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AP1 ( X ) AP2 ( ) AP3 ( ) 2023/2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD Disciplina: Língua Portuguesa na Educação 2- EAD08016 Coordenador: Cláudia Cristina dos Santos Andrade Nome: Polo: GABARITO COMENTADO QUESTÃO 1 (objetiva - 1 ponto) Leia a afirmativa extraída da Aula Extra 1: Marque a única ação abaixo que não poderia caracterizar uma prática dialógica de ensino de LP: (A) ler com os/as estudantes uma variedade de textos de diferentes gêneros. (B) fazer rodas de leitura com histórias de terror (C) X propor uma produção textual sem analisar ou definir as características tipológicas e de gênero. (D) procurar definir sempre qual será o leitor dos textos produzidos pelos/as estudantes Comentário: em perspectiva dialógica a produção verbal, oral ou escrita, origina-se na atividade social, que organiza os gêneros discursivos de forma relativamente estável. Não escrevemos e nem falamos sem uma orientação sobre a forma composicional, sobre o conteúdo, seus propósitos e estilo. A Aula Extra 1 traz importantes discussões a este respeito, assim como o material disponível na sala de aula virtual. QUESTÃO 2 (objetiva/discursiva - 6 pontos) Texto 1 O Menino e o Rio Márcio de Camillo/Manoel de Barros O corpo do rio prateia Quando a Lua se abre Passarinhos do mato gostam De mim e de goiaba Nota O conceito de gêneros do discurso nos permite perceber como as práticas sociais são constitutivas da linguagem, ou ainda, como as construções sociais estão na origem dos enunciados. Segundo Bakhtin (1997), gêneros são formações relativamente estáveis que orientam nossa compreensão e nossa produção textual. Para isso, é preciso ter uma intencionalidade, uma forma e um conteúdo. (ANDRADE E BODÊ, 2020, p. 4) Texto 2 2.1. Sobre os textos 1 e 2, é correto afirmar que (1pt): (A) X são de gêneros diferentes e possuem composição tipológica distinta. (B) são de gêneros diferentes e possuem a mesma composição tipológica. (C) são do mesmo gênero e tratam do mesmo assunto, com tipologia diferente. (D) são de gêneros diferentes, tratam do mesmo assunto, com a mesma composição tipológica. Comentário: o texto 1 é um poema e nele predomina a descrição enquanto o texto 2 é uma biografia, em que se predomina a tipo narrativo. Gêneros são textos concretos, com forma, conteúdo e estilo próprios enquanto os tipos textuais são determinados pela estrutura linguística. Observe as definições e exemplos da sala de aula virtual, assim como o texto-base de Marcuschi, utilizado na AD1. Uma rã me benzeu Com as mãos na água Com os fios de orvalho Aranhas tecem a madrugada Era o menino e os bichinhos Era o menino e o Sol O menino e o rio Era o menino e as árvores Cresci brincando no chão Entre formigas Meu quintal é maior Do que o mundo Por dentro de nossa casa Passava um rio inventado Tudo o que não invento É falso Composição: Márcio de Camillo a partir de poemas de Manoel de Barros Manoel Wenceslau Leite Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, dia 19 de dezembro de 1916. Passou a infância em sua cidade natal onde seu pai, João Venceslau Barros, tinha uma fazenda no Pantanal. Já na adolescência, mudou-se para Campo Grande onde estudou num Colégio Interno. Formou-se em Direito no Rio de Janeiro. Lá se filiou ao partido Comunista e por conta do apoio de Luís Carlos Prestes a Getúlio Vargas, ficou desiludido com a política abandonando o partido. Embora desde pequeno escrevesse poemas, foi em 1937 que Manoel publicou sua primeira obra: Poemas concebidos sem pecado. Chegou a morar em outros países: Bolívia, Peru e Nova York. Nos Estados Unidos, fez um curso de artes plásticas e de cinema. Viveu um ano por lá e ao retornar conheceu sua futura esposa, Stella. Casaram-se em 1947 e com ela teve três filhos: Pedro, João e Marta. Seu filho João morreu num acidente de avião em 2008. Em 2013, seu primogênito Pedro foi vítima de um AVC e também faleceu. Manoel de Barros faleceu em Campo Grande, dia 13 de novembro de 2014, aos 97 anos. 2.2. O Texto 1 foi produzido por Marcio de Camillo com trechos de poemas de Manoel de Barros. Analise o texto e cite dois recursos estilísticos utilizados pelo autor e que podem ser objeto de discussão com um grupo de estudantes. (2pts) Comentário: o poeta usa, especialmente, a sinestesia e a personificação, mas foram aceitos outros recursos, desde que adequados. 2.3. Leia a afirmação abaixo e, com base nela, proponha uma atividade de escrita para o Texto 2. (3 pts) Comentário: a atividade deveria contemplar a perspectiva discursiva-dialógica, ao definir as funções sociais e a análise linguística contextualmente significativa. Os pontos foram distribuídos da seguinte forma: 1pt: coerência com a perspectiva dialógica 1pt: organização textual 1pt: desenvolvimento da proposta QUESTÃO 3 (discursiva/ objetiva- 3 pontos) 3.1. A partir do que nos aponta Faraco, podemos considerar que são implicações dessa afirmação para uma proposta dialógica de ensino de LP: (A) definir que gêneros textuais serão analisados previamente, para que as propostas de atividades sejam coerentes com as situações de uso; (B) planejar provas sobre leitura de livros previamente lidos pela turma; (C) analisar elementos gramaticais constitutivos do gênero textual em situações próximas às reais; (D) desconsiderar as experiências com a escrita fora da sala de aula vividas pelos/as estudantes. Comentário: estão corretas as alternativas A e C, pois indicam práticas que se aproximam da perspectiva dialógica discursiva, levando em conta os gêneros textuais, sua organização e funções sociais. 3.2. A alternativa C da questão 3.1, acima, se relaciona com a afirmação de Faraco? Justifique sua resposta. Comentário: A afirmativa C traz a ideia de que os gêneros devem ser analisados segundo sua funcionalidade pois, segundo Faraco, eles se organizam para atender às situações sociais. Assim, nos ensina Lombardi (2004) que quando escrevemos um texto, precisamos saber em que gênero ele irá se constituir, partindo da preocupação com cada um dos aspectos levantados acima. “Para quem escrevo?”; “Com que objetivo?”; “Que papel assumo quando escrevo?”; “Como isso tudo deverá refletir no texto?” são perguntas que não podem deixar de ser feitas antes que comecemos. (Aula 18, p.37) Leia a seguinte afirmação de Faraco (2003, p. 112), citada por Marcuschi (2005, p. 23): “Falar não é, portanto, apenas utilizar um código gramatical num vazio, mas moldar o nosso dizer às formas de um gênero no interior de uma atividade.”
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