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AULA 4 
ÉTICA E RELAÇÕES 
INTERPESSOAIS
Prof. Adriano Antonio Faria 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Enunciando a ética como conhecimento maior do seu valor e importância 
na sociedade moderna 
Esta aula tem a ética como assunto vinculando-se ao conceito de valor, 
ética e valor na sociedade, e quanto ao conhecimento, habilidades e atitudes, 
valores e experiências que compõem o campo da ética como objetivo para 
descrição. 
TEMA 1 – O QUE É VALOR 
Este tema apresenta o conceito de valor fornecendo informações sobre os 
valores da sociedade contemporânea e a adoção de valores como escolha 
individual de conduta. Valores como coragem, honestidade e generosidade, ao 
expressarem ideais de conduta são reconhecidos pela comunidade, associados a 
situações e formas específicas de comportamento, uma linguagem que tem 
sentido quando fazemos referência ao sistema de normas de uma comunidade 
(Giusti, 2007). 
Ainda que o uso do termo valores possa ser impreciso com referência a 
uma ampla variedade de aspectos de avaliação moral, ele é designando 
originalmente como “o conjunto de comportamentos exemplares concretos, 
aqueles perfis de excelência moral relacionados ao ideal de vida de uma 
comunidade, mas estilizado na forma de um catálogo de conceitos normativos” 
(Giusti, 2007, p. 29). 
1.1 Os valores na sociedade contemporânea 
Questões que se referem a uma crise de valores no mundo incluem a 
necessidade de investigar parâmetros normativos tradicionais que apoiaram a 
hierarquia de comportamentos na sociedade (Giusti, 2007). Assim, Covey (2014), 
mostra três valores centrais na vida das pessoas: a experiência, a criação e a 
atitude, esta última como resposta dos momentos difíceis, e considerada como 
uma atitude com o maior valor, no sentido paradigmático. Desse modo, importa 
como reagimos às experiências da vida, a forma de ver o mundo e o conhecimento 
de si, em uma perspectiva que poderá refletir aos valores inerentes à atitude 
humana, que enobrece a pessoa. 
 
 
3 
Relacionado à organização, o valor é conhecido como “uma crença básica 
sobre o que é importante ou relevante para a organização, aquilo que ela espera 
que se deva ou não fazer” (Chiavenato, 2014, p. 57). A prioridade no respeito aos 
valores são as pessoas como ativo mais importante, e o cliente em sua razão, 
funcionando como padrões para as empresas que orientam o comportamento das 
pessoas em seu cotidiano, colocando-as em primeiro lugar (Chiavenato, 2014). 
1.2 Adotando valores para uma boa conduta 
Todas as pessoas possuem dentro de sua cabeça os mapas conceituais 
que indicam o modo sobre como são as coisas, além daqueles baseados na 
realidade, no modo como as coisas deveriam ser ou dos valores e princípios, estes 
últimos, fundamentos sólidos. As experiências humanas são interpretadas com 
base nesses mapas mentais, tendo nossas atitudes e comportamentos a partir 
desses pressupostos, pois é a forma como vemos o mundo que serve de 
inspiração para os pensamentos e as ações (Covey, 2014). 
As virtudes são consideradas hábitos de comportamento que se moldam 
ao perfil que o sistema de valores estabelece. Cabe às pessoas tornarem seus os 
valores, adotarem a maneira habitual de conduzir na vida como uma atitude 
pessoal e comprometida tradicionalmente associada ao conceito de virtude 
(Giusti, 2007). 
O desenvolvimento de um potencial que aprimore os talentos humanos 
vincula-se ao princípio do crescimento, que inclui o processo de desenvolvimento 
de talentos e do exercício do potencial e aqueles que servem de base: princípios 
da paciência, educação e encorajamento. Visto assim, os princípios não são 
valores, mas servem como verdades fundamentais, com aplicação universal e 
quando interiorizadas, conferem às pessoas a força para criar práticas capazes 
de lidar com situações diversas (Covey, 2014). De fato, “quando valorizamos os 
princípios corretos, temos a verdade – o conhecimento das coisas como elas são. 
Os princípios são guias para a conduta humana [...] Eles são indiscutíveis, pois 
em sua essência são claros” (Covey, 2014, p. 18). 
 
 
 
4 
TEMA 2 – VALORES E ÉTICA 
O Tema 2, que traz os valores e a ética, pode mostrar que esses dois 
termos já haviam sido abordados na história da ética. Quando do estudo sobre o 
bem como algo relativo, Protágoras (334 a.C.), afirmara quanto aos valores, que 
se o homem é a causa de todos os valores e se o que a todos parece 
ser verdade, a convivência terá que se basear em um acordo e 
consenso. O símile do paciente, que tem percepções diferentes do 
homem normal, pode sugerir que nem todas as opiniões têm o mesmo 
valor, e que, assim como o médico, acredita-se que o paciente recupere 
as sensações normais do homem saudável, portanto o sábio pode 
corrigir e ensinar aos outros as melhores e mais úteis opiniões para a 
convivência. Nesse sentido, poder-se-ia falar de uma opinião correta, 
que seria a correta do que outros, mais ingênuos, chamam de verdade 
objetiva. (Gual, 2007, p. 50) 
Essa afirmação de Protágoras, para a ética e a política de valores, indicou 
que o princípio do bem se aplica a todos, e tem alcance universal, com a ressalva 
de que não é absoluto, no entanto (Gual, 2007). 
Sartre já registrara que o homem, “enquanto agente moral, postula valores. 
O homem é aquele através do qual os valores chegam ao mundo”, pois fornecer 
as normas as quais o homem deve seguir não é atribuição da história evolutiva ou 
da constituição do cérebro (Kirsch, 1996, p. 20). A ética, no entanto, postula 
valores, é normativa e se fundamenta na ordem dos fatos; necessita de uma 
autoridade incontestável: a da vontade divina, ou da razão, porque a natureza, em 
si não é normativa (Kirsch, 1996). 
Salienta Ferraz (2014, p. 42) que “não há valores absolutos, sendo que 
cada povo engendra os seus. Tampouco haveria, para os sofistas, uma 
justificação objetiva para valores morais”. A ética, no entanto, sempre buscará 
oferecer um fundamento objetivo para os valores morais, conforme a história da 
filosofia e da ética de Sócrates, Platão e Aristóteles, que marcou a imagem dos 
sofistas para a história, com a preocupação que eles tinham apenas com as 
aparências e para a ilusão, e não com a realidade do mundo (Ferraz, 2014). 
2.1 A interação entre valores e comportamento 
Em escritos de Aristóteles, há razão para o homem possuir a palavra como 
sinal de dor e prazer, para expressar o conveniente e o danoso, o justo e o injusto, 
sendo atribuído somente ao homem o sentido do bem e do mal. A referência aos 
valores feita nesta intepretação – o bem e o mal, o justo e o injusto – são, “entre 
 
 
5 
outros, os fios que encadeiam e constituem o social” (Lledó, 2007, p. 199), valores 
são ditos em logos, e vinculam o comportamento prático às diretrizes originadas 
por um ciclo ideal que as ordena e sistematiza. 
Trata-se daquilo que se entende como o bem comum descrito como o 
paradigma da ética do bem comum e apontado como um sistema de virtudes, 
sendo que estas mostram o lado subjetivo dessa existência de valores, o que 
implica em compromisso pelos indivíduos, que “tenham uma atitude de adesão, 
apoio com convicção, assimilação comprometida desses valores até que se 
tornem traços de caráter ou personalidade” (Giusti, 2007, p. 30). 
Essa formação de caráter acompanha o indivíduo em sua vivência 
cotidiana e também em suas atividades laborais ou profissionais. Leciona 
Chiavenato (2003) que as organizações sociais surgiram como uma necessidade 
de as pessoas se relacionarem entre si, de modo a realizar seus próprios 
objetivos. O comportamento no âmbito de tais organizações é determinado pelo 
papel que cada um desempenha, mediado pela internalização dos valores e das 
normas sociais que um grupo estabelece para o indivíduo. 
2.2 A possibilidade de escolher as próprias ações e as decisões 
De modo natural, o homem é dotado da capacidade de escolha, porque é 
inteligente edetêm as condições sobre o comportamento que deseja adotar, o 
que deve falar e a forma de proceder em diferentes eventos de sua vida. À ética 
compete avaliar a conduta do homem, a forma de agir, o padrão comportamental 
decorrente de valores existentes por ser humano (Silva et al., 2016). 
Considerando que ao homem é dada a propriedade de escolha, 
observamos as ponderações de Kirsch (1996), de que a sobrevivência humana 
não indica a adoção de lições de ética dadas pela natureza, porquanto dela só 
podemos esperar lições de vida, e a oportunidade de desmitificar algumas crenças 
que carregamos denunciando ilusões e compreendendo os enganos. Kirsch 
(1996, p. 27) afirma que “todas as sociedades, todas as produções culturais e 
todos os valores éticos são produto de organismos biológicos modelados pela sua 
história e pelas necessidades de adaptação”. O homem já não pode desprezar a 
ideia de que o surgimento da socialidade e das normas éticas de comportamento 
consiste em um processo inscrito na história natural, o que não caracteriza a 
cultura e a ética senão como epifenômenos da constituição biológica e dos 
imperativos das imposições biológicas. 
 
 
6 
Uma maneira de regulação do comportamento social humano e de conferir 
uma estrutura normativa às escolhas éticas que realizamos consiste em acatar as 
orientações a partir de bases novas e justificáveis (Kirsch, 1996). É competência 
da ética cuidar dos valores e das realizações humanas, quando uma pessoa com 
caráter “poderá escolar com base na sua decisão, considerando a liberdade e as 
situações que comprometem os seus atos” (Trindade, 2016, p. 83). 
TEMA 3 – CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES – A TÉCNICA C.H.A. 
O Tema 3 disserta sobre o C.H.A. (Figura 1) e a interpretação de que “as 
competências são entregas sustentadas por capacidades. [...] Essas 
capacidades, que com frequência são utilizadas como sinônimo de competências, 
incluem conhecimentos, habilidades, atitudes e valores” (Fernandes, 2013, p. 92). 
Figura 1 – Atributos de competência 
 
Crédito: ogichobanov/Shutterstock. 
O objetivo deste tema é definir essas capacidades – conhecimento, 
habilidades e atitudes – destacando que as competências possibilitam pensar a 
gestão das pessoas nas organizações. 
 
 
 
7 
3.1 Apresentando o conhecimento 
Afirmando que conhecimento não é dado como um conjunto de fatos 
distintos e objetivos, e nem informação compreendida como uma mensagem, 
geralmente expressa sob a forma de um documento ou uma comunicação audível 
ou visível, Davenport (2003, p. 6) assim aponta o conhecimento: 
Conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, 
informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma 
estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e 
informações. Ele tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores. 
Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos 
ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas 
organizacionais. 
A análise deste conceito mostra o conhecimento como uma mistura de 
vários elementos: fluido, estruturado, intuitivo, se encontra dentro das pessoas, do 
conjunto de complexidade e imprevisibilidade humanas (Davenport, 2003). 
Exclusivo pela criação pelos indivíduos, o conhecimento não pode ser criado por 
uma organização sem as pessoas que trabalham nela, de modo que ao se tratar 
de conhecimento organizacional, o processo de amplificação de conhecimento 
criado pelos indivíduos se concretiza ao nível de grupo, por meio de diálogo, 
compartilhamento de experiências e disseminação do conhecimento, fazendo 
sentido na comunidade de prática (Takeuchi; Nonaka, 2008). 
A cada dia, o conhecimento se constitui como um ponto de apoio à 
sobrevivência de pessoas, sociedade e empresas, o que implica na necessidade 
da aprendizagem organizacional, que possam gerenciar mudanças a seu favor. O 
conhecimento e o potencial humano criam condição para as organizações 
aprenderem como um elemento fundamental para a criação de vantagem 
competitiva (Chiavenato, 2014). 
Pensar em um ativo como algo definível e concreto mostra quanto é difícil 
identificar ativos do conhecimento. Takeuchi e Nonaka (2008) comentam acerca 
das contradições, inconsistências e dilemas, dualidades e polaridades, dicotomias 
e oposições inerentes ao conhecimento, situando-o em sua formação dois 
componentes dicotômicos opostos: o conhecimento explícito e o conhecimento 
tácito, com a seguinte redação: 
O conhecimento explícito pode ser expresso em palavras, números ou 
sons, e compartilhado na forma de dados, fórmulas científicas, recursos 
visuais, fitas de áudio, especificações de produtos ou manuais. O 
conhecimento explícito pode ser rapidamente transmitido aos indivíduos, 
formal e sistematicamente. O conhecimento tácito, por outro lado, não é 
 
 
8 
facilmente visível e explicável. Pelo contrário, é altamente pessoal e 
difícil de formalizar, tornando-se de comunicação e compartilhamento 
dificultoso. As intuições e os palpites subjetivos estão sob a rubrica do 
conhecimento tácito. O conhecimento tácito está profundamente 
enraizado nas ações e na experiência corporal do indivíduo, assim como 
nos ideais, valores ou emoções que ele incorpora. 
O conhecimento se tornou mais importante que o dinheiro e saber aplicá-
lo e usá-lo de maneira rentável significa torná-lo útil e produtivo, como uma grande 
responsabilidade gerencial, em razão dos avanços do capital humano e do capital 
intelectual como ativos da organização (Takeuchi; Nonaka, 2008). 
3.2 As habilidades e atitudes – conceitos 
Kanaane (1994 citado por Fernandes, 2013, p. 93), entende que “s atitude 
resulta de valores, crenças, sentimentos, pensamentos, cognições e tendências à 
reação, referentes a determinado objeto, pessoa ou situação, sendo uma 
predisposição interior, que é anterior ao comportamento”. Fernandes (2013), 
interpreta as atitudes em elementos como perseverança, confiança, 
comprometimento, pela predisposição em relação a alguma coisa, além de ética 
e integridade, como valores. 
Chiavenato (2003), por sua vez, indica as ações humanas como atitudes 
desenvolvidas a partir do contato entre pessoas e grupos, influenciando e sendo 
influenciados pelas normas existentes nessas relações. Sobre o conceito de 
habilidades, um indivíduo ou um profissional que foi treinado em uma determinada 
tarefa, se torna experiente e capacitado; ao exercitar continuamente as atividades, 
lapida as suas habilidades. Assim, a habilidade consiste 
na capacidade que cada profissional tem de fluir e aplicar os seus 
conhecimentos e experiências em cada ação, tarefa, atividade, 
procedimento, conduta ou decisões, necessárias ao perfeito 
funcionamento e encaminhamento dos negócios e destinos da empresa 
sob sua responsabilidade. (Ruffini, 2013, p. 181) 
Inclui ainda o dom particular de cada um, ou que adquire no exercício das 
atividades, que torna o indivíduo capaz de manter-se ativo durante o dia laboral, 
“de forma leve, direta, rápida, aplicada, eficiente, eficaz, efetiva, produtiva, criativa, 
inovadora e com qualidade, deixando-o seguro de si em cada passo ou tomada 
de decisão que dará na empresa” (Ruffini, 2013, p. 181). Nas lições de 
Chiavenato, as habilidades do indivíduo podem ser apresentadas assim: 
 
 
9 
1. habilidade técnica: envolve o uso de conhecimento especializado e 
facilidade na execução de técnicas relacionadas ao trabalho e sua 
realização; 
2. habilidade humana: tem relação com o trabalho das pessoas e com a 
facilidade de relacionamento interpessoal e grupal, envolvendo a 
capacidade de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos 
pessoais; 
3. habilidade conceitual: faz referência à visão da organização e à facilidade 
de trabalhar com conceitos e ideias; está relacionada com o pensar, 
raciocinar, elaborar diagnóstico das situações e formulação de alternativaspara a solução de problemas (Chiavenato, 2003). 
TEMA 4 – CHAVE DA COMPETÊNCIA PROFISSIONAL: CONHECIMENTOS, 
HABILIDADES, ATITUDES, VALORES E EXPERIÊNCIAS – C.H.A.V.E. 
No Tema 4, o objetivo é apresentar sucintamente os conceitos dos termos 
que compõem o título e a sigla C.H.A.V.E. como fator importante da competência 
profissional. Uma organização depende da aplicação de conhecimentos e 
habilidades das pessoas para a geração de riqueza, sendo que os valores e as 
crenças se caracterizam como diretrizes conscientes influenciadoras do modo de 
trabalho da empresa (Fernandes, 2013). 
4.1 O conjunto da competência 
O termo competência foi inicialmente apresentado por White (1959), 
orientando-se pela descrição do Webster, sugerindo que os diversos 
comportamentos apresentam interação efetiva com o meio ambiente. Assim, 
competência significa aptidão ou habilidade, e os sinônimos sugeridos 
incluem habilidade, capacidade, eficiência, proficiência e habilidade. 
Portanto, é uma palavra adequada para descrever coisas como agarrar 
e explorar, rastejar e andar, atenção e percepção, linguagem e 
pensamento, manipular e mudar o ambiente, tudo isso promove uma 
interação efetiva – competente – com o ambiente. (White, 1959, p. 318) 
Para Rubin (2012), o conceito de competências é mostrado como o 
conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, o denominado C.H.A., 
confirmando que o indivíduo competente possui esse conjunto de aptidões 
humanas e estas o revelam com alto desempenho, especialmente com base na 
inteligência e personalidade humanas. 
 
 
10 
De acordo com Chiavenato (2014, p. 126), a competência consiste em 
saber agir de modo responsável e que isto seja reconhecido pelo outro, tendo 
como base as três dimensões já apontadas: “conhecimentos, habilidades e 
atitudes, associadas aos aspectos cognitivos, técnicos, sociais e afetivos”. Se 
caracteriza ainda como uma mudança na atitude social do indivíduo, em sua 
atuação no trabalho e na comunidade na qual se insere. Sobre as competências 
individuais, Fernandes (2013, p. 83) as define como “um conjunto de 
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que um indivíduo mobiliza e aplica, 
de forma reiterada, dentro de um contexto profissional, agregando valor à 
organização e a si mesmo”. 
Segundo White (1959), o amadurecimento do indivíduo desempenha um 
papel nesse desenvolvimento, porém esse papel é ofuscado pelo aprendizado em 
todas as realizações mais complexas, como fala ou manipulação habilidosa. 
Argumenta sobre a necessidade de fazer da competência um conceito 
motivacional, afirmando que existe motivação de competência, e assim como 
competência em seu sentido mais familiar de capacidade alcançada. 
Exemplificando: “O comportamento que leva à construção de agarrar, manusear 
e soltar objetos não é um comportamento aleatório produzido por um 
transbordamento geral de energia. Ele é direcionado, seletivo e persistente, e 
continua porque satisfaz uma necessidade intrínseca de lidar com o ambiente” 
(White, 1959, p. 318). 
Para Fernandes (2003), o conceito de competência denominado C.H.A., ou 
seja, conhecimentos, habilidades e atitudes, envolve o agrupamento desses 
atributos correlacionados, que afeta a atividade de uma pessoa, e caracterizam 
os pré-requisitos necessários a uma atuação competente. 
4.2 No que consiste a competência profissional 
O desenvolvimento de qualquer competência organizacional requer 
vinculação com as pessoas, porque compreende o modo de gestão, inspiração, 
desenvolvimento e recompensa de pessoas, considerando-as como a alma da 
competência da organização. “São elas que ‘vão atrás’ de novas tecnologias, de 
processos, de recursos, como laboratórios, recursos financeiros; e são elas 
também que inspiram, recompensam e atraem profissionais para alavancar a 
atividade inovadora na empresa” (Fernandes, 2013, p. 27). 
 
 
11 
Chiavenato (2014, p.3), mostra que as pessoas são parceiras da 
organização e fornecem conhecimento, habilidades, competências e inteligência, 
possibilitando decisões racionais e imprimindo significado e rumo aos objetivos. 
“As pessoas constituem parte integrante do capital intelectual da organização”. 
Para Fernandes (2013, p. 38), “o conceito de competências organizacionais provê 
insights [...], compreender o lado intangível das organizações ou o assim chamado 
capital intelectual, que, de alguma forma, está imbricado nas competências que 
uma organização possui”, e guardam estreita relação com sua cultura, atreladas 
aos seus valores e crenças. 
Já o conceito de competência organizacional em sua relação com a 
articulação de recursos geradores de vantagem competitiva para a organização é 
apresentado como o “conjunto de recursos articulados que geram valor para a 
organização são difíceis de imitar, podem ser transferidos a outras áreas, produtos 
ou serviços da organização, e impactam o desempenho organizacional em um 
fator-chave de sucesso (FCS)” (Fernandes, 2013, p. 42-3). 
TEMA 5 – ÉTICA DENTRO DO CONCEITO DE C.H.A.V.E. 
Seguindo as orientações feitas por Aristóteles, 
A melhor maneira de viver não é excluir as emoções do nosso 
comportamento, mas expressá-las com clareza, mas na medida certa. 
[...] as virtudes são uma maneira inteligente e medida de processar 
emoções. Aqueles que agem moralmente o fazem comprometendo seus 
afetos e aderindo aos valores com o compromisso de toda a sua 
personalidade (Giusti, 2007, p. 30). 
Retomando a ética pregada por Aristóteles, o indivíduo não alcança a 
felicidade se estiver isolado da sociedade, mas é no convívio humano com seus 
pares, no agir humano. Neste espaço, o homem mostra sua virtude pela prática, 
exercício e hábito, desenvolvimento em um contexto social e ético, porque é a 
ação que torna o homem virtuoso (Ferraz, 2014). 
É assim também que o comportamento modifica o caráter, porque o 
indivíduo poderá se tornar justo ao praticar ações justas; temperado, se agir com 
temperança; corajoso, se realizar atos de coragem. São as disposições 
permanentes do caráter constituídas por meio de ações que são praticadas em 
situações passíveis de obter resultados contraditórios, o que confirma os 
ensinamentos de Aristóteles, de que os resultados opostos “[...] são oriundos das 
 
 
12 
escolhas que um sujeito pode fazer diante de uma situação concreta. E tais 
escolhas são muitas vezes difíceis” (Ferraz, 2014, p. 57). 
5.1 Composição da C.H.A.V.E. 
A C.H.A.V.E. possui os atributos inerentes ao caráter e forma de ser do 
homem: conhecimento, habilidades, atitudes, valores e experiências, assim 
descritos: 
1. conhecimento: entendido como conceito básico; na abordagem tradicional, 
o conhecimento é adquirido pelo sujeito à medida que as crenças são 
verdadeiras e quando a condição de justificação o satisfaz. A constituição 
do conhecimento é feita pelas componentes crenças, verdade e 
justificação, uma abordagem sustentada pelos pressupostos que o 
conceito de conhecimento é analisável em conceitos constituintes mais 
simples; que assume que o homem possui conhecimento ao se encontrar 
em um estado híbrido, constituído em parte pelo estado de sua mente e em 
parte pelo estado do mundo (O’Brien, 2013). 
2. habilidades: “É o saber fazer. Significa utilizar e aplicar o conhecimento 
para resolver problemas ou situações ou criar e inovar. Em outras palavras, 
é a transformação do conhecimento em resultado” (Chiavenato, 2014, p. 
47). 
3. atitudes: são definidas como “um grau de sentimento positivo ou negativo 
associado a um objeto psicológico”, como uma predisposição com relação 
a algo, com possibilidade de identificar questões atinentes ao estado de 
disposição da pessoa, e de como saber agir (Fernandes, 2013, p. 93). Para 
Ferraz (2014, p. 143), quanto à atitude, a justiça se caracteriza como virtude 
soberana, de modo que o justo a ser seguido “é aquilo que está em 
conformidade com a lei positiva civil. Esse seriao primeiro princípio da 
filosofia moral. [...] O fundamento da lei natural é exatamente este: buscar 
pela paz. Essa é uma regra geral da razão que nos proíbe de tomar atitudes 
e decisões que destruam nossa vida”. 
4. valores: “A ideia é que não há verdades éticas objetivas porque diferentes 
culturas têm valores éticos diferentes” (O’Brien, 2013, p. 247). Valores e 
crenças, de acordo com Davenport (2003, p. 9), “são partes integrantes do 
conhecimento, pois determinam, em grande medida, aquilo que o 
conhecedor vê, absorve e conclui a partir de suas observações. Pessoas 
 
 
13 
com diferentes valores ‘veem’ diferentes coisas numa mesma situação e 
organizam seu conhecimento em função de seus valores”. 
5. experiências: o desenvolvimento do conhecimento ocorre ao longo do 
tempo por meio da experiência, absorvida em cursos, livros, estudos, 
mentores e em aprendizado informal; refere-se a tudo o que o sujeito fez e 
o que lhe aconteceu no passado. O conhecimento oriundo da experiência 
reconhece padrões familiares e possibilita a inter-relação entre aquilo que 
ocorre no momento e eventos já vividos; transforma as ideias sobre o que 
deve acontecer, em conhecimento daquilo que efetivamente acontece 
(Davenport, 2003). Sobre a ética e os valores e experiências da C.H.A.V.E., 
salienta Ferraz (2014, p. 14), que “a ética é oriunda de uma reflexão sobre 
nossas experiências concretas, da busca por sua legitimidade e objetivo”. 
Consoante a esta descrição e considerando o conceito de competências, 
esses insumos ou atributos que compõem o C.H.A.V.E. confirmam que “a pessoa 
que dispõe de conhecimentos adequados, habilidades trabalhadas, atitudes 
favoráveis, e valores alinhados aos da organização na qual se insere está 
propensa a entregar as competências relacionadas” (Fernandes, 2013, p. 95). 
5.2 Ética e tolerância no âmbito de valores 
Afirma Ferraz (2014, p. 23), que a ética tem como direção os princípios 
relacionados ao bem e ao mal e que permitem ajuizar moralmente pessoas e 
ações. Eventualmente, tais princípios podem ter conotação universal, e em 
algumas culturas democráticas prezam valores como a liberdade e a igualdade, 
considerados universais, os chamados direitos humanos. “Muitos princípios 
subsumíveis àqueles dois princípios e, consolidados nos costumes, serviram de 
parâmetro para a instituição de códigos legais, sejam princípios, sejam regras/lei”. 
Se houver presença excessiva de emoções na defesa dos valores, este 
excesso pode levar ao fundamentalismo, dogmatismo e fanatismo, um perigo de 
intolerância trazido pelas emoções que deve ser evitado, tomando-se a decisão 
racional, como resultado de análise sobre as causas e as consequências da livre 
ação de todos (Giusti, 2007). Questionando como agir com tolerância diante do 
que devemos ser tolerantes ou não, e qual deve ser o limite para este 
comportamento, Tubino (2007, p. 82), assim explanou: 
A tolerância é, portanto, uma virtude que emana de um processo 
formativo, uma disposição característica que se adquire ao longo do 
 
 
14 
tempo. Não prospera em empatia ou constrói em semelhança. Tolerar é 
mais do que ‘suportar’, não é colocar os próprios valores e crenças como 
condição absoluta de convivência com o outro. É aprender que a 
autonomia do outro é o limite da nossa e que, além disso, ambas as 
autonomias podem e devem construir juntas um ‘outro curso do mundo’ 
(Tubino, 2007, p. 82) 
Comportamento, atitudes, crenças e valores de um indivíduo têm como 
base a cultura existente nos grupos aos quais pertence. A capacidade de criar 
invenções sociais, como organizações participativas, pode aproveitar as energias 
do ser humano para o uso construtivo da sociedade. Ao mudar o comportamento 
das pessoas e as relações que possuem para aceitarem e se respeitarem de 
modo recíproco, pode ocorrer uma mudança social positiva à vivência confortável 
de todos (Chiavenato, 2003). 
 
 
 
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