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GESTÃO DO ESPAÇO NÃO FORMAL- ARTIGO

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GESTÃO DE ESPAÇOS NÃO FORMAIS 
Dra. Marcia do Vale 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
 
1 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. DESCOBRINDO A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL 
 
Objetivo 
Compreender e diferenciar os conceitos de educação formal, educação não formal 
e educação informal. 
 
Introdução 
As definições de educação, estudadas por diversos autores, embora pareçam 
diferentes, geralmente apresentam pontos muito semelhantes, pois caracterizam a 
educação como processo. 
 
Pensar no conceito de educação é, antes de tudo, pensar nos processos de ensinar 
e aprender, no sentido de instruir ou preparar uma pessoa para o mundo, para viver em 
sociedade. 
 
Paulo Freire (ano) entende a educação como uma idéia de reciprocidade, ganho 
mútuo, interação. Em sua concepção, o homem é um ser em construção, independente da 
sua condição ou posição. No caso do ensino em sala de aula, professor e alunos – segundo 
Freire – aprendem, interagem, crescem. 
 
Partindo do pressuposto, que toda a experiência que agregamos na vida se torna 
repertório para a construção do nosso aprendizado, se faz necessário vivenciar diferentes 
contextos de aprendizagem para ampliarmos nossas competências e habilidades. 
 
As diferentes formas de ensino são classificadas na literatura como: 
 
 
A educação formal pode ser caracterizada como aquela que está presente no ensino 
escolar institucionalizado, atrelado a uma obrigatoriedade, cronologicamente organizado e 
hierarquicamente estruturado. Para Cazelli e Coimbra (2013), é aquela promovida nas 
Educação Formal
Educação Não-Formal
Educação Informal
Fonte: CAZELLI; COSTA; MAHOMED (2010). 
 
 
2 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
escolas, que possui regras muito bem definidas e que determinam o conteúdo a ser 
aprendido nas grades curriculares. 
 
É uma modalidade de educação que segue programas curriculares que requerem 
aprovação e reconhecimento de órgãos competentes e está relacionado às Instituições 
Escolares da Educação Básica e do Ensino Superior, definidas na Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional. 
 
 
 
A educação não-formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional 
organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal 
de ensino. Para Maria da Glória Gohn a educação não formal é aquela “que se aprende ‘no 
mundo da vida’, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em 
espaços e ações coletivas do cotidiano” (GOHN, 2011, p.113). 
 
Analisando desde os primórdios da humanidade, a educação não formal sempre 
existiu, e alguns referenciais (Thesaurus Brasileiro da Educação apud Hartmann, 2012) 
caracterizam esse tipo de educação como caminho de formação complementar à educação 
formal, pois suas ações facilitam os processos de aprendizagem. 
 
De acordo com Trilla (2008) a educação não formal engloba diversos setores: 
Fonte da imagem: https://deconceptos.com/wp-content/uploads/2012/12/concepto-
de-educacion-formal-300x225.jpg 
EDUCAÇÃO FORMAL 
 
 Processo estruturado 
 Segue uma Legislação 
 Conteúdo Sistematizado 
 Regras Definidas 
 
 
3 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Os espaços educativos na educação não formal localizam-se em territórios que 
acompanham as trajetórias de vida dos grupos e indivíduos. A educação não formal 
capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo, no mundo. 
 
Como vimos anteriormente, o que ocorre nos ambientes da educação não formal é 
que embora eles estejam fora do ambiente escolar, suas ações tem uma intencionalidade. 
 
Além disso, se formos nos basear nos pressupostos dessa educação, nas suas 
práticas e legislação, iremos perceber que suas atividades sempre apresentam uma 
característica colaborativa e sua principal proposta é integrar o indivíduo ao mundo em que 
vive. 
 
 A educação não formal por ter uma organização de práticas e saberes e 
apresentar processos interativos intencionais tem objetivos que direcionam a: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO (programas de reciclagem profissional, 
escolas- oficina, etc)
LAZER e CULTURA (animação sociocultural, pedagogia do 
tempo livre, etc)
EDUCAÇÃO SOCIAL ( educadores de rua, programa para 
penitenciários)
NA ESCOLA (atividades extracurriculares, visitação a 
museus,instituições culturais, etc)
Fonte: http://www.editorarealize.com.br/revistas/ceduce/trabalhos/TRABALHO_EV047_MD1_SA9_ID975_08062015231752.pdf 
Fonte: da imagem: http://www.escoteiros.org.br/noticia-detalhe/grupo-de-
escoteiros-reune-mais-de-100-criancas-e-adolescentes-em-balneario-
camboriu/ 
 
EDUCAÇÃO NÃO FORMAL 
 Educação para Cidadania; 
 Educação para justiça social; 
 Educação para Liberdade; 
 Educação para Igualdade; 
 Educação para a democracia; 
 Educação pelo exercício da cultura; 
 Educação pelos direitos (humanos, 
sociais, políticos, culturais. Etc.) 
 
 
4 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Já a educação informal, vem com a função de socializar os indivíduos, nesse 
processo a aquisição de conhecimento não é sistematizada e atua no campo das emoções, 
dos sentimentos, expressando os valores dos grupos que frequenta. 
 
Os espaços educativos dessa modalidade de educação são vinculados por 
referencias de nacionalidade, localidade, idade, gênero, família, crença religiosa e tudo que 
se vincula a vivência aprendida nesses espaços. 
 
Pudemos visualizar até aqui, algumas das principais características dessas três 
modalidades de educação, penso que vocês ainda tenham muitos questionamentos em 
relação aos processos e principalmente qual o papel do educador em cada campo. 
 
Iremos encontrar no decorrer da disciplina, conteúdos específicos que trarão 
respostas em relação aos objetivos, as ações e os papeis do educador nas construções do 
saber dessas modalidades. 
 
Buscando reforçar os conceitos e suas particularidades, observe a seguir na figura 
abaixo, algumas das diferenças dos processos: 
 
 
Observando a figura podemos visualizar que a educação formal, não formal e 
informal se complementam. Utilizando a escola como exemplo, é possível identificar os três 
processos, pois ao mesmo tempo em que o aluno recebe a educação formal sistematizada, 
existe a possibilidade de incluir atividades extracurriculares (educação não formal) e através 
das atividades, a interação entre os alunos irá caracterizar a educação informal. 
 
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Esquema-de-modalidades-de-educacao-formal-nao-
formal-e-informal_fig1_320319132 
 
 
5 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
Perpassando pelos conceitos de educação formal, não formal e informal, 
pudemos perceber que mesmo sendo complementares, suas particularidades 
demonstram objetivos distintos e muito importantes para o desenvolvimento 
humano. 
Pensar quais resultados esperados, em cada contexto, faz com que o educador 
tenha clareza que a educação formal e informal acontecem em espaço e 
tempo diferentes, mas semelhantes na intencionalidade das práticas. 
Vale destacar que qualquer que seja o caminho metodológico construído é 
superimportante o papel dos mediadores do processo, pois é sabido que eles 
são fundamentais no ato da aprendizagem, sejam eles educadores, monitores 
ou facilitadores, precisarão estar preparados para cada contexto e função. 
Ampliar e diversificar os processos de aprendizagem reforça as perspectivas 
que a educação tem o papel de promover mecanismos de interação e inclusão. 
Nas próximas unidades teremos a possibilidade de desvendar mais ações da 
educação não formal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Gestão de Espaços Não-Formais 
UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância 
2. EDUCAÇÃO INTEGRAL: UM NOVO PARADIGMA 
 
Objetivo 
Compreender a concepção de Educação Integral destacando as concepções sócio 
histórica e contemporânea. 
 
Introdução 
Historicamente, a escola vive em constante transformação, os ideais e as práticas 
educacionais reformadoras, são frutos de políticas públicas elaboradas pelas esferas 
educativas e sociais. 
 
Investigando o termo Educação Integral, foi possível perceber que pode ser 
considerada uma concepção, ou um processo educativo. Levando em consideração que 
compreende que a educação, e deve garantir o desenvolvimento do indivíduo em todas as 
suas dimensões: intelectual, afetivo, físico, social e cultural. 
 
O conceito de Educação Integral surge em vários 
períodos da história da educação e da formação humana, e 
levaremos em consideração duas concepções: “a sócio-
histórica, que está voltada para a formação do homem, e a 
contemporânea, em que o termo ganha outras dimensões 
significativas, como, por exemplo, a proteção social do 
sujeito” (PESTANA, 2014, p.25) 
 
Nessa perspectiva, a escola assume o papel de articuladora das diversas 
experiências educativas que os alunos podem viver dentro e fora dela, a partir de uma 
intencionalidade clara que favoreça as aprendizagens importantes para o seu 
desenvolvimento integral. 
 
Diante desse contexto, a proposta de educação integral deve ser assumida por todos 
os envolvidos no processo formativo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, 
educadores, gestores e comunidades locais. 
 
 
 
Fonte da imagem: elaborado pela Autora (2018) 
 
 
7 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Pensar uma educação que possibilite a formação integral do ser humano, em todos 
os seus aspectos, traz a idéia do homem como um ser multidimensional, no qual “a 
educação deve responder a uma multiplicidade de exigências do próprio indivíduo e do 
contexto em que vive” (GUARÁ, 2006, p.16) 
 
 
 
 
No intuito de ampliar as funções da escola, Teixeira (2007) impulsionou a educação 
integral, descrevendo os princípios de uma educação integral direcionada para a formação 
humana, que prima pelo desenvolvimento completo do educando e de suas 
potencialidades, por meio de um ensino gratuito, obrigatório e laico, ou seja, uma educação 
cívica, moral, intelectual e ativa. 
 
Retornando novamente para o campo educativo nacional, já no século XXI, algumas 
políticas públicas voltam ao cenário proporcionando aos alunos novas aprendizagens 
através da ampliação do tempo escolar. Veja o quadro: 
 
Ano Cidade Programa Proposta 
2005 São Paulo 
São Paulo é uma 
Escola 
Formação integral 
de adultos 
Centros Educacionais 
Unificados (CEUs) 
Realização de 
atividade 
2006 Belo Horizonte Escola Integrada (PEI) 
Ampliar saberes 
dos alunos 
2007 Rio Grande do Sul Escola Molde CIEPs 
Desenvolver os 
alunos 
 
 
PROPOSTA CONTEMPORÂNEA 
 AÇÃO INCLUSIVA 
 
PROMOVE EQUIDADE 
 
Fonte da imagem: http://aquarelafm.com.br/radio/wp-
content/uploads/2013/08/Educa%C3%A7%C3%A3o-Integral.jpg 
Fonte: Adaptado (CAVALIERE, 2009; COELHO, 2009b) 
 
 
 
8 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Ainda no ano 2007, o Ministério da Educação lança um projeto referência chamado 
Programa Mais Educação, que busca construção de parcerias intersetoriais e 
intergovernamentais, ampliar tempos e espaços de formação de crianças, adolescentes e 
jovens (BRASIL, 2007) 
 
LEIS IMPORTANTES 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
A Educação Integral nos convoca a uma série de reformulações estruturantes, afinal 
o papel da escola deve ser repensado como estação de conhecimento, pautada por 
habilitações que incluam conhecimentos subjetivo-interativos, cognitivos e éticos, 
educacionais e culturais. 
 
A sala de aula se torna um espaço para que os alunos possam compreender e 
expressar o mundo de maneira diferente, utilizando novas linguagens (artística, corporal, 
•“É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.” (Redação da
Emenda Constitucional nº 65, de 2010).
Constituição 
Federal de 
1988
•A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação
foi aprovada em 1996 e, em sua composição, os
artigos 34 e 87 dizem respeito à educação
integral. O Artigo II da LDB afirma que a
educação tem como finalidade o pleno
desenvolvimento do educando e prepará-lo
para exercitar sua cidadania, o que também
prevê uma educação que dialogue com os
diversos setores da sociedade. Já os artigos 34 e
86 trazem como agenda que o ensino
fundamental seja oferecido em tempo integral
de forma progressiva. ).
Lei de 
Diretrizes e 
Bases (Lei 
n.º 
9394/1996)
 
 
9 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
verbal, etc.), ampliando suas experiências de maneira multidimensional, englobando o 
cognitivo e o afetivo. 
 
Vimos que a Educação Integral requer uma pluralidade de situações e que 
necessariamente, todo espaço escolar deve ser pensado no dinamismo que é característico 
ao desenvolvimento do aluno. 
 
Tivemos a oportunidade de observar que tempos e espaços de aprendizagem foram 
ampliados através da educação integral propiciando aos alunos a aquisição de 
competências, conhecimentos e saberes, assim como a aquisição de uma visão social que 
o tornará consciente, à medida que se torne consciente do papel de sujeito que 
desempenhará no grupo. 
 
Finalizo essa unidade reforçando que o ato educativo é comum ao ser humano 
(FREIRE, 2000) e, por sê-lo, torna-se tão presente na vida de todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. PEDAGOGIA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES 
 
Objetivo 
Compreender o desenvolvimento e a atuação do pedagogo em espaços educativos 
escolares e não escolares. Propor também reflexão sobre sua formação e especificidades 
do trabalho pedagógico nesses espaços. 
 
Introdução 
Para iniciar esta unidade iremos relembrar algumas ações que caracterizam a 
pedagogia, isso facilitará nossa compreensão em relação a sua prática em espaços 
escolares e não escolares. 
 
Como vimos anteriormente, a pedagogia é o campo do conhecimento que tem 
como ação estudar de forma sistemática a educação, seus processos e fatores. Tais 
meios de investigação auxiliam na construção do ser humano para sua vivência em 
sociedade, visando seu desenvolvimento pessoal, cognitivo e profissional. 
 
 
 
Saviani (2007, p. 100) revela que “a pedagogia foi se firmando como correlato da 
educação, entendida como o modo de apreender ou de instituir o processo educativo”. 
Quando falamos em pedagogia, estamos necessariamente falando de ato de ensinar, de 
transmitir conhecimento com o objetivo principal de formar integralmente o ser humano. 
 
Considerando os objetivos que se pretende atingir com a pedagogia, se faz 
necessário compreender quem é o profissional que assume a função de construir 
conhecimento e saberes para a formação desses indivíduos. E, neste sentido, estamos 
Turci (2012, p.12) diz que: 
“Pensa-se educação como um processo de construção que integra, 
simultaneamente, diversos conhecimentos e promove o 
desenvolvimento intelectual e moral do indivíduo”. 
 
Fonte da imagem: http://ensinoip.com.br/o-que-e-ser-pedagogo/ 
 
 
11 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
falando do pedagogo, capaz de atuar em espaços escolares e não-escolares, responsável 
pelo processo educativoe pela mediação da aprendizagem nas diferentes fases do 
desenvolvimento humano. 
Libâneo (2001, p.11) destaca que: 
 
O pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, 
direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e 
assimilação de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação 
humana previamente definidos em sua contextualização histórica. 
 
Portanto, a formação dos pedagogos deve contemplar a preparação daqueles 
profissionais da área educacional demandados pela sociedade brasileira, em sua 
configuração atual, para atuarem na organização e na gestão de todos os segmentos do 
sistema nacional de ensino. 
 
Diante desse entendimento podemos citar três tipos de pedagogos: 
 
 
 
 
Como pudemos verificar a formação do pedagogo está diretamente relacionado com 
as transformações contemporâneas, enfocando o desenvolvimento humano, o 
pedagogos 
lato sensu
•prática educativa em suas várias 
manifestações e modalidades
•professores de todos os níveis e 
modalidades de ensino
pedagogos 
stricto 
sensu
•atividade profissional ao ensino
•trabalham com atividades de 
pesquisa, formação profissional, 
educação especial, gestão de 
sistemas escolares e escolas, 
•coordenação pedagógica, 
animação sociocultural, formação 
continuada em empresas, escolas 
e outras instituições
pedagogos 
ocasionais
•em atividades conexas à 
assimilação
•reconstrução de uma diversidade 
de saberes.
Fonte: conteúdo adaptado http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n5/ARTIGO-ELIANE.pdf 
 
 
12 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
aprofundamento teórico, estudando os processos de aprendizagem, as estratégias de 
ensino, dentre outros requisitos que conferem ao pedagogo sua especificidade. 
 
Entre as áreas em que o profissional de pedagogia pode trabalhar estão: 
 
 
 
 
Sabemos que a educação não se restringe ao espaço escolar, já que os processos 
educativos são intrínsecos ao ser humano e estão disponíveis em todas as situações onde 
existam atividades em conjunto. Deste modo, a pedagogia não escolar se faz presente na 
atuação do pedagogo e traz a possibilidade de ampliar suas práticas e ações. 
 
Com a mudança cultural, financeira, política, tecnológica que vem ocorrendo 
aceleradamente nos últimos anos, podemos perceber a interferência destas mudanças na 
área educacional e profissional de várias formações, inclusive a do pedagogo. 
 
Para conhecer o Pedagogo que atua em espaços não escolares, primeiramente 
precisaremos identificá-lo. Ultimamente, se evidencia a exigência de um novo perfil 
profissional, com um nível de capacitação cada vez maior que aliem os conceitos teóricos 
Ensino em escolas públicas e privadas 
(ministrar aulas da 1ª a 5ª série do Ensino Fundamental)
Administração escolar 
(gerenciar materiais, financiamentos e recursos humanos)
Educação Especial
(atuação com crianças com deficiência)
Orientação educacional
(oferecer assistência aos estudantes) 
Pedagogia Empresarial 
(criar projetos educacionais, sociais e culturais para empresas)
Fonte: conteúdo adaptado http://www.scielo.br/pdf/er/n17/n17a12.pdf. 
 
 
13 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
com as práticas educativas, além de valorizar a capacidade de resolução de problemas, 
tomada de decisão e capacidade de aprender. 
 
Como atualmente vivemos numa sociedade que valoriza o conhecimento, o 
pedagogo conquistou uma grande variedade de atuações, veremos quais são elas: 
 
De acordo com cada contexto, o pedagogo irá desempenhar uma função especifica, 
podemos citar, por exemplo, no âmbito empresarial no qual ele terá que utilizar seu 
conhecimento pedagógico e seu relacionamento interpessoal para facilitar o processo de 
desenvolvimento de competências. As empresas costumam contratar esses profissionais 
para as áreas de Treinamento e desenvolvimento, educação corporativa e gestão de 
qualidade. 
 
Conforme Tardif (2003) afirma, o saber do pedagogo é um saber diversificado, pois 
sua prática implica vários saberes inter-relacionados, direta ou indiretamente. Vejamos, no 
contexto hospitalar, onde o profissional terá como compromisso o desenvolvimento de 
atividades lúdicas e recreativas, para que os pacientes possam construir um percurso 
cognitivo, com acolhimento emocional e social com o intuito de lidar com as questões de 
internação e fortalecer os vínculos familiares. 
 
 
 
Observando as áreas de atuação, podemos constatar que o processo de 
ensino-aprendizagem pode acontecer em diferentes espaços, pois a formação 
do pedagogo está diretamente relacionada com o desenvolvimento humano, 
e ainda conta com a sua habilidade de se comunicar, em conhecer estratégias 
para lidar com pessoas e na facilidade de lidar com grupos. 
Pedagogia nas 
Instituições 
Privada e Pública
Pedagogia no 
Hospital
Pedagogia nos 
Meios de 
Comunicação
Pedagogia na 
Organização Não 
Governamental
Pedagogia em 
Consultoria, 
Sindicatos, 
Turismo, Museus
 
 
14 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
A pretensão desta leitura foi que você, educador, consiga ampliar seus 
conhecimentos em relação às possibilidades de atuação do pedagogo, 
mostrando a necessidade do trabalho pedagógico em qualquer espaço onde 
os principais objetivos sejam a formação humana. 
Sendo assim, ao encerrar esta unidade não significa que o tema tenha se 
esgotado, afinal o trabalho do pedagogo se torna cada vez mais complexo, 
exigindo referenciais que pautem suas práticas e garantam seu espaço de 
atuação. 
 Vamos, então, continuar nossa caminhada, pois tivemos a 
oportunidade de constatar que os processos de ensino-aprendizagem não 
estão exclusivamente no contexto escolar, muito pelo contrário, estão em 
todo o lugar. 
 
Para dar fôlego, um pouquinho de poesia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4. CIDADANIA E EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR 
 
Objetivo 
Compreender o papel de aprendizagem contínua da ENE e a importância das 
relações educativas, consideradas os pilares que sustentam a cidadania. 
 
Introdução 
A tarefa educativa na contemporaneidade 
nos traz inúmeros desafios que surgiram em um 
período de crises éticas, sociais e econômicas. 
Tais acontecimentos mobilizaram grandes 
debates a respeito da educação e da cidadania. 
 
Diante desses inúmeros acontecimentos 
podemos citar as lutas por uma sociedade menos desigual, por ampliação de vagas nas 
escolas, por melhorias e condições salariais e por diversas outras articulações que 
beneficiariam a população brasileira. 
 
Ao longo da história, as crises surgem para 
reorganizar fatores que já não se ajustam a uma 
determinada realidade, na educação, por exemplo, 
trouxeram questionamentos no sentido de pensar e 
rediscutir criticamente, o lugar da educação na sociedade 
contemporânea. 
 
Nesse sentido, os questionamentos trouxeram possíveis respostas para que novas 
práticas educativas pudessem encarar esses desafios sociais, bem como, solucionar 
problemas referentes à formação humana, pois “na conjuntura atual, a tarefa, inerente à 
educação, de tornar o indivíduo humano contemporâneo a sua época implica não apenas 
ajustá-lo à sociedade vigente convertendo-o em um cidadão útil e membro subserviente da 
ordem capitalista”. (SAVIANI, 2013, p.87) 
 
Sabemos que é superficial pensar que todos os problemas da formação do ser 
humano, sejam essencialmente solucionados através da escola, pois seu caráter é 
específico e não contemplaria sua totalidade. Por isso a importância de novos arranjos que 
Fonte da imagem: 
https://direitosedeveresdocidadao.files.wordpress.com/2013/11/educac3a7c3a3o-
c3a9-cidadania-logo.png 
 
 
16 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília -Educação a Distância 
criem intersecções entre estruturas sociais que ampliem as possibilidades de 
aprendizagens. 
 
O campo educacional, na 
última década do século XX foi 
marcado pela aprovação da LDB/96 e 
também pela difusão dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (incluindo os 
temas transversais). 
 
Entretanto, os temas transversais fazem parte dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais e tinham a preocupação de propor “uma educação comprometida com a 
cidadania”, baseados em princípios que possam orientar a educação escolar, tais como: 
dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, participação e co-responsabilidade 
pela vida social. (BRASIL, 1998, p. 21) 
 
Segundo exposto no mesmo documento “a educação para a cidadania requer que 
questões sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos alunos, 
buscando um tratamento didático, dando-lhes a mesma importância das áreas 
convencionais. Com isso, o currículo ganha em flexibilidade e abertura, uma vez que os 
temas podem ser priorizados e contextualizados de acordo com as diferentes realidades 
locais e regionais e que novos temas possam ser incluídos” (p. 25). 
 
Como vimos, o campo educacional é assumido como um amplo espaço de situações 
e oportunidades educativas que irão possibilitar o desenvolvimento integral do homem nas 
dimensões social, psicológica e cultural, a promoção da cidadania, da inclusão social e o 
uso inteligente das ferramentas tecnológicas. Podemos considerar que, diz respeito a 
esforços institucionais e não institucionais que se conjecturam e constituem redes 
educativas que socializam saberes e práticas para promover conscientização do sujeito 
(FREIRE, 2006) 
 
Segundo Arroyo (1991) ao discutir educação e cidadania afirma que “é fundamental 
captar se a cidadania se constrói através de intervenções externas, de programas e agentes 
que outorgam e preparam para o exercício da cidadania, ou ao contrário, a cidadania se 
constrói como um processo que se dá no interior da prática social e política das classes”. 
Fonte da imagem: https://pesquisaescolar.site/wp-
content/uploads/2017/07/img_596372d7b999a.png 
 
 
17 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
No intuito de atender o objetivo de construir esse processo, as práticas de Educação 
Não Escolar (ENE) no Brasil, têm se configurado num campo plural de processos 
institucionais e não institucionais muitas vezes direcionados a públicos em diversas 
situações de vulnerabilidade social. 
 
Porém, vale ressaltar que os processos de ENE englobam também projetos de 
conscientização e emancipação social, ocupando espaços além da escola. COVRE (1991) 
aponta que “é preciso haver uma educação para a cidadania (...) é preciso criar espaços 
para reivindicar os direitos, mas é preciso também estender o conhecimento a todos, para 
que saibam da possibilidade de reivindicar” (p. 66). 
 
Ao longo dos anos 90 no Brasil, as práticas de ENE assumem um caráter um pouco 
mais institucionalizado com a expansão do terceiro setor, as Organizações Não-
Governamentais assumem um papel, cuja finalidade era de interesses educativos 
associados ao desenvolvimento social, econômico e cultural de grupos em instituições e 
em espaços não institucionais. 
 
No campo da Pedagogia, inúmeras possibilidades são abertas neste início de século, 
dentre elas a atuação do profissional no campo empresarial, nos movimentos sociais, e nas 
Organizações Não-Governamentais, nas próximas unidades falaremos detalhadamente 
sobre esses tipos de atuação. 
 
 
 
A proposta dessa unidade é reforçar a importância das relações educativas, 
consideradas os pilares que sustentam a cidadania, haja vista, a necessidade 
de aprendizagem dos direitos, deveres, reflexão individual e coletiva sobre a 
condição de pertencimento social. 
Outro sentido mais amplo das ENE é a possibilidade das infinitas 
oportunidades de formação de relações humanas, mediadas ou não pelas 
instituições, podemos ser consideradas como dispositivos de socialização com 
internalização de saberes, valores e condutas. 
Ao analisar o contexto de Educação Não Escolar vimos que podem ser 
consideradas práticas formativas situadas fora da escola, mas que estabelece 
interface de colaboração e complementaridade, pois estendem os espaços de 
formação das pessoas e da comunidade. 
 
 
 
 
18 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
5. EDUCAÇÃO E O TERCEIRO SETOR 
 
Objetivo 
Promover a discussão conceitual do termo terceiro setor, visualizando suas 
possibilidades e abrangência de atuação nas propostas de educação junto à sociedade 
civil. 
 
Introdução 
O fenômeno social do terceiro setor se tornou comum no Brasil a partir do final da 
década de 80 e do início da década de 90, e surgiu diante de uma carência do Estado em 
oferecer serviços de uso comum à sociedade como saúde, educação, cultura. Com a crise 
do Estado se fez necessário buscar alternativas na sociedade civil, para atender às 
demandas da população por bens e serviços cujo provimento era exclusivamente de dever 
estatal. 
 
Nessa unidade partiremos da reflexão sobre como propostas educacionais voltadas 
para a população em geral (crianças, jovens e idosos), fora do tempo e das características 
da educação escolar e não escolar, podem ser realizadas por parte de organizações não 
governamentais (ONGs). 
 
Diante disso, precisaremos compreender o conceito de “Terceiro Setor” que segundo 
Fernandes (1997, p. 27), é representado por organizações sem fins lucrativos, criadas e 
mantidas pela iniciativa e participação voluntária da sociedade civil, dando continuidade às 
práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do mecenato. 
 
CURIOSIDADE 
 
As Santas Casas de Misericórdia 
são consideradas as instituições 
mais antigas do 3ª Setor. 
 
 
 
19 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Já Silva (2001), descreve a estrutura da sociedade civil e cita que para identificar a 
existência do terceiro setor, é necessário destacar as definições utilizadas por alguns 
autores dos setores existentes, isto é, Estado como primeiro, as empresas de iniciativa 
privada como o segundo e o terceiro setor como um sendo aquele que apresenta 
características que são comuns aos dois. 
 
Dessa forma, o terceiro setor seria a relação existente entre os dois primeiros 
setores, com o objetivo de proporcionar um benefício coletivo, visando melhoria das 
condições de vida de uma comunidade ou grupo social. Atuando assim, nas áreas onde o 
governo não consegue dar atendimento adequado, trabalhando questões ligadas às 
diversas áreas como saúde, educação, moradia, preservação do meio-ambiente e muitas 
outras. 
 
Para o Estado é interessante a existência desse tipo de organização (ONGs), pois 
além de não interferir diretamente em seu funcionamento, estimula novas criações através 
dos incentivos fiscais. Podem ser consideradas, organizações do terceiro setor 
organizações não governamentais (ONG’S), cooperativas, associações, fundações, 
institutos, instituições filantrópicas, entidades de assistência social, entre outras. 
 
Proposta em 1992, por Salamon & Anheier(apud LIMA, 2002 p.87-88) , o terceiro 
setor possui uma definição “estrutural/operacional”,composta por cinco atributos que as 
distinguem dos demais setores econômicos: 
 
I. Formalmente constituídas 
Alguma forma de institucionalização, legal ou não, com um nível de formalização de 
regras e procedimentos, para assegurar a sua permanência por um período mínimo de 
tempo. 
II. Estrutura básica não governamental 
São privadas, ou seja, não são ligadas institucionalmente a governos. 
III. Gestão própria 
Realiza sua própria gestão, não sendo controladas externamente. 
 
 
 
20 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educaçãoa Distância 
IV. Sem fins lucrativos 
A geração de lucros ou excedentes financeiros deve ser reinvestida integralmente 
na organização. Estas entidades não podem distribuir dividendos de lucros aos seus 
dirigentes. 
V. Trabalho voluntário 
Possui algum grau de mão-de-obra voluntária, ou seja, não remunerada ou o uso 
voluntário de equipamentos, como a computação voluntária. 
 
Como vimos anteriormente, o terceiro setor surge com o intuito de suprir as carências 
que o Estado tinha em relação aos serviços a população, Drucker (1999) afirma que as 
instituições sem fins lucrativos existem por causa de sua missão. Elas existem para fazer a 
diferença na sociedade e na vida dos indivíduos. 
 
Nesse sentido, muitas ONGs atuam em áreas que desenvolvem ações no campo 
educativo, existem aquelas que se classificam como educação informal, que envolvem a 
recreação, o esporte ou o uso de meios eletrônicos de comunicação. Outras são de tipo 
não-formal e tendem a se assimilar a práticas escolares sem incluir o controle e a 
certificação do Estado. Há também as que são consideradas tipicamente formais, porque 
são escolas de educação básica, mantidas ou diretamente operadas por ONGs, ou porque 
são projetos cujas atividades se referem ao mundo escolar, em escolas particulares ou 
geridas pelo poder público. 
 
A atuação das ONGs em educação escolar se caracteriza a partir de quatro 
perspectivas: 
 
 
21 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
 
 
Verificamos ao longo dessa unidade que as ONGs são uma pequena parcela das 
organizações da sociedade civil, mas sua atuação confere importante participação na 
transformação da educação praticada no Brasil. 
 
Vimos que o Estado estabelece parcerias com a esfera privada para a manutenção 
dos direitos sociais, dentre eles a educação. A proposta era assegurar uma educação de 
qualidade, reduzindo ao estado, apenas o papel de fiscalizador das políticas. 
 
Com a redefinição do papel do Estado, a sociedade civil organizada vem 
desempenhando um papel relevante na educação brasileira à medida que desenvolve 
ações educativas formais e não-formais, além de influenciar políticas públicas voltadas para 
a educação. 
 
PALIATIVA - Remedeia provisoriamente lacunas do 
poder público. ( Projeto de Ed. Deficiência)
INOVADORA- Questionam práticas ineficientes e 
elaboram alternativas inovadoras (ONG 4 Cantos do 
mundo - Ed.Ambiental)
DE MUDANÇA- Convergir práticas para reforma 
educacional. (Fundação Itau Social)
DE PRESSÃO POLÍTICA- Os recursos depende de 
prescrições legais e de seu cumprimento. (ONgs 
que atuam direto no sistema político)
Conteúdo adaptado: Pro-Posições, Campinas, v. 23, n. 2 (68), p. 55-56, maio/ago. 
2012 
 
 
22 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
6. CAMINHOS DA EDUCAÇÃO: ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO 
 
Objetivo 
Demonstrar as diversas possibilidades de atuação do pedagogo em espaços não 
formais, pontuando práticas e estratégias de intervenção. 
 
Introdução 
Sabemos que muitos são os desafios enfrentados para a formação do profissional 
de pedagogia, principalmente por todas as mudanças direcionadas para o seu campo de 
atuação. 
 
Historicamente a formação do pedagogo no Brasil foi vinculada a preparação de 
profissionais para atuarem dentro da escola com o processo de ensino-aprendizagem e em 
sistemas de ensino com gestão, planejamento e coordenação pedagógica. 
 
Com a instituição da Lei 8.069 de 13 de julho de 1990 que criou o Estatuto da Criança 
e do Adolescente (ECA) o contexto da atuação do Pedagogo amplia seu raio de atuação. 
 
Desde então, a prática educativa na formação do profissional da educação tem se 
tornado cada vez mais em um dos principais temas e desafios no debate contemporâneo 
sobre formação docente. 
 
Em 2005, as Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia (BRASIL, 2006), 
surgiu com o objetivo central de formar estes profissionais para: docência na Educação 
Fonte da imagem: http://1.bp.blogspot.com/-
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23 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nas disciplinas pedagógicas que formam 
professores; bem como, uma formação particular do planejamento, gestão e avaliação nas 
escolas; e, ainda planejar, executar, coordenar, acompanhar e avaliar projetos e 
experiências educativas não escolares. 
 
Assim sendo, o Pedagogo deve atuar no sentido de promover possibilidades de 
aprendizagem nas diversas fases do desenvolvimento humano e nos diversos níveis e 
modalidades. 
 
Sabemos que a Educação adquirida no decorrer de nossas vidas se faz presente em 
distintos níveis e formas. Alguns autores propõem a existência de diferentes modalidades 
de Educação em três perspectivas – Educação Formal, Não Formal e Informal (GOHN, 
1999; 2006; VALENTE, 1995). 
 
Como vimos anteriormente, a Educação Formal acontece dentro da escola e 
necessita de um currículo estruturado cronológica e hierarquicamente para organizar os 
conteúdos. Já a Educação Não Formal dispensa essas características, mas possui o intuito 
de proporcionar a aprendizagem de certos conteúdos em espaços fora da escola. 
 
Partindo desse pressuposto, abordaremos algumas estratégias de intervenção 
dentro do contexto de educação não formal que irão demonstrar a diversidade de atuação 
do pedagogo. 
 
I. Educação para o Trânsito 
Algumas unidades do DETRAN disponibilizam por meio de livros, DVDs, CDs, 
brinquedos, materiais com foco na educação para o trânsito a oportunidade de 
aprender. 
Nesta perspectiva, com a orientação da pedagoga do espaço, os estudantes da 
educação básica (pedestres), usuários de transporte coletivo, e poderão ser os 
futuros condutores de veículos, vivenciam atividades interativas para construção de 
bons hábitos no transito. 
 
Metodologicamente, podem ser utilizadas diferentes ações para a concretização da 
atividade: roda de conversa, sessão de vídeos, apresentação de cartazes, 
construção coletiva de quebra cabeça e cartilhas, pintura, música, dramatização de 
 
 
24 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
cenas do cotidiano no trânsito, recorte e colagem de imagens com cenas reais no 
trânsito e ao final das atividades, foram conduzidos a refletirem coletivamente sobre 
o trabalho apresentado, expressaram os seus conhecimentos sobre o trânsito. 
 É a importante que educadores introduzam conteúdos concernentes ao trânsito no 
cotidiano do trabalho pedagógico nas escolas, acreditando que, com mudança de 
posturas/atitudes, vidas poderão ser salvas. 
 
 
 
II. Pedagogia Hospitalar 
A atuação do pedagogo no ambiente hospitalar, promove uma mudança 
paradigmática nas concepções de saúde e das instituições hospitalares, 
ressignificando esse ambiente e fortalecendo a política de humanização da 
assistência hospitalar. 
O trabalho pedagógico em hospitais apresenta diversas formas de execução e 
podem se materializar por meio de projetos educativos, lúdicos e pedagógicos, 
brinquedotecas e classes hospitalares (acompanhamento pedagógico dos 
pacientes). 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte da imagem: http://1.bp.blogspot.com/-
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Fonte da imagem: http://1.bp.blogspot.com/-
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25 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Pauta-se na compreensão de que mesmo doentes as pessoas continuam 
aprendendo e que o trabalho do pedagogo/educador no hospital é importante para 
possibilitar a inclusão educativa e social, além de favorecer o desenvolvimento 
integral do paciente/educando. (FONSECA, 2003; MATOS, 2007; AROSA e SHILKE, 
2008; MATOS e MUGIATTI,2009; COVIC e OLIVEIRA, 2011). 
 
Como vimos a Educação não formal busca capacitar o cidadão, promovendo projetos 
de desenvolvimento pessoal e social que podem acontecer em diversos espaços. 
 
Nessa unidade, tivemos a oportunidade de visualizar que a ação educativa não deve 
se restringir apenas aos espaços escolares, ela pode acontecer em diversos âmbitos e de 
vários modos. 
 
Pontuamos aqui duas possibilidades de atuação do pedagogo, uma no âmbito da 
educação para o transito e outra baseada no contexto hospitalar. Seguimos com algumas 
sugestões de intervenção, mostrando as inúmeras estratégias que poderão ser utilizadas 
em outros momentos. 
 
 Vale ressaltar que ainda temos a possibilidade de desenvolver ações em outros 
espaços não formais como: as organizações não governamentais, os abrigos, as 
instituições de medidas sócio-educativas, em empresas, em projetos sociais e em outros 
espaços que possuam fins educativos. 
 
 
 
26 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
7. EDUCAR ALÉM DA SALA DE AULA 
 
Objetivo 
Contextualizar as práticas de educação não formais que atuam fora do contexto 
escolar, no sentindo de ampliar a compreensão de sua importância para a formação dos 
indivíduos. 
 
Introdução 
Já tivemos a oportunidade de descobrir que a educação vai bem além das 
dependências escolares, se faz presente em diversos ambientes e acontece também com 
o incentivo de toda a sociedade civil. 
 
A formação e o desenvolvimento de um ser humano por toda a vida, só pode ser 
pautada através da educação, pois permite a autonomia do sujeito em seus diversos 
desafios. 
 
Com o objetivo de contribuir com a formação do indivíduo, a escola tradicionalmente 
vem sendo a instituição responsável pela educação formal. Todavia, a educação recebida 
fora da escola age de forma complementar, buscando ajudar na construção integral dos 
sujeitos, na formação de indivíduos críticos e conscientes do seu papel como agentes 
transformadores da sociedade. 
 
Sendo assim, o pedagogo necessita de uma formação que contemple diversas 
possibilidades, ampliando as formas de educação e possibilitando novas vivências. 
 
 
 
27 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Segundo Libâneo e Pimenta (2002, p.29): 
 
Todo educador sabe, hoje, que as práticas educativas ocorrem em muitos lugares, 
em muitas instâncias formais, não-formais, informais. Elas acontecem nas famílias, 
nos locais de trabalho, na cidade e na rua, nos meios de comunicação e, também, 
nas escolas. Não é possível mais afirmar que o trabalho pedagógico se reduz ao 
trabalho docente nas escolas. [...] A Pedagogia é mais ampla que a docência, 
educação abrange outras instâncias além da sala de aula, profissional da educação 
é uma expressão mais ampla que profissional da docência, sem pretender com isso 
diminuir a importância da docência. 
 
Nesse sentido, a atuação do pedagogo estará presente em espaços não formais de 
educação, proporcionando oportunidade de aprender “no mundo da vida” (GOHN, 2006). 
 
A educação não formal tem uma característica importante, porque foge da 
formalidade do âmbito escolar e pode atingir muitas pessoas em um determinado espaço 
com métodos variados. As práticas podem ser através de palestras, mesas redondas, 
desenhos, vídeos, cartilhas e demais atividades que possibilitem uma realização em 
grupos. 
 
Lembrando que existem dois tipos de espaços não formais: 
 
 
ESPAÇOS INSTITUCIONALIZADOS (dispõe de 
estrutura e monitoresqualificados) - museus, 
zoológicos, jardins botânicos, aquários entre outros
ESPAÇOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS (não dispõe 
de estrutura preparada) - praças públicas, áreas 
verdes nas proximidades da escola, lagos e 
igarapés, entre outros
Fonte: Desenvolvido pela autora (2018) 
 
 
28 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Sabemos que este tipo de educação tem relação com as políticas da Pedagogia 
Social que tem como modelo a educação popular com abordagem teórica desenvolvida por 
Paulo Freire para a educação de adultos na década de 60. 
 
A ideologia da educação não formal ligada à teoria Libertadora de Freire, onde a 
educação é caracterizada fora da sala de aula, de forma coletiva, pouco hierarquizada e 
capaz de atender interesses da comunidade. Para Klug, Ferreira 
e Gross (2010) a ideia principal dessa educação é formar 
sujeitos que possam compreender a sociedade na qual vivem, 
sentindo-se capazes de transformar a sua realidade. 
 
De acordo com Freire (1989) é necessário romper com a 
ideia de que somente na escola se aprende, o saber também é existente fora do espaço 
formal. Sendo necessário ressaltar, que a educação ocorre em diferentes espaços e o 
aprendizado não formal ocorre de forma livre nos mais diversos grupos e pode possibilitar 
mudanças na concepção de ideias e atitudes, possibilitando mudanças socioeducacionais. 
 
 
 
Como vimos a Educação não formal busca 
capacitar o cidadão, promovendo projetos de 
desenvolvimento pessoal e social que podem 
acontecer em diversos espaços. 
 
O trabalho desenvolvido em ambientes não 
formais é voltado também para as questões 
sociais, portanto o pedagogo não deve ser 
apenas responsável pelas questões burocráticas 
das instituições. 
 
Dessa forma, torna-se cada vez mais necessário o educador se preocupar com o 
desenvolvimento social e intelectual do grupo ao qual está inserido. Vimos que 
a educação não formal se mostra abrangente e possível de ser utilizada como 
meio pedagógico nos mais diversos locais promovendo aprendizado para todos. 
 
 
DICA 
Assista “Além da 
sala de aula” e 
aprenda mais! 
 
 
29 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
8. PAPEL DO PEDAGOGO COMO: GESTÃO ESCOLAR COMO 
PRÁTICA DE LIDERANÇA 
 
Objetivo 
Compreender os papéis do gestor pedagógico, incluindo suas atribuições, 
características, práticas e perfil de liderança. 
 
Introdução 
A reorganização do trabalho e do espaço escolar passou a exigir do gestor escolar 
uma atuação pautada na discussão, no debate, no envolvimento da comunidade, ensejando 
uma gestão mais participativa e representativa do consenso comunitário escolar. Em 
síntese, almejava-se uma política educacional cujos princípios e procedimentos 
assegurassem, acima de tudo, uma educação essencialmente democrática e 
emancipadora. 
 
Para compreender o termo gestão iniciaremos, desvendando seu conceito que 
proveniente do latim, tem o significado de: levar sobre si, carregar, chamar a si, executar, 
exercer, gerar. Apresenta também em sua raiz etimológica, ger que significa fazer brotar, 
germinar, fazer nascer. 
 
Para gerir uma escola é necessário organizar, mobilizar e articular todas as 
condições materiais e humanas imprescindíveis para garantir o avanço dos processos 
sócio-educacionais. Com base nesse entendimento, a direção põe em ação as decisões 
tomadas coletivamente e coordena o trabalho escolar, de modo que ele seja desenvolvido da 
melhor forma possível. 
 
Sobre as atribuições do gestor escolar, Libâneo (2004) descreve que ele deve: 
1. Supervisionar e responder por todas as atividades administrativas e pedagógicas 
da escola bem como as atividades com os pais e a comunidade e com outras 
instâncias da sociedade civil. 
2. Assegurar as condições e meios de manutenção de um ambiente de trabalho 
favorável e de condições materiais necessárias à consecução dos objetivos da 
escola, incluindo a responsabilidade pelo patrimônio e sua adequada utilização. 
 
 
30 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
3. Promover a integração e a articulação entre a escola e a comunidade próxima, 
com o apoio e iniciativa do Conselho de Escola, mediante atividades de cunho 
pedagógico, científico, social, esportivo,cultural. 
4. Organizar e coordenar as atividades de planejamento e do projeto pedagógico-
curricular, juntamente com a coordenação pedagógica, bem como fazer o 
acompanhamento, avaliação e controle de sua execução. 
5. Conhecer a legislação educacional e do ensino, as normas emitidas pelos órgãos 
competentes e o Regimento Escolar, assegurando o seu cumprimento. 
6. Garantir a aplicação das diretrizes de funcionamento da instituição e das normas 
disciplinares, apurando ou fazendo apurar irregularidade de qualquer natureza, de 
forma transparente e explícita, mantendo a comunidade escolar sistematicamente 
informada das medidas. 
7. Conferir e assinar documentos escolares, encaminhar processos ou 
correspondências e expedientes da escola, de comum acordo com a secretaria 
escolar. 
8. Supervisionar a avaliação da produtividade da escola em seu conjunto, incluindo 
a avaliação do projeto pedagógico, da organização escolar, do currículo e dos 
professores. 
9. Buscar todos os meios e condições que favoreçam a atividade profissional dos 
pedagogos especialistas, dos professores, dos funcionários, visando à boa 
qualidade do ensino. 
10. Supervisionar e responsabilizar-se pela organização financeira e controle das 
despesas da escola, em comum acordo com o Conselho de Escola, pedagogos 
especialistas e professores (LIBÂNEO, 2004, p. 217) 
 
No que diz respeito a essas atribuições, cabe destacar o papel significativo deste 
profissional no desempenho da gestão da organização, do trabalho e do espaço escolar 
buscando sempre melhoria da qualidade do ensino, não devendo ater-se apenas aos 
aspectos administrativos, financeiros, mas, sobretudo, pedagógicos. 
 
Segundo Lacerda (2011), ter foco no pedagógico, saber trabalhar em equipe, 
comunicar-se com eficiência, identificar a necessidade de transformações e estimular a 
promoção da aprendizagem dos profissionais que trabalham com ele são algumas das 
competências que um gestor deve ter. Esse perfil atual busca vincular sua atuação efetiva 
ao trabalho pedagógico, muito mais do que na função burocrática que o cargo exige. 
 
 
31 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Outro papel importante do gestor é favorecer um ambiente em que o professor seja 
eficiente e, sobretudo, saiba ensinar e orientar seus estudantes, tendo ações permeadas 
de um profissionalismo interativo, com uma visão de formação contínua ao longo de sua 
carreira, elaborando “projetos de orientação e normas de trabalho que valorizem o trabalho 
em conjunto, o oferecimento de ajuda e a discussão de dificuldades” (FULLAN; 
HARGREAVES, 2000 p. 28). 
 
Cabe lembrar que com a democratização da gestão, a escola deixa de ser uma 
instituição burocrática para se tornar um instrumento de efetivação da intencionalidade 
política e pedagógica, norteada por princípios fundamentados em sua proposta 
pedagógica. 
 
 Nesse contexto a escola passa a ser um espaço de formação da identidade 
profissional do professor em defesa dos interesses coletivos com vistas às melhores 
condições de aprendizagem dos alunos, dialogando entre o discurso e a prática. 
 
Portanto, como diz Silva (2009) o gestor educacional é o principal articulador na 
construção desse ambiente de diálogo e de participação favorável para o melhor 
desenvolvimento do trabalho dos profissionais e, consequentemente, para o sucesso do 
processo educativo-pedagógico. 
 
 
 
Diante de tantas mudanças, pudemos verificar que com as novas demandas, o 
gestor além de atuar como líder pedagógico, precisará apresentar 
características como: autoridade, responsabilidade e disciplina para 
desempenhar suas funções, promovendo um ambiente propício para a 
participação de toda a comunidade (acadêmica e externa) 
 Vimos que será imprescindível para esse profissional, um perfil de liderança 
audacioso, com visão de conjunto, unindo e integrando setores, vislumbrando 
resultados, pautados por bom planejamento e principalmente alinhados a um 
propósito bem definido. 
 
 
 
 
 
32 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
9. NOVOS CAMPOS DE ATUAÇÃO 
 
Objetivo 
Descobrir a pedagogia como um campo de conhecimento que estuda a sistemática 
da teoria e das práticas educativas e analisar a relevância do trabalho do pedagogo e suas 
atribuições nos contextos não-escolares 
 
Introdução 
A última década do século XXI trouxe ao pedagogo novos desafios relacionados às 
suas práticas, anteriormente sua atuação se restringia as funções de magistério. Hoje, 
conforme se constata nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia (2006), 
o pedagogo terá uma formação que proporcionará ao mesmo o exercício profissional em 
diferentes áreas que exijam conhecimentos pedagógicos. 
 
Nesse sentido, Libâneo (2002, p.58) assinala que a dimensão do campo de atuação 
do pedagogo na atualidade é bastante ampla e vai muito além das ações escolares, 
podendo ser definido por dois segmentos: “escolar e extra-escolar”. 
 
Diante dessas novas necessidades impostas pela sociedade atual, a pedagogia, ao 
adaptar-se a esse cenário repleto de transformações advindas da estrutura capitalista e 
caracterizada pelas rápidas mudanças. Possibilitou aos estudiosos a ampliação da visão 
sobre o campo de atuação do pedagogo além dos espaços escolares. 
 
Para ingressar nesses novos espaços de atuação, o pedagogo precisará de um 
amplo conhecimento do mundo, bem como, uma constante atualização para desenvolver 
suas competências. 
ESCOLAR - trabalho docente 
desenvolvido em sala de aula, na 
gestão escolar, supervisão e 
coordenação
EXTRA-ESCOLAR - todo trabalho 
desenvolvido fora do ambiente escolar 
(comunicadores sociais, trabalho 
pedagógico nos hospitais e empresas)
 
 
33 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
De acordo com Fireman (2000 p. 61-62): 
 
O pedagogo, para trabalhar no âmbito não-formal, deve ainda ser capaz de articular 
com valores humanos, com os sistemas de comunicação, com as relações 
interpessoais, com currículos, práticas pedagógicas, avaliação e planejamento em 
contextos diversos. Deverá estar capacitado para trabalhar com as mudanças 
tecnológicas e de mercado econômico, bem como com a gestão do conhecimento. 
 
Essa é uma nova realidade que desponta no campo profissional da educação, 
oferecendo novas oportunidades de atuação para o pedagogo, em espaços educacionais 
não formais. 
 
Dentre os novos espaços de atuação do pedagogo, abordaremos nessa unidade 
sobre características do pedagogo empresarial, o qual teve seu surgimento vinculado à 
ideia da necessidade de formação e/ou preparação dos Recursos Humanos nas empresas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O termo Pedagogia Empresarial foi utilizado pela professora Maria Luiza Marins 
Holtz, na década de 80, para designar todas as atividades de estímulo ao desenvolvimento 
profissional e pessoal realizada dentro das empresas. Tais práticas envolviam cursos, 
projetos e programas de treinamento e desenvolvimento. 
 
Nas empresas, em especial, o pedagogo surge com o intuito de implantar e 
coordenar projetos no campo de desenvolvimento de recursos humanos, particularmente 
Fonte da imagem: http://faestec.com.br/faestec/wp-
content/uploads/2016/12/pedagogia-empresarial-570x300.jpg 
 
 
34 Gestão de Espaços Não-Formais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
em trabalhos de formação de pessoal, sendo inclusive responsável pela qualificação dos 
serviços oferecidos nesse espaço. 
 
De acordo com Ferreira (1985), um dos 
principais propósitos da Pedagogia na Empresa é 
a de qualificar todo o pessoal da organização nas 
áreas administrativas, operacional, gerencial, 
elevando a qualidade e produtividade 
organizacionais. 
 
No momento atual Trevisan (2003) afirma 
que, um dos grandes desafios apresentados àsempresas é o trabalho em equipe. Por isso o pedagogo passa a desempenhar função 
especial na motivação, articulação e mediação do sistema educacional, com o intuito de 
atender as demandas de mercado além de promover o crescimento pessoal e profissional 
dos funcionários. 
 
 
 
Atualmente, vivemos na Era do Conhecimento, em que as empresas passam a 
dar mais importância para o que há de mais valioso dentro de seu espaço 
organizacional – o capital intelectual de seus profissionais. 
Ao investir no capital intelectual de seus funcionários, a empresa estará 
assegurando a manutenção e a retenção de seus talentos, contribuindo para a 
obtenção de elevados padrões de qualidade de vida, no trabalho e na 
excelência do desempenho empresarial. 
Tanto na escola quanto na empresa, a pedagogia, age em direção a realização 
de ideias e propósitos predeterminados com o intuito de promover mudanças 
nos comportamentos das pessoas. “A esse processo de mudança provocada 
no comportamento das pessoas em direção a um objetivo chamamos de 
aprendizagem e aprendizagem é a especialidade da Pedagogia” (Holtz, 1999, 
p.06). 
Com base em todas essas reflexões, vimos que com as novas Diretrizes 
Curriculares Nacionais trouxeram ao pedagogo maiores possibilidades de 
atuação e desenvolvimento de suas práticas. 
Ao percorrer nosso guia da disciplina, pudemos perceber que a sociedade 
vem-se tornando cada vez mais pedagógica, requerendo, desse modo, 
profissionais qualificados. 
Nesse contexto, exige-se que o pedagogo assuma seu papel com 
responsabilidade para suprir as demandas socioeducativas que vem sendo 
Fonte da imagem: https://encrypted-
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35 Gestão de Espaços Não-Formais 
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requeridas na atualidade. Sem dúvida, pedagogos e professores são agentes 
imprescindíveis para o desenvolvimento humano e social das comunidades, de 
norte a sul em nosso país. 
Espero que vocês tenham aproveitado a disciplina de Gestão de Espaços Não-
Formais, ao longo das unidades tivemos a oportunidade de percorrer diversas 
formas de conhecimento, ampliando nossas práticas e atitudes frente a nossa 
profissionalização. 
Desejo que vocês permaneçam sempre buscando novos conhecimentos, como 
vimos ao longo da disciplina, o mercado se torna cada vez mais exigente, cabe 
a nós profissionais nos mantermos atualizados frente as nossas práticas e 
ações. 
 
 
 
 
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