Artigo Relato de experiência - Via de mão única

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1 Professora de Língua Portuguesa , Redação e Artes da Rede Municipal de Ensino de Pouso Alegre, MG e de Língua Inglesa na Unidade Pouso Alegre do CCAA 
2 Professora de Ciências das Redes Municipal de Pouso Alegre e Estadual de Minas Gerais 
Relato de experiência: Via de mão única 
 
Valéria Lourenço Lage
1 
(valloulage@bol.com.br) 
Sumarli Aparecida Barboza
2
 (bellarosa@oi.com.br)
 
 
“Se os teus projetos forem para um ano, semeia o grão. 
 Se forem para dez anos, planta uma árvore. 
 Se forem para cem anos, educa o povo. ” 
Provérbio 
 
Resumo 
O presente artigo é um relato de experiência do trabalho desenvolvido com os alunos do 8º 
ano da Escola Municipal Jandyra Tosta de Souza, na cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais, 
no corrente ano. O objetivo proposto é levar os alunos a identificar os problemas concernentes 
ao trânsito vivenciados na comunidade em que vivem e, ao mesmo tempo que refletir sobre 
suas causas, consequências e, acima de tudo, propor soluções. As estratégias adotadas foram 
entrevistas, criação de textos de gêneros variados, tais como: artigo de opinião, charges, 
tirinhas, vídeos, fotos. 
 
Palavras-chave: Aprendizagem, Educação para o Trânsito, Cidadania. 
 
Report of Experience: One-way road 
Abstract 
This article is the report of an experience developed with the students of 8th grade from 
Jandyra Tosta de Souza School, in Pouso Alegre city, Minas Gerais, in the current year. The 
proposed aim is to lead the students to identify the problems concerning the traffic in their 
neighborhood they live and, at the same time, to discuss its causes, consequences, but most 
of all, propose solutions. The strategies used in this work were to interview people from the 
community, to write many types of texts such as articles in which they could show their 
opinions, cartoons, comics, videos, pictures. 
 
Key words: Learning, Traffic Education, Citizenship 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:valloulage@bol.com.br
2 
 
1 Introdução 
 De acordo com o Código Nacional de Trânsito, no seu Artigo 1, parágrafo 1º, “considera-
se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, 
conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou 
descarga”. 
 Enquanto norma a ser seguida, tal parágrafo é perfeito e contempla todos os aspectos desse 
fenômeno. Entretanto, quando se observa na prática, nota-se que não é tão perfeito assim, pois 
são muitos os envolvidos nesse processo e cada qual disputa o espaço físico e o acesso aos 
locais públicos numa transação nem sempre pacífica. 
 De acordo com dados da Organização Pan-americana de Saúde, “os acidentes de trânsito 
são a principal causa de mortes de jovens com idade entre 15 e 29 anos”. Alguns têm suas 
vidas ceifadas prematuramente; outros terão que mudar drasticamente sua vida, pois irão 
conviver com os percalços que permeiam a vida de alguém com necessidades especiais, 
dada a gravidade das sequelas. 
 Diante de quadro tão catastrófico, há que se trabalhar para mudá-lo e dar a essa juventude 
condições para chegarem à idade adulta de forma plena. 
 A informação e a educação constituem poderosas ferramentas de transformação social. E o 
Código de Trânsito Brasileiro, no seu Artigo 76 postula que “A educação para o trânsito é 
obrigatória nas escolas, em todos os níveis, desde a pré-escola até a universidade” e no Artigo 
74 “A educação para o trânsito é direito de todos. ” 
 Trabalhar com Educação para o Trânsito possibilita intervir nessa situação, promovendo 
ações que favoreçam a análise e a reflexão sobre o tema, a fim de que os alunos realizem sua 
própria aprendizagem e traduzam em comportamentos e mudanças de atitude os 
conhecimentos construídos, tornando-os aptos a transformar a realidade que os cerca. 
 
 
2 Desenvolvimento 
 Situada às margens da rodovia federal BR 459 em Pouso Alegre, Sul de Minas Gerais, a 
comunidade do Bairro Belo Horizonte apresenta vários problemas relacionados ao trânsito e, 
como era de se esperar, isso se reflete na escola ali localizada, principalmente nos horários de 
entrada e saída dos alunos. 
 Como ex-moradora do bairro e ainda professora na escola da comunidade, sou usuária de 
suas vias e posso dizer que os problemas são inúmeros: pedestres trafegando pelo meio das 
ruas, menores em direção perigosa, falta de calçadas, placas e faixas de pedestres e ausência 
de policiamento. A escola, inclusive, já vivenciou a perda de um aluno, vítima de um 
atropelamento fatal. 
 Seja pela indisciplina dos moradores, seja pela negligência do poder público que não provê 
a comunidade dos requisitos mínimos para um trânsito mais seguro, urge que se faça um 
trabalho de educação e conscientização para que se vivencie uma mudança de 
comportamento. 
 Com o propósito de conscientizar o alunado, resolvi, então, trabalhar o assunto para que 
uma semente fosse lançada e, quiçá, num futuro próximo, pudéssemos ver resultados. 
 O trabalho foi realizado com duas salas de 8ºs anos do Ensino Fundamental nas aulas de 
Língua Portuguesa e Ciências e com alunos do 9º ano. 
 Para começar, lancei uma discussão em sala de aula acerca dos problemas que os alunos 
julgavam ser os piores em relação ao trânsito do bairro. Houve troca e exposição de ideias. A 
seguir, propus que eles fizessem um trabalho para saber o que os moradores do bairro 
pensavam sobre o assunto. Foi determinado que cada aluno entrevistaria 3 moradores do 
3 
 
bairro e trouxesse a entrevista para a sala de aula. As perguntas foram elaboradas pelos alunos 
sob minha supervisão. As perguntas foram as seguintes: Quais são os problemas enfrentados 
por nossa comunidade no que diz respeito ao trânsito? De quem é a responsabilidade por um 
trânsito mais seguro? e O que poderia ser feito para que as condições do trânsito em nosso 
bairro melhorem? 
 Depois, em grupos, os alunos fotografaram e filmaram os locais do bairro em que os 
problemas podiam ser observados. As fotos e vídeos foram mostrados à sala por meio de 
projetor e houve apresentação das conclusões acerca das entrevistas realizadas, durante a qual 
os alunos puderam expor suas ideias e defender pontos de vista. 
 Dando continuidade ao trabalho, os alunos puderam escolher entre os gêneros textuais 
charge ou tirinha, os quais já foram trabalhados com essas turmas, para retratar ou criticar o 
trânsito do bairro. Os trabalhos foram feitos com muito afinco pelos alunos que retrataram 
através do desenho a realidade que vivenciam, com criticidade e criatividade. (Anexos A e B) 
 Na semana seguinte, os alunos foram interpelados a produzir um texto de opinião em que 
eles iriam responder à pergunta:“De quem é a responsabilidade por um trânsito mais seguro? ” 
através do qual eles puderam defender seu ponto de vista, baseados nos trabalhos realizados 
previamente.( Anexos C e D) 
 Convidei minha colega, professora de Ciências, Sumarlí Aparecida Barboza, a trabalhar o 
assunto, ao que ela aceitou prontamente. Na ocasião, nossa escola estava trabalhando o 
projeto interdisciplinar “Viajando com Alice”, baseado na obra de Lewis Carroll ‘Alice no 
País das Maravilhas’. Então, sob sua supervisão, os alunos do 8º ano produziram um roteiro 
de vídeo, o qual foi interpretado por alunas do 9º ano, caracterizadas como os personagens do 
livro trabalhado, no vídeo “Alice no Belo Horizonte”. 
 
 
3 Considerações Finais 
 Os resultados num trabalho como esse são muito subjetivos e serão observados a longo 
prazo, com a maturidade. Espera-se que os alunos sejam multiplicadores e levem para casa os 
conhecimentos adquiridos e que isso promova uma mudança de atitude.Como professores, 
podemos dizer que esta experiência nos impulsiona a prosseguir neste caminho e a enfrentar 
os desafios que permeiam a profissão, em prol da construção de um mundo melhor paratodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
4 Referências 
IENH.Manual de normas de ABNT. Disponível em www.ienh.com.br 
 
5 Bibliografia Consultada 
http://www.educacaotransito.pr.gov.br/ 
http://www.pj.org.br/blog/transito-e-uma-das-principais-causas-de-morte-de-jovens/ 
http://www.denatran.gov.br/publicacoes/download/ctb.pdf 
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5147%3Aa
cidentes-de-transito-folha-informativa&catid=1248%3Aseguranca-no-
transito&Itemid=779 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.ienh.com.br/
http://www.educacaotransito.pr.gov.br/
http://www.pj.org.br/blog/transito-e-uma-das-principais-causas-de-morte-de-jovens/
http://www.denatran.gov.br/publicacoes/download/ctb.pdf
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5147%3Aacidentes-de-transito-folha-informativa&catid=1248%3Aseguranca-no-transito&Itemid=779
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5147%3Aacidentes-de-transito-folha-informativa&catid=1248%3Aseguranca-no-transito&Itemid=779
http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5147%3Aacidentes-de-transito-folha-informativa&catid=1248%3Aseguranca-no-transito&Itemid=779
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9503.htm
5 
 
6 Anexos 
 
ANEXO A 
 
 
 
 
 
 
6 
 
ANEXO B 
 
 
 
 
 
7 
 
ANEXO C 
 
 
 
 
 
8 
 
ANEXO D