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med.estrategia.com GINECOLOGIA https://med.estrategia.com/ Estratégia MED Estratégia MED | Memorex do Estratégia MED 2GINECOLOGIA @estrategiamed /estrategiamed Estratégia MED t.me/estrategiamed @estrategiamed Estrategista, vamos revisar os principais temas de Ginecologia para as provas de acesso direto. A gineco é uma área capciosa! Parece bem fácil em um primeiro momento, mas as questões costumam ter muitas armadilhas no meio do caso clínico, que podem derrubar muita gente do cavalo. Daquele tipo que você faz a prova tendo certeza de que foi muito bem, mas, na hora da correção, tem uma surpresa desagradável, muitas vezes por falta de atenção em uma palavrinha perdida no enunciado. Sabendo disso, a dica que eu dou é comece lendo a questão pela voz de comando e, depois, dê uma olhada nas alternativas. Sabendo o que a questão quer e quais são suas GINECOLOGIA opções, releia o caso clínico tentando excluir as alternativas uma por uma. Além disso, é importante que você conheça bem a prova que você está prestando. Tanto a ginecologia quanto a obstetrícia costumam ter protocolos diferentes para manejo de algumas doenças, beleza? Então, saiba como a sua banca examinadora gosta de pensar aprendendo com as provas anteriores. Agora, sabendo dessas nuances e conhecendo bem a teoria, a chance de você garantir muitos pontos na sua prova de Ginecologia é bem grande. Vamos aos estudos! https://www.instagram.com/estrategiamed/ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://t.me/estrategiamed https://t.me/estrategiamed https://www.tiktok.com/@estrategiamed Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 3 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED SUMÁRIO 1.0 CICLO MENSTRUAL 6 1.1 O QUE É UM CICLO MENSTRUAL NORMAL? 6 1.2 FASES DO CICLO MENSTRUAL 6 2.0 PLANEJAMENTO FAMILIAR 9 2.1 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS 9 2.2 ÍNDICE DE PEARL 10 2.3 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 10 2.4 MÉTODOS HORMONAIS COMBINADOS 11 2.4.1 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 11 2.4.2 CONTRAINDICAÇÕES AOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS 12 2.5 CONTRAINDICAÇÕES AO DIU DE COBRE 13 2.6 CONTRAINDICAÇÕES AO DIU DE LEVONORGESTREL 14 2.7 CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA 15 2.8 LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR 16 3.0 AMENORREIA 17 3.1 AMENORREIA PRIMÁRIA 17 3.2 AMENORREIA SECUNDÁRIA 19 4.0 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL 24 4.1 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL AGUDO 25 5.0 SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS 28 5.1 DIAGNÓSTICO 28 5.2 FISIOPATOLOGIA 29 5.3 TRATAMENTO 30 6.0 ENDOMETRIOSE, ADENOMIOSE E PÓLIPOS UTERINOS 32 6.1 ENDOMETRIOSE 32 6.2 ADENOMIOSE 35 Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 4 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 6.3 PÓLIPOS UTERINOS 36 7.0 MIOMATOSE UTERINA 36 7.1 CLASSIFICAÇÃO 37 7.2 TRATAMENTO CLÍNICO 38 7.3 TRATAMENTO CIRÚRGICO 39 8.0 DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA 41 8.1 MASTALGIA 43 8.2 DESCARGA PAPILAR 44 9.0 RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA 45 10.0 CÂNCER DE MAMA 49 10.1 ESTADIAMENTO E TRATAMENTO 52 10.2 PESQUISA DE LINFONODO SENTINELA E ESVAZIAMENTO AXILAR 53 11.0 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 54 11.1 FÍSTULAS UROGENITAIS 57 12.0 CLIMATÉRIO E TERAPIA HORMONAL 58 12.1 TERAPIA HORMONAL 59 13.0 PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS 60 13.1 PELVIC ORGAN PROLAPSE QUANTIFICATION SYSTEM (POP-Q) 62 14.0 RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO 65 15.0 CÂNCER DE COLO UTERINO 72 16.0 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 76 16.1 SUSPEITA CLÍNICA E INVESTIGAÇÃO 78 17.0 TUMORES ANEXIAIS E CÂNCER DE OVÁRIO 81 18.0 INFERTILIDADE CONJUGAL 90 18.1 LEGISLAÇÃO SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA 93 19.0 VULVOVAGINITES 94 19.1 TIPOS DE FLORA VAGINAL 94 19.2 VAGINOSE BACTERIANA 94 19.2.1 CRITÉRIOS DE AMSEL 94 Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 5 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 19.3 CANDIDÍASE 95 19.4 TRICOMONÍASE 96 19.5 INVESTIGAÇÃO DE CORRIMENTO VAGINAL 96 20.0 DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 99 20.1 COMPLICAÇÕES 102 21.0 ÚLCERAS GENITAIS 103 21.1 CLASSIFICAR AS LESÕES ENTRE DOLOROSAS E NÃO DOLOROSAS 103 21.2 CLASSIFICAÇÃO SINDRÔMICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE 104 22.0 ASSISTÊNCIA À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL 105 Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 6 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED CAPÍTULO 1.0 CICLO MENSTRUAL Estrategista, sei que a fisiologia é uma área que é capaz de dar arrepios até no mais afiado dos candidatos para as provas de Residência. No entanto, conhecer bem a fisiologia do ciclo menstrual é crucial para o entendimento de praticamente qualquer outro tema dentro da ginecologia. Dessa forma, recomendo que gaste um tempo a mais neste tópico. Será importante para que você lide bem com questões de raciocínio clínico, beleza? 1.1 O QUE É UM CICLO MENSTRUAL NORMAL? Primeiramente, deve-se ter em mente os valores de normalidade, para saber como diagnosticar uma anormalidade e tratá-la. 1.2 FASES DO CICLO MENSTRUAL As tabelas a seguir e a imagem resumem as variações ovarianas, endocrinológicas e endometriais ao longo do ciclo menstrual. ! PARA FACILITAR: Lembre-se de que o FSH se encontra baixo no primeiro dia do ciclo. A partir disso, vá construindo os passos subsequentes de acordo com os mecanismos de feedback. Seguem os valores-padrão de uma menstruação normal: Frequência: de 24 a 38 dias; Regularidade: variação ≤ 7 a 9 dias. A menstruação normal não deve ter mais que sete a nove dias de diferença entre os ciclos mais curto e mais longo. Duração: ≤ 8 dias. A duração da menstruação é o número de dias de sangramento em um único ciclo menstrual. Volume: ≤ 80ml. A definição clínica é subjetiva e definida como um volume que não interfere na qualidade de vida física, social, emocional ou material da mulher. A definição objetiva considera como normal o volume ≤ 80ml por ciclo. CICLO PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE CICLO OVARIANO Folicular Lútea CICLO ENDOMETRIAL Proliferativa Secretora Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 7 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED FSH C on ce nt ra çã o sa ng uí ne a Tempo LH Estradiol Progesterona PRIMEIRA FASE OVULAÇÃO SEGUNDA FASE FSH Menstruação: níveis baixos Aumento durante toda a fase Pico no meio do ciclo Queda progressiva LH Menstruação: níveis baixos (menores que o FSH) Aumento lento e progressivo Pico no meio do ciclo (após o pico do FSH) Queda progressiva ESTROGÊNIO (ESTRADIOL) Primeira metade: níveis baixos Segunda metade: aumento Pico pré-ovulatório Queda logo após a ovulação Primeira metade: estável Meio: pico Segunda fase: declínio progressivo PROGESTERONA Níve is baixos Eleva-se pouco antes da ovulação Primeira metade: aumento Meio: pico Segunda metade: declínio progressivo ANDROGÊNIOS Primeira metade: baixos Segunda metade: aumento Pico periovulatório Primeira metade: declínio Aumentam no meio Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 8 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Tendo os conceitos acima em mente, podemos organizar o fluxograma de resumo a seguir: MENSTRUAÇÃO: Queda de estradiol, inibina A e progesterona ⇨ aumento dos níveis de gonadotrofinas Ativação INDEPENDENTE de gonadotrofinas Aumento de estradiol (200pg/ml por 50 horas) e progesterona ⇨ pico de LH ⇨ 10 a 12 horas após... FASE LÚTEA: LH ⇨ luteinização das células da granulosa ⇨ formação do corpo lúteo ⇨ produção de progesterona (principal), estradiol, inibina A, relaxina e ocitocina. Estrogênio, progesterona e inibina ⇨ inibem gonadotrofinas ⇨ impede novo recrutamento folicular FASE FOLICULAR: Aumento de FSH ⇨ folículos crescem e produzem estradiol e inibina B Folículo destaca-se (dominante) (5º a 7 º dia do ciclo) ⇨ demais entram em atresia ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO: Proliferação glandular e estromal Aumento da espessura endometrial Pequena queda de estradiol � sangramento no meio do ciclo (algumaspacientes) ENDOMÉTRIO SECRETOR: edema estromal e secreção glandular OVULAÇÃO: FSH, LH e progesterona ⇨ Enzimas proteolíticas e prostaglandinas ⇨ rotura folicular PRIMEIRA FASE: SEGUNDA FASE: Vasoconstrição, isquemia tecidual ⇨ descamação da camada funcional do endométrio 12-16 dias após ⇨ luteólise ⇨ corpo albicans ⇨ queda de estradiol, progesterona e inibina A ⇨ aumento de gonadotrofinas Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 9 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.0 PLANEJAMENTO FAMILIAR Estrategista, este tema é quase onipresente nas provas de Ginecologia. Não se engane pensando que as questões são todas fáceis! No geral, são cobradas do candidato as características mais conhecidas de cada método. No entanto, algumas bancas vêm se aventurando nos “rodapés de livro” desse tema. Foque no básico e, caso tenha tempo, estude de forma mais aprofundada o planejamento familiar, beleza? CAPÍTULO 2.1 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Antes de saber as peculiaridades de cada método contraceptivo, deve-se ter em mente que métodos existem e como são classificados. HORMONAISCOMPORTAMENTAIS BARREIRA DISPOSITIVOS INTRAUTERINOS (DIU) Temperatura basal Ogino- Knauss Muco cervical Amenorreia lactacional Sintotérmico Coito interrompido MÉTODOS CONTRACEPTIVOS COMBINADOS APENAS COMPROGESTÁGENOS REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS Vasectomia Preservativo masculino DIU de cobre Pílulas combinadas Pílulas de progesterona DIU de levonorgestrel Injetável trimestral Implante subdérmico de etonogestrel Injetável mensal Adesivo transdérmico Anel vaginal DIU de levonorgestrel* Preservativo feminino Diafragma Espermicidas Esponjas Capuz cervical Laqueadura Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 10 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.2 ÍNDICE DE PEARL Pode-se calcular a eficácia de um método contraceptivo por meio do índice de Pearl. Quanto menor o índice, mais efetivo é o método, beleza? 2.3 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS De uma forma geral, os métodos comportamentais são aqueles baseados na identificação do período fértil. Dentre esses métodos, destaco o Ogino-Knaus, que apareceu em algumas questões de provas bem concorridas daqui de São Paulo recentemente. Fique ligado em como ele funciona: • A abstinência sexual deve ocorrer entre o primeiro e último dia fértil calculado, considerando que a ovulação ocorre de 12 a 16 dias antes da menstruação. • A mulher deve registrar o número de dias de cada ciclo por, pelo menos, seis meses. Para a definição do primeiro dia do período fértil, deve-se subtrair 18 do número de dias de duração do ciclo mais curto; o último dia do período fértil é calculado subtraindo-se 11 do número de dias do ciclo mais longo. • PERÍODO FÉRTIL = (N° DE DIAS DO CICLO MAIS CURTO – 18) ATÉ (N° DE DIAS DO CICLO MAIS LONGO – 11) • Por esse método, quanto maior a variabilidade dos ciclos menstruais, maior será o período fértil e o número de dias de abstenção. Em geral, mulheres com ciclos com variação > 6 dias não devem utilizar o método. Mesmo aplicado em condições ideais, o IP é > 20,0. Ou seja, não é um método efetivo. ÍNDICE DE PEARL: Corresponde ao número de gestações que ocorrem no primeiro ano de uso do método em 100 mulheres/ano. O cálculo é o seguinte: N° de gestações x 12 (meses) x 100 (mulheres) N° total de meses de exposição Assim, quanto menor esse índice, mais eficaz é o método! MÉTODO DESCRIÇÃO OGINO-KNAUS Abstenção do coito vaginal durante o período fértil TEMPERATURA BASAL Identifica a fase lútea do ciclo menstrual com base na temperatura basal MUCO CERVICAL OU MÉTODO BILLINGS Identifica o início e o fim do período fértil com base nas características do muco cervical AMENORREIA LACTACIONAL Baseado na supressão da ovulação durante o período de amamentação exclusiva SINTOTÉRMICO Baseado no muco cervical, calendário e temperatura basal COITO INTERROMPIDO Ejaculação fora da vagina Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 11 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.4 MÉTODOS HORMONAIS COMBINADOS Os métodos hormonais combinados são assim chamados pois são uma associação entre o componente estrogênico e um componente progestagênico. Temos vários progestágenos, que são classificados em gerações. De uma forma geral, aqueles que são mais androgênicos tendem a ter menor risco tromboembólico; e o inverso é válido: os mais antiandrogênicos são aqueles relacionados com maior risco de eventos tromboembólicos. 2.4.1 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS O metabolismo dos anticoncepcionais combinados é acelerado por drogas que aumentam a atividade das enzimas microssomais do fígado (citocromo P450). Consequentemente, a eficácia desse método pode ser reduzida. PROGESTERONA: Inibe o LH-> bloqueia a ovulação; Espessamento de muco cervical; Atrofia endometrial; Comprometimento da motilidade tubária. ESTROGÊNIO: Inibe o FSH-> bloqueia o desenvolvimento folicular Estabilização endometrial PROGESTÁGENOS E SEUS EFEITOS ANDROGÊNICOS ANTIANDROGÊNICOS GLICOCORTICOIDE ANTIMINERALOCORTICOIDE Levonorgestrel Ciproterona Acetato de medroxiprogesterona Drospirenona Gestodeno Drospirenona Gestodeno Desogestrel Clormadinona Dienogeste MEDICAMENTOS QUE DIMINUEM A EFICÁCIA DOS ANTICONCEPCIONAIS COMBINADOS ANTICONVULSIVANTES ANTIBIÓTICOS ANTIRRETROVIRAIS Fenitoína Rifampicina Efavirenz Carbamazepina Rifabutina Ritonavir Barbitúricos Saquinavir Primidona Atazanavir Topiramato Fosamprenavir Oxicarbamazepina Nelfinavir Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 12 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.4.2 CONTRAINDICAÇÕES AOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS As condições clínicas, que são categorias 3 e 4 da OMS (contraindicações relativas e absolutas) para os anticoncepcionais combinados, estão ligadas aos efeitos colaterais e riscos do uso desses medicamentos. Aqui não tem muito para onde correr, Estrategista: é decoreba. A manha aqui é fazer muitas questões sobre o tema, até memorizar as principais contraindicações, beleza? CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS (CATEGORIA 4) AOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS, DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA OMS < 6 semanas pós-parto em lactantes < 21 dias pós-parto em não lactantes, mas com fatores de risco para TVP TVP/TEP atual ou pregressa, independentemente do uso de anticoagulante Trombofilia conhecida Cirurgia maior com imobilização prolongada Lúpus eritematoso sistêmico com anticorpos antifosfolipídeos positivos ou desconhecidos Doença valvular complicada com hipertensão pulmonar, FA ou endocardite Tabagismo (≥15 cigarros/dia + idade ≥ 35 anos) Enxaqueca com aura Doença cardíaca isquêmica atual ou pregressa Hipertensão arterial sistêmica descompensada (sistólica>160 ou diastólica >100mmHg) Hipertensão arterial sistêmica associada à doença vascular Múltiplos fatores de risco para DCV (idade avançada, tabagismo, DM, HAS) Câncer de mama atual Adenoma hepatocelular e tumores hepáticos malignos Cirrose descompensada CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS (CATEGORIA 3) AOS ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS COMBINADOS, DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA OMS ≥6 semanas e <6 meses pós-parto em lactantes < 21 dias pós-parto em não lactantes, mas sem fatores de risco para TVP 21 a 42 dias pós-parto em não lactantes, mas com fatores de risco para TVP Tabagismo (<15 cigarros/dia + idade > 35 anos) Hipertensão controlada Hipertensão arterial sistêmica descompensada (sistólica entre 140-159 ou diastólica entre 90-99mmHg) Enxaqueca sem aura (>35 anos) Câncer de mama prévio sem evidência da doença nos últimos 5 anos Passado de colestase Alguns anticonvulsivantes, rifampicina e rifabutina (veja na tabela de interações medicamentosas) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 13 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.5 CONTRAINDICAÇÕES AO DIU DE COBRE Comoo DIU de cobre não contém hormônios, suas contraindicações são basicamente as condições que impedem a inserção do dispositivo na cavidade uterina: gravidez, distorções na cavidade e infecções. CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS (CATEGORIA 4) AOS ANTICONCEPCIONAIS CONTENDO APENAS PROGESTERONA Câncer de mama atual CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS (CATEGORIA 3) AOS ANTICONCEPCIONAIS CONTENDO APENAS PROGESTERONA Câncer de mama prévio, sem evidência de doença nos últimos cinco anos TVP/TEP agudo Cirrose descompensada Adenoma hepatocelular Tumor hepático maligno Lúpus com anticorpos antifosfolipídeos positivos ou desconhecidos AVC (para AMP e continuação de POP e implantes) Doença cardíaca isquêmica atual ou prévia (para AMP e continuação de POP e implantes) Hipertensão descompensada (sistólica ≥160 e/ou diastólica ≥100 mmHg) (para AMP) <6 semanas pós-parto (para AMP) Múltiplos fatores de risco para doença cardiovascular (para AMP) CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS (CATEGORIA 4) AO DIU DE COBRE Gravidez Sepse puerperal Imediatamente após aborto séptico Sangramento vaginal inexplicado Doença trofoblástica gestacional com níveis elevados de beta HCG ou com malignidade Câncer de colo uterino Câncer de endométrio Anormalidades que distorcem a cavidade uterina Doença inflamatória pélvica (DIP) ativa Cervicite purulenta ou infecção ativa por clamídia ou gonococo Tuberculose pélvica Alergia ao cobre e doença de Wilson Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 14 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.6 CONTRAINDICAÇÕES AO DIU DE LEVONORGESTREL São praticamente as mesmas que vimos no DIU de cobre, mas temos algumas a mais pela presença de hormônio na composição do método. ! PARA FACILITAR: Foque nas contraindicações que são diferentes entre o DIU de cobre e o DIU de levonorgestrel, pois muitos examinadores apegam-se a elas para confundir os candidatos. CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS (CATEGORIA 3) AO DIU DE COBRE 48 horas a 4 semanas pós-parto (pelo aumento do risco de expulsão) Trombocitopenia severa Câncer de ovário HIV avançado Doença trofoblástica gestacional com níveis de beta HCG decrescentes ou indetectáveis CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS (CATEGORIA 4) AO DIU/SIU LIBERADOR DE LEVONORGESTREL Gravidez Sepse puerperal Imediatamente após aborto séptico Doença trofoblástica gestacional com níveis elevados de beta HCG ou com malignidade Câncer de colo uterino Câncer de mama atual Câncer de endométrio Anormalidades que distorcem a cavidade uterina Sangramento transvaginal inexplicado Doença Inflamatória Pélvica (DIP) atual Cervicite purulenta ou infecção ativa por clamídia ou gonococo Tuberculose pélvica Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 15 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS (CATEGORIA 3) AO DIU/SIU LIBERADOR DE LEVONORGESTREL 48 horas a 4 semanas pós-parto (pelo risco de expulsão) TVP/TEP aguda Lúpus com anticorpos antifosfolipídeos positivos ou desconhecidos Doença trofoblástica gestacional com níveis de beta HCG decrescentes ou indetectáveis Câncer de mama prévio e sem evidência da doença nos últimos 5 anos Câncer de ovário HIV avançado Cirrose descompensada Adenoma hepatocelular e tumores hepáticos malignos Doença cardíaca isquêmica atual ou prévia (para continuação do método) 2.7 CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA A contracepção de emergência está indicada para pacientes que não usam método contraceptivo e tiveram relação desprotegida, na suspeita de falha do método contraceptivo e nos casos de violência sexual. ! Atenção: o método mais utilizado aqui é o levonorgestrel. No entanto, tenha atenção no DIU de cobre! Ele pode ser utilizado como anticoncepção de emergência, e saber dessa informação pode salvá-lo em algumas questões mais conceituais. ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA MÉTODO USADO DOSE PERÍODO EFEITOS ADVERSOS Método Yuzpe 2 doses/intervalo de 12 horas Etinilestradiol 100 mcg + levonorgestrel 0,5 mg Até 5 dias Náuseas, vômitos, cefaleia, alteração de sangramento Levonorgestrel Única 1,5 mg Ideal até 3 dias Pode ser estendido até 5 dias (menor eficácia) Náuseas, vômitos, cefaleia, alteração de sangramento Ulipristal Única 30 mg Até 5 dias Náuseas, vômitos, cefaleia, alteração de sangramento DIU de cobre Até 5 dias Dor, sangramento Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 16 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 2.8 LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR Mudança recente, Estrategista! Isso certamente estará na sua prova este ano. Em setembro de 2022 foi sancionada uma nova Lei do Planejamento Familiar, que entrou em vigor a partir de março de 2023. "PONTOS-CHAVE" DA LEI DE PLANEJAMENTO FAMILIAR 1. QUEM PODE? • Homens e mulheres. • Idade igual ou superior a 21 anos ou dois filhos vivos. • Risco de vida à mulher ou ao futuro concepto → assinado por 2 médicos. 1. Manifestação da vontade por escrito -> prazo de 60 dias entre a manifestação do desejo e a realização do procedimento; 2. Permitida a esterilização cirúrgica no parto ou aborto; 3. Proibida esterilização por histerectomia ou ooforectomia; 4. Se sociedade conjugal -> não é necessária a assinatura do cônjuge; 5. PENA: reclusão de 2-8 anos e multa. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 17 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 3.0 AMENORREIA Caro aluno, a investigação de um quadro de amenorreia é frequentemente cobrada nas provas de Residência. Trata-se de um tema com questões fáceis, sendo assim você não pode chegar no exame com dúvidas, beleza? 3.1 AMENORREIA PRIMÁRIA A amenorreia primária é definida como ausência de menstruação aos 14 anos associada à falha no desenvolvimento de caracteres sexuais ou aos 16 anos, mesmo com desenvolvimento de caracteres sexuais. Ou seja, é a mulher que nunca menstruou. Dentro das causas de amenorreia primária, as que mais aparecem nas provas de Residência são as genéticas e anatômicas, tais como síndrome de Turner, síndrome de Rokitansky, síndrome de Morris e disgenesia gonadal pura. No entanto, mesmo que essas sejam a principal suspeita clínica, a investigação segue uma linha de raciocínio bem lógica. ! PARA FACILITAR: O ponto-chave aqui é lembrar que problemas permitem ou não o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. CAPÍTULO AMENORREIA PRIMÁRIA QUANDO INVESTIGAR? 14 ANOS SEM CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS 16 ANOS COM CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 18 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Amenorreia primária Ultrassonografia pélvica + cariótipo Investigar como amenorreia secundária Teste do GnRH + imagem do SNC FSH ALTO Dosagem de FSH FSH BAIXO COM útero/vagina SEM útero/vagina SEM caracteres sexuais secundários COM caracteres sexuais secundários Disgenesia gonadal Teste negativo Teste positivo Cariótipo 46 XX 46 XY 45 X0 46 XX 46 XY Síndrome de Turner Disgenesia gonadal pura Síndrome de Swyer Hipófise Hipotálamo Malformações mullerianas Síndrome de Morris CAUSA: FALHA DA CANALIZAÇÃO DA PLACA VAGINAL SINTOMAS: AMENORREIA + DOR PÉLVICA CÍCLICA + HEMATOCOLPO ASSOCIAÇÃO COM MALFORMAÇÕES GENITOURINÁRIAS TRATAMENTO: RESSECÇÃO HISTEROSCÓPICA DO SEPTO 46XY GÔNADA: TESTÍCULO AMENORREIA + VAGINA CURTA CAUSA: FALHA NO RECEPTOR DE TESTOSTERONA AUSÊNCIA DE ÚTERO, TROMPAS E 2/3 SUPERIORES DA VAGINA MAMAS PEQUENAS + PELOS ESCASSOS OU AUSENTES GENITÁLIA EXTERNA: FEMININA TESTOSTERONA EM NÍVEIS MASCULINOS TRATAMENTO: NEOVAGINA + GONADECTOMIA 46 XX GÔNADA: OVÁRIO AMENORREIA + VAGINA CURTA CAUSA: FALHA NO DESENVOLVIMENTO DOS DUCTOS DE MULLER AUSÊNCIA DE ÚTERO, TROMPAS E 2/3 SUPERIORES DA VAGINA GENITÁLIA EXTERNA: FEMININA MALFORMAÇÕES RENAIS E ESQUELÉTICAS TRATAMENTO: NEOVAGINA GESTAÇÃO: ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO CAUSA: PERSISTÊNCIA DA MEMBRANA UROGENITAL SINTOMAS: AMENORREIA + DOR PÉLVICA CÍCLICA+ HEMATOCOLPO TRATAMENTO: ABERTURA DA MEMBRANA HIMENAL SÍNDROME DE ROKITANSKY SÍNDROME DE MORRIS SEPTO VAGINAL TRANSVERSO AMENORREIA PRIMÁRIA COM CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS HÍMEN IMPERFURADO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 19 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 3.2 AMENORREIA SECUNDÁRIA A amenorreia secundária é mais frequente do que a primária na prática clínica. É caracterizada como ausência de menstruação por um período equivalente a três ciclos menstruais (se regulares) ou pelo menos seis meses (se ciclos irregulares), em mulheres em que a menarca já ocorreu. ATRASO PUBERAL CONSTITUCIONAL -PRINCIPAL CAUSA DE AMENORREIA PRIMÁRIA HIPOTALÂMICA -PRIMÁRIA: HISTÓRIA FAMILIAR DE PUBERDADE ATRASADA -SECUNDÁRIA: DOENÇAS AGUDAS OU CRÔNICAS -TRATAMENTO: TRANQUILIZAÇÃO SÍNDROME DE KALLMAN RARA PADRÃO DE HERANÇA: ESPORÁDICO, AUTOSSÔMICO DOMINANTE, AUTOSSÔMICO RECESSIVO OU LIGADO AO X DEFICIÊNCIA ISOLADA DE GnRH AMENORREIA PRIMÁRIA + ANOSMIA ANOMALIAS NA LINHA MÉDIA DA FACE IMAGEM DO SNC NORMAL TRATAMENTO: REPOSIÇÃO HORMONAL SÍNDROME DE TURNER 45 X0 PRINCIPAL CAUSA DE AMENORREIA PRIMÁRIA PADRÃO DE HERANÇA: ESPORÁDICO OVÁRIOS EM FITA GENITÁLIA EXTERNA: FEMININA E PRÉ PÚBERE ESTIGMAS DA SÍNDROME ASSOCIAÇÃO COM DOENÇAS AUTOIMUNES ANORMALIDADES CARDÍACAS MALFORMAÇÕES RENAIS TRATAMENTO: REPOSIÇÃO HORMONAL GESTAÇÃO: FIV COM DOAÇÃO DE OÓCITOS DISGENESIA GONADAL PURA 46XX OVÁRIOS EM FITA SEM ESTIGMAS SOMÁTICOS GENITÁLIA EXTERNA: FEMININA E PRÉ PÚBERE TRATAMENTO: REPOSIÇÃO HORMONAL SÍNDROME DE SWYER 46 XY MUTAÇÕES NO GENE SRY TESTÍCULOS DISGENÉTICOS TEM ÚTERO, TROMPAS E 2/3 SUPERIORES DA VAGINA GENITÁLIA EXTERNA: FEMININA TRATAMENTO: REPOSIÇÃO HORMONAL + GONADECTOMIA TUMORES HIPERPROLACTINEMIA CAUSAS FUNCIONAIS (ESTRESSE, EXERCÍCIO FÍSICO, ANOREXIA NERVOSA) HIPERPROLACTINEMIA TUMORES SÍNDROME DA SELA VAZIA AMENORREIA PRIMÁRIA SEM CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS HIPÓFISE FSH SUPRIMIDO FSH ELEVADO HIPOTÁLAMO AMENORREIA SECUNDÁRIA QUANDO INVESTIGAR? Ausência de menstruação por 3 ciclos menstruais (se regulares) OU Ausência de menstruação por 6 meses (se ciclos irregulares) Gestação Hiperprolactinemia Tireoidopatias O QUE DESCARTAR PRIMEIRO? Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 20 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED A seguir, vamos ver algumas informações importantes de causa de amenorreia secundária que são cobradas com frequência nas provas, tanto em questões conceituais quanto em questões de caso clínico: Amenorreia secundária Afastar gravidez Anamnese + exame físico Dosagem de FSH/PRL/TSH TSH alterado Tratar tireoidopatia Hiperprolactinemia Disfunção Hipotalâmica ou Hipofisária Insuficiência ovariana Neuroimagem Estrutural do SNC Hipotalâmica Hipofisária Teste do GnRH Anovulação crônica Teste do estrogênio (-) causa úterovaginal (+) (+) (-) (+) (-) (-) Teste da progesterona PRL alta FSH normal ou baixo PRL normal FSH baixo PRL normal FSH alto PRL normal FSH normal (+) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 21 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED SÍNDROME DE ASHERMAN O QUE SÃO: SINÉQUIAS INTRAUTERINAS CAUSAS: CURETAGENS EXCESSIVAS, TUBERCULOSE PÉLVICA, DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA CICATRIZAÇÃO ANORMAL DO ENDOMÉTRIO SINTOMAS: AMENORREIA, DOR PÉLVICA CÍCLICA OUTRAS CONSEQUÊNCIAS: ABORTAMENTOS DE REPETIÇÃO, INFERTILIDADE DIAGNÓSTICO: ULTRASSONOGRAFIA, HISTEROSSAPINGOGRAFIA, HISTEROSCOPIA (PADRÃO-OURO) TRATAMENTO: LISE HISTEROSCÓPICA DAS SINÉQUIAS ESTENOSE DO COLO UTERINO O QUE É: FIBROSE ESTENOSE O CANAL ENDOCERVICAL CAUSAS: INFECÇÕES, RADIOTERAPIA, FIBROSE PÓS-OPERATÓRIA SINTOMAS: AMENORREIA, DOR PÉLVICA CÍCLICA, INFERTILIDADE TRATAMENTO: DILATAÇÃO CERVICAL FSH/PRL NORMAIS TESTE DA PROGESTERONA NEGATIVO TESTE DO ESTROGÊNIO NEGATIVO AMENORREIA SECUNDÁRIA DE CAUSA ÚTEROVAGINAL Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 22 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED FSH AUMENTADO AMENORREIA SECUNDÁRIA DE CAUSA OVARIANA FSH E PRL NORMAIS TESTE DA PROGESTERONA POSITIVO FALÊNCIA OVARIANA PREMATURA DEFINIÇÃO: PERDA DE OÓCITOS < 40 ANOS 10% DOS CAUSAS DE AMENORREIA SECUNDÁRIA CAUSAS: GENÉTICAS, AUTOIMUNES, RADI/QUIMIOTERAPIA, IDIOPÁTICAS (MAIORIA) SINTOMAS: OLIGO/AMENORREIA + SINTOMAS CLIMATÉRICOS TRATAMENTO: TERAPIA HORMONAL SÍNDROME DE SAVAGE 46XX CAUSA: RESISTÊNCIA À AÇÃO DAS GONADOTROFINAS PRIMÁRIA OU ADQUIRIDA SINTOMAS: SIMILARES À FALÊNCIA OVARIANA PREMATURA DIAGNÓSTICO: BIÓPSIA DE GÔNADA (NÃO REALIZAR NA PRÁTICA) TRATAMENTO: TERAPIA HORMONAL SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (SOP) DESORDEM ENDOCRINOLÓGICA MAIS COMUM NAS MULHERES NO MENACME 30% DAS AMENORREIAS SECUNDÁRIAS SINAIS E SINTOMAS: ANOVULAÇÃO, HIPERANDROGENISMO, RESISTÊNCIA INSULÍNICA, OVÁRIOS DE ASPECTO POLICÍSTICO DIAGNÓSTICO: CRITÉRIOS DE ROTTERDAM Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 23 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED CAUSAS ESTRUTURAIS TUMORES, DOENÇAS INFILTRATIVAS, CAUSAS INFECCIOSAS, TRAUMA, IRRADIAÇÃO ALTERAÇÃO DOS PULSOS DE GnRH AMENORREIA PSEUDOCIESE AMENORREIA + SINTOMAS DE GRAVIDEZ MECANISMO: DESCONHECIDO (TALVEZ ALTERAÇÕES NOS PULSOS DE LH E AUMENTO DE PRL) ASSOCIADO A ALGUM GRAU DE SOFRIMENTO PSÍQUICO CAUSAS FUNCIONAIS TRANSTORNOS ALIMENTARES, ESTRESSE, EXERCÍCIOS EXTENUANTES REDUZ LEPTINA, AUMENTO DE CORTISOL E ENDORFINAS ALTERAÇÃO DOS PULSOS DE GnRH AMENORREIA TRATAMENTO: RETIRAR FATOR DESENCADEANTE AMENORREIA SECUNDÁRIA DE CAUSA HIPOTALÂMICA FSH SUPRIMIDO PRL NORMAL TESTE DA PROGESTERONA NEGATIVO TESTE DO ESTROGÊNIO POSITIVO TESTE DO GnRH POSITIVO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 24 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 4.0 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL Caro aluno, este tema vai estar na sua prova, com certeza. Isso porque o sangramento uterino anormal tem uma prevalência altíssima e suas causas vão desde afecções “tranquilas” até malignidades! Vamos começar revisando alguns conceitos. Sangramento uterino anormal (SUA) é o termo utilizado para descrever qualquer variação da menstruação normal, seja em frequência, regularidade, duração ou volume. ! Atenção: o sangramento uterino anormal não é uma doença! O SUA é um sintoma que pode ser causado por várias doenças ginecológicas ou sistêmicas. Pode, também, ser causado pelo uso de alguns medicamentos. É muito importante definir a causa do SUA para indicar o tratamento correto! Diante de uma paciente com queixa de sangramento uterino anormal, iniciamos nosso raciocínio com o famoso mnemônico PALM- COEIN, que delimita bem as causas anatômicas e as funcionais que devemos pensar! CAPÍTULO A menstruação normal é definida como: • Frequência – de 24 a 38 dias. • Regularidade - variação ≤ 7 a 9 dias (mulheres < 25 anos e na perimenopausa podem apresentar variações de até 20 dias). • Duração - ≤ 8 dias. A duração da menstruação é o número de dias que a mulher fica menstruada em um ciclo menstrual, geralmente, até oito dias. • Volume - ≤ 80 mL. A definição clínica pode ser subjetiva, considerando um volume que não interfira na qualidade de vida da mulher. A definição objetiva considera como normal o volume ≤ 80 mL por ciclo. Variações do Ciclo Menstrual Termo Definição Menorragia Menstruação excessiva, com fluxo aumentado (> 80 ml). Hipermenorreia Menstruação prolongada (> 8 dias). Hipomenorreia Menstruação ≤ 3 dias ou < 5 ml. Metrorragia Sangramento contínuo, não relacionado ao ciclo menstrual. Oligomenorreia Menstruações com intervalos superiores a 38 dias. Polimenorreia Menstruação com intervalos inferiores a 24 dias. Amenorreia Ausência de menstruação por três meses ou ciclos irregulares por seis meses. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 25 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Como este é ummaterial voltado para revisão direcionada, não vamos abordar cada uma das causas de SUA neste capítulo. No entanto, vamos revisar alguns conceitos úteis para manejar um quadro de sangramento uterino anormal agudo. 4.1 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL AGUDO Essa paciente está grávida? Toda mulher com sangramento genital (no menacme) deve fazer o teste de gravidez! Sempre devemos perguntar para a paciente se existe chance de estar grávida, bem como a data de sua última menstruação. Mesmo que não haja história que justifique uma suspeita de gravidez, sempre devemos solicitar o beta-HCG! A hipótese de gravidez SEMPRE deve ser afastada nos casos de sangramento genital. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 26 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 27 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED VOEV Estrogênio Conjugado 25 mg EV a cada 4h Ácido Tranexâmico EV ou Ác. Aminocapróico EV SUA agudo - tratamento medicamentoso ACHO (50 mcg EE) 6/6h Progestágeno isolado em altas doses Ácido tranexâmico 3-4x/ dia Controle do sangramento Manter tratamento por 3 meses Falha no controle do sangramento Tratamento cirúrgico Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 28 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 5.0 SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma das doenças endócrinas mais comuns na mulher, que aparece bastante nas provas de Residência. As questões abordam desde o diagnóstico até o tratamento. No geral, são bem fáceis, então não fique distraído enquanto estuda o tema, beleza? 5.1 DIAGNÓSTICO Para fazer o diagnóstico, utilizamos tanto critérios clínicos quanto de imagem. Lembre-se de que 2 de 3 critérios para fechar o diagnóstico. O fenótipo da paciente foi cobrado duas vezes na Unifesp recentemente. Caso tenha interesse em fazer sua Residência lá, não deixe de checar a tabela a seguir: CAPÍTULO CRITÉRIOS ULTRASSONOGRÁFICOS DA SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS » 20 ou mais folículos com diâmetro médio de 2 a 9 mm (antes se considerava 12 ou mais folículos); e/ou » Volume ovariano total > 10 cm3. Critérios diagnósticos da Ssíndrome dos Oovários Ppolicísticos (Consenso de Rotterdam) 1- Hiperandrogenismo clínico (hirsutismo/acne) e/ou laboratorial 2- Anovulação crônica (irregularidade menstrual/amenorreia) 3- Alterações ultrassonográficas (ovários policísticos) OU elevação do AMH São necessários, pelo menos, dois dos três critérios acima e exclusão de outras causas de hiperandrogenismo ou anovulação Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 29 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 5.2 FISIOPATOLOGIA A fisiopatologia da SOP aparece com frequência em questões mais conceituais, daquelas que pedem para o candidato julgar afirmativas sobre determinado tema. O ponto-chave aqui é conhecer a teoria das duas células, e saber o papel de cada um dos hormônios no desenvolvimento do problema: Fenótipos da Síndrome dos Ovários Policísticos Fenótipos Critérios diagnósticos Distúrbios reprodutivos e metabólicos Fenótipo A Hiperandrogenismo + anovulação + Ovários Policísticos +++ Fenótipo B Hiperandrogenismo + anovulação +++ Fenótipo C Hiperandrogenismo + Ovários Policísticos ++ Fenótipo D Anovulação + Ovários Policísticos +/- Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 30 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Resistência à insulina Hiperinsulinemia Diminui SHBG e Proteínas carreadoras de fatores de crescimento Aumento do risco de apneia do sono Intolerânica à glicose/ diabetes Disfunção Endotelial Aumento do risco de obesidade Aumento do risco de doença hepática gordurosa não alcoólica Aumenta fração livre dos androgênios (forma ativa) Aumento do risco de câncer de mama, pâncreas, fígado e outros. Aumenta IGF-1 Piora do hiperandrogenismo Junto à insulina tem ação sinérgica com o LH na teca. Ação proliferativa sobre o endométrio Aumento do risco de hiperplasia e câncer de endométrio Aumento do risco de doença cardiovascular O que aumenta e o que diminui na SOP... LH Aumenta FSH Diminui Resistência insulínica Aumenta SHBG Diminui Testosterona Aumenta 5.3 TRATAMENTO O tratamento vai depender do que a paciente quer! Pode ser direcionado para controle de manifestações androgênicas ou para desejo reprodutivo. A primeira escolha de anticoncepcional combinado para o tratamento dos sintomas androgênicos da SOP é o etinilestradiol + drospirenona. ! Atenção: a ciproterona não é mais a primeira escolha, por apresentar maior risco de hepatotoxicidade e tromboembolismo. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 31 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Por fim, o tratamento da infertilidade da SOP teve mudanças recentes: o letrozol aparece como primeira opção, aliado à perda de peso. NÍVEL DE ATIVIDADE ANDROGÊNICA DOS PROGESTÁGENOS NOS ANTICONCEPCIONAIS Nível de atividade androgênica Medicamento Alta Norgestrel Levonorgestrel Média Noretisterona / Noretisterona Acetato de Noretindrona Baixa Etonogestrel Norgestimato Desogestrel Gestodeno Antiandrogênico Dienogeste Acetato de medroxiprogesterona Clormadinona Drospirenona Ciproterona Tratamento da infertilidade na SOP Opção Tratamento 1a opção Perda de peso 1a opção (medicamentosa) Letrozol (mais eficaz) Clomifeno 2a opção Gonadotrofinas (FSH) 2a opção Perfuração ovariana (drilling) 3a opção Fertilização in vitro (FIV) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 32 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED CAPÍTULO 6.0 ENDOMETRIOSE, ADENOMIOSE E PÓLIPOS UTERINOS Estrategista, as afecções que vamos discutir neste capítulo são bastante frequentes nas provas da Residência, ou são cobradas diretamente ou aparecem como diagnóstico diferencial nas alternativas. No geral, as informações cobradas são quase sempre as mesmas e as questões não costumam fugir muito do diagnóstico ou tratamento. Vamos lá! 6.1 ENDOMETRIOSE A endometriose é definida como a presença de endométrio fora da cavidade uterina. Lembre-se de que é uma doença crônica! A duração dos sintomas é importante para fazer diagnóstico diferencial com condições que cursam com um quadro clínico semelhante. Locais mais frequentes de acometimento pela endometriose Ovários Fundo de saco anterior e posterior Ligamentos uterossacros Ligamentos largos posteriores Útero (serosa) Trompas Sigmoide, Apêndice Ligamentos Redondos Sintomas da Endometriose Dismenorreia (progressiva) Dispareunia Dor pélvica crônica (acíclica) Infertilidade Alterações Urinárias Disfunção intestinal Dor lombar Fadiga crônica Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 33 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O tratamento pode ser tanto clínico quanto cirúrgico. A dica que dou é memorizar as indicações de cirurgia, pois conhecendo elas, conseguimos excluir muitas alternativas. Opções de tratamento clínico da dor pélvica na endometriose (em ordem “geral” de escolha) Mais comuns Menos comuns Anti-inflamatórios não hormonais Danazol Anticoncepcionais combinados Gestrinona Progestágenos isolados Análogo agonista do GnRH (+ terapia add-back) Análogo antagonista do GnRH (+ terapia add-back) Inibidores da aromatase (+ terapia add-back) Indicações de tratamento cirúrgico para a endometriose Dor refratária ao tratamento medicamentoso Recusa ao tratamento clínico (ou contraindicações medicamentosas) Necessidade de diagnóstico histológico de endometriose Exclusão de malignidade de uma massa anexial Obstrução do trato urinário ou intestinal Endometrioma de ovário > 5-6 cm Tratamento da infertilidade Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 34 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Dor pélvica: Suspeita de endometriose Quadro clínico/Exame físico/ Exames de imagem Endometriose profunda Enfometrioma ovariano Tratamento clínico Endometrioma ovariano > 5-6 cm Lesão em ureter, íleo, apêndice ou retossigmoide (com sinais de suboclusão) Não Sem melhora Tratamento cirúrgico Sim Exames físicos e imagens normais Infertilidade: Suspeita de endometriose Quadro clínico/ Exame físico/ Exames de imagem Dor pélvica Sem gestação Bom prognósticoTratamento cirúrgico Reprodução assistida de baixo ou alta complexidade Não Avaliar fatores prognósticos • Idade • Tempo de fertilidade • Reserva ovariana • Outros fatores de fertilidade Sim Endometriose ovariana > 5-6 cm Lesão em ureter, íleo, apêndice ou retossigmoide (com sinais de suboclusão) Mau prognóstico Fertilização in vitro Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 35 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 6.2 ADENOMIOSE A adenomiose uterina é uma doença em que o tecido endometrial está entremeado no miométrio. É o “A” do PALM-COEIN! Aparece com bastante frequência nas questões sobre sangramento uterino anormal. Sabendo que o estrogênio estimula a proliferação endometrial, quanto maior o estímulo estrogênico, maior o risco para desenvolvimento de adenomiose. Os principais sintomas da adenomiose são o aumento do fluxo menstrual e a dismenorreia. Outros possíveis sintomas são dor pélvica crônica e infertilidade, que podem estar presentes não somente pela adenomiose, mas devido a um quadro de endometriose associado. ! PARA FACILITAR: Um dos diagnósticos diferenciais mais importantes de adenomiose é miomatose uterina. Os sintomas são praticamente os mesmos, mas a diferença estará na palpação bimanual do útero, que costuma estar distorcida nos casos de miomatose uterina! A histerectomia é a solução para o problema das mulheres com adenomiose. No entanto, nem todas as pacientes podem ser submetidas à histerectomia. Precisamos pensar nas pacientes sem prole constituída e naquelas que não podem ser submetidas ao tratamento cirúrgico definitivo por apresentarem comorbidades. Para esses casos, está indicado o tratamento clínico ou o tratamento cirúrgico conservador. Fatores de risco para o desenvolvimento da adenomiose Idade de 40 a 50 anos Menarca precoce (antes dos 10 anos de idade) Ciclos menstruais curtos (menos de 24 dias de intervalo) Multiparidade (mais que duas gestações) História de abortamento Cirurgias uterinas prévias (curetagem / cesárea) Uso prévio de contraceptivos hormonais e tamoxifeno Índice de massa corporal elevado Sinais e sintomas da adenomiose Sangramento uterino anormal (aumento do fluxo menstrual) Dismenorreia Dor pélvica crônica Aumento do volume uterino Infertilidade Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 36 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 6.3 PÓLIPOS UTERINOS Estrategista, o principal tema cobrado sobre pólipos uterinos nas provas de Residência são as indicações de polipectomia em mulheres assintomáticas, já que todos os pólipos endometriais sintomáticos devem ser removidos. 7.0 MIOMATOSE UTERINA Estrategista, a miomatose uterina é a queridinha das questões sobre sangramento uterino anormal. Corresponde à letra “L” do PALM-COEIN pois também pode ser chamada de leiomiomatose. Trata-se de um tumor benigno, formado por fibras musculares lisas e tecido conectivo que apresentam receptores de estrógeno e progesterona. Por isso, os miomas desenvolvem-se durante a vida reprodutiva da mulher e costumam regredir após a menopausa, devido ao hipoestrogenismo. CAPÍTULO Opções de tratamento clínico da adenomiose SIU – levonorgestrel (primeira escolha) Progestágenos Anticoncepcional combinado Análogos do GnRH (agonistas e antagonistas) Inibidores da aromatase Anti-inflamatórios INDICAÇÃO DE POLIPECTOMIA EM MULHERES ASSINTOMÁTICAS 9 Pólipo > 1,0 cm - 1,5 cm de diâmetro 9 Pólipos múltiplos 9 Pólipo prolapsado pelo colo do útero 9 Infertilidade 9 Pólipo em mulher menopausada Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 37 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 7.1 CLASSIFICAÇÃO Vira e mexe essa classificação aparece nas provas, seja numa pergunta bastante direta, ou na descrição de um caso clínico. ! PARA FACILITAR: Quanto menor o número, mais “para dentro” da cavidade uterina o mioma está. Fatores de Risco – Miomatose Uterina Idade entre 35 e 50 anos Raça Negra História Familiar Menarca precoce Obesidade Nuliparidade Álcool e carnes vermelhas Hipertensão arterial Exposição intraútero ao dietilestilbestrol Exposição ao inseticida difenil-dicloroeteno Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 38 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Algumas questões conceituais costumam cobrar a correlação en- tre a localização do mioma e a sintomatologia mais característica. ! Atenção: muitas questões sobre infertilidade trazem miomas subserosos visualizados na USG pélvica, numa tentativa de atribuir a infertilidade ao mioma. Lembre-se de que os miomas subserosos estão fora da cavidade uterina, e não costumam ter sintomas como infertilidade ou sangramento, beleza? 7.2 TRATAMENTO CLÍNICO Nas pacientes sintomáticas, geralmente pensamos em iniciar pelo tratamento clínico, para o controle do sangramento e da dor pélvica. O tratamento clínico também está indicado para as pacientes que não desejam e não podem ser submetidas ao tratamento cirúrgico. Manifestações clínicas dos Miomas Submucoso Metrorragia Intramural Hipermenorragia Subseroso Dor pélvica / Sintomas compressivos Opções para o tratamento clínico da miomatose uterina Não hormonais Anti-inflamatórios Ácido mefenâmico, naproxeno Antifibrinolíticos Ácido tranexâmico Hormonais ACHO Diversos Progestágenos Orais e injetáveis SIU – levonorgestrel Mirena SPRMs Acetato de Ulipristal Análogos do GnRH Goserrelina, Leuprolide Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 39 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 7.3 TRATAMENTO CIRÚRGICO Estrategista, acredito que a maior parte das questões sobre leiomiomatose consiste em escolher o tratamento cirúrgico adequado para a paciente. Vamos relembrar as indicações de intervenção cirúrgico: Indicações para o tratamento cirúrgico da leiomiomatose uterina Recorrências Falha do tratamento clínico Escolha da paciente Suspeita de Malignidade (Sarcoma) Tratamento da Infertilidade / Abortos recorrentes Beleza, indicado o tratamento cirúrgico, devemos escolher a via pela qual será realizada a miomectomia. A dica que dou para você, quando estiver diante de uma questão que solicita a técnica cirúrgica de escolha, é avaliar das técnicas menos invasivas até a mais invasiva. Indicação da via para realização de miomectomia Mioma Via Submucoso Miomectomia histeroscópica Parido ou cervical Miomectomia vaginal Intramural ou subseroso (até 6 nódulos, mioma < 10 cm) Miomectomia laparoscópica Intramural ou subseroso (múltiplos nódulos > 10cm) Miomectomia laparotômica A menos invasiva é a miomectomia histeroscópica, que tem indicações bem restritas, pois só pode ser realizada em miomas submucosos com características bem específicas. Essas características podem ser avaliadas tanto pela classificação da FIGO, discutida anteriormente, quanto pela classificação da ESGE e pelo score de Lasmar: Classificação ESGE Tipo (FIGO) Descrição Conduta Tipo 0 (G0) Totalmente intracavitário Miomectomia histeroscópica Tipo 1 (G1) > 50% intracavitário Miomectomia complexa (preparo com análogo do GnRH) Tipo 2 (G2) < 50% intracavitário Indicar outra técnica não histeroscópica Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 40 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Caso a paciente não possa ser submetida ao tratamento histeroscópico, devemos avaliar a possibilidade de uma miomectomia laparoscópica: Em último caso, consideramos a miomectomia laparotômica: Indicações para miomectomialaparoscópica Miomas intramurais ou subserosos Número máximo de nódulos = 6 Mioma Único < 10 cm Sem Prole constituída Score Penetração no miométrio Tamanho Largura da Base Terço Parede Lateral 0 0 < 2 cm < 1/3 Inferior +1 1 < 50% > 2cm a 5 cm 1/3 a 2/3 Médio +1 2 > 50% >5 cm >2/3 Superior +1 Score Grupo Conduta 0 a 4 I Miomectomia histeroscópica com baixa complexidade 5 e 6 II Miomectomia complexa (considerar preparo com análogo do GnRH e/ou cirurgia em 2 tempos) 7 a 9 III Indicar outra técnica não histeroscópica Indicações para miomectomia laparotômica Miomas intramurais ou subserosos Múltiplos miomas (> 6 nódulos) Mioma Único > 10 cm Sem Prole constituída Score de Lasmar Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 41 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Até agora, falamos apenas de miomectomia! No entanto, o tratamento cirúrgico definitivo é a histerectomia. A seguir, vamos ver as suas indicações: A histerectomia pode ser realizada via vaginal ou via abdominal. Daremos sempre preferência à via vaginal, por ser menos invasiva. No entanto, esse método tem algumas contraindicações: Indicações para o tratamento cirúrgico definitivo Pacientes com prole constituída Falha do tratamento clínico Escolha da paciente Suspeita de Malignidade (Sarcoma) Contraindicações para a histerectomia vaginal Suspeita de câncer de colo ou endométrio Presença de lesões anexiais Endometriose pélvica ou história de doença inflamatória pélvica (risco de aderências) Útero maior que 300 cm3 8.0 DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA Estrategista, uma das principais perguntas que se deve fazer para uma paciente com nódulo na mama é que idade ela tem. Nas questões, toda vez que uma paciente apresentar nódulo mamário, preste atenção na idade dela. Tenho certeza de que essa simples informação pode fazê-lo acertar a questão com facilidade. Queixa de nódulo mamário em mulher jovem: pensar em fibroadenoma! Em pacientes de meia- idade: pensar em fibroadenoma, cisto ou, até mesmo, câncer. Em pacientes idosas: a principal hipótese é o câncer! CAPÍTULO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 42 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O fibroadenoma, apesar de ser um tumor benigno, pode exigir conduta cirúrgica em algumas situações: Falando dos cistos mamários, em algumas situações também devemos proceder com uma investigação mais invasiva: • Cistos mamários simples: apresentam paredes finas e regulares, sem septos ou nódulos em seu interior. O conteúdo é geralmente líquido amarelado, transparente ou seroso. • Cistos mamários complicados: são caracterizados pela presença de material sólido, como debris ou papilas, dentro da cavidade cística. Essa presença pode aumentar o risco de malignidade e pode exigir análises adicionais, como a microscopia de imagem. • Cistos mamários complexos: apresentam paredes espessas e irregulares, podendo conter septos ou nódulos em seu interior. O conteúdo pode ser líquido, sólido ou misto. O risco de malignidade pode ser maior nesses casos, sendo recomendado o acompanhamento médico mais rigoroso. Indicações de exérese do fibroadenoma: 9 Crescimento tumoral 9 Nódulos grandes (> 2cm) 9 Suspeita de tumor Phyllodes 9 Desejo da paciente Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 43 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 8.1 MASTALGIA O primeiro passo na investigação é diferenciar se estamos diante de uma mastalgia cíclica ou acíclica. ! Atenção: fitoquímicos e vitamina E não apresentam evidência de superioridade em relação ao placebo no manejo de mastalgia cíclica. Não caia nessa nas provas, beleza? Cisto da mama Cisto simples Cisto complicado (ou espesso) Cisto complexo Absolutamente benigno Benigno Suspeito Seguimento. Considerar punção esvaziadora somente se > 2 cm. Seguimento Biópsia ou exérese Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 44 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 8.2 DESCARGA PAPILAR Estrategista, memorize o normal (ectasia ductal), e estruture seu raciocínio identificando o que foge desse normal. ! Atenção: exames como ductografia, análise citológica do líquido ou ressonância magnética não têm tanta aplicação na investigação inicial da descarga papilar. Quando necessário, solicitamos a mamografia e/ou USG de mamas; caso venham com alteração, vamos direto para a exérese e análise dos ductos afetados. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 45 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 9.0 RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA Estrategista, este tema é quase universal nas provas de Ginecologia de acesso direto. A grande maioria das bancas usa o guia do Ministério da Saúde – INCA para elaborar suas questões, mas fique ligado porque alguns autores preferem as diretrizes da Febrasgo: No entanto, essas recomendações são para pacientes de baixo risco para câncer de mama. Dê uma olhada como devemos manejar as mulheres que têm alto risco para desenvolver a doença: CAPÍTULO Rastreamento do Câncer de Mama Ministério da Saúde - INCA FEBRASGO – SBM - CBR Mamografia Mamografia 50 a 69 anos de idade 40 a 74 anos de idade A cada 2 anoss Anual RECOMENDAÇÕES DE RASTREAMENTO PARA MULHERES DE ALTO RISCO Característica Recomendação Mulheres com história familiar de câncer de mama (parente de 1º grau, antes da menopausa), com risco > 20% ao longo da vida, calculado por um dos modelos matemáticos. Rastreamento com mamografia anual, iniciando a partir dos 30 anos ou dez anos antes da idade do diagnóstico da parente mais jovem (não iniciar antes dos 25 anos de idade). Mulheres com mutação dos genes BRCA 1 ou 2, ou com parentes de 1º grau com mutação comprovada. Rastreamento com mamografia annual, a partir dos 30 anos de idade. Mulheres que foram submetidas à radioterapia do tórax entre os 10 e 30 anos de idade. Rastreamento com mamografia annual, iniciando oito anos após o tratamento radioterápico (não iniciar antes dos 25 anos de idade). Mulheres com síndrome de Li-Fraumeni, Cowden ou parentes de primeiro grau com essas síndromes. Rastreamento com mamografia anual a partir do diagnóstico da síndrome (não iniciar antes dos 25 anos de idade). Mulheres com histórico de lesões precursoras (hiperplasia ductal ou lobular atípica, carcinoma lobular in situ). Rastreamento com mamografia anual, iniciando a partir do diagnóstico dessas lesões. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 46 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Além da mamografia, um exame importante para avaliação de nódulos mamários é a ultrassonografia. Destaco a importância de conhecer que achados neste exame levantam a possibilidade de uma lesão maligna: Voltando a falar da mamografia, vamos relembrar da famosa classificação de BI-RADS. Algumas questões trazem apenas a descrição dos achados; outras trazem a categoria e pedem a conduta. Então, as três tabelas a seguir são cruciais para você garantir uns pontinhos na sua prova: Indicações de ultrassonografia mamária Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística. Alterações no exame físico (lesão palpável), no caso de mamografia negativa ou inconclusiva. Na jovem com lesão palpável (exame físico duvidoso). Exame físico alterado durante o ciclo gravídico puerperal. Doença inflamatória com suspeita de abscesso. Exame complementar para a mamografia BI-RADS 0. Exame adjunto à mamografia nas mulheres com mamas densas Achados ultrassonográficos mamários Sugestivos de benignidade Sugestivos de malignidade Diâmetro látero-lateral > antero posterior; Nódulo horizontalizado (“mais largo do que alto”); Paralelo à pele; Diâmetro látero-lateral < antero posterior; Nódulo verticalizado (“mais alto do que largo”); Não paralelo à pele; Ovalado, regular, circunscrito; Lobulado, irregular; Hipoecogênico homogêneo; Heterogêneo; Anecóico (cisto); - Reforço acústico posterior.Sombra acústica posterior. Tabela 5: Achados ultrassonográficos mamários. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 47 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED BI-RADS (Breast Imaging-Reporting and Data System) Categoria Chance de câncer (VPP) Interpretação/Conduta BI-RADS 0 N/A Exame inconclusivo/Necessita de exame complementar para conclusão diagnóstica. B-RADS 1 0 Exame normal/Seguimento de rotina. BI-RADS 2 0 Alterações benignas/Seguimento de rotina. BI-RADS 3 ≤ 2% Alterações provavelmente benignas/Repetir exame em seis meses. BI-RADS 4 >2% a < 95% Alterações suspeitas/Indicar biópsia. BI-RADS 4A > 2% a ≤ 10% BI-RADS 4B >10% a ≤ 50% BI-RADS 4C >50% a < 95% BI-RADS 5 ≥ 95% Alterações provavelmente malignas/Biópsia. BI-RADS 6 100% Malignidade comprovada/Acompanhamento durante o tratamento. Achados mamográficos e categorias BI-RADS BI-RADS 1 Mamografia normal sem alterações BI-RADS 2 Calcificações vasculares, calcificações cutâneas, calcificações com centro lucente, fibroadenoma calcificado (“em pipoca”), cisto oleoso (esteatonecrose), calcificações redondas, calcificações esparsas, calcificações tipo “leite de cálcio” (intracísticas) e linfonodo intramamário. BI-RADS 3 Nódulo de baixa densidade, contornos regulares ou circunscrito, limites definidos, calcificações agrupadas monomórficas (iguais entre si). BI-RADS 4 Nódulo irregular ou de contorno bocelados ou indistintos e limites pouco definidos, microcalcificações pleomórficas, microcalcificações segmentares. BI-RADS 5 Nódulo espiculado, microcalcificações pleomórficas agrupadas e ramificadas tipo “letra chinesa”. Nódulo espiculado associado a calcificações pleomórficas Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 48 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Agora, vamos considerar que você fez o rastreamento e está diante de uma lesão suspeita. Existem vários métodos para abordar a lesão, e cada um tem suas indicações. ! PARA FACILITAR: Dê uma pesquisada sobre como cada um dos métodos é realizado na prática. Isso vai ajudá-lo a memorizar cada um e suas respectivas aplicações. Indicações da PAAF: • Esvaziar cistos grandes (> 2cm), dolorosos e em crescimento; • Análise citológica imediata de nódulos sólidos; • Diferenciar cistos espessos de nódulos sólidos; • Biópsia de nódulos na indisponibilidade de equipamento para biópsia por agulha grossa. Indicações da core biopsy: • Estudo histológico e imunoistoquímico; • Biópsia de nódulos suspeitos BI-RADS 4 e BI-RADS 5; • Biópsia de microcalcificações (na indisponibilidade de mamotomia). Indicações da mamotomia: • Microcalcificações suspeitas; • Biópsia de nódulos menores que 1-1,5 cm; • Biópsia de distorções arquiteturais. Indicações da setorectomia: • Estudo das microcalcificações suspeitas na indisponibilidade de mamotomia ou core biopsy; • Estudo de nódulos suspeitos; • Exérese de nódulos benignos e provavelmente benignos; • Biópsias anteriores inconclusivas; • Exérese completa das lesões com biópsia anterior com resultado de atipia. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 49 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 10.0 CÂNCER DE MAMA Estrategista, este tema despenca nas provas de Residência. O nível de dificuldade das questões varia de moderado a difícil, especialmente quando é solicitado ao candidato que indique o tratamento correto. No entanto, muitas questões são mais fáceis e abordam, de forma direta, tópicos como fatores de risco e características dos subtipos histológicos. Vamos lá: CAPÍTULO Tipo de biópsia indicado de acordo com a lesão mamária Tipo de lesão Tipo de biópsia Cisto simples (BI-RADS 2) Se indicado punção – PAAF (citológico) Nódulos sólidos (BI-RADS 4 ou 5) Core biopsy percutânea – trocater (histológico) Microcalcificações suspeitas (BI- RADS 4 e 5) Biópsia por agulha grossa a vácuo assistida (mamotomia guiada por mamografia/ estereotaxia) ou ressecção (setorectomia) com marcação pré-cirúrgica (agulhamento) Lesões diagnosticadas pelo ultrassom ou pela mamografia e ultrassom Biópsia guiada por ultrassom Lesões visíveis apenas na mamografia Biópsia guiada por mamografia (estereotaxia) Cistos complexos (BI-RADS 4) Mamotomia guiada por ultrassom ou setorectomia. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 50 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Algumas pacientes têm o lifetime risk de desenvolver câncer de mama tão alto que podemos indicar a mastectomia profilática (procedimento conhecido entre os fãs da Angelina Jolie): FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE MAMA Fatores pessoais, ambientais e comportamentais Fatores da história reprodutiva e hormonal Fatores genéticos e hereditários Idade > 50 anos Primeira menstruação antes dos 12 anos de idade História familiar de câncer de ovário Obesidade e sobrepeso após a menopausa Nuliparidade Casos de câncer de mama na família, principalmente antes do 50 anos de idade Sedentarismo Primeira gravidez após os 30 anos de idade História familiar de câncer de mama em homens Consumo de bebidas alcoólicas Menopausa após os 55 anos Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA 2 Exposição frequente a radiações ionizantes (Raio-X), radioterapia prévia Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona) Biópsia previa com resultado de atipia Terapia de reposição hormonal pós menopausa por mais de 5 anos Densidade mamária > 75% - Indicações da mastectomia profilática • Mutação genética confirmada (BRCA1, BRCA2) • Radioterapia torácica prévia antes dos 30 anos de idade Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 51 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED TIPOS HISTOLÓGICOS DO CÂNCER DE MAMA Tipo histológico Característica Carcinoma ductal invasivo (CDI) ou tipo não especial É o mais frequente (cerca de 80% dos casos). Manifesta-se geralmente por meio de nódulo mamário único endurecido. Carcinoma lobular invasivo (CLI) É o segundo tipo mais frequente (cerca de 10% dos casos). Geralmente, apresenta receptores hormonais positivos. Pode ser maior do que a área palpável. Pode ser multifocal, multicêntrico ou bilateral. Carcinoma tubular Cerca de 1 a 2% dos casos. Apresenta bom prognóstico. Cerca de ¾ dos casos estão associados ao carcinoma ductal in situ. Carcinoma mucinoso Cerca de 1 a 2% dos casos. Apresenta bom prognóstico. Predominante em pacientes idosas. Aspecto “gelatinoso”. Carcinoma medular Cerca de 1% dos casos. Prognóstico um pouco melhor que o CDI. Carcinoma micropapilar Menos de 1% dos casos. Tumor agressivo, acomete linfonodos em estádios iniciais. Carcinoma metaplásico Combinação de adenocarcinoma, sarcoma e outros componentes epiteliais. Tumor raro. Prognóstico pior que o CDI. Carcinoma inflamatório (*) Cerca de 1% dos casos. Péssimo prognóstico. Não é um subtipo histológico. É uma variação do ductal. Pele em casca de laranja peau d’orange. Doença de Paget Cerca de 1 a 3% dos casos. Ulceração e destruição do mamilo. Carcinoma adenoide cístico Igual ao carcinoma das glândulas salivares. Muito raro. Bom prognóstico. Carcinoma secretório Extremamente raro. Excelente prognóstico. Tumor “pediátrico”. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 52 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 10.1 ESTADIAMENTO E TRATAMENTO Feito o diagnóstico, o próximo passo é estadiar o tumor, fazer uma análise imuno-histoquímica e definir o tratamento adequado: Em linhas gerais, o tratamento de câncer de mama é realizado da seguinte maneira: CIRURGIA (tratamento padrão) + RADIOTERAPIA (em cirurgias conservadoras ou tumores localmente avançados) + QUIMIOTERAPIA (se acometimento linfonodal ou sistêmico, ou a depender do perfil imuno-histoquímico do tumor). Quando vamos direto para a cirurgia? Para entender melhor a indicação de tratamento neoadjuvante, pense da seguinte maneira: • Os casos iniciais (estádiosI e II) são candidatos ao tratamento cirúrgico primeiro, pois a ideia é retirar o tumor antes que ele se espalhe: tumores < 5 cm, no máximo com linfonodos ipsilaterais acometidos MÓVEIS (se aglomerados ou endurecidos, “deu ruim”). • Os casos avançados (estádio III e IV) devem receber tratamento neoadjuvante, porque provavelmente esse tumor já se espalhou e é mais importante fazer o tratamento sistêmico primeiro. Sempre que possível, vamos dar preferência para o tratamento cirúrgico curativo menos invasivo, que é a quadrantectomia associada à radioterapia local. Infelizmente, muitas vezes esse tratamento não é possível, e cirurgias mais radicais acabam sendo necessárias: Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 53 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Agora, para definição do tratamento quimioterápico, é importante termos uma avaliação do perfil imuno-histoquímico do tumor: Lembrando que as terapias de bloqueio hormonal são válidas para os tipos Luminais, e o Trastuzumabe é utilizado caso haja HER-2 positivo. Contraindicações para o tratamento conservador do câncer de mama (quadrantectomia) Tumores muito grandes em relação ao volume da mama Microcalcificações extensas Impossibilidade de margens livres Radioterapia torácica prévia Desejo da paciente Tumores multicêntricos (em diferentes quadrantes da mama) Doenças vasculares do colágeno em atividade — exceto artrite reumatoide (porque impedem a realização de radioterapia complementar) Classificação molecular segundo o Perfil Imuno-histoquímico Luminal A Receptor de Estrógeno (RE) e Progesterona (RP) positivo(s); HER 2 negativo (Escore 0 ou 1+); Ki-67 < 20%. Luminal B Receptor de Estrógeno positivo; HER 2 positivo ou negativo, RP < 20% e/ou Ki-67 > 20%. HER 2 (puro) HER 2 positivo (Superexpressão=Escore 3+), RE e RP negativos Triplo negativo Receptores de Estrógeno e Progesterona negativos e HER 2 negativo Em linhas gerais, as indicações de radioterapia são: • Cirurgia conservadora da mama (quadrantectomia); • Mastectomia com tumores T3 ou T4 ou > 4 linfonodos axilares comprometidos. 10.2 PESQUISA DE LINFONODO SENTINELA E ESVAZIAMENTO AXILAR Considerando pacientes que foram submetidas a cirurgia conservadora e radioterapia local, caso haja até dois linfonodos sentinelas comprometidos, não há necessidade de proceder o esvaziamento axilar, pois a sobrevida da paciente é a mesma. Sendo assim, não é recomendada nenhuma cirurgia axilar adicional para pacientes com os seguintes critérios: • Axila clinicamente negativa; • Tumor T1 ou T2 (≤ 5 cm) ; • Até 2 linfonodos sentinela comprometidos pela neoplasia; P R O G N Ó ST IC O Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 54 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED • Pacientes submetidas à cirurgia conservadora seguida de radioterapia. Ou seja, a realização da dissecção axilar não é necessária para todas as pacientes com linfonodo sentinela positivo. A dissecção axilar é indicada nos seguintes casos: • Três ou mais linfonodos sentinela comprometidos; • Paciente que não deseja ou tem contraindicação para a radioterapia. Linfonodos que aparecem clinicamente não exigem pesquisa de linfonodo sentinela, sendo que podemos considerá-los afetados. 1. Incontinência urinária aos esforços (IUE): perda involuntária de urina associada a qualquer esforço físico, sendo os mais comuns o riso e a tosse. 2. Incontinência urinária de urgência (IUU): perda involuntária de urina acompanhada ou precedida imediatamente por uma sensação de necessidade iminente de urinar. 3. Incontinência urinária mista (IUM): perda urinária em que tanto o componente de esforço quanto o de urgência estão associados. OBS: descreveremos os mecanismos fisiopatológicos mais adiante, porém vale lembrar que os esforços podem desencadear contrações involuntárias do detrusor e os tipos de incontinência podem ser confundidos clinicamente. 4. Bexiga hiperativa: é um quadro associado a sintomas de urgência urinária, podendo haver, ou não, um quadro de incontinência associado. As principais manifestações são o aumento de frequência urinária e a noctúria (aumento de micções durante à noite). 5. Hiperatividade do detrusor: quando a incontinência urinária de urgência é demonstrada em um teste urodinâmico pela presença de contrações involuntárias do detrusor, recebe esse nome. Em algumas provas, pode aparecer a nomenclatura mais antiga: instabilidade do detrusor. 6. Incontinência urinária funcional: é um termo mais incomum nas provas de Residência, porém refere-se aos casos em que a paciente não consegue chegar ao banheiro por limitações físicas, psicológicas ou mentais. 7. Bexiga neurogênica: em pacientes com lesões nervosas, há uma perda da capacidade de reconhecer o enchimento vesical e, consequentemente, de realizar o esvaziamento. Nesses casos, pode haver incontinência urinária por transbordamento, quando a capacidade volumétrica da bexiga chega ao seu máximo. OBS: as provas costumam utilizar os termos incontinência urinária de urgência, bexiga hiperativa e hiperatividade do detrusor como sinônimos. Atente-se a questões que exigem que você saiba diferenciar esses conceitos, mas são minoria. Não fique “brigando” com a questão quando souber que o conceito está errado, pois o importante é resolver e acertar a resposta. Em nosso material, utilizaremos bexiga hiperativa e incontinência urinária de urgência como sinônimos, assim como grande parte dos materiais. 11.0 INCONTINÊNCIA URINÁRIA Estrategista, este tema aparece com frequência na Unicamp, Iamspe, Einstein e USP. No geral, o que é mais cobrado é o diagnóstico. Vamos começar diferenciando alguns conceitos: CAPÍTULO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 55 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O diagnóstico da incontinência urinária de urgência e aos esforços é clínico, não exigindo exames complementares. No caso da incontinência aos esforços, a realização de um estudo urodinâmico pode trazer informações relevantes para o tratamento da paciente. O estudo urodinâmico é o exame mais cobrado nas provas de Residência, apesar de não ser obrigatório na maioria dos casos. ! PARA FACILITAR: de todas as informações contidas neste exame, as mais importantes para você é identificar são: a presença de contrações involuntárias do detrusor e a pressão de perda no casos de incontinência aos esforços. Sintoma IUU IUE urgência? sim não aumento de frequência? sim não perda com esforços? não sim volume de perda urinária em cada episódio? grande pequeno consegue chegar ao banheiro quando apresenta urgência?/ frequentemente não sim acorda à noite para urinar? sim não Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 56 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Beleza, assim que diferenciamos uma incontinência urinária de esforço de uma de urgência, devemos definir o tratamento. Adianto que cada banca tem um protocolo diferente sobre como iniciar o tratamento. Sugiro que você faça as questões anteriores de instituições em que você tem interesse para entender como a banca pensa, ok? ! PARA FACILITAR: a incontinência de esforço tem um problema anatômico, então o tratamento geralmente envolve uma conduta cirúrgica; já a incontinência urinária de urgência é um problema funcional, que costuma ser manejado com medicamentos. Lembre-se que a primeira linha de tratamento em ambos os casos é a fisioterapia de assoalho pélvico e as mudanças comportamentais, apesar de algumas bancas partirem direto para os tratamentos farmacológicos ou cirúrgicos. CONCLUSÕES DO ESTUDO URODINÂMICO Presença de contrações não inibidas do detrusor = hiperatividade de detrusor. Avaliação de pressão de perda aos esforços: < 60 cmH2O: deficiência esfincteriana intrínseca > 90 cmH2O: hipermobilidade do colo vesical RESUMO DOS TRATAMENTOS CIRÚRICOS PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA AOS ESFORÇOS ProcedimentoDescrição Indicação Comentários Preenchimento uretral Injeção de agentes de preenchimento na submucosa uretral. Deficiência esfincteriana intrínseca. Usado em casos refratários. Uretropexia retropúbica Fixação da fáscia pubocervical ao ligamento de Cooper (Burch) ou à sínfise púbica (MMK). IUE. Maior taxa de complicação em relação aos slings apesar da elevada taxa de cura. Sling pubovaginal Apoio do colo vesical por tiras de fáscia ligadas à parede abdominal. Insucesso de procedimentos para IUE. Procedimento mais complexo que os slings de uretra média, porém com alta taxa de cura. Sling de uretra média TVT TOT Uso de tela sintética para apoiar a uretra média. Abordagem retropúbica. Abordagem transobturatória. IUE. Mais recomendado em deficiência esfincteriana intrínseca. Tratamento efetivo e com baixas taxas de complicação. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 57 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 11.1 FÍSTULAS UROGENITAIS Um diagnóstico diferencial das perdas urinárias são as fístulas urogenitais, que costumam ocorrer após procedimentos cirúrgicos. Quando elas aparecem nas provas, as questões são diretas, e exigem do candidato a diferenciação entre uma fístula vesicovaginal e uma ureterovaginal. RESUMO DOS TRATAMENTOS PARA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE URGÊNCIA Procedimento Descrição Indicação Comentários Comportamental Mudanças de hábito e treinamentos que visam reduzir as perdas. Primeira linha de tratamento para IUU. Taxa de sucesso de 80% em curto prazo. Fisioterapia Exercícios perineais e eletroestimulação. Primeira linha de tratamento para IUU. Sem mecanismo de ação elucidado. Anticolinérgicos Medicações que promovem relaxamento do detrusor e aumentam o tônus vesical. Indicado nos casos de falha de tratamento conservador. Apresentam muitos efeitos colaterais e contraindicações. Antidepressivos tricícilos Efeito alfa-adrenérgico e anticolinérgico. Indicado nos casos de IUM. Agonistas beta-3 adrenérgicos Medicação mais recente com efeito direto sobre o detrusor e atuam sobre os nervos parassimpáticos, reduzindo a produção de acetilcolina. Estrogênio Efeito positivo sobre todos os tipos de incontinência urinária. IUU e IUE. Diminuem o risco de infecção urinária na pós-menopausa. Toxina Botulínica Relaxamento vesical temporário. Casos refratários a outras terapias. Efeito por 6 a 12 meses. Fístula vesicovaginal Fístula ureterovaginal Corresponde a 75% das fístulas urogenitais. Incidência baixa. Causada em geral por lesão vascular no momento da dissecção da bexiga. Causada por secção, ligadura ou isquemia do ureter. Perda urinária involuntária em graus variáveis, sem micção normal. Perda urinária involuntária associada a micções normais, pois um dos ureteres está funcionando normalmente. Após a introdução de azul de metileno via vesical, há perda de líquido azulado pela vagina. Após a introdução de azul de metileno via vesical, há perda de urina com coloração habitual, pois a comunicação está acima da bexiga. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 58 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 12.0 CLIMATÉRIO E TERAPIA HORMONAL Caro aluno, este tema é bem frequente em algumas bancas específicas, das quais destaco a UNICAMP, que gosta bastante de abordar casos de pacientes na peri e pós-menopausa. Vamos relembrar alguns conceitos relacionados com a fisiologia do climatério inicial e tardio: Climatério inicial Climatério tardio CAPÍTULO Depleção folicular acelerada Manutenção do estradiol Aumento do FSH Redução de inibina B Depleção folicular Sangramento irregular ou aumentado no climatério = causa ovulatória Sangramento pós-menopausa ou anormal no climatério = investigação com USG + histeroscopia (se necessário) É esperado que as mulheres na perimenopausa evoluam com sangramento irregular. No entanto, é sempre importante frisar a diferença entre sangramento no climatério e na pós-menopausa. Na segunda situação, devemos sempre investigar a fim de afastar a possibilidade de malignidades: Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 59 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED • Sintomas vasomotores que afetam a qualidade de vida • Atrofia urogenital (uso tópico) • Prevenção e tratamento da osteoporose em casos selecionados Indicações da terapia hormonal Idade inferior a 60 anos e menos de 10 anos desde a menopausa Janela de oportunidade Riscos • O risco de câncer de mama associado ao uso da TH é pequeno, com incidência anual de menos de um caso por 1.000 mulheres (nível de evidência: A). • Aumenta o risco de câncer de mama após 5 anos com TH combinada (nível de evidência A). • A terapia estrogênica isolada aumenta o risco de hiperplasia endometrial e câncer de endométrio, sendo dose e tempo- dependentes (nível de evidência: A). • O risco de câncer de ovário associado ao uso de TH é pequeno, com incidência de dois casos extras em 10.000 usuárias acima de cinco anos para os subtipos histológicos seroso e endometrioide (nível de evidência: B). • Não tem impacto sobre a incidência de câncer de colo uterino do tipo escamoso (nível de evidência: A). • Aumenta o risco de trombose quando empregada por via oral, embora seja um evento raro (nível de evidência A) • Aumenta o risco de doenças cardiovasculares quando empregado fora da janela de oportunidade (nível de evidência A) • Aumenta o risco de doenças biliares (nível de evidência A/B) 12.1 TERAPIA HORMONAL A terapia hormonal é capaz de melhorar muito a qualidade de vida no período de climatério e pós-menopausa. No entanto, existem alguns riscos e peculiaridades que devem ser levados em conta! As bancas examinadoras adoram explorar os riscos e contra indicações da terapia hormonal! ! PARA FACILITAR: as contra indicações, no geral, são aquelas que aumentam muito o risco cardiovascular da paciente, risco de cânceres hormônio-dependentes ou que impeçam a metabolização adequada dos hormônios. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 60 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Contraindicações à Terapia Hormonal da Menopausa Doença hepática descompensada Câncer de mama atual ou prévio Lesão precursora para câncer de mama Câncer de endométrio Sangramento vaginal de causa desconhecida Porfiria Doença coronariana Doença cerebrovascular Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual ou prévia Lúpus eritematoso sistêmico Meningioma (apenas para progestágenos) Antes do ínicio da TH são essenciais: • A anamnese e o exame físico detalhados • Mamografia há, no máximo, um ano (nível de evidências: A). • Dosagem de colesterol total, HDL - colesterol, triglicérides e glicemia de jejum antes do ínicio da TH (nível de evidência: B) • Deve ser realizado rastreamento mamográfico anual em usuárias de TH (nível de evidência: A) • A avaliação periódica dos fatores de risco cardiovascular deve fazer parte da propedêutica de mulheres em uso do TH (nível de evidência: B) Exames necessários para o início da terapia hormonal e seguimento (segundo a SOBRAC) 13.0 PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS Estrategista, o prolapso de órgãos pélvicos é figurinha marcada em algumas bancas específicas, como Unifesp, Unesp e Iamspe. É um tema relativamente difícil, pois envolve um conhecimento minucioso de anatomia pélvica que, por si só, já é bem complexa. Vamos juntos nessa, começando com uma revisão sobre os fatores de risco e anatomia: CAPÍTULO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 61 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Fatores de risco para prolapsos de órgãos pélvicos Gestação Parto vaginal Menopausa - envelhecimento - hipoestrogenismo Aumento de pressão abdominal - doença pulmonar obstrutiva crônica (tosse crônica) - constipação - obesidade Traumas do assoalho pélvico Fatores genéticos - raça (brancas e latinas) - distúrbios do tecido conectivo Malformaçõesde tubo neural Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 62 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 13.1 PELVIC ORGAN PROLAPSE QUANTIFICATION SYSTEM (POP-Q) O POP-Q assusta muitos candidatos por aí! Mas se você entender como esse sistema funciona, não há muito segredo. Primeiro, vamos relembrar quais são os pontos de referência utilizados no método: DIAFRAGMA UROGENITAL DIAFRAGMA PÉLVICO - Músculos transversos superficial e profundo do períneo - Esfíncter externo da uretra - Isquiocavernoso Músculos levantadores do ânus: - Puborretal - Pubococcígeo - Iliococcígeo Parede anterior Parede anterior Colo uterino ou cúpula Aa Ba C Hiato genital Corpo perineal Comprimento vaginal total gh pb tvl Parede posterior Parede posterior Fórnice posterior Ap Bp D Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 63 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED ! Atenção: fique ligado! A diferença entre os pontos C e D indica o comprimento do colo uterino. Uma pegadinha nas provas de Residência são as pacientes histerectomizadas: elas não têm ponto D e o ponto C é a cúpula vaginal. Em seguida, dê uma olhada na forma sistematizada que a equipe do Estratégia MED bolou para ajudá-lo nas questões sobre esse tema. Seguindo o passo a passo, a chance de você garantir seu ponto nessas questões aumentará muito: Pontos de referência do POP-Q Pontos vaginais: Aa, Ba, Ap, Bp, C, D (todos devem ser medidos em esforço – manobra de Valsalva). Parede anterior: Aa: é um ponto localizado na linha média da parede vaginal anterior, 3 cm proximal do meato uretral externo. Por definição, esse ponto varia de -3 a +3 em relação ao hímen. Para as provas, esse ponto não tem utilidade. Ba: é o ponto de maior prolapso da parede vaginal anterior em relação ao ponto Aa. Caso não haja prolapso, ele é igual ao ponto Aa, ou seja, igual a -3. Esse é o ponto ao qual você deve prestar atenção quando for avaliar se há prolapso de parede anterior. Parede posterior: Ap: é um ponto localizado na linha média da parede vaginal posterior, 3 cm proximal ao hímen. Por definição, esse ponto varia de -3 a +3 em relação ao hímen. Para as provas, esse ponto não tem utilidade. Bp: é o ponto de maior prolapso da parede vaginal posterior em relação ao ponto Ap. Caso não haja prolapso, ele é igual ao ponto Ap, ou seja, igual a -3. Esse é o ponto ao qual você deve prestar atenção quando for avaliar se há prolapso de parede posterior Pontos do ápice vaginal: C: representa o ponto mais distal do colo uterino (mais próximo ao hímen). D: representa a localização do fundo de saco posterior em mulheres com colo uterino. Medidas fixas (são aferidas em repouso): elas têm pouca incidência nas provas. CVT (comprimento vaginal total): distância do hiato genital ao fundo de saco posterior (ponto D) ou à cúpula vaginal (ponto C) em mulheres histerectomizadas. HG (hiato genital): medida entre o meato uretral externo e o hímen na linha média da parede posterior. CP (corpo perineal): medida entre a margem posterior do hiato genital e o ponto localizado no meio do esfíncter anal externo. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 64 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED PASSO A PASSO DE COMO AVALIAR UM POP-Q NA PROVA: 1º Veja os valores dos pontos Ba, Bp, C e D (a partir deles você conseguirá avaliar se há a presença de prolapso e sua localização). O comprimento vaginal total (CVT) também será importante para fazer a classificação. 2º Os pontos Ba e Bp são maiores do que –3 (por exemplo -2, -1, 0 etc.)? Se sim, isso significa que há prolapso e você deve empregar a classificação em estádios para definir seu grau. Lembrando que o ponto Ba representa a parede vaginal anterior e o Bp, a parede posterior. 3º Qual o valor do comprimento total da vagina? Vamos supor que seja de 10 cm. Transforme esse valor em um número negativo e compare-o com o ponto D. Se o valor do ponto D for maior que -10, por exemplo -9, -8 ou -7, isso significa que há uma descida da cúpula vaginal, porém consideraremos patológico somente se a diferença for maior do que 2 cm. A partir disso, você deve usar a classificação do POP-Q para ver seu estádio. É importante lembrar que o ponto C e o ponto D descem juntos, pois representam o colo do útero e a cúpula vaginal. 4º Desse modo, você já sabe se há prolapso, qual a localização e o seu grau. Por fim, a paciente deverá ter seu prolapso estadiado, a fim de guiar o tratamento: Distopia genital – Classificação – POP-Q Categoria Definição Estágio 0 Sem prolapso (para o ponto D, somente consideramos prolapso se a diferença entre D e o valor negativo de TVL for maior que 2 cm). Por exemplo, se o TVL for de 10 cm e o ponto D estiver em –8 cm, consideramos fisiológico, porque a diferença é de 2 cm. Estágio 1 Ba, Bp, C ou D estão a menos de –1 cm do hímen. Estágio 2 Ba, Bp, C ou D estão, no mínimo, em –1 cm, mas não mais que + 1 cm do hímen. Estágio 3 Ba, Bp, C ou D estão a mais que + 1 cm, mas menos que a diferença (CVT – 2 cm). Você deve pegar o valor do CVT e subtrair 2 cm. Por exemplo, se o valor for 10 cm, você deve subtrair 2 cm, chegando a 8 cm. Se o prolapso estiver antes de +8 cm, é considerado estádio III. Estágio 4 Eversão total do órgão prolapsado. Ba, Bp, C ou D ficam, no mínimo, em (CVT –2 cm). Você deve pegar o valor do CVT e subtrair 2 cm. Por exemplo, se o valor for 10 cm, você deve subtrair 2 cm, chegando a 8 cm. Se o prolapso estiver além de +8 cm, é considerado estádio IV. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 65 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 14.0 RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO Caro aluno, quando falamos de decoreba na prova de Ginecologia, este certamente é o tema que mais vai dar trabalho! No entanto, vale a pena sabê-lo na ponta da língua, pois a maioria das questões é bem fácil, sendo assim, você não pode bobear. Recomendo que mantenha sempre o rastreamento de câncer de colo uterino “passando” pela mente, com revisões espaçadas, pois deixar para revisar tudo pouco tempo antes da prova pode sobrecarregá-lo e gerar confusão. Vamos começar revisando alguns conceitos! O câncer de colo uterino é daqueles que deixa o médico triste quando é diagnosticado, pois é uma doença totalmente evitável com o rastreamento adequado. Quase todos os casos estão relacionados com a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que é capaz de promover uma metaplasia e displasia no epitélio do colo uterino. A região do colo uterino em que ocorre a metaplasia escamosa é denominada de zona de transformação (ZT). Sua identificação é muito importante, pois quase todas as alterações causadas pelo HPV ocorrem nessa área! CAPÍTULO Sobre o agente etiológico, em si, é importante que você conheça quais são os tipos mais perigosos e como podemos prevenir a infecção por meio da vacinação: Principais tipos de HPV de baixo risco -> 6 e 11. Principais tipos de HPV de alto risco -> 16 e 18. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 66 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Beleza, agora já sabemos como prevenir a infecção. No entanto, mesmo que vacinadas, as mulheres devem ser submetidas ao rastreamento periódico de alterações no colo uterino provocadas pelo vírus. No geral, as provas cobram o protocolo do Ministério da Saúde, mas fique atento sobre a referência utilizada pela banca examinadora, beleza? CARACTERÍSTICAS DA VACINA QUADRIVALENTE CARACTERÍSTICAS QUADRIVALENTE TIPOS DE HPV QUE PROTEGE 6, 11, 16, 18 VOLUME POR DOSE 0,5 mL ADMINISTRAÇÃO intramuscular; deltóide ou vasto lateral da coxa ESQUEMA/INTERVALOS três doses 0, 2 e 6 meses DOSE DE REFORÇO até o momento, não é necessária ! Atenção: tão importante quanto saber fazer o rastreio para as provas é saber quando interrompê-lo! Muita atenção na última linha da tabela a seguir, pois é algo que aparece frequentementenas provas. INDICAÇÕES DA VACINA QUADRIVALENTE HPV (MINISTÉRIO DA SAÚDE) MENINAS e MENINOS • 9 a 14 anos (duas doses: 0 e 6 meses); • 9 a 45 anos (três doses: 0, 2 e 6 meses): ◦ convivendo com HIV/AIDS; ◦ transplantados de órgãos sólidos; ◦ em quimioterapia. Vítimas de violência sexual (caso não tenha sido vacinada anteriormente) • 9 a 14 anos: duas doses (0 e 6 meses); • 15 a 45 anos: três doses (0, 2 e 6 meses): • 9 a 45 anos (imunodeprimidas): três doses (0, 2 e 6 meses): ◦ convivendo com HIV/AIDS; ◦ transplantados de órgãos sólidos; ◦ em quimioterapia. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 67 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED COMPARAÇÃO DAS DIRETRIZES DE RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO MINISTÉRIO DA SAÚDE (2016) ACOG (2016) e ASCCP (2012/2019) USPSTF (2018) Método de rastreio colpocitologia oncótica. colpocitologia oncótica; OU coteste -> pesquisa de DNA HPV + citologia. colpocitologia oncótica OU coteste- > pesquisa de DNA HPV + citologia; OU pesquisa de DNA HPV. População alvo e intervalo de rastreio • acima de 25 anos: 1x/ano e, se dois exames consecutivos negativos, a cada 3 anos. • 21-29 anos: citologia a cada 3 anos. • 30-65 anos: - citologia a cada três anos; OU - coteste a cada 5 anos (preferível). • 21-29 anos: citologia a cada 3 anos; • 30-65 anos: - Citologia a cada três anos; OU - Coteste a cada 5 anos; OU - Pesquisa de DNA HPV a cada 5 anos. Interromper Após 64 anos, se dois exames consecutivos negativos nos últimos cinco anos. Após 65 anos com rastreio anterior normal. Após 65 anos com rastreio anterior normal. ATENÇÃO: Rastreio -> citologia. Diagnóstico -> colposcopia + biópsia (anatomopatológico). Partindo da citologia, que é o que mais cai nas provas de Residência, temos uma bela quantidade de resultados diferentes. É importante que você os conheça e, mais do que isso, saiba o que fazer diante do resultado. ! PARA FACILITAR: Na paciente hígida, qualquer coisa que não seja ASC-US ou LSIL deve ser encaminhado para a colposcopia. Ressalto, também, que você deve ter atenção entre células de significado indeterminado e células de significado indefinido, pois apesar de parecer a mesma coisa, as de significado indefinido são mais perigosas e exigem avaliação colposcópica. Bom, agora que relembramos quando e em quem o rastreio é realizado, vamos conhecer os métodos de rastreio e diagnóstico de câncer de colo uterino. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 68 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO FAIXA ETÁRIA CONDUTA INICIAL Células escamosas atípicas de significado indeterminado Possivelmente não neoplásicas (ASC-US). < 25 anos. Repetir em três anos. Entre 25 e 29 anos. Repetir citologia em 12 meses. ≥ 30 anos. Repetir citologia em seis meses. Não se podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H). Encaminhar para colposcopia. Células glandulares atípicas de significado indeterminado Possivelmente não neoplásicas ou não se podendo afastar lesão de alto grau. Encaminhar para a colposcopia. Células atípicas de origem indefinida (AOI) Possivelmente não neoplásicas ou não se podendo afastar lesão de alto grau. Encaminhar para a colposcopia. Lesão de baixo grau (LSIL/ LIEBG) < 25 anos. Repetir em três anos. ≥ 25 anos. Repetir citologia em seis meses. Lesão de alto grau (HSIL/ LIEAG) Encaminhar para a colposcopia. Lesão intraepitelial de alto grau, não podendo excluir microinvasão Encaminhar para a colposcopia. Carcinoma escamoso invasor Encaminhar para a colposcopia. Adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor Encaminhar para a colposcopia. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 69 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Um resultado que tem algumas peculiaridades na conduta é o AGC-H (células glandulares atípicas de significado indeterminado), pois o câncer de endométrio pode apresentar essas alterações. Assim, devemos investigar a endocérvice e o endométrio diante dessa resultado em algumas pacientes. DOIS RESULTADOS ASCUS COLPOSCOPIA Biopsiar os achados anormais.* Avaliar canal endocervical se JEC não visível ou parcialmente visível** Se colposcopia normal, repetir citológico em seis (>30 anos) ou 12 meses (<30 anos). COLPOSCOPIA Colposcopia normal Biopsiar todos os achados anormais.* Repetir citologia:6 meses (> 30 anos) ou 12 meses (< 30 anos) DOIS LSIL/ LIEBG Duas citologias negativas = rastreio trienal Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 70 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED A revisão da citologia está feita. Agora, sobre a colposcopia, temos uma série de achados. ! PARA FACILITAR: Memorize o que é suspeita de invasão e achados maiores anormais (geralmente, envolve a descrição de “grosseiro”, “espesso”, ou algo que sugira uma lesão mais “feia”). TERMINOLOGIA COLPOSCÓPICA DO COLO UTERINO IFPC (2011) Avaliação geral • Colposcopia satisfatória ou insatisfatória (colo não visualizado ou obscurecido por inflamação, sangramento, cicatriz, etc.). • Visibilidade da junção escamocolunar: completamente visível, parcialmente visível, não visível. Zona de transformação tipo 1, 2 ou 3. Achados colposcópicos normais • Epitélio escamoso original (maduro ou atrófico). • Epitélio colunar (ectopia). • Epitélio escamoso metaplásico: - cistos de Naboth; - orifícios glandulares; - deciduose na gravidez. Achados colposcópicos anormais • Princípios gerais: - localização da lesão: localizar pela posição dos ponteiros de relógio; tamanho da lesão. • Grau 1 (menor): - epitélio acetobranco tênue/fino; - mosaico tênue/fino; - pontilhado tênue/fino; • Grau 2 (maior): - epitélio acetobranco denso; - mosaico grosseiro; - pontilhado grosseiro; - aparecimento rápido do acetobranqueamento; - orifícios glandulares espessados; - sinal da borda interna (lesão dentro da lesão); - sinal da crista. • Não específico: - leucoplasia (queratose, hiperqueratose), erosão; - coloração de lugol (teste de Schiller): corado/não corado. Suspeita de invasão • vasos atípicos; • sinais adicionais: vasos frágeis, superfície irregular, lesão exofítica, necrose, ulceração, neoplasia/tumor aparente. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 71 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Por fim, diante de uma alteração potencialmente invasora, devemos fazer uma biópsia. Caso tenhamos uma lesão com alto risco de malignização, indica-se a excisão: Cirurgia de alta frequência (CAF) é uma técnica eletrocirúrgica para a realização da EZT. É um processo de corte e/ou coagulação tecidual que utiliza corrente alternada de alta potência para retirar a área lesionada com mínimo dano ao órgão (Figura 23 e 24). Figura 23: EZT realizada por meio de cirurgia de alta frequência com eletrodo alça. Figura 24: Imagem de colo uterino após realização de EZT tipo 1. Conização nada mais é do que uma EZT do tipo 3. Tem esse nome pois, como é retirada grande parte do canal endocervical, a peça fica semelhante a um cone. Pode ser feita através de técnica eletrocirurgia, com eletrodo alça ou eletrodo agulha, ou com bisturi frio. Esse último teria a vantagem de evitar a fulguração das margens, uma possibilidade da eletrocirurgia. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 72 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 15.0 CÂNCER DE COLO UTERINO Entre os temas da Ginecologia, este, com certeza, está entre os favoritos das bancas examinadoras! Não é à toa, uma vez que esse câncer é um baita problema de saúde pública, que é plenamente evitável. Vamos começar relembrando os fatores de risco e os tipos histológicos mais comuns deste câncer: CAPÍTULO FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE COLO UTERINO Infecção pelo HPV Tabagismo Início precoce da atividade sexual Múltiplos parceiros sexuais História de Infecções Sexualmente Transmissíveis(ISTs) Imunossupressão Multiparidade História de neoplasia intraepitelial ou câncer vaginal ou vulvar Baixo nível socioeconômico Uso de contraceptivos orais Raça negra Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 73 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Estrategista, uma vez estabelecido o diagnóstico, é importante fazer o estadiamento para definir o tratamento adequado. ! Atenção: diferentemente do câncer de endométrio e de ovário, temas em que o estadiamento não costuma ser explorado com muito afinco, os cânceres de colo uterino e mama nas provas aparecem muitas vezes em questões sobre estadiamento. Dessa forma, não tem muito como escapar da decoreba, Estrategista! Fique ligado na tabela a seguir: TIPOS HISTOLÓGICOS DO CÂNCER DE COLO UTERINO TIPO HISTOLÓGICO VARIANTES CARCINOMA ESPINOCELULAR (EPIDERMÓIDE) Carcinoma espinocelular de grandes células queratinizantes Carcinoma espinocelular de grandes células não queratinizantes Carcinoma verrucoso Carcinoma papilar Carcinoma basalóide Carcinoma de células escamosas e de transição papilar Carcinoma semelhante ao linfoepitelioma ADENOCARCINOMA Padrão comum/usual Mucinoso, tipo intestinal, variante em anel de sinete Mucinoso, adenoma maligno Adenocarcinoma mucinoso e viloglandular (bem diferenciado) Tipo endometrióide Tipo células claras Tipo seroso papilar Tipo mesonéfrico CARCINOMA ADENOESCAMOSO - CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO - NEUROENDÓCRINO - CARCINOMA INDIFERENCIADO - TUMORES EPITELIAIS E MESENQUIMAIS MISTOS - Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 74 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 75 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED ! PARA FACILITAR: Se > 4 cm OU invasão de paramétrios nas provas, a terapia inicial sempre deverá ser quimiorradiação! TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO UTERINO ESTÁDIO CONDUTA Ca in situ Conização (diagnóstica e terapêutica) Se ADENOCARCINOMA in situ - histerectomia simples IA- Tumor restrito ao colo IA1- invasão < 3 mm SEM IELV: histerectomia extrafascial simples (Piver I) * SEM IELV SEM PROLE DEFINIDA: conização COM IELV: histerectomia Piver II + linfadenectomia COM IELV SEM PROLE DEFINIDA: conização + linfadenectomia IA2 - invasão 3-5 mm Histerectomia Piver II + linfadenectomia SEM PROLE DEFINIDA: traquelectomia + linfadenectomia IB- Tumor restrito ao colo com profundidade de invasão ≥ 5 mm IB1- tumor <2 cm Histerectomia Piver III + linfadenectomia SEM PROLE DEFINIDA: traquelectomia + linfadenectomia IB2- tumor 2-4 cm Histerectomia Piver III + linfadenectomia IB3-tumor ≥ 4 cm Quimiorradiação II- IIA1- invade 2/3 superiores da vagina com tumor <4 cm Histerectomia Piver III + linfadenectomia IIA2- invade 2/3 superiores da vagina com tumor ≥ 4 cm Quimiorradiação IIB- invade paramétrio sem atingir parede pélvica Quimiorradiação Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 76 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 16.0 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO Caro aluno, os pontos centrais deste tema para as provas são: diferenças entre os tipos 1 e 2 de câncer de endométrio e seus respectivos fatores de risco; e o diagnóstico. Antes de falar do câncer em si, vamos falar da hiperplasia endometrial, que é considerada uma condição precursora do câncer de endométrio tipo 1: Aproveitando a deixa, vamos abordar as diferenças entre os tipos 1 e 2 de câncer de endométrio. Recomendo que tenha atenção especial neste tópico, pois ele é bem explorado pelas bancas examinadoras: CAPÍTULO Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 77 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Características do câncer de endométrio tipo I e tipo II Características Tipo I Tipo II Estrogênio sem oposição Presente Ausente Estado menopáusico Pós-menopausa Pré e perimenopausa Hiperplasia Presente Ausente Raça Branca Negra Grau Baixo Alto Invasão do miométrio Mínima Profunda Subtipos específicos Endometrioide Seroso, células claras Comportamento Estável Agressivo Fatores de risco para o Câncer de Endométrio (tipo I) Idade de 50 a 70 anos Terapia estrogênica exclusiva Uso de tamoxifeno Menarca precoce Menopausa tardia (depois dos 55 anos) Nuliparidade / infertilidade Anovulação crônica (síndrome dos ovários policísticos) Obesidade Diabetes mellitus e hipertensão arterial Tumor secretor de estrógeno Síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário) Síndrome de Cowden História familiar de câncer de endométrio, ovário, mama ou cólon Hiperplasia endometrial / NIE Radioterapia pélvica prévia Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 78 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 16.1 SUSPEITA CLÍNICA E INVESTIGAÇÃO Estrategista, em qualquer questão que aborde o tema de sangramento pós-menopausa, a conduta será investigação. Inicialmente, solicitamos um ultrassom pélvico e, a depender do resultado, partimos para a histeroscopia. Muita atenção na tabela a seguir: Feito o diagnóstico de câncer de endométrio, devemos fazer o estadiamento para definir o tratamento adequado. ! PARA FACILITAR: Fique ligado em quando a linfadenectomia é indicada! Sabendo disso, você consegue eliminar muitas alternativas que não incluem (ou incluem desnecessariamente) este procedimento. Fatores de risco para o câncer de endométrio (tipo II) Obesidade Multiparidade Raça negra Sangramento pós-menopausa Ultranossografia (espessura endometrial) Paciente sem terapia hormonal Paciente em uso de terapia hormonal < 4-5 mm Atrofia > 4-5 mm < 8 mm > 8 mm Histeroscopia Atrofia Histeroscopia Causas de sangramento uterino pós-menopausa Causas Porcentagem Atrofia endometrial 60-80% Terapia hormonal estrogênica 15-25% Pólipo endometrial 2-12% Hiperplasia endometrial 5-10% Câncer de endométrio 10% Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 79 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 80 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Paramétrios Seccionados ao nível da borda do colo uterino Seccionados onde o ureter cruza o ligamento largo (remoção parcial) Seccionados ao nível da parede pélvica lateral (remoção total) Ligamentos uterossacros Seccionados ao nível da borda do colo uterino Parcialmente removidos Seccionados perto da sua origem sacral (remoção total) Abordagem cirúrgica Laparotomia, laparoscopia ou cirurgia robótica Laparotomia, laparoscopia ou cirurgia robótica Laparotomia, laparoscopia ou cirurgia robótica TIPOS DE HISTERECTOMIA HISTERECTOMIA SIMPLES EXTRAFACIAL HISTERECTOMIA RADICAL MODIFICADA HISTERECTOMIA RADICAL OU WERTHEIM- MEIGS Classificação de Piver and Rutledge I II III Corpo e colo uterino Retirado Retirado Retirado Ovários Remoção opcional Remoção opcional Remoção opcional Margem vaginal Nenhuma 1-2 cm Retirado ¼ a 1/3 Risco de comprometimento linfonodal Risco Tipo histológico / Estádio Conduta Baixo risco Carcinoma endometrioide grau 1 ou 2 com invasão miometrial < 50% (estádio IA) A linfadenectomia não é indicada Risco intermediário Carcinoma endometrioide grau 3 com invasão miometrial < 50% (estádio IA) ou carcinoma endometrioide com invasão miometrial > 50% (estádio IB) A linfadenectomia pode ser realizada para avaliar o comprometimento linfonodal e realizar o estadiamento cirúrgico (verificar a real extensão da doença) Alto risco Carcinoma endometrioide grau 3 com invasão miometrial > 50% (estádio IB) ou estádios mais avançados e carcinomas do tipo II (seroso, células claras ou carcinossarcoma) A linfadenectomia pélvica e paraórtica deve ser realizada (mínimo de 10 linfonodos) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 81 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 17.0 TUMORES ANEXIAIS E CÂNCER DE OVÁRIO Estrategista, sei que este tema coloca medo na maioriados candidatos! Principalmente por envolver conhecimentos de ultrassonografia. Mas, fique tranquilo, temos alguns termos-chave que irão guiar seu raciocínio nestas questões. Vamos começar relembrando quais são eles: Beleza! Sabendo quais são os achados que sugerem benignidade e malignidade, vamos revisar quais são as principais etiologias de tumores ovarianos, começando pelos benignos: ! Atenção: veja como boa parte dos tumores benignos de ovário exigem apenas uma conduta expectante. Memorize-os, pois é tema quente nas provas! CAPÍTULO Critérios de IOTA (International Ovarian Tumor Analysis) para predição de risco de câncer de ovário em tumores anexiais – regras simples” ou “simple rules Benignidade Malignidade Unilocular Tumor sólido irregular Presença de componente sólido menor que 7mm Presença de ascite Presença de sombra acústica posterior Ao menos quatro estruturas papilares Tumor multilocular regular com diâmetro menor que 100 mm Tumor multilocular com componente sólido e diâmetro maior ou igual a 100mm Ausência de fluxo ao Doppler Vascularização intensa Os critérios para utilização das regras são: • Se o tumor apresentar ao menos uma característica de malignidade e nenhuma de benignidade, é considerado provavelmente maligno. • Se o tumor apresentar ao menos uma característica de benignidade e nenhuma de malignidade, o tumor é provavelmente benigno. • Se o tumor apresentar características de benignidade e malignidade, é considerado inconclusivo. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 82 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Cisto folicular Definição: cistos com mais de 3cm que se originam de folículos que não ovularam durante o ciclo, porém mantiveram sua evolução. Faixa etária: pacientes no período reprodutivo Clínica: geralmente assintomático, encontrado acidentalmente em exame de imagem; costuma aparecer após a ovulação, no meio do ciclo. Tratamento: expectante com repetição de ultrassonografia; costuma desaparecer em 3 a 6 meses. Algumas bancas podem considerar removê-lo caso atinja grandes dimensões pelo risco de torção. Achado ultrassonográfico: anecoicos, homogêneos, com paredes regulares, avasculares e sem componentes internos cisto simples >3 cm folículos <3cm Cisto simples e folículos Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 83 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Cisto de corpo lúteo Definição : ocorre quando o corpo lúteo atinge mais de 3 cm e assume um conteúdo cístico Faixa etária: pacientes no período reprodutivo Clínica: geralmente assintomático, mas apresenta potencial de se tornar hemorrágico, podendo ocasionar dor pélvica e até se romper, levando a um quadro de abdome agudo Tratamento: expectante com repetição de ultrassonografia; costuma desaparecer no ciclo menstrual seguinte Achado ultrassonográfico: o conteúdo pode ser cístico ou espesso, se houver sangue; ao doppler há grande vascularização periférica em formato de anel Cisto de corpo lúteo Cisto hemorrágico Definição: ocorre pela formação de cistos funcionais da ovulação, que se preenchem com sangue e podem romper. Faixa etária : Iidade reprodutiva Clínica: - assintomático (regridem no próximo ciclo) - pode romper e levar ao quadro de abdome agudo hemorrágico (dor pélvica súbita, intensidade variável, sinais de irritação peritoneal); pode evoluir com sinais de instabilidade hemodinâmica (choque hipovolêmico). Tratamento: - sem sinais de sangramento: expectante com uso de sintomáticos - peritonite/líquido livre/instabilidade hemodinâmica: cirurgia Achado ultrassonográfico: paredes regulares, com conteúdo heterogêneo, presença de debris e septos. Pode ter líquido livre na cavidade pélvica, quando há ruptura. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 84 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Teratoma cístico maduro Definição: é o tumor mais frequente em pacientes jovens. Ele é derivado de três folhetos embrionários diferentes (ectoderma, mesoderma e endoderma), o que faz com que possa apresentar diferentes tecidos e elementos em sua composição, como pelos, dentes, ossos e gordura. Faixa etária: pacientes jovens (pré-pubere e menacme) Clínica: geralmente assintomático, mas apresenta risco de torção ovariana, principalmente com tumores entre 4 e 10 cm Tratamento: ooforoplastia para retirada do tumor devido ao risco de torção anexial Achado ultrassonográfico: nódulo misto (componente sólido-cístico), com áreas hiperecogênicas focais ou difusas, com sombra acústica posterior Teratoma Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 85 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Cistoadenomas seroso e mucinoso Definição : São tumores epiteliais benignos que predominam na fase pós-menopausa Faixa etária: pós-menopausa Clínica: Podem atingir grandes dimensões e têm potencial de malignização Tratamento: em geral, como ele se apresenta em faixas etárias mais avançadas, costuma ser indicada a exérese para descartar malignidade. Achado ultrassonográfico: paredes finas, uni ou multiloculares, com conteúdo cístico e variam em tamanho de 5 a 20 cm; os mucinosos costumam ser maiores (podendo ser gigantes) e multiloculados, além de serem unilaterais mais comumente. Na imagem ao lado, é possível ver um cistoadenoma mucinoso gigante Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 86 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Fibroma Definição: é um tumor estromal sólido e benigno Faixa etária: variável Clínica: pode estar associado à síndrome de Meigs, que se caracteriza por tumor ovariano associado à derrame pleural e ascite Tratamento: em geral, por se tratar de uma massa sólida, pode ser confundido com um tumor maligno e costuma ser submetido à exérese para confirmação histopatológica, ainda mais quando está associado à síndrome de Meigs Achado ultrassonográfico: Massa sólida hipoecoica, homogênea, que pode ser bilateral. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 87 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Estrategista, agora que relembramos os principais tumores benignos de ovário e as respectivas condutas, vamos falar do câncer de ovário. Devido ao componente multifatorial da gênese do câncer de ovário, existem diversos fatores de risco associados à sua ocorrência. O principal fator de risco para essa neoplasia é o antecedente familiar de câncer de ovário e de mama, sobretudo em parentes de primeiro grau. Os demais fatores de risco estão associados à exposição a ciclos ovulatórios sem interrupção ao longo da vida, pois o estímulo ao epitélio ovariano parece estar associado à carcinogênese. Endometrioma Definição: é uma das apresentações clínicas da endometriose e ocorre quando o tecido endometrial acomete os ovários. Faixa etária: idade reprodutiva Clínica: presença de dor pélvica crônica, associada a lesões fixas à pelve e dolorosas à palpação; podem haver outros sintomas associados ao quadro de endometriose Tratamento: depende de diversos fatores (consulte o livro digital sobre endometriose para entender mais sobre o tratamento desse tumor) Achado ultrassonográfico: apresentam-se como formações císticas hipoecogênicas e homogêneas. Porém, os endometriomas são chamados de “os grandes imitadores”, porque também podem apresentar-se com outras características ultrassonográficas, tais como septações e paredes espessadas com focos hiperecogênicos, o que torna importante fazer o diagnóstico diferencial com os cistos funcionais (hemorrágicos) e outros tumores anexiais. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 88 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O estadiamento não costuma ser muito cobrado nas provas. No entanto, é bom ter uma ideia sobre o tópico para saber indicar bem o tratamento: FATORES DE RISCO PARA CÂNCER DE OVÁRIO FATORES DE RISCO BEM ESTABELECIDOS PARA CÂNCERDE OVÁRIO • Idade - a incidência aumenta com a idade; • Menarca precoce e menopausa tardia - aumento do número de ciclos ovulatórios; • Mutação no BRCA (breast cancer gene) 1 e 2; • Síndrome de Lynch - 1% das portadoras dessa doença tem câncer de ovário; • Nuliparidade; • Endometriose - risco total baixo, mas aumento do risco para os subtipos endometrióticos e de células claras. FATORES DE RISCO CONTROVERSOS PARA CÂNCER DE OVÁRIO • Obesidade; • Uso de talco no trato genital; • Tabagismo - risco aumentado para câncer de ovário do tipo mucinoso; • Uso de anti-inflamatórios; • Tratamento para infertilidade; • Exposição ao asbesto. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 89 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Tratamento do câncer de ovário Estádios IA e IB (grau histológico 1 ou 2) Estadiamento cirúrgico OBS: pode ser realizada cirurgia com preservação de fertilidade em casos selecionados. Estádios IA e IB (grau histológico 3) e IC Estadiamento cirúrgico + QT adjuvante Estádios II, III e IV Cirurgia de citorredução + QT adjuvante OU QT neoadjuvante + cirurgia de intervalo + QT adjuvante ! Atenção: para provas de Residência, a radioterapia não é uma modalidade de tratamento adjuvante no câncer de ovário, apesar de poder ser indicada em situações específicas. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 90 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 18.0 INFERTILIDADE CONJUGAL Tema queridinho de algumas bancas específicas, Estrategista! A galera da USP-RP e da Famerp gosta bastante de elaborar questões sobre este assunto. Antes de mais nada, vamos relembrar a partir de quando a infertilidade deve ser investigada: Feito isso, vamos iniciar a investigação. Para organizar o raciocínio, vamos separar as causas entre feminina e masculina. Nas mulheres, é importante “compartimentar” as possíveis causas de infertilidade em grupos, de acordo com a etiologia. Dê uma olhada: CAPÍTULO CRITÉRIOS PARA INVESTIGAÇÃO DO CASAL INFÉRTIL QUANDO REFERENCIAR CARACTERÍSTICAS DOS CASAIS APÓS 12 MESES DE ATIVIDADE SEXUAL FREQUENTE E DESPROTEGIDA Mulheres < 35 anos sem fatores de risco para infertilidade APÓS 6 MESES DE ATIVIDADE SEXUAL FREQUENTE E DESPROTEGIDA Mulheres entre 35 a 40 anos IMEDIATAMENTE Mulheres > 40 anos Mulheres com oligo/amenorreia Mulheres com fatores de risco para insuficiência ovariana (histórico de quimioterapia, radioterapia, cirurgia ovariana extensa anterior, doença autoimune) ou endometriose avançada Mulheres com histórico de quimioterapia, radioterapia ou endometriose em estágio avançado Mulheres com doença uterina/tubária conhecida ou suspeita Homens com histórico de cirurgia na virilha ou testicular, caxumba adulta, impotência ou outra disfunção sexual, quimioterapia e/ou radioterapia Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 91 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Já nos homens, temos, basicamente, alterações no espermograma. Algumas bancas já cobraram diretamente os parâmetros de um espermograma normal: INFERTILIDADE FEMININA FATOR ETIOLOGIAS OVULATÓRIO Relacionada à idade Síndrome dos ovários policísticos (SOP) Hipotalâmica/hipofisária/hiperprolactinemia Falência ovariana prematura TUBOPERITONEAL Doença inflamatória pélvica/hidrossalpinge Tuberculose pélvica Apendicite Cirurgia pélvica Endometriose UTERINO ANATÔMICAS Malformações uterinas Miomas Pólipos Sinéquias (síndrome de Asherman) RECEPTIVIDADE ENDOMETRIAL Adenomiose Endometriose Hidrossalpinge Endometrite crônica CERVICAL Causas anatômicas (septos e procedimentos cirúrgicos) Causas funcionais (alteração da produção de muco cervical) ESPERMOGRAMA NORMAL (OMS, 2010) PARÂMETRO VALOR VOLUME ≥1,5 mL pH 7,2 - 8 CONCENTRAÇÃO (milhões/mL) ≥ 15 milhões/mL NÚMERO TOTAL DE ESPERMATOZOIDES ≥ 39 milhões/ejaculado MOTILIDADE TOTAL (A + B + C/ PROGRESSIVOS + NÃO PROGRESSIVOS) ≥ 40% MOTILIDADE (A+B / ESPERMATOZOIDES PROGRESSIVOS) ≥ 32% MORFOLOGIA (OMS) ≥ 30% de formas ovais MORFOLOGIA ESTRITA DE KRUGER ≥ 4 % VITALIDADE ≥ 58% Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 92 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Feito o diagnóstico de infertilidade conjugal e organizado seu raciocínio, vamos iniciar a investigação: NOMENCLATURA RELACIONADA À QUALIDADE DO SÊMEN – OMS (2010) TERMO SIGNIFICADO NORMOZOOSPERMIA Ejaculado normal ASPERMIA Sem sêmen (sem produção ou ejaculação retrógrada) AZOOSPERMIA Sem espermatozoides no ejaculado OLIGOZOOSPERMIA Número total ou concentração de espermatozoides abaixo do limite inferior de referência (< 39 milhões ou < 15 milhões/mL, respectivamente) É considerada grave quando a concentração de espermatozoides for inferior a 5 milhões/mL ASTENOZOOSPERMIA Baixo percentual de motilidade progressiva (< 32%) TERATOZOOSPERMIA Baixo percentual de espermatozoides morfologicamente normais OLIGOASTENOTERATOZOOSPERMIA Alteração de número, morfologia e motilidade NECROZOOSPERMIA Baixo percentual de espermatozoides vivos e alto percentual de espermatozoides imóveis FE M IN IN O BÁSICO COMO INVESTIGAR? PADRÃO-OURO RESERVA OVARIANA OVULAÇÃO FATOR UTERINO FATOR TUBOPERITONEAL OUTROS MASCULINO AMH USTV SERIADA HISTEROSCOPIA LAPAROSCOPIA - - FSH NO 3º DIA DO CICLO PROGESTERONA NO 21º DIA DO CICLO USTV HISTEROSSALPINGOGRAFIA TSH, PROLACTINA ESPERMOGRAMA Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 93 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O correto é realizar a investigação básica para todos os casais, porém algumas questões podem focar em solicitar os exames de acordo com a história clínica da paciente. Por exemplo, numa paciente que tem um histórico de doença inflamatória pélvica, é muito prudente que investiguemos a perviedade das tubas uterinas. Já numa paciente que está se aproximando do climatério, avaliar a reserva ovariana é fundamental. Assim, muita atenção à todas as informações trazidas nos casos clínicos, beleza? ! Atenção: não espere encontrar todos os exames na alternativa correta das questões que abordam a investigação da infertilidade conjugal. Atente-se sempre às informações mais destacadas no enunciado e correlacione-as com os exames mais úteis neste contexto. 18.1 LEGISLAÇÃO SOBRE REPRODUÇÃO ASSISTIDA Tivemos alterações em 2022. Assim, especialmente para as provas das bancas com um apreço maior por questões éticas, é importante que você saiba o que mudou! COMO ERA (2021) COMO FICOU (2022) É permitido o uso das técnicas de RA para heterossexuais, homoafetivos e transgêneros O artigo foi retirado No momento da criopreservação, os pacientes devem manifestar sua vontade, por escrito, quanto ao destino a ser dado aos embriões criopreservados em caso de divórcio, dissolução de união estável ou falecimento de um deles ou de ambos, e se desejam doá-los. Antes da geração dos embriões, os pacientes devem manifestar sua vontade, por escrito, quanto ao destino dos embriões criopreservados em caso de divórcio, dissolução de união estável ou falecimento de um deles ou de ambos, e se desejam doá-los. No laudo da avaliação genética, só é permitido informar se o embrião é masculino ou feminino em casos de doenças ligadas ao sexo ou de aneuploidias de cromossomos sexuais. Esse trecho foi retirado na resolução atual, não havendo restrição para informar o sexo genético do embrião. O número total de embriões gerados em laboratório não poderá exceder a 8 (oito) Não há número limite de embriões gerados em laboratório O descarte dos embriões pode ser realizado após 3 anos, mediante autorização judicial Não há menção direta sobre o descarte de embriões, devendo ser seguida a Lei de Biossegurança ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO A cedente temporária do útero deve ter pelo menos um filho vivo e pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau. Demais casos estão sujeitos à avaliação e autorizaçãodo CFM ÚTERO DE SUBSTITUIÇÃO A cedente temporária do útero deve ter pelo menos um filho vivo e pertencer à família de um dos parceiros em parentesco consanguíneo até o quarto grau. Demais casos estão sujeitos à avaliação e autorização do CFM A cedente temporária não pode ser a doadora de gametas. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 94 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 19.0 VULVOVAGINITES Caro aluno, o tema vulvovaginites é uma zona de conforto para a maioria dos candidatos. As questões costumam ser bem fáceis e diretas e tendem a se repetir com frequência. Algumas bancas até gostam de explorar alguns detalhes a mais desse tema, como a USP-RP. No entanto, a grande maioria dos examinadores cobra o feijão com arroz. Como todo assunto “fácil”, não dá para dormir no ponto, Estrategista! É o tipo de tema que precisa estar sempre revisado, beleza? 19.1 TIPOS DE FLORA VAGINAL Algumas bancas, como a UNESP e a UNIFESP já cobraram questões sobre esse assunto. A flora vaginal é rica em lactobacilos. Entretanto, o estudo detalhado da flora vaginal é capaz de avaliar o seu grau de alteração ou até identificar o agente específico. A classificação a seguir divide a flora vaginal em três tipos, baseada na quantidade de lactobacilos no esfregaço do material coletado a fresco ou corado pelo Gram, com leitura em microscópio. Flora tipo I É a flora vaginal normal. Apresenta células epiteliais, predomínio de lactobacilos (80% - 95%) e polimorfonucleares raros ou ausentes. Nesse caso, o pH é ácido. Flora tipo II Na flora tipo 2 existem células epiteliais, raros polimorfonucleares e flora bacteriana formada por 50% de lactobacilos e 50% de outras bactérias. Pode representar um início de desvio de flora ou a recuperação da flora proveniente de uma disbiose vaginal. Flora tipo III Na flora tipo 3 existem células epiteliais, raros polimorfonucleares, ausência de lactobacilos e 100% de outras bactérias. É a flora vaginal patológica propriamente dita, que ocorre na tricomoníase e na vaginose bacteriana. Permitem o diagnóstico de vaginose bacteriana quando 3 dos 4 critérios estão preenchidos: CAPÍTULO 19.2 VAGINOSE BACTERIANA A vaginose bacteriana (VB) é a principal causa de corrimento vaginal de origem infecciosa, sendo responsável por aproximadamente 40% - 50% de todos os casos. O termo “vaginose” descreve a presença de leucorreia sem sinais clínicos de inflamação e nem leucócitos no esfregaço. 19.2.1 CRITÉRIOS DE AMSEL Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 95 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED O tratamento possui uma alta taxa de cura clínica (70% - 80%). Importante ressaltar que a eficácia do tratamento é semelhante nas vias oral e vaginal. CRITÉRIOS DE AMSEL Corrimento vaginal branco ou branco-acinzentado, homogêneo. pH > 4,5 Teste das aminas positivo. Observação das clue cells ao exame bacterioscópico (figura 6). 19.3 CANDIDÍASE O quadro clínico da vulvovaginite fúngica caracteriza-se por prurido, de intensidade variável, acompanhado de corrimento vaginal esbranquiçado com aspecto de “leite coalhado” ou “queijo cottage”, sem odor associado. Se houver muita inflamação, pode haver queixa de dispareunia, queimação e disúria. Os sintomas Figura 8: candidíase. geralmente são piores na semana que antecede a menstruação. Ao exame ginecológico, pode ser observada hiperemia vulvar, edema e fissuras. O exame especular mostra mucosa vaginal hiperemiada e o corrimento vaginal aderido às paredes vaginais. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 96 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Para não se perder em meio a tantos diagnósticos diferenciais, é importante ter o raciocínio sistematizado. • O que avaliar: descrição do corrimento, sintomas associados, pH vaginal, teste das aminas e exame a fresco. • Sabendo essas características dos principais diagnósticos diferenciais, você vai conseguir resolver praticamente qualquer questão do tema! O tratamento da CVV visa a melhora dos sintomas, reduzindo a população fúngica no epitélio vaginal. Para isso, além do uso dos antifúngicos, os fatores de risco para a doença devem ser eliminados, para melhorar as condições físicas e químicas vaginais. 19.4 TRICOMONÍASE Cerca de 50% - 85% das mulheres são assintomáticas na tricomoníase. Quando sintomáticas, a queixa mais comum é de corrimento amarelo esverdeado, fluido, abundante, bolhoso, podendo ter odor desagradável (quando ocorre coinfecção com vaginose bacteriana, pois os tricomonas fagocitam os lactobacilos, alcalinizando o meio vaginal e aumentando os anaeróbios). Devido à intensa reação inflamatória, ocorre ardor, prurido, dispareunia e disúria. Esses sintomas são cíclicos e acentuam-se durante o período menstrual. O tratamento da tricomoníase é simples, barato e de fácil execução à nível de atenção básica. 19.5 INVESTIGAÇÃO DE CORRIMENTO VAGINAL Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 97 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED pH < 4,5 pH>4,5 Anamnese, exame especular e pH vaginal. Queixa de corrimento vaginal. Protozoários flagelados. Sim Não Prurido + corrimento grumoso. Mucoide. Odor fétido e Whiff positivo. Corrimento fisiológico. Exame a fresco. Exame a fresco: células inflamatórias. Vaginite aeróbia/vaginite inflamatória descamativa. Microscopia. Hifas/esporos. Aumento de lactobacilos. Candidíase. Vaginose citolítica. Clue cells. Tricomoníase.Vaginose bacteriana. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 98 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED TIPO DE CORRIMENTO SINTOMAS ASSOCIADOS pH VAGINAL TESTE DAS AMINAS MICROSCOPIA CORRIMENTO VAGINAL FISIOLÓGICO Claro, fluido, em pequena quantidade. - 3,5-4,5 Negativo. Células epiteliais e lactobacilos. VAGINOSE BACTERIANA Fluido, homogêneo, acinzentado. Odor (piora na menstruação e após coito). > 4,5 Positivo. Clue cells. CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Branco, grumoso, tipo leite coalhado. Ardor, prurido. < 4,5 Negativo. Esporos, hifas, pseudo-hifas. TRICOMONÍASE Amarelo- esverdeado, bolhoso. Dispareunia, prurido, disúria, pode ter odor. > 4,5 Pode ser positivo. Trichomonas (protozoário flagelado móvel). VAGINOSE CITOLÍTICA Esbranquiçado, quantidade variável. Prurido, queimação, dor. < 4,5 Negativo. Aumento de lactobacilos, leucócitos raros ou ausentes. VAGINITE INFLAMATÓRIA DESCAMATIVA Purulento, em grande quantidade. Dor, dispareunia. > 4,5 Negativo. Aumento de polimorfonucleares e células parabasais. VAGINITE ATRÓFICA Escasso. Disúria, dispareunia. > 4,5 Negativo. Aumento de células parabasais e redução de lactobacilos. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 99 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 20.0 DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA A doença infl;amatória pélvica é uma infecção sexualmente transmissível com potencial de complicações agudas e crônicas. Casos graves podem cursar com peritonite, choque séptico e óbito. Não obstante, mesmo os casos mais leves podem cursar com complicações crônicas. Dessa forma, é fundamental que todo médico saiba identificar esta condição para propor o tratamento adequado em tempo hábil. Geralmente, as bancas examinadoras focam nos critérios de internação e no tratamento de escolha. Mas, começando do começo, temos a seguinte progressão e fatores de risco: CAPÍTULO Endometrite Peritonite Salpingite/ Ooforite/ Abscesso Tubo-Ovariano Cervicite FATORES DE RISCO Idade Exposição sexual, muco cervical menos espesso, exposição do epitélio endocervical. Comportamento sexual de risco Múltiplos parceiros, uso irregular de preservativo, início precoce de atividade sexual. História de IST prévia ou atual Cervicite por Clamídia leva à DIP em 30% dos casos. Baixo nível socioeconômico Falta de acesso aosserviços de saúde. Uso de DIU Aumento de risco nas primeiras três semanas após inserção. Vaginose bacteriana Aumenta o risco de ascensão de microrganismos. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 100 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Diante da suspeita clínica, temos alguns critérios diagnósticos. Note que, para fecharmos o diagnóstico, é necessário que os três critérios maiores estejam presentes! No entanto, apenas um critério elaborado já é capaz de confirmar o diagnóstico. Feito o diagnóstico, precisamos definir quem poderá fazer o tratamento ambulatorial e quem deve ser internada. Os antibióticos de escolha devem cobrir Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e alguns germes anaeróbios (como a Gardnerella vaginalis, causadora de vaginose bacteriana). CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE DIP MAIORES MENORES ELABORADOS • Dor abdominal ou infraumbilical. • Dor à palpação anexial. • Dor à mobilização do colo uterino. • Temperatura axilar maior que 38,3º C. • Conteúdo cervical ou vaginal anormal. • Massa pélvica. • Leucocitose em sangue periférico. • Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação aumentadas. • Mais de cinco leucócitos por campo de imersão em secreção de endocérvice. • Comprovação laboratorial de infecção por Clamídia, Gonococo ou Micoplasma. • Evidência histopatológica de endometrite. • Presença de abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas em estudo de imagem (USG pélvica ou ressonância magnética). • Videolaparoscopia com evidências de DIP. DIAGNÓSTICO: TRÊS CRITÉRIOS MAIORES + UM CRITÉRIO MENOR OU UM CRITÉRIO ELABORADO ISOLADAMENTE Critérios de Internação para a doença inflamatória pélvica (Ministério da Saúde 2022) Presença de abscesso tubo-ovariano ou peritonite Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre Intolerância a antibióticos orais ou dificuldade para seguimento ambulatorial Gravidez Dificuldade na exclusão de emergência cirúrgica (ex.: apendicite, gravidez ectópica) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 101 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED Apesar da antibioticoterapia adequada, algumas pacientes evoluem para a necessidade de abordagem cirúrgica. Os critérios são os seguintes: TRATAMENTO DA DIP (Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis - Ministério da Saúde, 2022) Tratamento Primeira opção Segunda opção Terceira opção Ambulatorial • Ceftriaxona 500 mg, IM, dose única MAIS • Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 14 dias MAIS • Metronidazol 500 mg 12/12 h, por 14 dias • Cefotaxima 500 mg, IM, dose única MAIS • Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 14 dias MAIS • Metronidazol 500 mg, 12/12 h, por 14 dias Hospitalar • Ceftriaxona 1g IV 1x/ dia, por 14 dias 14 dias MAIS • Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 h, por 14 dias MAIS • Metronidazol 400 mg IV 12/12h • Clindamicina 900 mg, IV, 8/8h, por 14 dias MAIS • Gentamicina (IV ou IM): dose de ataque 2 mg/kg; dose de manutenção: 3-5 mg/kg/dia, por 14 dias • Ampicilina/ sulbactam 3g, IV, 6/6h, por 14 dias MAIS • Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12h, por 14 dias Critérios para abordagem cirúrgica Falha de tratamento clínico Manutenção de abcesso pélvico, mesmo após o tratamento clínico Suspeita de abscesso tubo-ovariano roto Peritonite difusa ou hemoperitônio Instabilidade hemodinâmica refratária Abscesso em fundo de saco de Douglas (indicação de culdocentese) Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 102 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED E, para finalizarmos o tratamento, lembre-se da conduta diante da paciente usuária de DIU: 20.1 COMPLICAÇÕES As complicações são bastante exploradas pelas bancas examinadoras. Muitas vezes, o histórico de DIP aparece solto numa questão sobre infertilidade conjugal e, a princípio, não parece ser relevante. Para não comer bola, tenha sempre em mente as complicações, especialmente as tardias! DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU) Nos casos de diagnóstico de DIP, deve ser realizado o tratamento com os antibióticos adequados, mas não há a necessidade de retirada do dispositivo. • Caso a mulher opte pela retirada do DIU, a remoção só deve ser realizada após a introdução do tratamentto. • Se não houver melhora da infecção, a retirada do DIU deve ser considerada. • Não é recomendado o uso rotineiro de antibióticos profiláticos na inserção de DIU, a fim de prevenir DIP. • Os estudos não demonstram diferenças nos desfechos dos tratamentos de DIP em pacientes que removeram, ou não, os dispositivos. Precoces Abscesso tubo-ovariano Choque séptico e morte Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis Tardias Infertilidade É a causa mais comum de infertilidade por fator tubo-peritoneal; o risco de infertilidade após DIP aumenta com o número de episódios prévios, chegando a até 75% após três episódios. Dor pélvica crônica Sequela presente em 20 % dos casos. Gestação Ectópica Mulheres com antecedente de um episódio de DIP têm chance de 12% a 15 % de gestação ectópica. Recorrência de doença Pacientes com salpingite prévia têm chance aumentada em 23% de um novo episódio. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 103 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 21.0 ÚLCERAS GENITAIS Estrategista, estamos diante de um tema que é muito frequente nas provas de Residência e na prática médica! Seja no PS ou na Unidade Básica, os pacientes com queixa de úlceras genitais vão aparecer e é nosso dever saber investigar e cuidar deste problema! É importante tanto para melhorar a qualidade de vida dos doentes quanto para controlar a cadeia de transmissão. De uma forma geral, as questões sobre este tema são bem fáceis. Por mais que dê um alívio ver uma questão bem direta sobre úlcera genital, saiba que seus concorrentes acabam tendo a mesma sensação! Ou seja, não dá para perder pontos aqui. Temos duas formas principais de sistematizar seu conhecimento sobre as úlceras genitais: 21.1 CLASSIFICAR AS LESÕES ENTRE DOLOROSAS E NÃO DOLOROSAS CAPÍTULO Muita atenção à queixa de dor! É um verdadeiro divisor de águas nas questões sobre úlceras genitais, beleza? Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 104 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED 21.2 CLASSIFICAÇÃO SINDRÔMICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE Caro aluno, entre essas duas classificações, eu recomendaria que você desse uma atenção especial para o fluxograma do Ministério da Saúde. Isso porque muitas questões citam e perguntam diretamente sobre esse fluxograma. ! Atenção: quando os examinadores querem levantar a bola para a possibilidade de herpes, haverá a descrição de vesículas. Se o caso clínico não apresentar essa característica, pense duas vezes antes de marcar uma alternativa relacionada a herpes simplex, beleza? Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 105 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED CAPÍTULO 22.0 ASSISTÊNCIA À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL Estrategista, este é um tema delicado que aparece tanto na prova de Ginecologia quanto de Medicina Preventiva. Não é rara a aparição desse tema em provas práticas, também. Nosso atendimento a essas pacientes deve ser sistematizado: já que a situação por si só é bastante traumática, é nosso papel como profissional de saúde tornar o processo o menos danoso possível para a vítima. Uma maneira de memorizar as doenças para as quais devemos realizar quimioprofilaxia é “separar” por etiologia: • Doenças virais: hepatite B, HPV e HIV. • Doenças bacterianas: sífilis, gonorreia e clamídia (tratadas com penicilina, ceftriaxona e azitromicina, respectivamente). • Doenças por protozoário: apenas a tricomoníase (tratada com metronidazol). Além disso, não podemos esquecer da profilaxia para gravidez, feita com levonorgestrel 1,5 mg dose única. Dentre todos esses problemas, destacoa profilaxia para infecção pelo HIV, que tem algumas peculiaridades: só pode ser indicada até 72 horas, em pacientes HIV negativo e com história de exposição de risco. ! Atenção: pacientes vítimas de abuso sexual crônico não devem receber profilaxia para HIV, mesmo se a última agressão tiver ocorrido há menos de 72 horas. Estratégia MED | Ginecologia | Memorex do Estratégia MED 106 Memorex do Estratégia MEDGINECOLOGIA Estratégia MED http://med.estrategia.com 1.0 CICLO MENSTRUAL 1.1 O que é um ciclo menstrual normal? 1.2 Fases do ciclo menstrual 2.0 PLANEJAMENTO FAMILIAR 2.1 Métodos contraceptivos 2.2 Índice de Pearl 2.3 Métodos comportamentais 2.4 Métodos hormonais combinados 2.4.1 Interações medicamentosas 2.4.2 Contraindicações aos anticoncepcionais hormonais combinados 2.5 Contraindicações ao DIU de cobre 2.6 Contraindicações ao DIU de levonorgestrel 2.7 Contracepção de emergência 2.8 Lei do planejamento familiar 3.0 AMENORREIA 3.1 Amenorreia primária 3.2 Amenorreia secundária 4.0 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL 4.1 Sangramento uterino anormal agudo 5.0 SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS 5.1 Diagnóstico 5.2 Fisiopatologia 5.3 Tratamento 6.0 ENDOMETRIOSE, ADENOMIOSE E PÓLIPOS UTERINOS 6.1 Endometriose 6.2 Adenomiose 6.3 Pólipos uterinos 7.0 MIOMATOSE UTERINA 7.1 Classificação 7.2 Tratamento clínico 7.3 Tratamento cirúrgico 8.0 DOENÇAS BENIGNAS DA MAMA 8.1 Mastalgia 8.2 Descarga papilar 9.0 RASTREAMENTO DO CÂNCER DE MAMA 10.0 CÂNCER DE MAMA 10.1 Estadiamento e tratamento 10.2 Pesquisa de linfonodo sentinela e esvaziamento axilar 11.0 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 11.1 Fístulas urogenitais 12.0 CLIMATÉRIO E TERAPIA HORMONAL 12.1 Terapia hormonal 13.0 PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS 13.1 Pelvic Organ Prolapse Quantification System (POP-Q) 14.0 RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO 15.0 CÂNCER DE COLO UTERINO 16.0 CÂNCER DE ENDOMÉTRIO 16.1 Suspeita clínica e investigação 17.0 TUMORES ANEXIAIS E CÂNCER DE OVÁRIO 18.0 INFERTILIDADE CONJUGAL 18.1 Legislação sobre reprodução assistida 19.0 VULVOVAGINITES 19.1 Tipos de flora vaginal 19.2 Vaginose bacteriana 19.2.1 Critérios de Amsel 19.3 Candidíase 19.4 Tricomoníase 19.5 Investigação de corrimento vaginal 20.0 DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 20.1 Complicações 21.0 ÚLCERAS GENITAIS 21.1 Classificar as lesões entre dolorosas e não dolorosas 21.2 Classificação sindrômica do Ministério da Saúde 22.0 ASSISTÊNCIA À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL