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Atividade_Cultura brasileira I_ Texto 2

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Segundo a autora Lélia Gonzalez, em “A categoria político-cultural de Amefricanidade”, um olhar novo e criativo está em foco da formação histórico-cultural do Brasil, olhar esse que mostra os brasileiros como ladinoamefricano.
Como por exemplo o “pretoguês”, que a marca de africanização do português falado no Brasil, bem como as similaridades evidentes nas músicas, danças sistemas de crenças, etc. Sendo tudo isso encoberto pelo pela ideologia do branqueamento que minimizam a importância da contribuição negra.
Ainda segundo a autora, as sociedades que formaram a américa latina foram herdeiras históricas dos ideais de classificação social e das técnicas jurídico-administrativas das metrópoles ibéricas. Racialmente estratificadas, concederam formas abertas de separação, mostrando superioridade dos brancos como um grupo dominante, mostrando o mito da superioridade branca internalizado, negando assim a própria raça, e cultura. Mesmo em diferentes sociedades do continente, o sistema de dominação é o mesmo em todas elas: o racismo, estabelecendo assim uma hierarquia racial e cultural: a “superioridade” branca face a “inferioridade” negroafricana. Despojando assim o legado histórico, a dignidade, a contribuição filosófica, cientifica, artística e religiosa. Mas enquanto descendentes de africanos, a herança africana sempre foi a grande fonte revificadora de nossas forças, assumindo a nossa amefricanidade, podemos ultrapassar a visão idealizada, imaginada ou mitificada da África.
A autora Leyla Perrone-Moisés em “Paradoxos do Nacionalismo literário na América latina”, traz um breve resumo sobre a literatura no Brasil colonial, mostrando como a identidade na América Latina foi primeiramente pensada: qualificada como “novo”, precisando assim de história e de cultura, indicando a intenção de reduzir sua identidade, impondo sua história, ou uma história recomeçada. Como a conquista da independência pelos países latino-americanos coincidiu com o Romantismo literário, esses países encontravam-se dependentes economicamente e outra forma ainda mais insidiosa, a dependência cultural. Buscando assim uma essência nacional, visando a conquistar um lugar honroso no conjunto das nações, esbarrando no paradoxo de reforçar o localismo e o provincianismo. Em metáforas e qualificativos utilizados pode-se observar que os latinos americanos ver seu auto reconhecimento de seu caráter atrasado e subdesenvolvido, no sentido biológico, econômico e cultural do termo. Do Romantismo os escritores receberam, o conceito de nação e o sentimento nacionalista. E então as oposições originárias, pelas quais a América Latina tentava se definir face à Europa, desembocaram em paradoxos. O primeiro consiste exatamente na adoção do conceito de nacionalismo em literatura. Um novo paradoxo aparece então: o nacionalismo, para afirmar-se, rejeita o outro e acaba por tender ao racismo, reconhece e exalta a mestiçagem defronta-se com o problema da definição dos limites na acolhida da alteridade, mestiçagem, como ideologia, apresentou-se frequentemente como racismo disfarçado. Na busca de uma identidade totalmente liberada da Europa, alguns intelectuais inverteram o sinal e chegaram a um racismo antibranco, declarando, por exemplo, que Argentina e Uruguai eram demasiadamente europeus para serem considerados América Latina. Independentemente do que possam especular os intelectuais a respeito, a mestiçagem é um fato consumado na América Latina e, em termos culturais e artísticos, produz resultados originais. Ainda segundo a autora houve s dois enganos: a pretensão a uma cultura própria, isenta de toda contaminação estrangeira, e a concepção de uma América Latina uniforme, culturalmente homogênea, nenhuma cultura, nenhuma literatura – a começar pelas das 
nações hegemônicas – se constituiu ou vive sem contaminações. O que ocorre é
exatamente o contrário, e isso é um universal antropológico.
Dentre os principais problemas apontados pelas autoras, algo elas têm em comum, as duas falam sobre a o racismo. É um problema que nós mesmos insistimos em não ver, somos muito diversificados para fazermos acepção de cor ou raça, a autora Lélia mostra ainda forma de libertação, como por exemplo o abandono às reproduções do imperialismo, Já Leyla afirma que os melhores escritores compreenderam que podiam e deviam tirar o melhor desse paradoxo nacionalista. Segundo Lélia somos herança da África, segundo Leyla somos da Europa, isso só reforça nossa multicultura, nossa heterogenia, somos multiétnicos. Porque independente de tudo, somos acima de cor ou raça, somos humanos.

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