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problema VIII

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Dois dilemas éticos
Aborto no Brasil
O aborto foi citado pela primeira vez na legislação brasileira no Código Criminal do Império, de 1830. Na época, era condenada a pessoa que realizasse o procedimento, não a gestante. Em 1890, o Código Penal também passou a criminalizar a mulher que realizasse aborto.
Código Penal Brasileiro de 1940
- A pena varia de um a três anos de prisão para mulher que provocar aborto em si mesma ou consentir que que outra pessoa, como um médico, lhe provoque. Quem realiza ou auxilia o procedimento, pode ser condenado de um a quatro anos de prisão.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico: Aborto necessário
 I - Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
Em 2008, o Supremo decide que, seguindo a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) n. 3510, a pesquisa de células-tronco embrionárias não viola o direito à vida. Apesar do caso não ser sobre aborto especificamente, é importante para o tema porque a decisão estabelece uma noção gradual de proteção à vida, determinando diferenças entre distintas fases de desenvolvimento: embrião, feto e pessoas nascidas.
Segundo decisão tomada pelo STF, em 2012, é permitido o aborto em casos de anencefalia. A anencefalia é uma condição em que parte do cérebro e do crânio do feto não se desenvolve, sendo incompatível com a vida.
Como o médico deve agir em casos de aborto? 
De acordo com o C.E.M. no direito IX do médico: É direito do médico recusar-se de realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua consciência. 
· Mesmo assim, é dever do médico informar o paciente e encaminhá-lo a outro profissional que possa realizar o procedimento. 
Código de ética médica
Cap 1: princípios fundamentais
· Estabelece os principais valores e princípios que os médicos devem seguir, assegurando o respeito pela dignidade e bem-estar dos pacientes, promover a integridade da medicina e da saúde pública em geral. 
· Em geral, estabelece os alicerces éticos sobre os quais se baseia a prática médica 
Os artigos tratam sobre: foco na saúde e zelo profissional
1. objetivo da medicina e não discriminação
2. foco na saúde e zelo profissional
3. condições de trabalho e remuneração justa
4. ética e prestígio da profissão
5. aprimoramento contínuo do conhecimento
6. respeito, benevolência e ética
7. autonomia profissional e consciência
8. liberdade profissional e não exploração
9. medicina não como comércio
10. sigilo profissional e comunicação
11. saúde ocupacional e respeito ao meio ambiente
12. melhoria de serviços e responsabilidade pública
13. solidariedade e defesa da dignidade profissional 
14. escolha de meios científicos reconhecidos
15. respeito e colaboração entre profissionais 
16. responsabilidade pessoal por atos profissionais
17. natureza não comercial da relação médico paciente
18. respeito as escolhas do paciente e cuidados paliativos
19. ética na pesquisa científica e proteção dos participantes
20. uso responsável de tecnologias e não discriminação genética 
21. utilização de meios técnicos e científicos 
Cap 2: direitos dos médicos 
1- exercer a medicina sem ser discriminado 
2- indicar o paciente ao procedimento adequado
3- apontar falhas em normas e práticas
4- recusar atuação em condições indignas
5- suspender atividades em casos de condições indignas
6- internar a assistir pacientes em hospitais
7- requerer desagravo público
8- determinar tempo adequado ao paciente
9- recusar atos médicos contrários a consciência
10- estabelecer horários justos
11- médicos com deficiência exercer a profissão 
Cap 3: responsabilidade profissional = é vedado ao médico: 
· causar dano, imperícia, imprudência ou negligência 
· delegar atos exclusivos a profissão médica a outros profissionais 
· não assumir responsabilidade de procedimentos indicados/assistidos ou assumir de ato não praticado 
· atribuir insucessos a terceiros
· não atender emergências 
· afastar-se de atividades sem justificativa
· desenvolver atividades ilegais
· laudos, atestados e receitas ilegíveis/secreto
· não esclarecer riscos referentes à saúde e determinantes da doença
· praticar atos desnecessários/proibidos 
· descumprir a legislação em casos de: transplantes de órgãos ou tecidos, esterilização, fecundação artificial, abortamento, manipulação ou terapia genética.
· Intervir no genoma humano (exceto terapia gênica) 
· não cumprir as normas do CFRM
· interferência de interesses externos
· colaboração com autoridades sanitárias 
Capítulo 4: direitos humanos = é vedado ao médico: 
Aborda relação com paciente e público em geral
1- obter consentimento legal
2- tratar com civilidade e respeito
3- assegurar direito e liberdade do paciente a menos que sua segurança esteja em risco
4- denuncia práticas de tortura ou degradantes 
5- não deve adotar tratamentos compulsórios 
6- denuncia de atos lesivos
7- não participar da execução de pena de morte 
8- não corromper costumes ou favorecer crimes 
Capítulo 5: relacionamento com familiares e pessoas próximas ao paciente 
Ele estabelece princípios éticos para a comunicação, respeito à privacidade e colaboração com essas pessoas no contexto do cuidado e tratamento médico do paciente.
Capítulo 6: doação e transplante de órgãos = é vedado ao médico: 
1- participante da equipe de transplante participar do processo de diagnóstico de morte e suspensão de aparelhos do doador
2- deixar de estabelecer ao doador e receptor sobre os riscos dos procedimentos
3- retirar órgão de doador vivo 
4- participar da comercialização de órgão e tecidos humanos 
Capítulo 7: relação entre médicos = é vedado ao médico: 
1- uso de posição hierárquica
2- sucessão de médicos 
3- condutar contrárias a movimentos legítimos
4- acobertar erros ou condutas antiéticas 
5- concorrência desleal
6- desrespeito às prescrições e tratamentos de outros médicos
7- deixar de encaminhar o paciente (de volta) fornecer informações indevidas 
8- não fornecer informações do quadro clínico do paciente ao outro médico
9- deixar de informar o quadro clínico ao seu substituto ao fim de seu turno
10- deixar de denunciar atos antiéticos 
Capítulo 9: sigilo profissional = é vedado ao médico: 
1- revelar fato que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão (mesmo em caso de conhecimento público, morte do paciente, depoimento como testemunha e investigação contra crime) 
2- revelar sigilo de paciente criança e adolescente (salvo quando a não revelação acarreta dano ao paciente) 
3- exibir imagens, fazer referência de casos em anúncios (mesmo com autorização) 
4- fornecer informações a empreses sobre óbito de paciente
Capítulo 12: ensino e pesquisa médica = é vedado ao médico
1- participar de experiências envolvendo os seres humanos com fins bélicos, políticos, étnicos, eugênicos e quaisquer que vão contra a dignidade humana 
2- deixar de obter aprovação de protocolo p/ realizar pesquisa em seres humanos 
3- omitir informações sobre a pesquisa às pessoas submetidas
4- usar terapêutica experimental sem permissão de órgãos competentes
5- deixar de manter independência profissional e cientifica com os financiadores
6- realizar pesquisa em sujeitos subordinados ao pesquisador
7- manter vínculo com pacientes placebo 
8- publicar seu nome em trabalhos no qual não participou
9- utilizar dados ainda não publicados sem referenciar o autor
10- não zelar pela clareza, imparcialidade e veracidade das informações 
11- praticar a medicina sem a autorização do paciente
Código de ética do estudante de medicina
São 45 artigos organizados em 6 eixos diferentes 
Princípios fundamentais: o estudante tem compromisso com a vida e deve engajar seus conhecimentos em prol da integridade e dignidade humana. É essencial a responsabilidade do estudante, o sigilo com os pacientes e o tratamento desses sem distinção e discriminação. É vedado ao estudante qualquer interesse lucrativo,político ou religioso com as atividades acadêmicas ou interesse ao curso. 
EIXO 1: relação do estudante com as instituições de ensino e de saúde
É dever do estudante conhecer e aplicar medidas de biossegurança em ambientes de aula, manter identificação como acadêmico visível. É dever do aluno exigir, da instituição, apoio psicossocial. locais de representatividade, apontamento de falhas em normas e regulamentos. 
É proibido se aproveitar-se dos locais de saúde para benefício próprio. 
EIXO 2: relação do estudante com o cadáver 
EIXO 3: relações interpessoais entre estudantes
Nesse eixo são caracterizados princípios que devem estar presentes nas relações dos estudantes com a instituição de ensino, colegas e professores. É retratado aqui o direito à recepção dos novos estudantes de forma saudável; organizar ações estudantis como ligas, atléticas e afins; receber o devido reconhecimento na participação de publicações científicas. 
Por outro lado, é dever do estudante denunciar qualquer prática antiética de funcionários, colegas e docentes; a realização de atendimento com supervisão médica; garantir o sigilo médico; escrever de forma, clara, legível e correta no prontuário médico. É vedado a qualquer estudante se apresentar como médico. 
.EIXO 4: responsabilidade do estudante com seus estudos/formação 
É explicitada a proibição do recebimento de salários ou honorários pelo exercício de sua atividade acadêmica. Mas, é permitido o uso de plataformas de mensagens para comunicação com médicos desde que as informações dos pacientes sejam confidenciais.
EIXO 5: relação do estudante com a sociedade
É dever de todo estudante não só defender o direito a saúde a todos, mas agir de forma solidária e respeitosa. Também é retratado que o estudante deve comunicar ao médico supervisor em caso de recusa ao atendimento.
EIXO 6: relação do estudante com a equipe multiprofissional
Ressalta a importância do graduando se relacionar de maneira integrada com estudantes de outras áreas. Assim, desde cedo, entenderá a função de cada profissional na equipe multiprofissional e o seu local de atuação, entendendo que deve reconhecer suas próprias limitações.
Princípio da bioética
Conceitos básicos
Norma: estabelecimento padrão, regula procedimentos ou atos.
Lei: regra, prescrição escrita que emana de autoridade soberana de uma dada sociedade e impõe a todos os indivíduos a obrigação se submeter a ela, sob pena de sanção. 
Código: complicação sistêmica de leis, normas e regulamentos
Moral: deriva do grego “ethos” = modo de ser/caráter, valores, ideias e normas de condutas, tem ligação cultural, política e temporal ➡️ regras, tabus e costumes de uma sociedade 
Ética: conjunto de valores morais que norteiam a sociedade, julga e fundamenta a moral 
· a bioética; e o ramo da ética que busca o tratamento da vida em seus aspectos médicos e biológicos
Princípios
Autonomia: Esse princípio respeita a capacidade das pessoas de tomar decisões informadas e livres sobre sua própria saúde e tratamento. Envolve o consentimento informado e a promoção do direito do indivíduo a escolhas pessoais.
Beneficência: Esse princípio exige que os profissionais de saúde ajam no melhor interesse do paciente, buscando maximizar benefícios e minimizar danos. O objetivo é proporcionar o maior bem possível ao paciente.
Não Maleficência: Também conhecido como "não prejudicar", este princípio enfatiza a obrigação de evitar causar dano intencional ou negligente aos pacientes. Os profissionais de saúde devem evitar procedimentos ou ações que possam resultar em malefícios.
Justiça: O princípio da justiça se refere à igualdade, equidade e imparcialidade na distribuição de recursos e tratamentos médicos. Ele aborda a preocupação de que todos os indivíduos devem receber acesso igualitário e tratamento justo, independentemente de características pessoais, como idade, gênero, raça, classe social, etc.
Aspectos éticos da relação médico paciente
Os cuidados paliativos são fundamentais para o acompanhamento profissional do paciente – desde a confirmação diagnóstica de doenças raras aos casos de maior gravidade. Por meio dessa prática, a equipe
multidisciplinar pode acolher e amparar não apenas o doente, mas também aqueles que estão ao seu lado nesses momentos delicados.
O trabalho multidisciplinar possibilita proteger e assegurar o cuidado necessário para amenizar o sofrimento de quem enfrenta a batalha de uma doença de difícil remissão. Dependendo da condição clínica do paciente, os cuidados paliativos podem ser oferecidos em hospitais ou no ambiente domiciliar.
Em cada fase da doença e do tratamento, os profissionais avaliam o melhor local para prestar uma assistência de qualidade para suprir as principais necessidades do paciente e de seus familiares. Por isso, o suporte também deve ser extensivo à família. O intuito é favorecer o enfrentamento da doença, de modo que todos os envolvidos na causa se sintam mais confortáveis diante da nova situação estabelecida.
O principal propósito dos cuidados paliativos é a promoção da qualidade de vida, tanto dos pacientes como de seus familiares. Cabe aos profissionais de saúde que os acompanham a missão de promover o alívio do sofrimento e prestar orientações quanto aos aspectos físico, psicológico, social ou mesmo espiritual.
Um dos aspectos mais relevantes é priorizar a humanização no tratamento. A equipe deve trabalhar focada nos pontos de avaliação e de aplicação do plano terapêutico com uma abordagem mais ampla e contextualizada. A atenção a esses detalhes favorece a prestação de um suporte no campo emocional, já que esse aspecto influencia bastante a resposta às terapias escolhidas.
• promover o alívio da dor e oferecer suporte psicológico para reduzir o risco de doenças, como depressão e ansiedade;
• estabelecer condições de integração dos aspectos psíquicos, emocionais e espirituais no cuidado ao paciente;
• estabelecer meios de elevar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso de vida em diferentes aspectos;
• afirmar as chances de continuidade da vida e orientar sobre uma visão da morte como um processo natural inserido no ciclo vital;
• promover uma abordagem multiprofissional voltada às necessidades dos pacientes e de seus familiares, inclusive acompanhamento durante o luto.
A multidisciplinaridade na saúde é fundamental em diferentes aspectos. No que se refere aos cuidados paliativos, esse tipo de assistência possibilita que qualquer profissional da área de saúde integre a equipe que presta esse tipo de serviço. Entretanto, considerando os efeitos colaterais e todas as questões emocionais relacionadas ao câncer, pode ser necessária uma formação mais específica nesse campo.
Geralmente, a atuação no campo de cuidados paliativos requer uma qualificação profissional e treinamento em habilidades que possam facilitar a percepção das maiores necessidades dos pacientes e de seus familiares. Eles são aptos ao suporte exigido no tratamento dos sintomas, na redução dos efeitos colaterais e no apoio aos problemas emocionais que comumente acompanham esse quadro.
Uma equipe interdisciplinar de saúde gerencia os cuidados paliativos. Normalmente, o médico do hospital ou o diretor clínico é responsável pelos seus cuidados, entretanto seu oncologista ou seu médico de confiança pode e deve estar envolvido. A equipe de cuidados paliativos de um hospital é composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, conselheiros, terapeutas e voluntários treinados. Juntos, eles oferecerão ao paciente e seus familiares completo atendimento paliativo e suporte no alívio dos sintomas, além do apoio emocional, espiritual e social. 
Os profissionais que trabalham com cuidados paliativos estão compromissados com seu trabalho de forma gentil e carinhosa. Comunicam-se bem, são bons ouvintes e trabalham com as famílias que estão lidando com uma doença fatal. Eles são especialmente treinados nas questões de morte e luto e estão preparados para lidar com as exigências emocionais do trabalho em cuidados paliativos.
Nesse contexto, a equipede cuidados paliativos deve ser formada pelos seguintes profissionais:
• médicos;
• dentistas;
• psicólogos;
• enfermeiros;
• nutricionistas
• farmacêuticos;
• fisioterapeutas;
• assistentes sociais;
• assistente espiritual;
• entre outros.
Mesmo ciente de que o diagnóstico de uma doença crônica grave sempre gera medo, insegurança e ameaça à vida, o papel da equipe multidisciplinar é adotar medidas que possibilitem o enfrentamento da doença de forma mais positiva. Os profissionais devem ser realistas quanto à gravidade do quadro, mas é preciso treinar habilidades para confortar, animar e manter a esperança de que tudo pode ser possível. Nesses momentos, trabalhar de forma integrada e compartilhar diferentes visões quanto à escolha das metodologias de tratamento mais adequadas é primordial, pois também ajuda a aliviar a carga de quem lida, profissionalmente, com esse tipo de doença. Por essa razão, o suporte exigido nesses momentos não pode ficar a cargo de um único profissional.

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