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DPAdap PEIV (1)

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1 
 
 
DP ADAP – 2º semestre 2023 
PRATICAS DE ENFERMAGEM IV 
PARTE I – Administração de Hemocomponentes e Hemoderivados 
o Os hemocomponentes e hemoderivados se originam da doação de sangue por um doador. No Brasil, este 
processo está regulamentado pela Lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, e por regulamentos técnicos 
editados pelo Ministério da Saúde. Toda doação de sangue deve ser altruísta, voluntária e não gratificada 
direta ou indiretamente, assim como o anonimato do doador deve ser garantido. 
o Hemocomponentes e hemoderivados são produtos distintos. Os produtos gerados um a um nos serviços de 
hemoterapia, a partir do sangue total, por meio de processos físicos (centrifugação, congelamento) são 
denominados hemocomponentes. Já os produtos obtidos em escala industrial, a partir do fracionamento do 
plasma por processos físico‑químicos são denominados hemoderivados. 
o Existem duas formas para obtenção dos hemocomponentes. A mais comum é a coleta do sangue total. A outra 
forma, mais específica e de maior complexidade, é a coleta por meio de aférese 
 
A) Concentrado de hemácias 
o O concentrado de hemácias (CH) é obtido por meio da centrifugação de uma bolsa de sangue total (ST) e da 
remoção da maior parte do plasma. O CH também pode ser obtido por aférese, coletado de doador único. 
Nesse caso, frequentemente o procedimento permite a obtenção de duas unidades em um único procedimento 
(coleta de hemácias duplas). Seu volume varia entre 220mL e 280mL. Assim como o ST, o concentrado de 
hemácias deve ser mantido entre 2°C e 6°C e sua validade varia entre 35 e 42 dias, dependendo da solução 
conservadora. 
o Os CH podem ser desleucocitados com a utilização de filtros para leucócitos ou desplamatizados pela técnica 
de lavagem com solução salina fisiológica preferencialmente em sistema fechado. 
Indicações: A transfusão de concentrado de hemácias (CH) deve ser realizada para tratar, ou prevenir iminente e 
inadequada liberação de oxigênio (O2) aos tecidos, ou seja, em casos de anemia, porem nem todo estado de 
anemia exige a transfusão de concentrado hemácias. Em situações de anemia, o organismo lança mão de 
mecanismos compensatórios, tais como a elevação do debito cardíaco e a diminuição da afinidade da hemoglobina 
(Hb) pelo O2, o que muitas vezes consegue reduzir o nível 
▪ Em hemorragias agudas o paciente deve ser imediatamente transfundido quando apresentar sinais e sintomas 
clínicos, como: 
• Frequência cardíaca acima de 100 bpm a 120 bpm. 
• Hipotensão arterial. 
• Queda no débito urinário. 
• Frequência respiratória aumentada. 
• Enchimento capilar retardado (> 2 segundos). 
• Alteração no nível de consciência.de hipoxia tecidual. 
▪ Considerar a Compatibilidade ABO e RhD. 
▪ O tempo de infusão de cada unidade de CH deve ser de 60min a 120 minutos (min) em pacientes adultos. 
 
B) Concentrado de plaquetas 
o O concentrado de plaquetas (CP) pode ser obtido a partir de unidade individual de sangue total ou por aférese, 
coletadas de doador único. 
o Dois métodos diferentes são utilizados para a obtenção de plaquetas pela centrifugação de sangue total: 
a) Primeiro método: consiste na centrifugação do sangue em duas etapas. Na primeira etapa, é feita uma 
centrifugação leve, em que se obtém o plasma rico em plaquetas (PRP); este plasma é novamente 
centrifugado, desta vez em alta rotação, para a obtenção do CP; 
2 
 
b) Segundo método: baseia‑se na extração do buffy coat, ou camada leucoplaquetaria, geralmente com a 
utilização de extratores automatizados de plasma e com o uso de bolsas top and bottom. O sangue total é 
submetido à centrifugação, visando à separação da camada leucoplaquetária. O plasma sobrenadante é 
transferido para uma bolsa‑satélite, pela saída superior (top) da bolsa e o concentrado de hemácias é extraído 
pela saída inferior (bottom) da bolsa. A camada leucoplaquetária permanece na bolsa original. 
Indicações: Basicamente, as indicações de transfusão de CP estão associadas as plaquetopenias desencadeadas 
por falência medular, raramente indicamos a reposição em plaquetopenias por destruição periferica ou alterações 
congênitas de função plaquetaria. 
▪ Considerar a Compatibilidade ABO e RhD. 
 
C) Plasma 
o O plasma fresco congelado (PFC) consiste na porção acelular do sangue obtida por centrifugação a partir de 
uma unidade de sangue total e transferência em circuito fechado para uma bolsa satélite. Pode ser obtido 
também a partir do processamento em equipamentos automáticos de aférese. É constituído basicamente de 
água, proteínas (albumina, globulinas, fatores de coagulação e outras), carboidratos e lipídios. 
o É completamente congelado até 8 horas após a coleta e mantido, no mínimo, a 18°C negativos, sendo, porém, 
recomendada a temperatura igual ou inferior a 25°C negativos. Sua validade se armazenado entre 25°C 
negativos e 18°C negativos é de 12 meses. 
o O congelamento permite a preservação dos fatores da coagulação, fibrinólise e complemento, além de 
albumina, imunoglobulinas, outras proteínas e sais minerais, e mantém constantes suas propriedades. O 
componente assim obtido contém ≥ 70UI de Fator VIII/100mL e, pelo menos, quantidades semelhantes dos 
outros fatores lábeis e inibidores naturais da coagulação. 
Indicações: O uso do plasma fresco congelado (PFC) é restrito e correlacionado a sua propriedade de conter as 
proteínas da coagulação. O componente deve ser usado, portanto, no tratamento de pacientes com distúrbio da 
coagulação, particularmente naqueles em que há deficiência de múltiplos fatores e apenas quando não estiverem 
disponíveis produtos com concentrados estáveis de fatores da coagulação e menor risco de contaminação viral. 
Portanto, as indicações são: 
a) Sangramento ou risco de sangramento causado por deficiência de múltiplos fatores da coagulação. Ex 
Hepatopatias. 
b) Sangramento severo causado por uso de anticoagulantes orais antagonistas da vitamina K (Warfarina) ou 
necessidade de reversão urgente da anticoagulação. 
c) Transfusão maciça com sangramento por coagulopatia. 
d) Sangramento ou profilaxia de sangramento causado por deficiência isolada de fator da coagulação para a 
qual não há produto com menor risco de contaminação viral (concentrado de fator da coagulação) 
disponível. 
e) Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) - A utilização do PFC como liquido de reposição na 
plasmaferese terapêutica e considerada tratamento de primeira linha para pacientes com PTT. 
 
D) Crioprecipitado 
o O crioprecipitado (CRIO) é uma fonte concentrada de algumas proteínas plasmáticas que são insolúveis a 
temperatura de 1°C a 6°C. É preparado descongelando‑se uma unidade de PFC à temperatura de 1°C a 6°C. 
Depois de descongelado, o plasma sobrenadante é removido deixando‑se na bolsa a proteína precipitada e 10
‑15mL deste plasma. Este material é então recongelado no período de 1 hora e tem validade de 12 meses. 
o O crioprecipitado contém glicoproteínas de alto peso molecular como de Fator VIII, Fator VIII: vWF (fator von 
Willebrand), fibrinogênio, Fator XIII e fibronectina. Cada bolsa contém 15mL de crioprecipitado com 
aproximadamente 80‑150 unidades de Fator VIII, pelo menos 150mg de fibrinogênio e cerca de 20%‑30% (50
‑75U) do Fator XIII presente na bolsa inicial de PFC. 
Indicações: O uso de crioprecipitado: 
• Repor fibrinogênio em pacientes com hemorragia e deficiência isolada congênita ou adquirida de 
fibrinogênio, quando nao se dispuser do concentrado de fibrinogênio industrial purificado. 
• Repor fibrinogênio em pacientes com coagulação intravascular disseminada (CID) e graves 
hipofibrinogenemias. 
3 
 
• Repor Fator XIII em pacientes com hemorragias por deficiência deste fator, quando não se dispuser do 
concentrado de Fator XIII industrial purificado. 
▪ Dose e modo de administração: Antes da infusão, o crioprecipitado deve ser descongelado entre 30°C e 37°C 
no prazo de até 15 minutos e transfundido imediatamente. 
 
Uso Clínico de HemocomponentesConsiderações gerais sobre a transfusão: 
a) A requisição do produto hemoterápico deve ser preenchida da forma mais completa possível, prescrita e 
assinada por médico e estar registrada no prontuário médico do paciente. 
b) Não existe contraindicação absoluta à transfusão em pacientes com febre. É importante diminuir a febre antes 
da transfusão, porque o surgimento de febre pode ser um sinal de hemólise ou de outro tipo de reação 
transfusional. 
c) É rara a necessidade de aquecer um produto hemoterápico antes da transfusão. Quando indicada, deve ser 
feita de forma controlada, com aquecedores dotados de termômetro e alarme sonoro, sob orientação e 
monitoramento de profissional responsável. 
d) Nenhuma transfusão deve exceder o período de infusão de 4 horas. Quando este período for ultrapassado a 
transfusão deve ser interrompida e a unidade descartada. 
e) Não deve ser adicionado nenhum fluido ou droga ao produto hemoterápico a ser transfundido. 
f) Os Concentrados de Hemácias (CH) podem ser transfundidos em acesso venoso compartilhado, apenas, com 
cloreto de sódio 0,9% (SF). É desnecessário diluir o CH antes da infusão. O hematócrito do concentrado de 
hemácias permite geralmente bom fluxo de infusão. 
g) Todo o produto hemoterápico deve ser transfundido com equipo com filtro de 170μ capaz de reter coágulos e 
agregados. 
h) Finalmente, qualquer orientação quanto à conduta para transfusão de determinados hemocomponentes 
através da determinação de critérios, protocolos ou guias de utilização nem sempre levam em consideração 
variações e características individuais dos pacientes, portanto, estas orientações não devem ter a intenção de 
suplantar a avaliação criteriosa e individualizada do profissional médico envolvido com o tratamento do 
paciente que leva em consideração situações clínicas particularizadas e/ou especiais, porém devem servir 
como orientação básica no processo decisório. 
Reações Transfusionais Imediatas 
A reação transfusional é, portanto, toda e qualquer intercorrência que ocorra como consequência da transfusão 
sanguínea, durante ou após a sua administração. 
A ocorrência destas reações pode associar‑se a um ou mais dos seguintes sinais e sintomas como: 
a) Febre com ou sem calafrios (definida como elevação de 1°C na temperatura corpórea), associada à transfusão; 
b) Calafrios com ou sem febre; 
c) Dor no local da infusão, torácica ou abdominal; 
d) Alterações agudas na pressão arterial, tanto hipertensão como hipotensão; 
e) Alterações respiratórias como: dispnéia, taquipnéia, hipóxia, sibilos; 
f) Alterações cutâneas como: prurido, urticária, edema localizado ou generalizado; 
g) Náusea, com ou sem vômitos. 
h) A ocorrência de choque em combinação com febre, tremores, hipotensão e/ou falência cardíaca de alto débito 
sugere contaminação bacteriana, podendo também acompanhar o quadro de hemólise aguda. 
i) A falência circulatória, sem febre e/ou calafrios, pode ser o dado mais importante de anafilaxia. A alteração na 
coloração da urina pode ser o primeiro sinal de hemólise no paciente anestesiado. 
Conduta Clínica 
o Interromper imediatamente a transfusão e comunicar o médico responsável pela transfusão; 
o Manter acesso venoso com solução salina a 0,9%; 
o Verificar sinais vitais e observar o estado cardiorrespiratório; 
o Verificar todos os registros, formulários e identificação do receptor; 
o Verificar à beira do leito, se o hemocomponente foi corretamente administrado ao paciente desejado; 
o Avaliar se ocorreu a reação e classificá‑la, a fim de adequar a conduta específica; 
o Manter o equipo e a bolsa intactos e encaminhar este material ao serviço de hemoterapia; 
4 
 
o Avaliar a possibilidade de reação hemolítica, Lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (TRALI ‑ 
Transfusion Related Acute Lung Injury), anafilaxia, e sepse relacionada à transfusão, situações nas quais são 
necessárias condutas de urgência; 
o Se existir a possibilidade de algumas destas reações supracitadas, coletar e enviar uma amostra pós‑
transfusional junto com a bolsa e os equipos (garantir a não contaminação dos equipos) ao serviço de 
hemoterapia, assim como amostra de sangue e/ou urina para o laboratório clinico quando indicado pelo 
médico; 
o Registrar as ações no prontuário do paciente. 
Prevenção 
o Treinamento dos profissionais da saúde quanto às normas de coleta e identificação de amostras e do paciente; 
o Avaliação criteriosa da indicação transfusional; 
o Avaliação das transfusões “de urgência”; 
o Realizar uma história pré‑transfusional detalhada, incluindo história gestacional, transfusional, diagnóstico, e 
tratamentos anteriores; 
o Atenção em todas as etapas relacionadas à transfusão; 
o Atenção redobrada na conferência da bolsa e do paciente à beira do leito; 
o Infusão lenta nos primeiros 50mL; 
o Utilizar pré-medicações, sangue desleucocitado, irradiado ou lavado de acordo com a reação transfusional do 
paciente. 
 
PARTE II – SEGURANÇA DO PACIENTE NA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA 
Florence Nightingale (1859): 
”Pode parecer talvez um estranho princípio enunciar como primeiro dever de um hospital não causar mal ao 
paciente.” 
 
▪ ERRO: “uso não intencional, de um plano incorreto para alcançar um objetivo, ou a não execução a contento 
de uma ação planejada” 
▪ Erro de Medicação: Qualquer evento evitável que pode causar ou induzir o uso inapropriado do medicamento 
ou prejudicar o paciente, enquanto a medicação estiver sob controle de um profissional de saúde, do paciente 
ou do consumidor. Pode ocorrer em qualquer fase da terapia medicamentosa e causar ou não danos ao 
paciente. 
▪ Evento adverso/ Reação adversa: Dano inesperado, no qual o processo correto foi seguido para o contexto 
que o evento ocorreu. Resposta nociva, inesperada e indesejada, resultante de uma ação justificada 
relacionada à administração de um medicamento em doses normalmente utilizadas para profilaxia, diagnóstico 
e tratamento ou modificação de uma função fisiológica inevitável ao medicamento. 
Fonte: Kohn LT, Corrigan JM, editors. To err is human: building a safer health care system. Washinton DC: National. 2000. 
 
Os erros na área da saúde começaram a ser tema de pesquisa nas últimas décadas, principalmente no sec. XXI: 
o Erros acontecem e são responsáveis por milhares de mortes e irreversíveis sequelas; 
o EUA - 8ª principal causa de morte (ultrapassando mortes causadas por acidentes automobilísticos, câncer de 
mama e Aids); 
o A cada dia, 100 americanos hospitalizados morrem por danos relacionados a erros e não em decorrência da 
própria doença (HARADA,2011). 
Erro na Saúde: 
o Há uma dificuldade entre os profissionais da área da saúde em lidarem com o erro. 
o Na tentativa de sempre fazer o melhor possível pelo paciente, os profissionais de saúde aprenderam que não 
podem errar. 
o O erro na área da saúde foi culturalmente atribuído ao mau profissional, um problema do indivíduo, e não do 
sistema de atendimento ou da complexidade da tomada de decisão. 
o Há uma dificuldade entre os profissionais da área da saúde em lidarem com o erro. Atribuir culpados impede a 
instituição de tomar medidas e condutas capazes de prevenir erros. 
o A não intencionalidade é o que distingue o erro do desvio de conduta. 
5 
 
o Existe uma tendência em procurar omitir o erro ou então responsabilizar indivíduos. 
o Não há busca pelas causas sistêmicas. 
o Há também falhas na conduta ou no conhecimento dos profissionais. 
o As ações administrativas e legais levam à PUNIÇÃO (ação não recomendada, identificar o erro e melhorara o 
fluxo). 
Podemos errar? 
Se considerarmos uma taxa de erro de 0,1% em um paciente em tratamento intensivo, que recebe 
aproximadamente 180 intervenções por dia e compararmos com outros setores de atividades, teríamos 2 aviões 
defeituosos produzidos por dia, 16.000 cartas extraviadas por hora nos correios ; e em bancos, 32.000 cheques seriam 
descontados errados a cada hora (COREN). 
O que fazer? 
 A segurança do paciente implicaem novas formas de atender, de agir e de gerenciar a visão sobre o resultado 
da assistência, por parte dos profissionais, dos gestores e dos produtos de políticas públicas na área de saúde, com 
relação à ocorrência de erros e de eventos adversos decorrentes, sempre passíveis de ser prevenidos. 
Diante da possibilidade de prevenção dos erros de medicação e do risco de dano em função da sua 
ocorrência, torna-se relevante identificar a natureza de determinados erros, como forma de dirigir ações para a 
prevenção. 
As falhas no processo de utilização de medicamentos são consideradas importantes fatores contribuintes para a 
redução da segurança do paciente. 
O que podemos fazer? 
• Adoção de práticas seguras em todas as etapas da terapia medicamentosa. 
• Práticas seguras para prescrição de medicamentos. 
• Identificação do paciente. 
 
Práticas Seguras para Prescrição de Medicamentos 
• Legibilidade- Recomenda-se a utilização de prescrições digitadas e eletrônicas 
• Prescrição sem o uso de abreviaturas: 
a) “Caso seja indispensável: formalizar e divulgar uma lista de abreviaturas padronizadas. Essa lista não deve 
conter abreviatura de “unidades” (U) e “unidades Internacionais” (UI), utilização de fórmulas químicas (KCl, 
NaCl, KMnO4 e outras) e nomes abreviados de medicamentos (HCTZ, RIP, PEN BEZ, MTX, SMZ-TMP e 
outros).” 
b) “As abreviaturas “U” e “UI”, significando “unidades” e “unidades internacionais”, respectivamente, são 
consideradas as mais perigosas de todas, pois podem levar à administração de doses 10 ou 100 vezes maior 
do que a prescrita. 
c) Caso exista padronização de abreviatura para via de administração, preferir o uso de “EV” (para endovenosa) 
em vez de IV (intravenosa), em função do risco de erro de interpretação do “IV” como “IM”, sobretudo quando 
associado a pouca legibilidade da prescrição.” 
• Medicamentos cujos nomes são semelhantes a outros devem ser prescritos com destaque na escrita. Exemplos 
de nomes semelhantes: DOPAmina e DOBUtamina; ClorproPAMIDA ClorproMAZINA; VimBLASTina e 
VinCRIStina. 
• Expressão de doses: medidas não métricas (colher, ampola, frasco) devem ser eliminadas das prescrições, 
quando utilizadas isoladamente para expressar a dose. A unidade de medida deve ser claramente indicada; e 
quando se tratar de microgramas, este deve ser escrito por extenso. 
• Via de administração: A via de administração deve ser prescrita de forma clara, observando-se a via de 
administração recomendada pelo fabricante, para o medicamento. 
Prescrições verbais: 
• As prescrições verbais devem ser restritas às situações de urgência/emergência, devendo ser imediatamente 
escritas no formulário da prescrição após a administração do medicamento. 
• Quando a ordem verbal for absolutamente necessária, o prescritor deve falar o nome, a dose e a via de 
administração do medicamento de forma clara. Quem recebeu a ordem verbal deve repetir de volta o que foi dito 
e ser confirmado pelo prescritor antes de administrar o medicamento. 
 
 
6 
 
Boas Práticas de Armazenamento: 
• A farmácia possuir padrões atualizados que definam regras para o armazenamento, privilegiando a segurança do 
processo de dispensação. 
• Pode-se lançar mão de ordenamento alfabético e/ou por forma farmacêutica associado à identificação, com 
etiquetas coloridas dos medicamentos com elevado risco de troca e os potencialmente perigosos/alta vigilância. 
• Práticas seguras para dispensação de medicamentos 
• Preconiza-se que a farmácia disponibilize, em meio hospitalar, o maior número possível de medicamentos 
prontos para uso (dose unitária) e que dispensem a manipulação prévia à administração. 
• Deve-se implantar a dupla checagem (na farmácia e no momento do recebimento pela enfermagem) das doses 
prescritas principalmente para medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância (anticoagulantes, opiáceos 
e insulinas). 
Práticas seguras para dispensação de medicamentos 
Para garantir maior segurança ao processo de dispensação e o adequado fluxo de trabalho, o ambiente destinado à 
dispensação deve: 
o Ser reservado; 
o Contar com fluxo restrito de pessoas; 
o Ser tranquilo, sem fonte de interrupção e distração (tais como televisão, rádio e outras); 
o Os ambientes da farmácia onde são armazenados e dispensados os medicamentos devem ser limpos, 
organizados, bem iluminados e com adequado controle e registro de temperatura, umidade e controle de pragas; 
o Restrição de acesso. 
Para dispensação segura de medicamentos devemos seguir os seguintes procedimentos: 
• O profissional deve analisar as prescrições antes do início da separação dos medicamentos, conferindo se todos 
os elementos de identificação da instituição, do paciente, do prescritor e a data estão disponíveis. 
• Analisar os medicamentos prescritos, evitando que possíveis erros de prescrição se tornem erros de 
dispensação; 
• Solucionar todas as dúvidas, porventura existentes, diretamente com o prescritor, especialmente aquelas 
relacionadas à grafia médica, eliminando interpretação ou dedução do que está escrito; 
• Analisar os medicamentos prescritos considerando-se os seguintes aspectos: dose, forma farmacêutica, 
concentração, via de administração, posologia, diluente, velocidade de infusão, tempo de infusão, indicação, 
contraindicação, duplicidade terapêutica, interação medicamento-medicamento e medicamento-alimento e 
possíveis alergias; 
• O profissional não deverá separar simultaneamente prescrições diferentes. 
Práticas seguras para distribuição de medicamentos 
o Recomenda-se aos estabelecimentos de saúde o sistema de dose unitária. 
o O sistema de distribuição por dose unitária consiste na distribuição dos medicamentos com doses prontas para 
a administração de acordo com a prescrição médica do paciente. A dose do medicamento é embalada, 
identificada e dispensada pronta para ser administrada, sem necessidade de transferências, cálculos e 
manipulação prévia por parte da enfermagem antes da administração ao paciente. 
o PONTOS DE TRANSIÇÃO DO PACIENTE: Os pontos de transição dos pacientes no hospital, da admissão à 
alta, ou mudança de local de internação, são considerados críticos, pois, frequentemente, nessas mudanças, 
ocorre expressivo número de erros de medicação, devido a informações incorretas ou incompletas sobre os 
medicamentos utilizados pelos pacientes, ocasionando principalmente a omissão ou duplicidade de dose. 
Medicamentos Potencialmente Perigosos ou de Alta Vigilância 
• As unidades de saúde deverão divulgar a sua lista de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta 
vigilância que constam na relação de 15 medicamentos selecionados na instituição, indicando as doses máximas 
desses medicamentos, a forma de administração (reconstituição, diluição, tempo de infusão, via de 
administração), a indicação e a dose usual. 
• O número de apresentações e concentrações disponíveis de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta 
vigilância, especialmente anticoagulantes, opiáceos, insulina e eletrólitos concentrados (principalmente cloreto de 
potássio injetável), deve ser limitado. 
• As doses dos medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância deverão ser conferidas com dupla 
checagem na fase dos cálculos para prescrição e análise farmacêutica da prescrição para dispensação. 
 
7 
 
Práticas Seguras na Administração de Medicamentos 
A administração de medicamentos é um processo multi e interdisciplinar, que exige conhecimento técnico e 
prática. Para a administração segura, são necessários conhecimentos sobre Farmacologia, Anatomia, Fisiologia, 
Microbiologia e Bioquímica. 
A etapa de administração é a última barreira para evitar um erro de medicação. Para administração deve-se 
observar: a ação; as interações; os efeitos colaterais; 9 certos para administração de medicamentos. 
 
NOVE CERTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 
1. Paciente certo, 
2. Medicamento certo, 
3. Via certa, 
4. Hora certa, 
5. Dose certa, 
6. Anotação certa, 
7. Compatibilidademedicamentosa, 
8. Orientação ao paciente, 
9. Resposta certa 
Os nove certos não garantem que os erros de administração não ocorrerão, mas segui-los pode prevenir 
significativa parte desses eventos, melhorando a segurança e a qualidade da assistência prestada ao paciente durante 
o processo de administração de medicamentos. 
1. Paciente certo: 
• Deve-se perguntar ao paciente seu nome completo antes de administrar o medicamento e utilizar no mínimo dois 
identificadores para confirmar o paciente correto. 
• Nessa etapa, é importante que o profissional faça perguntas abertas e que necessitam de mais interação 
paciente-profissional, tal como: “Por favor, diga-me o seu nome completo?” 
• Além disso, é importante verificar se esse paciente corresponde ao: 
▪ Nome identificado na pulseira; 
▪ Nome identificado no leito; 
▪ Nome identificado no prontuário. 
• Caso o paciente apresente baixo nível de consciência: conferir o nome do paciente descrito na prescrição com a 
pulseira de identificação, devendo, ainda, associar pelo menos mais dois identificadores diferentes. 
• Evite, dentro do possível, que dois pacientes com o mesmo nome fiquem internados simultaneamente no mesmo 
quarto ou enfermaria. 
2. Medicamento certo: 
• Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos é o que está prescrito. 
• O nome do medicamento deve ser confirmado com a prescrição antes de ser administrado. 
• Conhecer o paciente e suas alergias. Conferir se ele não é alérgico ao medicamento prescrito. 
• Identificar os pacientes alérgicos de forma diferenciada, com pulseira e aviso em prontuário, alertando toda a equipe. 
• Todos os fatos descritos pelo paciente/cuidador ou observado pela equipe, sejam eles reações adversas, efeitos 
colaterais ou erros de medicação devem ser registrados em prontuário e, notificados. 
• Alguns medicamentos são associações. Nesses casos, é necessário conhecer a composição dos medicamentos para 
identificar se o paciente não é alérgico a algum dos componentes do medicamento. 
3. Via certa: 
• Identificar a via de administração prescrita. 
• Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada. 
• Avaliar a compatibilidade do medicamento com os produtos para a saúde utilizados para sua administração 
(seringas, cateteres, Sondas, equipos, e outros). 
4. Hora certa: 
• Preparar o medicamento de modo a garantir que a sua administração seja feita sempre no horário correto, para 
garantir adequada resposta terapêutica. 
• Preparar o medicamento no horário oportuno e de acordo com as recomendações do fabricante, assegurando-
lhe estabilidade. 
8 
 
• A antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário predefinido somente poderá ser feito com o 
consentimento do enfermeiro e do prescritor. 
5. Dose certa: 
• Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. 
• Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o 
prescritor sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada. 
• Certificar-se de que a infusão programada é a prescrita para aquele paciente. 
• Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição. 
• Conferir a velocidade de gotejamento, a programação e o funcionamento das bombas de infusão contínua. 
• Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para administração de 
medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância. 
• Medicações de uso “se necessário” deverão, quando prescritas, ser acompanhadas da dose, posologia e condição 
de uso. 
6. Registro certo: 
• Checar o horário da administração do medicamento a cada dose. 
• Registrar todas as ocorrências relacionadas aos medicamentos, tais como adiamentos, Cancelamentos, 
desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos. 
7. Orientação correta: 
• Orientar e instruir o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), justificativa da indicação, 
efeitos esperados e aqueles que necessitam de acompanhamento e monitorização. 
• Garantir ao paciente o direito de: conhecer o aspecto (cor e formato) dos medicamentos que está recebendo, a 
frequência com que será ministrado. 
8. Compatibilidade certa 
• Checar se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à condição clínica do paciente. 
• Sanar as dúvidas relativas à forma farmacêutica e a via de administração prescrita junto ao farmacêutico ou 
prescritor. 
9. Resposta certa 
• Observar cuidadosamente o paciente, para identificar, quando possível, se o medicamento teve o efeito desejado. 
• Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado 
para o medicamento. 
• Deve-se manter clara a comunicação com o paciente e/ou cuidador. Considerar a observação e relato do paciente 
e/ou cuidador sobre os efeitos dos medicamentos administrado, incluindo respostas diferentes do padrão usual. 
Atenção: O paciente tem o direito de recusar o medicamento: 
• Anotar a recusa e o motivo. Recusar é um direito do paciente. 
 
APÓS A ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO: 
• Observar cuidadosamente o paciente, para identificar, quando possível, se o medicamento teve o efeito desejado. 
• Registrar em prontuário e informar ao prescritor, todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado 
para o medicamento. 
• Considerar a observação e relato do paciente e/ou cuidador sobre os efeitos dos medicamentos administrado, 
incluindo respostas diferentes do padrão usual. 
• Registrar todos os parâmetros de monitorização adequados (sinais vitais, glicemia capilar.). 
 
INTERVENÇÕES ESPECÍFICAS PARA ADMINISTRAÇÃO SEGURA DE MEDICAMENTOS 
• Dois profissionais deverão realizar os cálculos de diluição e administração de medicamentos potencialmente 
perigosos ou medicamentos de alta vigilância. 
• REMOVER do estoque das unidades de internação os eletrólitos concentrados (especialmente cloreto de 
potássio injetável) e bloqueadores neuromusculares. 
• Deverão permanecer nas unidades de internação APENAS os medicamentos potencialmente perigosos ou de 
alta vigilância que sejam absolutamente necessários à assistência ao paciente. 
 
Medidas para prevenir erros de conexão de cateteres, sondas e drenos: 
• Orientar os pacientes e familiares a não manusear os dispositivos. 
9 
 
• Identificar cateteres arteriais, venosos, peridurais com cores diferentes. 
• Evitar a utilização de injetores laterais nos sistemas arteriais, peridurais. 
• Realizar a desinfecção das conexões de cateteres intravasculares 
• Verificar todos os dispositivos, desde a inserção até a conexão, antes de realizar as reconexões, 
desconexões ou administração de medicamentos e soluções. 
• Utilizar somente equipos específicos de cor azul para a administração de dietas enterais. 
 
 
Intervenções Específicas: 
o Utilizar materiais e técnicas assépticas para administrar medicamentos por via intravenosa e para outras vias 
que exijam esse tipo de técnica. 
o O enfermeiro deve supervisionar o preparo e a administração de medicamentos realizados por técnicos e 
auxiliares de enfermagem. 
o Seguir o protocolo da instituição quanto ao preparo de pacientes para exames ou jejum que possam interferir 
na administração do medicamento. 
o Em casos de preparo de pacientes para exames ou jejum, não administrar nem adiar a administração de doses 
sem discutir conduta com o prescritor. 
o Adequar os horários de administração dos medicamentos à rotina de uso já estabelecida pelo paciente antes 
da internação, sempre que possível. 
o Evitar, dentro do possível, interações medicamento-medicamento e medicamento-alimento quando realizar o 
aprazamento de medicamentos. 
o Discutir a prevenção das interações medicamentosas com a equipe multiprofissional (médico, farmacêutico e 
nutricionista). 
o Padronizar o armazenamento adequado e a identificação completa e clara de todos os medicamentos que 
estão sob a guarda da equipede enfermagem. 
o Monitorar a temperatura da geladeira de acondicionamento de medicamentos, observando-se o parâmetro 
mínimo e máximo de temperatura diariamente. 
o Organizar local adequado para o preparo de medicamentos, preferencialmente sem fontes de distração e que 
permita ao profissional concentrar-se na atividade que está realizando. 
o A instituição deve disponibilizar e atualizar guias de prevenção de incompatibilidades entre fármacos e 
soluções e guias de diluição de medicamentos. 
o Fazer consultas ao farmacêutico e em fontes de informações atualizadas e idôneas em caso de dúvidas sobre 
o nome do medicamento, posologia, indicações, contraindicações, precauções de uso, preparo e 
administração. 
o Utilizar instrumentos de medida padrão no preparo de medicamentos (ex: seringas milimetradas) para medir 
doses com exatidão. 
o Padronizar equipamentos como bombas de infusão, limitando a variedade de opções. 
o Levar ao local, no horário de administração de medicamentos, apenas o que está prescrito a um único 
paciente, não fazendo uso de bandeja contendo diversos medicamentos para diferentes pacientes. 
o Preparar o medicamento imediatamente antes da administração, a não ser que haja recomendação especial 
do fabricante para procedimento diferente. 
o Manter registro adequado dos frascos de medicamentos preparados que serão armazenados (com data e 
horário da manipulação, concentração do medicamento, nome do responsável pelo preparo e validade). 
o Informar ao paciente e à família sobre eventuais incidentes relacionados à terapia medicamentosa, 
registrando-os em prontuário e notificando-os à Gerência de Riscos e/ou ao Núcleo de Segurança do Paciente. 
 
PARTE III – Assistência de Enfermagem ao Paciente com Disfunções Dermatológicas 
o Conceitos histológicos da pele – funções: 
o Proteção estrutural (agentes físicos, mecânicos e biológicos); 
o Barreira química e mecânica; 
o Manutenção da homeostase (glândulas sudoríparas – termorregulação e equilíbrio hidroeletrolítico); 
o Síntese da vitamina D; 
o Órgão sensorial para percepção de pressão, dor e temperatura. 
 
10 
 
FERIDAS 
Dano tegumentar ou de estruturas inferiores, que pode ou não resultar em perda da integridade, mas com 
comprometimento da função fisiológica tissular. 
Tipos de Feridas: 
A) Feridas Patológicas: Causadas por fatores endógenos ou lesões secundárias a uma ou mais doenças de base; 
Formatos e graus de comprometimento diversos; Cicatrização difícil. 
B) Feridas Intencionais ou Cirúrgicas: Decorrentes de procedimentos cirúrgicos, trauma mínimo de tecidos adjacentes, 
bordos são aproximados por sutura. 
As feridas cirúrgicas podem ser: 
• Incisa: onde não há perda de tecido e as bordas são geralmente fechadas por 
sutura; 
• Excisão: onde há remoção de uma área de pele. Ex: área doadora de enxerto. 
• Cirurgia e procedimentos terapêutico-diagnósticos (cateterismo cardíaco, 
punção de subclávia, biópsia, etc.) 
C) Feridas Traumáticas: 
• Feridas contusas: Produzidas por objetos rombos ou golpes, sem rotura da superfície da pele, com 
traumatismo de partes moles, edema e hemorragia. 
• Feridas laceradas: Decorrentes de qualquer origem traumática, com presença de rotura superficial ou 
profunda da pele, apresentando bordos irregulares. 
• Feridas perfurantes: Decorrentes de distintos agentes provocam uma pequena abertura na pele, porém 
profunda e, geralmente grave por lesão de estruturas internas e infecção. 
• Amputações: Resultantes de laceração e separação forçada dos tecidos, afetam frequentemente as 
extremidades, com lesões neurovasculares. 
• Queimaduras: Resultantes de contato direto com chama, objetos e líquidos quentes, radiação, corrente 
elétrica ou frio intenso, a severidade das lesões é variável. 
D) Feridas produzidas por infecção: Resultantes de complexa interação entre organismo invasor e defesas do 
hospedeiro, determinam comprometimentos variáveis. 
 
Classificações 
Segundo o tempo de cicatrização as feridas podem ser classificadas em: 
o Feridas agudas: Feridas recentes, geralmente de origem traumática (penetrantes,amputações, abrasões, 
queimaduras, contusões) ou incisionais (procedimentos cirúrgicos). 
o Feridas crônicas: Úlceras associadas à patologias de base (arteriais, venosas, metabólicas), cicatrização 
lenta, suscetibilidade à complicações. 
 
Segundo o grau de contaminação das feridas: 
o Feridas limpas: não contém organismos patogênicos; ferida cirúrgica fechada não entrando em tratos 
respiratório, digestivo, genital, urinário, ou cavidade orofaríngea. 
o Feridas potencialmente contaminadas: ferida feita sob condições assépticas, mas envolvendo uma cavidade 
corpórea que normalmente abriga microrganismos, tais como os tratos respiratório, alimentar ou urinário são 
atingidos, porém em condições controladas. 
FERIDA AGUDA
FERIDA CRÔNICA
11 
 
o Feridas contaminadas: a ferida existe sob condições em que é provável a presença de microrganismos; tais 
como feridas acidentais, traumáticas e abertas e cirurgias em que a técnica asséptica não foi respeitada 
devidamente. 
o Feridas infectadas: presença de microrganismos no local da ferida, normalmente > 105 / g de tecido – causas: 
feridas que não cicatrizam corretamente. Ex: apêndice perfurado. 
o Feridas colonizadas: ferida contendo microrganismos (geralmente múltiplos). Ex: ferida crônica (úlcera 
vascular, de pressão). 
 
Mecanismos de Cicatrização da Ferida 
Cicatrização por primeira intenção: Existe um mínimo 
de destruição tissular e as bordas estão próximas e 
cicatrizam com pouca reação tissular. A formação de 
tecido de granulação não é visível. Não há presença de 
infecção. 
Cicatrização por segunda intenção: Acontece nas 
feridas cujas bordas não podem ser aproximadas e que 
permanecem abertas para que ocorra contração e 
epitelização. Pode ter ou não infecção. 
Cicatrização por terceira intenção: A ferida é mantida 
aberta (não foram suturadas inicialmente ou a sutura rompeu) e somente pós o tratamento é feito aproximação das 
bordas. Presença de infecção na ferida. 
 
Complicações da Ferida 
Hematoma: 
• Sangramento oculto abaixo da ferida. Geralmente é reabsorvido espontaneamente, quando de pequeno 
volume. 
• Quando de grande volume deve ser drenado, evitando o risco de infectar. Neste caso, a cicatrização 
ocorrerá por segunda intenção. 
Deiscência: Ruptura da sutura da ferida cirúrgica. Pele, Pele+Parede. 
Evisceração: Protrusão do conteúdo da ferida. Pele+Parede+Peritônio. 
Quelóide: Tecido cicatricial hipertrofiado. Imprevisível e inevitável em algumas pessoas. 
 
Tipos de Tecidos Encontrados nas Feridas 
o Tecido de granulação - Tecido mais importante, róseo ou avermelhado, aparência brilhante e úmida, rico em 
colágeno, o que resulta da proliferação das células endoteliais. Indolor e sangrante ao toque. 
o Tecido epitelial ou de epitelização - Novo tecido róseo ou brilhante (pele), que se desenvolve a partir das 
bordas, como “ilhas” na superfície da lesão, seu crescimento garante a continuidade do revestimento. 
o Tecido necrótico - Morte celular e tecidual, de forma irreversível. Coloração preta, marrom ou acastanhada, 
aderida ao leito ou bordas da ferida, podendo ser mais endurecido ou amolecido, dependendo de sua 
natureza. 
 
CURATIVOS 
Finalidades: 
o Remover corpos estranhos; 
o Proteger a ferida contra contaminação e infecções; 
o Reaproximar bordas separadas; 
o Promover hemostasia; 
o Favorecer a aplicação de medicação tópica; 
o Preencher espaço morto e evitar a formação de sero-hematomas; 
o Fazer desbridamento mecânico e remover tecido necrótico; 
o Reduzir o edema; 
o Manter a umidade da superfície da ferida; 
o Absorver exsudato e edema; 
o Fornecer isolamento térmico; 
Regeneração celular
As fases se sobrepõem:
LESÃO
INFLAMAÇÃO
PROLIFERAÇÃO
MATURAÇÃO
REPARO
12 
 
o Proteger a cicatrização da ferida; 
o Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida; 
o Dar conforto psicológico; 
o Diminuir a intensidade da dor. 
 
Curativopara Ferida Limpa 
o Feridas sem exsudato, com cicatrização por primeira intenção. 
o O curativo se estiver limpo e sem ou pouco exsudato deve ser mantido oclusivo por 24 horas. Após este 
período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão. Ex: ferida cirúrgica. 
 
Curativo com Dreno 
a) O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local 
menos contaminado (ferida cirúrgica). 
b) O número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem. Anotar obrigatoriamente o 
volume, aspecto, odor e material utilizado. 
c) Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá 
permanecer exposta e lavada com água e sabão. 
d) A mobilização do dreno fica a critério médico. 
e) Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho. 
 
Curativo Contaminado 
Feridas que são altamente susceptíveis à disseminação de contaminação/infecção, deste modo: 
a) O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco. 
b) O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, trocar se úmido para evitar 
colonização. 
c) Limpeza mecânica com solução fisiológica estéril. 
 
Tipos de Curativos 
1.Semi-Oclusivo 
Este tipo de curativo é absorvente e comumente é utilizado em feridas cirúrgicas. Ele tem várias vantagens: absorve o 
exsudato da ferida e isola o exsudato da pele saudável adjacente. 
2. Oclusivos 
Não permite a passagem de ar ou fluidos, barreira contra bactérias. Tem como vantagens: vedar a ferida e impede a 
perda de fluidos; promover o isolamento térmico e de terminações nervosas e impedir a formação de crostas. 
3. Compressivo 
Para redução do fluxo sanguíneo, ou promover estase, e ajudar na aproximação das extremidades do ferimento. 
4. Outros tipos 
Sutura com fita adesiva - Após limpeza da ferida, as bordas do tecido seccionado são unidas e fixa-se a fita adesiva. 
Apropriado para cortes superficiais e de pequena extensão. 
 
 
PARTE IV – Assistência de Enfermagem ao Paciente com Disfunções do Sistema Digestório 
Sistematização da Assistência de Enfermagem 
Papel do Enfermeiro 
o Avaliar o risco dos pacientes para problemas nutricionais. 
o Auxiliar os pacientes com alimentação oral quando necessário. 
o Implementar medidas de prevenção para pacientes com risco de aspiração. 
o Administrar terapias de nutrição enteral e parenteral. 
Suporte Nutricional Especializado 
o Atender as necessidades nutricionais. 
o Suporte nutricional especializado: Nutrição enteral e Nutrição parenteral. 
 
 
13 
 
Legislação 
o Portaria MS/SNVS nº 272, de 8 abril de 1998 - este regulamento técnico fixa os requisitos mínimos exigidos 
para a terapia de nutrição parenteral. 
o Resolução da diretoria colegiada - RCD n° 63, de 6 de julho de 2000. Aprova o Regulamento Técnico para fixar 
os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Enteral. 
 
NUTRIÇÃO ENTERAL 
• Fornecer nutrientes para o trato gastrointestinal através de sondas de alimentação (nasogástricas ou 
nasoentéricas). 
• Trato gastrointestinal íntegro, dificuldade de deglutição ou ingestão de alimentos. 
• Suporte nutricional ideal. 
• Mucosa gastrointestinal mantém as funções de absorção e de barreira imunológica (evita a atrofia da mucosa). 
Acesso 
o Sondas de alimentação introduzida pela narina e localizadas: no estômago; no intestino delgado. 
o Procedimento cirúrgico ou por endoscopia percutânea: gastrostomia; jejunostomia. 
 
 
Administração 
o Intermitente: Alimentações intermitentes de 300 a 400 ml por bomba de infusão ou gotejamento lento por 
gravidade durante o período de 30 a 60 min, de 4 a 6 vezes ao dia. 
Posição gástrica (capacidade volumétrica). 
o Contínuas: Forma contínua durante 24 horas com auxílio de uma bomba de alimentação (velocidade e fluxo). 
Recomendação inicial de 10 a 40ml/h. A velocidade é aumentada gradativamente até 150ml/h. 
Posição duodeno e jejuno. 
Indicações 
o Pacientes com trato gastrointestinal funcional e o acesso alcançado com segurança. 
o Pacientes com neoplasias, trauma de cabeça e pescoço. 
o Distúrbios neurológicos e musculares: doenças do SNC, demência, doença de Parkison. 
o Doenças gastrointestinais. 
o Pacientes com ingesta insuficientes: dificuldade de mastigação ou deglutição, anorexia, depressão. 
o Aspiração de alimentos e líquidos: Disfagia – dificuldade de deglutição (cavidade oral → estomago). 
Causas: 
▪ Alterações musculares: idosos e portadores de doenças musculares (distrofia muscular); 
▪ Alterações neurológicas: acidente vascular encefálico (AVE), doença de Parkison, esclerose múltipla; 
▪ Obstrução: tumores, candidíases e traumas. 
 
Complicações 
1. Deslocamento da sonda de alimentação ou posicionamento incorreto da sonda. 
o Prevenção e Cuidados: 
o Verificar a posição da sonda por radiografia; 
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/portaria-ms-snvs-n-272-de-8-abril-de-1998
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/resolucao-da-diretoria-colegiada-rcd-n-63-de-6-de-julho-de-2000
https://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/legislacao/item/resolucao-da-diretoria-colegiada-rcd-n-63-de-6-de-julho-de-2000
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o Certificar a posição da sonda antes da administração da nutrição enteral; 
o Fixar a sonda adequadamente (evitar a saída acidental, cuidado para necrose de asa de nariz). 
o Auxiliar ou orientar a realização de higiene nasal e oral. 
 
2. Aspiração da dieta para árvore traqueobrônquica. 
• Prevenção: 
o Decúbito elevado maior que 30 graus; 
o Uso de medicamentos pró-cinético como a metoclopramida. 
o Aspirar e mensurar resíduo gástrico a cada 4 a 6 horas para administração contínua ou antes da alimentação 
intermitente. 
 
Avaliação do resíduo gástrico 
o Refluxo maiores de 250 ml em duas avaliações consecutivas (intervalo de 1 hora) ou volume único acima de 
500 ml. Suspender a alimentação e reavaliar a tolerância do paciente. 
o Interromper a alimentação imediatamente em caso de aspiração. 
o Medidas preventivas são fundamentais para pacientes que apresenta resíduo gástrico frequente. 
 
Sistematização da Assistência de Enfermagem 
Diagnóstico de Enfermagem 
▪ Deglutição prejudicada. 
▪ Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais. 
▪ Risco de aspiração relacionada à dificuldade de esvaziamento gástrico, deslocamento da sonda de 
alimentação, depressão do reflexo de tosse e vômito. 
▪ Diarreia relacionada à ingesta dietética alterada, má absorção, tipo de formulação da dieta, contaminação da 
dieta por bactérias. 
▪ Distúrbios de imagem corporal. 
 
NUTRIÇÃO PARENTERAL 
o Nutrientes administrados por via endovenosa central ou cateteres periféricos centrais. 
o Uma fórmula com combinação de aminoácidos, dextrose hipertônica, eletrólitos, vitaminas e oligoelementos. 
 
Indicações 
o Pacientes com trato gastrointestinal não funcional: Cirurgia digestiva; Sangramento digestivos graves; Íleo 
paralítico; Obstrução intestinal. 
o Repouso intestinal prolongado: Fístulas entéricas; Pancreatite grave; Diarreia grave. 
Complicações 
o Relacionados ao cateter: Infecção. 
o Relacionados à solução: 
▪ Hiperglicemia e diurese osmótica - alto volume de solução de dextrose hipertônica. 
▪ Aumento gradativo do volume de infusão, até atingir a necessidade estimada em 24 a 48 horas. 
▪ Considere a administração de insulina suplementar. 
▪ Acompanhar exames laboratoriais: eletrólitos e glicemia. 
▪ Atenção especial aos idosos, pacientes diagnosticados com diabetes, insuficiência pancreática e renal, uso 
de corticoides em altas doses. 
 
15 
 
Sistematização da Assistência de Enfermagem 
Diagnóstico de Enfermagem 
▪ Risco de infecção relacionada a procedimentos invasivos (cateter central) e administração de altas 
concentrações de glicose parenteral. 
▪ Risco de glicemia instável relacionada ao controle inadequado da glicemia. 
▪ Risco de desequilíbriode volume líquidos relacionados à hiperglicemia. 
 
 
 
Referências: 
1. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos Básicos de Segurança do Paciente. Disponível em: 
http://portalms.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-nacional-de-seguranca-do-paciente-
pnsp/protocolos-basicos-de-seguranca-do-paciente. 
2. COREN-SP. Enfermagem para a segurança do paciente. https://portal.coren-sp.gov.br/. 
3. Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos (protocolo coordenado pelo 
Ministério da Saúde e ANVISA em parceria com FIOCRUZ e FHEMIG). 
4. Harada, Mavilde da Luz. Terapia intravenosa e infusões, São Caetano do Sul, SP:Yendis,2011.p.16-29. 
 
https://portal.coren-sp.gov.br/

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