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PSA OUTUBRO 2023
OBS: Amarelo = respostas corretas / vermelho = respostas erradas
Pergunta 5
Leia o artigo de Flavia Boggio, publicado na Folha de S. Paulo.
 
 Novos termos da era digital
Por que usar ‘gosthing’ e ‘shade’ se temos palavras melhores em português?
A língua portuguesa já mudou bastante ao longo do tempo e continua em transformação.
Cada região, sexo, grupo social e faixa etária cria seus próprios termos e expressões. Outros,
aparentemente, surgiram da cultura das redes, em especial nos populares aplicativos de
relacionamento.
O namoro, ou a ficada, como nossos antepassados chamavam, tornou-se um universo de múltiplas
camadas, que confundem qualquer astrofísico. Hoje, existem crush, contatinho, ficante premium e
ficante platinum unlimited.
Muitos desses termos, no entanto, batizam ações praticadas antes da Idade da Pedra Polida. E têm
nomes muito melhores em português.
Ghosting, por exemplo, expressão derivada de ghost — fantasma, em inglês — é usada para o ato
de uma pessoa, durante um relacionamento, simplesmente sumir, sem deixar pistas. O que poucos
falam é que nossas avós já chamavam de dar no pé, chá de sumiço, saiu para comprar cigarro e
nunca voltou ou "ele, o boto".
Jogar um shade, que é usado para quando se humilha alguém sem deixar claro, já era conhecido
como dar uma indireta, passivo agressivo ou, como nossas avós chamavam antes, dar tapa com luva
de pelica.
O mansplaining, por exemplo, usado quando o homem explica algo a uma mulher sem ela ter
solicitado, é o macho palestrinha, ou homem enxerido, como diziam os incas.
Já o manspreading, que define o ato de o homem ocupar um espaço maior do que deveria, como
abrir as pernas ao se sentar, era chamado pelos medievais de macho folgado ou homem com
caxumba.
O termo mooning, referente ao modo “não perturbe” do celular, usado quando alguém dá uma
desaparecida, é o famoso dar um tempo, como falado pelos antigos persas.
Bropriating, que consiste na prática masculina de se apropriar de ideias de mulheres, é praticado
desde os tempos dos hebreus, que chamavam de plágio mesmo, ou coisas como xerocar e kibar.
Já o zombieing, oriunda de zombie — zumbi, em português —, é utilizada para quando a pessoa
que deu um ghosting, reaparece e volta a mandar mensagens, ressurgida dos mortos. É o famoso
“oi, sumida”, usado no tempo dos fenícios.
Para quem acha esses novos termos uma grande de uma idiotice, foi criado o termo cringe, que os
neandertais já chamavam de pessoa presa ao passado e velho ranzinza.
BOGGIO, F. Novos termos da era digital. Folha de S. Paulo, 20 jul. 2023, p. C9.
 Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. De acordo com a autora, a inclusão de termos estrangeiros moderniza e enriquece a língua
portuguesa, pois contribui para a inserção do Brasil na era digital.
II. Ao fazer referência a povos antigos, como “persas”, “fenícios” e “incas”, a autora tem por
objetivo criticar aqueles que não aceitam o uso dos estrangeirismos e impedem a evolução da língua
portuguesa.
III. O objetivo do texto é criticar a invasão de termos estrangeiros na nossa língua, estimulada pelo
uso em redes sociais, lembrando que existem termos em português que expressam as mesmas
ideias.
É correto o que se afirma apenas em
Resposta Selecionada: c. III.

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