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IPATINGA 2022 MOISÉS NASCIMENTO FREITAS A VIDA INTRAUTERINA E O ABORTO A VISÃO DOUTRINÁRIA SOBRE A VIDA E A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO MOISÉS NASCIMENTO FREITAS A VIDA INTRAUTERINA E O ABORTO A VISÃO DOUTRINÁRIA SOBRE A VIDA E A DESCRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como Requisito Parcial para obtenção do Título de graduado em Direito. Tutor: VANESSA ZAMBALDI IPATINGA 2022 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 1.1 O PROBLEMA .......................................................................................................... 6 2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 6 2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO......................................................................... 6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS ................................................. 6 3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 6 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 7 5 METODOLOGIA ........................................................................................................ 11 6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ............................................................ 12 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 13 5 1 INTRODUÇÃO O Aborto é tema causador de muita polêmica, que irá perdurar por um longo período, fomentando grandes debates que, raramente atingem anuência, independentemente da modalidade do aborto. Parcela da sociedade defende de que a mulher deve ter a liberdade e o direito de decidir em manter ou não a gestação. Entretanto, há outra parte da sociedade que se manifesta contra o aborto, arguindo ser uma violação contra a vida de uma pessoa que não pode se defender. Compreende-se que outro ponto relevante sobre do tema, é a situação escassa do sistema único de saúde que, hipoteticamente, não conseguiria atender a demanda de abortos. Podendo ocasionar a mulheres que queiram praticar o aborto a procurar clínicas clandestinas, correndo riscos à sua saúde e em casos mais críticos até mesmo à morte. Diante do exposto, procurou mostrar que a criminalização do aborto, em si, defende um direito constitucional. A vida é um direito adquirido para todos. Expondo seus argumentos e previsões legais. 6 1.1 O PROBLEMA A Atual Legislação Brasileira traz a previsão do Crime de Aborto no Art. 124 do Código Penal, ressalvando, porém, os casos de gravidez decorrentes do estupro, previsto no Art. 128, I, CP, casos de risco à vida da gestante ou em casos de má formação do cérebro (Anencefalia), chamado de Aborto Eugênico previsto pela ADPF 54. Por ser estritas as formas legais de Aborto, muitos abortos são feitos de formas clandestinas. Já o Direto à vida assegurado pela Constituição Federal, prevendo ser um bem inviolável. Podemos, portanto, afirmar que é um Direito a Existência, de proteger a própria vida, trata-se fundamentalmente de um direito de não ser morto, de não ter cessado o desenvolvimento vital, se este não for pela espontaneidade e inevitabilidade. 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO − Verificar argumentos a favor e contra a Descriminalização do Aborto e o Direito à Vida Intrauterina previstos na Legislação Brasileira. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS • Descrever os conceitos de Aborto; • Relatar as previsões legais para liberação e vedação do aborto na atual Legislação Brasileira; • Debater argumentos a favor e contra o aborto. 3 JUSTIFICATIVA 7 O Aborto tem sido assunto de muita polêmica na sociedade brasileira em geral, seja no âmbito jurídico ou dos cidadãos comuns. O presente trabalho visa demonstrar argumentos prós e contras a esta prática, abrangendo o ponto de vista médico, religioso, jurídico e substancialmente da mulher. Mostrar o que a legislação brasileira prevê acerca do Aborto e Defesa da Vida Intrauterina. O debate acerca do Aborto é amplo, sendo necessário, ser feito sem fascínio, com amadurecimento, trazendo uma análise do problema sobre diversos aspectos, sejam por fatores psicológicos da mulher ou aspectos legalistas. Nos últimos anos visando defender os valores éticos, morais e religiosos, cresceu muito o debate sobre descriminalização do aborto, buscando assim, assegurar o Direito à Vida, salve guardado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Direto à vida previsto e ao Nascituro no Código Civil e Código Penal Brasileiro na fase Intrauterina. Portanto, há na sociedade brasileira um impasse no que diz respeito ao Aborto. Quais mudanças trariam para sociedade a sua descriminalização, quando se Inicia a Vida, e os Direitos do Nascituro e Vida Intrauterina Em uma sociedade a qual passa por mudanças em seus valores morais e até mesmo éticos, essa pesquisa faz-se necessária, para formulação de sinopse sobre o Tema. 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo a doutrina de Maria Helena Diniz, o termo aborto é: 8 Originário do latim abortus, advindo de aboriri (morrer, perecer), vem sendo empregado para designar a interrupção da gravidez antes do seu termo normal, seja ela espontânea ou provocada, tenha havido ou não expulsão do feto destruído. (DINIZ, 2014, p.86) De acordo com o Dicionário Aurélio o Aborto é caracterizado pela interrupção voluntária ou provocada de uma gravidez; o próprio feto expelido ou retirado antes do tempo normal. Para o autor Júlio Fabbrini Mirabette: Aborto e a interrupção da gravidez, com a interrupção do produto da concepção, e a morte do ovo (até 3 semanas de gestação), embrião (de 3 semanas a 3 meses) o feto (após 3 meses), não implicando necessariamente sua expulsão. O produto da concepção pode ser dissolvido, reabsorvido, pelo organismo da mulher, ou até mumificado, ou pode a gestante morrer antes da expulsão não deixara de haver, no caso, o aborto. (Mirabette, 2011, p. 57) Ainda de acordo com o Doutrinador Capez: Considera -se aborto a interrupção da gravidez, com a consequente destruição do produto da concepção, consiste na eliminação da vida intrauterina. Não faz parte do conceito de aborto a posterior expulsão do feto, pois pode ocorrer que o embrião seja dissolvido e depois reabsorvido pelo organismo materno em virtude de um processo de autólise: ou então pode suceder que ele sofra processo de mumificação ou maceração, de modo que continue no útero materno. A lei não faz distinção entre o óvulo fecundado (três primeiras semanas de gestação), embrião (três primeiros meses) ou feto (a partir de três meses), pois em qualquer fase da gravidez estará configurando o delito de aborto, quer dizer, entre a concepção e o início do parto (conceitos estes já estudados no crime de infanticídio), pois após o início do parto poderemos estar diante do delito do infanticídio ou homicídio. Problema interessante é o do embrião conservado fora do útero materno em laboratório. (CAPEZ, 2006, p. 109) Para Marques e Bastos (1998) o aborto é uma prática conhecido desde os tempos primórdios e era praticado por distintos povos, entretanto, possui métodos, fundamentos e pareceres diferentes. O bem jurídico tutelado pelo crime de aborto é a vida humana intrauterina. O Código Penal tipifica diferentes crimes, diferenciando-os pelas condutas praticadas. O Art.124, tem como sujeito ativo a própriagestante, e os Arts. 125 e 126 do Código Penal, que traz a participação de terceiros como sujeitos ativos, que se diferenciam 9 pelo consentimento ou não da gestante. O artigo 124 do Código Penal trás previsão de duas condutas ao crime. A primeira é a do autoaborto e a segunda é o consentimento no aborto. O autoaborto ocorre quando a própria gestante provoca em si mesma o aborto. Ou seja, realiza atos abortivos, sejam eles pela ingestão de substâncias químicas, ou introdução de objetos no útero. A conduta de consentir, a gestante não provoca o aborto, mas, consente ou autoriza que uma terceira pratique o ato abortivo. Já o artigo 125 do Código Penal trás a conduta de provocar aborto, aqui, não há o consentimento da gestante. Ainda o artigo 126 fala de provocar aborto, o que diferencia do anterior, é o consentimento, que aqui será fator presente para caracterização do crime. Ainda o artigo 127 do Código Penal apresenta formas qualificadoras do crime de aborto: As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. (Art. 127 Código Penal) Há ainda previsão no Código Penal, tratando do chamado Aborto Legal, no artigo 128 do referido código. Neste as condutas não serão criminalizadas, desde que praticadas por médico. O primeiro é o aborto necessário ou terapêutico (art. 128, I): é uma hipótese específica de estado de necessidade. Aqui haverá o empasse entre duas vidas, caso não haja outro meio de salve guardar a vida da gestante, a opção é pela vida da mãe em dispêndio da vida do feto. É dispensável o consentimento da gestante. Caso cometido por um agente que não seja médico, contanto que o perigo seja atual, não há crime, pela exclusão da ilicitude, pelo estado de necessidade (art. 24, CP). Aborto humanitário, sentimental (art. 128, II): se a gestação é fruto de estupro, sob a condição de autorizado pela gestante ou por representante legal. Os argumentos utilizados pelos que defendem a descriminalização e a legalização do aborto são muitos, para eles a prática nos países em que o aborto deixou de ser crime, o número de abortos e de mortalidade materna foram reduzidos, 10 sintetiza vários argumentos que são utilizados pelos defensores da legalização do aborto, entre os quais estão: O que existe é uma massa de células dentro do corpo da mulher, não um bebê”. “Quando não se tem ainda o sistema nervoso central formado, ainda não é um ser humano”. “Só é pessoa humana depois que o embrião se implanta na parede uterina”. “A mulher tem o direito absoluto de decidir se quer ou não ser mãe”. “A mulher tem direito sobre o próprio corpo”. “Há um elevado número de mortes de mulheres que fazem o aborto em clínicas clandestinas, especialmente mulheres negras, pobres, e sem ou com baixa escolaridade. Os Direitos Sexuais Reprodutivos permitem às mulheres fazer o aborto, pois elas são livres nessa decisão sobre a própria gestação (DUARTE, 2018, p. 1). Há mobilizações de grupos com posicionamentos contra o aborto. O Movimento Pró-Vida é um que reúne pessoas de diversas classes religiosos, leigos, médicos, cientistas, e cidadãos de multíplices ideologias, que se colocam em defesa da dignidade da pessoa humana, caracterizados preponderantemente por sua repulsa à conduta do aborto provocado ou voluntário. (CASA LUZ, 2016) Tal movimento tem como ponto de partida argumentativo, as descobertas científicas de que a vida humana começa a partir da concepção, e por isso o feto é protegido pelo princípio da dignidade da pessoa humana. Existe ainda grupos convergentes, de maioria feministas, que fazem parte de Movimentos Pró-Escolha, ou seja, a mulher tem faculdade de manter ou não a gestação, estes se reúnem para ostentar favoravelmente à descriminalização do aborto. Esses grupos tem grandes participações em votações de PECs que pretendem modificar o texto constitucional, tais grupos têm tido muita representatividade e força. (ODARA, 2017). No âmbito jurídico, o STF recebeu a ADPF 442, ação movida pelo Psol tem como objetivo a descriminalização do aborto. O maior interesse aqui é a natureza divergente do assunto e que se direcione ao STF organizações que já apresentam forças no congresso nacional. Diante de um assunto delicado, que é discutido em tribunais do mundo todo, as instituições organizadas por mulheres, de um lado, e os movimentos religiosos, de outro, aderiram à causa. Mostrando que são esferas bem ordenadas da sociedade (BRÍGIDO; MARIZ, 2018) 11 5 METODOLOGIA O tipo de pesquisa realizado neste trabalho será uma Revisão de Literatura, na qual foi realizada uma consulta a livros, dissertações e por artigos científicos selecionados através de pesquisas nos seguintes bancos de dados (Google Acadêmico, Scielo). Os principais autores consultados foram: Maria Helena Diniz; Fernando Capez; Julio Fabrini Mirabette; O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos dez anos. As palavras-chaves utilizadas na busca: “Aborto”, “Vida”, “Intrauterina”, “Proteção à vida”. 12 6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ATIVIDADES 2022/1 2022/2 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO JUL AGO JUL AGO Escolha do tema. Definição do problema de pesquisa X X Definição dos objetivos, justificativa. X X Definição da metodologia. X X Pesquisa bibliográfica e elaboração da fundamentação teórica. X X Entrega da primeira versão do projeto. X Entrega da versão final do projeto. X Revisão das referências para elaboração do TCC. X Elaboração do Capítulo 1. Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e elaboração do Capítulo 2. Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 e 2. Elaboração do Capítulo 3. Elaboração das considerações finais. Revisão da Introdução. Reestruturação e revisão de todo o texto. Verificação das referências utilizadas. Elaboração de todos os elementos pré e pós-textuais. Entrega da monografia. Defesa da monografia. 13 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto-lei nº 2.848 de 07 de dezembro de 1940. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.html > Acesso em 18 mai. 2022 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 442- DF. Relatora: Min. Rosa Weber. Brasília, DF, 15 mar. 2017. Disponível em: <https://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=311408199&ext=.pdf > Acesso em 19 de maio de 2022 BRÍGIDO, Carolina. MARIZ, Renata (2018). Ação sobre aborto é campeã em pedido de participação no STF. O globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/brasil/acao-sobre-aborto-campea-em- pedido-de-participacao-no-stf-22470844 > Acesso em 19 mai. 2022 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte especial, volume II. 19 ed.São Paulo: Saraiva, 2019. CASA LUZ (2016). Movimento pró-vida se organiza e cresce no Brasil. Casa luz. Disponível em: <https://casaluz.org.br/2016/07/11/movimento-pro-vida-se-organiza-e-cresce-no-brasil > Acessado em 19 mai. 22 DINIZ, Maria Helena;O estado atual do Biodireito. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Marques, M. S. & Bastos, M. A. R. (1998). Aborto provocado como objeto de estudo em antropologia da saúde. Revista Min. Enfermagem, 2 (2), 57-61. MIRABETTE, Julio Fabrini. Manual de direito penal: parte especial: São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. v.2 ODARA, Norma (2017). Ativistas realizam Virada Feminista contra ofensiva conservadora e a favor do aborto. Brasil de fato. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2017/09/27/ativistas-realizam- virada-feminista-contra-ofensiva-conservadora-e-a-favor-do-aborto/> Acessado em 19 mai. 2022 1 INTRODUÇÃO 1.1 O PROBLEMA 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS 3 JUSTIFICATIVA 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5 METODOLOGIA 6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO REFERÊNCIAS
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