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PROCEDIMENTOS EM ESTÉTICA CORPORAL Aline Andressa Matiello Procedimentos estéticos para estrias Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Distinguir os tipos de estrias e sua fisiopatologia. Descrever os procedimentos estéticos utilizados nas estrias. Estabelecer associações de ativos e protocolos para estrias. Introdução As estrias são consideradas disfunções dermatológicas caracterizadas pela formação de lesões lineares e atróficas, dispostas paralelamente na pele e que surgem em virtude da ruptura de fibras de colágeno e elastina presentes na pele, responsáveis pela sustentação desses tecidos (SBD, c2017). Este capítulo abordará a fisiopatologia das estrias em cada uma das fases. Além disso, serão estudadas as principais abordagens terapêuticas voltadas à regeneração da pele e à melhora do quadro da pele estriada, incluindo abordagem da eletroterapia, recursos manuais e uso de ativos cosméticos. Conhecendo adequadamente a fisiopatologia e cada fase das estrias, o profissional de estética poderá optar pelo melhor recurso estético, ou associação deles, com base nas características fisiopatológicas da disfunção, permitindo, assim, um tratamento efetivo e que atenda às reais necessidades do paciente. 1 Fisiopatologia As estrias se caracterizam pelo surgimento de lesões atrófi cas lineares paralelas, que medem de 5 a 10cm em média, e que, em geral, obedecem às linhas de clivagem da pele, sendo simétricas e paralelas em sua maioria (BORGES, 2010). As estrias representam atualmente uma das queixas mais comuns entre os pacientes, e mesmo não representando uma condição de gravidade clí- nica, causam um grau importante de insatisfação estética, uma vez que são desagradáveis do ponto de vista estético. Essa insatisfação leva pacientes a procurarem por tratamentos estéticos, de modo a amenizar os sinais derma- tológicos decorrentes dessa disfunção. Em geral, essa disfunção surge ainda na adolescência, na faixa etária média de 14 a 20 anos, com prevalência maior entre mulheres (55 a 65%), podendo se intensificar na gestação e com alterações súbitas de peso. As áreas mais comuns de surgimento dessa disfunção em mulheres são na região de abdome, nádegas e mamas (KEDE; SABOTOVICH, 2004). As estrias podem também acometer homens, e, nestes casos, os locais mais comuns de surgimento são a região lombossacral e tórax. Teorias de surgimento das estrias Em condições fi siológicas, a derme tem uma quantidade importante de com- ponentes estruturais que garantem a sustentação e a elasticidade tecidual, incluindo as fi bras de elastina e de colágeno. Estas fi bras são sintetizadas por células chamadas de fi broblastos. Segundo Borges (2010), as fi bras elásticas existentes na derme são delgadas e conseguem ceder a trações mínimas, retornando facilmente à sua forma original e, juntamente com as fi bras de colágeno, permitem que a pele tenha uma distensibilidade de 100 a 140%. A Figura 1 mostra as fi bras de colágeno, de elastina e os fi broblastos, estruturas essenciais para a manutenção da sustentação e da elasticidade cutânea. Figura 1. Componentes envolvidos na elasticidade cutânea. Fonte: Adaptada de Sonja Sulis/Shutterstock.com. Fibroblasto Colágeno Elastina Procedimentos estéticos para estrias2 Fisiopatologicamente, o aparecimento das estrias expõe a existência de um desequilíbrio elástico na pele, caracterizando, desse modo, uma disfunção der- matológica com alterações que acometem os fibroblastos, as fibras de colágeno e, especialmente, as fibras de elastina. A principal teoria de desenvolvimento de estrias é mecânica e explica que o surgimento das lesões acontece pelo alongamento cutâneo excessivo, capaz de provocar o estiramento das fibras elásticas, causando a ruptura destas e o surgimento das lesões (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Nesse sentido, quaisquer situações que cursem com o estiramento rápido e/ ou excessivo da pele podem gerar o surgimento das estrias. Isso, porque a pele tem uma certa capacidade de elasticidade que permite que ela seja distendida e retorne ao seu estado normal sem lesões. Entretanto, em situações em que essa distensão é maior que a capacidade da pele em distender e retornar ao estado normal, há a ruptura de certas fibras de elastina e colágeno, gerando a estria (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A Figura 2 mostra os sinais fisiopatológicos encontrados nas estrias. A ruptura das fibras de elastina na derme gera uma depressão na pele, resultado da atrofia da epiderme e da redução dos elementos de sustentação da derme. Figura 2. Sinais fisiopatológicos encontrados nas estrias. Fonte: Adaptada de charless/Shutterstock.com. Pele saudável Pele com estrias Colágeno ColágenoGordura Gordura Pele Pele A�namento da epiderme Ruptura das �bras elásticas da derme 3Procedimentos estéticos para estrias Entretanto, mesmo a teoria mecânica justificando o surgimento das estrias, atualmente há algumas controvérsias na literatura sobre essa teoria afirmando que, isoladamente, a causa mecânica não é capaz de explicar os surgimentos de todos os quadros de estrias. Por isso, a literatura, em geral, defende que o surgimento das estrias está relacionado ao estriamento cutâneo excessivo (teoria mecânica), mas também está atrelado a fatores endócrinos e de predisposição genética e a fatores infecciosos. Em relação à teoria endócrina e de predisposição genética, defende-se que alguns fatores genéticos associados a genes determinantes estão relacio- nados à menor formação do colágeno e da elastina na pele de pacientes com estrias. Essa teoria define ainda que o surgimento das estrias está associado a hormônios esteroides, liberados fisiologicamente no organismo, e pelo uso de medicamentos corticoides, utilizados de maneira tópica ou sistêmica. Por isso, a maior concentração de hormônios esteroides na adolescência justifi- caria, por exemplo, a maior prevalência de estrias nessa fase, assim como o uso de medicamentos corticoides por tempo prolongado também induz o surgimento das estrias. Borges (2010) ainda cita outras alterações que podem surgir em relação aos fatores endócrinos. A elevação nos níveis de estrogênio, os distúrbios nutricionais e o estresse são exemplos de causas endócrinas para o desenvolvimento de estrias. Para Guirro e Guirro (2004), a ação desses medicamentos, os hormônios, os distúrbios nutricionais e o estresse sobre a pele causam um efeito catabólico de proteínas, provocando afinamento dos tecidos e hipotrofia tecidual, resultando no aparecimento das lesões. Por fim, a teoria infecciosa define que processos de infecção no organismo causam danos às fibras elásticas, provocando as estrias. Contudo, essa teoria não parece justificar completamente o surgimento das lesões, uma vez que, nas doenças infecciosas, as estrias podem ser causadas pelo uso de medicamentos corticoides, o que seria justificado pela teoria endócrina. Desse modo, considera-se que as estrias têm causa multifatorial, uma vez que há vários fatores envolvidos no seu desenvolvimento, incluindo fatores mecâ- nicos, predisposição genética e familiar e, ainda, fatores endócrinos (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Considerando essas teorias, Perez e Vasconcelos (2014) citam algumas causas específicas que levam ao surgimento de estrias mais comumente: gestação, crescimento rápido na adolescência, obesidade, hipertrofia muscular, alterações hormonais, hereditariedade, tratamentos prolongados com corticoides, além de condições que levam à compressão dos tecidos e, consequentemente, à redução da circulação sanguínea, como no uso de roupas excessivamente apertadas. Procedimentos estéticos para estrias4 Fases das estrias Inicialmente, as estrias cursam com o surgimento de um processo infl amatório local e com a evolução da disfunção. Esse processo infl amatório se resolve, mas podem ser evidenciadas alterações nos tecidos com sinais de hipotrofi a tecidual. Conforme a fasee as características clínicas apresentadas pelas estrias, elas podem ser classifi cadas em estrias rubras e estrias albas. Estrias rubras (vermelhas) recebem esta denominação devido à coloração rosada das estrias. Em fase inicial, o surgimento das estrias pode causar graus variados de sintomatologias ou, ainda, pode ser assintomático em alguns casos. Em relação à fisiopatologia, a pele passa por rupturas traumáticas das fibras de elastina, de modo que resulta na instalação de um processo inflamatório local intenso com dilatação de vasos sanguíneos e aumento da circulação local, associado a edema e infiltração celular, com ação principalmente de células macrófagas (BORGES, 2010). Em geral, os primeiros sinais clínicos relatados pelos pacientes são prurido local, dor, erupção papular plana e a região da estria fica com uma cor levemente eritematosa (avermelhada). Esta coloração da estria mais avermelhada em fases iniciais da disfunção é resultado do processo inflamatório local e esses sinais podem se estender para além dos limites da estria, sendo evidenciados sinais inflamatórios ao redor delas (KEDE; SABOTOVICH, 2004). Estrias albas (brancas) recebem este nome em virtude da coloração esbran- quiçada. Sobre a fisiopatologia, depois de tempos de instalação das estrias, estas passam a ter uma cor mais esbranquiçada, com aspecto de nacaradas, resultado do término do processo inflamatório local. Nessa fase, a pele da região estriada se encontra com sinais mais visíveis de hipotrofia, com redução na espessura da pele, decorrente da redução do número e do volume de elementos estruturais na pele. Essa atrofia tecidual atinge a derme especialmente onde as fibras de elastina, previamente rompidas, apresentam-se com muitas alterações e, além disso, a pele da região se apresenta com inatividade das células chamadas de fibroblastos, res- ponsáveis pela síntese de novas fibras de elastina (CORDEIRO; MORAES, 2009). Devido a essa redução da atividade dos fibroblastos, as fibras de colágeno se encontram finas, desenroladas, fragmentadas, separadas por uma quantidade abundante de substância fundamental amorfa, fazendo com que a epiderme fique aplainada e fina (REZENDE; PINHEIRO; MENDONÇA, 2016). Além da coloração esbranquiçada, nessa fase, é possível identificar sinais de secura, adelgaçamento, pregueamento, pele ressecada e, ainda, pouco elástica, não sendo mais evidenciados edema e rubor nas lesões (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Na Figura 3 é possível visualizar as diferenças entre esses dois tipos de estrias. 5Procedimentos estéticos para estrias Figura 3. Tipos de estrias. Fonte: (a) michaelheim/Shutterstock.com; (b) TY Lim/Shutterstock.com. O conhecimento acerca das alterações que ocorrem em cada fase das estrias é de extrema importância para se compreender os sinais e sintomas da disfunção, bem como para que se possa compreender como as abordagens terapêuticas estéticas irão atuar. 2 Recursos estéticos Atualmente, estão sendo aplicadas diversas abordagens terapêuticas, de modo a amenizar os sinais das estrias e melhorar a qualidade da pele. Todavia, como as causas do surgimento das estrias ainda não são totalmente conhecidas, mesmo com o emprego de muitas modalidades terapêuticas, ainda há uma alta incidência de tratamentos estéticos insatisfatórios, fazendo com que as estrias continuem sendo um importante alvo de estudos visando a encontrar um tratamento mais próximo do ideal (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Nesse sentido, os tratamentos empregados nas estrias visam à prevenção de novas lesões, à redução da extensão e da profundidade das lesões, sem, no entanto, garantir o desaparecimento total das lesões. Considerando a fisiopatologia, o tratamento das estrias deve incluir abordagens terapêuticas que melhorem a hidratação cutânea, reduzam a inflamação (quando existente), restaurem o manto hidrolipí dico, além da utilização de abordagens que aumentem a microcirculação e estimulem os fibroblastos, de modo que haja incremento na produção de colágeno e elastina na pele estriada (PEREZ; VAS- CONCELOS, 2014). Todavia, vale ressaltar que a escolha da abordagem terapêutica deve respeitar a fase em que as estrias se encontram, inicial ou tardia. Considerando estas fases, no início do processo patológico, quando as estrias se encontram avermelhadas, indica-se a utilização de recursos terapêuticos que reduzam o Procedimentos estéticos para estrias6 processo inflamatório existente e que melhorem as condições de elasticidade da pele. Vanzin e Camargo (2011) comentam que o tratamento das estrias, quando empregado em fases iniciais, tem maiores chances de sucesso, quando comparado aos tratamentos empregados em fases mais avançadas. Em contrapartida, em fase tardia, quando as estrias já têm a coloração esbranquiçada, as abordagens terapêuticas seguem outros objetivos, uma vez que nessa fase não há mais processo inflamatório. Nesse sentido, em estrias brancas, as abordagens terapêuticas devem estimular a síntese de elastina e colágeno, melhorar a hidratação da pele e estimular a síntese de proteínas e outras estruturas de sustentação da pele por meio da estimulação dos fibroblas- tos, proporcionando aumento do metabolismo e da circulação local. Vanzin e Camargo (2011) comentam que, nessa fase, os tratamentos empregados devem eliminar o tecido antigo e induzir a produção de um tecido jovem e saudável na região, além de estimular a síntese de matriz extracelular local. Entre as abordagens terapêuticas mais utilizadas atualmente para o manejo das estrias, encontram-se os recursos de eletroterapia, fototerapia e cosme- tologia. Nessas áreas, cita-se, por exemplo, o uso de recursos como: laser fracionado, vacuoterapia, carboxiterapia, eletrolifting, microdermoabrasão por meio do peeling de cristal e do peeling de diamante, microagulhamento, luz intensa pulsada, entre outros recursos. Laser fracionado Quando aplicado sobre a pele, o laser atua em nível celular, promovendo aumento do número de fi bras de colágeno e elastina e da tensão epidérmica, resultando em melhora considerável no aspecto cutâneo (GUIRRO; GUIRRO, 2004). O laser utilizado no tratamento de estrias é do tipo não invasivo, sem poder ablativo, que tem um sistema fracionado, de modo que, ao ser aplicado sobre a pele, não causa dano nos tecidos saudáveis, promovendo, desse modo, um tra- tamento com menos efeitos colaterais. Segundo Rezende, Pinheiro e Mendonça (2016), o laser fracionado gera intervalos entre os trens de pulso da terapia, permitindo menor aquecimento tecidual e, com isso, menor número de lesões. Esse tipo de laser pode ser empregado no tratamento de estrias, conside- rando que a sua aplicação resulta em um aumento na espessura da epiderme e aumento de fibras colágenas e elásticas na derme, além de melhorar a dife- rença de coloração entre a pele saudável e a região da estria. Segundo Guirro e Guirro (2004), o laser fracionado pode ser aplicado tanto em estrias rubras quanto em albas, mas os melhores resultados são obtidos com a aplicação imediatamente após o surgimento da lesão. 7Procedimentos estéticos para estrias Há uma grande preocupação no uso do laser fracionado para tratamento de estrias em pacientes com tipos de pele mais escuras, especialmente nos fototipos de pele V e VI, devido ao risco de complicações, principalmente, hiperpigmentação pós-inflamatória. Por isso, deve-se ter extrema cautela com uso do laser e avaliar com segurança a apli- cação em pacientes com peles mais escuras (REZENDE; PINHEIRO; MENDONÇA, 2016). Vacuoterapia Trata-se de uma técnica que faz a utilização de equipamentos específi cos, baseados na sucção dos tecidos, de modo que promova uma mobilização dos tecidos cor- porais, incluindo a pele e a tela subcutânea, aumentando a circulação sanguínea. Silva et al. (2018) comentam que a ação da vacuoterapia no tratamento das estrias se pauta no aumento da circulação sanguínea local pela mobilização profunda e intensa dos tecidos,assim como a terapia promove também uma certa agressão à pele, um processo inflamatório local, que pode ativar os fibroblastos a produzirem novas fibras de colágeno e elastina. Além desse efeito, a vacuoterapia pode ser utilizada previamente à aplicação de produtos cosméticos, de modo a incrementar a circulação local e aumentar as taxas de permeação dos ativos cosméticos através da pele. Considerando esse efeito, a vacuoterapia está indicada no manejo de estrias. Essa indicação é válida especialmente para as estrias albas, a fim de promover uma estimu- lação tecidual, não sendo indicada na fase de estrias rubras, uma vez que a mobilização profunda dos tecidos pode causar exacerbação do processo inflamatório local. Carboxiterapia A carboxiterapia é uma técnica que se caracteriza pela aplicação terapêutica subcutânea de gás CO2. Para isso, faz-se a utilização de um equipamento, conectado a uma sonda com fi ltro e a uma agulha pequena, por onde o CO2 é aplicado nos tecidos, sendo que o fl uxo e o volume de gás são controlados durante a terapia pelo profi ssional de estética (BORGES, 2010). Procedimentos estéticos para estrias8 Os efeitos terapêuticos dessa técnica estão relacionados, especialmente, com a ação do CO2 nos tecidos. Citam-se como efeitos terapêuticos o aumento da circulação local e a vasodilatação tecidual, aliados à indução de um processo inflamatório local decorrente do trauma causado pela agulha no tecido estriado (ECCARD; FARIAS, 2019). Quando aplicada ao tratamento das estrias, a carboxiterapia promove efeitos químicos (pela ação do gás), efeitos mecânicos (pelo leve desco- lamento da pele com a infusão do gás) e efeito traumático (pela ação da agulha) que, associados, induzem a uma lesão tecidual importante, com consequente indução do processo de reparo tecidual, especialmente pela estimulação de fibroblastos, a fim de gerarem maior síntese de fibras de elastina na pele. Borges (2010) comenta que a técnica de aplicação da carboxiterapia nas estrias deve ser realizada em todas as estrias e em toda a sua extensão. Esse tratamento é indicado tanto no manejo de estrias recentes quanto em estrias mais antigas. A Figura 4 mostra a aplicação desse recurso terapêutico em estrias atróficas, nas quais é possível evidenciar um quadro de eritema intenso, esperado após a aplicação da carboxiterapia. Figura 4. Aplicação da carboxiterapia no tratamento de estrias. Fonte: Adaptada de Borges (2010). Eletrolifting Também chamado de micropunturaç ã o galvâ nica ou galvanopuntura, trata-se de um recurso de eletroterapia no qual se faz utilização de uma corrente galvâ- nica de baixa intensidade associada a uma agulha para promover o tratamento 9Procedimentos estéticos para estrias das estrias. Segundo Perez e Vasconcelos (2014), é uma das modalidades terapêuticas com melhores resultados no manejo das estrias. O equipamento de eletroterapia tem uma caneta acoplada a uma agulha rígida e muito fi na, em geral, de 4mm (BORGES, 2010). Essa agulha é utilizada para fazer pequenas perfuraç õ es na pele estriada na epiderme. O resultado terapêutico é decorrente da ação física da agulha que, ao pene- trar na epiderme, gera uma lesão traumática e induz a um processo inflamatório local associado à ação da corrente elétrica terapêutica que, quando aplicada, estimula a produção de elastina pelos fibroblastos. A indução do processo inflamatório local pela ação da agulha faz com que o organismo desencadeie uma cascata de eventos que culminam com o processo de reparo tecidual e a formação de um novo tecido na região. Segundo Borges (2010), a aplicação do eletrolifting nas estrias gera um estímulo aos fibroblastos, que se encontram “dormentes” nas estrias atróficas. Nesses casos, esse estímulo induz a produção de fibras de colágeno e elastina no tecido, de modo a melhorar as suas características. Além desses efeitos, Oliveira et al. (2020) comentam que o eletrolifting é efetivo no manejo de estrias por proporcionar angiogênese, ou seja, formação de novos vasos sanguíneos, melhorando a nutrição tecidual. Baseando-se nesse efeito, a terapia de eletrolifting está indicada no manejo de estrias albas, a fim de induzir o processo inflamatório local, estimular os fibroblastos e aumentar o metabolismo tecidual, promovendo aumento na produção de elementos de sustentação e elasticidade da pele. Segundo Borges (2010), a aplicação desse recurso nos casos em que ainda há processo inflamatório local pode agravar ou cronificar o processo. Em relação à técnica de aplicação do eletrolifting, as estrias devem ser punturadas uma a uma, pelas laterais, sendo que as perfurações devem se estender por toda a linha da estria. O procedimento pode causar um pouco de dor, mas é suportável (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Para pacientes com muita sensibilidade à dor, o profissional de estética pode fazer uso prévio de anestésico tópico, entretanto, deve-se evitar o uso de anestésicos com ativos anti-inflamatórios associados, uma vez que eles irão reduzir a efetividade do tratamento. Antes da aplicação é importante que a pele seja devidamente higienizada e esfoliada, com a finalidade de evitar infecções e reduzir a resistência à corrente elétrica (GUIRRO; GUIRRO, 2004). A Figura 5 mostra a aplicação dessa abordagem no manejo de estrias albas. Procedimentos estéticos para estrias10 Figura 5. Aplicação do eletrolifting no tratamento de estrias. Fonte: Adaptada de Borges (2010). Indica-se a aplicação da terapia em cada estria uma vez por semana, respei- tando o período para cicatrização. Após o procedimento, orienta-se o paciente a não utilizar roupas apertadas que possam promover atrito na pele e, ainda, deve ser evitada a exposição solar durante o tratamento, a fim de prevenir a formação de lesões hiperpigmentadas. Gestantes; pacientes com predisposição à formação de queloides; pacientes com fototipos de pele mais altos; alterações hormonais; epilepsia; presença de marca-passo; neoplasias e pacientes com doenças metabólicas, renais e cardíacas descompensadas não devem ser submetidos a esse tratamento (PEREZ; VASCONCELOS, 2014). Além disso, esse tratamento não está indicado para ser realizado durante a puberdade, considerando que é uma fase de intensas alterações hormonais e essa característica pode influenciar de maneira negativa nesse tratamento. Microdermoabrasão A microdermoabrasão é caracterizada por uma abordagem que promove uma esfoliação mecânica da pele, causando descamação cutânea superfi cial por meio do uso de elementos abrasivos. Quando aplicados na pele, esses elementos abrasivos removem a camada mais externa da epiderme, induzindo a renovação celular e a formação de um tecido mais jovem e saudável na região. De acordo com o tipo de elemento abrasivo utilizado, a microdermoabrasão pode ser realizada por meio do peeling de cristal ou do peeling de diamante. Segundo Borges e Scorza (2016), o peeling de cristal utiliza microcristais de alumínio, que são jateados sobre a pele mediante pressão positiva e, em seguida, são sugados para dentro do equipamento, juntamente com os restos celulares, 11Procedimentos estéticos para estrias por meio da pressão negativa. Em contrapartida, o peeling de diamante faz utilização apenas de pressão negativa e a esfoliação acontece pelo uso de uma lixa diamantada acoplada na ponteira do equipamento que, ao ser deslizada sobre a pele, gera a esfoliação. Independentemente do tipo de peeling mecânico utilizado, os efeitos tera- pêuticos proporcionados são os mesmos, apenas há algumas particularidades na utilização de cada um desses peelings. Quando aplicada ao manejo de estrias, a microdermoabrasão causa estímulo à renovação celular e aos fibroblastos para a síntese de novas fibras de elastina e, ainda, amplia a permeação de ativos cosméticos através da pele, uma vez que reduz a camada córnea, reduzindo a resistência imposta pela pele na absorção dos cosméticos. Ressalta-se o cuidado como peeling de diamante nos tratamentos para estrias, pois o seu uso indevido e errôneo pode gerar lesões na derme e levar ao surgimento de hipercromias. Microagulhamento A técnica de microagulhamento, também chamada de indução percutânea de colágeno, consiste na aplicação de instrumentos específi cos que geram microperfurações na pele, induzindo um quadro infl amatório local e culmi- nando, ao fi nal desse processo, com a formação de novas fi bras de colágeno. Considerando esse mecanismo de ação, o microagulhamento vem sendo muito utilizado no manejo de estrias albas, especialmente por induzir a atividade dos fi broblastos e atuar sobre as fi bras de colágeno e elastina. Segundo Borges e Scorza (2016), a aplicação do microagulhamento pode ser feita mediante utilização do roller, que consiste em um rolo cilíndrico, no qual há presença de inúmeras microagulhas de diferentes tamanhos. Ao ser deslizado sobre a pele, o roller promove pequenas perfurações e induz um processo de inflamação local e formação de um novo tecido. Quando aplicado no manejo das estrias, essa abordagem possibilita a liberação de fatores de crescimento que auxiliam na redução da atrofia tecidual em estrias albas; proporciona melhora da distribuição de melanina na pele, melhorando a coloração das estrias; estimula a angiogênese; estimula os fibroblastos, aumentando a produção de colágeno; além de atuar aumentando as taxas de permeação de ativos cosméticos. Este efeito é muito importante e acontece porque, ao passar o roller pela pele, criam-se pequenos canais na epiderme, que permanecem abertos por algumas horas. Se for realizada a aplicação de algum cosmético para tratamento das estrias após a aplicação do roller, espera- -se que este consiga atingir maiores taxas de permeação, potencializando os resultados (BORGES; SCORZA, 2016). Procedimentos estéticos para estrias12 A Figura 6 mostra a ação do microagulhamento sobre a pele, com for- mação de um novo tecido na região de tratamento, coloração mais uniforme, textura mais suave, menores depressões teciduais e, ainda, maior elasticidade e sustentação, pela formação de novas fibras de colágeno e elastina na região. Figura 6. Mecanismo de ação do microagulhamento no tratamento de estrias. Fonte: Designua/Shutterstock.com. Dispositivo de microagulha Agulhas estéreis (quebram os �os de colágeno antigos e estimulam a produção de �bras de elastina) Perfuração repetida (a pele sangra levemente) Pele mais suave, mais espessa e mais �rme Epiderme Derme Gordura DepoisAntes Além do uso do roller, o microagulhamento pode ser feito por meio do uso da Derma Pen, que consiste em uma caneta na qual são acopladas as agulhas que irão perfurar a pele, a qual traz os mesmos benefícios que o uso do roller, sendo possível ajustar a profundidade que a agulha irá atingir. Luz intensa pulsada Além das abordagens terapêuticas citadas anteriormente, alguns autores citam a utilização da luz intensa pulsada no manejo das estrias. Ela vem sendo utilizada na área da estética em tratamentos dermatológicos que visam à produção de novas fi bras de colágeno e à ordenação de fi bras elásticas. Baseando-se na capacidade da luz intensa pulsada em atuar sobre as fibras de colágeno e elastina, ela pode ser aplicada na pele estriada com o objetivo de promover a melhora no quadro de atrofia epidérmica, melhorar o edema e aumentar as fibras colágenas, de modo que se possa obter melhora clínica da disfunção (REZENDE; PINHEIRO; MENDONÇA, 2016). A utilização da luz intensa pulsada no manejo de estrias proporciona ainda a melhora da coloração da estria, especialmente quando o tratamento é aplicado em estrias vermelhas (BORGES; SCORZA, 2016). Deve-se tomar cuidado com fototipos altos. 13Procedimentos estéticos para estrias As terapias manuais aplicadas por meio de diferentes tipos de massagens podem também ser aplicadas como recursos terapêuticos no manejo das estrias. Entretanto, vale destacar que a sua ação se baseia apenas na melhoria da circulação e do aumento da permeação de ativos cosméticos através da pele, não sendo capaz de atuar sobre a regeneração tecidual (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 3 Cosmetologia Além das abordagens terapêuticas citadas previamente, o profi ssional de estética pode fazer utilização de ativos cosméticos para o tratamento das estrias visando a melhorar o aspecto das lesões. Para isso, os ativos cosméticos devem ser corretamente indicados para cada fase das estrias e devem ainda ser utilizados com regularidade, potencializando os efeitos. Segundo Ribeiro (2010), o uso de cosméticos no tratamento de estrias pode atuar mediante: melhora da hidratação cutânea, garantindo que a pele tenha maior ca- pacidade de elasticidade, melhorando a textura da pele que se encontra desidratada e, ainda, prevenindo o surgimento de novas estrias; estimulação da circulação local; estimulação da regeneração dérmica. A seguir, são descritos alguns dos principais ativos cosméticos empregados na prevenção e/ou no tratamento de estrias. O alfa-hidroxiácido, em especial o ácido glicólico, promove melhora da textura da pele, uma vez que induz a síntese dérmica de ácido hialurônico e de glicosaminoglicanos pelos fibroblastos, resultando em maior hidratação e aumento da espessura da pele. Milreu (2012) cita ainda que o ácido glicólico é muito utilizado no tratamento de estrias em fototipos baixos por penetrar facilmente na pele, sendo indicado também para promover o afinamento e a hidratação da pele. Procedimentos estéticos para estrias14 Dentro da cosmetologia, pode-se fazer o uso de alguns ácidos, a fim de promover uma esfoliação controlada da epiderme por meio de um tratamento chamado de peeling químico. Este recurso é muito empregado no tratamento de estrias, em especial, por meio da aplicação de alfa-hidroxiácidos, como o ácido glicólico, por exemplo (REIS; VIERA, 2018). O ácido hialurônico é um componente natural da derme, mas quando aplicado topicamente, gera estímulo dos fibroblastos e, com isso, aumenta a produção de colágeno, podendo ser utilizado, inclusive, em associações com massagens durante a gestação (COSTA, 2012). A bromelina, ativo esfoliante, atua removendo a camada mais externa da epiderme (RIBEIRO, 2010). A vitamina C (ácido ascórbico) apresenta a propriedade de promover a síntese de colágeno, pois atua como um cofator essencial para algumas enzimas necessárias para a síntese de colágeno dos tipos I e III. Além disso, no tratamento das estrias, o efeito associado do ácido ascórbico e do ácido glicólico é muito efetivo (COSTA, 2012). O extrato de Aloe vera, por conter mais de 200 ingredientes em sua composição, é um ativo muito utilizado na área da cosmetologia. Entre os ingredientes, a Aloe vera é rica em vitaminas E, A, C, enxofre, minerais, cálcio, zinco, magnésio, selênio, além de ter diversos aminoácidos, enzimas e polissacarídeos. Quando aplicado aos tecidos, o extrato de Aloe vera tem capacidade de permeação muito grande, promovendo a hidratação das células mais externas da epiderme e, também, das células de camadas mais profundas (MILREU, 2012). Quando aplicado nas estrias, age promovendo o aumento da elasticidade da pele, além de atuar com efeito anti-inflamatório e potencia- lizador da circulação tecidual. Nesses casos, pode-se aplicar esse ativo tanto em estrias em fases iniciais quanto em estrias mais antigas. A Centella asiatica se destaca pelo estímulo à atividade dos fibroblas- tos, além de ter um efeito antagônico aos glicocorticoides. Pode ser também utilizada em associação com massagens em gestantes, de modo a prevenir a formação de estrias (COSTA, 2012). O d-pantenol tem ação hidratante sobre a pele, além de acelerar a renovação celular e ter ação anti-inflamatória. O extrato de laranja e o extrato de limão atuam reduzindo a inflamação, melhorando 15Procedimentos estéticos para estrias a circulação, a elasticidade e ainda têm efeito hidratante na pele.O extrato de papaia tem como ingrediente principal a papaína que, quando aplicada na pele estriada, tem ação anti-inflamatória, além de auxiliar na esfoliação leve da epiderme (RIBEIRO, 2010). A escina tem ação anti-inflamatória, promovendo o restabelecimento da circulação normal do tecido. O extrato de trigo tem propriedades antioxidantes e age na reepitelização cutânea, além de ativar a síntese e o movimento de fibroblastos (COSTA, 2012). Os fatores de crescimento são definidos como moléculas biologicamente ativas que regulam diretamente o ciclo celular, influenciando nas taxas de renovação celular. Em condições fisiológicas, as células do próprio organismo produzem essas moléculas, como macrófagos, fibroblastos, queratinócitos, entre outras células. Entretanto, essas moléculas podem também ser aplicadas externamente, por meio de cosméticos, visando a intensificar o processo de divisão celular e, consequente- mente, a renovação dos tecidos. Para isso, podem ser utilizados diversos tipos de fatores de crescimento, entre eles o fator de crescimento transformador e o fator de crescimento derivado de plaquetas são os mais utilizados no manejo das estrias. Segundo Borges e Scorza (2016), o fator de crescimento transformador está relacionado à capacidade de induzir a síntese de colágeno e elastina, por isso é amplamente utilizado no manejo de algumas disfunções estéticas, como flacidez, envelhecimento e no tratamento das estrias. O fator de crescimento derivado de plaquetas também pode ser utilizado no tratamento das estrias por induzir angio- gênese (formação de novos vasos sanguíneos), melhorando a nutrição tecidual. O hidrolisado de proteínas atua promovendo a umectação da camada mais externa da epiderme, garantindo maior hidratação tecidual (RIBEIRO, 2010). O lactato de amônio é empregado com função umectante, promovendo a hidratação ativa da camada córnea da epiderme. A lanolina tem uma série de ingredientes que interagem com as células da epiderme, criando um filme de lipídeos, melhorando a hidratação e a elasticidade. As manteigas em geral, quando aplicadas na pele, criam um filme protetor sobre ela, melhorando a hidratação e a elasticidade cutânea. Além desses ativos hidratantes, Costa (2012) cita outros ativos hidratantes que podem ser empregados nos tratamentos de estrias, como: manteiga de cacau, óleo de abacate e óleo de rícino, que têm a intenção de manter a pele mais hidratada e macia. O óleo de oliva, rico em triglicérides e ácidos graxos, forma um filme sobre a pele, promovendo tanto a hidratação quanto a regeneração tecidual (RIBEIRO, 2010). O óleo de rosa mosqueta é composto por ácidos graxos insaturados, carotenoides, flavonoides e vitamina C, por isso, é utilizado com finalidade regeneradora, como hidratante cutâneo e, ainda, como ativo preven- tivo de estrias, em especial, na gestação (MILREU, 2012). Além desses óleos, pode-se fazer uso do óleo mineral, que tem ação semelhante aos demais óleos. Procedimentos estéticos para estrias16 O óleo de amêndoas, por ser rico em proteínas, glicídios, vitaminas B1, B2, PP, B5 e B6, provitamina A e substâncias minerais, atua como emoliente nutritivo, hidratante, protetor dos tecidos, além de melhorar a flexibilidade e a elasticidade da pele, podendo, inclusive, ser utilizado por gestantes para a prevenção ao surgimento de estrias. O tratamento cosmetológico das estrias deve incluir o uso de ativos que promovam o máximo de hidratação cutânea. Segundo Vanzin e Camargo (2011), a pele desidratada tem maiores chances de desenvolvimento de estrias, pois a pele com menores taxas de hidratação tem menor capacidade de elasticidade, predispondo o aparecimento dessa disfunção. A ureia aumenta a ligação de moléculas de água com as células da epi- derme, melhorando a hidratação tecidual e, com isso, a elasticidade da pele (RIBEIRO, 2010). A vitamina E, por ser rica em ácidos graxos essenciais, aumenta as taxas de regeneração tecidual, uma vez que estimula a renovação de células da epiderme. A vitamina F aumenta a regeneração celular, uma vez que estimula a mitose de células da epiderme. Os cosméticos com finalidade de prevenção de estrias podem ser indicados em todas as fases de tratamento, tanto de estrias rubras quanto de estrias albas, considerando que o objetivo é prevenir a ocorrência de novas lesões. A aplicação de cosméticos preventivos de estrias pode ser indicada especial- mente para gestantes, reduzindo a intensidade e a incidência de estrias durante a fase gestacional, considerando que, por questões mecânicas de estiramento da pele e hormonais, a gestante tem uma propensão grande ao desenvolvimento dessas lesões (RIBEIRO, 2010). Nesses casos, os ativos cosméticos podem ser utilizados no ambiente domiciliar por meio da aplicação de formulações hidra- tantes em cremes, promovendo a reposição da hidratação cutânea fisiológica. Em relação aos ativos que podem ser empregados em formulações hidratan- tes preventivas de estrias, citam-se: equaleno, lectina de soja, ureia, lactatos, ceramidas, ácidos graxos e triglicérides (VANZIN; CAMARGO, 2011). Protocolos estéticos de tratamento associados para estrias No manejo das estrias, a aplicação de tratamentos que envolvam a combinação de diferentes recursos estéticos produz melhores resultados clínicos. Esses tratamentos associados podem envolver a utilização de recursos de eletrotera- pia, fototerapia, cosmetologia, recursos manuais, enfi m, de diversos recursos diferentes, a fi m de potencializar os efeitos terapêuticos. 17Procedimentos estéticos para estrias A escolha dos melhores recursos a serem empregados dependerá da ava- liação prévia do paciente, incluindo anamnese e exame físico, de modo que o profissional de estética possa construir um plano de tratamento que atenda às necessidades do paciente. Vale ressaltar que antes da aplicação de quaisquer tratamentos estéticos específicos para estrias é necessário que a pele esteja devidamente higienizada e que a camada de células mortas da epiderme seja removida. Por isso, Perez e Vasconcelos (2014) sugerem a realização de uma esfoliação da pele acometida por estrias previamente à realização do tratamento estético. A seguir, são apre- sentadas algumas sugestões de protocolos de tratamento associados para estrias. Os passos do protocolo de tratamento para estrias albas (eletrolifting + peeling químico) são: 1. esfoliar o local; 2. aplicar ácido glicólico e deixar agir na pele, conforme orientação do fabricante (afinamento epidérmico); 3. após a retirada do ácido, higienizar a pele e aplicar a técnica de eletrolifting; 4. finalizar com filtro solar. Borges (2010) sugere, ainda, além da associação do eletrolifting com peeling químico, a associação com peeling mecânico, carboxiterapia e vacuoterapia, de modo a garantir resultados mais efetivos no manejo das estrias. Além disso, após o eletrolifting, pode-se aplicar algum ativo cosmético destinado ao incremento na síntese de colágeno e elastina. Nesse sentido, pode-se aplicar, por exemplo, produtos à base de vitamina C, uma vez que esse ativo atua na biossíntese de elastina (PEREIRA; BACCOLI; CAMPOS, 2018). O protocolo de tratamento para estrias rubras (microdermoabrasão com peeling de diamante + cosméticos anti-inflamatórios) consiste em: 1. higienizar com álcool 70% e esfoliar cada estria com a caneta diamantada; 2. aplicar cosmético com associação de ativos, como: extrato de laranja, limão e papaia, que têm ação anti-inflamatória. A microdermoabrasão é um recurso que pode ser utilizado associado ao uso de produtos cosméticos antiestrias. Nesses casos, melhores resultados são conseguidos ao aplicar a microdermoabrasão previamente, de modo a reduzir a espessura da epiderme e, na sequência, o ativo cosmético, a fim de aumentar as taxas de permeação dos ativos antiestrias. Procedimentos estéticos para estrias18 Por último, no protocolo de tratamento para estrias albas (vacuoterapia + cosméticosesfoliantes + fatores de crescimento) (OLIVEIRA, 2014), deve-se: 1. esfoliar o local com produto à base de bromelina; 2. realizar a técnica de vacuoterapia sobre as estrias até causar hiperemia; 3. aplicar fatores de crescimento sobre as estrias. Essas são apenas algumas sugestões de protocolos de tratamentos com recursos associados. Contudo, a escolha dos recursos a serem utilizados deve ser pautada na avaliação prévia do paciente, sendo que os protocolos devem ser “construídos” de maneira individual, atendendo às especificidades de cada condição clínica e de cada paciente. Desse modo, são obtidos resultados mais satisfatórios com o tratamento estético. BORGES, F. S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas: dermato-funcional. 2. ed. rev. e amp. São Paulo: Phorte, 2010. BORGES, F. S.; SCORZA, F. A. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016. CORDEIRO, R. C. T.; MORAES, A. M. Striae distensae: fisiopatologia. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 1, n. 3, p. 137-140, 2009. Disponível em: http://www.surgicalcosmetic.org. br/exportar-pdf/1/1_n3_31_pt/Striae-distensae--fisiopatologia. Acesso em: 30 ago. 2020. COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. ECCARD, I. T.; FARIAS, L. Carboxiterapia no tratamento de estrias de distensão: revisão sistemática da literatura. 2019. 18 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) - Centro Universitário CESMAC, Maceió, AL, 2019. Disponível em: https:// ri.cesmac.edu.br/bitstream/tede/455/1/Carboxiterapia%20no%20tratamento%20de%20 estrias%20de%20distens%C3%A3o%20revis%C3%A3o%20sistem%C3%A1tica%20 da%20literatura.pdf. Acesso em: 30 ago. 2020. GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. São Paulo: Manole, 2004. KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. São Paulo: Atheneu, 2004. MILREU, P. G. A. Cosmetologia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. OLIVEIRA, A. L. De esteticista para esteticista: diversificando os protocolos faciais e cor- porais aplicados na área de estética. São Paulo: Matrix, 2014. 19Procedimentos estéticos para estrias Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. OLIVEIRA, J. L. et al. Galvanopuntura no tratamento de estrias. Diálogos - Economia e Sociedade, v. esp., n. 1, p. 37-38, jan. 2020. Disponível em: http://inotec.saolucas.edu. br/index.php/dialogos/article/view/135/96. Acesso em: 30 ago. 2020. PEREIRA, P. C.; BACCOLI, B. C.; CAMPOS, A. G. C. A eficácia do uso da fórmula de nano vitamina C e colágeno na estria após a punturação. Revista de Iniciação Cientifica da Universidade Vale do Rio Verde, v. 8, n. 2, 2018. PEREZ, É.; VASCONCELOS, M. G. Técnicas estéticas corporais. São Paulo: Érica, 2014. REIS, C. T.; VIERA, E. K. Recursos terapêuticos no tratamento de estrias. Revista Saúde Integrada, v. 11, n. 22, 2018. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/229766303. pdf. Acesso em: 30 ago. 2020. REZENDE, P. P.; PINHEIRO, N. M.; MENDONÇA, A. C. Recursos terapêuticos para trata- mento de estrias de distensão: uma revisão sistemática. Jornal de Ciências Biomédicas e Saúde, v. 1, n. 3, p. 59-67, 2016. Disponível em: http://publicacoes.facthus.edu.br/ index.php/saude/article/download/22/RECURSOS%20TERAP%C3%8AUTICOS%20 PARA%20TRATAMENTO%20DE%20ESTRIAS%20DE%20DISTENS%C3%83O%20UMA%20 REVIS%C3%83O%20SISTEM%C3%81TICA. Acesso em: 30 ago. 2020. RIBEIRO, C. J. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2. ed. 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