradas em 
fatores psicológicos que são dificilmente explicados por cálculos objetivos. Todavia, a teoria das 
finanças tem contribuído com estudos estatísticos para capturar a parcela racional do processo de 
decisão envolvendo riscos.
1.2.2 Pessoas jurídicas
A atividade econômica empresarial é, por definição, arriscada. Quando alguém decide abrir 
uma empresa utilizando suas economias, está assumindo a possibilidade de perder um capital que 
já é certo, porque o possui. Além disso, assume dívidas de fornecedores, funcionários, governos 
e instituições financeiras que poderão comprometer ainda mais o seu patrimônio pessoal. A 
passagem de pessoa física para pessoa jurídica será, portanto, o primeiro momento em que será 
realizada uma análise de risco.
9	 A	suposição	de	que	a	probabilidade	de	dar	cara	ou	coroa	é	de	50%	para	cada	resultado	se	baseia	na	hipótese	de	que	
essa moeda será jogada várias vezes e não apenas uma vez.
Crédito e risco: conceitos fundamentais 17
Mas uma empresa é, também, uma sucessão de projetos de viabilidade econômica. A 
empresa começa como uma ideia e se converte rapidamente em um projeto que contempla 
um estudo de mercado, um estudo dos produtos, processos e de logística, e se conclui com 
a idealização da planta ou layout do negócio. Todavia, cada novo produto ou serviço, cada 
inovação ou lançamento que se concretizará a partir desse momento será classificado como 
um novo projeto. Por isso, podemos garantir que a atividade empresarial será sempre uma 
sucessão de projetos e os resultados econômicos obtidos por eles determinarão o crescimento ou 
decrescimento dos lucros e a expansão da empresa.
A análise de risco para pessoas jurídicas serve, portanto, para antecipar as potenciais perdas e 
ganhos da abertura de novos mercados, do lançamento de novos produtos, do lançamento de filiais 
ou da antecipação de plantas de produção ou sedes. As ferramentas mais usuais para gerenciar 
riscos dessa natureza são os estudos de viabilidade econômica, que identificam potenciais de 
mercados por meio de estudos do consumidor, receptividade do produto ou serviço a ser ofertado 
com pesquisas de campo, estudos de demanda, fornecedores e concorrentes, acompanhados de 
projeções de balanços acompanhadas de análises de sensibilidade.
Fazer análises de sensibilidade é fundamental em todos os projetos de viabilidades 
econômicas. Isso acontece porque frequentemente são ignoradas as variabilidades às quais estão 
sujeitas as matérias-primas que são utilizadas na produção de mercadorias, as variações das taxas 
de câmbio e seus impactos em custos e competitividade da empresa, os impactos da inflação sobre 
custos específicos, mudanças em legislações e outros choques e imprevistos.
Desastres naturais que causem perdas em colheitas, inutilização ou indisponibilidade de 
recursos, como água ou energia, problemas logísticos inesperados, como greves gerais, podem 
gerar impactos financeiros muito grandes e revelar grandes exposições ao risco, que precisam ser 
consideradas e calculadas.
Como observa Assaf Neto (2006, p. 119), além do cumprimento dos objetivos da empresa, 
a gestão de risco é importante para identificar a exposição ao risco e suas fragilidades (fraquezas 
da empresa), minimizar perdas financeiras e imunizar o capital da empresa. Todavia, eliminar 
os riscos é impossível. Assim sendo, as pessoas jurídicas deverão buscar ferramentas e modelos 
necessários para realizar essa tarefa.
As pessoas jurídicas precisam elaborar modelos próprios de concessão de crédito para 
pessoas físicas e para outras pessoas jurídicas. Esse crédito pode ser em dinheiro, no caso de 
empresas financeiras, ou em mercadorias ou serviços vendidos a prazo. Em um caso ou em outro 
será preciso avaliar as capacidades de pagamento desses clientes e a qualidade das garantias dessas 
operações de crédito.
A análise de risco é, a todo instante, necessária para julgar a viabilidade das operações das 
empresas. Negócios empresariais são arriscados e precisam dar retornos acima das aplicações 
financeiras de renda fixa. Assim, se os retornos são baixos e os riscos são elevados, isso é sinal de 
que a gestão da empresaprecisa de alguma mudança.
Análise de risco e de crédito18
1.3 Gestão de risco e de crédito
Fazer a gestão de risco e de crédito consiste em estabelecer normas para 
controlar perdas e/ou aumentar as probabilidades de se obter os retornos esperados 
de investimentos financeiros ou outras operações. Para isso, pessoas físicas e pessoas 
jurídicas formulam políticas de risco e políticas de crédito.
1.3.1 Diversificação
No que se refere à gestão de risco, a primeira regra fundamental é a diversificação dos 
investimentos. A diversificação também se aplica aos demais tipos de exposições, como a concessão 
de empréstimos. Nesta seção, abordaremos a diversificação como sendo peça fundamental na 
gestão de risco e de crédito.
Você deve conhecer o ditado popular “Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. O 
princípio que se esconde nessa frase é o da diversificação. No caso de um acidente como um 
tombo ou qualquer tipo de choque, muitos ovos poderiam ser perdidos se eles estivessem todos no 
mesmo recipiente. A diversificação pode ser definida, de maneira simples, como distribuição ou 
pulverização de investimentos, carteira de clientes, fornecedores e outras fontes e usos de recursos.
Antes de apresentar a utilidade da diversificação como estratégia de redução de riscos para 
investidores e instituições financeiras, vamos ilustrar como ela também é útil para os negócios 
entre firmas. Um exemplo disso é o conjunto de problemas de entregas de automóveis e peças 
automotivas por empresas japonesas após o tsunami de 2011. Como decorrência dessa catástrofe, 
várias instalações de fabricantes de automóveis japonesas foram afetadas, bem como operações 
portuárias, e isso fez com que plantas produtivas localizadas fora do Japão ficassem desabastecidas 
de componentes necessários, causando grandes prejuízos.
A tragédia no Japão deu muitas outras lições, mas, no tocante às empresas de automóveis, 
levou a uma reformulação da logística de modo que não ficassem tão dependentes, no curto prazo, 
de suas instalações em um único país. Essas empresas passaram a gerenciar estoques em outras 
localidades e estabeleceram novos planos de fornecimento de insumos envolvendo estocagem, 
escoamento e produção de peças em outros países.
No caso das instituições financeiras, Securato (2002, p. 28) apresenta as diretrizes das 
políticas de crédito que devem ser seguidas para evitar exposição demasiada ao risco. Podemos 
resumir as principais diretrizes tratadas por esse autor como:
• A distribuição da carteira por tipo de cliente, pessoa física ou jurídica.
• Entre as pessoas jurídicas, os percentuais dos recursos disponíveis para empréstimos a 
serem distribuídos entre os setores público e privado.
• A definição de qual será o mercado-alvo por meio da prospecção de clientes, da 
determinação de setores e ramos de atividades que serão atendidos e quais ficarão de fora.
• O estabelecimento da política de concentração de risco por cliente aceitável 
institucionalmente, observadas as regras de diversificação de risco estabelecidas pelo 
Banco Central.
Vídeo
Crédito e risco: conceitos fundamentais 19
Como podemos observar, a diversificação da carteira de clientes é parte fundamental da 
política de gestão de risco e de crédito, mas a diversificação não é um instrumento apenas de 
gestão de crédito. A diversificação é o principal instrumento de gerenciamento de riscos para todos 
os negócios. Quanto mais diversificados forem os investimentos, os fornecedores e os clientes, 
menores serão os riscos.
1.3.2 Cuidados na concessão do crédito
Dentro das instituições financeiras, a política de gestão de risco implica o estabelecimento 
de uma série de procedimentos direcionados a evitar não apenas os riscos de crédito oriundos de 
causas normais, como reveses financeiros dos clientes, que podem ser reduzidos pelos estudos 
estatísticos das probabilidades, mas também de fraudes provocadas por clientes mal-intencionados. 
Nesse sentido, o treinamento de funcionários de maneira continuada se faz necessário. É preciso 
que os funcionários compreendam os modelos de gerenciamento de risco das empresas onde 
trabalham para que valorizem os procedimentos padronizados nos sistemas para o oferecimento 
dos produtos dessas instituições.
As exigências de apresentação de documentos no momento da elaboração de cadastros, nas 
aberturas de contas correntes e de investimentos, assim como na concessão de empréstimos – 
incluindo aí toda a documentação relativa às garantias, quando se aplicarem – têm por objetivo 
dar maior segurança para o efetivo sucesso das operações financeiras e para o cumprimento dos 
contratos. Todas essas etapas sistematizadas integram a primeira fase de uma política de gestão de 
riscos de crédito e de investimentos.
É mais fácil de entender essa questão quando se fala de concessão de empréstimos, pois as 
falhas na identificação de riscos levam às perdas de capitais emprestados por bancos e financeiras ou 
créditos concedidos por empresas para outras empresas. Mas, de igual forma, contas fraudulentas 
abertas por criminosos para operações de lavagem de dinheiro, por exemplo, podem prejudicar 
a imagem da empresa e resultar no congelamento parcial de operações motivado por bloqueios 
judiciais ou pela suspensão de suas atividades por órgãos reguladores.
O estabelecimento de rotinas organizadas para que todas as etapas da análise de crédito 
sejam cumpridas com profissionalismo também é importante. Os cuidados dos funcionários 
dessas instituições no trato com os clientes é um princípio legal e ético indispensável.
Nas instituições financeiras, muitas operações necessitam de alçadas especiais. Formam-se, 
por exemplo, os comitês de análises de crédito, em que as decisões são tomadas por mais de uma 
pessoa para operações que superem valores elevados por envolverem maiores riscos de crédito, 
enquanto outras operações envolvendo valores menores recebem análises automáticas, feitas por 
sistemas que só precisam ser alimentados com informações básicas, que são fornecidas pelo cliente 
diretamente ao trabalhador da instituição financeira.
Os comitês de análise de crédito são órgãos compostos de mais de uma pessoa que se 
reúnem com periodicidade estabelecida previamente ou emergencialmente de acordo com alguma 
necessidade específica da empresa ou instituição financeira que concede empréstimos e créditos 
de modo geral.
Análise de risco e de crédito20
Esses comitês também deveriam ser formados por empresas não financeiras. Assim, os 
vendedores que executassem vendas de elevados valores a prazo deveriam precisar de autorização 
do comitê de análise de crédito dessa firma. Grandes empresas têm controles desse tipo. Pequenas 
empresas deveriam tê-los também, pois não há nada que as impeça. Aliás, quando há um pacto 
entre sócios de micro e pequenas empresas acerca dos ritos necessários no processo de tomada de 
decisão no atendimento de novos clientes ou da concessão de crédito para eles, isso já é a definição 
de um comitê de análise de crédito.
A formação desses comitês serve para que as decisões de concessão de crédito não estejam 
concentradas nas mãos de uma só pessoa. Além do fato de que duas ou mais pessoas podem chegar 
às melhores conclusões sobre a viabilidade ou não de uma operação por critérios técnicos, isso 
evita o risco de um único indivíduo decidir pelos interesses particulares dele mesmo ou de um 
favorecido, colocando em risco a instituição financeira. Cada empresa ou instituição financeira 
tem regras e prazos que variam bastante entre elas para o funcionamento de seus comitês.
Assim sendo, desde o processo de atendimento de um cliente, do enquadramento da proposta 
de crédito na linha mais apropriada para as necessidades dele, da abertura de cadastro e coleta de 
documentos e informações, a política de crédito e o gerenciamento de risco já estarão em ação. 
Visto que esses procedimentos, quando corretamente executados, evitam erros de planejamento e 
fraudes. É essencial que o processotodo se dê dentro das mais modernas práticas de governança 
que exigem, ainda, profissionalismo nas análises das propostas, observando os limites e as alçadas 
de competência dos vários grupos de profissionais envolvidos, e que as políticas de crédito e de 
risco da instituição sejam seguidas à risca.
1.3.3 Gerenciamento da carteira de crédito
Em uma instituição financeira são realizadas muitas operações de crédito. Essas operações 
podem ser de diversas modalidades, como: crédito para pessoa jurídica, crédito para pessoa física, 
carteira de cartões de crédito, crédito direto ao consumidor, cheque especial etc. Cada uma dessas 
modalidades tem um histórico de retornos ou lucros proporcionados para essa instituição e um 
histórico de problemas (atrasos e perdas). Estatisticamente, esses dados podem ser trabalhados 
para que alimentem modelos de risco e retornos de gestão de carteiras.
Alguns dos modelos de gestão de carteiras precisam de informações obtidas de séries de 
dados simples e disponíveis, como é o caso do Modelo de Gestão de Carteiras de Markowitz (1952). 
Nesse modelo, o risco de uma carteira de investimentos, que, no caso proposto aqui, é formada pelo 
total das operações de crédito da instituição financeira, é dado pelo desvio padrão da carteira. Com 
base em informações como os desvios padrões dos ativos componentes da carteira, das correlações 
entre esses ativos e de suas quantidades e da comparação com os retornos proporcionados pelos 
ativos, um gestor de carteira poderá tomar a decisão de aumentar ou reduzir as quantidades de um 
ativo e de outro, balanceando a carteira para diminuir os riscos e ampliar os retornos.
Cabe destacar que uma das maiores contribuições dadas pelo trabalho de seleção de 
carteiras de Markowitz foi a descoberta do poder que ativos com correlações estatísticas menores 
Crédito e risco: conceitos fundamentais 21
do que uma unidade positiva (ρ < 1) possuem para que se obtenham os melhores resultados da 
diversificação reduzindo o risco de uma carteira.
O cálculo do VaR (value at risk ou valor em risco, em português) de uma carteira de crédito 
também pode ser apontado como uma metodologia útil para compreender e gerir os riscos 
de perdas de uma instituição financeira ou mesmo dos riscos oriundos de carteiras de clientes 
de empresas não financeiras. É um cálculo que permite a verificação dos limites das variações 
esperadas (perdas máximas) em dinheiro para um determinado período de uma carteira de crédito 
e serve para investimentos ou ativos isolados ou em conjunto.
Em outras palavras, o modelo VaR permite encontrar a perda máxima esperada para cada 
período em uma carteira de crédito ou de investimentos. Esse modelo leva em consideração o 
montante de dinheiro ou crédito da carteira, um horizonte de tempo e nível de confiança estatística 
que deve ser escolhido pelo analista.
Esses modelos estão entre os mais reconhecidos métodos de gestão de risco de carteiras. 
Há, ainda, outras maneiras de aferir riscos utilizando estatística que se aplicam a outras atividades 
econômicas. Todavia, quando falamos de análise e gestão de crédito e de risco para pessoas físicas e 
jurídicas, temos em mente necessariamente a gestão de carteiras, seja de crédito ou de investimentos. 
Nos dois casos, as contribuições de Markowitz e o modelo VaR cumprem perfeitamente as tarefas.
Considerações finais
Neste capítulo apresentamos conceitos de crédito e risco e demonstramos a importância do 
conhecimento das variáveis que estão envolvidas nas classificações e no gerenciamento de riscos e 
de crédito por pessoas físicas e jurídicas.
Além disso, abordamos conceitos fundamentais, que ainda serão retomados ao longo deste 
livro, relacionados às ferramentas analíticas necessárias para uma compreensão aprofundada 
de temas que extrapolam as esferas das empresas e instituições financeiras, como as ideias de 
diversificação e de probabilidade, porque também interferem em outros processos de nossas vidas 
na condição de pessoas físicas.
Ampliando seus conhecimentos
• BERNSTEIN, P. L. Desafio aos deuses: a fascinante história do risco. Rio de Janeiro: Editora 
Elsevier, 1997.
Esse livro mostra a história do risco aplicada aos jogos de azar, mercados financeiros e 
outros contextos, desde a Grécia antiga.
• MOODY’S Brasil. Disponível em: https://www.moodys.com/Pages/default_br.aspx. 
Acesso em: 4 set. 2019.
Esse site é de uma agência de risco. Você pode conhecer a metodologia da análise de 
crédito de uma das maiores agências de ratings do mundo.
Análise de risco e de crédito22
Atividades
1. Qual é a importância da diversificação de carteiras de clientes das firmas?
2. Quais são os dados necessários para se fazer uma análise de risco de uma carteira de 
investimentos em termos de estatísticas no Modelo de Gestão de Carteiras de Markowitz?
3. Qual é a importância dos comitês de análise de crédito nas instituições financeiras?
Referências
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Circular n. 1.273, de 29 de dezembro de 1987. Brasília: Conselho Monetário 
Nacional, 1987. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/circ/1987/pdf/circ_1273_v1_o.pdf. 
Acesso em: 3 set. 2019.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução n. 2.682, de 21 de dezembro de 1999. Brasília: Conselho 
Monetário Nacional, 1999. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/1999/pdf/res_2682_
v2_L.pdf. Acesso em: 3 set. 2019.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução n. 2.697, de 24 de fevereiro de 2000. Brasília: Conselho Monetário 
Nacional, 2000. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/res/2000/pdf/res_2697_v1_o.pdf. 
Acesso em: 12 ago. 2019.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo, seção 1, Brasília, 
DF, p. 1, suplemento, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.
htm. Acesso em: 3 set. 2019.
GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
MARKOWITZ, H. Portfolio selection. The Journal of Finance, v. 7, n. 1, p. 77-91, mar. 1952.
PINDYCK, R.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 4. ed. São Paulo: Macron Books, 1999.
SECURATO, J. R. Análise e avaliação do risco: pessoas físicas e jurídicas. São Paulo: Saint Paul, 2002.
SECURATO, J. R. Decisões financeiras em condições de risco. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
SERASA. O que é score de crédito. São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.serasaconsumidor.com.br/
ensina/aumentar-score/o-que-e-score-de-credito. Acesso em: 3 set. 2019.
2
Operações de crédito e serviços bancários
Este capítulo tem por objetivo apresentar os tipos de serviço bancário prestados por instituições 
financeiras, as operações de crédito mais contratadas por pessoas físicas e jurídicas, seus usos, suas 
características e suas finalidades e apresentar os elementos que são considerados pelas instituições 
financeiras para a concessão de recursos com base nas políticas de concessão de crédito.
2.1 Serviços bancários
Os serviços bancários podem ser de diversas naturezas. Muitas vezes, os 
profissionais que trabalham em bancos se referem a esses serviços como “produtos”, 
usando um linguajar financeiro próprio das instituições. Todavia, os serviços 
bancários são bem regulados pelo Banco Central e encontram-se especificados em 
legislação.
Na Resolução n. 3.919 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010), o CMN classifica em quatro 
tipos os serviços prestados por parte das instituições financeiras (e demais instituições autorizadas a 
funcionar pelo Banco Central do Brasil) a pessoas físicas: essenciais, prioritários, especiais e diferenciados. 
Os serviços bancários essenciais são gratuitos e, de acordo com o artigo 2º dessa resolução:
É vedada [...] a cobrança de tarifas pela prestação de serviços bancários essenciais 
a pessoas naturais, assim considerados aqueles relativos a:
I – conta de depósitos à vista:
a) fornecimento de cartão com função débito;
b) fornecimento de segundavia do cartão referido na alínea “a”, exceto nos 
casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista decorrentes de 
perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição 
emitente;
c) realização de até quatro saques, por mês, em guichê de caixa, inclusive por 
meio de cheque ou de cheque avulso, ou em terminal de autoatendimento;
d) realização de até duas transferências de recursos entre contas na própria 
instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de autoatendimento e/ou 
pela internet;
e) fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação 
dos últimos trinta dias por meio do guichê de caixa e/ou de terminal de 
autoatendimento;
f) realização de consultas mediante utilização da internet;
[...]
h) compensação de cheques;
i) fornecimento de até dez folhas de cheques por mês, desde que o correntista 
reúna os requisitos necessários à utilização de cheques, de acordo com a 
regulamentação em vigor e as condições pactuadas. (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 2010)
Vídeo
Análise de risco e de crédito24
Ainda de acordo com o artigo 2º da Resolução n. 3.919, também são considerados serviços 
bancários essenciais aqueles relativos às contas de depósitos de poupanças.
II – conta de depósitos de poupança:
a) fornecimento de cartão com função de movimentação;
b) fornecimento de segunda via do cartão referido na alínea “a”, exceto nos casos 
de pedidos de reposição formulados pelo correntista, decorrentes de perda, 
roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição emitente;
c) realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em terminal de 
autoatendimento;
d) realização de até duas transferências, por mês, para conta de depósitos de 
mesma titularidade;
e) fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação dos 
últimos trinta dias;
f) realização de consultas mediante utilização da internet. (BANCO CENTRAL 
DO BRASIL, 2010)
Além disso, o artigo 19 da Resolução n. 3.919 obriga as instituições financeiras a 
disponibilizar aos clientes (pessoas naturais), até o dia 28 de fevereiro de cada ano, um extrato 
consolidado contendo os valores cobrados no ano anterior, detalhados mês a mês, “relativos a, 
no mínimo: I – tarifas; e II – juros, encargos moratórios, multas e demais despesas incidentes 
sobre operações de crédito e de arrendamento mercantil” (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 
2010).
Os serviços bancários prioritários são aqueles relativos à confecção de cadastro para início 
de relacionamento, às contas de depósitos, às transferências de recursos, à operação de crédito e de 
arrendamento mercantil, ao cartão de crédito básico e à operação de câmbio manual para compra 
ou venda de moeda estrangeira relacionada a viagens internacionais. Esses serviços são cobrados 
em função de seus fatos geradores e regulados pela Resolução n. 3.919/2010. No Quadro 1, a seguir, 
são apresentados os serviços prioritários e as regras de exibição nos extratos exigidas pelo Banco 
Central.
Quadro 1 – Padronização dos serviços prioritários – Pessoa física
Lista de serviços
Canais de entrega 
(formas de entrega)
Sigla no extrato
1. CADASTRO
1.1 Confecção de cadastro para início de 
relacionamento
*** CADASTRO
2. CONTA DE DEPÓSITOS
2.1 Cartão
2.1.1 Fornecimento de 2ª via de cartão 
com função débito
*** 2ª via-CARTÃODEBITO
2.1.2 Fornecimento de 2ª via de cartão 
com função movimentação de conta de 
poupança
*** 2ª via-CARTÃOPOUPANÇA
(Continua)
Operações de crédito e serviços bancários 25
Lista de serviços
Canais de entrega 
(formas de entrega)
Sigla no extrato
2.2 Cheque
2.2.1 Exclusão do Cadastro de Emitentes 
de Cheques sem Fundos (CCF)
*** EXCLUSÃO CCF
2.2.2 Contraordem (ou revogação) e 
oposição (ou sustação) ao pagamento de 
cheque
*** SUSTAÇÃO/REVOGAÇÃO
2.2.3 Fornecimento de folhas de cheque *** FOLHACHEQUE
2.2.4 Cheque administrativo *** CHEQUEADMINISTRATIVO
2.2.5 Cheque visado *** CHEQUE VISADO
2.3 Saque
2.3.1 Saque de conta de depósitos à vista 
e de poupança
Presencial ou pessoal SAQUEpessoal
Terminal de autoatendimento SAQUEterminal
Correspondente no País SAQUEcorrespondente
2.4. Depósito
2.4.1 Depósito identificado Presencial ou pessoal DEPOSITOidentificado
2.5. Consulta
2.5.1 Fornecimento de extrato mensal de 
conta de depósitos à vista e de poupança
Presencial ou pessoal EXTRATOmês(P)
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
EXTRATOmês(E)
Correspondente no País EXTRATOmês(C)
2.5.2 Fornecimento de extrato de um 
período de conta de depósitos à vista e 
de poupança
Presencial ou pessoal EXTRATOmovimento(P)
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
EXTRATOmovimento(E)
Correspondente no País EXTRATOmovimento(C)
2.5.3 Fornecimento de cópia de 
microfilme, microficha ou assemelhado
Fornecimento de cópia de microfilme, 
microficha ou assemelhado
MICROFILME
3. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS
3.1 Transferência por meio de DOC
Presencial ou pessoal DOCpessoal
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
DOCeletrônico
Internet DOCinternet
3.2 Transferência por meio de TED
Presencial ou pessoal TEDpessoal
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
TEDeletrônico
Internet TEDinternet
3.3 Transferência agendada por meio de 
DOC/TED
Presencial ou pessoal DOC/TEDagendado(P)
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
DOC/TEDagendado(E)
Internet DOC/TEDagendado(I)
(Continua)
Análise de risco e de crédito26
Lista de serviços
Canais de entrega 
(formas de entrega)
Sigla no extrato
3.4 Transferência entre contas na própria 
instituição
Presencial ou pessoal TRANSF.RECURSO(P)
Terminal de autoatendimento e 
outros meios eletrônicos
TRANSF.RECURSO(E/I)
3.5 Ordem de pagamento *** ORDEMPAGAMENTO
4. OPERAÇÃO DE CRÉDITO E DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
4.1 Concessão de adiantamento a 
depositante
*** ADIANT.DEPOSITANTE
5. CARTÃO DE CRÉDITO BÁSICO
5.1 Anuidade – cartão básico
Nacional ANUIDADENacional
Internacional ANUIDADEInt.
5.2 Fornecimento de 2ª via de cartão com 
função crédito
*** 2ª via-CARTÃOCRÉDITO
5.3 Utilização de canais de atendimento 
para retirada em espécie
No País RETIRADA-País
No exterior RETIRADA-exterior
5.4 Pagamento de contas utilizando a 
função crédito
*** PAGAMENTOCONTAS
5.5 Avaliação emergencial de crédito *** AVAL.EMERG.CRÉDITO
6. OPERAÇÃO DE CÂMBIO MANUAL PARA COMPRA OU VENDA DE MOEDA ESTRANGEIRA RELACIONADA A VIAGENS 
INTERNACIONAIS
6.1 Venda de moeda estrangeira
Espécie VENDACÂMBIOespécie
Cheque de viagem VENDACÂMBIOcheque
Cartão pré-pago – emissão e carga VENDACÂMBIOprépagoemi
Cartão pré-pago – recarga VENDACÂMBIOprépagorec
6.2 Compra de moeda estrangeira
Espécie COMPRACÂMBIOespécie
Cheque de viagem COMPRACÂMBIOcheque
Cartão pré-pago COMPRACÂMBIOprépago
(P) Pessoal (E) Eletrônico (C) Correspondente no País (I) Internet
Fonte: Adaptado de Banco Central do Brasil, 2010.
Os serviços bancários especiais são aqueles referentes ao crédito rural, ao Sistema Financeiro 
da Habitação (SFH), ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, 
ao penhor civil, às contas especiais tratadas na Resolução n. 3.211 (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 2004) do CMN, às contas de registro e controle disciplinadas pela Resolução n. 3.402 
(BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2006a), bem como às operações de microcrédito. São previstas 
cobranças para o uso desses serviços.
Operações de crédito e serviços bancários 27
Já os serviços bancários diferenciados, conforme o disposto no artigo 5º da Resolução n. 
3.919 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2010), são aqueles relacionados ao abono de assinatura, 
ao aditamento de contratos1, à administração de fundos de investimento, ao aluguel de cofre, a 
avais e fianças, a avaliações, reavaliações e substituições de bens recebidos em garantia, a serviços 
de câmbio e outros serviços de câmbio não previstos no Quadro 1. Também são considerados 
serviços bancários diferenciados a carga e a recarga de cartão pré-pago,cobrada do titular do 
contrato, o cartão pré-pago e os cartões de crédito diferenciados.
Além desses serviços, temos, segundo o artigo 5º da Resolução n. 3.919/2010, o certificado 
digital, a coleta e a entrega em domicílio, a corretagem de títulos, valores mobiliários e derivativos, 
a custódia, o envio de mensagem automática de lançamento em conta de depósitos ou de cartão de 
crédito, o extrato diferenciado mensal contendo informações sobre contas de depósitos à vista e/
ou de poupança, o fornecimento de atestados, certificados e declarações, de cópia ou de segunda 
via de comprovantes e documentos, de plástico de cartão de crédito em formato personalizado, 
fornecimento emergencial de segunda via de cartão de crédito e leilões agrícolas. Todos esses 
serviços podem ser cobrados.
A Resolução n. 2.878 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2001) do CMN versa sobre 
procedimentos a serem observados pelas instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central na contratação de operações e na prestação de serviços aos clientes e ao público em 
geral. Essa resolução estabelece princípios de transparência sobre os custos e as regras estabelecidas 
nos contratos, fazendo exigências de qualidade na prestação de serviços, estabelece prazos para o 
atendimento de demandas e reclamações dos clientes e se constitui em uma importante ferramenta 
para eles contra abusos praticados pelas instituições financeiras.
As instituições financeiras que oferecem os chamados serviços bancários, hoje em dia, vão 
muito além dos próprios bancos. Há uma evolução constante nas empresas que se dedicam às 
atividades financeiras e inovações constantes que fazem com que possamos encontrar os serviços 
que antes eram restritos ao universo dos bancos em mais de um tipo de instituição. A despeito 
disso, a legislação e a organização do sistema financeiro nacional definem as áreas de atuação de 
cada instituição de maneira clara.
As instituições financeiras são divididas em seis categorias, segundo a classificação do Banco 
Central do Brasil (2006b). As instituições financeiras não bancárias “não recebem depósitos à 
vista, nem podem criar moeda (por meio de operações de crédito). Elas operam com ativos não 
monetários, como ações, CDBs, títulos, letras de câmbio e debêntures” (BANCO CENTRAL DO 
BRASIL, 2019). As entidades integrantes dessa categoria são apresentadas na Figura 1 a seguir.
1 É o ato de acrescentar algo a um contrato já em vigor. Um acréscimo de cláusula ou obrigação, direitos ou deveres.
Análise de risco e de crédito28
Figura 1 – Instituições financeiras não bancárias
Bancos de 
investimento
Bancos de 
desenvolvimento
Sociedades de 
arrendamento mercantil 
(leasing)
Sociedades de crédito, 
financiamento e 
investimento 
Não bancárias
Financeiras
Companhias hipotecárias
Agências de fomento ou 
investimento
Sociedades de crédito ao 
microempreendedor
Bancos múltiplos sem carteiras 
comerciais ou hipotecárias
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
Existem também as instituições financeiras de natureza especial, indicadas na Figura 2 a 
seguir. São especiais porque, além de executarem atividades de intermediação e, em alguns casos, 
exercerem papéis de bancos criadores de dinheiro, funcionam como braços dos governos que as 
controlam na implantação e execução de políticas públicas de fomento e distribuição de renda, 
prestando serviços importantes para a administração pública.
Figura 2 – Instituições financeiras de natureza especial
De natureza especial
Caixa Econômica Federal
Banco do Brasil
Banco da Amazônia
Banco do Nordeste
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES)
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE)
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
Operações de crédito e serviços bancários 29
Temos também as instituições financeiras do Sistema Brasileiro de Poupança e 
Empréstimo (SBPE), conforme mostra a Figura 3 a seguir. Essas instituições prestam serviços 
para o setor imobiliário e oferecem recursos para financiamentos da construção civil e para 
obras de infraestrutura.
Figura 3 – Instituições financeiras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
Caixas econômicas
Sociedades de crédito 
imobiliário
Associações de poupança e 
empréstimo
Bancos múltiplos com 
carteira de crédito imobiliário 
que captam recursos do FGTS 
e das cadernetas de poupança
SBPE
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
Entre as instituições integrantes do sistema financeiro nacional encontramos, ainda, o 
sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários. Nessa categoria se enquadram as 
entidades mostradas na Figura 4 a seguir. 
Figura 4 – Sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários
Sociedades corretoras de câmbio
Sociedades corretoras de 
valores mobiliários
Sociedades distribuidoras 
de valores mobiliários
Agentes autônomos de 
investimentos
Sistema de distribuição de 
títulos e valores mobiliários
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
Análise de risco e de crédito30
Podemos encontrar nessa classificação também as prestadoras de serviços de liquidação 
e compensação. Entre essas instituições financeiras estão as administradoras de recursos de 
terceiros e o sistema de seguros privados e previdência complementar, conforme apresentado na 
Figura 5 a seguir. 
Figura 5 – Prestadoras de serviços de liquidação e compensação
Fundos mútuos de 
investimentos
Clubes de investimentos
Administradoras de 
consórcios 
Planos individuais de 
aposentadoria e pensão
Sociedades seguradoras
Sociedades de 
capitalização
Entidades fechadas de 
previdência privada
Entidades abertas de 
previdência privada
Sistemas de seguros privados 
e previdência complementar 
integrados pelo Instituto de 
Resseguros do Brasil (IRB)
Prestadoras de serviços 
financeiros não 
regulamentados integrados por 
sociedades administradoras 
de cartões de crédito, pelas 
sociedades de fomento 
mercantil (factoring) e pelas 
instituições bancárias
Sociedades administradoras 
de planos de seguro-saúde
Prestadoras de 
serviços de liquidação 
e compensação 
Bolsas de valores
Bolsas de mercadorias 
e futuros
Entidades do mercado 
de balcão organizado
Central de Custódia e 
Liquidação Financeira de 
Títulos (CETIP)
Companhia Brasileira de 
Liquidação e Custódia 
(CBLC)
Tecnologia Bancária 
(TecBan)
Sistema Especial de 
Liquidação e Custódia 
(Selic)
Sistema de 
seguros privados 
e previdência 
complementar
Administradoras 
de recursos de 
terceiros
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
Operações de crédito e serviços bancários 31
Cumpre ressaltar que as instituições bancárias – o último tipo de instituição em estudo 
– são entidades capazes de criar moeda escritural. Destacam-se as instituições elencadas na 
Figura 6 a seguir. 
Figura 6 – Instituições financeiras bancárias
Bancárias
Bancos múltiplos com 
carteira comercial
Cooperativas de 
crédito
Bancos comerciais 
cooperativos
Bancos comerciaisCaixas econômicas
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Banco Central do Brasil, 2006b.
De modo geral, algumas instituições financeiras atuam na intermediação de recursos entre 
credores e devedores, como é o caso dos bancos comerciais, e outras atuam prestando serviços 
específicos, como é o caso das corretoras de valores. Cada organização tem áreas de atuação 
específicas e regulamentadas pelas autoridades nacionais. Em um passado recente, a especialização 
em serviços bancários era mais restrita às instituições financeiras chamadas bancos. Todavia, 
inovações financeiras e o aumento da concorrência vêm fazendo com que os serviços bancários 
sejam oferecidos por diversas outras empresas também, a exemplo das administradoras de cartões 
de crédito e os fintechs2. Ainda assim, os bancos são as principais instituições financeiras prestadoras 
de serviços bancários.
2.2 Operaçõesde crédito
Como vimos no Capítulo 1, operações de crédito surgem entre pessoas físicas 
e pessoas jurídicas, entre pessoas jurídicas e outras pessoas jurídicas e entre pessoas 
jurídicas e instituições financeiras. As operações de crédito consistem em pactos 
entre diferentes “pessoas” para transferências ou intermediações de recursos com 
finalidades específicas, como a elaboração de projetos empresariais e aquisições 
de bens, ou sem finalidade específica, no adiantamento de consumo ou na cobertura de despesas 
já realizadas. Apresentaremos, a seguir, as principais operações de crédito entre pessoas físicas e 
jurídicas e instituições financeiras que são oferecidas nas instituições bancárias.
2.2.1 Crédito pessoal
Nessa categoria, encontramos os empréstimos sem finalidades específicas fornecidos por 
instituições financeiras para pessoas físicas. Os métodos de contratação de crédito pessoal são 
2 Empresas que oferecem soluções digitais para atividades que eram exclusivas de bancos.
Vídeo
Análise de risco e de crédito32
bastante simplificados hoje em dia, podendo ocorrer sem visitas às instituições financeiras, por 
meio de aplicativos, contatos telefônicos ou home bankings3.
Essas operações de crédito não possuem garantias colaterais e, por isso, representam elevado 
risco de crédito para os bancos e as instituições financeiras. Isso porque, na hipótese de inadimplência, 
não há garantias para serem executadas e, dependendo do valor emprestado, demandas judiciais de 
recuperação do crédito podem custar mais do que o próprio valor emprestado.
As instituições financeiras calibram seus modelos de concessão de empréstimos de modo 
que os valores emprestados sejam compatíveis com a renda e capacidade de pagamento dos clientes 
e cobram mais caro por esse tipo de operação em termos de juros do que pelo financiamento 
de automóveis ou habitação. Ainda assim, os empréstimos pessoais são mais adequados para as 
necessidades das pessoas físicas do que o uso de limites de cheques especiais.
2.2.2 Cheque especial
É uma linha de crédito pré-aprovada por um banco ou instituição financeira que fica 
disponível para aqueles clientes que passaram por um processo prévio de análise de crédito, 
realizado com base na utilização de modelos de risco que respeitem as políticas de crédito das 
instituições concedentes. Uma vez aprovada a linha de crédito de cheque especial, ela se encontrará 
disponível para a utilização imediata e automática e poderá ser acessada com a utilização de cartões 
de débito, guias de retiradas em guichês, cheques e transferências eletrônicas.
O cheque especial é um limite de recursos que serão disponibilizados na conta corrente do 
cliente para ser usado sempre que não houver saldo suficiente para pagamentos. Os juros cobrados 
nessa modalidade de crédito são bastante elevados, pois tecnicamente não possuem garantias 
colaterais e representam elevado risco para as instituições que concedem esse crédito.
É uma das principais linhas de crédito utilizadas por pessoas físicas e é um dos maiores 
responsáveis pelo alto grau de inadimplência dos clientes dos bancos, uma vez que é bastante 
comum que eles utilizem limites por longos períodos de tempo, incorrendo em taxas elevadas de 
juros e encargos que acabam saindo do controle.
2.2.3 Microcrédito
Bancos de desenvolvimento e agências de fomento trabalham com linhas de crédito para 
microempreendedores. Empreendedores individuais conseguem acessar recursos de microcrédito 
com valores reduzidos mesmo como pessoas físicas. As exigências para essas modalidades de 
empréstimo são mais simples que as linhas tradicionais. 
Valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil podem ser disponibilizados com a apresentação de 
avalistas e situação cadastral do Cadastro de Pessoa Física (CPF) sem restrições. Com taxas de juro 
abaixo das praticadas pelas instituições financeiras tradicionais, as operações de microcrédito são 
iniciativas de políticas públicas destinadas à geração de renda e encontram-se bastante difundidas 
por vários estados brasileiros.
3 Sistemas de software de interface que possibilitam ao cliente executar as operações financeiras por si só, sem 
necessidade de contato humano presencial ou telefônico.
Operações de crédito e serviços bancários 33
2.2.4 Financiamentos
Pessoas físicas e jurídicas muitas vezes desejam adquirir bens sem que possuam os 
recursos necessários para a quitação dos valores integrais desses bens. No caso da pessoa física, 
eletrodomésticos de valores elevados, veículos ou residências são exemplos de bens que são 
financiados. Pessoas jurídicas também financiam bens duráveis, veículos e até imóveis para que 
sejam utilizados na produção de outros bens ou na prestação de serviços. Todavia, no caso de 
pessoas jurídicas, linhas de crédito e financiamento específicas mais adequadas para a natureza de 
seus negócios são oferecidas por bancos de investimento e desenvolvimento que não trabalham 
com essas mesmas linhas para as pessoas físicas.
O financiamento é uma liberação de determinado valor ou recurso para um cliente 
adquirir um bem. O cliente se compromete a quitar esse valor em parcelas periódicas e, 
nos casos de financiamentos de veículos, máquinas, equipamentos e imóveis, tem os bens 
financiados dados em garantia para a instituição financeira que concedeu os financiamentos. 
Nesse caso, esses bens ficam alienados fiduciariamente4 na instituição financeira.
2.2.5 Leasing
É um contrato denominado na legislação brasileira como arrendamento mercantil. A Lei 
n. 6.099 (BRASIL, 1974), por sua vez, define o arrendamento mercantil como sendo “o negócio 
jurídico realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, 
na qualidade de arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela 
arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta”.
O arrendador é o banco ou uma sociedade de arrendamento mercantil, e arrendatário é 
o cliente dessa instituição. O leasing não é um financiamento, ele se assemelha a um contrato de 
aluguel com a opção de compra do bem no final. Assim, o banco compra o bem escolhido pelo 
cliente e entrega a ele para que o utilize durante o período do contrato, que pode variar de acordo 
com as modalidades.
Apesar de não ser um financiamento, bancos e outras instituições financeiras acabam 
realizando contratos muito parecidos com os de financiamento em termos de prazos e parcelamentos. 
Mas há uma diferença: durante todo o leasing, a propriedade do bem permanece com a instituição 
financeira em todos os documentos.
Pode haver vantagens tributárias para empresas derivadas de operações de leasing, porque 
tecnicamente as parcelas de leasings são despesas.
2.2.6 Desconto de duplicatas
Essa é uma das operações mais tradicionais realizadas entre os bancos comerciais e seus 
clientes pessoas jurídicas. Trata-se de um adiantamento de valores faturados pela empresa 
realizado pela instituição financeira com um desconto. Esse desconto praticado por ela representa 
a taxa cobrada para adiantar o dinheiro à empresa. É uma operação destinada a viabilizar capital 
4 A propriedade do bem fica com o credor durante a fase de pagamento.
Análise de risco e de crédito34
de giro, uma vez que ela antecipa o recebimento de suas vendas a prazo, mas deve ser usada com 
moderação, pois pode comprometer a rentabilidade da empresa quando as margens de lucro 
de suas vendas estiverem muito baixas ou quando as taxas cobradas pelos bancos e instituições 
financeiras estiverem muito elevadas.
Além da necessidade de capital de giro, empresas utilizam o desconto de duplicatas em 
bancos e demais instituições financeiras como forma de viabilizar maior crédito para os clientes. 
Assim, conseguem dar prazos de pagamento maiores a esses clientes. Usualmente, descontam-se 
duplicatas em prazos para 30 ou 60 dias. No entanto, atualmente, devido a uma concorrência entre 
instituições financeiras, é possível antecipar duplicatasde bancos para diversos prazos: 30, 60, 90, 
120 e 180 dias são prazos bastante comuns. Porém, há incidência de Imposto sobre Operações 
Financeiras (IOF) nessas operações.
2.2.7 Conta garantida
É uma operação de empréstimo disponibilizada por instituições financeiras para pessoas 
jurídicas e físicas na modalidade de crédito rotativo. A instituição financeira faz uma análise de 
crédito do cliente interessado e disponibiliza limites para serem utilizados de maneira bastante 
rápida, pois, após a análise de crédito, eles são colocados imediatamente à disposição para serem 
movimentados pelos clientes.
As instituições financeiras aceitam como garantias diversos títulos e recebíveis, entre eles: 
investimentos do cliente em Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Letra de Crédito Imobiliário 
(LCI), Certificado de Depósito Bancário (CDB), cheques pré-datados, duplicatas, saldos a serem 
recebidos de vendas de cartão de crédito e garantias reais, como veículos e imóveis.
2.2.8 Vendor
A operação de Vendor consiste em uma operação de financiamento de vendas. Nesse tipo 
de operação, ocorre uma cessão de crédito da empresa vendedora para a empresa compradora (que 
pode ser pessoa física). A operação de Vendor permite que as empresas vendam seus produtos a 
prazo enquanto recebem os pagamentos à vista.
Nessa operação, o vendedor/fornecedor acaba representando o papel de fiador de seu 
cliente comprador e se responsabiliza pelo pagamento das dívidas desse cliente com a instituição 
financeira, se houver inadimplência.
A Vendor gera enorme vantagem para o vendedor à medida que ele passa a contar com 
maior quantidade de clientes em potencial por causa da facilitação do processo de vendas 
parceladas. Muitos clientes podem não preencher os requisitos das instituições financeiras para 
os empréstimos ou financiamentos e, se não fosse a Vendor, não conseguiriam comprar parcelado. 
A empresa vendedora geralmente assume o risco de crédito da empresa compradora por causa 
do relacionamento que possuem. Portanto, é um financiamento para empresas em que a empresa 
vendedora contrata o crédito e assume o risco do negócio e quem paga é a empresa compradora.
Operações de crédito e serviços bancários 35
2.2.9 Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame)
É o nome de um financiamento destinado à aquisição de máquinas e equipamentos para 
usos empresariais em estabelecimentos credenciados pelo BNDES. O Finame é oferecido por vários 
bancos intermediários, uma vez que esse banco de desenvolvimento não possui capilaridade e 
penetração por meio de agências próprias. Assim, o Finame pode ser acessado nos grandes bancos 
públicos e privados que repassam essa linha de crédito do BNDES.
De modo geral, o interessado pode escolher uma máquina, um equipamento, um veículo etc., 
em uma lista disponível no site do BNDES e depois procura um agente financeiro intermediário 
que trabalha com essa linha de crédito (todos os maiores bancos brasileiros trabalham com ela). Em 
seguida, a instituição financeira intermediária fará uma análise prévia do pedido de financiamento 
via Finame para ver se está tudo correto e realizará uma análise de crédito do cliente. Aprovada a 
proposta de crédito pela instituição intermediária, ela será encaminhada para a análise do BNDES. 
Se aprovada a proposta pelo BNDES, o vendedor da máquina ou equipamento entregará o bem 
ao cliente e o BNDES depositará o dinheiro relativo ao bem na instituição intermediária, que, em 
seguida, entregará o recurso para o vendedor do bem.
Assim sendo, fica claro que o interessado em financiar um bem (máquina, equipamento 
ou veículo) por meio do Finame não verá o dinheiro. O cliente receberá diretamente o bem 
do fabricante ou vendedor e este receberá o dinheiro diretamente do banco. Usualmente, o 
bem financiado poderá ser retomado em caso de inadimplência – já que ele também serve de 
garantia. O BNDES Finame possui linhas de financiamento, as quais podem ser observadas no 
Quadro 2 a seguir.
Quadro 2 – Linhas do BNDES Finame
BK Aquisição e Comercialização
Financiamento para aquisição e comercialização de máquinas, equipamentos, 
sistemas industriais, bens de informática e automação, ônibus, caminhões e 
aeronaves executivas.
BK Produção
Financiamento de capital de giro destinado à produção de máquinas, 
equipamentos e bens de informática e automação.
Moderniza BK
Financiamento à modernização de máquinas e equipamentos instalados no 
país, com fornecimento contratado com os proprietários dos bens.
Fonte: Adaptado de BNDES, 2019.
Para cada finalidade de empréstimo existem condições específicas de prazos, taxas e 
procedimentos necessários (apresentação de documentos, projetos e certidões). As instituições 
financeiras que fazem a intermediação dessas linhas de crédito auxiliam no melhor enquadramento 
das propostas dos clientes.
2.2.10 Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC)
O ACC é uma operação de crédito voltada para empresas exportadoras que faturam em 
moedas estrangeiras. É um financiamento para a exportação ainda na fase de produção ou de 
pré-embarque de mercadorias e é oferecido por bancos autorizados a trabalhar com operações de 
câmbio, com os quais o exportador desenvolve um relacionamento.
Análise de risco e de crédito36
Com base nesse relacionamento e em análise de crédito, os bancos concedem um crédito 
ao exportador, que pode antecipar os recebimentos das exportações antes mesmo de receber os 
pagamentos por elas provenientes do exterior. O exportador recebe um valor em reais equivalente 
ao valor exportado descontado de uma taxa de juro que o banco cobra por esse adiantamento.
Para o exportador, o ACC é uma excelente ferramenta para gerenciar capital de giro em uma 
fase importante, que é a da produção da mercadoria. Essa linha de crédito pode ser estendida para 
fabricantes de insumos utilizados na fabricação das mercadorias que serão exportadas também. 
O ACC, portanto, pode ser acessado por outros produtores da cadeia produtiva voltada para a 
exportação, não apenas os produtores dos bens finais que serão exportados.
2.2.11 Adiantamento de Cambiais Entregues (ACE)
Assim como o ACC, o ACE é destinado a empresas exportadoras. A principal diferença 
entre essas operações de crédito está na fase em que são realizadas. Enquanto o ACC é contratado 
na fase de produção de bens e mercadorias, o ACE é contratado na fase de comercialização das 
mercadorias ou após o seu embarque para o exterior.
A operação se faz em um banco autorizado a operar câmbio, para o qual o exportador 
entrega todos os documentos relativos ao embarque e despacho das mercadorias e então solicita 
o adiantamento de cambiais. O dinheiro será depositado em reais para o exportador na sua conta 
bancária aqui mesmo no Brasil. O ACE pode ser usado para que o vendedor conceda um prazo 
para o importador pagar pelas mercadorias sem que, com isso, ele fique descapitalizado.
Nesta seção apresentamos as operações financeiras mais utilizadas por pessoas físicas e 
jurídicas no Brasil. Há subconjuntos e variações dessas mesmas operações em mais de um tipo de 
instituição financeira e, a cada dia, novas soluções vêm surgindo para suprir as necessidades do 
mercado de crédito. Essa evolução tem sido mais rápida devido ao crescimento da participação dos 
bancos digitais nos últimos anos.
2.3 Políticas de empréstimo
Entendemos por políticas de empréstimo as diretrizes estabelecidas pelas 
instituições financeiras para conceder empréstimos para pessoas físicas e jurídicas. 
Todas as instituições estabelecem as suas próprias diretrizes para guiar os processos de 
análise de crédito e a concessão de empréstimos. Para tanto, elas utilizam modelos que 
levam em consideração variáveis específicas com vistas a minimizar os riscos de crédito 
(riscos de não pagamento) e, também, a maximizar os retornos oriundos dessas operações (lucros).
Ocorre que o lucro costuma ser maior conforme aumenta o risco da operação. Essa é uma 
característica natural de todos os negócios. Assim,

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