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Diretrizes - atividade de 1 0 ponto direito do trabalho

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ATIVIDADE DE DIREITO DO TRABALHO - 2023/2 
Prof. Welington Castilho 
 
 
Tipo de atividade: Análise de jurisprudência 
 
Descrição: Cada aluno(a) deverá analisar, individualmente ou em dupla, a decisão 
judicial disponibilizada abaixo. Na data abaixo especificada, cada aluno(a) deverá 
entregar um arquivo com duas páginas manuscritas. Além de constar a identificação 
do(a) aluno(a), disciplina e turma, o arquivo deverá conter: (1) um resumo da questão 
jurídica discutida na decisão judicial sob exame (0,5 página); (2) uma análise jurídica 
da decisão, por meio da explicação dos conceitos utilizados pelo órgão julgador e do 
raciocínio interpretativo por ele adotado (1,5 página). Deverão ser utilizadas, pelo 
menos, duas obras de Direito do Trabalho, acompanhadas das devidas referências, 
tanto nas citações quanto ao final. O texto deve ser autoral. Os artigos legais não 
devem ser transcritos, mas apenas indicados. A ausência de indicação das obras 
consultadas acarretará perda de ponto. 
 
Elementos da análise: o documento deverá envolver, no mínimo, a análise dos 
seguintes pontos, objetos de estudo neste semestre: A – exercício do direito de greve 
pelo trabalhador; B – requisitos para deflagração da greve; C – greve em atividades 
essenciais. 
 
Valor da atividade: até 1,0 (um ponto) 
 
Prazo para a entrega: 02 de novembro de 2023 (não haverá prorrogação ou 
recebimento por outro meio) 
 
Local de entrega: pasta “conteúdo” da disciplina Direito do Trabalho. 
 
OBS. Ainda que a atividade seja realizada em dupla, cada aluno(a) deve postar 
no seu Blackboard, não esquecendo de indicar os nomes dos dois 
componentes. 
Detalhamento de Acórdão:
PJe: 1. 0010459-52.2023.5.03.0000 (DC)
Órgão Julgador: Secao de Dissidios Coletivos
Relator(a)/Redator(a): Sebastiao Geraldo de Oliveira
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GREVE - ABUSIVIDADE - A greve deve observar os ditames da Lei nº 7.783/89, do contrário deve ser
considerada abusiva, especialmente quando o ente sindical mostra-se evasivo e recalcitrante quanto às
determinações judiciais de manutenção do percentual mínimo de funcionamento da atividade
reconhecidamente essencial, conforme reiteradas decisões desta Seção de Dissídios Coletivos, razão pela
qual deve ser mantida a condenação ao pagamento de multa, observando-se, todavia, a dosimetria necessária
para se evitar condenações exorbitantes e inexequíveis.
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 03ª REGIÃO
Seção de Dissídios Coletivos
PROCESSO nº 0010459-52.2023.5.03.0000 (DC)
SUSCITANTE: COMPANHIA DE TRENS URBANOS DE MINAS GERAIS
SUSCITADO: SINDICATO DOS EMPREGADOS EM SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, EMPRESAS
PUBLICAS, PRIVADAS E TERCEIRIZADAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS SOBRE TRILHO
RELATOR: SEBASTIÃO GERALDO DE OLIVEIRA
EMENTA: GREVE - ABUSIVIDADE - A greve deve observar os ditames da Lei nº
7.783/89, do contrário deve ser considerada abusiva, especialmente quando o ente
sindical mostra-se evasivo e recalcitrante quanto às determinações judiciais de
manutenção do percentual mínimo de funcionamento da atividade
reconhecidamente essencial, conforme reiteradas decisões desta Seção de
Dissídios Coletivos, razão pela qual deve ser mantida a condenação ao pagamento
de multa, observando-se, todavia, a dosimetria necessária para se evitar
condenações exorbitantes e inexequíveis.
 
RELATÓRIO
A COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS ajuizou Ação Cautelar
Inominada Preparatória com pedido liminar objetivando impedir a greve anunciada pelo SINDICATO DOS
EMPREGADOS EM SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA, EMPRESAS PÚBLICAS, PRIVADAS E
TERCEIRIZADAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS SOBRE TRILHOS - SINDIMETRO para ter início a
00h00 de 14.02.2023.
Alega que sua atividade é essencial e que a greve tem, mais uma vez, motivação
política, às vésperas do carnaval, pois no comunicado emitido pelo Requerido consta expressamente que a
greve ocorrerá "devido a iminente ameaça aos empregos dos Metroviários(as), ocasionada pela privatização da
CBTU/MG, e em função de não haver nenhuma medida efetiva oficializada na manutenção dos empregos
públicos destes trabalhadores(as).". grifei
Sustenta que o transporte sobre trilhos trata-se de atividade essencial e que,
portanto, deve ser garantida a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades
https://pje.trt3.jus.br/consultaprocessual/pages/consultas/DetalhaProcesso.seam?p_num_pje=578786&p_grau_pje=2
inadiáveis da população, na forma do art. 11 da Lei n. 7.783/89.
Assim, aduz que a paralisação integral dos serviços a partir do dia 14/02/2023 fere
diretamente o Princípio da Continuidade do Serviço Público, realçando que não foi cumprido o prazo hábil
mínimo de 72 horas para comunicação à Requerente e aos usuários, pois recebeu e-mail quanto à decisão de
paralisação somente às 19h10min da sexta-feira (10.02.2023), quando já encerrado o expediente
administrativo, em descompasso com o disposto no art. 13 da Lei n. 7.783/89, o que demonstra a abusividade
da greve e seu cunho eminentemente político, pois seu objetivo é impedir o encerramento do processo de
desestatização da companhia.
Pondera que na manhã do mesmo dia 10.02.2023, a Requerente reuniu-se com o
Requerido para ajustar a compensação dos dias parados relativos à greve realizada anteriormente, em
dezembro de 2022, comprometendo-se o Sindicato com a prestação da atividade pela categoria no período de
carnaval, porque havia previsão da chegada de 5 (cinco) milhões de foliões ao município de Belo Horizonte,
tendo havido total surpresa quanto à nova paralisação comunicada ao final do dia, faltando o Suscitado com a
boa fé objetiva pertinente a todas as negociações (anexa link da noticiada reunião).
Reitera que a greve teve caráter político tal como as anteriores, realizadas em
2022, contrárias ao processo de privatização da companhia.
Realizada audiência, a qual foi suspensa a pedido do Requerido, tendo em vista a
assembleia que seria realizada na mesma data (14.2.2023), ficando postergadas eventuais deliberações da
Vice-Presidência para a audiência em continuidade a ser realizada no dia seguinte (f. 87/89).
Na audiência em prosseguimento, em 15.2.2023, noticiado o início da greve, foi
deferida liminar, em parte, com obrigações de fazer, sob pena de multa diária, nos seguintes termos:
"(...) a) funcionamento diário de 70% dos trens, observada a totalidade da escala
prevista, em relação às linhas e aos horários habitualmente praticados;
b) considerando a necessidade de se preservar a segurança dos usuários e do
patrimônio da Requerente, determino o funcionamento de 100% do serviço de
segurança metroviária em período integral, no decorrer da paralisação, observada a
escala regular.
O descumprimento da presente Ordem Judicial acarretará multa diária de
R$150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) nos dias 17, 18, 19, 20, 21 e 22/02/2023
(período do Carnaval) e R$100.000,00 (cem mil reais) nos demais dias. (...)".
(destaquei)
Em seguida, concedeu-se prazo para apresentação de defesa e impugnação (f.
95/102).
Noticiado o descumprimento da determinação judicial quanto à escala mínima, o
Desembargador Vice-Presidente proferiu a seguinte decisão:
"(..) Neste contexto, faz-se necessária a imediata aplicação da multa diária como
medida processual de coerção utilizada com o propósito de compelir o
SINDIMETRO a observar a ordem proferida.
(...)
Expeça-se, com urgência, ordem de bloqueio do valor de R$250.000,00 pelo
descumprimento da decisão liminar até a presente data (16 e 17/02/2023), por meio
do sistema SISBAJUD nas contas bancárias do SINDIMETRO (CNPJ
26.269.605/0001-76).
Caso não alcançado o bloqueio da integralidade do referido valor, proceda-se o
RENAJUD, a fim de lançar restrição judicial de circulação, licenciamento e
alienação sobre veículos do Requerido, bem como os demais meios de constrição
necessários para a garantia da execução.
Delego ao Juízo de uma das Varas do Trabalho de BeloHorizonte, a quem couber
por distribuição, os poderes necessários para o cumprimento das determinações
constantes desta decisão. (...)". (f. 108).
Em decisão posterior da Vice-Presidência, datada de 24.2.2023, foi majorado o
valor da multa e determinadas medidas coercitivas destacadas a seguir:
"(...) Cumpre registrar que, na data de 17/02/2023, foi delegado ao Juízo da 33ª
Vara do Trabalho de Belo Horizonte os atos de bloqueio de valores, por meio do
SISBAJUD, bem como lançamentos de impedimentos de circulação, licenciamento
e alienação sobre veículos do Sindicato, mediante RENAJUD, além de demais
meios de constrição, como forma de coibir o descumprimento da ordem proferida.
Em resposta encaminhada a este Tribunal, o referido Juízo noticiou que, na Carta
de Ordem 0010125-70.2023.5.03.0112, foi determinado o bloqueio de contas do
SINDIMETRO no valor de R$250.000,00 e, na hipótese de não ter êxito, que fosse
lançado no Renajud restrição de circulação de eventuais veículos deste.
Em consulta à referida Carta de Ordem, nesta data, verifico que vêm sendo
tomadas medidas para efetivar o cumprimento da determinação, tendo sido até o
momento apreendido o valor de R$6.549,53.
Acrescento que o MPT e o MPF já foram cientificados da ordem judicial Id. a86a423
e da decisão Id. 4a5d59a (Id. 9567927 e Id. 344c1d2), que tem força de ofício, a fim
de que sejam tomadas as providências cabíveis em face da desobediência da
liminar (art. 9º, §2º, da CR, art. 15, da Lei de caput Greve, art. 330 do CPC) e
demais condutas ilícitas eventualmente apuradas, inclusive responsabilidade
pessoal dos dirigentes sindicais.
Reitero o entendimento de que elevar o valor da multa diária a patamar
desproporcional é medida que acaba por torná-la inexequível, esvaziando o objetivo
da medida. Entretanto, reputo necessário majorar o importe astreinte da penalidade
para R$200.000,00, por dia, haja vista recalcitrância da entidade sindical em
observar a determinação deste juízo quanto à escala mínima.
Assim sendo, considerando o disposto na decisão Id. 4A5d59a, que determinou a
constrição das quantias R$250.000,00, e persistindo a desobediência no período do
Carnaval de 18 a 22/02/2023 (multa diária de R$150.000), bem como nos dias 23 e
24/02/2023 (multa diária de R$100.000,00), acrescento à ordem de bloqueio mais
R$950.000,00, perfazendo o montante de R$1.200.000,00, até a presente data, a
ser constrito.
Renovo ao Juízo Ordenado a autorização para a utilização de todas as ferramentas
disponíveis para fins de localização de bens do SINDIMETRO, inclusive com
repetições de ordem de bloqueio.
Tendo em vista o disposto no art. 139, IV, do CPC, a recente decisão do STF
quanto à constitucionalidade do referido dispositivo, a possibilidade da
determinação de medidas coercitivas atípicas (ADI 5941), bem como a prática
contumaz do SINDIMETRO de desrespeito às decisões proferidas por este Tribunal
em inúmeros movimentos paredistas anteriores e na greve em curso, determino à
CBTUMG que proceda à retenção e ao depósito das contribuições sindicais
devidas, mensalmente, ao SINDIMETRO (artigos 545 e 579 da CLT), em conta
judicial à disposição do Juízo da 33ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte
(CartOrdCiv 0010125-70.2023.5.03.0112), até o limite do valor devido.
A conduta dos dirigentes sindicais de submeter a ordem judicial proferida à
deliberação da assembleia é, por si só, ato ilícito capaz de ensejar a
responsabilização pessoal desses, de forma subsidiária, pelo pagamento dos
valores devidos, o que resta demonstrado nos autos notadamente no vídeo da
AGE, ficando desde já autorizada (artigos 186 e 927 CC).
Comunique-se o MM. Juízo da 33ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte da presente
decisão, a qual se atribui força de ofício, em observância aos princípios da
celeridade e da economia processuais.
Determino, por fim, o encaminhamento desta decisão ao MPT e MPF, para as
medidas cabíveis, notadamente no tocante à apuração de eventuais condutas
ilícitas reiteradas.
Registro, por oportuno, que a Lei nº 7.783/89 é expressa no sentido de que o direito
de greve consiste na suspensão coletiva, temporária e pacífica da prestação
pessoal de serviços, tendo em contrapartida as consequências próprias da referida
suspensão contratual e de seus consectários, dos quais a empresa pode se valer.".
(destaques acrescidos)
Contestação ofertada pelo Sindicato, oportunidade em que, além de outros
requerimentos, postulou a justiça gratuita (f. 153/172).
Manifestação da Requerente quanto à defesa do Requerido (f. 197/204).
Apresentados embargos de declaração pelo Sindicato Requerido, que foram
desprovidos (f. 189/192).
Apresentado pedido principal pela Requerente para que seja julgado em caráter
definitivo a abusividade da greve, requerendo outras medidas e a condenação do requerente ao pagamento de
honorários advocatícios (f. 205/217).
Noticiado nos autos o retorno das atividades, ficando mantido, entretanto, o estado
de greve (f. 218/220).
Decisão da Vice-Presidência convertendo o pleito de Tutela Cautelar Antecedente
em Dissídio Coletivo de Greve, mantendo a multa aplicada inclusive tendo em vista a notícia de novo
movimento paredista a partir de 28.3.2023 com adesão de 90% da categoria. Deferiu prazo de 5 (cinco) dias
para apresentação de defesa e idêntico prazo para manifestação do Requerente (f. 233/235).
Defesa e documentos em face do Dissídio Coletivo de Greve (f. 241 e seguintes).
Notícia de bloqueio de pequenos valores, de penhora de veículo e de averbação de
indisponibilidade de bem imóvel do Requerido, conforme atos de constrição delegados ao juízo de primeiro grau
(f. 571 e ss).
Os autos foram distribuídos a este relator, que indeferiu o pleito de devolução dos
descontos dos dias parados requerida pelo Sindicato Suscitado por perda de objeto. Isto porque informou a
realização de descontos dos dias parados, de uma só vez, no mês de abril/23, e mesmo assim requereu que a
empresa se abstivesse de realizar descontos, não havendo, todavia, prova de ameaça de novos descontos,
ocasião em que se determinou a intimação do Ministério Público do Trabalho para manifestação (f. 638/639).
Apresentado pleito a título de Tutela Incidental pelo SINDIMETRO com pedido
liminar para determinação de devolução dos descontos, ao argumento de que a greve ocorreu no período de
14/2 a 17/3/23, período em que a empresa Comporte Participações S/A ainda não teria assumido a gestão do
Metrô de Belo Horizonte, de modo que não teria legitimidade para realização dos descontos, até porque ainda
não declarada a abusividade da greve, apontando a possibilidade de enriquecimento injusto da empresa. Deu à
causa o valor de R$1.000,00 e juntou documentos (f. 648 e seguintes).
Posteriormente, reconheceu-se, e os elementos dos autos demonstram, que o
retorno à atividade ocorreu somente no dia 20/3/2023.
Parecer do Ministério Público do Trabalho, da lavra do Procurador Regional, Dr.
Helder Santos Amorim, opinando "pela procedência parcial das medidas cautelares propostas pela CBTU/MG,
tal como deferidas, observada a razoabilidade na fixação do valor final das multas a serem cobradas da
entidade sindical. Quanto ao requerimento formulado pelo Sindimetro/MG, id. d5ee56e, opina-se pelo
deferimento parcial, na forma da fundamentação supra.", oportunidade em que se fez juntar o Relatório de
Conclusão/Encerramento do GEAF CBTU MG (f. 1106/1109).
Decisão deste relator indeferindo a tutela de urgência requerida pelo SINDIMETRO
quanto à devolução dos descontos realizados nos salários de abril/2023, diferindo-se o exame da regularidade
ou não dos descontos relativos aos dias de paralisação ao juízo de mérito deste Dissídio Coletivo de Greve (f.
1109).
Em decorrência foi ofertado Agravo Regimental pelo SINDIMETRO insurgindo-se
contra a decisão monocrática deste relator e requerendo, em síntese, que seja reconhecida a ilegalidade dos
descontos pela Comporte Participações S/A com a integral determinação de devolução dos montantes
descontados.
Procurações juntadas.Atribuído o valor de R$1.000,00 à causa.
É o relatório.
ADMISSIBILIDADE
Conheço da ação cautelar inominada e da ação principal declaratória de
abusividade de greve, visto que regularmente interpostas. Conheço também do agravo regimental porque
regularmente processado.
 
 
MÉRITO
QUESTÃO DE ORDEM
Saliento que embora as demandas tenham sido interpostas pela Companhia
Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, com a nova gestão da companhia, a partir de 23.3.2023, houve alteração
da denominação social para METRÔ BH S/A, conforme se constata pelos elementos dos autos, alteração esta
que já foi realizada no cadastro do PJE.
 
 
ABUSO DO DIREITO DE GREVE E CONSECTÁRIOS 
Toda a controvérsia diz respeito à paralisação promovida pelo Suscitado a partir de
14.02.2023, às vésperas do carnaval. A requerente postulou a tutela de urgência com o fim de coibir o
movimento reivindicatório ou ao menos garantir o funcionamento de parte dos serviços de transporte.
Como mencionado no relatório, a antecipação de tutela foi deferida para que o
Sindicato Suscitado garantisse a escala mínima de trabalho determinada na decisão do Desembargador Vice-
presidente Regional, sob pena de multa diária de R$100.000,00 nos dias anteriores/posteriores ao carnaval e
de R$150.000,00 de 17 a 22/2/2023 (período considerado de carnaval).
Posteriormente, tendo em vista a recalcitrância do Sindicato, em nova decisão,
determinou-se a majoração do valor para R$200.000,00/dia, exceto quanto aos dois primeiros dias de
inobservância (16 e 17/2/2023) tendo em vista que a multa já havia incidido e sua exigibilidade já havia sido
determinada, totalizando o montante de R$250.000,00 quanto a esses dois dias.
Além deste último montante, o Desembargador Vice-Presidente determinou
também a imediata execução quanto aos demais dias de greve, agora no importe de R$200.000,00/dia, sendo
que os elementos dos autos estão a demonstrar que a greve com a paralisação total da atividade ocorreu de
14/2 a 19/3/2023. Por outro lado, o descumprimento da ordem judicial ocorreu a partir de 16/2/2023. Neste
caso, temos o descumprimento da ordem por 32 dias, o que totaliza o montante de R$6.250.000,00
(considerando a exigibilidade da multa nos dois primeiros dias, no importe de 250 mil reais, e a sua exigibilidade
quanto aos demais dias, já considerada a majoração da multa para 200 mil reais/dia).
Importante salientar que ao decidir os embargos de declaração interpostos pelo
Suscitado o Desembargador Vice-Presidente esclareceu o seguinte:
"(...) Ademais, não há que se falar em condicionar a execução provisória da multa
por descumprimento da decisão liminar ao provimento final da ação, como pretende
o Embargante.
O desacato à ordem judicial afronta a Constituição da República, representa grave
desrespeito às instituições, ao Estado Democrático de Direito e, no caso específico
destes autos, à coletividade, por tratar-se de greve em atividade essencial.
Saliento que não foram autorizados na decisão embargada atos afetos à execução
definitiva, tais como liberação de dinheiro ou alienação de bem, tendo sido
determinadas, tão somente providências constritivas de caráter provisório, como
forma de garantir a efetividade das decisões.
No tocante aos valores das contribuições sindicais a serem retidos pela Empresa e
depositados em conta judicial, não há outro entendimento possível senão de que
deve corresponder ao montante do débito decorrente dos dias de descumprimento
da liminar, 19 dias até a presente data (06/03/2023), sob pena de albergar prática
ilegal de desrespeito de ordem judicial. (...)" (destaquei)
Oportuno registrar que o transporte coletivo de pessoas sobre trilhos é essencial à
vida da população de Belo Horizonte, devendo-se observar o interesse geral e social sobre o particular da
categoria, de modo que o Sindicato deveria ter observado a determinação judicial de funcionamento parcial das
locomotivas, não prosperando a tese de falha ou culpa da Suscitante porquanto ela era a maior interessada no
pleno funcionamento do serviço.
O Sindicato, apesar de devidamente intimado da tutela cautelar concedida exigindo
um percentual mínimo na prestação dos serviços metroviários, sob pena de multa diária, simplesmente deixou
de atender à ordem judicial. Aliás, o SINDIMETRO mostra-se recalcitrante reiteradamente quanto à
desobediência às ordens judiciais, como se extrai de diversos feitos apreciados nesta sessão de julgamento.
Não há falar de práticas antissindicais e má-fé da Suscitante, uma vez não
provadas, não passando as alegações do Sindicato do mero campo das cogitações.
 No que se refere ao requerimento da Suscitante de expedição de ofícios às
autoridades competentes para ciência e providências quanto à desobediência à ordem judicial pelo Suscitado e
seus representantes, constato que na instrução processual o Desembargador Vice-Presidente já determinou a
medida, que foi devidamente cumprida pela Secretaria desta SDC, conforme demonstram os elementos dos
autos. De todo modo, nada impede que a própria Suscitante denuncie também o fato e reforce os ofícios,
passando a acompanhar, caso queira, o resultado dos procedimentos cabíveis.
Assim, considerando a recalcitrância do Suscitado quanto à inobservância das
ordens judiciais, entendo que as cominações determinadas pelo Desembargador Vice-Presidente devem ser
executadas independentemente do trânsito em julgado desta decisão, especialmente no que se refere aos atos
de constrição (alguns já realizados), ressaltando-se, todavia, a provisoriedade da execução, cabendo a
execução definitiva, portanto, somente após o trânsito em julgado desta decisão.
Registro que não nos cabe aqui adentrar na questão de mérito quanto ao eventual
caráter político da greve. Aliás, nos últimos Dissídios Coletivos de Greve entre as mesmas partes esta SDC,
por maioria, tem entendido pela abusividade do movimento paredista, mas não por existência de motivação
política.
Oportuno reconhecer que a greve começou legítima, porém, mostrou-se ilegal e
abusiva a partir da desobediência da ordem judicial, sob pena de multa diária, de manutenção de percentual
mínimo de funcionamento do metrô, ainda mais em período de carnaval quando milhões de turistas aportaram
na cidade, sem se falar dos inúmeros trabalhadores em atividades essenciais, tais como da área médica, que
não puderam ocupar seus postos de trabalho por ausência/deficiência do transporte público.
Assim sendo, partindo do pressuposto de que a greve não foi política e teve por
escopo a defesa do interesse do grupo de empregados da CBTU, tendo em vista a privatização da companhia
com a assunção da atividade pela empresa privada Metrô BH S/A, mesmo que se tenha tornado abusiva, como
visto, deve-se ter em mente que ainda que eles tenham sido admitidos na CBTU por meio de concurso público,
na forma do art. 37, II, da Constituição Federal, não há empecilho legal quanto à alteração subjetiva de
propriedade do empreendimento.
Note-se que a alegação de possível perda de direitos com a privatização não
prospera, uma vez que existem medidas judiciais disponíveis, individuais e coletivas, para a pronta reparação
de eventuais lesões. Aliás, a título de exemplo, o Ministério Público do Trabalho noticiou com a juntada do
documento de f. 1108/1109 - Relatório de Conclusão/Encerramento GEAF CBTU/MG - que o próprio
SINDIMETRO ajuizou Ação Civil Pública em face da União com o objetivo de obstar a transferência dos
empregados públicos à iniciativa privada (causa de pedir que se assemelha ao escopo do movimento paredista,
mas com objeto distinto deste Dissídio Coletivo de Greve).
É dizer, incumbe a esta SDC somente decidir sobre a abusividade ou não da greve
e as suas consequências, não se podendo adentrar nesta ação no exame de eventuais lesões individuais ou
coletivas do grupo de empregados.
Por outro lado, em que pese a abusividade da greve, tendo em vista que não foi
observado o art. 11 da Lei n. 7.883/89 no que se refere ao percentual mínimode funcionamento da atividade,
como já demonstrado, entendo, por outro lado, que não se pode considerar abusiva a greve pelo fato de o
SINDIMETRO somente ter comunicado à empresa sobre a paralisação a iniciar-se no dia 14 de fevereiro, na
sexta-feira, dia 10 de fevereiro, às 19h10. Isto porque o art. 13 da Lei de Greve prevê apenas que as entidades
sindicais são obrigadas "a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com antecedência mínima de
72 (setenta e duas) horas da paralisação.", demonstrando os elementos dos autos que o referido prazo foi
observado.
Conquanto se conceba que a multa determinada pelo Desembargador Vice-
Presidente deva ser exigida, entendo, todavia, que se mostra elevado o valor resultante de mais de um mês de
paralisação que, como visto, alcança R$6.250.000,00, montante inclusive que se mostra inexequível
especialmente com a redução da receita sindical após a vigência da Lei n. 13.467/2017.
A respeito da matéria, temos a seguinte jurisprudência da SDC do TST:
"A) RECURSO ORDINÁRIO DO SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES
RODOVIÁRIOS E URBANO COLETIVO DE MANAUS E NO AMAZONAS. DISSÍDIO COLETIVO DE
GREVE. 1. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA (SINDICATO OBREIRO). NECESSIDADE DE
PROVA INEQUÍVOCA DO ESTADO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA. CIRCUNSTÂNCIA
DEMONSTRADA NOS AUTOS. (...) 2. GREVE EM ATIVIDADE ESSENCIAL (TRANSPORTE
COLETIVO). DIREITO FUNDAMENTAL COLETIVO INSCRITO NO ART. 9º DA CF. ARTS. 3º E 4º
DA LEI 7.783/89. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS FORMAIS (TENTATIVA DE NEGOCIAÇÃO,
AUTORIZAÇÃO ASSEMBLEAR E AVISO PRÉVIO), MAS DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO
DE ATENDER AS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA COMUNIDADE (DECISÃO LIMINAR). A
Constituição apresenta limitações ao direito de exercício de greve, como a que diz respeito à noção
de serviços ou atividades essenciais. Nesse segmento destacado, cujo rol compete à lei definir,
caberá a esta também dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art.
9º, § 1º da CF). Planejada a greve em setor primordial, seus condutores deverão atentar para o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (art. 11, Lei n. 7.783/89), podendo o Poder
Judiciário, se instado a se pronunciar, definir uma justa proporção atinente ao percentual de
trabalhadores que devam se manter em atividade durante a greve. A decisão judicial,
evidentemente, deve se pautar pelo equilíbrio entre a proteção ao interesse público envolvido
(direitos da população diretamente afetada) e a proteção ao direito individual e coletivo fundamental
de greve assegurado aos trabalhadores. Tal ponderação deve possibilitar o menor impacto negativo
da greve perante a sociedade, assim como permitir que o movimento represente efetiva forma de
pressão perante a categoria econômica - afinal, a greve é o meio legítimo conferido aos
trabalhadores para reivindicarem direitos e melhores condições de trabalho. Note-se, porém, que a
Constituição de 1988 não proíbe a greve em tais segmentos (ao contrário do que já ocorreu em
tempos anteriores da história do País); mas cria para o movimento paredista imperiosos
condicionamentos, em vista das necessidades inadiáveis da comunidade. No caso concreto, o
Tribunal de origem, por meio de decisões liminares, determinou que o Sindicato obreiro se
abstivesse de deflagrar a greve no transporte coletivo da cidade de Manaus, antes mesmo de
ouvi-lo nos autos, determinando a aplicação de multa em caso de descumprimento. Em
sessão de julgamento, condenou o Sindicato ao pagamento de R$300.000,00 pelo
descumprimento da determinação nos seis dias da greve (R$50.000,00 por dia). Há de se
reiterar, contudo, que não há, na Constituição da República, autorização para que o Poder Judiciário
Trabalhista determine a proibição total do exercício do direito de greve. Ainda que o Julgador tenha
compreendido que o movimento não seguiu os requisitos formais (ausência de negociação prévia,
de comunicação antecipada da paralisação, e de deliberação da categoria em assembleia), o Poder
Judiciário não poderia proibir a deflagração da greve liminarmente, cerceando um direito
constitucional (art. 9º da CF). Nesse contexto, é necessário adaptar os critérios do comando
inibitório e a sanção aplicada em caso de descumprimento da obrigação - que não é de deixar
de realizar a greve, mas de manter o contingente mínimo de trabalhadores durante o
movimento, por se tratar de atividade essencial, segmento que não comporta a paralisação
absoluta. Com apoio nos art. 296 e 537 do CPC/15, portanto, determinam-se novos
indicadores para efeito da constatação do atendimento das necessidades inadiáveis da
população durante a greve e para aplicação da multa por descumprimento dessa obrigação: a
manutenção da circulação de 70% das linhas de ônibus em funcionamento durante a greve
(critério comumente utilizado pela jurisprudência desta Corte) e a redução da multa diária
para R$20.000,00. Considerando tais parâmetros, e de acordo com as informações constantes
nos autos, percebe-se que o comando inibitório não foi observado pela categoria profissional
em quatro dos seis dias da greve (dias 29/5, 31/5, 1º/6 e 2/6/2018), devendo ser aplicada a
multa em relação a essas datas. Registre-se que, conquanto tenham sido atendidos os
requisitos formais gerais para a deflagração da greve (tentativa de negociação, autorização
assemblear e aviso prévio), o desrespeito às regras que orientam o movimento nos casos de
atividades essenciais (manutenção dos serviços mínimos para atender as necessidades
inadiáveis da comunidade) macula todo o movimento, sendo forçoso reconhecer o caráter
abusivo da greve. Mantém-se a decisão do Tribunal Regional, neste aspecto. No entanto,
ajusta-se a multa por descumprimento de ordem judicial para o valor de R$20.000,00 por dia,
aplicando-a em desfavor do Sindicato obreiro relativamente às datas 29/5, 31/5, 1º/6 e
2/6/2018, totalizando R$80.000,00 (oitenta mil reais). Recurso ordinário provido parcialmente.
(...) (ROT-203-04.2018.5.11.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Relator Ministro
Mauricio Godinho Delgado, DEJT 03/02/2022).
Neste caso, atentando-se à jurisprudência atual da SDC do C. TST, o entendimento
que prevaleceu em recentes julgamentos deste Colegiado foi o de redução do valor arbitrado para R$30.000,00
por dia, o que totaliza R$960.000,00 (novecentos e sessenta mil reais) tendo em vista os 32 dias de paralisação
da atividade.
Destaco que em decisões anteriores esta SDC tem confirmado, sem grandes
discussões, a cobrança da multa pecuniária imposta em decisão liminar, atribuindo sempre ao sindicato
profissional a responsabilidade pela paralisação integral.
Prosseguindo, registro que nenhum efeito há quanto ao pagamento de salários,
pois abusiva ou não, a greve sempre provoca a suspensão contratual e, por isso, não há obrigação de pagar
salários durante o interregno de sua duração. Portanto, fica autorizada/ratificada a dedução dos dias parados,
cabendo às partes coletivas negociarem sobre a reposição desses dias e/ou restituição dos valores
descontados.
Destarte, fica prejudicado o exame do Agravo Regimental interposto pelo
SINDIMETRO, salientando-se que, de todo modo, se a gestão da empresa Metrô BH S/A teve início em
23.3.2023 - às vésperas do último dia da greve, tem-se que os salários de março já foram pagos por ela, de
modo que, em tese, são hígidos os descontos realizados a partir daí, ainda que os relatórios de orçamento e
gestão da CBTU previssem o pagamento por esta empresa.
Enfim, ainda que tenha havido algum ajuste entre as empresas quanto ao
pagamento do salário de março, tendo em vista questões de ordem administrativa decorrentes da passagem de
uma para outra gestão do empreendimento, certo é que para fins trabalhistas os salários de março/23 já
deveriam ser pagos pela nova gestora.
Assim sendo, considerando a declaração de abusividade da greve, ficam
rechaçadas as alegações de ilegitimidade da empresa para o desconto salarial e de enriquecimento injusto, até
porque, neste último caso, coma suspensão contratual não se pode falar em proveito de um dos sujeitos do
contrato de emprego, sendo cabível a dedução.
A multa será revertida integralmente em favor do Hospital João XXIII da Fundação
Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), entendendo esta Turma que a destinação se legitima em razão
do colapso da saúde pública e tendo em vista os honrosos serviços prestados pela instituição em favor da
coletividade.
Indefiro a justiça gratuita ao Sindicato, uma vez que se trata de pessoa jurídica que 
não se desincumbiu de demonstrar a impossibilidade de arcar com os ônus processuais, na forma do § 4o do
art. 790 da CLT e da Súmula 463, II, do TST.
A respeito desse pleito de justiça gratuita e quanto ao desconto dos dias parados,
temos o seguinte posicionamento da SDC do TST:
"DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE - PARALISAÇÃO DE CARATÉR NACIONAL COM DURAÇÃO
DE 72 HORAS - PEDIDO DE SINDICATO PROFISSIONAL DE CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS
DA JUSTIÇA GRATUITA Pedido de concessão dos benefícios da Justiça Gratuita indeferido, por
ausência de comprovação da hipossuficiência econômica da entidade sindical. Inteligência do item II
da Súmula nº 463 do TST. Precedentes da C. SDC.COMPETÊNCIA FUNCIONALTratando-se de
greve de caráter nacional, o Eg. TST tem competência funcional para o julgamento do Dissídio
Coletivo, nos termos dos arts. 702, I, "b", da CLT; 2º, I, "a", da Lei nº 7.701/1988 e 77, I, "h", do
RITST. ABUSIVIDADE DA GREVE - MOTIVAÇÃO POLÍTICA A motivação política da greve
(privatização de empresa estatal) impõe o reconhecimento de sua abusividade, conforme a
jurisprudência desta Seção. DIAS PARADOS De acordo com a jurisprudência da C. SDC, a
participação do trabalhador na greve implica a suspensão do contrato de trabalho (art. 7º da Lei nº
7.783/89), sendo permitido o desconto salarial em razão dos dias parados, salvo em situações
excepcionais não evidenciadas no caso concreto. Pedido de abusividade da greve deferido, com
autorização de desconto salarial dos dias parados" (DCG-1000908-83.2021.5.00.0000, Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT
24/05/2023).
Condeno o SINDIMETRO a pagar honorários de sucumbência aos advogados da
parte contrária, ora arbitrados em R$5.000,00 (cinco mil reais), atualizáveis, considerando o disposto no § 2o do
art. 791-A da CLT c/c os §§ 2o e 8o do art. 85 do CPC, de aplicação subsidiária, especialmente este último ao
dispor que "Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico ou, ainda, quando o valor da
causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação equitativa, observando o disposto nos
incisos do § 2º.".
Em face do exposto, declaro abusiva a greve, autorizo a dedução dos dias
parados, cabendo às partes coletivas, caso queiram, negociarem sobre eventuais reposições, ficando
prejudicado o agravo regimental, e condeno o Sindicato (Suscitado) ao pagamento da multa pelo
descumprimento de obrigação de fazer, no importe de R$960.000,00(novecentos e sessenta mil reais), revertida
integralmente em favor do Hospital João XXIII da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig),
bem como ao pagamento de honorários de sucumbência no valor de R$5.000,00 em favor da Suscitante.
Custas de R$20,00, pelo SINDIMETRO, calculadas sobre o valor atribuído à causa.
SGO/o
 
CONCLUSÃO
Pelo exposto, julgo procedente a ação proposta por COMPANHIA BRASILEIRA DE
TRENS URBANOS para: 1) declarar a abusividade do movimento paredista desencadeado no período de
14.2.2023 a 19.3.2023, conforme fundamentos; 2) autorizar/ratificar a dedução dos dias parados, cabendo às
partes coletivas, caso queiram, negociarem sobre a sua reposição ou a supressão do corte salarial, ficando
prejudicado o agravo regimental interposto pelo SINDIMETRO; 3) confirmar parcialmente a condenação do
Sindicato (Suscitado), considerando os dias parados, a partir da cominação imposta, ao pagamento da multa
pelo descumprimento de obrigação de fazer, no importe de R$960.000,00 (novecentos e sessenta mil reais),
mantendo a sua execução provisória; 4) condenar o Suscitado ao pagamento de honorários advocatícios de
sucumbência no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais) em favor da empresa Suscitante, bem como ao
pagamento de custas no valor de R$20,00.
 
 
Acórdão
FUNDAMENTOS PELOS QUAIS o Tribunal Regional do Trabalho da Terceira
Região, em Sessão Ordinária Virtual da SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS (SDC), hoje realizada, julgou o
presente feito: por unanimidade, conheceu da ação cautelar inominada, da ação principal declaratória de
abusividade de greve e do agravo regimental, porque regularmente processados. No mérito, julgou procedente
a ação proposta por COMPANHIA BRASILEIRA DE TRENS URBANOS para: 1) por unanimidade, declarar a
abusividade do movimento paredista desencadeado no período de 14.2.2023 a 19.3.2023, conforme
fundamentos; 2) por unanimidade, autorizar/ratificar a dedução dos dias parados, cabendo às partes coletivas,
caso queiram, negociarem sobre a sua reposição ou a supressão do corte salarial, ficando prejudicado o
agravo regimental interposto pelo SINDIMETRO; 3) por maioria de votos, confirmar parcialmente a
condenação do Sindicato (Suscitado), considerando os dias parados, a partir da cominação imposta, ao
pagamento da multa pelo descumprimento de obrigação de fazer, no importe de R$960.000,00 (novecentos e
sessenta mil reais), mantendo a sua execução provisória, vencido parcialmente o Exmo. Desembargador Paulo
Roberto de Castro, que reduziria o valor da multa para 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); 4) por
unanimidade, condenar o suscitado ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência no valor de
R$5.000,00 (cinco mil reais) em favor da empresa suscitante, bem como ao pagamento de custas no valor de
R$20,00.
Tomaram parte do julgamento: Exmos. Desembargadores Sebastião Geraldo de
Oliveira (Relator), César Pereira da Silva Machado Júnior (Presidente), Luiz Otávio Linhares Renault, Maria
Lúcia Cardoso de Magalhães, Paulo Roberto de Castro, Anemar Pereira Amaral, Jorge Berg de Mendonça,
Maria Stela Álvares da Silva Campos, Cristiana Maria Valadares Fenelon, José Marlon de Freitas; Exmas.
Juízas Sabrina de Faria Froes Leão e Adriana Campos de Souza Freire Pimenta.
Observações: Composição em conformidade com o artigo 50 do Regimento
Interno deste Egrégio Regional.
Férias: Exmo. Desembargador José Murilo de Morais (substituindo-o a Exma. Juíza
Convocada Sabrina de Faria Froes Leão, no período de 10.09 a 19.10.2023) e Exma. Desembargadora Adriana
Goulart de Sena Orsini (substituindo-a a Exma. Juíza Convocada Adriana Campos de Souza Freire Pimenta, no
período de 18.09 a 17.10.2023).
Participação do d. Ministério Público do Trabalho: Procuradora Maria Helena da
Silva Guthier.
Secretária: Fernanda Amaral Netto
Belo Horizonte, 25 de setembro de 2023.
 
SEBASTIÃO GERALDO DE OLIVEIRA
Relator
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