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AN02FREV001/ REV 3.0 
 1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE 
MAMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE 
MAMA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
MÓDULO I 
1 BIOSSEGURANÇA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA 
1.1 LAVAGEM DAS MÃOS 
1.2 USO DE LUVAS 
1.3 USO DE AVENTAL 
1.4 USO DE MÁSCARA 
1.5 USO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO 
1.6 USO DE GORRO 
1.7 MANUSEIO DE MATERIAL PÉRFURO-CORTANTE 
1.8 CONDUTA FRENTE A ACIDENTE DE TRABALHO ENVOLVENDO 
PERFUROCORTANTE 
1.9 ANTISSEPSIA 
2 CÂNCER DE MAMA: ASPECTOS GERAIS 
3 EXAME CLÍNICO E AUTOEXAME DAS MAMAS 
4 MÉTODOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA 
4.1 PUNÇÃO ASPIRATIVA 
4.2 MAMOGRAFIA 
4.3 ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA 
 
MÓDULO II 
5 CÂNCER CÉRVICO-UTERINO: ASPECTOS GERAIS 
6 EXAME DE PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO 
7 CUIDADOS QUE DEVEM ANTECEDER A REALIZAÇÃO DO EXAME 
GINECOLÓGICO 
8 CONSULTA GINECOLÓGICA 
8.1 ANAMNESE 
8.2 EXAME FÍSICO GERAL 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 4 
8.3 EXAME DE PAPANICOLAOU 
8.3.1 Observação do material cervical 
8.3.2 Coleta citológica 
8.3.3 Fixação do material coletado 
8.3.4 Inspeção visual com ácido acético 
8.3.5 Teste de Schiller 
9 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA A CONSULTA GINECOLÓGICA 
10 LISTA DE SOLICITAÇÃO DE EXAME CITOPATOLÓGICO 
 
MÓDULO III 
11 SEGUIMENTO DIANTE DA IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
12 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CONSULTA GINECOLÓGICA NO 
CONTROLE DAS DST 
13 ABORDAGEM SINDRÔMICA 
14 FLUXOGRAMA DE CORRIMENTO URETRAL 
14.1 ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL, 1999) 
14.1.1 Anamnese e exame físico 
14.1.2 Bacterioscopia disponível no momento da consulta? 
14.1.3 Diplococos gram negativos intracelulares presentes? 
14.1.4 Tratar clamídia e gonorréia 
14.1.5 Tratar só clamídia 
14.1.6 Aconselhar, oferecer anti-hiv e VDRL, enfatizar a adesão ao tratamento, 
notificar, convocar parceiros e agendar retorno 
15 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
15.1 OBSERVAÇÕES 
16 FLUXOGRAMA DE CORRIMENTOS VAGINAIS 
16.1 ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL, 1999) 
16.1.1 Tratar infecção por clamídia e gonorreia 
16.1.2 Tratar tricomoníase 
16.1.3 Tratar vaginose bacteriana 
16.1.4 Tratar tricomoníase e vaginose bacteriana (ao mesmo tempo) 
16.1.5 Tratar candidíase 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 5 
16.1.6 Aconselhar, oferecer VDRL e anti-HIV, enfatizar adesão ao tratamento, 
convocar parceiro(s), notificar, agendar retorno 
17 FLUXOGRAMA DE ÚLCERA GENITAL 
17.1 ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL, 1999) 
17.1.1 Anamnese e exame físico 
17.1.2 Tratar herpes genital 
17.1.3 Tratar sífilis e cancro mole 
17.1 4 Aconselhar, oferecer anti-HIV e VDRL, enfatizar adesão ao tratamento, 
notificar, convocar parceiros, agendar retorno 
18 FLUXOGRAMA DE DOR PÉLVICA 
18.1 ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE (BRASIL, 1999) 
18.1.1 Anamnese (determinar escore de risco) 
18.1.2 Exame clínico - ginecológico 
18.1.3 Aconselhar, oferecer VDRL e anti-HIV, convocar parceiro(s), notificar, 
agendar retorno 
 
MÓDULO IV 
19 ADEQUABILIDADE DO MATERIAL COLETADO 
19.1 AMOSTRA SATISFATÓRIA 
19.2 AMOSTRA SATISFATÓRIA, MAS LIMITADA POR 
19.3 AMOSTRA INSATISFATÓRIA 
20 SEGUIMENTO DIANTE DO RESULTADO DO EXAME CITOPATOLÓGICO 
20.1 AMOSTRA DENTRO DOS LIMITES DE NORMALIDADE 
20.2 AMOSTRA COM ALTERAÇÕES BENIGNAS REATIVAS OU REPARATIVAS 
20.3 AMOSTRA COM CÉLULAS ATÍPICAS DE SIGNIFICADO INDETERMINADO: 
EM CÉLULAS ESCAMOSAS (ASCUS) E GLANDULARES (ASGUS) 
20.4 EFEITO CITOPÁTICO COMPATÍVEL COM PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) 
20.5 LESÃO INTRAEPITELIAL DE BAIXO GRAU (NIC I) 
20.6 LESÃO INTRAEPITELIAL DE ALTO GRAU (NIC II E NIC III) 
20.7 PRESENÇA DE CÉLULAS ENDOMETRIAIS 
21 BUSCA ATIVA DAS PACIENTES COM ALTERAÇÕES NO EXAME 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 6 
 
 
MÓDULO I 
 
 
1 BIOSSEGURANÇA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA 
 
Os serviços de saúde em nível primário, secundário ou terciário necessitam 
da adoção de normas e condutas destinadas à prevenção da transmissão de doenças 
infectocontagiosas. Entre essas condutas são incluídas medidas de biossegurança, 
antissepsia da pele, esterilização dos instrumentos e técnica correta de manuseios 
destes instrumentos a fim de conservá-los estéreis até a utilização. 
Todas essas medidas são preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária e representam os achados sobre a melhor evidência a respeito da utilização 
de técnicas e produtos, de modo buscar a racionalização de esforços, recursos 
humanos e financeiros, e tempo. Isso visando sempre à segurança aos profissionais e 
usuários do serviço de saúde (CEARÁ, 2002). 
Abordaremos as principais condutas para prevenção e controle de infecções 
nos serviços de saúde, a saber: lavagem das mãos, uso de luvas, uso de avental, uso 
de máscara, uso de óculos de proteção, uso de gorro, manuseio de material 
perfurocortante, conduta frente a acidentes de trabalho envolvendo perfurocortante e 
antissepsia. 
 
 
1.1 LAVAGEM DAS MÃOS 
 
 
Considerada como a medida de biossegurança mais importante, a lavagem 
das mãos não diminui ou evita não só a transmissão de microorganismos do 
profissional para o paciente que está sendo diretamente assistido, como também é 
responsável pela redução da ocorrência de infecções em todo ambiente do serviço de 
saúde, seja ele primário, secundário ou terciário. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 7 
A pele das mãos contém microorganismos considerados transitórios e 
permanentes, ou seja, microbiota transitória e microbiota residente. A microbiota 
transitória pode ser eliminada com água e sabão, por 15 a 30 segundos. Já a 
residente pode ser eliminada com a utilização de degermante antisséptico. A natureza 
do procedimento a ser realizado determinará que tipo de produto deverá ser utilizado 
na técnica de lavagem das mãos; todavia, procedimentos invasivos geralmente 
requerem o uso de degermante antisséptico (CEARÁ, 2002). 
É necessário destacar, todavia, que a eficiência dessa conduta está 
relacionada à correta aplicação de sua técnica e à frequência das ações 
recomendadas. 
A técnica de lavagem simples das mãos envolve os seguintes passos 
(BRASIL, 2007): 
 
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar-se à pia. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir todas 
as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante). 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 8 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os 
dedos e vice-versa. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando 
os dedos, com movimento de vai e vem e vice-versa. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 9 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se 
movimento circular e vice-versa. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
8. Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão 
direita,fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando 
movimento circular e vice-versa. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 10 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato direto das 
mãos ensaboadas com a torneira. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
11. Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo 
pelos punhos. Desprezar o papel toalha na lixeira para resíduos comuns. 
 
FONTE: BRASIL, 2007. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 11 
A técnica de lavagem antisséptica das mãos é semelhante à técnica de 
lavagem simples das mãos. Nesse procedimento, todavia, substitui-se o sabão 
comum por um antisséptico. 
É importante ressaltar que a técnica de lavagem das mãos não deve ser 
realizada apenas pelos profissionais que mantêm relação direta com a paciente em 
serviço de saúde sexual e reprodutiva. Essa prática deve ser efetuada tanto pelos 
profissionais que prestam cuidados diretos como por aqueles que atuam na 
manipulação de medicamentos, material estéril e material contaminado. 
O uso da técnica de lavagem das mãos deve ser frequentemente realizado, 
principalmente nas seguintes situações (BRASIL, 2007): 
 
⇒ Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com 
sangue e outros fluidos corporais; 
⇒ Ao iniciar o turno de trabalho; 
⇒ Após ir ao banheiro; 
⇒ Antes e depois das refeições; 
⇒ Antes de preparo de alimentos; 
⇒ Antes de preparo e manipulação de medicamentos; 
⇒ Antes de contato com o paciente; 
⇒ Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos 
invasivos; 
⇒ Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não 
requeiram preparo cirúrgico; 
⇒ Após risco de exposição a fluidos corporais; 
⇒ Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o 
cuidado ao paciente; 
⇒ Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente 
próximas ao paciente; e 
⇒ Antes e após remoção de luvas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 12 
 
1.2 USO DE LUVAS 
 
 
 
FONTE: FIOCRUZ, 2009. 
 
 
O uso de luvas é necessário nos serviços de atenção à saúde sexual e 
reprodutiva em situações em que haja risco de contato entre as mãos do profissional 
de saúde ou de outros profissionais com secreções e excreções orgânicas, incluindo, 
por exemplo: exame da genitália, toque ginecológico bimanual e ferimentos. 
As recomendações sobre as situações específicas em que mais se orienta o 
uso de luvas são as seguintes (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Luvas de procedimento: em procedimentos simples, não invasivos; 
⇒ Luvas esterilizadas: em procedimentos em que haja a certeza ou o risco 
de invasão do sistema vascular. 
⇒ Luvas de borracha grossa: para limpeza de material e ambiente. 
 
A FIOCRUZ (2009) recomenda ainda que: 
 
⇒ As luvas são equipamentos de proteção descartáveis, não devendo ser 
lavadas e reutilizadas. 
⇒ Não devem tocar superfícies “limpas” (teclados de computador, 
telefones, etc.), e não devem ser usadas fora do laboratório. 
⇒ As luvas esterilizadas são indicadas para procedimentos invasivos ou 
quando haja necessidade que sejam estéreis. 
⇒ O tipo de luva deve ser determinado de acordo com o material a ser 
manipulado. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 13 
 
 
1.3 USO DE AVENTAL 
 
 
 
FONTE: FIOCRUZ, 2009. 
 
 
O principal intuito do avental é evitar que o contato entre fluidos orgânicos e a 
roupa ou pele do profissional, tanto em procedimentos de cuidado como durante a 
limpeza do ambiente. 
As principais recomendações sobre o uso deste EPI são (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Sempre quem o avental estiver com sujeita visível, trocá-lo. Além disso, 
realizar a troca diariamente; 
⇒ Usar avental estéril para procedimentos cirúrgicos; 
⇒ Ao desprezar o avental, atentar para o recipiente adequado de despejo. 
Se tratar-se de avental reutilizável, recomenda-se que o mesmo seja colocado 
inicialmente em saco plástico antes de ser encaminhado para a lavanderia. 
 
Em relação às especificações sobre a fabricação do avental, é importante 
também ressaltar que (FIOCRUZ, 2009): 
⇒ O avental ou o jaleco deve ser sempre usado, independente da 
utilização de roupa branca, pois o mesmo constitui uma barreira de proteção para as 
roupas pessoais. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 14 
⇒ O jaleco ou avental deve possuir mangas longas, com punho ajustável, 
podendo ser de tecido ou descartável (o tipo será determinado pelo material a ser 
manipulado). 
 
Cada vez mais vem se intensificando o movimento em prol do uso correto do 
avental, no sentido de evitar o uso em locais não adequados, quando se tem a 
possibilidade de contaminação pelo contato do avental com outras superfícies, 
inclusive fora do ambiente do serviço de saúde (ABCINFECÇÃO, 2009). 
 
 
1.4 USO DE MÁSCARA 
 
 
 
FONTE: FIOCRUZ, 2009. 
 
 
Na assistência à saúde sexual e reprodutiva, as máscaras são utilizadas para 
proteger as mucosas da boca e vias aéreas superiores do profissional de saúde do 
possível respingo de fluidos e aerossóis provenientes do paciente (CEARÁ, 2002). 
Para garantir a eficácia da máscara como equipamento de biossegurança, 
deve-se atentar para (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Troca do equipamento quando for identificada sujidade ou umidade; e 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 15 
⇒ Uso da máscara adequada para assistência ao paciente portador de 
tuberculose (máscara N95). 
 
 
1.5 USO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO 
 
 
 
Fonte: FIOCRUZ, 2009. 
 
 
Assim como a máscara, os óculos têm a função de proteger a mucosa 
(ocular) de respingos de sangue e de outros fluidos corporais (CEARÁ, 2002). A 
higiene deste equipamento consiste na principal recomendação para assegurar sua 
função. Orienta-se, portanto, que, após cada uso, os óculos sejam lavados com água 
é sabão (CEARÁ, 2002). 
 
 
1.6 USO DE GORRO 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 16 
 
FONTE: FIOCRUZ, 2009. 
 
 
O gorro possui tanto a função de evitar que pelos do couro cabeludo 
contaminem materiais e campos operatórios, como também a função de proteger os 
cabelos dos profissionais de secreções orgânicas dos pacientes. 
 
 
1.7 MANUSEIO DE MATERIAL PERFUROCORTANTE 
 
 
Considerados materiais de alto risco, os perfurocortantes são alvo de extremo 
cuidado, principalmente por envolver o risco de contaminação pelo HIV e pelo vírus 
da hepatite C. Os principais cuidados referentes à prevenção de acidentes com 
perfurocortantes se fundamentam no mínimo de contato e de manobras com estes 
instrumentos. A seguir, são listadas as principais condutas referentes à prevenção 
destes acidentes (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Evitar ao máximo reencapar agulhas ou realizar qualquer manobra que 
envolva o manuseio da agulha já utilizada; 
⇒ No manuseio de perfurocortantes com o cliente, buscar concentrar o 
máximo de atenção no procedimento; 
⇒ Providenciar correto descarte de perfurocortantes. Orienta-se que sejam 
utilizados como recipientes para descarte, caixas com paredes rígidas e resistentes á 
perfuração; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 17 
⇒ Manter estes recipientes próximos a local onde está sendo realizado o 
procedimento com o perfurocortante e em local isento de umidade; 
⇒ Providenciar o correto fechamento, lacramento e coleta dos recipientes 
de perfurocortantes; e 
⇒ Adotar o uso de EPI de acordo com a recomendação para cada 
procedimento. 
 
 
1.8 CONDUTA FRENTE À ACIDENTE DE TRABALHO ENVOLVENDO PÉRFURO-
CORTANTE 
 
 
Os acidentes com perfurocortantes constituem os acidentes ocupacionais 
mais frequentes na equipe de enfermagem; nesse contexto, cabe ressaltar, também, 
que, auxiliares e técnicos de enfermagem apresentam o maior índice destes 
acidentes (FERREIRA, ARAÚJO e SANTOS, 2007). 
Diante disso, torna-se necessário alertar a respeito das condutas não sóem 
relação à prevenção, mas também à ocorrência de acidentes com perfurocortantes. 
Na ocorrência de acidente com perfutocortante, é imprescindível que a equipe 
procure, inicialmente, manter a calma. Essa conduta agiliza o raciocínio correto 
acerca dos próximos passos a serem executados. Para isso, é recomendável que a 
equipe procure avaliar o tipo de acidente (tipo de material com o qual o profissional 
teve contato), a extensão da lesão o tempo decorrido desde o acidente até a primeira 
conduta. 
Antes de tudo, devem ser prestados cuidados locais, a fim de amenizar a 
exposição ao sangue ou a outro fluido com o qual o profissional teve contato, para 
isso, os procedimentos recomendados são (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Em caso de exposição cutânea, lavar com água corrente e sabão 
antisséptico; 
⇒ Colocar antisséptico aquoso sobre a lesão; 
⇒ Não realizar cortes ou quaisquer outros procedimentos que possam 
aumentar a área exposta; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 18 
⇒ Não utilizar soluções irritantes. Ex.: éter; 
⇒ Em caso de exposição de mucosas, lavar exaustivamente com soro 
fisiológico; 
⇒ Comunicar imediatamente o acidente. 
 
Depois de prestados os cuidados locais, deve-se proceder à avaliação de 
riscos e necessidade de profilaxia. Dependendo da gravidade do acidente, poderão 
ser solicitados: quimioprofilaxia e acompanhamento sorológico, vacina para hepatite 
B, gamaglobulina hiperimune para hepatite B e imunização contra o tétano 
 
 
1.9 ANTISSEPSIA 
 
 
Apesar de não se tratar de um ambiente essencialmente cirúrgico, o serviço 
de atenção à saúde sexual e reprodutiva pode, em algumas situações, constituir-se 
como cenário de procedimentos invasivos, requerendo a utilizando de técnicas de 
antissepsia. 
A inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU), por exemplo, consiste em um 
procedimento invasivo que, se não for realizado com adequada técnica asséptica, 
pode ocasionar infecção proveniente da própria microbiota da paciente ou das mãos 
do profissional de saúde. Outro procedimento que pode eventualmente ser realizado 
no serviço de atenção à saúde sexual e reprodutiva é a drenagem de abscesso, que 
envolve a ruptura de camadas da pele com envolvimento do sistema vascular. 
Diante disso, percebe-se que a técnica de antissepsia deve constituir o 
conjunto de condutas adotadas nos serviços de saúde sexual e reprodutiva. Nesse 
contexto, destacam-se a lavagem antisséptica das mãos e a limpeza antisséptica da 
pele da cliente. 
As soluções antissépticas mais utilizadas são: 
 
 Álcool 70%; 
 Gluconato de clorohexidina: para antissepsia da mucosa vaginal e toque 
ginecológico; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 19 
 Iodos em tintura nas concentrações de 0,5 a 1,0%; 
 Iodóforos (PVPI): degermante, aquoso ou alcoólico. 
 
A realização da antissepsia da pele ou mucosa do paciente segue os passos 
descritos abaixo (CEARÁ, 2002): 
 
1. Preparação da região operatória: até algum tempo a prática da tricotomia era 
incentivada por se acreditar que esta técnica reduzia o risco de infecções. 
Atualmente, todavia, se tem chegado ao consenso de que, ao contrário do que se 
imaginava, a tricotomia pode aumentar o risco de infecções por promover pequenos 
cortes na pele e, assim, ampliar as portas de entrada dos microorganismos. A 
recomendação é, portanto, EVITAR ELIMINAR OS PELOS ou, se for estritamente 
necessário, CORTAR O PELO COM TESOURA O MAIS PRÓXIMO POSSÍVEL DA 
SUPERFÍCIE DA PELE. 
 
2. Seleção do antisséptico apropriado: investigar com o cliente a existência de 
reações alérgicas. Esta informação é importante como critério de exclusão de 
soluções antissépticas. 
 
3. Limpeza simples: limpar, com água e sabão comum, a pele da paciente. 
 
4. Aplicação do antisséptico: aplicar o antisséptico apropriado. 
 
5. Manuseio do antisséptico na pele: realizar a antissepsia utilizando pinças com gaze 
ou algodão esterilizados embebidos em antisséptico. 
 
6. Cuidados com a pele da paciente: evitar o acúmulo de antisséptico na pele da 
cliente para evitar queimadura. 
 
7. Ação do antisséptico: Deixar o antisséptico secar naturalmente, aguardando de 1 a 
2 minutos. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 20 
 
 
2 CÂNCER DE MAMA: ASPECTOS GERAIS 
 
 
As mamas constituem órgãos compostos, essencialmente, por tecido 
glandular e gorduroso, sendo que sua subdivisão engloba os seguintes elementos: 
lobos, septos fibrosos, ductos lactíferos, seios lactíferos, papila da mama, aréola da 
mama e glândulas da aréola. Dispõem-se aos pares e possuem entre 15 e 20 lobos 
mamários independentes, separados por tecido fibroso e gorduroso. A drenagem 
desses lobos converge para o mamilo. A seguir, apresenta-se uma figura 
demonstrando os principais elementos da mama. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 21 
 
FONTE: SNELL, 1984. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 22 
Esta descrição anatômica é semelhante na maioria das mulheres. É 
importante ressaltar, contudo, que em mulheres mais jovens as mamas apresentam 
mamas com maior quantidade de tecido glandular, já as mulheres que se aproximam 
da menopausa possuem mamas compostas por tecido gorduroso (BRASIL, 2004). 
Na prática clínica, a mama é subdividida em quadrantes. Assim, ao exame 
físico, têm-se dois quadrantes externos, superior e inferior, e dois internos, superior e 
inferior. Essa subdivisão é importante para a descrição e localização das lesões, as 
quais constituem um importante agravo na atenção à saúde de mulheres e homens, 
embora nesses a patologia apresente-se em número reduzido. 
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente no mundo, 
sendo o mais comum no público feminino. O Instituto Nacional de Câncer realizou, em 
2006, uma pesquisa em que foi constatada a magnitude do câncer de mama no 
contexto da saúde feminina (INCA, 2008). A figura a seguir mostra os tipos de câncer 
mais comuns entre homens e mulheres: 
 
 
FONTE: INCA (2008). 
 
 
Os fatores de risco para o câncer de mama resultam de uma combinação de 
fatores genéticos, estilo de vida, hábitos reprodutivos e meio ambiente. Assim, 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 23 
existem situações onde o risco poderá ser muito elevado, moderadamente elevado ou 
pouco elevado, conforme especificado abaixo (CEARÁ, 2002): 
 
Risco muito elevado: 
 
 Mãe ou irmã com câncer de mama na pré-menopausa; 
 Antecedente de hiperplasia epitelial atípica ou neoplasia lobular in situ; e 
 Suscetibilidade genética comprovada (mutação de BRCA 1-2). 
 
Risco moderadamente elevado: 
 
 Mãe ou irmã com câncer de mama na pós-menopausa; 
 Nuliparidade; 
 Antecedente de hiperplasia epitelial sem atipia ou macrocistos 
apócrinos. 
 
Risco pouco elevado: 
 
 Menarca precoce (<12 anos); 
 Menopausa tardia (>55anos); 
 Primeira gestação a termo acima de 34 anos; 
 Obesidade; 
 Dieta gordurosa; 
 Sedentarismo; 
 Terapia de reposição hormonal por mais de 5 anos; e 
 Ingestão alcoólica excessiva. 
 
Apesar de conhecidos, os fatores de risco não são os principais alvos no 
combate ao câncer de mama, uma vez que a detecção e o diagnóstico precoces 
apresentam-se muito mais efetivos do que a prevenção de fatores de risco (CEARÁ, 
2002). 
Entre as estratégias recomendadas pelo INCA está a identificação de sinais e 
sintomas por meio do exame das mamas, que pode ser realizado manualmente, por 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 24 
ultrassonografia ou mamografia, sendo que a eficácia destes exames varia em ordem 
crescente. 
Os sinais e sintomas sugestivos de patologias mamárias poderão surgir em 
diferentes estágios da vida e/ou mesmo da evolução de patologias. Por conta disso, 
recomenda-se que mesmo na ausência destes a mulher realize periodicamente 
exames para identificação de possíveis lesões ainda em estágio inicial, a fim de 
prevenir lesões malignas. Entre os sinais e sintomas de patologias mais comuns 
estão: dor mamária, descarga papilar e nódulo mamário (BRASIL,2004). 
Apesar de não constituir um sintoma exclusivo de câncer de mama, a dor 
mamária é o sintoma mais frequentemente referido pelas mulheres e por elas 
associado muitas vezes erroneamente ao câncer de mama. A alteração funcional 
benigna da mama (AFBM), todavia, consiste na causa mais frequente de dor 
mamária. É importante esclarecer, no entanto, que a AFBM não é classificada como 
doença e na possui relação com o câncer de mama (BRASIL, 2004). 
A descarga papilar caracteriza-se pela saída de líquido pelo mamilo. Pode se 
apresentar em diversas situações patológicas e possui significância como sintoma 
sugestivo de câncer de mama quando é abundante, de aspecto cristalino ou 
sanguinolento, unilateral e exterioriza-se por um único ducto (BRASIL, 2004). 
Esse sintoma poderá ser identificado pelo enfermeiro durante a consulta 
ginecológica ou mesmo quando a própria paciente procurar o serviço de saúde 
relatando o sintoma. Nesses casos, o enfermeiro deverá separar uma lâmina idêntica 
à utilizada para exame Papanicolaou, identificá-la (com as iniciais da paciente, data, 
instituição e identificação para referir se diz respeito à mama direita ou esquerda), 
aproximar a lâmina da secreção a fim de coletar o líquido, fixar como o usual no 
serviço e identificar a ficha da paciente que acompanhará o material coletado 
(BRASIL, 2004). 
Um importante sintoma sugestivo de câncer de mama é o nódulo mamário. 
Este possui área definida, limites precisos ou imprecisos, consistência variável, 
podendo apresentar-se sólido ou cístico. 
A avaliação do nódulo como indicativo de câncer de mama deve ser realizada 
criteriosamente. O primeiro passo dessa avaliação inicia-se no exame físico. Depois 
de ser identificado na prática clínica, procede-se à solicitação de ultrassonografia e/ou 
mamografia. Em alguns casos poderá fazer-se necessária a punção aspirativa. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 25 
Considerando os sinais e sintomas descritos e suas relações com o câncer de 
mama, destaca-se que os sinais de alerta mais significativos incluem (BRASIL, 2004): 
 
 Tumor de consistência dura; 
 Tumor pouco móvel e aderente a planos profundos; 
 Indolor; 
 De limites mal definidos; 
 De tamanho variável (varia de acordo com o tempo de evolução); 
 A pele que recobre a mama poderá estar íntegra ou alterada pela 
presença do tumor. 
 
 
3 EXAME CLÍNICO E AUTOEXAME DAS MAMAS 
 
 
Anteriormente destacou-se que as medidas de combate ao câncer de mama 
estão mais relacionadas à detecção e tratamento precoce do que à prevenção 
primária. Isso porque a descoberta do câncer em fases iniciais poderá ser realizada 
por meio de métodos simples e, na maioria das vezes, promove boas chances de 
cura e um tratamento não mutilador (INCA, 2004). 
A medida inicial mais simples para detecção de sinais e sintomas sugestivos 
de câncer de mama consiste no exame clínico das mamas, que pode ser realizado 
anualmente pelo profissional de saúde, durante a consulta ginecológica, e pelas 
próprias mulheres, mensalmente. A associação do exame clínico em consultório ao 
autoexame promove uma cobertura eficiente na detecção precoce de tumores, uma 
vez que tumores invasivos de até 3 centímetros têm possibilidade de serem 
identificados no exame físico e possuem índice de curabilidade bastante elevado. 
Todavia, essas medidas não devem ser consideradas como suficientes (BRASIL, 
2004). 
Tanto o exame clínico realizado em consultório quanto o autoexame realizado 
mensalmente deverão contemplar os seguintes passos: inspeção estática e dinâmica, 
palpação das axilas e palpação da mama com a paciente em decúbito dorsal. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 26 
Como profissional de saúde extremamente atuante tanto em atividades de 
educação em saúde, quanto em ações relacionadas à atenção integral á saúde da 
mulher, o enfermeiro tem um papel importante na realização do exame clínico e na 
orientação e estímulo ao autoexame das mamas. 
Recomenda-se que todas as mulheres realizem o autoexame das mamas 
mensalmente, de 7 a 10 dias após a menstruação, quando as mamas estão menos 
túrgidas. Essa medida evita que alterações benignas e temporárias, oriundas de 
ações hormonais, sejam consideradas equivocadamente como tumores cancerígenos 
(INCA, 2004). 
No caso de mulheres que não menstruam, incluindo as menopausadas, a 
recomendação é que selecionem um dia no mês para realização do autoexame. Por 
exemplo: todo dia 10 de cada mês. 
Um autoexame das mamas satisfatório inclui os seguintes passos: 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 27 
 
FONTE: SESCRIO, 2009. 
 
 
O exame clínico realizado anualmente pelo profissional de saúde é 
semelhante ao autoexame. No entanto, mostra-se mais específico por envolver 
etapas mais criteriosas, conforme descrito a seguir (CEARÁ, 2002): 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 28 
 
FONTE: SESCRIO, 2009. 
 
 
1. Inspeção: cliente sentada 
 
⇒ Estática: o profissional deve observar as mamas em relação à 
simetria, retrações, aspecto da pele, edema, sinais inflamatórios, abaulamentos, entre 
outras alterações que sejam sugestivas de tumor na mama; 
⇒ Dinâmica: após a observação estática, o enfermeiro solicita à 
paciente que eleve seus membros superiores. Enquanto isso, ele observa a 
mobilidade de ambas as mamas. 
 
2. Palpação: cliente sentada/deitada 
 
⇒ Supraclavicular, infraclavicular e axilar: palpar profundamente as 
cadeias linfáticas; 
⇒ Mamária: inicialmente, com a cliente sentada, realiza-se uma 
primeira palpação das mamas e da região intermamária. Posteriormente, com a 
cliente deitada, com as mãos atrás da nuca, complementa-se a palpação com a face 
interna dos dedos, de fora para dentro, circundando toda a mama até chegar ao 
mamilo e pressionando dedos sobre as mamas suave e firmemente. 
⇒ Expressão do mamilo: pressionar suave e firmemente os mamilos a 
fim de identificar descarga papilar. Conforme discutido anteriormente, descargas 
papilares sanguinolentas, unilaterais e que se apresentam após expressão requerem 
atenção especial e devem ser recolhidas para exame de citologia. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 29 
 
 
4 MÉTODOS COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA 
 
 
Além do exame clínico realizado pelo enfermeiro e do autoexame das mamas, 
existem outros métodos que poderão complementar estas técnicas na detecção 
precoce ou tardia do câncer de mama. Entre os métodos de diagnósticos mais 
comuns estão (CEARÁ, 2002): 
 
 
FONTE: Andrea et al., 2006. 
Citologia do derrame mamário 
 
Este método complementar poderá ser utilizado em continuidade ao exame 
clínico das mamas, quando houver descarga papilar. Neste caso, procede-se com a 
identificação de uma lâmina (idêntica à utilizada no exame Papanicolaou). Em 
seguida, coloca-se a lâmina já identificada em contato com o material a ser coletado 
do mamilo da paciente. Fixar a lâmina como realizado usualmente no serviço de 
saúde e enviá-la ao laboratório de citopatologia. 
 
FIGURA – Grupamento de células neoplásicas formando blocos 
tridimensionais, com arranjo glanduliforme e pleomorfos, hipercromáticos e de 
cromatina grosseira (coloração de Papanicolaou, 400x) 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 30 
 
 
4.1 PUNÇÃO ASPIRATIVA 
 
 
Método invasivo que é realizado por meio de uma agulha fina (retirada de 
material citológico) ou grossa (retirada de material histológico). Busca-se o acesso a 
nódulos mamários com o auxílio da palpação, da mamografia ou da ultrassonografia 
mamária. Quando a punção é realizada com agulha fina, não é necessária anestesia, 
pois a agulha usada é similar à utilizada para a anestesia; já no caso de punção por 
agulha grosso, a anestesia faz-se necessária. 
 
FIGURA: Fibroadenoma. Punção aspirativa com agulha fina orientada pela 
ultrassonografia (esquerda) e aspecto citológico arborescente característico, com 
projeções fibroepiteliais em dedo de luva (direita). 
 
FONTE: Nazário, Rego e Oliveira, 2007.4.2 MAMOGRAFIA 
 
 
Método mais utilizado para detecção de lesões suspeitas. A frequência 
recomendada é: 
⇒ Primeiro exame: entre 35 e 40 anos de idade, uma vez que a 
ocorrência de câncer de mama antes de 35 anos é rara; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 31 
⇒ A partir daí, as mulheres que não possuem antecedentes familiares 
de câncer de mama deverão realizar mamografia a cada dois anos, entre 40 e 50 
anos de idade, e anualmente após os 50 anos de idade; 
⇒ No caso de mulheres com antecedentes familiares de câncer de 
mama, a mamografia passa a ser recomendada anualmente, após 40 anos de idade. 
 
 
4.3 ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA 
 
 
 Consiste em um método por imagens que auxilia na diferenciação de nódulos 
císticos e sólidos, bem como pode servir de suporte para direcionamento de punções 
aspirativas. 
 
FIGURA: Aspecto ultrassonográfico dos cistos mamários. A) cisto simples: imagem 
anecoica, com reforço acústico posterior; B) cisto complexo: no interior do cisto, 
observa-se imagem nodular sólida (seta). 
 
FONTE: Nazário, Rego e Oliveira, 2007. 
 
 
É importante ressaltar o papel do enfermeiro não só na orientação e 
esclarecimento de dúvidas, mas também no oferecimento de suporte nos casos em 
que tenham sido identificados indícios de câncer da mama ou, principalmente, quando 
o diagnóstico for confirmado. A suspeita ou certeza de câncer de mama envolve 
aspectos psicossociais significativos para a mulher, uma vez que esta doença, além 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 32 
de ser considerada grave e pôr em risco a vida, afeta a autoimagem, o que 
proporciona baixa autoestima (NAZÁRIO, REGO e OLIVEIRA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------ FIM DO MÓDULO I --------------------- 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE 
MAMA 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 34 
 
 
MÓDULO II 
 
 
5 CÂNCER CÉRVICO-UTERINO: ASPECTOS GERAIS 
 
 
O câncer atualmente constitui um importante agravo de saúde, 
principalmente por envolver prognóstico obscuro. Diante disso, a vigilância e 
avaliação de ações preventivas são atitudes priorizadas no combate a esse agravo. 
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) lança, a cada dois anos, os 
resultados de estudos sobre a estimativa de câncer, a fim de que se tenham 
fundamentos para visualizar quais os tipos mais incidentes, qual a população mais 
afetada, em que regiões do Brasil o problema está se apresentando de forma mais 
agravante, entre outros aspectos relevantes no combate ao câncer. 
A última estimativa publicada, referente aos anos de 2008 e 2009, apontou 
que, à exceção dos cânceres de pele do tipo melanoma, os cânceres de mama e de 
colo uterino serão os mais incidentes na população feminina. A cada ano são 
diagnosticados 500 mil casos novos no mundo. No Brasil, estima-se que, em 2009, 
cerca de 19 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de colo uterino (INCA, 
2007). 
Há alguns anos, muitas hipóteses cercavam a origem do câncer de colo 
uterino. Atualmente, sabe-se que a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) 
constitui condição necessária para o desenvolvimento deste tipo de câncer, sendo 
que este vírus possui 15 tipos oncogênicos (INCA, 2007). 
Para que se compreenda o processo de desenvolvimento do câncer de 
colo uterino, realizaremos uma breve revisão dos principais componentes da 
anatomia do aparelho genital feminino, a fim de esclarecer localizações e principais 
alvos no exame de prevenção do câncer de colo uterino. 
 
1. Componentes anatômicos externos 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 35 
⇒ Vulva – conjunto cutâneo mucoso que compreende a região do Monte 
de Vênus até a região perineal. 
 
 
FONTE: CANCERVIC, 2009. 
 
 
2. Componentes internos 
⇒ Vagina: canal cilíndrico, comprido, com grande elasticidade. O 
comprimento varia entre 8 e 10 centímetros, e o diâmetro é de, aproximadamente, 4 
centímetros. No fundo da vagina encontra-se o colo uterino (BRASIL, 2004). 
⇒ Ovários e tubas: localizam-se dentro do abdômen, em pares e 
possuem função de produção hormonal (ovários), produção de óvulos (ovários) e 
transporte desses óvulos (tubas) (BRASIL, 2004). 
⇒ Útero: possui forma de pera e localiza-se no abdômen inferior. É 
dividido em corpo e colo (BRASIL, 2004). 
 
FONTE: UNIFESP, 2009. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 36 
3. Colo uterino: apresenta na parte interna um canal (canal cervical), que 
consiste no ponto de comunicação dentre a parte externa e a interna, ou seja, do 
canal vaginal com a cavidade uterina. A porção do colo que se exterioriza é 
denominada ectocérvice, e a que porção interna denomina-se endocérvice. A 
ectocérvice é formada por epitélio escamoso estratificado, já a endocérvice é 
constituída por epitélio colunar. O limite entre a endocérvice e a ectocérvice é 
denominado junção escamo-colunar (JEC) (BRASIL, 2004). 
 
 
 
Fonte: UNIFESP, 2009. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 37 
A JEC pode situar-se tanto na parte interna como na porção externa do colo, 
para dentro ou para fora do óstio. Essa posição é determinada pela condição 
hormonal da mulher, paridade, entre outros fatores. Quando a JEC se localiza na 
porção externa, ocorre deslocamento endocervical, o que, por sua vez, poderá expor 
este epitélio a agressões por eventuais agentes biológicos, tais como os vírus. 
Quando isso acontece, há formação de outro tipo de epitélio, oriundo da 
transformação das células de reserva, existentes na base do epitélio colunar, as 
quais se multiplicam, promovendo a metaplasia (BRASIL, 2004). 
As células de reserva são as células-alvo do HPV. 
O câncer de colo uterino desenvolve-se a partir de uma lesão pré-invasiva 
pelo HPV. Estas lesões são intraepiteliais escamosas e são curáveis em até 100% 
dos casos. O período disponível desde a infecção até o desenvolvimento do câncer 
de colo uterino é de aproximadamente 10 a 20 anos, o que permite detecção 
precoce e tratamento, isso quando o exame de prevenção é realizado de forma 
periódica (CEARÁ, 2002). 
Outro fator que interfere na determinação do exame de prevenção do câncer 
de colo uterino como estratégia eficaz de prevenção é o retorno das pacientes para 
consulta e diagnóstico laboratorial, realizado geralmente um mês após a execução 
do exame, bem como a busca ativa de pacientes que não retornaram. Esses 
determinantes serão discutidos de forma mais consistente no módulo IV. 
 
 
6 EXAME DE PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO 
 
 
O exame de prevenção do câncer cérvico-uterino é também conhecido como 
exame colpocitopatológico, colpocitologia oncológica, colpocitologia oncótica, ou 
ainda Teste de Papanicolaou. Esta última nomenclatura refere-se ao nome do 
médico George Papanicolaou, que desenvolveu o método para identificação 
microscópica de células atípicas, malignas ou pré-malignas do útero, isso por meio 
da esfoliação do colo uterino (BRASIL, 2004). 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 38 
O teste de Papanicolaou consiste em um exame simples, barato e eficiente 
na detecção de lesões precursoras de neoplasias ou mesmo de neoplasias em fases 
iniciais (BRASIL, 2006). 
Por volta da década de 50, o exame citológico de Papanicolaou foi 
reconhecido e recomendado mundialmente, principalmente por não requerer 
infraestrutura sofisticada ou de alto custo para o sistema de saúde (BRASIL, 2006; 
CEARÁ, 2002). 
Em 1988, INCA realizou uma reunião de consenso onde foi decidido que o 
exame de Papanicolaou deveria ser realizado, prioritariamente,em mulheres de 25 a 
60 anos de idade, ou que já tivessem iniciado a atividade sexual, independente da 
idade (CEARÁ, 2002). 
A frequencia de realização do exame por cada paciente seria de: uma vez 
ao ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos 
(CEARÁ, 2002). 
Apesar de ter sido reconhecido como exame eficaz e eficiente desde 1950, 
apenas em 1998 as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde - por meio do 
incentivo do INCA - vêm se articulando de forma significativa em busca da 
efetivação do Programa de Rastreamento do Câncer de Colo de Útero (BRASIL, 
2006). 
Na efetivação do teste de Papanicolaou, é importante que dois aspectos 
sejam enfatizados: o primeiro refere-se à preparação da população feminina, a fim 
de que esta se conscientize a respeito da importância da frequência na realização 
do exame e do retorno para receber o diagnóstico; e o segundo aspecto é a correta 
identificação de lesões malignas ou pré-malignas. 
Para promover a conscientização feminina sobre a relevância do teste de 
Papanicolaou, é imprescindível que os serviços de saúde, sobretudo os de nível 
primário, desenvolvam atividades de educação em saúde fundamentadas em uma 
abordagem dialógico-reflexiva. Por meio destas atividades educativas, a mulher 
passa a se perceber como um ser autônomo, capaz de preservar/melhorar sua 
própria saúde, bem como contribuir para a conscientização de outras mulheres de 
sua comunidade (SOUSA, PINHEIRO e BARROSO, 2008). 
Ainda em relação à educação em saúde, é importante ressaltar que, 
considerando o HPV como causador do câncer de colo uterino e como DST 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 39 
transmitida frequentemente por via sexual, a abordagem preventiva deste vírus deve 
privilegiar a divulgação de informações e esclarecimentos de dúvidas. 
Apesar de disporem de diversos meios de informações sobre doenças 
sexualmente transmissíveis (DST), algumas mulheres ainda apresentam lacunas em 
relação ao conhecimento sobre o HPV. Isso porque a doença é pouco comentada 
quando comparada a outras, como a Aids. Diante disso, muitas concepções 
equivocadas são desenvolvidas, como a crença de que o HPV só pode ser 
transmitido do homem para a mulher, o mito de que o HPV é uma doença de 
mulheres promíscuas, e o tabu a respeito das DST (SOUSA e BARROSO, 2009). 
Faz-se necessário, portanto, investigar e esclarecer elementos culturais que possam 
interferir de forma negativa na adoção de um comportamento de cuidado satisfatório. 
Depois do desafio de promover o conhecimento e conscientização das 
mulheres acerca dos elementos inseridos no contexto da prevenção do câncer de 
colo de útero, resta outro desafio: garantir a qualidade na execução do exame 
Papanicolaou e na identificação de células pré-malignas e malignas. 
O método de identificação de lesões acontece da seguinte forma (BRASIL, 
2004): 
 
1. Coleta de células, representativas e em número suficiente para o diagnóstico, do 
orifício externo do colo e canal endocervical, ou seja, da ectocérvice e da 
endocérvice, respectivamente; 
 
2. As células coletadas devem ser colocadas em uma lâmina de vidro, previamente 
identificada; 
 
3. Em uma etapa posterior, a lâmina é, então, corada e levada à análise 
microscópica; 
 
4. Ao exame microscópico, as células serão identificadas e classificadas entre 
células normais, evidentemente malignas e as que apresentam alterações 
indicativas de lesões pré-malignas. 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 40 
FIGURA: Imagem obtida do esfregaço contendo células arranjadas em grupamentos 
sinciciais com discreta sobreposição e núcleos atípicos, hipercromáticos 
(Papanicolaou, 100x). 
 
FONTE: Pinto e Maia, 2007. 
 
FIGURA: Aspecto microscópico do carcinoma escamocelular in situ do colo uterino 
de R.P.D. (HE X4OO). Nota-se a substituição da mucosa cervical por células 
escamosas atípicas; a membrana basal está íntegra. 
 
 
FONTE: INCA, 1999. 
 
 
7 CUIDADOS QUE DEVEM ANTECEDER A REALIZAÇÃO DO EXAME 
GINECOLÓGICO 
 
 
A eficácia do exame de Papanicolaou é determinada, também, pela 
qualidade do material coletado. Este, por sua vez, depende muito dos cuidados 
tomados pela mulher antes da realização do exame. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 41 
No intuito de minimizar a interferência de fatores externos na qualidade do 
exame, é necessário que o profissional de saúde, sobretudo o enfermeiro, oriente de 
forma adequada as mulheres acerca das medidas que devem e que não devem ser 
tomadas dias antes da realização da consulta ginecológica. 
As pacientes devem ser orientadas quanto aos seguintes cuidados a serem 
observados antes da realização do exame ginecológico (CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Tomar banho antes do exame: a fim de minimizar agentes causadores 
de infecções. Apesar de o procedimento não envolver diretamente o sistema 
circulatório, esta recomendação é importante para diminuir a possibilidade de 
infecções e facilitar a visualização de lesões e outras alterações. 
⇒ Aparar os pelos pubianos e axilares: essa atitude também facilita a 
visualização e identificação de alterações. 
⇒ Não fazer uso de medicação com cremes vaginais ou duchas 
intravaginais de 24 a 48 horas que precedem o dia da coleta: essa recomendação é 
necessária para evitar que o conteúdo vaginal e outros elementos vaginais e do colo 
uterino sejam alterados ou retirados por cremes ou duchas, o que dificultaria ou 
impediria o diagnóstico preciso das alterações celulares e epiteliais. 
⇒ Evitar relações sexuais de 24 a 48 horas antecedentes ao exame: 
durante as relações sexuais, pode ocorrer liberação de secreções, do homem e/ou 
da mulher, que podem alterar as características do conteúdo vaginal, dificultando o 
exame citopatológico. 
⇒ Não estar no período menstrual: aguardar o quinto dia após o término 
da menstruação. É importante salientar que PEQUENOS SANGRAMENTOS, DE 
ORIGEM NÃO MENSTRUAL, NÃO CONSTITUEM IMPEDIMENTO PARA A 
COLETA, PRINCIPALMENTE NAS MULHERES NA PÓS-MENOPAUSA. 
 
Essas orientações podem ser fornecidas às mulheres de maneira geral, em 
atividades de educação em saúde na sala de espera, ou de forma individualizada, 
na ocasião da procura pelo exame, em visitas domiciliares ou na ocasião de outras 
consultas, por exemplo. 
Além das orientações específicas sobre os cuidados para manutenção da 
qualidade do material a ser coletado para análise laboratorial, os profissionais de 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 42 
saúde poderão, também, aproveitar as ocasiões para explicar o exame ginecológico 
em si, bem como para esclarecer dúvidas. 
Muitas dúvidas e desconhecimento acerca do exame ginecológico podem 
interferir na não adesão. Carvalho e Furegato (2001) construíram um modelo teórico 
acerca do evitamento do exame ginecológico, destacando as perspectivas de 
usuárias de um serviço de saúde e como essas perspectivas, sem participação de 
atividades de educação em saúde, podem interferir de forma negativa na realização 
do exame ginecológico. 
 
 
FONTE: Carvalho e Furegat (2001). 
 
 
A fim de auxiliar as atividades educativas referentes ao exame ginecológico, 
o INCA (2009) desenvolveu um manual com as perguntas mais frequentes sobre o 
exame. Os esclarecimentos são feitos de forma simples e acessível, conforme se 
pode observar a seguir: 
 
O que é o exame preventivo do câncer do útero? 
É um dos momentos do exame ginecológico em que é feita a coleta do 
material do útero e colocado numa lâmina de vidro, que será examinada 
posteriormente ao microscópio. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 43 
Quais as mulheres que devem se submeter ao exame? 
Toda mulher com vida sexual ativa, principalmente aquelas com idade de 25 
a 59 anos. 
 
O exame é doloroso e demorado? 
Não. O exame é rápido e não dói. 
 
O que é preciso para fazer o exame preventivo do câncer do útero? 
• Não manter relação sexual (nos 2 dias anteriores ao exame); 
• Não usar duchas ou medicamentos vaginais(nos 2 dias anteriores ao 
exame); 
• Não estar menstruada (em época de regras). 
 
Que serviço deve ser procurado? 
Como o exame é simples, você pode procurar o ambulatório, posto ou centro 
de saúde mais próximo da sua casa. 
 
Após o exame, o que fazer? 
Você deve retornar a uma nova consulta para saber o resultado e receber 
instruções. 
Lembre-se: tão importante quanto submeter-ser ao exame é buscar o 
resultado. 
 
De quanto em quanto tempo deve ser feito o exame preventivo? 
Ao receber o resultado, você será informada de quando deverá repetir o 
exame. Em geral, se não houver alteração, o exame poderá ser feito no intervalo de 
1 ano ou a cada 3 anos, devendo considerar o resultado e a periodicidade com que 
a mulher vem realizando seu exame. 
 
Outras doenças,que não o câncer, podem ser encontradas durante o 
exame preventivo? 
Sim. Infecções vaginais, inclusive as sexualmente transmissíveis podem ser 
diagnosticadas pelo médico que realiza o exame. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 44 
 
 
8 CONSULTA GINECOLÓGICA 
 
 
A consulta ginecológica pode ser realizada por profissional médico ou 
enfermeiro, desde que capacitado para tal função. No processo, devem ser 
desenvolvidos: anamnese, exame físico geral, exame das mamas, exame 
ginecológico, colheita do material cervical, colheita citológica, inspeção visual com 
ácido acético e Teste de Schiller. 
 
 
8.1 ANAMNESE 
 
 
A anamnese é o momento inicial da consulta ginecológica. Nessa etapa o 
enfermeiro tem a oportunidade de conhecer melhor a paciente, estabelecer uma 
relação de confiança e investigar possíveis fatores que estejam relacionados à sua 
condição geral de saúde. Durante a anamnese é possível também esclarecer 
dúvidas a respeito do exame e amenizar/eliminar medos e angústias. 
Para obtenção de êxito na anamnese, é necessário que o enfermeiro adote 
uma postura acolhedora, cortês, de respeito à privacidade da paciente (BRASIL, 
2004). Assim, busca-se a promoção de um ambiente positivo, descontraído, onde a 
paciente se perceba como um ser respeitado e compreendido, com seus medos, 
angústias e dúvidas valorizadas e consideradas. 
No decorrer da anamnese, o enfermeiro deverá abordar os seguintes 
aspectos (BRASIL, 2004; CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Identificação da paciente; 
⇒ Queixas e duração; 
⇒ História da moléstia atual; 
⇒ Antecedentes pessoais e familiares; 
⇒ Antecedentes ginecológicos e obstétricos; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 45 
⇒ Antecedentes sexuais; 
⇒ Tabagismo e alcoolismo; 
⇒ Comportamento sexual; 
⇒ Crenças, mitos e tabus sobre o exame; 
⇒ Crenças e valores sobre o câncer de colo de útero e de mama. 
 
Após conversar com a paciente sobre aspectos relacionados ao seu estado 
de saúde e ao exame físico, o enfermeiro deverá proceder aos seguintes cuidados 
(BRASIL, 2004): 
 
1. Preenchimento do formulário de requisição de citologia oncótica; 
 
2. Identificação da lâmina para o exame. Para isso, inserir, na 
extremidade fosca da lâmina, com lápis: 
⇒ O código do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) 
da unidade ou o nome da unidade (VER ROTINAS ADMINISTRATIVAS ADOTADAS 
NA UNIDADE); 
⇒ O número de registro da mulher na unidade; 
⇒ As iniciais do nome da paciente; 
⇒ Data da realização do exame. 
 
3. Verificar se a paciente é virgem: caso positivo, não introduzir espéculo; 
 
4. Perguntar se já teve filhos por parto normal (via vaginal): caso positivo, 
não usar espéculo pequeno; 
 
5. Perguntar se está grávida ou suspeita estar: caso positivo, não colher 
material endocervical; 
 
6. Acomodar a lâmina na mesa de apoio para receber material a ser 
coletado; 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 46 
7. Deixar o fixador ou recipiente com álcool próximo à lâmina já 
identificada. 
 
 
8.2 EXAME FÍSICO GERAL 
 
 
O exame físico geral deve ser uma prática adotada em toda consulta de 
enfermagem, uma vez que por meio dele é possível identificar alterações que por 
ventura não tenham sido relatadas pelo paciente, ou mesmo averiguar queixas e 
encaminhar o paciente para a consulta médica e/ou realização de exames mais 
específicos. 
A realização do exame físico geral deve ser céfalo-caudal, observando os 
seguintes componentes (CEARÁ, 2002): 
 
1. Pele; 
2. Mucosas; 
3. Gânglios dos seguimentos corporais: palpar e investigar presença de 
tumores/nódulos; 
4. Mamas (ver módulo I, em que se discorreu acerca do exame das mamas); 
5. Abdômen: observar presença de cicatrizes operatórias, abaulamento, escavação 
da parede, simetria, estado da pele, quantidade e distribuição dos pelos. Além disso, 
realizar palpação a fim de identificar alterações em vísceras e/ou dor. Explorar baixo 
ventre, região hipogástrica e região inguinal; 
6. Região pubiana, vulvar e perineal: investigar infecções, ulcerações, tumores, 
alterações da epiderme e implantação de pelos pubianos. Observar também 
grandes e pequenos lábios, clitóris e hímen. 
 
* É importante destacar que, caso o hímen esteja roto, mas a cliente não o refira, o 
exame deverá ser realizado como se ela fosse virgem, ou seja, sem a introdução do 
espéculo. Procede-se, então, com a coleta de secreções com a escovinha Campos 
da Paz (CEARÁ, 2002). 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 47 
 
8.3 EXAME DE PAPANICOLAOU 
 
 
Conforme especificado em momento anterior, o exame de Papanicolaou 
consiste na identificação de células pré-invasoras ou invasoras, por meio de exame 
microscópico. O processo de coleta de células ocorre em duas etapas: a colheita do 
material cervical e a colheita citológica. 
 
 
8.3.1 Observação do material cervical 
 
 
Antes do procedimento, o enfermeiro deve explicar à paciente todos os 
passos do exame, inclusive informando o momento da colocação do espéculo na 
vagina. Após, procede-se para o processo de introdução do espéculo, que é 
composto pelas seguintes etapas (BRASIL, 2004): 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.medikatalogo.com.mx/tienda/images/productos/6201.jpg>. 
Acesso em: 28 jul. 2010. 
 
 
1. Introduzir o espéculo em posição vertical, ligeiramente inclinado para a 
direita do enfermeiro; 
http://www.medikatalogo.com.mx/tienda/images/productos/6201.jpg�
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 48 
2. Iniciada a introdução, realizar uma rotação de 90o. 
3. Após introduzir o espéculo totalmente na vagina, abra-o lentamente e 
com delicadeza, procurando localizar o colo uterino. 
Deixar o espéculo 
em posição transversa à medida que é introduzido, de modo que a fenda da 
abertura do espéculo fique na posição horizontal. OBSERVAR NESSA ETAPA AS 
PAREDES VAGINAIS. 
 
Observe coloração e pregueamento vaginal, aspecto do colo uterino, muco 
cervical, presença e características de secreções, tumorações, ulcerações e/ou 
roturas. Tudo que for observado deverá ser posteriormente registrado no prontuário 
da paciente. 
 
 
8.3.2 Coleta citológica 
 
 
A coleta citológica é dupla, ou seja, composta por amostras da endocérvice 
e do canal cervical. Essas amostras são colhidas separadamente. 
Antes da coleta das amostras, o enfermeiro deverá averiguar se a lâmina 
está previamente identificada com os dados gerais solicitados, explicados no início 
deste módulo (ver anamnese). É necessário que a lâmina contenha, no mínimo, as 
iniciais da paciente, o número do prontuário e a cidade (CEARÁ, 2002). 
O primeiro material a ser coletado é o ectocervical. Para isso, utilizar a 
espátula de Ayre. Na coleta do material endocervical é utilizada a escova 
endocervical, também conhecida como escovinha tipo Campos da Paz. 
Para coleta ectocervical, proceder da seguinte maneira: 
 
1. Utilize a espátula do lado que apresenta bifurcação; 
 
2. Introduza a espátula de modo que a parte côncava se encaixe na 
superfície da mucosa da ectocérvice; 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 49 
3. Faça uma raspagem da mucosa por meio de um movimento rotativo de 
360o
 
, exercendo uma pressão firme, mas de forma delicada;4. Estenda o material na lâmina, no sentido VERTICAL, em movimentos 
de ida e volta, para garantir uma amostra uniforme, conforme mostrado na figura 
abaixo: 
 
 
FONTE: IAP, 2009. 
 
 
Imediatamente após a coleta ectocervical, o enfermeiro deverá realizar a 
coleta endocervical, de acordo com as seguintes orientações: 
1. Introduza a escovinha endocervical delicadamente no canal cervical; 
 
2. Realize um movimento rotativo de 360o
 
; 
3. Disponha o material coletado sobre a lâmina (pode ser a mesma 
lâmina em que foi coletado material ectocervical), em sentido contrário do utilizado 
para disposição do material da ectocérvice. Recomenda-se à disposição no sentido 
HORIZONTAL, de acordo com a figura a seguir: 
 
 
FONTE: IAP, 2009. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 50 
 
 
Alguns autores enfatizam algumas recomendações a respeito da coleta 
endocervical. Entre as principais estão (BRASIL, 2004; CEARÁ, 2002): 
 
⇒ Se a paciente for gestante, evite a coleta endocervical; 
 
⇒ Se a paciente tiver sofrido histerectomia com manutenção do colo, a 
coleta deve ser realizada normalmente; 
 
⇒ Se a paciente tiver sofrido retirada total do colo, a coleta deverá ser 
realizada no fundo da vagina. 
 
 
8.3.3 Fixação do material coletado 
 
 
A fixação do material deverá ocorrer imediatamente após a coleta, a fim de 
garantir manter as características originais das células e a qualidade do exame. 
Existem três tipos de substâncias recomendadas para fixar e conservar o material 
coletado: polietilenoglicol, propinilglicol e álcool a 95% (BRASIL, 2004). 
Ao se optar pelo polietilenoglicol, deve-se pingar de 3 a 4 gotas sobre o 
material, de modo a cobri-lo completamente com o líquido. Após, deixar secar em 
posição horizontal, ao ar livre, até formação de uma película (BRASIL, 2004). 
O propinilglicol aprensenta-se em solução spray, e deve ser borrifado a 20 
cm de distância da lâmina (BRASIL, 2004). 
Quando a fixação for realizada com álcool a 95%, a lâmina deverá ser 
imersa em recipientes próprios (BRASIL, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 51 
 
8.3.4 Inspeção visual com ácido acético 
 
 
A inspeção visual com ácido acético ocorre após a coleta citológica. O 
procedimento ocorre da seguinte forma: 
 
1. Limpar o colo uterino com algodão seco; 
 
2. Pincelar o colo uterino e fundo de saco vaginal com solução de ácido 
acético a 5%; 
 
3. Aguardar de 1 a 2 minutos; 
 
4. Investigar presença de lesões acetobrancas (esbranquiçadas). 
 
A inspeção visual do colo do útero utilizando ácido acético (VIA) é, 
juntamente com a inspeção com lugol (VILI), uma estratégia bastante eficaz na 
redução das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero (INCA, 2007). 
O mecanismo de reação das células com modificação da coloração ocorre 
porque o ácido acético a 5% coagula as proteínas de células lesionadas, 
provocando o clareamento evidente de células afetadas pelo papilomavírus humano 
(HPV) (CEARÁ, 2002). 
As mulheres portadoras dessas lesões deverão realizar exames mais 
detalhados, como a colposcopia. Os parceiros sexuais destas mulheres também 
deverão ser submetidos ao exame, afim de que se controle a cadeia de transmissão 
e se evite reinfecções no casal. 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 52 
FIGURA: Epitélio aceto branco grosseiro. 
 
FONTE: Carvalho, Leite e Pereira, 2006. 
 
 
8.3.5 Teste de Schiller 
 
 
As células do colo do útero, quando normais, possuem a propriedade de se 
impregnarem com solução de lugol, devido à reação que ocorre entre o glicogênio e 
o iodo. Células do colo uterino alterado, com epitélio escamoso imaturo ou tecido 
metaplásico (de reparo), fixam pouco o lugol. Já células anormais, displásicas ou 
malignas, pobres em glicogênio, não se coram (iodo negativo) (INCA, 1999). 
Diante disso, convencionou-se que, de acordo com o resultado apresentado 
no teste com a aplicação local do lugol no colo uterino, o teste de Schiller poderia 
ser classificado como (INCA, 1999): 
 
⇒ Positivo
 
: quando a reação com o iodo for negativa, ou seja, quando não 
houver coloração do colo uterino; 
⇒ Negativo: quando houver fixação do iodo nas células e o colo se 
apresentar colorido após aplicação do lugol. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 53 
A aplicação do lugol pode ser realizada após a inspeção visual com ácido 
acético e auxilia o diagnóstico de alterações da mucosa do colo uterino. A aplicação 
do lugol é semelhante à aplicação do ácido acético, ou seja, deve-se pincelar o colo. 
É importante salientar que, assim como a coleta citopatológica e a inspeção 
visual do colo uterino com ácido acético, o teste de Schiller não deve ser uma prática 
adotada de modo isolado. Os procedimentos para identificação de alterações devem 
ser realizados em conjunto, a fim de assegurar mais efetividade ao exame 
ginecológico. 
Outra recomendação importante refere-se à conduta frente ao resultado 
positivo do teste de Schiller. Diante da magnitude do câncer de colo uterino e da 
relevância de resultados positivos, frente a um teste positivo (quando não há 
coloração do colo com o lugol) sugere-se que a paciente seja encaminhada à 
colposcopia (CEARÁ, 2002). 
O teste de Schiller encerra os procedimentos técnicos com a paciente. Após 
essa etapa, portanto, o enfermeiro deverá registrar todas as observações no 
prontuário da paciente. 
 
 
9 LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA A CONSULTA GINECOLÓGICA 
 
 
A fim de assegurar a efetividade de todos os procedimentos durante a 
consulta ginecológica, o enfermeiro deverá manter a organização do ambiente e das 
ações a serem executadas. Para isso, listamos a seguir, com base no referencial 
bibliográfico utilizado neste módulo, uma sequência de ações que devem ser 
verificadas antes e no decorrer da realização da consulta ginecológica. 
Compreendemos que as seguintes ações são importantes para uma atuação eficaz 
do enfermeiro como gerente e profissional com autonomia no âmbito da consulta 
ginecológica: 
 
• Verificar se a sala está devidamente limpa e se dispõe dos aparatos 
necessários para a realização dos procedimentos. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 54 
• Verificar se há abastecimento suficiente de insumos para a assistência a 
todas as mulheres agendadas para consulta ginecológica (se possível, providenciar 
material extra, para suprir eventualidades). 
• Testar os equipamentos. 
• Preencher a requisição do exame citopatológico em local reservado, para 
garantir a privacidade da paciente. 
• Identificar a lâmina. 
• Fornecer roupa adequada ao exame e orientar a paciente que se troque. 
• Fornecer informações à paciente sobre o exame. 
• Lavar as mãos. 
• Realizar o exame físico geral e das mamas. 
• Colocar a paciente na posição ginecológica, respeitando sua privacidade, 
cobrindo-a com um lençol. 
• Calçar as luvas. 
• Realizar a inspeção da vagina e ânus. 
• proceder com a inserção do espéculo. 
• Realizar a coleta do material da ectocérvice e acondicioná-lo na lâmina no 
sentido vertical, ou diferente do sentido utilizado para acondicionar o material da 
endocérvice. 
• Realizar a coleta do material da endocérvice e acondicioná-lo na lâmina no 
sentido horizontal, ou diferente do sentido utilizado para acondicionar o material da 
ectocérvice. 
• Fixar o esfregaço na lâmina com polietilenoglicol, propinilglicol ou álcool à 
95%. 
• Realizar inspeção visual do colo uterino com aplicação local de ácido acético 
a 5%. 
• Realizar teste de Schiller. 
• Fechar o espéculo e retirá-lo. 
• Retirar as luvas e lavar as mãos. 
• Informar a paciente sobre a ausência ou presença de alterações identificadas 
durante a realização do exame físico geral, das mamas, cliente citopatológica 
(conteúdo vaginal), inspeção com ácido acético e teste de Schiller. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 55 
• Explicar à paciente que poderá ocorrer sangramento vaginal leve e/ou 
corrimento de secreção corada pelo lugol utilizadono teste de Schiller. Esclarecer, 
inclusive, que este pode ser confundido com sangramento, uma vez que possui 
coloração semelhante. 
• Orientar a paciente sobre o retorno para recebimento do resultado do exame, 
entregando-lhe cartão com data prevista para tal. 
• Registrar todo o procedimento, inclusive as alterações encontradas, no 
prontuário da paciente. 
• Organizar a sala para receber a próxima paciente. 
 
Estas recomendações poderão ser úteis na organização do serviço, mas é 
importante esclarecer que elas poderão ser adaptadas a fim de se adequarem à 
realidade local. É necessário, todavia, que o exame físico geral, exame das mamas, 
inspeção da vagina, coleta citológica, inspeção com ácido acético e teste de Schiller 
sejam executados, no intuito de garantir uma consulta efetiva. 
 
 
10 LISTA DE SOLICITAÇÃO DE EXAME CITOPATOLÓGICO 
 
 
Após realizar a coleta citopatológica de todas as pacientes, o enfermeiro 
deverá proceder com o preenchimento de uma lista com a requisição dos exames 
citopatológicos. Este formulário deverá acompanhar as lâminas que serão enviadas 
ao laboratório. 
Trata-se de uma listagem contendo a identificação da unidade de saúde e a 
relação de nomes e números de prontuário das mulheres que tiveram seus exames 
encaminhados. 
São desenvolvidas duas vias desta listagem. A primeira fica no laboratório e 
a segunda é devolvida à unidade de saúde responsável pela coleta, após 
conferência da listagem com os frascos apresentados e a assinatura do responsável 
pela recepção do laboratório. 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 56 
Exemplo de listagem preparada pela unidade primária para o laboratório 
(BRASIL,2004):
 
 
 
Sobre a frequência de realização da listagem, a recomendação é que o 
enfermeiro organize a lista e realize o envio da mesma semanalmente. Nos casos 
em que não for possível, enviar o quanto antes. 
É importante que o enfermeiro também procure incluir na lista todas as 
lâminas de coleta citológica existentes na unidade, a fim de operacionalizar a 
remessa. 
O momento da entrega de uma remessa constitui também ocasião de 
recebimento dos resultados laboratoriais de remessas enviadas anteriormente. 
 
 
 
 
-----------------------FIM DO MÓDULO II------------------------ 
Posto de Saúde Getúlio Vargas 
Exames coletados no período de 5 a 9/8/2001 
Nº DO PRONTUÁRIO NOME DA PACIENTE 
Z-6887 Maria Rosa Costa Santos 
Z-1987 Rosa Castro Santos 
Z-3467 Eliane Dias 
Z-8965 Silvia Mendes 
Z-0789 Esther Martins 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO 
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE 
MAMA 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 58 
 
 
MÓDULO III 
 
 
11 SEGUIMENTO DIANTE DA IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE 
TRANSMISSÍVEIS 
 
 
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) constituem um significativo e 
constante problema de saúde no Brasil, o que tem despertado o interesse de órgãos 
e autoridades comprometidos com a saúde sexual e reprodutiva para a necessidade 
de desenvolvimento, implementação e ampliação de estratégias eficazes de 
prevenção. 
O panorama atual revela que as DST/AIDS apresentam crescimento não 
apenas em relação ao número de casos, mas também no que se refere aos grupos 
de risco. Dados apresentados no último boletim epidemiológico de DST/AIDS 
revelaram que, em relação à AIDS, uma das DST mais preocupantes, houve 
aumento da incidência nas regiões Norte e Nordeste. Ressalta-se a inversão no 
número de casos segundo a relação homem/mulher e exposição hierarquizada, de 
modo que, heterossexuais, destacando-se mulheres, hoje também constituem a 
população de risco (BRASIL, 2008a). 
Verifica-se, portanto, o fenômeno da multiplicação dos grupos de risco para 
DST, de modo que qualquer pessoa que pratique comportamento de risco encontra-
se vulnerável. As chances de infecção estão, portanto, mais relacionadas ao 
comportamento do que à opção sexual ou ao sexo. Pessoas que antes não 
constituíam os “grupos de risco”, como heterossexuais, especialmente mulheres em 
união estável, atualmente encontram-se vulneráveis, sobretudo por não se 
considerarem propensas a adquirir DST. 
No contexto da promoção da saúde, especialmente no âmbito da prevenção 
de doenças sexualmente transmissíveis, o Programa Nacional de DST/AIDS, 
ressalta que as desigualdades regionais do Sistema Único de Saúde (SUS) 
influenciam no crescimento de DST/AIDS, e que, nos cenários das doenças de 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 59 
transmissão predominantemente por via sexual, um dos grandes desafios é reforçar 
a qualidade da assistência do SUS no controle da exposição às DST/AIDS (BRASIL, 
2008b). 
Compreende-se, portanto, que, no âmbito do reforço da qualidade da 
assistência do SUS no controle da exposição às DST/HIV/AIDS, o enfermeiro 
desempenha papel fundamental, uma vez que este profissional está mais 
diretamente relacionado com o desenvolvimento, implementação e avaliação de 
estratégias de educação em saúde. Estas, por sua vez, devem visar à 
conscientização da população a respeito da gravidade das DST/AIDS. 
O sucesso das estratégias de educação em saúde depende da efetividade 
da comunicação entre profissional de saúde e paciente, de modo que seja 
estabelecido um diálogo visando à conscientização e autonomia em relação à 
adoção de um modo de vida mais saudável. No contexto da promoção da saúde 
sexual e reprodutiva, mais especificamente da prevenção de DST/AIDS, é 
imprescindível que as atividades educativas sejam fundamentadas no conhecimento 
cultural, a fim de que haja aproximação e interação eficaz entre profissionais de 
saúde e pacientes (SOUSA, 2007). 
A consulta ginecológica constitui ocasião propícia para o desenvolvimento 
de atividades de educação em saúde eficazes, tanto por meio de abordagem grupal 
ou individualizada. Diante disso, faz-se necessário que o enfermeiro aproveite a 
oportunidade do comparecimento da mulher para realização do exame de prevenção 
do câncer de colo uterino para estabelecer um diálogo a respeito da prevenção de 
DST/AIDS. 
 
 
12 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CONSULTA GINECOLÓGICA NO 
CONTROLE DAS DST 
 
 
O contexto das doenças sexualmente transmissíveis (DST), principalmente 
depois do advento da descoberta do HIV, adquiriu diversas representações ao 
longo dos anos. Caracterizadas como doenças de homossexuais e profissionais do 
sexo, hoje as DST/AIDS atingem uma parcela oculta da população: mulheres 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 60 
heterossexuais com relacionamento estável. Essa nova realidade interage ainda 
com caracteres culturais herdados de gerações anteriores que exercem significativa 
influência nas condutas de casais em relação à prevenção de DST e ao 
comportamento pós-diagnóstico. 
Na interface desta problemática, profissionais se veem diante do desafio de 
ampliar a perspectiva sobre o cuidado, no sentido de abordar o fenômeno da 
contaminação por DST/AIDS com a clientela retrocitada, antes não tão focalizada, e 
rever a questão com suporte em uma óptica totalizadora. O cuidado ampliado no 
âmbito das DST/AIDS, com sua proposta de trabalhar a doença incorporando 
elementosque envolvam a dimensão biológica, mas também considerando a 
subjetividade, surge como estratégia para promoção da saúde e para a interrupção 
da cadeia de transmissão (SOUSA, 2007). 
Existe, atualmente, um paradoxo entre o investimento na prevenção de DST 
e crescente número de mulheres contaminadas. Subentende-se a existência de 
lacunas que se iniciam na abordagem educativa na escola, perpassando os 
sistemas de saúde profissionais e atingindo os sistemas de saúde genéricos 
(populares) (SOUSA, 2007). Nesse sentido, verifica-se o entrelace de conceitos 
adquiridos e reformulados dos sistemas de saúde profissionais e genéricos, 
originando crenças, mitos e tabus que podem favorecer a contaminação ou, pela 
proibição e culpa exageradas, prejudicar o bem-estar no contexto da pós-
contaminação (SOUSA e BARROSO, 2009). 
A consciência a respeito da vulnerabilidade do corpo feminino às DST/AIDS 
possui origens culturais de gênero enraizadas no subconsciente para enfatizar a 
representação das figuras masculina e feminina, sobrepondo suas singularidades 
(SOUSA e BARROSO, 2009). 
A contaminação da mulher, embora vista como biologicamente 
predeterminada, ainda atribui a ela o papel de ser desmoralizada, haja vista o fato 
de apresentar a doença e o companheiro não pressupor uma conduta de 
promiscuidade. Essa situação é carregada de elementos culturais transmitidos (e 
compartilhados) por gerações anteriores, nos quais as DST/AIDS são consideradas 
doenças de mulheres “não limpas” e/ou de vida sexual promíscua (SOUSA, 2007). 
A interação do profissional de saúde com mulheres visando à saúde dessas 
e de seus parceiros deve enfocar, no processo de Educação em Saúde, o que há 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
 61 
de positivo, rever o que há de negativo e considerar a capacidade da mulher (e do 
parceiro) de refletir sobre sua condição de vida. Isso no intuito de alcançar o mais 
alto nível de saúde e bem-estar. Dessa forma, surgem expectativas para obtenção 
de um novo comportamento para o cuidado com a identificação de ações de 
cuidado que devem ser preservadas/mantidas, acomodadas/negociadas ou 
repadronizadas/reestruturadas. 
O papel dos profissionais engajados na saúde sexual e reprodutiva, 
principalmente no contexto da consulta ginecológica, consiste em procurar 
desenvolver meios para que as mulheres reflitam sobre a autonomia que possuem 
(devem possuir) sobre seus corpos, promover a conscientização masculina sobre a 
responsabilidade do casal (e não só da mulher) a respeito da saúde sexual do casal 
e elaborar estratégias educativas para que a questão do risco e da contaminação 
por DST seja tratada com o emprego de uma abordagem positiva, na prevenção de 
DST ou mesmo na promoção da saúde de casais já contaminados (SOUSA e 
BARROSO, 2009). 
A consulta ginecológica requer a integração de saberes diversos, que, 
juntos, contribuam para a constituição de um cuidado eficaz. Fundamentado em 
saberes técnicos, científicos e populares, esse momento poderá promover a 
conscientização a respeito do processo saúde/enfermidade/cuidado, configurando 
uma importante estratégia de Educação em Saúde para promover a saúde. 
No contexto da consulta ginecológica, a análise de culturas corresponde a 
um importante instrumento na busca por um cuidado de Enfermagem eficaz na 
prevenção de DST/AIDS. As compreensões das crenças e dos valores, de como as 
pessoas veem o mundo e se como parte dele, das expressões culturais benéficas 
ou incoerentes, dos fatores que influenciam pensamentos e comportamentos sobre 
sexualidade dentro de uma comunidade/sociedade constituem o caminho para um 
cuidado congruente com a cultura e, portanto, com possibilidades maiores de obter 
resultados satisfatórios para a saúde (SOUSA, PINHEIRO e BARROSO, 2008). 
Nesse sentido, tendo a promoção da saúde como filosofia do cuidado, 
subentende-se que este deve ser repensado em uma relação de bilateralidade, na 
qual cliente e profissionais de saúde interajam de forma democrática. Esse 
repensamento do cuidado, por sua vez, deve permear o sistema de saúde como um 
todo, incluindo meios de comunicação, unidades de saúde, políticas públicas, entre 
 
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outros, e deve também ser exercido nos vários ambiente de atuação, como família, 
escola e unidades de saúde. Assim, vislumbra-se a noção de que, uma vez que 
procedido ao resgate da cultura no cuidado de Enfermagem na prevenção de DST, 
os serviços de saúde possam ser reorientados a considerar o que vai além do 
diagnóstico de DST como diretamente envolvido na promoção da saúde sexual e 
reprodutiva do casal. 
Durante a consulta ginecológica, o aconselhamento, a detecção de 
situações de risco e a educação para saúde das pessoas com DST e seus parceiros 
são atividades nas quais esses profissionais deverão atuar de forma consistente. 
Com base no exposto, são descritos, a seguir, pontos relevantes dos 
procedimentos básicos do aconselhamento na abordagem da paciente (ou 
companheiro) na prevenção, detecção e controle das DST/AIDS (BRASIL, 1999): 
• Reafirmar a confidencialidade e o sigilo das informações prestadas; 
• Identificar com clareza a demanda do cliente; 
• Prestar apoio emocional ao cliente; 
• Facilitar ao cliente a expressão de sentimentos; 
• Identificar as crenças e os valores do cliente acerca das DST, HIV e 
AIDS; 
• Utilizar linguagem compatível com a cultura do cliente; 
• Trocar informações específicas sobre a(s) DST apresentada(s); 
• Avaliar com o cliente seu histórico de outras DST e as situações de 
risco que culminaram nelas; 
• Reforçar a necessidade da adoção de práticas mais seguras para a 
redução de riscos; 
• Explicar as complicações decorrentes de não ser feito o tratamento, ou 
do tratamento ser incompleto ou da automedicação; 
• Reforçar a necessidade de retorno ao serviço se não houver melhora 
ou sempre que apresentar algum sintoma; 
• Reforçar a necessidade do tratamento dos parceiros sexuais; 
• Trocar informações sobre DST, HIV e AIDS, suas formas de 
transmissão, prevenção e tratamento, com ênfase nas situações de risco do cliente; 
• Ajudar o cliente a avaliar e perceber seus riscos de infecção pelo HIV e 
outras DST; 
 
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• Identificar barreiras para a mudança das situações de risco; 
• Contribuir para a elaboração de um plano viável de redução de riscos; 
• Explicar o benefício e demonstrar o uso correto do preservativo; 
• Avaliar possíveis dificuldades quanto ao uso do preservativo e sua 
superação; 
• Avaliar e recomendar a possibilidade de outras práticas sexuais 
seguras; 
• Ajudar o cliente a reconhecer suas responsabilidades e possibilidades 
em lidar com seu problema; 
• Lembrar que o consumo de álcool e outras drogas, lícitas ou ilícitas, 
pode alterar a percepção de risco; 
• Estimular a autoestima e autoconfiança do cliente; 
• Favorecer a desconstrução de estigmas, mitos e preconceitos 
relacionados às DST e HIV e AIDS; 
• Estimular a disseminação das orientações recebidas; 
• Encaminhar o cliente para outros serviços de assistência, incluindo 
grupos comunitários de apoio, quando necessário; 
• Enfatizar a relação entre DST, HIV e AIDS, principalmente o fato de 
uma DST facilitar a transmissão do HIV, qualquer que seja ela; 
• Oferecer teste anti-HIV e aconselhamento pré e pós-teste. 
 
 
13 ABORDAGEM SINDRÔMICA 
 
 
Durante a consulta ginecológica, mais especificamente no momento da 
anamnese, a paciente poderá revelar alguma queixa sugestiva de DST. Essa queixa 
não deverá ser negligenciada ou simplesmente registrada para ser retomada apenas 
na consulta de retorno para recebimento do resultado da análise laboratorial. 
As queixas ginecológicas devem ser valorizadas e solucionadas o mais 
rápido possível (BRASIL, 2006). Isso porque, além de procurar promover o bem-
estar da paciente, o enfermeiro deve atentar para o fato de que o laudo laboratorial

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