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AULA 1 
ÉTICA E RELAÇÕES 
INTERPESSOAIS 
Prof. Adriano Faria 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, trazemos a ética como disciplina nas relações interpessoais. 
Para apresentarmos este contexto, escolhemos cinco temas relacionados à 
ética, iniciando com a sua definição e conceito ao longo de sua história, incluindo 
o aporte à moral e o seu entendimento no desenvolvimento da humanidade, bem 
como a interpretação da ética na atualidade e junto ao mundo empresarial. 
TEMA 1 – ÉTICA – SUA DESCRIÇÃO 
Neste tema, apresentamos o conceito de ética, com reflexões sobre esse 
termo iniciado na Grécia Antiga pelos filósofos e pensadores mais citados, 
Sócrates, Platão e Aristóteles, os quais compreendiam que a conduta humana 
deveria ter base equilibrada a fim de prevenir a falta de ética. 
1.1 O termo “ética” e a sua interpretação etimológica 
O termo “ética” se origina do conceito grego ethos como substantivo, ou 
como ethike, adjetivo, indicando a compreensão de costumes ou de estilo de 
vida. Na tradução de Cícero, ethos passou a ser mos, como termo latino, 
surgindo a palavra “moral”, que se caracteriza como tradução de ética, ou a 
mesma coisa, sendo atribuído a ambos os termos ética e moral o objeto de 
estudo e a crítica sobre esse objeto (Ferraz, 2014). 
A interpretação quanto à similaridade dos termos também foi aceita por 
Tugendhat (2003), quando o autor empregou os termos “ética” e “moral” como 
intercambiáveis, mesmo que autores contemporâneos tenham utilizado critérios 
para fazer a diferenciação entre ambos. Entretanto, na tradução do termo grego 
éthicos para o latim moralis, observamos que mores significa usos e costumes, 
e, em outra tradução, é lido como propriedade de caráter. 
Em sua primeira menção na história, Aristóteles colocou a questão central 
da ética em sua obra Ethica Nicomachea, afirmando que a investigação, a práxis 
e a decisão têm em comum a direção a um bem, e esse bem é o que todos 
anseiam, dando início à ética aristotélica com o estabelecimento da noção de 
felicidade, uma ética eudemonista (Ferraz, 2014). 
 
 
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É nessa ética que se instala a noção de felicidade, definida como uma 
certa “atividade da alma conforme a virtude perfeita, devemos considerar a 
natureza da virtude: pois talvez possamos compreender melhor, por esse meio, 
a natureza da felicidade” (Aristóteles, 1991, p. 14). 
A reflexão sobre a ética foi preocupação frequente na filosofia grega, pois 
o termo “ética” é também atribuído à sede de justiça, relacionada com o desejo 
do homem da realização do bem supremo, constituindo-se como uma das três 
dimensões da filosofia; as outras são a teoria e a sabedoria (Gonçalves, 2016). 
 A práxis humana, portanto, é a ação ética, a atualização imanente de um 
processo que ocorre cotidianamente, e cria o primum notum, ou seja, a base da 
reflexão ética. Se visualizarmos o ethos como costume, ele pode ser explicado 
como o princípio e norma dos atos que formam o ethos como hábito, 
caracterizado em três momentos: costume, ação e hábito. Nesta sequência, a 
prática atua na mediação entre os momentos que constituem o ethos, como 
costume e hábito, “[...] num ir e vir que se descreve exatamente como círculo 
dialético: a universalidade abstrata do ethos como costume inscreve-se na 
particularidade da práxis como vontade subjetiva” (Vaz, 2000, p. 15). 
 Essa circularidade do ethos pode ser melhor visualizada na figura 1. 
Figura 1 – Esquema da circularidade do ethos 
 
 Aristóteles via em todas as atividades humanas o desejo de algum bem, 
destacando a felicidade, que não tem vinculação com prazeres e riquezas, mas 
observa o pensar, que caracteriza o homem e indica a felicidade como a 
atividade da alma, segundo a razão. Já os hedonistas entendem que o bem se 
encontra no prazer, de modo que uma análise na compreensão da ética na 
contemporaneidade coloca a civilização como hedonista, porque a felicidade é 
caracterizada pela aquisição de bens de consumo e quanto à incapacidade de 
tolerar desconforto ou enfrentamento de doenças e morte (Aranha, 1997). 
 
 
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1.2 Para compreendermos a ética 
A ética, no estudo da existência do ethos, é associada ao termo physis, 
ou seja, quando o primeiro se instala na razão profunda da physis como domínio 
da necessidade da natureza, articulando-se em hábitos ou virtudes, conforme o 
finalismo do logos ou da razão. O ethos designa a morada do homem, a casa do 
homem; o homem habita sobre a terra e tem aí um recesso seguro do ethos, 
como um abrigo protetor, conferindo à significação do ethos o costume, o estilo 
de vida e a ação (Vaz, 2000). 
Para que você compreenda a transição: 
O ethos, nesse caso, denota uma constância no agir que se contrapõe 
ao impulso do desejo (órexis). Essa constância do ethos como 
disposição permanente é a manifestação e como que o vinco profundo 
do ethos como costume, seu fortalecimento e o relevo dado às suas 
peculiaridades. O modo de agir (trópos) do indivíduo, expressão da sua 
personalidade ética, deverá traduzir, finalmente, a articulação entre o 
ethos como caráter e o ethos como hábito. (Vaz, 2000, p. 14) 
 Assim, podemos compreender que a ética aristotélica corresponde ao 
entendimento de como o homem atua em sua morada, sendo ela, 
simbolicamente, a sua forma de viver, de costume, agindo para formar em si 
mesmo a própria natureza, o que o conduz ao objetivo da ética, que é a 
felicidade na vida, a eudaimonia, colocada como causa principal dos valores 
morais e finalidade da vida humana (Ferraz, 2014). 
 Definido por Sánchez Vázquez (1969, p. 23), a ética “é teoria, 
investigação ou explicação de um tipo de experiência humana, ou forma de 
comportamento dos homens”. O valor da ética como teoria se encontra naquilo 
que ela explica, e não em prescrever ou recomendar com o objetivo de ação em 
situações concretas. 
 Interpretada como teoria, a ética é a ciência do comportamento moral dos 
homens na sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica de conduta 
humana. Assim explicitada, a ética tem enfoque no setor da realidade humana, a 
qual se denomina moral, constituído esse setor como um objeto por um tipo 
específico de fatos ou ações do homem (Sánchez Vázquez, 1969). 
 Por fim, “a ética, entretanto, não dá mais que um conhecimento 
aproximado do belo (tà kalá) e do justo (tà díkaia), o qual a política toma sob a 
sua responsabilidade visando o bem e se afasta da ciência de que depende” 
(Darbo-Peschanski, 2007, p. 35). 
 
 
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TEMA 2 – O QUE É A MORAL 
Este tema nos permite trazer esclarecimentos sobre a moral, que é 
intrinsecamente associada à ética, porém, permite questionar o que são os bons 
e os maus valores presentes nos relacionamentos entre as pessoas. 
A maneira pela qual vivemos possibilita a percepção da qualidade dos 
valores, maus ou bons, que podem trazer benefícios ou prejuízos ao ser 
humano, por isso o entendimento da ética como uma ciência com fundamentos 
em valores. A decisão do que é bom ou não para o ser humano tem vinculação 
com a forma de se ver o mundo, com a dimensão filosófica do entorno e do que 
o homem utiliza em sua compreensão (Silva et al., 2016). 
Considerando esse conceito com relação à vida de cada um, é possível 
escolher os valores mais importantes de modo a construir a moral individual, a 
ética pessoal, que permite determinar atitudes em sua qualidade e certeza, 
certas ou erradas, boas ou más (Silva et al., 2016). 
Sobre essa questão, Tugendhat (2003) destaca a distinção entre bom e 
ruim, afirmando a necessidade de melhor esclarecer o emprego: algo é bom se 
considerado um determinado objetivo, e pode ser bom ou mau para um indivíduo 
e para seu bem-estar, por exemplo. Entretanto, o termo “bom” pode ser 
empregado como absoluto, sem complementação, o que permite definir a 
palavra “moral”, porque o contrário – ruim – corresponde ao emprego de imoral. 
2.1 Definição de moral 
Aranha (1997, p. 96) definiua moral como “o conjunto de regras de 
condutas consideradas válidas para um grupo ou para uma pessoa”. Inerente a 
essa interpretação, são mencionados os valores, resultados da experiência 
humana em sua relação com o mundo e com os seus pares, indicando que a 
moral existe para que o homem viva melhor, com valores determinados pela 
cultura do contexto em que atua. Exemplos de costumes, culturas, valores e 
morais relacionados são registrados por Aranha no seguinte trecho acerca da 
diversidade de costumes: 
Para algumas tribos, é indispensável matar os velhos e as crianças que 
nascem com algum defeito, o que para nós pode parecer incrível 
crueldade. Na Idade Média era proibido dissecar cadáveres e, no 
entanto, as instituições de justiça tinham o direito de torturar seres 
vivos. Nosso costume de comer bife escandaliza o hindu, para quem a 
vaca é animal sagrado. Isso significa que os valores são em parte 
 
 
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herdados da cultura. [...] Ou seja, a moral existe para se viver melhor. 
Talvez essa afirmação cause espanto, se considerarmos que as regras 
morais são concebidas como condição de repressão humana, sendo, 
assim, geradoras de infelicidade. [...] O que nos interessa enfatizar, em 
um primeiro momento, é que os grupos humanos precisam de regras 
para viver bem. (Aranha, 1997, p. 96) 
A moral é entendida como 
um conjunto de normas e regras de ação destinadas a regular as 
relações dos indivíduos em uma comunidade social, o significado, 
função e validade das mesmas não podem deixar de variar 
historicamente nas diferentes sociedades. (Sánchez Vázquez, 1969, p. 
37) 
Diante disso, é importante saber que, do mesmo modo que uma 
sociedade sucede a outra, a moral concreta e efetiva se sucede e desloca em 
relação às outras. Por isso, a moral, desde a Antiguidade, passando pela Idade 
Média e a moral burguesa da sociedade moderna, constitui-se em sua 
historicidade, de como que a ética – ciência de moral – não pode ser concebida 
como algo imutável, mas deve ser considerada como um aspecto inerente à 
realidade humana, que se modifica com o tempo. Porque é a moral, 
historicamente, um modo de comportamento do ser humano, que se forma e se 
autoproduz gradativamente em seu plano de existência material, prática e em 
sua vida espiritual, que inclui, nessa última, a moral (Sánchez Vázquez, 1969). 
2.2 Estudos contemporâneos sobre moral 
Dos escritos de Aristóteles (1991), considerando a função humana como 
uma atividade da alma, qualquer ação que o homem realizar será bem realizada 
se estiver em consonância com a excelência natural; com isso, o bem do homem 
se caracteriza como uma atividade da alma intrínseca à virtude. A virtude moral, 
por sua vez, é definida como 
[u]ma disposição adquirida da vontade, consistindo em um justo meio 
relativo a nós, que é determinado pela justa regra, tal como o 
determina o homem prudente [...]. A moralidade não está apenas na 
ordem do logos, mas também no páthos (paixão) e no éthos (os 
costumes, de onde vem a palavra ética). [...] a educação moral deve 
esforçar-se para introduzir de forma duradoura a razão nos costumes, 
por intermédio da afetividade, graças à constituição de hábitos [...] A 
virtude, mesmo se ela deve penetrar na parte irracional da alma, é 
racional no seu princípio, como atesta, na sua definição, a referência à 
‘regra justa’. (Novaes, 2007, p. 9) 
 
 
7 
Ferraz (2014), lembrando os registros clássicos de discussão sobre moral, 
situa o entendimento de Platão ao afirmar que a justiça se constitui em virtude 
da alma, de modo que o homem justo e a alma justa viverão bem, deixando 
subjetiva a explicação do que é este bem, porque se o homem vive de forma 
correta moralmente, essa forma de vida se identifica com a felicidade. 
Recentemente, o estudo da moral foi denominado de epistemologia moral, 
paralelamente aos avanços de áreas da Psicologia cognitiva, psicologia 
evolutiva e Antropologia evolutiva. 
Surgiram, também, as ciências que estudam o ceticismo e o relativismo 
moral, permitindo que seja compreendido como surgem os conceitos morais e 
como os juízos morais que são construídos sobre esses conceitos são 
justificados. A questão é: o fim e os meios da ação são legítimos? As 
consequências são moralmente aceitáveis? Se somos seres sociáveis e 
precisamos conviver socialmente, precisamos de regras para o bem conviver e 
de justificativas para as ações e deliberações (Ferraz, 2014, p. 22-23). 
Acerca da moral e da instauração de regras para o bom convívio, Vaz 
(2000) refere os escritos de Nietzsche, intuindo sobre a função educadora do 
ethos e atribuindo à sociedade humana uma história terrível de crueldades, 
quando esta pretendeu educar o homem como um animal para o qual são feitas 
promessas de um ser de responsabilidade e de moral. 
A teoria nietzschiana da origem das noções morais através do longo 
curso histórico de uma educação, que não é senão a impiedosa e 
implacável tarefa de submissão da animalidade no homem, inspira, por 
sua vez, a tese, hoje vulgarizada, da origem da moral a partir da 
proibição e do interdito, acompanhados dos respectivos castigos e 
sanções. (Vaz, 2000, p. 27) 
Para Novaes (2007), a moral moderna exerce um fascínio pelo artifício, 
pela aparência e por respostas prometidas. Em uma síntese: Jean Starobinski – 
a denúncia das aparências é um lugar-comum de antiga retórica moral; 
Montaigne – difícil fugir do malefício do parecer; Rousseau – aparência e mal 
são quase sinônimos; Nietzsche – dialética da máscara ou da aparência; 
Merleau-Ponty – contradição operante; Valéry – a importância da obra do 
espírito. Assim, 
Teatro do mundo para Montaigne, dissimulação e máscara em 
Nietzsche, experiência do mundo em Merleau-Ponty, artifício, 
admiração, encenação, ilusões e fantasia para os contemporâneos, 
esses são os fundamentos da ética da aparência que não cessa de 
desafiar o humano. (Novaes, 2007, p. 13) 
 
 
8 
Este humano é o civilizado, que aceita ordem de potências e deveres, 
nascidos de costumes, opiniões e julgamentos: moral. 
TEMA 3 – HISTÓRIA DA HUMANIDADE 
Neste tema, buscamos relatar aspectos da história da humanidade, de 
modo sucinto, e também abordar a virtude e os valores humanos com base nos 
registros que são disponibilizados pela literatura. Harari (2015) apresenta na 
história da humanidade três revoluções, às quais atribui mudanças no curso da 
história: a Revolução Cognitiva, de 70 mil anos atrás; a Revolução Agrícola, de 
12 mil anos atrás; e a Revolução Científica, que existe há 500 anos. 
Em obra de van Loon (2004), a evolução do mundo e do homem é escrita 
nas lutas de diferentes povos pela sobrevivência, iniciando com os primeiros 
ancestrais, o que nos remete ao homem pré-histórico. Depois, com a descrição 
sobre o Egito, o autor segue com os povos sumérios, hebreus, fenícios, indo-
europeus e chega aos gregos, em suas cidades e filósofos. 
Com eles, a história mostra que os gregos não buscavam a grandeza 
como ideal de vida, mas a moderação em todas as coisas fazia parte da 
literatura e dos pequenos templos. 
Encontrou expressão nas roupas que os homens usavam e nos anéis e 
nas pulseiras de suas esposas. Seguiu as multidões que foram ao 
teatro e obrigou-os a censurar qualquer dramaturgo que ousasse pecar 
contra a lei férrea do bom gosto ou do bom senso. (van Loon, 2004, p. 
39) 
O desenvolvimento econômico tem sido atribuído à Revolução Industrial e 
à colonização de territórios ultramarinos, sendo iniciativa da Grã-Bretanha, no 
final do século XVIII, e fora da Europa, pelos Estados Unidos, após a Guerra 
Civil Americana (Chalton, 2017). 
Ao final do século XIX e início do século XX, havia um otimismo de 
crescimento econômico no mundo, o qual foi dizimado pela realidade da 
Primeira Guerra Mundial. Quando saiu do âmbito dos exércitos e alcançou as 
populações, “a moral e as convenções de guerra foram abandonadas em favor 
de uma soturna luta pela sobrevivência”(Chalton, 2017, p. 44). Foi na década de 
1920 que o crescimento econômico e cultural foi destaque nas cidades norte-
americanas, pois a produção em massa alimentava o consumo crescente 
também de aparelhos domésticos e de veículos, predominando automóveis Ford 
(Marriott, 2015). 
 
 
9 
Os avanços na indústria aeronáutica e na construção civil, o 
surgimento do rádio e do cinema, a popularização do jazz, tudo 
contribuía para um sentimento geral de modernidade. Essa era de 
prosperidade terminou abruptamente com a Quebra da Bolsa de Nova 
York, em 1929, que sinalizou o início da Grande Depressão. Os bancos 
norte-americanos foram obrigados a recolher seus depósitos na Europa 
e a aumentar suas tarifas. Todos os países foram afetados duramente 
e o comércio internacional despencou. (Marriott, 2015, p. 126) 
O surgimento da democracia, na década de 1930, foi seguida pela 
promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que concedeu 
direitos às crianças de não realizarem o trabalho infantil e alcançou outros 
setores da sociedade por meio de uma revolução social, quando nações criaram 
mecanismos para que a população recebesse ajuda do Estado, um sistema de 
bem-estar igualmente disponível a todos (Chalton, 2017). 
3.1 Valores e virtudes do homem 
Na evolução do mundo, o homem tem atuado como criador e 
transformador, chamado constantemente a inovar, sem medo de caminhar por 
trechos desconhecidos e nem de abrir novas alternativas para a humanidade. A 
solidariedade e a política são inatas ao homem, que busca criar ou afirmar seus 
vínculos com as outras pessoas e com o ambiente. É natural para si a paz e a 
violência, o amor e o ódio, mas busca participar sempre disposto ao 
compromisso. “A visão e a projeção de sua vida são transcendentes e 
universais, ultrapassando o quadro de si mesmo, de sua família e de sua pátria 
para abarcar as dimensões da humanidade e do Universo” (Díaz, 1994, p. 13). 
Dos escritos de Aristóteles (1991), já havia a indicação sobre a virtude 
humana, porque humano era o bem e humana a felicidade buscada. Esta virtude 
humana é, portanto, não a do corpo, mas da alma, e felicidade chamada de 
atividade da alma. A virtude também é apontada em diferentes espécies: 
A virtude também se divide em espécies de acordo com esta diferença, 
porquanto dizemos que algumas virtudes são intelectuais e outras 
morais; entre as primeiras temos a sabedoria filosófica, a 
compreensão, a sabedoria prática; e entre as segundas, por exemplo, 
a liberalidade e a temperança. Com efeito, ao falar do caráter de um 
homem não dizemos que ele é sábio ou que possui entendimento, mas 
que é calmo ou temperante. No entanto, louvamos também o sábio, 
referindo-nos ao hábito; e aos hábitos dignos de louvor chamamos 
virtudes (Aristóteles, 1991, p. 28-29) 
Dentre as virtudes consideradas ideais ao ser humano, adaptado de Díaz 
(1994), relacionamos as seguintes: 
 
 
10 
respeito: não violar a dignidade dos outros com palavras, atitudes, atos; 
tolerância: todos temos falhas e limitações; aceitação: somos 
diferentes, pensamos diferente; não rejeitar o outro porque ele é 
diferente; amabilidade: ser amigável e sorrir; ter compaixão; querer e 
se deixar ser amado, não viver cheio de ódio ou ressentimento; 
perdoar: todos cometemos erros e às vezes cometemos injustiças, mas 
todos merecemos uma segunda chance; compreender: tentar se 
colocar no mundo e nas circunstâncias das pessoas; se colocar no 
lugar delas; servir: oferecer ajuda sem esperar que lhe peçam e sem 
buscar recompensa ou reconhecimento; justiça: nunca atropelar ou 
prejudicar os direitos de terceiros; dar a cada um o que seu, o que ele 
merece; sinceridade: evitar hipocrisia e conversa fiada; não viver em 
uma fachada e simulação; positividade: ver o que há de bom nos 
outros e no mundo ao redor; não se lamentar tanto. (Díaz, 1994, p. 90-
91) 
Finalizando este tema, destacamos que a face social e familiar contempla 
as relações entre as pessoas e grupos com o ambiente, tendo seu início na 
família, país, universidade, amigos e vizinhança. Ao homem, é necessário que 
busque enriquecer os seus relacionamentos sociais, pois 
da qualidade de tais relações sociais surge o enriquecimento mútuo 
que promove uma sociedade humanamente enriquecida. Por natureza, 
somos sociais. Isolamento, egoísmo e conflito destroem a humanidade. 
(Díaz, 1994, p. 21) 
TEMA 4 – A ÉTICA NA ATUALIDADE 
Para este tema, a versão moderna da ética é abordada com a descrição 
da visão de autores sobre as divisões desta, contemplando diferentes áreas e 
formas de comportamento, bem como a conduta humana e as tendências 
futuras da ética. 
Apresentada em três grandes ocorrências, a ética é mais presente nos 
estudos aristotélicos, da cultura grega de comportamento moral, não atribuída a 
todos; o segundo grande momento da ética é mencionado na Idade Média, com 
a Igreja Romana estabelecendo o comportamento recomendado à vida social do 
indivíduo; o terceiro momento corresponde à contemporaneidade, abordando um 
problema ético equivalente à experiência moral (Paim, 2003). 
A ética contemporânea é ínsita à filosofia contemporânea, essa iniciada 
ao final do século XVIII, marcado pela Revolução Francesa, e avançando pelos 
séculos XVIII, XIX e XX, com denominação de filosofia pós-moderna e 
contemplando pensadores que abordaram a ética. Dentre eles, Hegel, 
Feuerbach, Schopenhauer, Kierkegaard, Comte, Marx, Lukács, Nietzsche, 
Husserl, Heidegger, Sartre, Russel, Wittgenstein, Adorno, Benjamin, Habermas, 
Foucault, Derrida, Popper e Bauman (Bezerra, 2021). 
 
 
11 
Bauman (2009), ao escrever sobre a ética moderna, sugeriu que: 
Não deixar de lado as preocupações morais modernas características, 
mas em rejeitar as formas modernas típicas de abordar os problemas 
morais; isto é, responder aos desafios morais com normas coercitivas 
na prática política, bem como a busca filosófica de absolutos, 
universais e suportes de teoria. Os grandes problemas éticos – direitos 
humanos, justiça social, equilíbrio entre cooperação pacífica e 
autoafirmação – não perderam sua validade; basta vê-los e abordá-los 
de uma nova maneira. (Bauman, 2009, p. X-XI) 
A ética filosófica do século XIX – fiel às tradições do moderno interesse 
por tudo o que é subjetivo – se esgota na análise da consciência moral e de 
suas ações. A preocupação com o conteúdo objetivo das demandas, mandatos 
e valores morais tem sido ignorada pela ética filosófica; “a pura ética do dever e 
obrigação moral, toda moralidade puramente imperativista [...] cometem o erro 
de negligenciar a plenitude da vida” (Hartmann, 2011, p. 51). 
4.1 A conduta humana para a contemporaneidade 
Indispensável pensar que uma nova narrativa humana tem se 
apresentado nos meios de comunicação, criada no espaço virtual. Bauman e 
Donskis (2014, p. 11-12) comentam sobre o mal presente nas guerras e em 
ideologias totalitárias e revelado contemporaneamente na falta de reação ao 
sofrimento do outro, “quando nos recusamos a compreender os outros, quando 
somos insensíveis e evitamos o olhar ético silencioso”. 
A compreensão da ética como resultado dos processos naturais da 
evolução humana deve preconizar no homem a disposição baseada em reações 
afetivas, e os comportamentos éticos devem ter a sua origem em processos 
cerebrais, pois sendo a ética uma função natural do ser humano, deverá 
registrar avanços na maturidade do indivíduo, a exemplo de outras funções 
naturais. É assim que o desenvolvimento de competências morais na criança 
permite compreendê-la naquilo que mostra como disposição inata à ética e o 
que tem como aprendizado pelas regras próprias da cultura (Changeux, 1996). 
Citando o filósofo Hume, Paim (2003) descreve sobre os limites do dever 
de cada ser humano, precisando que se estabeleça um lado no qual se 
encontrem os verdadeiros interesses da humanidade. 
Se por acaso uma opinião errada a destrói, porque a aceitamos 
baseadosem falsas aparências, logo que uma experiência mais 
impetuosa e um raciocínio mais sadio nos dão uma nação mais justa 
dos negócios humanos, nós renegamos nosso primeiro sentimento e 
reajustamos as fronteiras do bem e do mal, segundo a moral. [...]. Mas 
 
 
12 
de onde provém a circunstância de que os homens sejam instados e 
estimulados a seguir aqueles comportamentos que estão associados à 
virtude? (Paim, 2003, p. 115-6) 
De fato, a simpatia leva o indivíduo a se identificar com o outro, porque o 
ser humano tem sentimentos de vergonha, dor e alegria por outra pessoa, ainda 
que determinadas reações não sejam percebidas, de modo geral. Trata-se de 
um sentimento que possibilita a criação de laços que se solidificam no âmbito 
social, levando o homem a adotar o comportamento virtuoso que a sociedade 
aprova (Paim, 2003). 
4.2 Tendências futuras da ética 
A ética, nas modernas concepções, tem sido inserida para além da busca 
pela felicidade, segundo Aristóteles (1991, p. 9), identificada esta felicidade 
como honra, sendo esta, pois, “a finalidade da vida política”, embora seja 
subjacente à opinião de Sánchez Vázquez (1969) acerca da moral como 
conduta própria do homem como ser histórico, social e prático, responsável por 
transformar o mundo ao seu redor, porquanto é o comportamento moral a 
manifestação da natureza humana e mesmo a moral e suas alterações 
fundamentais são uma parte da história humana, inseparável da atividade 
prática – material e espiritual. 
É possível compreender a ética na ocupação de espaços sociais mais 
amplos, pela necessidade de levar a moralidade ao início do processo ético e 
que a responsabilidade moral seja enraizada desde o princípio na forma de ser 
do homem, sob o risco de não poder buscá-la mais tarde (Bauman, 2009). 
A ética assume lugar na Psicologia, na Pedagogia, na Política e na 
História, na Arte e na configuração artística como campo de orientação para o 
fenômeno moral; de outro lado, há a tendência de cursar caminhos errados na 
ética filosófica, que compreendem o egoísmo e o altruísmo. Com o egoísmo, “o 
forte subjuga os fracos, usa-os; sua palavra é lei; mas, porque eles o servem, ele 
tem que cuidar deles – para seu próprio interesse” (Hartman, 2011, p. 112). 
Já quanto ao altruísmo: 
A linguagem comum chama a ação de autossacrifício de ‘altruísta’. Ele 
quer estabelecer, com isso, uma oposição ao egoísmo: o objetivo não 
está em si mesmo, mas no de outrem. Ora, se a teoria diz que aqui, 
como em geral, o objetivo é sempre algo que me ‘satisfaça’, então 
pode-se objetar: o que me satisfaz aqui é a satisfação das outras 
pessoas. Chamamos precisamente esse tipo de autossatisfação de 
altruísta. 
 
 
13 
Esse tipo de satisfação não torna o bem-estar do outro um meio para o 
próprio prazer, mas antes alegra-se com o bem-estar do outro em prol 
do próprio bem-estar do outro. (Hartman, 2011, p. 114) 
Além dessas ciências mencionadas, a ética é relacionada à bioética 
(Changeux, 1996); à economia (Sen, 2009); à antropologia e à história (Sánchez 
Vázquez, 1996); geral e profissional (Nalini, 2020); direitos humanos (Calgaro; 
Biasoli; Erthal, 2016); direitos humanos e meio ambiente (Nodari; Calgaro; 
Síveres, 2017); da informação (Gomez; Cianconi, 2017), dentre outras áreas. 
TEMA 5 – ÉTICA E O MUNDO EMPRESARIAL 
A ética no mundo empresarial faz parte do presente tema sobre ética, 
considerando que essa ciência abrange outras ciências e modos de vida em 
conceitos modernos de ações e de comportamentos humanos. 
O comportamento ético nas organizações tem sido vinculado à 
responsabilidade social, uma ideia associada à ação empresarial e lucrativa, que 
pode incluir ou não ações filantrópicas com a comunidade. Nas ações 
gerenciais, as tomadas de decisão têm sido uma das principais habilidades 
desejadas, e a responsabilidade de um gerente deve priorizar a ética nas 
relações, devendo a ética ser “como um abrigo nas empresas, para ser utilizada 
como um norte, uma direção no meio organizacional” (Bedor, 2019, p. 98). 
5.1 Noções do surgimento da ética empresarial 
Presente nas apresentações, relatórios e projetos de empresas, a ética 
empresarial aparece nesse setor desde a década de 1970, delineada nos 
Estados Unidos. Ao longo do tempo, foram implantados Códigos de Conduta e 
Códigos de Ética relacionados às atividades de negócios e às regras que as 
orientam como aspectos importantes da responsabilidade corporativa, criando-
se o conceito de Ética Organizacional (Humberg, 2008). 
O objeto da ética empresarial tem abordagem recente, saindo de um 
conjunto simples de teorias éticas e de 
algumas considerações gerais sobre a justiça do capitalismo e de 
alguns casos de negócios já prototípicos – a maioria deles infortúnios, 
escândalos e catástrofes que mostraram a face mais sombria e 
irresponsável do mundo dos negócios. A ética nos negócios era um 
assunto sem crédito em toda a filosofia ‘central’, sem um escopo 
conceitual próprio. [...] em um mundo filosófico cativado por ideias não 
mundanas e mundos meramente ‘possíveis’, a ética dos negócios 
estava muito interessada na moeda comum da troca cotidiana: 
 
 
14 
dinheiro. Mas a própria filosofia voltou-se para o ‘mundo real’ e a ética 
empresarial encontrou ou criou um lugar na junção entre ambos. 
(Salomon, 2004, p. 484) 
Com este despertar, a ética empresarial passou a ser aplicada como 
teoria da escolha social, com análise formal na ética empresarial e na interação 
e imersão de especialistas em ética empresarial no mundo eficaz dos 
executivos, sindicatos e pequenas empresas (Salomon, 2004). 
Nos ensinamentos de Sen (2009), a questão ética na economia já havia 
sido mencionada por Aristóteles, quando via na ética a possibilidade de uma 
visão ampla desta e da política. Ao longo do tempo, as teorias de Adam Smith se 
distanciaram da análise ética dos sentimentos e do comportamento e refletiram o 
desenvolvimento da economia moderna; em outras observações, a miséria, a 
necessidade de empatia e o papel do comportamento ético nas relações 
humanas, em especial nas normas de conduta, constantes nos escritos de 
Smith, foram abandonadas na medida em que caíram em desuso na economia. 
Sob essa argumentação: 
Uma vez que o comportamento real dos seres humanos é afetado por 
considerações éticas e influenciar a conduta humana é um aspecto 
central da ética, deve-se admitir que as concepções da economia do 
bem-estar têm algum impacto sobre o comportamento real e, em 
consequência, devem ser importantes para a economia logística 
moderna. (Sen, 2009, p. 7) 
A economia e a ética, entretanto, promoveram entre si uma distância 
significativa, compreendida como uma das principais deficiências da teoria 
econômica contemporânea, um empobrecimento que se relaciona de modo 
direto, “tendo como grave consequência a diminuição, alcance e relevância da 
própria economia do bem-estar” (Sen, 2009, p. 22). Ideias sobre política salarial 
que afetem o comportamento dos trabalhadores, por exemplo, influenciam o 
próprio problema de incentivo salarial introduzido na análise da economia. 
5.2 O campo da ética empresarial 
De acordo com Humberg: 
[a] ética empresarial (ou organizacional, num sentido mais amplo) 
envolve a definição clara de posturas adotadas pela empresa e por 
seus colaboradores, a partir dos dirigentes e, embora baseada em 
conceitos morais, distingue-se destes pela sua característica mais 
utilitária. Trata-se de estabelecer os procedimentos para o dia a dia da 
empresa e não conceitos filósofos. (Humberg, 2006, p. 82, citado por 
Trindade, 2016, p. 99) 
 
 
15 
Em apontamentos sobre as investigações realizadas pela empresa sobre 
os benefícios imediatos, Trindade (2016) a considera uma empresa destrutiva, 
por que a ética assegura um bom negócio, enquanto associada e comunitária, e 
em sua prática envolve as pessoas eticamente responsáveis e as empresas, em 
um universo empresarial. 
O campoda ética aplicada atribui à ética empresarial uma posição 
diferenciada, presente no âmbito social empresarial há pouco tempo, 
considerando o entendimento de que a ética empresarial tem seu interesse no 
domínio do empreendimento humano, cujos praticantes não detêm o status 
profissional, mas é citada a avareza ou o lucro como único motivo para a vida 
empresarial (Salomon, 2004). 
 
 
16 
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